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São Leopoldo
2019
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São Leopoldo
2019
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4
2 BRASIL: A INTERSECCIONALIDADE PASSO A PASSO COM OS
MOVIMENTOS DE MULHERES ................................................................................. 7
3 MULHERES, RAÇA, CLASSE E TERRITÓRIO: A CONQUISTA ATRAVÉS DOS
MOVIMENTOS SOCIAIS .......................................................................................... 10
3.1 Gênero, raça, classe e território: estradas que se entrecruzam ................... 12
4 EXISTIMOS E RESISTIMOS! MOVIMENTO DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE
RUA .......................................................................................................................... 13
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 16
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 20
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1 INTRODUÇÃO
De fato, a história dos Encontros pode ser lida como uma história de conflito
e debate sobre as maneiras em que raça, etnia, classe e orientação sexual
são eixos organizadores da opressão de gênero e definem como gênero é
experienciado na vida cotidiana. [...] durante a primeira década dos
Encontros, contudo, pouquíssima atenção foi dada à forma como as
identidades de gênero e a estratificação social são determinadas não
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apenas por classe e gênero, mas também por raça e etnia, sexualidade e
outros vetores de poder que dão forma à subordinação das mulheres
(ALVAREZ et al., 2003, p. 563).
Diante disso, o movimento social feminino negro teve e tem como foco
principal, o combate ao racismo, todas as formas de preconceito, discriminação e as
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mulheres negras (5,3) que entre as não negras (3,1) – a diferença é de 71%, a taxa
de homicídios para cada 100 mil mulheres negras aumentou 15,4%, enquanto que
entre as não negras houve queda de 8%.
A respeito de dados, podemos mencionar também que apesar de mulheres
brancas e negras residirem em regiões periféricas, o contingente de mulheres
negras é expressivamente maior, encontrando-se a maioria em moradias
extremamente precárias, sem o mínimo de acesso aos determinantes sociais, como
saneamento básico, saúde, educação e habitação. Apesar dessa precariedade e
vulnerabilidade em que se encontram, as mulheres negras têm um papel
fundamental no debate sobre as conquistas da população negra (luta por direitos
políticos) quando falamos sobre acesso, inclusão e representatividade, e no direito
de ir e vir, assim como no reconhecimento e respeito da população negra, firmando
o lugar de direito da população, negado há 4 séculos, reafirmando assim, um direito
político.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
não se trata de um consenso e sim de relações de acordo (MARICATO et. al., 2013).
Em se tratando de uma espécie de hegemonia de ordem existente, o direito deve ser
tomado pelo movimento social.
O crescimento de manifestações deu lugar a um novo modelo de
configuração social, expressado pela incorporação dos movimentos sociais e da
concretude dos seus processos de protesto. A participação de diferentes
participantes, com idades e perfis diversos e a presença não somente de encontros
palpáveis, os movimentos nas redes digitais de comunicação propagam a
informação e produz maior conhecimento e aderência de participantes (GOHN,
2014).
Os movimentos sociais não se constituem hoje movimentos partidários, mas
se integram na medida em que estão em relação com forças políticas. Contudo a
partir do momento que a coletividade nacional é independente, o estado torna-se o
principal agente opositor (TOURAINE, 1984). Apoiam-se em estratégias políticas,
mas independente de partidos políticos, pois toda reivindicação é política, do
contrário torna-se marginal e desviante.
O movimento nacional da População em situação de rua é facilmente
configurado com vias da marginalização, uma vez que uma cultura opressora de
sociedade desqualifica qualquer movimentação por parte de quem está em situação
de rua, pelo motivo da imagem da não atuação que configura a vulnerabilidade e a
pobreza extrema com que levam suas vidas.
O movimento social da população de rua se tona impulsionador da luta
organizada em defesa dos direitos e para a construção de políticas públicas,
fortalece da consciência de luta política dos envolvidos e garantia de espaços de
militância de forma a trazer novamente perspectivas de emancipação social, assim
como a visão de sujeitos em coletivo históricos e políticos, dando a visibilidade e
espaços de voz para suas reivindicações.
O movimento feminista precisa utilizar a interseccionalidade ferramenta
analítica, pois contribui para quebrar o paradigma sobre a definição de mulher
universal. Tal perspectiva auxilia na compreensão das experiências vividas por
mulheres que têm suas existências marcadas pela intersecção de gênero, raça e
classe em contextos de exclusão. (VIVEROS VIGOYA, 2016).
“Não sou eu uma mulher?”, foi como começou a intervenção de Sojourner
Truth, ao ouvir que as mulheres não deveriam ter os mesmos direitos dos homens,
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pois eram frágeis. Ela era a única mulher negra presente na Convenção dos Direitos
das Mulheres, realizado em Ohio, nos Estados Unidos, em 1851. (RIBEIRO, 2016).
Em seu discurso, ela evidencia as marcas deixadas nos corpos das mulheres
negras, lócus onde a escravidão igualava homens e mulheres no trabalho pesado,
nas surras, na violência:
REFERÊNCIAS