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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS

UNIDADE ACADÊMICA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
NÍVEL MESTRADO

ANA CAROLINA EINSFELD MATTOS


ISABEL CRISTINA DE VARGAS
SUSANE BEATRIS DOS SANTOS SOUZA

MOVIMENTOS SOCIAIS E CIDADANIA: A PRIMAZIA DE LUTAS E


RESISTÊNCIAS

São Leopoldo
2019
2

ANA CAROLINA EINSFELD MATTOS


ISABEL CRISTINA DE VARGAS
SUSANE BEATRIS DOS SANTOS SOUZA

MOVIMENTOS SOCIAIS E CIDADANIA: A primazia de lutas e resistências

Trabalho apresentado para a disciplina Atores


Sociais, Políticas Públicas e Cidadania, pelo
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
da Universidade do Vale do Rio dos Sinos -
UNISINOS, ministrada pelo professor Dr. Solon
Eduardo Annes Viola.

São Leopoldo
2019
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4
2 BRASIL: A INTERSECCIONALIDADE PASSO A PASSO COM OS
MOVIMENTOS DE MULHERES ................................................................................. 7
3 MULHERES, RAÇA, CLASSE E TERRITÓRIO: A CONQUISTA ATRAVÉS DOS
MOVIMENTOS SOCIAIS .......................................................................................... 10
3.1 Gênero, raça, classe e território: estradas que se entrecruzam ................... 12
4 EXISTIMOS E RESISTIMOS! MOVIMENTO DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE
RUA .......................................................................................................................... 13
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 16
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 20

.
4

1 INTRODUÇÃO

Esta produção textual pretende dialogar acerca das lutas e resistências


ligadas aos movimentos sociais, com vistas à garantia de direitos, reconhecimento
na ótica cidadã e legitimidade das diferenças. Para isso, pretendemos incorporar o
movimento social feminista, o movimento das mulheres negras, e o movimento da
população em situação de rua, na lógica de gênero, raça, classe, desafios e
conquistas através desses movimentos sociais.
Em 1689, surge o direito de igualdade, em 1789 o direito de decidir
politicamente o que devia ser essa lei e seu lugar no contexto legal. Todavia cabe
ressaltar a grande revolução, a marca histórica, a revolução francesa tem no seu
corpo uma luta política popular por justiça. A democracia no seu estado
revolucionário na defesa dos direitos do homem (DAVIDSON; WEEKLEY, 2003).
Ressaltamos a importância do movimento operário! Ao fato de ter proclamado
a autonomia dos movimentos sociais em relação a todas as formas de ação política
quer sejam democráticas ou revolucionárias. Os movimentos sociais hoje, cada vez
mais afastados do sistema político, e de forma autônoma, não atacam a divisão do
trabalho ou formas de organização econômica como no modelo operário, mas agora
atacam valores culturais (TOURAINE, 1984).
Em 1960 manifestações, greves e paralisações pré-golpe militar de 1964. Em
1984, a manifestação “Diretas Já” na luta pelo retorno da democracia em face ao
regime militar. Em 1992 manifestação histórica acerca do impeachment do ex-
presidente Collor de Melo. Tais manifestações, na forma de revolta coletiva,
adquirem nesses episódios uma fundamentação de movimento social de massa
(GOHN, 2014).
A luta dos movimentos sociais ultrapassa gerações, é a busca por uma
sociedade justa, igualitária, e que o princípio da equidade seja respeitado.
O Movimento Social Feminista Brasileiro surgiu no século XIX, com a luta pelo direito
ao voto e abolição da escravidão no Brasil, no entanto, a situação das mulheres na
ocasião era desigual, a mulher negra vivia em uma condição de opressão por ser
escravizada, devendo sua vida ao senhor, trabalhando em condições precárias, sem
direito a ter uma vida digna. Já a mulher branca, tinha uma vida voltada às tarefas
do lar, delegando os cuidados de seus filhos as mulheres negras, na época
escravizadas.
5

Assim, ao passo em que ocorre a transição dos direitos humanos civilizatório


para uma proposta plural, dos direitos civis e políticos para os sociais e econômicos,
onde:
Foi a partir do reconhecimento dos direitos civis e políticos garantidos pela
autodenominada Constituição Cidadã que os movimentos sociais, incluídos
neles os movimentos de juventude, perceberam, ainda timidamente, que o
Estado preservara heranças do passado autoritário e que a Constituinte não
avançara o suficiente para superar as desigualdades sociais e econômicas
de uma sociedade marcada por privilégios e preconceitos (VIOLA; PIRES,
2014, p. 92).

Nesse ponto, citamos o movimento nacional da população em situação de


rua, timidamente configurado como movimento social, mas que de tão tímido resiste
à cultura higienista e de descarte humano, ressaltando os preconceitos e as
desigualdades estruturais de uma sociedade de privilégios (SANTOS, 2012).
A visão dos direitos humanos como força popular, de forma histórica e política
mostra a grandeza de definição quando não se limita a uma extensão de leis postas
pelo Estado (DAVIDSON; WEEKLEY, 2003). As democracias contemporâneas são
sim frágeis, pelo fato de perderem sua capacidade de transformar os movimentos
sociais em forças políticas, que é bem expressa na distância entre o protesto social
e a ação política. Contudo nossa proposta é legitimar a força dos movimentos e não
uma esperança de posicionamento efetivo por parte Estatal.
O ano de 2013 foi de fato um ano em movimento, 12 capitais brasileiras e
tantas outras cidades de médio porte em uma onda de manifestações populares que
uniu mais de um milhão de pessoas, um ano de gritos, de não mais silenciar, a luta
por direitos humanos é reforçada quando assume um caráter de busca pela
efetivação (GOHN, 2014; VIOLA; PIRES, 2014).
Em 2018, os recentes processos tão logo terão concretude histórica, com o
principal protagonismo da união feminina que toma as ruas. Mulheres de diferentes
idades, credos, raças e classes unidas pelo grito “Ele Não!”, em repúdio ao
candidato à presidência Jair Bolsonaro, em um movimento humanitário, conta o
fascismo e o racismo, que popularizou o feminismo, enfatizou as diferenças e
concretizou uma luta política a favor dos direitos, da equidade de gênero, racial e
das minorias.
Com base no tema dos movimentos sociais, o intuito é ressaltar não somente
suas conquistas e avanços consolidados, mas atentar para a legitimação desses
processos societários e para a importância que esses movimentos constituem,
6

desde a propagação de diálogos e perspectivas a partir da militância, até fins de


continuidade de lutas históricas na atualidade.
7

2 BRASIL: A INTERSECCIONALIDADE PASSO A PASSO COM OS


MOVIMENTOS DE MULHERES

O feminismo no Brasil “fica em evidência” na década de 1970, a partir do


movimento de mulheres, que eram em sua maioria da classe média, mas que, no
entanto, se expandiu através da articulação com grupos de mulheres das camadas
populares, em suas organizações de bairro (SARTI, 2004). As mulheres da classe
média brasileira eram aquelas que dispunham de acesso ao ensino superior e dos
benefícios da modernização do país.
Sarti (2004), aponta que a história do feminismo no Brasil está atrelada às
especificidades dos movimentos sociais em relação ao Estado. Segundo a autora,
assim como os movimentos sociais que têm suas bases locais fincadas no cotidiano
das periferias pobres, direcionando as reivindicações ao Estado enquanto promotor
de bem-estar social, os grupos feministas se organizavam conforme as demandas
das mulheres das organizações de bairro (SANTI, 2004).
É possível encontrar duas tendências distintas dentro da corrente feminista do
movimento de mulheres dos anos 1970, sendo uma delas voltada para a atuação
pública e organização política das mulheres, que tinham como bandeira questões
relacionadas ao acesso ao trabalho formal, direitos, saúde e redistribuição de poder
entre homens e mulheres. E a outra tendência que tentava dar conta das questões
relacionadas à subjetividade das mulheres e das relações interpessoais,
organizando grupos de estudos, de reflexão e convivência (SANTI, 2004, p. 41).
O movimento feminista penetrou em diversas instâncias institucionais, tais
como associações profissionais, partidos e sindicatos, transpondo algumas
fronteiras que impediam que as mulheres ocupassem os espaços, enquanto sujeitos
sociais (SARTI, 2004). O feminismo como movimento tem características sociais
específicas, e retrata a diversidade das experiências vividas por todas as mulheres,
assim como as diversas perspectivas que refletem na identificação com as
bandeiras de luta feministas.
Sarti é uma autora que aponta a importância de refletir sobre o feminismo e a
perspectiva universalista. Segundo ela, é preciso estarmos atentas à natureza
híbrida do movimento, que foi construído a partir de uma identidade específica, mas
que é ao mesmo tempo transpassado por clivagens sociais e referências culturais
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distintas, e que, portanto, as mulheres não representam uma categoria universal


(SARTI, 2004, p. 44).
Por não ser um movimento homogêneo, o feminismo se estrutura através de
uma multiplicidade, que precisa lidar com as dificuldades no tratamento das
diversidades entre as mulheres. Ribeiro (2006, p. 803), esclarece que estas
diversidades estão relacionadas a categorias como raça, etnia, classe social,
orientação sexual, geracional e cultural, exigindo uma abordagem plural na busca
por espaços políticos e sociais.
Nesse ínterim, na busca por ampliação destes espaços, as mulheres negras
passam a atuar no sentido de criticar a pouca visibilidade que lhes é destinada
dentro do feminismo. Sua presença nos discursos de opressão e na organização
das ações é vista como secundarizada, ou seja, suas demandas aparecem de forma
implícita (RIBEIRO, 2006). Tal posição remete a forma com que as mulheres negras
foram submetidas pela sociedade, e explicita a questão racial como tabu, mesmo
dentro dos movimentos sociais.
De acordo com Ribeiro (2006), as lutas pelos direitos das mulheres,
reivindicado por mulheres brancas, teve maior absorção pelos diversos setores da
sociedade, porém o combate ao racismo não ganhou muito espaço nos discursos e
nas práticas. As mulheres negras tinham o propósito de ocupar o papel que lhes
cabia dentro do feminismo, denunciando e desmascarando as situações em que
eram excluídas, construindo uma agenda política que transcendesse as questões de
gênero, trazendo para a pauta a discriminação racial (CARNEIRO, 2003).
A luta para romper o silêncio imposto às mulheres, sobretudo às mulheres
negras e pobres, conta com nomes importantes como Lélia Gonzalez e Sueli
Carneiro. A partir de um olhar político das desigualdades de gênero e raça, essas
mulheres se tornaram agentes políticos, deslocando-se dos lugares de exclusão no
qual a sociedade as insere.
Durante reunião da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em
Ciências Sociais (ANPOCS), realizada em 1980, Lélia Gonzalez, que foi uma
importante mulher negra, intelectual, política, professora e antropóloga apresentou o
trabalho intitulado Racismo e Sexismo na Cultura Brasileira. Neste trabalho que
seria publicado, posteriormente, em 1984, Gonzalez denunciava a atuação
articulada entre o racismo e o sexismo sob forma dos diversos tipos de violência
sobre os corpos das mulheres negras.
9

Sueli Carneiro é filósofa, escritora e ativista antirracismo do movimento social


negro brasileiro e aponta que o movimento de mulheres do Brasil é um dos mais
respeitados do mundo, e referência fundamental em certos temas de interesse das
mulheres no plano internacional, mas que ainda é necessário que haja o
“enegrecimento” do movimento feminista brasileiro. De acordo com Carneiro (2003,
p 118), é preciso revelar a insuficiência teórica e a prática política para integrar as
diferentes expressões do feminino construídos em sociedades multirraciais e
pluriculturais.
O feminismo no Brasil, ganha maior fôlego a partir da década de 1980, mais
especificamente de 1985, período de início da organização dos Encontros Nacionais
Feministas (ENF) e dos Encontros Feministas Latino-Americanos e do Caribe
(RIBEIRO, 2006). Estes encontros contavam com a participação de um número
expressivo de mulheres, oriundas de diversos setores e que contribuíam para que os
debates seguissem por rumos diversos.
Se no início do movimento feminista, as mulheres pertenciam à classe média
e eram em sua maioria brancas, no decorrer dos anos 1980 o quadro se alterou. O
feminismo floresceu com a maior participação de mulheres pobres, trabalhadoras,
negras, indígenas e lésbicas (ALVAREZ et al., 2003). Porém, a ocupação destes
espaços foi fruto de muita luta, que se dá até os dias atuais.
Alvarez et al. (2003), declara que dentro do movimento feminista também se
estruturavam relações de poder que dificultavam colocar na agenda de debates
questões relacionadas à classe, raça e orientação sexual, refletindo as hierarquias
que estão estabelecidas na sociedade. A questão da orientação sexual, por exemplo
sempre foi tabu, e a presença de mulheres lésbicas nos encontros, causava
desconforto para as feministas, mas que contribuiu para trazer à tona o tema da
sexualidade, que era apenas sussurrado pelos corredores (ALVAREZ et al., 2003, p.
552).
Sobre a interseccionalidade que foi sendo observada através dos Encontros
Feministas Latino-Americanos e do Caribe, Alvarez avalia que,

De fato, a história dos Encontros pode ser lida como uma história de conflito
e debate sobre as maneiras em que raça, etnia, classe e orientação sexual
são eixos organizadores da opressão de gênero e definem como gênero é
experienciado na vida cotidiana. [...] durante a primeira década dos
Encontros, contudo, pouquíssima atenção foi dada à forma como as
identidades de gênero e a estratificação social são determinadas não
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apenas por classe e gênero, mas também por raça e etnia, sexualidade e
outros vetores de poder que dão forma à subordinação das mulheres
(ALVAREZ et al., 2003, p. 563).

As formas de opressão que são exercidas sobre as mulheres, na


contemporaneidade, ganham a face do patriarcado, do racismo e do capitalismo,
que se combinam e se afirmam. O feminismo enquanto movimento pode ser
considerado um gerador de ideias e práticas revolucionárias, pois se propõe a
questionar as dinâmicas sociais estabelecidas. Consequentemente, questiona os
domínios entre as nações; os mandos e desmandos do capital; a cristalização do
poder como sendo atribuição masculina e branca (RIBEIRO, 2006, p. 809).
Os debates acerca da interseccionalidade são fruto da necessidade de
articulação das relações sociais de poder e dos marcadores sociais de gênero, raça
e classe. Essa temática é forte no centro do feminismo contemporâneo, construindo
novos paradigmas e outras formas possíveis de pensar as relações de poder.

3 MULHERES, RAÇA, CLASSE E TERRITÓRIO: A CONQUISTA ATRAVÉS DOS


MOVIMENTOS SOCIAIS

Início o texto demarcando o lugar de onde eu falo, e de onde partem essas


reflexões, que nos ajudaram a compreender o contexto de emergência do
movimento negro brasileiro, que surgiu em 1931, sendo conhecido como Frente
Negra Brasileira, um movimento político que se intensifica com o passar dos anos, e,
mais grupos como esse surgem, com o propósito de chamar a atenção para os
problemas sociais e as desigualdades entre brancos e negros.
Conforme coloca Lélia Gonzalez,

[...] é a mulher negra anônima, sustentáculo econômico, afetivo e moral de


sua família, aquela que desempenha o papel mais importante. Exatamente
porque, com sua força e corajosa capacidade de luta pela sobrevivência,
transmite a suas irmãs mais afortunadas, o ímpeto de não nos recusarmos
à luta pelo nosso povo. Mas, sobretudo porque, como na dialética do
senhor e do escravo de Hegel – apesar da pobreza, da solidão quanto a
um companheiro, da aparente submissão, é ela a portadora da chama da
libertação, justamente porque não tem nada a perder (GONZALEZ, 1982,
p. 104).

Diante disso, o movimento social feminino negro teve e tem como foco
principal, o combate ao racismo, todas as formas de preconceito, discriminação e as
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desigualdades, atingindo em maior número, a população negra, que ainda vem


sofrendo os efeitos da escravidão no Brasil, desde abolição em 1888. O movimento
social negro mobiliza milhões de pessoas no Brasil, é uma forma que a população
negra encontrou de reivindicar seus direitos, expressando em cada momento as
diversas formas de opressão, injustiça e discriminação vivida pelo povo negro.
Conforme Sueli Carneiro (2001), é em meio a essa dinâmica que o processo
de emancipação, de busca de igualdade de direitos das mulheres negras ganha
força, estabelecendo novos desafios. Foi através dos movimentos sociais que as
mulheres negras conseguiram um espaço de inclusão onde pudessem pautar suas
questões e especificidades, já que, o movimento negro não pautava a questão de
gênero, e o feminismo branco, não racializava o debate. Dessa forma, as mulheres
negras não se identificavam com o movimento social feminista branco.
O movimento feminista brasileiro, no seu surgimento foi protagonizado em
sua maioria por mulheres brancas, que pouco falavam sobre a negritude e não
pautavam as mesmas questões, as mulheres negras lutam por questões de
gêneros, direitos sociais e raciais. É na década de 1980, que, segundo Araújo
(2001), no seio do movimento feminista as mulheres negras começam a levar para
as discussões as suas especificidades, tremulando uma nova bandeira de que eram
mulheres, mas eram negras, logo, com especificidades da raça.
O racismo adoece, mata e elimina todas as formas de melhorias e acesso ao
bem viver, sem falar que, toda a produção existente sobre feminismo só
contemplava as feministas brancas na época, contribuindo com o silêncio das
pautas exigidas pelas mulheres negras. A principal contribuição do movimento negro
de mulheres na sua luta foi a de buscar combater a discriminação de raça e gênero,
fatores predominantes em relação aos números que determinam a pobreza no
Brasil, que tem cor: é preta.
A pobreza, além de ter cor, também tem gênero, pois afeta diretamente as
mulheres negras que estão na base da pirâmide social vivenciando diariamente a
exclusão, presenciando o genocídio da juventude negra, conforme dados
pesquisados no Atlas da Violência (2018), a taxa de violência da população negra
aumentou 23,1%. Assim, em 2016, enquanto se observou uma taxa de homicídio
para a população negra de 40,2%, o mesmo indicador para o resto da população foi
de 16%, o que implica dizer que 71,5% das pessoas que são assassinadas a cada
ano no país são pretas ou pardas, sendo que a taxa de homicídios é maior entre as
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mulheres negras (5,3) que entre as não negras (3,1) – a diferença é de 71%, a taxa
de homicídios para cada 100 mil mulheres negras aumentou 15,4%, enquanto que
entre as não negras houve queda de 8%.
A respeito de dados, podemos mencionar também que apesar de mulheres
brancas e negras residirem em regiões periféricas, o contingente de mulheres
negras é expressivamente maior, encontrando-se a maioria em moradias
extremamente precárias, sem o mínimo de acesso aos determinantes sociais, como
saneamento básico, saúde, educação e habitação. Apesar dessa precariedade e
vulnerabilidade em que se encontram, as mulheres negras têm um papel
fundamental no debate sobre as conquistas da população negra (luta por direitos
políticos) quando falamos sobre acesso, inclusão e representatividade, e no direito
de ir e vir, assim como no reconhecimento e respeito da população negra, firmando
o lugar de direito da população, negado há 4 séculos, reafirmando assim, um direito
político.

3.1 Gênero, raça, classe e território: estradas que se entrecruzam

Trabalhar com as categorias que nomeiam esse tópico, implica considerar


seus entrecruzamentos e para tanto, utilizaremos o conceito de interseccionalidade,
que foi cunhado por Kimberlé Crenshaw, em sua tese de doutorado. Para a autora,
a interseccionalidade é uma conceituação do problema que busca capturar
as consequências estruturais e dinâmicas da interação entre dois ou mais
eixos da subordinação. Ela trata especificamente da forma pela qual o
racismo, o patriarcalismo, a opressão de classe e outros sistemas
discriminatórios criam desigualdades básicas que estruturam as posições
relativas de mulheres, raças, etnias, classes e outras (CRENSHAW, 2002,
p. 177).

A partir da demarcação do lugar de onde eu falo, é importante ressaltar que


as considerações partem de vivências na militância e também da trajetória
acadêmica que vem sendo trilhada, por isso tomo emprestado de Conceição
Evaristo (2006), o conceito de escrevivências, para embasar as reflexões aqui
realizadas. A partir disso, é imprescindível frisar o quanto o Brasil é um país racista,
onde as pessoas brancas sempre usufruíram de privilégios, têm dificuldades de
13

reconhecer os efeitos do racismo na organização da sociedade e dos reflexos disso


na constituição da subjetividade dos sujeitos, sobretudo, dos negros e negras.
Existe a necessidade em falarmos sobre racismo, no entanto, é visível o
desconforto da branquitude em pautar o racismo, enfrentamento da herança
colonial. Conforme Cida Bento em seu livro sobre Branqueamento e Branquitude no
Brasil:

Na verdade, o legado da escravidão para o branco é um assunto que o país


não quer discutir, pois os brancos saíram da escravidão com uma herança
simbólica e concreta extremamente positiva, fruto da apropriação do
trabalho de quatro séculos de outro grupo [...] (BENTO, 2002, p.3).

É importante considerarmos a importância das políticas públicas de inclusão


para a população negra. Racializar o debate é fundamental, pois, a partir disso
ampliamos espaços para discussões a respeito das outras formas de opressão,
como por exemplo, de classe, gênero, sexualidade. Com o enfrentamento do
racismo e os desdobramentos das diversas opressões, é possível pensarmos em
possibilidades de diminuir os impactos do racismo na sociedade brasileira.

4 EXISTIMOS E RESISTIMOS! MOVIMENTO DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE


RUA

Quando relacionamos o papel dos movimentos sociais e a população em


situação de rua, logo vem em a dúvida se possuem condições para que tal
organização aconteça. É um processo que envolve fortalecimento, pois assim como
outros movimentos enfrenta raízes históricas de constituição. Em 1960 já se
observava algumas poucas iniciativas, mais à frente nas décadas seguintes
apoiadas por organizações sociais, indivíduos em situação de rua já realizavam
mobilizações e manifestações por melhores das condições de vida e por políticas
públicas que assegurassem sua autonomia (BRASIL, 2010).
Entretanto, é necessário atentar para o conhecimento dessa população que
vive em situação de rua. Quem são? Como existem, subexistem e resistem?

[...] ilegais e clandestinos, os despossuídos que dormem as margens e


mendigam nas ruas, rodeados de grande afluência, as limpezas étnicas e
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religiosas, as estranhas misturas e confrontos improváveis [...] é parte


integral do turbilhão da cena urbana, tornando as questões de cidadania e
dos direitos daí derivados cada vez mais difíceis de definir [...]. A cidade
sempre foi um lugar de encontro, de diferenças e de interação criativa, um
lugar onde a desordem tem seus usos e visões, formas culturais e desejos
individuais concorrentes se chocam... Mas a diferença também pode
resultar em intolerância e segregação, marginalidade e exclusão, quando
não em fervorosos confrontos (MARICATO et. al., 2013, p. 30).

De 1990 até o início dos anos 2000, inúmeras manifestações tomaram


proporção de movimento social expressando as duras condições da vida na rua. No
ano de 2001 ocorreu a Primeira Marcha do Povo da Rua. Em 2004 um importante
marco do movimento, após extermínio em massa, a barbárie conhecida como
chacina da Praça da Sé, grupos de indivíduos em situação de rua de São Paulo e
Belo Horizonte mobilizaram-se na concretização do movimento Nacional da
População de Rua| MNPR (BRASIL, 2010).
O MNPR é constituído por homens e mulheres em situação de rua,
comprometidos com a luta por uma sociedade mais justa que garanta direitos e
dignidade humana para todos. As bandeiras de luta levantadas pelo MNPR reforçam
a importância do resgate da cidadania, a reinserção no mercado de trabalho, a
habitação e a luta por políticas públicas que atendam às necessidades dessa
população (SANTOS, 2012).
A criação deste movimento e de políticas públicas voltadas para a população
em situação de rua é resultado de protesto e cobranças feitas após o acontecimento
trágico de 2004. Também em consequência desta tragédia ainda no ano de 2005,
vemos a realização do I Encontro Nacional de População em Situação de Rua,
sendo que este encontro propicia o início da formulação da Política Nacional para a
População em Situação de Rua, além de subsídios para o texto da Lei nº 11.258, de
30 de dezembro de 2005, que altera a LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social) e
inclui atendimento especializado para tal população (KLAUMANN, 2016).
Vem então, a crítica aos direitos dos menos favorecidos à assistência pública,
considerando que estes podem produzir uma desqualificação social da cidadania. A
caridade deve ser atribuída aos setores privados e não a uma responsabilidade
coletiva pública. A cultura que neutraliza as formas de equidade social e torna o
assistencialismo, a caridade, como algo a priori da responsabilidade Estatal da
garantia de direitos, cidadania e pertencimento social (IVO, 2012).
15

Em 2008, um representante do MNPR, eleito por força popular, passa a


integrar o Conselho Nacional de Assistência Social. Não somente a população em
situação de rua existe como transitam se organizam e possuem voz popular na
representação do seu coletivo, basta que nos privilegiados consigamos escutar
(BRASIL, 2010).
A Política Nacional para inclusão Social da População em Situação de Rua foi
instituída e regulamentada pelo Decreto 7.053/2009, após ampla mobilização e
pressão popular, identificada como um marco da passagem do assistencialismo para
um sujeito coletivo de direitos (COSTA; SILVA, 2014).
A política aponta a relevância de perceber que o termo “povo da rua” tem
passado por uma revalorização, expressando uma conotação positiva aos indivíduos
que ocupam o espaço da rua quando são vinculados aos movimentos organizados
que estabelecem, trazendo a ideia do protagonismo e controle social, assim como,
quando detém a autonomia ao gerir suas vidas e se expressar politicamente
(BRASIL, 2008).
Apesar dessa cultura social que invisibiliza indivíduos em condições de
desproteção estatal e legitima a não atuação destes corpos, a população em
situação de rua resiste, e ainda que se tenha a complexidade em mensurar números
reais de indivíduos em condição de rua, ao ano de 2016 estimou-se que existiam
101.854 pessoas em situação de rua no Brasil, concentrada principalmente nas
grandes metrópoles (NATALINO, 2016).
Baseado na Política Nacional para Inclusão Social da População em Situação
de Rua, a qual tem por finalidade de:

Estabelecer diretrizes e rumos que possibilitem a (re) integração destas


pessoas às suas redes familiares e comunitárias, o acesso pleno aos
direitos garantidos aos cidadãos brasileiros, o acesso a oportunidades de
desenvolvimento social pleno, considerando as relações e significados
próprios produzidos pela vivência do espaço público da rua. Para tanto,
vale-se do protagonismo de movimentos sociais formados por pessoas em
situação de rua, entre outras ações que contribuam para a efetivação deste
processo (BRASIL, 2008, p.4).

A importância da concretização de movimentos sociais para este público se


dá ao fato de que conquista por espaços de participação popular tem ligação com os
processos que envolvem as lutas sociais dos grupos que conseguem se estabelecer
enquanto coletivos e agir como movimento social, tendo em vista a estrutura social
16

que causa diversos impasses e impeditivos na expressão popular dessas pessoas


(LIMA; OLIVEIRA, 2012).
Um exemplo de articulação é o coletivo Boca de Rua de Porto Alegre que
propõe a propagação de situações e um chamamento a escuta. Um jornal produzido
por indivíduos em situação de rua na busca por concretização de direitos,
participação social e cidadania. Os integrantes do Boca de Rua utilizam as páginas
do jornal para construir representações sociais que desconstrói outros meios de
comunicação que sustentam essas pessoas como superfolas e não atuantes
(ALLES, 2010).
Já o MNPR levanta a bandeira de que uma luta organizada em defesa dos
direitos e para a construção de políticas públicas para quem está em situação de rua
é pautada no fortalecimento da consciência de luta política e garantia de espaços de
militância de forma a trazer novamente perspectivas de emancipação social, assim
como a visão de sujeitos em coletivo históricos e políticos (BRASIL, 2010).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Viola e Pires (2014), trazem à tona o termo “A Utopia Contemporânea ou


Cultura dos Direitos Humanos”, onde a busca por Direitos enfrenta diversos
atravessamentos e transparece como uma miragem ainda distante. Contudo, a
busca constante por direitos humanos pode ser uma ponte em busca de participação
e cidadania, pertencimento social, reconhecimento e garantia de equidades. Longe
de ser uma democracia consolidada, nem socialmente falando e tão pouco política.
Os movimentos sofrem muitas repressões físicas e morais que transcendem o
caráter democrático.
Os direitos humanos na defesa contra a globalização, na era de um governo
global de leis impostas, contudo, sem desconsiderar o histórico de lutas e
revoluções populares que marcam os direitos humanos, em sua incessante procura
por um ordenamento tanto político como socioeconômico na presunção de busca
por justiça (DAVIDSON; WEEKLEY, 2003).
É interessante partir da concepção que em sociedade o indivíduo está
inserido dentro de um coletivo, parte de um povo, unidos por um vínculo, de certa
forma jurídica, ou seja, frente a forças hostis de mercado e uma progressiva
vigilância estatal, mas também unido por uma utilidade em comum – a cidade- e isso
17

não se trata de um consenso e sim de relações de acordo (MARICATO et. al., 2013).
Em se tratando de uma espécie de hegemonia de ordem existente, o direito deve ser
tomado pelo movimento social.
O crescimento de manifestações deu lugar a um novo modelo de
configuração social, expressado pela incorporação dos movimentos sociais e da
concretude dos seus processos de protesto. A participação de diferentes
participantes, com idades e perfis diversos e a presença não somente de encontros
palpáveis, os movimentos nas redes digitais de comunicação propagam a
informação e produz maior conhecimento e aderência de participantes (GOHN,
2014).
Os movimentos sociais não se constituem hoje movimentos partidários, mas
se integram na medida em que estão em relação com forças políticas. Contudo a
partir do momento que a coletividade nacional é independente, o estado torna-se o
principal agente opositor (TOURAINE, 1984). Apoiam-se em estratégias políticas,
mas independente de partidos políticos, pois toda reivindicação é política, do
contrário torna-se marginal e desviante.
O movimento nacional da População em situação de rua é facilmente
configurado com vias da marginalização, uma vez que uma cultura opressora de
sociedade desqualifica qualquer movimentação por parte de quem está em situação
de rua, pelo motivo da imagem da não atuação que configura a vulnerabilidade e a
pobreza extrema com que levam suas vidas.
O movimento social da população de rua se tona impulsionador da luta
organizada em defesa dos direitos e para a construção de políticas públicas,
fortalece da consciência de luta política dos envolvidos e garantia de espaços de
militância de forma a trazer novamente perspectivas de emancipação social, assim
como a visão de sujeitos em coletivo históricos e políticos, dando a visibilidade e
espaços de voz para suas reivindicações.
O movimento feminista precisa utilizar a interseccionalidade ferramenta
analítica, pois contribui para quebrar o paradigma sobre a definição de mulher
universal. Tal perspectiva auxilia na compreensão das experiências vividas por
mulheres que têm suas existências marcadas pela intersecção de gênero, raça e
classe em contextos de exclusão. (VIVEROS VIGOYA, 2016).
“Não sou eu uma mulher?”, foi como começou a intervenção de Sojourner
Truth, ao ouvir que as mulheres não deveriam ter os mesmos direitos dos homens,
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pois eram frágeis. Ela era a única mulher negra presente na Convenção dos Direitos
das Mulheres, realizado em Ohio, nos Estados Unidos, em 1851. (RIBEIRO, 2016).
Em seu discurso, ela evidencia as marcas deixadas nos corpos das mulheres
negras, lócus onde a escravidão igualava homens e mulheres no trabalho pesado,
nas surras, na violência:

Eu lavrei, plantei e ceifei para celeiros e nenhum homem podia ajudar-me! E


não sou eu mulher? Podia trabalhar tanto e comer tanto como um homem –
quando podia fazê-lo – e suportar o chicote também! E não sou eu mulher?
Dei à luz treze crianças e vi a maior parte delas serem vendidas para a
escravatura, e quando chorei a minha dor de mãe, ninguém senão jesus me
ouviu! E não sou eu mulher? (DAVIS, 2013, p. 50).

Em sua fala, Sojourner Truth lembrou aos homens brancos e às mulheres


brancas feministas que as mulheres negras já trabalhavam fora de casa há muito
tempo, e que recebiam o mesmo tratamento que era destinado aos homens negros,
evidenciando que as diferenças entre os sexos são práticas sociais construídas. O
discurso de Sojourner ajuda a compreender a invisibilidade das mulheres negras e
suas lutas, assim como os obstáculos que as impedem de se tornarem pessoas de
direitos, mesmo dentro dos movimentos de mulheres.
Neste sentido, Djamila Ribeiro destaca a importância do trabalho teórico-
analítico de feministas negras, pois contribui de forma a evidenciar as opressões
sobre as mulheres e suas combinações de gênero, raça e classe. De acordo com a
autora, somente um olhar interseccional sobre as discriminações irá contribuir para
ultrapassar os obstáculos da invisibilidade que arrebata a vida de muitas mulheres.
(RIBEIRO, 2016).
A principal contribuição do movimento negro de mulheres na sua luta foi a de
buscar combater a discriminação de raça e gênero, fator predominante em relação
aos números que determinam a pobreza no Brasil, que tem cor: é preta! O racismo
adoece, mata e elimina todas as formas de melhorias e acesso ao bem viver, sem
falarmos que toda a produção existente sobre feminismo só contemplava as
feministas brancas na época, contribuindo com o silêncio das pautas exigidas pelas
mulheres negras.
Tendo esse panorama dos movimentos mencionados nesta produção textual,
os direitos humanos seriam então um sonho? Colocado com uma máscara do
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convite à estrutura hegemônica de privilégios a alguns e lutas históricas e


contemporâneas a outros. O fato é que, se direitos humanos são sonhos utópicos,
os movimentos sociais em torno deles são de fato concretos e resistentes.
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