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Água Mel, uma doce tradição em Mértola

Há muito que ansiava por uma reportagem sobre a ÁGUA MEL, há tempos
"encomendada" ao meu amigo Osvaldo Silva.

Basicamente resultava do aproveitamento do mel residual que ficava nas ceras,


após a prensagem dos favos dos cortiços. Esse doce tabu, não só produzido pelas
abelhas mas por estas em parceria com o apicultor.

Não pode (ou não deve?) ser vendido, "Bruxelas" não acha muita graça ao facto,
ainda por cima se trata de uma das últimas especialidades tradicionais que ainda
não foi desvirtuada por essa tendência que tem extinguido o mundo rural e que
começou há uns anos atrás com as maçãs normalizadas.

Aproveitem, é bastante doce e agradável, além disso estamos na Páscoa...

...

Após uma conversa com o amigo Pifano sobre este tema, foi por mãos à obra e
tentar procurar entre os apicultores alguém que fizesse água-mel.
Felizmente aqui em Mértola ainda há quem se dedique a produzir tal
especialidade, embora na sua maioria seja apenas para a família e amigos. Depois
de uma conversa com um apicultor, foi só marcar um dia e o local.

A pequena aldeia da Morena no Concelho de Mértola foi o local onde se passou a


acção.

No dia 8 de Junho pelas 10:30 da manhã cheguei ao local combinado (mas já um


pouco atrasado, mas só no fim é que percebi porquê) e já lá estavam à minha
espera o Sr. Avelino Rodrigues e a sua esposa, Dª Maria de Jesus.

Já há muitos anos que fazem água mel da mesma forma que aprenderam com os
seus antepassados. A produção é apenas para consumo próprio e para dar a
alguns familiares e amigos.

Há várias maneiras de se fazer água-mel, mas seguidamente vou descrever e


ilustrar o que assisti, ajudei e no fim degustei.

Às 10:45 colocamos um recipiente com água ao lume.


Às 11 horas começamos
por lavar com água a ferver a cera dos opérculos e de alguns quadros “velhos”,
com pólen, ou melhor pão de abelha.
Depois retirou-se a cera e filtrou-se a água.
Terminada esta tarefa às 12 horas deixamos repousar essa água durante 6 horas.
Deu-nos tempo para almoçar e ver depois ali próximo os famosos “zangarreiros”.

Zangarreiros… assunto deveras interessante e que, espero eu, seja tema de uma
reportagem para breve no Montedomel.
Às 18:00 voltamos a filtrar a água e colocou-se ao lume até ferver. Assim que
começou a ferver colocou-se em lume brando e retirou-se a espuma com um
passador à medida que esta foi aparecendo
Aproveitamos neste intervalo para fazer um lanche no final da tarde, pois ainda
faltavam algumas horas.
Às 21:30 colocamos a
casca de laranja de 3 laranjas, um pouco de ervas doces em grão, uma pitada de
ervas doces moídas e um pau de canela dentro de uma bolsa, para não se
espalhar pela água.
Continuou-se a retirar a espuma.
Às 23:00 começou a
ficar em “ponto de pérola”, como a dona Maria lhe chamou.

O teste é efectuado com uma colher, deixando cair para um prato algumas gotas
para verificarmos se está mais espessa e consistente do que a água.

Às 23:30 apagou-se o
lume, voltamos a filtrar tudo para dentro de outra panela e deixamos repousar
até à manhã seguinte.
Depois nessa manhã
voltamos a retirar a espuma que se formou e podemos finalmente encher os
frascos de água-mel.

Espero com este pequeno trabalho poder contribuir de alguma forma para que
não se perca uma das nossas valiosas tradições.

Quero agradecer ao Sr. Avelino e à Dona Maria, pela sua disponibilidade em


demonstrar como se faz água-mel, bem como ao Joaquim por ter colocado esta
“batata-doce” nas minhas mãos.

Osvaldo Pantaleão Silva

http://montedomel.blogspot.pt/2012/04/agua-mel-uma-doce-tradicao-em-
mertola.html

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