Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
SUBTEMAS
1) No caso de parentesco entre o integrante do quadro
societário da empresa com algum membro da comissão
de licitação;
2) No caso de parentesco entre o integrante do quadro
societário da empresa com Vereador do Município que
efetue a contratação;
3) No caso de parentesco entre o integrante do quadro
societário da empresa com o Prefeito do Município que
efetue a contratação;
4) No caso de parentesco entre o integrante do quadro
societário da empresa com algum servidor (efetivo ou
comissionado) do órgão que efetue a contratação;
INTRODUÇÃO
A Lei de Licitações (Lei n.º 8.666/93), em seu artigo 9º, evidencia quais são
os casos de impedimentos em procedimentos licitatórios, seja com atuação direta ou
indireta no certame.
Colaciona-se, pois o referido dispositivo:
Rua 23 esq c/ Av. B, qd. 06, lts. 15/24, Jardim Goiás, Goiânia – GO. CEP.: 74805/100. Fone: (62) 3243 –
8504/3243 – 8057
E - mail: caopps@mp.go.gov.br
________________________________________________________________________________
Isto é, a Administração Pública não possui liberdade ilimitada nas
contratações de pessoas que guardem grau de parentesco com servidores,
dirigentes e agentes políticos que integram a entidade contratante.
É imperioso lembrar que todo gestor público tem o dever de demonstrar na
licitação que promoveu a maior competitividade possível, sendo que nesses casos
envolvendo parentes e pessoas com ligação íntima com membros do ente que promove o
certame, torna-se razoável demandar que o procedimento transcorra com cautela extra,
buscando impecável lisura e probidade.
Destarte, entende-se que o impedimento de participação nas licitações de
parentes de servidor público integrante do órgão promotor do certame é de ordem
relativa e não absoluta, de modo que a infração aos princípios da moralidade e da
isonomia (bens jurídicos tutelados pela norma) restará efetivamente configurada quando
as circunstâncias do caso concreto evidenciarem o favoritismo espúrio ou a
influência indevida do agente público em favor de seu parente.
Entende-se que, apesar de tratar-se de impedimento relativo, a referida
hipótese exige a observância dos princípios da administração pública, que podem restar
dilacerados, quando o gestor não lograr êxito em demonstrar, de maneira inconteste, o
respeito a tais mandamentos, possibilitando possível ocorrência de influências nocivas ao
certame.
Mesmo porque violar princípios revela-se tão – ou até mais – grave quanto
desconsiderar dispositivo de regra. Esse é, aliás, o entendimento do jurista Celso Antônio
Bandeira de Mello1, para quem “violar um princípio é muito mais grave que transgredir
uma norma qualquer. A desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um
específico mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos”.
Nessa mesma linha de intelecção, é o magistério do jurista José dos Santos
Carvalho Filho, que, citando Marçal Justen Filho, afirma que:
Por força do disposto no art. 29, inciso IX, c/c com o art. 54, incisos I e II, da
Constituição Federal, é vedada a participação em licitação e a consequente realização de
obra ou fornecimento de bens e serviços – decorrente de contrato firmado com pessoa
jurídica de direito público do Município – de pessoa física do Vereador ou de empresa da
qual seja proprietário, diretor ou que nela exerça função remunerada.
Os Vereadores, destarte, estão obstados de participar de procedimento
licitatório, quanto menos de celebrar contratos com a Administração Pública que
estão vinculados, considerando que a execução contratual sucede a própria
participação na licitação.
Salienta-se que o art. 29, inciso IX, da CF/1988 determina que as regras
impostas aos membros do Congresso Nacional 5 se aplicam, no que couber, aos
integrantes do Poder Legislativo Municipal:
7
Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos.10ª edição. São Paulo: Dialética, 2004 –
p. 191.
Rua 23 esq c/ Av. B, qd. 06, lts. 15/24, Jardim Goiás, Goiânia – GO. CEP.: 74805/100. Fone: (62) 3243 –
8504/3243 – 8057
E - mail: caopps@mp.go.gov.br
________________________________________________________________________________
10
Acórdão nº. 934/2011, Plenário, Rel. Min. Augusto Nardes.
11
STJ – REsp 254115/SP, Rel. Ministro GARCIA VIEIRA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/06/2000, DJ
14/08/2000, p. 154
Rua 23 esq c/ Av. B, qd. 06, lts. 15/24, Jardim Goiás, Goiânia – GO. CEP.: 74805/100. Fone: (62) 3243 –
8504/3243 – 8057
E - mail: caopps@mp.go.gov.br
________________________________________________________________________________
Público do qual fazem parte, seja por meio de empresa/comércio próprio, ou por meio
de sociedade que integrem. Ainda que proprietários de empresas ou que tenham
participação em sociedade, não podem sequer participar do processo de licitação, menos
ainda firmar contrato com o Poder Público, considerando que a execução contratual
sucede a própria participação na licitação.
Nessa mesma esteira, é possível afirmar que a participação de empresa
cujo sócio tenha vínculo de parentesco com servidor da entidade licitante afronta,
por interpretação analógica, o disposto no art. 9º, inciso III, da Lei 8.666/1993.
De forma que, nem mesmo a alteração do contrato social no curso do
certame descaracterizaria a irregularidade, constituindo indício de simulação e fraude à
licitação.12
CONCLUSÃO
Rua 23 esq c/ Av. B, qd. 06, lts. 15/24, Jardim Goiás, Goiânia – GO. CEP.: 74805/100. Fone: (62) 3243 –
8504/3243 – 8057
E - mail: caopps@mp.go.gov.br