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A Fé Reformada e o Ecumenismo
Calvino e o Ecumenismo
Sua negociação com Bullinger, sucessor de Zuínglio em Zurique, foi responsável pela
união de todo o protestantismo suíço no tocante à doutrina da santa ceia. Convidado, em
1552, pelo reformador e arcebispo anglicano inglês Thomas Cranmer para participar de
entendimentos direcionados a uma união doutrinária entre todos os ramos protestantes,
respondeu de forma entusiasta: “Assim é que, estando divididos os membros da igreja,
o corpo fica sangrando. Isso me preocupa tanto que, se eu pudesse prestar algum
serviço, não hesitaria em atravessar dez mares”.
Posteriormente, buscando unificar a atuação social das igrejas, assim como iniciar um
diálogo doutrinário entre as mais diversas tradições cristãs, foram organizados os
movimentos “Vida e Obra” e “Fé e Ordem”. Ambos os movimentos se uniram,
formando, em 1948, o Conselho Mundial de Igrejas (CMI). Em 1961, o Conselho
Missionário Mundial filiou-se ao CMI. Hoje, o Conselho Mundial de Igrejas é o maior
órgão ecumênico do mundo, reunindo 349 igrejas protestantes e ortodoxas em 110
paises, contando com mais de 560 milhões de cristãos . A Igreja Católica Romana não
integra o rol de membros do CMI, dialogando, entretanto, com o órgão ecumênico.
Após o doloroso cisma de 1903, cujo resultado foi à organização da Igreja Presbiteriana
Independente, Eduardo Carlos Pereira continuou sustentando posturas relativamente
ecumênicas. Por ocasião do Congresso do Panamá, evento realizado em 1916 e que
reuniu boa parte do protestantismo latino-americano assim como várias agências
missionárias, criticou de forma clara a divisão existente entre os protestantes: “Um
protestantismo dividido, intolerante, fraco e desgarrado por causa de um espírito
sectário é de pouca ajuda para o progresso da América Latina”, afirmou o patriarca do
presbiterianismo independente.
Mesmo sendo um crítico contumaz da Igreja Católica Romana, era capaz de considerar
aquela igreja do início do século 20, impregnada pelos ideais conservadores do Concilio
de Trento, como um ramo do cristianismo. Segundo Antonio Gouvêa Mendonça, a
opinião central de Eduardo Carlos Pereira a respeito da Igreja Católica, a par de suas
fortes críticas, era a seguinte: “A Igreja Católica merece ser reconhecida como um dos
grandes ramos do cristianismo por conservar os credos, os grandes dogmas da
cristandade e por seu valor de guardiã da idéia cristã e que ela, por suas crenças, tem
produzido no seu seio numerosos caracteres nobres”.
Devido ao golpe militar de 1964, a IPI do Brasil, da mesma forma que outras
denominações evangélicas, experimentou um período de fechamento, sendo o
ecumenismo associado a movimentos “subversivos”.
(andretaoliveira@bol.com.br)
Fontes