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Curso de Manipulação de Medicamentos e

Cálculos Farmacêuticos.

M.Sc Dalila Cunha de Oliveira

2017
Sumário

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 1
Finalidade do medicamento manipulado ..................................................................................... 2
Legislação ................................................................................................................................... 5
BIOSSEGURANÇA ........................................................................................................................ 7
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRÕES (POP) ................................................................... 9
Manipulação de medicamentos ................................................................................................. 13
FARMACOTÉCNICA.................................................................................................................... 15
FORMA SEMISSÓLIDAS ......................................................................................................... 16
CÁPSULAS ............................................................................................................................. 18
MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO ............................................................................................ 19
MÉTODO HAHNEMANNIANO................................................................................................................21
GLÓBULOS ...........................................................................................................................................24
HOMEOPATIA LÍQUIDA ........................................................................................................................25
CONTROLE DA QUALIDADE ...................................................................................................... 26
CÁLCULOS APLICADOS À MANIPULAÇÃO DE MEDICAMENTOS ................................................. 29
FATOR DE CORREÇÃO ........................................................................................................... 32
FATOR DE EQUIVALÊNCIA .................................................................................................... 34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................... 35

Curso de Manipulação de Medicamentos e Cálculos Farmacêuticos


Profa. Dalila Cunha de Oliveira (Pharm. D., M. Sc.)
IBAP Cursos - www.institutobiomedico.com
INTRODUÇÃO

A Farmácia Magistral (também designada Farmácia de Manipulação) é uma das


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áreas de atuação do farmacêutico. Nesta área o Brasil é atualmente referência mundial.

Dados do Conselho Federal de Farmácia de 2013 apontam que existem no Brasil

cerca de 5,8 mil farmácias de manipulação, juntos esses estabelecimentos manipulam

cerca de 60 milhões de receitas anualmente.

As normas e legislação que regem as atividades de produção de medicamentos

nas farmácias magistrais sofrem constantes atualizações, caracterizadas por rigor

crescente e apoiado por fiscalização atuante. Deve se considerar a importância do nível

técnico-científico que os farmacêuticos no setor precisam alcançar com contínuo

desenvolvimento e aperfeiçoamento profissional.

O processo magistral se trata do conjunto de operações e procedimentos

realizados em condições de qualidade e rastreabilidade de todo o processo que transforma

insumos em medicamentos, para dispensação direta ao usuário ou a seu responsável,

com orientações para seu uso seguro e racional.

A farmácia se trata de um estabelecimento onde se realiza a manipulação de

fórmulas magistrais e oficinais, o comércio de medicamentos, insumos farmacêuticos e

correlatos, incluindo sua dispensação.

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O processo magistral é seguro pois é baseado em procedimentos rigorosos por

profissionais especializados e preparados ao desempenho de suas funções, legitimamente


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amparadas pela legislação em vigor.

O farmacêutico é o profissional responsável por todo o processo de preparação

do medicamento na farmácia magistral, incluindo a prestação de serviços como a atenção

farmacêutica, contudo os estabelecimentos que realizam a manipulação de medicamentos

ainda contam com colaboradores de áreas técnicas e administrativas.

Finalidade do medicamento manipulado

No Brasil como em todo mundo centenas de milhares de prescritores das mais

diversas especialidades, entre outros profissionais também habilitados para prescrição,

beneficiam pacientes prescrevendo medicamentos que precisam ser preparados ou

customizados por farmácias altamente especializadas, e popularmente conhecidas tanto

no meio científico como pela população em geral como Farmácias de Manipulação.

A manipulação de medicamentos é importante para a produção de formulações

prescritas, atendendo individualmente a necessidade de cada paciente.

O farmacêutico da área magistral exerce um papel importante na produção do

medicamento magistral, as suas responsabilidades vão desde a responsabilidade crítica

da produção e adequação ou customização de medicamentos com dosagens e

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apresentações específicas para cada paciente, atendendo a individualidade de cada um,

porém seguindo estritamente as orientação e prescrição médica.


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As vantagens para a utilização dos medicamentos manipulados são inúmeras.

Dentre elas podemos citar:

• Adequação das doses de acordo com a necessidade de cada paciente.

• Rótulo personalizado.

• Formas farmacêuticas diferenciadas e adequadas para cada paciente.

• Associação de princípios ativos compatíveis.

• Manipulada a quantidade exata para o período de tratamento prescrito pelo médico

evitando a automedicação.

• Terapia ideal para pacientes especiais (casos em que o médico não tem alternativa

para prescrição), como por exemplo diabéticos que necessitam de medicamentos

sem açúcar, idosos e crianças com dificuldade de deglutição e pacientes poli

medicados que necessitam de associações.

• Cápsulas em cores variadas para diferenciar os medicamentos e horários de

administração.

Dentre os inúmeros benefícios da utilização de medicamentos manipulados pode-

se exemplificar a possibilidade de auxiliar no tratamento das crianças. As apresentações

farmacêuticas convencionais como comprimidos e as cápsulas (industrializados) podem


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trazer a dificuldade para a deglutição e administração em crianças. Apresentações mais

práticas de administração como xaropes e suspensões manipuladas e até mesmo, em


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alguns casos especiais balas, pirulitos e géis com as mesmas dosagens eficácia e

segurança, garantindo assim, maior comodidade posológica, maior cumprimento da

terapêutica escolhida e consequentemente maior e melhor possibilidade de êxito do

tratamento. Vale ressaltar que a substituição da forma farmacêutica deve ser realizada

pelo profissional que prescreveu o medicamento.

A manipulação de medicamentos de uso veterinário é outra grande vantagem da

farmácia de manipulação. Não existem muitos medicamentos disponíveis e específicos

para uso veterinário e quando existem atendem uma pequena gama de patologias. Na

maioria dos casos, a única opção eficaz, segura e adequada para o tratamento do animal

é uso da prestação de serviço da Farmácia e dos medicamentos manipulados que oferece

a possibilidade de preparação dos medicamentos mais atrativos, resultando numa maior

adesão ao tratamento e melhor promoção da saúde.

Dessa forma, a manipulação de medicamentos traz diversos benefícios,

promovendo uma série de vantagens para a saúde coletiva, como maior adesão do

paciente ao tratamento, e maior chance de êxito na terapia medicamentosa.

Quanto à qualidade e a segurança dos medicamentos magistrais, nos últimos

anos grandes passos têm sido dados. As farmácias magistrais e os medicamentos

produzidos por ela fazem parte de um setor altamente regulado, permanentemente


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inspecionado por órgãos reguladores. Sendo assim todos os colaboradores que trabalham

em farmácia de manipulação devem ser constantemente treinados para executar a


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manipulação dos medicamentos de maneira adequada e com qualidade atendendo a

legislação vigente.

Todas as vantagens oferecidas pelo medicamento magistral, produzidos com a

qualidade prevista na legislação somente é possível devido a atuação de profissionais da

saúde competentes, e exclusivamente pela atuação de farmacêuticos.

Portanto compete ao farmacêutico realizar a prestação de serviços de uma

maneira articulada ao contexto social, com total autonomia técnico-científica, respeitando

os princípios éticos que norteiam a profissão, nesse contexto o farmacêutico deve ser

responsável por todo o processo de manipulação magistral e pela garantia da qualidade.

Legislação

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) regulamenta o

funcionamento das farmácias magistrais com o objetivo de garantir a qualidade e

segurança dos medicamentos manipulados.

O primeiro instrumento regulatório no setor magistral foi a Resolução de Diretoria

Colegiada (RDC) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), RDC 33/2000 que

estabeleceu um marco para que se instituíssem as Boas Práticas em Farmácia de

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Manipulação, a partir daí houve movimentação constante de atualização. A RDC atual é a

RDC 67/2007 que revogou a RDC -33/2000 e foi complementada pela RDC 87/2008.
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A legislação que regulamenta a atividade farmacêutica está constantemente

sofrendo alterações.

No ano de 2009 foi publicada a RDC 44 que está relacionada com Boas Práticas

Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da

comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e

drogarias além de trazer outras providências.

No ano de 2011 a RDC 52 foi publicada proibindo determinadas substâncias e

recentemente no ano de 2016 a RDC 103 atualizou a lista de substâncias Entorpecentes,

Psicotrópicas, Precursoras e Outras sob Controle Especial da Portaria SVS/MS nº 344, de

12 de maio de 1998, e dá outras providências.

Tanto as Farmácias como os Farmacêuticos Magistrais são profissionais que

também são sistematicamente fiscalizados pelo Conselho Federal de Farmácia e

respectivas representações regionais, onde avalia-se o cumprimento das normas e

legislação vigente.

O Profissional atuante na área magistral deve estar ciente de TODAS as

legislações vigentes bem como as atualizações que ocorrem frequentemente, conhecer

profundamente e se familiarizar com o conteúdo presente nas normas é imprescindível

para uma atuação dentro das conformidades estabelecidas pela legislação.


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O conteúdo integral de cada RDC e da legislação pertinente às farmácias

magistrais podem ser facilmente acessados pela internet. Contudo, algumas entidades
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oficiais ligadas ao profissional farmacêutico como a Associação dos Farmacêuticos

Magistrais (ANFARMAG), Conselho Federal de Farmácia (CFF), bem como as entidades

federais oficiais como a Associação Nacional de Vigilância sanitária (ANVISA) e a entidades

municipais como a Vigilância Sanitária (VISA) disponibilizam em seus respectivos web

sites as atualizações e legislações vigentes que regulamentas a prática nas farmácias

magistrais.

BIOSSEGURANÇA

As práticas de biossegurança adotadas em laboratórios se baseiam na

necessidade de proteger os colaboradores, o meio ambiente e a comunidade da exposição

a agentes presentes nestes locais e que representam possíveis riscos. Por isso, os

profissionais que atuam nessa área necessitam receber treinamento adequado e

atualizações constantes sobre as técnicas que devem ser adotadas para manter o

ambiente seguro.

Um profissional de saúde que não lava suas mãos com a frequência adequada ou

descarta resíduos de maneira incorreta contribui para o surgimento de riscos de

contaminação e de acidentes.

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A farmácia deve dispor de Programa de Biossegurança, devidamente implantado,

de acordo com legislação específica, mantendo procedimentos operacionais padrões bem


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descritos com relação a biossegurança visando minimizar os riscos ocupacionais inerentes

a todas as atividades desenvolvidas dentro da farmácia.

A farmácia deve ter um Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

(PCMSO) abrangendo todos os funcionários diretamente envolvidos na manipulação de

substâncias e produtos de alto risco e a exigência de adequação da empresa às normas

regulamentadoras de saúde do trabalho (NRs). Além do uso de equipamentos de proteção

individual apropriados, condizentes com os riscos, os controles e o volume de trabalho,

incluindo treinamentos informando quanto ao uso correto dos equipamentos de proteção

individual e coletiva, visando proteção e segurança dos manipuladores.

Existem normas específicas para o controle de resíduos gerados por atividades

ligadas à saúde, essas normas englobam as atividades realizadas na farmácia de

manipulação, sendo que o não cumprimento das regras estabelecidas são caracterizadas

como infração sanitária. Sendo assim, os profissionais que trabalham em farmácia de

manipulação devem conhecer a fundo os conteúdos estabelecidos na legislação.

A RDC/ANVISA nº 306, de 7 de dezembro de 2004 dispõe sobre o Regulamento

Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.

A manipulação de medicamentos gera resíduos químicos sendo de

responsabilidade da farmácia prover o controle e correta disposição dos mesmos. Como


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exemplo podemos citar os resíduos provenientes da manipulação de citostáticos,

hormônios e antibióticos, essas classes medicamentosas e correta disposição desses


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resíduos estão detalhado na RDC 306 de 2004.

Além disso, deve-se realizar um gerenciamento com o intuito de minimizar a

produção de resíduos além de estabelecer procedimentos para o descarte seguro dos

resíduos gerados no processo de manipulação de medicamentos de forma eficiente

visando a segurança do trabalhador, a preservação da saúde pública, dos recursos

naturais e do meio ambiente. Incluindo a preparação de processos operacionais padrões

visando a padronização do tratamento de resíduos.

Portanto as normas relacionadas ao gerenciamento de resíduos também devem

ser bem conhecida pelos profissionais atuantes na área magistral.

PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRÕES (POP)

Procedimento operacional padrão (POP) se trata da descrição pormenorizada de

técnicas e operações a serem utilizadas na farmácia, visando proteger, garantir a

preservação da qualidade das preparações manipuladas e a segurança dos

manipuladores.

A ANVISA preconiza que as farmácias devem possuir recursos humanos,

infraestrutura física, equipamentos e procedimentos operacionais padrões que atendam

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às recomendações do REGULAMENTO TÉCNICO QUE INSTITUI AS BOAS PRÁTICAS DE

MANIPULAÇÃO EM FARMÁCIAS.
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Os objetivos para o desenvolvimento de POP são:

• Estabelecer uniformidade na execução de um processo ou função;

• Instruções detalhadas descritas para alcançar a uniformidade na produção ou

prestação de serviço

• Ser controlado e limitado aos seus usuários, e eventuais revisões e atualizações

devem ser devidamente aprovadas antes da implementação.

Tabela. Exemplo de Procedimento Operacional Padrão:

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO N° 01

Emissor: Emitido em:

Revisor:

Página 1/1 Substitui POP: n°:

Revisado em: 16/12/2016 Aprovado em: 16/12/16

TITULO: Treinamento para preparação de POP em Farmácia de

Manipulação

1. Objetivo

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Definir as normas a serem aplicadas para a emissão de Procedimentos

Operacionais Padrão (POPs) de todos os setores da farmácia de manipulação.


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2. Responsabilidades:

Diretor Técnico (Farmacêutico Responsável)

Diretor Administrativo

3. Departamentos Envolvidos: Administrativo Técnico

4. Documentos de Referência:

ANFARMAG - Boas práticas de manipulação - 1 a edição - 1997.

GUIA PRATICO DA FARMACIA MAGISTRAL Phamabooks. 4ED. 2011

5. Material Necessário: Não se aplica

Abreviações: POP - Procedimentos Operacionais Padrão)

Elaborado por: (assinatura) Revisado por: (assinatura)

Os itens que compõem os Procedimentos Operacionais Padrões podem ser os

seguintes:

• Cabeçalho contendo o tipo do documento,

• Datas da elaboração, aprovação e autorização ou revisão,

• Título

• Logotipo da empresa ou instituição

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• Objetivos, campo de aplicação, abrangência ou aplicabilidade,

responsabilidades,
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• Área responsável, responsáveis,

• Abreviações, definições, descrição dos procedimentos, referências e

anexos.

• A paginação, a versão e o número da última revisão podem estar no

rodapé ou no início do documento.

Cada item deve ser redigido de maneira clara e detalhada, possibilitando assim a

reprodutibilidade do procedimento ou prestação de serviços. Portanto a elaboração do

POP para todas as atividades ligadas a manipulação de medicamentos e prestação de

serviços ligados à farmácia magistral é indispensável.

Leitura Complementar:

Silva, F.C.; Rosa, L.P.; Rocha, M.P.; Leite, M.F. Adequação de protocolos de

biossegurança em farmácia de manipulação do interior da Bahia com base na RDC

67/2007 Revista Eletrônica de Farmácia Vol. X (2), 01 - 23, 2013.

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Manipulação de medicamentos

O processo de manipulação magistral é constituído de diversas etapas, que devem


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ser bem descritas na forma de processos operacionais padrões e documentado na forma

de registros.

A rastreabilidade é um processo imprescindível para a produção de formulações

magistrais, sendo um conjunto de informações que permite o acompanhamento e revisão

de todas as etapas do processo da preparação magistral garantindo que o medicamento

seja produzido com qualidade, segurança e eficácia.

Sendo assim, as etapas do processo de manipulação de medicamentos devem ser

devidamente registradas, permitem que se alcance a rastreabilidade da cadeia de

produção magistral dentro da farmácia magistral. Essa cadeia compreende um processo

de análise, acompanhamento, verificação e registro desde matérias-primas e embalagens

que compõem o produto final até o serviço de atenção farmacêutica realizada no

momento da dispensação, com informações que demonstrem o sistema de qualidade

envolvido na preparação que estão inseridos dentro das boas práticas de manipulação.

As Boas práticas de manipulação são um conjunto de medidas que visam

assegurar que os produtos manipulados sejam consistentemente manipulados e

controlados, com padrões de qualidade apropriados para o uso pretendido e requerido na

prescrição.

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Dentre os processos necessários para a produção das formulações magistrais vale

ressaltar:
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a) Leitura e interpretação de um pedido ou prescrição, o que pode incluir contato com

o prescritor, além de ouvir as preferências e/ou limitações do paciente, de forma

a esclarecer ou acrescentar informações necessárias ao atendimento do pedido;

b) Verificação da adequação de dosagem, posologia, forma farmacêutica e via de

administração;

c) Emissão de documentos pertinentes à preparação do medicamento: ficha de

pesagem ou manipulação, rótulo e registros correspondentes, com os respectivos

cálculos, definição de embalagens e equipamentos necessários ao processo;

d) Conferência de documentos e escrita na ficha de pesagem ou manipulação de

quaisquer dados necessários ao preparo da fórmula; a ordem de manipulação deve

conter todos os dados necessários ao preparo e rastreabilidade das etapas do

processo de manipulação, bem como espaço para registro dos responsáveis pelas

operações (pesagem, homogeneização, embalagem, rotulagem, etc.);

e) Pesagem, medição, mistura e/ou homogeneização, aquecimento, resfriamento,

encapsulamento, etc., de acordo com a farmacotécnica específica da forma

farmacêutica e o estabelecido na ordem de manipulação;

f) Embalagem;

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g) Controle visual do produto (volume, quantidade, aspecto, cor, etc.) e controle de

especificações (pH, peso médio, viscosidade) quando aplicável;


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h) Rotulagem principal e acessória (tarjas e recomendações) e conferência com

respectiva Ordem de Manipulação e pedido;

i) Armazenamento da fórmula pronta;

j) Conferência, dispensação e orientação ao paciente.

FARMACOTÉCNICA

Farmacotécnica é a ciência que estuda o preparo dos medicamentos, a forma

farmacêutica e as incompatibilidades físicas e químicas.

Englobando atividades de manipulação de princípios ativos e de matérias-primas

suplementares para a constituição de um medicamento. Produzindo o medicamento e sua

padronização para que ele possa ser produzido outras vezes de forma idêntica à original.

Todos os insumos utilizados na manipulação de medicamentos devem passar por

testes no laboratório de controle de qualidade. Seguindo as etapas descritas na legislação

vigente, após a chegada do insumo na farmácia, o mesmo deve passar pelo controle de

qualidade onde serão realizadas análises físico-químicas e microbiológicas, se os mesmos

estiverem dentro das especificações, serão aprovados para a utilização onde serão

inseridos nas formulações e manipulados conforme a demanda nos respectivos

laboratórios.
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FORMA SEMISSÓLIDAS

Existem diversas formas de formulações semissólidas e líquidas, também


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denominadas bases, onde um fármaco ou princípio ativo será inserido compondo um

medicamento. Cabe a farmácia e ao farmacêutico avaliar a prescrição antes de preparar

a formulação verificando incompatibilidades químicas.

São preparações farmacêuticas, que têm a capacidade de adesão à superfície de

aplicação (pele e mucosas) por um período razoável de tempo antes de serem removidas

por lavagem ou devido ao uso.

Veja a seguir as definições das formas farmacêuticas semissólidas e líquidas de

uso externo ou tópico mais utilizadas na farmácia de manipulação.

Emulsão: Forma farmacêutica líquida de um ou mais princípios ativos que

consiste de um sistema de duas fases com pelo menos dois líquidos imiscíveis e no qual

um dos líquidos é disperso na forma de pequenas gotas (fase interna ou dispersa) no

outro líquido (fase externa ou contínua). Normalmente é estabilizada por meio de um ou

mais agentes emulsificantes.

Gel: Forma farmacêutica semissólida de um ou mais princípios ativos que contém

um agente gelificante para fornecer viscosidade a um sistema no qual partículas de

dimensão coloidal - tipicamente entre 1 nm e 1 µm - são distribuídas uniformemente. Um

gel pode conter partículas suspensas.

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Loção: Preparação líquida aquosa ou hidroalcoólica, com viscosidade variável,

para aplicação na pele, incluindo o couro cabeludo. Pode ser solução, emulsão ou
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suspensão contendo um ou mais princípios ativos ou adjuvantes.

Pasta: É uma pomada contendo grande quantidade de sólidos em dispersão

(pelo menos 25%). Deve atender às especificações estabelecidas para pomadas.

Pomada: Forma farmacêutica semissólida, para aplicação na pele ou em

membranas mucosas, que consiste da solução ou dispersão de um ou mais princípios

ativos em baixas proporções em uma base adequada, usualmente não aquosa.

Como pode-se notar existem variadas formas farmacêuticas semissólidas, os

preparos dessas formulações seguem metodologias específicas para cada tipo de base

onde posteriormente o(s) insumo(s) será(ão) inserido(s) compondo o medicamento

manipulado. A técnica de preparo de cada formulação deve ser descrita em procedimentos

operacionais padrão e os funcionários que manipulam as formulações devem receber

treinamentos para a correta execução e preparo da formulação. Ressaltando que ao final

de cada preparação a formulação deve passar por uma etapa de controle de qualidade

no qual deve-se registrar, no mínimo, a descrição das características organolépticas da

formulação, além de incluir o pH e o peso.

O Formulário Nacional da Farmacopeia Brasileira é um material bibliográfico que

contem maiores informações contendo informações detalhadas sobre os componentes

das formulações, especificidade e detalhes da farmacotécnica de cada uma dessas bases.


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Leitura complementar

OKUYAMA, Sybelle S. K., MORO, Claudia M. C.. Proposta de padronização para o


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preparo de medicamentos na farmácia magistral: formas farmacêuticas semissólidas e

líquidas, Programa de Pós Graduação de Tecnologia em Saúde - PPGTS, Pontifícia

Universidade Católica do Paraná (PUCPR),Brasil.

CÁPSULAS

As cápsulas são receptáculos obtidos por moldagem que podem ter consistência

dura ou mole, são encontradas em diversos tamanhos utilizadas como invólucros para

medicamentos em doses pré-definidas que serão utilizados por via oral. Contêm duas

seções cilíndricas (corpo e tampa) que se encaixam, são arredondadas. Preenchida com

princípios ativos e excipientes na forma sólida.

As cápsulas de gelatina dura superam, em quantidade, todas as outras formas

farmacêuticas sólidas dispensadas em farmácia de manipulação, a qualidade destas

passou a ser controlada com maior atenção após a publicação da RDC 67 de 8 de outubro

de 2007 (Brasil, 2007), que estabeleceu os procedimentos para garantia da qualidade de

produtos manipulados.

• A encapsulação é o processo em que as matérias primas pesadas e

homogeneizadas são acondicionadas nas cápsulas adequadas.

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• Os insumos juntamente com os excipientes devem passar por um processo de

homogeneização.
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• Um dos métodos de enchimento utilizado em farmácias de manipulação é o Semi-

Industrializado que é constituído por um Encapsulador Manual, aparelho composto

por uma base e uma placa superior que contém orifícios com dimensões exatas

das cápsulas esse conjunto de placas são denominadas tabuleiros.

• A seguir, para realizar o enchimento das cápsulas deve-se distribuir os pós

(insumos + excipientes) preenchendo as cápsulas de maneira uniforme.

• Após o enchimento completo deve-se travá-las, limpá-las com papel absorvente

para remover qualquer resíduo.

• Após finalizado o processo a formula seguirá para um setor onde deve-se realizar

uma etapa de controle de qualidade avaliando as características da fórmula e o

peso médio.

MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO

É todo medicamento fabricado por meio da farmacotécnica homeopática, que

utiliza o princípio da similitude, que vem do termo similia similibus curantur, que significa

semelhante cura semelhante. O princípio da similitude, ou seja, do tratamento

homeopático é a utilização de um medicamento fabricado através da farmacotécnica

homeopática, que consiste em administrar ao doente animal ou mesmo vegetal, doses


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ultra diluídas e dinamizadas de substâncias que promovam a mesma enfermidade em um

ser saudável em concentrações maiores, para que assim o próprio organismo doente seja
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estimulado e promova a cura.

A farmacotécnica homeopática baseia-se em diluições seguidas de sucessões e/ou

triturações e dinamização seguidas, que de acordo com a Farmacopeia Homeopática

Brasileira (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA), 2011a)

apresentam finalidade preventiva e terapêutica.

Existem diversos métodos para a preparação do medicamento homeopático,

dentre eles: Método hahnemanniano; Método Korsakoviano (K); Método de fluxo contínuo

(FC). Nesse material inclui a descrição do procedimento de preparo da metodologia

hahnemanniana nas escalas decimal e centesimal por se tratar do tipo de medicamento

mais comumente prescrito.

O método hahnemanniano pode conter medicamentos com as escalas:

Escala centesimal (CH): apresenta a diluição de 1:100, 1 parte de insumo ativo

em 99 partes do insumo inerte;

Escala decimal (DH): é realizada a diluição de 1:10, 1 parte de insumo ativo em

9 partes do insumo inerte;

Escala cinquenta milesimal (LM): utiliza a proporção 1:50.000, 1 parte de insumo

ativo em 49.999 partes do insumo inerte.

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MÉTODO HAHNEMANNIANO

O método hahnemanniano é um processo de manipulação de medicamentos


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homeopáticos utilizado em farmácias homeopáticas, que utilizam as escalas centesimal,

decimal e cinquenta milesimal

Escalas centesimal e decimal em drogas solúveis, conforme a Farmacopeia

Homeopática Brasileira para drogas solúveis, utilizam-se os seguintes materiais: O ponto

de partida utilizado pode ser a tintura-mãe ou droga solúvel em insumo inerte com

solubilidade igual ou superior a 10% (DH) ou a 1% (CH);

Insumo inerte utilizado pode ser: Água purificada ou etanol em diferentes

graduações. Nas três primeiras dinamizações, para a escala centesimal e nas seis

primeiras para a escala decimal, será empregado etanol com mesmo título etanólico da

tintura-mãe ou, no caso de mineral solúvel, utilizar água purificada ou solução alcoólica

que o solubilize. Para estocar e preparar as demais formas derivadas utilizar etanol a 77%

(v/v) ou superior. Para a dispensação, quer na escala centesimal, que na escala decimal,

era utilizado etanol 30% (v/v). No caso de medicamentos nas potências até 3 CH e 6 DH

inclusive, dispensar no mesmo teor alcoólico do ponto de partida, colocando observação

que “deverá ser administrado diluído em água na hora do uso”.

Devem-se seguir os seguintes procedimentos:

01. Dispor sobre bancada tantos frascos quantos forem suficientes atingir a

dinamização desejada.
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02. Colocar em cada frasco volume de insumo inerte na proporção indicada [o

líquido a ser dinamizado deverá ocupar 2/3 da capacidade do frasco utilizado na


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preparação], respectivamente nas escalas centesimal e decimal.

03. Acrescentar no 1° frasco 1 parte do ponto de partida em 9 (DH) ou 99 (CH)

partes do insumo inerte. Sucussionar 100 vezes. Obtém-se assim 1 DH ou 1 CH.

04. Transferir para o 2° frasco 1 parte da 1 DH ou 1 CH em 9 ou 99 partes do

insumo inerte, respectivamente. Sucussionar 100 vezes. Obtém-se assim 2 DH ou 2 CH.

05. Transferir para o 3° frasco 1 parte da 2 DH ou 2 CH em 9 ou 99 partes do

insumo inerte. Sucussionar 100 vezes. Obtém-se assim 3 DH ou 3 CH.

06. Proceder de forma idêntica para as preparações [subsequentes] até atingir a

dinamização desejada.

Escalas centesimal e decimal em drogas insolúveis conforme a Farmacopeia

Homeopática Brasileira (ANVISA, 2011a) para drogas insolúveis utilizam-se os seguintes

materiais: O ponto de partida utilizado é a própria droga insolúvel, quando a solubilidade

for inferior a 10% (DH) ou 1% (CH) no insumo inerte líquido; Insumo inerte utilizado é a

trituração da lactose para a fase sólida, diluição e sucessão para a fase líquida. Deve-se

atentar para: Lactose nas três primeiras triturações para a escala centesimal e nas seis

primeiras para a escala decimal, salvo especificação de solubilidade contida na respectiva

monografia. A partir da 4 CH ou 7 DH, utilizar como insumo inerte etanol em diferentes

graduações.
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O triturado resultante do processo deve ser armazenado em frasco protegido da

luz solar e de forma bem fechada, e identificar com o nome da substância e a designação
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de primeiro triturado como 1CH ou 1DH, conforme a escala utilizada no preparo de acordo

a Farmacopeia Homeopática Brasileira para preparar o segundo triturado usa-se 1 parte

do 1° triturado e 9 partes de lactose para a produção de 2DH ou 99 partes de lactose

para 2CH, e repete-se o mesmo procedimento realizado para obtenção do 1° triturado.

Após o preparo do 2° triturado, deve-se também acondicionar bem fechado em

frasco, protege da luz solar e identificar com o nome da substância e 2CH ou 2DH,

conforme a escala utilizada no preparo (ANVISA, 2011a). E assim sucessivamente até a

6° trituração na escala decimal (DH), ou seja, 6DH, e até a 3° trituração na escala

centesimal, 3 CH. A partir de 3CH e 6DH deve-se solubilizar 1 parte do triturado em 80

partes de água destilada e completar com 20 partes de álcool 96% (v/v) e sucussionar

100 vezes. O produto desse processo será 4CH ou 7DH conforme a escala utilizada, em

solução hidroalcoólica a 20% (p/p) (ANVISA, 2011a). A Farmacopeia Homeopática

Brasileira determina que este medicamento recém-preparado não pode ser estocado.

Dinamizações realizadas a partir de 4CH e 7DH dos medicamentos homeopáticos

de substâncias insolúveis são realizadas em solução hidro alcoólica a 77% (v/v) quando

forem destinadas a estoque para futuras preparações ou em solução hidro alcoólica a

30% (v/v) para dispensação, como é determinado pela a Farmacopeia Homeopática

Brasileira.
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Os procedimentos acima descrevem a maneira de preparo das matrizes

homeopáticas, a partir das matrizes é que se manipula o medicamento destinado ao


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paciente. Os medicamentos para dispensação podem estar na forma sólida (glóbulos) ou

líquida.

As apresentações podem ser em de dose única de glóbulos, glóbulos, dose única

líquida ou líquida, entre outros como tabletes, pós, homeopatias de uso externo. Nesse

material você encontrará a forma de manipulação de glóbulos e homeopatia na forma

líquida, se tiver interesse em mais detalhes recomendo consultar a Farmacopeia

Homeopática Brasileira.

GLÓBULOS

Os glóbulos são uma forma farmacêutica sólida de sacarose ou de mistura de

sacarose e lactose, que possuem a forma esférica com pesos de 30 mg (n° 3), 50 mg (n°

5) e 70 mg (n° 7) como explica a Farmacopeia Homeopática Brasileira. O preparo do

medicamento homeopático sob a forma de glóbulos ocorre por meio de tríplice

impregnação. Previamente à impregnação deve-se preparar o insumo ativo líquido

(matriz), na dinamização desejada, em solução hidroalcoólica com graduação igual ou

superior a 77% (v/v) (equivalente a 70% (p/p)). Método de tríplice impregnação:

1. O insumo ativo (matriz) a ser impregnado deve ser dividido em 3 partes iguais;

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2. Os glóbulos são então impregnados com uma parte do insumo ativo líquido na

proporção de no mínimo 5% (v/p),


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3. Em seguida deve-se homogeneizar com agitação e secar;

4. Após a primeira impregnação, homogeneização e secagem realiza-se a segunda

impregnação, realizando o mesmo processo anterior;

5. A última impregnação é realizada conforme as anteriores.

6. Aguardar a secagem total, embalar em vidro âmbar

7. Rotular e enviar para ser conferido.

HOMEOPATIA LÍQUIDA

Para a manipulação do medicamento homeopática na forma líquida devem-se

seguir os seguintes procedimentos:

1. Colocar num frasco volume de insumo inerte (Al 30ºGL) na proporção indicada pelo

prescritor [o líquido a se dinamizado deverá ocupar 2/3 da capacidade do frasco

utilizado na preparação], respectivamente nas escalas centesimal e decimal.

2. Acrescentar no frasco 1 parte da matriz na dinamização anterior a prescrita,

diluindo em 9 (DH) ou 99 (CH) partes do insumo inerte (Al 30ºGL). Sucussionar

100 vezes. Obtém-se assim a homeopatia.

3. Embalar em vidro âmbar com conta gotas.

4. Rotular e enviar para ser conferido.


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CONTROLE DA QUALIDADE

Segundo a legislação Brasileira, Controle de Qualidade se trata de um conjunto


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de medidas destinadas a verificar a qualidade de cada lote de medicamentos e demais

produtos, como material de embalagens, para que satisfaçam às normas de atividade,

pureza, eficácia e inocuidade.

Consta na RDC 67/2007 que deve existir uma área ou sala destinada ao Controle

da Qualidade, a qual deve dispor de pessoal suficiente e estar equipada para realizar as

análises legalmente estabelecidas.

As monografias oficiais como a Farmacopeia Brasileira, e as farmacopeias

internacionais estabelecem critérios e parâmetros detalhados para os ensaios a serem

realizados nos insumos.

É de responsabilidade do Controle de Qualidade assegurar que os ensaios

necessários sejam executados e que o insumo ou material de embalagem não seja

disponibilizado para uso até que o mesmo cumpra todas as etapas do controle da

qualidade e com as especificações pré-estabelecidas.

Os insumos devem ser adquiridos somente de fornecedores qualificados. No

momento do recebimento os insumos devem ser destinados para uma área de

quarentena, onde permanecerão até que todos as etapas de controle de qualidade sejam

concluídas.

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Exemplo de Procedimento para identificação e segregação de materiais.

• MATERIAL REJEITADO – ETIQUETA VERMELHA


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• MATERIAL EM ANÁLISE – ETIQUETA AMARELA

• MATERIAL APROVADO – ETIQUETA VERDE

A seguir deve-se realizar uma etapa importante no controle da qualidade das

matérias primas, a análise das especificações, devem-se confrontar as especificações do

insumo comparando com as especificações presentes nos certificados enviados pelos

fornecedores.

As especificações das matérias-primas devem constar de no mínimo as seguintes

informações:

a) Nome da matéria-prima, DCB, DCI ou CAS, quando couber;

b) No caso de matéria-prima vegetal - nome popular, nome científico, parte da planta

utilizada;

c) Nome e código interno de referência, quando houver;

d) No caso dos insumos farmacêuticos ativos e adjuvantes - referência de monografia da

Farmacopeia Brasileira ou de outros compêndios internacionais reconhecidos pela

ANVISA, conforme legislação vigente. Na ausência de monografia oficial pode ser utilizada

como referência a especificação estabelecida pelo fabricante.

e) Requisitos quantitativos e qualitativos com os respectivos limites de aceitação;


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f) Orientações sobre amostragem, ensaios de qualidade, metodologias de análise e

referência utilizada nos procedimentos de controle.


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g) Condições de armazenamento e precauções.

h) Periodicidade, quando couber, com que devem ser feitos novos ensaios de cada

matéria-prima para confirmação das especificações farmacopeias.

Após a realização das análises das especificações prossegue-se com a etapa das

análises físico químicas e/ou microbiológicas dos insumos, deve-se realizar o registro dos

resultados. Os registros dos ensaios devem incluir, pelo menos, os seguintes dados:

a) Nome do material;

b) Número do lote e nome do fabricante ou fornecedor;

c) Resultados analíticos incluindo as especificações;

d) Data dos ensaios;

e) Identificação dos responsáveis pela execução da análise;

f) Resultado final;

g) Assinatura do responsável pelo controle de qualidade

Após todas essas etapas deve-se identificar se o insumo está APROVADO e os

mesmos seguirão para a área de armazenamento e posterior utilização nos respectivos

laboratórios.

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CÁLCULOS APLICADOS À MANIPULAÇÃO DE MEDICAMENTOS

Para se executar a manipulação de medicamentos uma série de cálculos se faz


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necessário para determinar:

- A quantidade de medicamento que deve ser manipulada previsto na prescrição,

de forma que o paciente tenha a quantidade suficiente de medicamento para concluir o

tratamento.

- Deve-se calcular a quantidade de insumos e excipientes para realizar a

manipulação do medicamento.

Alguns fármacos precisam da aplicação de fatores de correção. Como o termo

expressa, servem para corrigir teores de ativos de acordo com a circunstância: em casos

de correção de umidade, para se conseguir equivalência do sal em relação à sua base

(por exemplo) ou até mesmo quando o teor do ativo fornecido está abaixo do preconizado

em literatura reconhecida para um determinado fármaco.

Portanto é muito importante estar familiarizado com a aplicação de cálculos na

rotina da farmácia magistral.

Como exemplo de cálculo para determinar a quantidade de um fármaco

necessário para a manipulação de um determinado medicamento tem-se:

Exemplo de Formulação:

Cetoconazol 2%

Shampoo qsp 200 ml


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Para calcular a quantidade do princípio ativo na formulação descrita acima vamos

utilizar a regra de de 3 (Simples).


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Com a regra de 3 é possível encontrar um quarto valor que não conhecemos em

um problema, dos quais conhecemos apenas três deles.

Veja o passo a passo:

Passo 1 Passo 2 Portanto:

Gramas(g) Volume 100 x= 400 A quantidade necessária do

2 ----------100 x = 400 / 100 princípio ativo Cetoconazol é de 4

x ----------200 x= 4 gramas gramas

Muitas vezes temos que determinar a quantidade de cápsulas para atender a

prescrição. Veja o exemplo de formulação abaixo:

Chá verde (Camellia sinensis) 250 mg

qsp 1 cápsula

Posologia: Tomar 1 cap. antes do almoço e 1 cap. antes do jantar, todos os dias por

60 dias

Nesse caso o prescrito não indicou a quantidade de cápsulas que deveriam ser

manipuladas e, portanto, cabe à farmácia manipular a quantidade de medicamento

adequada para que o paciente possa concluir o tratamento. Para isso faremos os

seguintes cálculos:
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Passo 1: Determinar a quantidade de cápsulas para 1 dia
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1 cap. almoço + 1 cap. jantar = 2 cap. por dia

Passo 2: determinar a quantidade de cápsulas para o tratamento (60 dias)

2 cap. dia x 60 dias = 120 cápsulas

Portanto para o paciente concluir o tratamento será necessário manipular 120

cápsulas.

Nesse exemplo ainda podemos determinar também a quantidade de princípio

ativo (Chá Verde) necessário para fazer a manipulação das 120 cápsulas utilizando a regra

de 3.

Veja o cálculo:

Princípio ativo (Chá verde)

250 mg ---------1 cap.

x ------ 120 cap.

x = 30000 mg

As balanças utilizadas para pesagem normalmente utilizam a escala em gramas,

sendo assim, é necessário fazer a conversão de miligramas (prescrito) para gramas.

Observe o cálculo:

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Conversão de Unidades

mg  g
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1 g---------- 1000 mg

x-------- 30000 mg

x= 30 g

FATOR DE CORREÇÃO

Em determinadas circunstâncias se faz necessário aplicar fatores de correção em

insumos para que se calcular corretamente a quantidade do fármaco.

Fator de Correção (FCr) é um fator utilizado para corrigir a diluição de uma

substância, ou teor de princípio ativo, o teor elementar de um mineral ou a umidade.

Essas correções são feitas baseando-se nos certificados de análise das matérias-primas

ou nas diluições feitas na própria farmácia. Para calcular o Fator de Correção divide-se

100 pelo teor da substância ou do elemento.

Betacaroteno.......................................10 mg/cápsula

Substância disponível: Beta Caroteno 11%

Cálculo: 10 mg x 9,09 = 90,9 mg de Betacaroteno por cápsula

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Veja outro exemplo de como aplicar os cálculos para corrigir o teor de substâncias

originalmente comercializadas na forma diluída.


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Exemplo:

Vitamina E adquirida com teor 50%

(Essa informação deve estar expressa no certificado emitido pelo fornecedor)

Fc = 100%/50% = 2

Fc = a quantidade que se quer/ pela quantidade que se tem.

Então você descobre quantas vezes mais você precisa usar esse material para conseguir

a quantidade desejada.

O fator de correção, em alguns casos, é aplicado em insumos que possuem alto

teor de umidade.

Veja o seguinte exemplo. No certificado de análise emitida pelo fornecedor, a

matéria prima "metrotexato" apresentou umidade de 8%.

Qual é o seu fator de correção?

Umidade de 8% que dizer que 8% da matéria era água.

Sendo assim essa matéria prima só é metrotexato em 92% dela.

Fc = 100 %/ 92% = 1,08.

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Portanto o fator de correção para o metrotexato será de 1,08, esse fator de correção

tem que ser recalculado a cada novo lote de matéria-prima recebido.


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FATOR DE EQUIVALÊNCIA

Outro tipo de correção utilizada em determinados fármacos é o fator de

equivalência, esse fator deve ser considerado no momento em que se calcula a

quantidade de fármacos específicos.

Fator de Equivalência (FEq): fator utilizado para fazer o cálculo da conversão

da massa do sal ou éster para a massa do fármaco ativo, ou da substância hidratada para

a substância anidra.

O Fator de Equivalência (FEq) deverá ser empregado sempre que a literatura e/ou

medicamentos de referência determinarem essa conversão.

Exemplo:

Sulfato de Salbutamol: fazer a conversão para Salbutamol.

Fórmula Molecular do Sulfato de Salbutamol: (C13H21NO3 ) 2.H2 SO4

Peso Molecular do Sulfato de Salbutamol: 576,71 g

Equivalente-Grama do sal: 288,35 g

Fórmula Molecular do Salbutamol: C13H21NO3

Peso Molecular do Salbutamol: 239,31 g

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Equivalente-Grama da base: 239,31 g

Realizar o cálculo da seguinte forma:


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Portanto, o Fator de Correção

Sulfato Salbutamol Salbultamol

Será de 1,20

Os exemplos utilizados acima foram baseados nas informações contidas no

Manual de Orientação ao Farmacêutico: Manual de Equivalência Sal/Base / do Conselho

Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. - São Paulo, 2016.

Esse manual contém diversos exemplos e uma lista completa de fatores de

equivalência aplicadas a fármacos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

http://www.crf-pr.org.br/

http://www4.anvisa.gov.br/

https://www.portaleducacao.com.br

http://anfarmag.com.br/home

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AWADA, Mohamed, BANDEIRA, Pedro, BELIZÁRIO, Gleise, et al Avaliação dos métodos

de manipulação de cápsulas utilizados em farmácia magistral. II SIMPÓSIO DE


36

ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA, Centro Universitário São Camilo, 2014.

DUTRA, Verano Costa Farmacotécnica homeopática Rede de Tecnologia e Inovação do

Rio de Janeiro. Dossiê Técnico - REDETEC 7/7/2011

Formulário Nacional Da Farmacopeia Brasileira 2ª edição - Brasil. Ministério da Saúde.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária-2012.

GUIA PRATICO DA FARMACIA MAGISTRAL Phamabooks. 4º Ed. 2011

Resolução - RDC nº 138, de 29 de maio de 2003

Resolução RDC nº 306, de 7 de dezembro de 2004

Resolução RDC nº 67, de 08 de outubro de 2007

Resolução RDC nº 467, de 28 de novembro de 2007

Resolução RDC Nº 44, DE 17 de agosto de 2009

Portaria SVS/MS nº 344, de 12 de maio de 1998

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