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Orientador
Prof. Ms.Camila Craveiro
Assinatura:
Co- orientador
Prof. Ms.Luiz Serenini
Assinatura:
Examinador convidado
Sr. Bruno Lopes
Assinatura:
RESUMO
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO _____________________________________________________08
1. O CINEMA BRASILEIRO __________________________________________11
1.1. A História do Cinema Brasileiro ____________________________________11
1.1.1 Os Primórdios do Cinema no Brasil _______________________________12
1.1.2 O Cinema Industrial dos Anos 30 _________________________________ 12
1.1.3 O cinema Brasileiro dos Anos 50__________________________________14
1.1.4 O Cinema Novo _______________________________________________16
1.1.5 O Cinema Marginal de Nelson Rodrigues ___________________________18
1.1.6 O Cinema da Boca do Lixo_______________________________________19
1.1.7 A retomada do cinema brasileiro nas décadas de 80 e 90_______________22
1.2 O Gênero Policial no Cinema Brasileiro ________________________24
2. O CINEMA POLICIAL E A CONSTRUÇÃO DE MITOS NO BRASIL _________34
2.1 A Conceitualização de Mito ___________________________________34
2.1.1 Os Heróis e os Super-Heróis _____________________________________37
2.1.2 A Figura Mítica do Herói e o Policial________________________________38
2.1.3 Os Heróis policiais Inspetor Almeida e Capitão Nascimento ____________ 41
3. A ANÁLISE DOS DISCURSOS DO FILME TROPA DE ELITE ____________44
3.1 O Discurso ___________________________________________________44
3.1.1 O Discurso Simbólico __________________________________________ 48
3.1.2 A Análise dos símbolos no Filme Tropa de Elite _____________________ 50
3.1.3 O Discurso Mítico Heróico do Capitão Nascimento ___________________52
CONSIDERAÇÕES FINAIS___________________________________________00
REFERÊNCIAS ____________________________________________________70
SITES CONSULTADOS______________________________________________72
ANEXOS _________________________________________________________73
8
INTRODUÇÃO
Por fim, no capítulo que conclui as observações teóricas sobre o tema, serão
analisados os discursos que compõem a obra de cinema em análise, buscando
através da narrativa da trama, elementos discursivos que edifiquem a sustentação
em tese de que o personagem Capitão Nascimento não só é uma figura mítica-
heróica, mas também o ponto crucial que possibilitou ao filme Tropa de Elite. Missão
Dada é Missão Cumprida ter alcançado notoriedade expressiva dentro da sociedade
brasileira.
11
1. O CINEMA BRASILEIRO
Nos anos 30, o cinema brasileiro se torna falado e apresenta um avanço nas
produções de longas-metragens, segundo Rocha (1963) o filme a ser destacado
neste período é a Ganga Bruta (1933) de Humberto Mauro, filme com qualidade em
termos de linguagem cinematográfica onde o cineasta apesar de uma concepção
com várias falhas, “foi capaz de expressar um sentimento de mundo, ser autêntico.
Diante da paisagem social mineira, ele teve, dentro de si, a sensibilidade, a coragem
de representá-la de forma despojada” (ROCHA, 1963, p.11).
2
Talkie: palavra inglesa que traduzida literalmente significa: filme falado.
14
3
Festival de cinema de Cannes: O mais antigo e renomado festival do cinema mundial. Criado em
1939 com o nome. Festival Internacional de Filme, apenas após a 2ª Guerra Mundial em 1946, o
festival retorna com o nome que o designa atualmente. Disponível em: < www.festival-cannes.com>
acesso em 16 de set. 2009.
15
O filme Rio 40 Graus (1955) de Nelson Pereira foi antes de tudo uma
proposta diferente das produções formuladas pelo estúdio Vera Cruz e das
chanchadas, o discurso da peça cinematográfica em questão assumia um papel de
conduzir a platéia a encarar a realidade do dia a dia, seus problemas sociais,
econômicos, políticos e as lutas de classes envolvidas no contexto (ROCHA, 1980).
negra, o roteiro critica a postura do homem negro brasileiro como um gênero diante
de suas tradições culturais e sua ineficiência em não mudar essa realidade vista
como um retrato histórico escravizante, assim sendo, “desejei um filme de ruptura
formal como objeto de um discurso crítico sobre a miséria dos pescadores negros e
sua passividade mística.” (XAVIER apud ROCHA, 1983, p.24).
destino é pecar (1952) e Boca de ouro (1990), ambos os filmes que não surtiram o
impacto que corresponde à obra literária do autor.
que possibilitaram, por exemplo, a criação de um Star System4 não muito eficiente,
mas com resultados compensatórios. Proeminentes atrizes da televisão brasileira
tais como Vera Fischer, Helena Ramos, Aldine Miller, Matilde Mastrangi e Zaira
Bueno e atrizes consagradas como Sandra Bréa e Kate Lyra contribuíram em prol
de bilheterias significantemente lucrativas para o mercado da pornochanchada
nacional e elevou o status do Cinema da Boca do Lixo de tal forma que este foi
considerado a Hollywood brasileira do cinema nacional (RAMOS e MIRANDA, 2000).
4
Star system: Sistema de "fabricação" de estrelas (atores e atrizes) com o objetivo de encantar as
platéias. O ídolo é chamado a encarnar papéis fixos e repetir atuações que o tenham consagrado.
Disponível em: < www.webcine.com.br/historia1.htm> acesso em 04 de out. 2009.
5
Portal do Cinema Brasileiro. Disponível em: <www.heco.com.br/index2.php> acesso em 05 de out.
2009.
22
Assim sendo, o cinema brasileiro dos anos 80 ficou marcado por uma estética
que buscou por excelência afastar-se dos extremos ideológicos dos movimentos das
décadas passadas, principalmente o cinema novo e a indústria do cinema dos anos
50, pois “ao contrario do que Adorno anotou a respeito da música nova de
Schoenberg e Stravínski, só o caminho do meio nos leva a algum lugar. Esse desejo
de redução do impacto dos extremos, que configurou um conjunto de obras”
(AB´SÁBER, 2003, p.16).
6
Thriller: palavra inglesa derivada de thrill (calafrio, estremecimento). Narrativa ficcional, peça de
teatro ou filme caracterizado por uma atmosfera de suspense geralmente assente numa intriga de
crime, mistério ou espionagem; Disponível em: < http://www.infopedia.pt/lingua-portuguesa> acesso
em 29 de set. 2009.
7
Film Noir: Termo que Traduzido literalmente significa: Filme Preto. Movimento do cinema
influenciado pelo Expressionismo alemão, pelo Realismo Poético francês e pelo Romance policial.
Disponível em: < www.interrogacaofilmes.com/textos.asp?texto=11> acesso em 29 de set.2009.
26
8
Histórias e lendas de Santos. O vigilante Rodoviário começou em Santos. Disponível em<
www.novomilenio.inf.br/santos/h0247.htm> acesso em 06 de out. 2009.
29
do Estado de São Paulo em um Simca Chambord9 nas cores preto e amarelo e uma
moto Harley-Davison10 combatendo as atividades criminosas ocorridas nas estradas.
O Vigilante Rodoviário foi para as telas de cinema em três oportunidades, a trilogia é
constituída dos filmes O Vigilante Rodoviário (1962), O Vigilante Contra o Crime
(1963), e O Vigilante e os Cinco Valentes (1964). Em O Retorno do Vigilante
Rodoviário (1978), com a presença do ator do SBT11, Antonio Fonzar vivendo o
papel do vigilante Carlos, não passou do filme piloto devido ao encerramento das
atividades da Embrafilme, não estreando nas telas dos cinemas no Brasil daquele
ano.12
9
Simca Chambord: Automóvel de Origem francesa importado para o Brasil na década de 60 dotado
de um motor V8 de 2.531 cc de potência deixou de ser fabricado em 1967. Disponível em:
<www.quatrorodas.abril.com.br/classicos/brasileiros/conteudo_143501.shtml> acesso em 06 de
out.2009.
10
Harley Davidson: Motocicleta de origem Norte Americana. Fábrica fundada em 1903 pelos sócios
Bill Harley e Willian Davidson na cidade Milwauke. Estado de Wisconsin. Disponível em:
www.harleydavidson.com.br acesso em 06 de out. 2009.
11
SBT: Sistema Brasileiro de Televisão. Empresa Privada de Comunicação de Massa.
12
O Vigilante Rodoviário. Site Oficial da Série: Disponível em: www.vigilanterodoviario.com acesso
em 06 de out.2009.
30
Figura 3: Carlos Miranda (à direita, atrás) e a ator Larry Wilcox (ajoelhado a frente) da série Chips.
16
CINEMA Brasileiro em debate. Revista BRAVO. São Paulo, ano 1. Jan.2008 Disponível em:
<bravonline. abril.com. br/conteudo/assunto/assuntos_291145.shtml> acesso em 27 de set. 2009.
32
17
CINEMA Brasileiro em debate. Revista BRAVO. São Paulo, ano 1. Jan.2008 Disponível em:
<bravonline. abril.com. br/conteudo/assunto/assuntos_291145.shtml> acesso em 27 de set. 2009.
33
voltarem mais para o mundo interior através da leitura de obras de “Platão, Confúcio,
o Buda, Goethe e outros, que falam dos valores eternos, que têm a ver com o centro
de nossas vidas” (CAMPBELL, 1990, p.14).
18
Kevlar: Fibra de alta resistência utilizada para a confecção de coletes a prova de balas e aplicação
no revestimento interno de blindagens automotivas. Disponível em: < www2. dupont.com> acesso em
25 de out 2009.
19
Ninjutsu: Arte marcial japonesa que a princípio foi usada para que guerreiros com habilidades
especiais pudessem se infiltrar atrás das linhas inimigas e efetuarem serviços de espionagem,
posteriormente foi anexado a esta modalidade de guerreiro, as missões de infiltração e assassinato.
Disponível em: <www.ninjutsu.com.br/ninjutsu.html> acesso em 25 de out 2009.
39
separando-as entre forças e teologias, ou seja, as que “trazem mais vida e as que
matam ou mutilam a força vital dentro de nós” (LIMA, 2005, p.59).
3.1 O Discurso
Hobbes (2002) conceitualiza que a essência do discurso é algo que deva ser
conduzido sempre pelo princípio da aquisição da ciência, seja ele na definição de se
alcançar algo, ou alguma coisa, ou no significado de evitá-los. Em linhas gerais, o
discurso categoriza-se sob duas vertentes, a primeira em nível de plano mental,
onde este, constituídos de pensamentos, nos propõe a possibilidade de algo ou
alguma coisa que venha ser ou não, assim sendo, trata-se de objeto especulativo
que leva em conta a relatividade das coisas em busca da verdade, haja vista a
ciência em seu juízo não ser absolutista, mas sim condicionante quanto à análise
dos fatos. Porém, quando o discurso é expresso por meio da linguagem, este se
caracteriza pela “definição das palavras e procede mediante a conexão destas em
afirmações gerais, e posteriormente em silogismos. O ponto fim ou soma total é
chamado de conclusão” (HOBBES, 2002, p.56).
A idéia de se conceber uma análise sobre o discurso teve o seu princípio nas
personalidades de Jean Dubois e Michel Pêcheux. Dubois, lingüista e lexicólogo
que em sua época, atuou em ações ligadas à área da lingüística e Pêcheux, filósofo
que era envolvido em debates a respeito das obras marxistas, da psicanálise e da
epistemologia, possuíam em comum a ampla ocupação em favor do ideário de Karl
Marx, da política e de suas convicções partilhadas a respeito da luta de classes, da
história e dos movimentos sociais (MUSSALIM e BENTES apud MALDIDIER, 2003).
45
Althusser (1985) concebe, através do estudo das obras de Karl Marx com
foco na concepção materialista, que uma sociedade é essencialmente a composição
de infra-estrutura e superestrutura. Tal composição é representada através da
metáfora do edifício, onde as infra-estruturas concebidas pelas classes pertencentes
às forças de produção e relações de produções ocupam a base do edifício social, e
em contraposição a esta, à superestrutura, representada por dois níveis constituídos
pelo poder jurídico-político do Estado e do Direito e as ideológicas, de ordem
religiosa, moral, jurídica e/ou política, ocupando os andares acima. Genericamente,
o Estado é o mecanismo reprimidor do Estado sendo que os objetivos da lutas
classistas objetivam o alcance do poder Estatal e, conseqüentemente, da utilização
da superestrutura em beneficio próprio desta e/ou de outras categorias de classes
associadas ou não em prol da manutenção do poder. Em conformidade com o
assunto em questão, Hobbes (2002) predizia que a função do Estado é, acima de
tudo, proporcionar aos homens, amantes da liberdade, o controle sobre os outros,
introduzindo limitações em prol da conservação destes para uma vida mais
producente e feliz. Do contrário surge a infelicidade das guerras, sendo estas o
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O fato singular que pertence aos aparelhos ideológicos de Estado é que estes
operam através da ideologia exclusivamente, mesmo se apresentando
disfarçadamente dispersos, estão unificados pela característica de fazerem parte da
classe dominante e serem os agentes da ideologia dominante. Desta forma, a classe
predominante detém o poder do Estado majoritariamente ou através de alianças
com outras classes. Conseqüentemente, tais grupos assumem o poder sobre os
outros aparelhos ideológicos e aparelhos repressores de Estado, porém observa-se
que “nenhuma classe pode, de forma duradoura, deter o poder do Estado sem
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A música tema escolhida pelo diretor do filme José Padilha foi à da banda de
rock nacional tihuana. A composição musical em questão, possui em sua estética
musical, ritmo, melodia e harmonia condizente com a proposta do filme bem como
simbolicamente com o BOPE, de caráter denso, violento e mortalmente rápido como
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uma tropa de elite deve se comportar diante da guerra urbana. segue abaixo a
transcrição da letra da musica em questão.
Tihuana
Musica: Tropa de Elite
Composição: Egypcio / Pg / Román / Baía / Leo / Jonny
Esposa: se eu soubesse que você não ia sair eu não tinha engravidado. (tom sério,
incisivo)
Capitão nascimento: de cabeça baixa e em silêncio
Capitão nascimento: tchau. (seco e sério)
Esposa: Peraí amor! Come um pãozinho, pô, Beto!
Capitão nascimento (narrativa em off): A guerra sempre cobra seu preço. E quando
o preço é alto demais, é hora de pular fora.
Capitão Carvalho: Esse cidadão que tá vindo visitar o Rio, acho que vocês sabem
quem é também,só que vocês não sabem é que ele vai dormir na casa do arcebispo
que fica aqui, no Morro do Turano, e a gente é que vai garantir o sonhos dos anjos
dele.
Capitão Nascimento: Carvalho! Carvalho! c ta de sacanagem! O Turano em guerra e
o Papa vai dormir em cima do morro! Porra! Eu pago um hotel em Copacabana pra
ele Coronel!
Coronel: Fiquei um mês tentando convencer o secretário de segurança, mas nem
Deus muda o cronograma do Papa! Ele vai dormir aí e ponto final!
Coronel: e tem outra coisa, nós temos três meses para tentar apaziguar o Turano, o
que nós vamos fazer é incursão diária.
Capitão Nascimento: Não coronel, o senhor me desculpe, mas o senhor concorda
com incursão diária?
Coronel: Nascimento
Capitão Nascimento: É isso mesmo? Nós vamos subir a noite, vamos subir
perdendo efeito surpresa, vamo subir debaixo de tiro!
Coronel: Nascimento (em tom de voz mais sério e incisivo)
Capitão Nascimento: Vai morrer gente, coronel!
Coronel: NASCIMENTO! (irritado) É isso que vai ser feito e a operação começa
amanhã. Fui claro? (tom calmo em voz baixa)
Capitão Nascimento: Sim senhor. (tom de voz baixo e obediente)
Coronel: Dispensados
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Capitão Nascimento: caralho, que vontade de meter tiro nesses filhos da puta.
Atirador de elite: qual deles meu capitão? É só falar.
Capitão Nascimento: esses filhos da puta da PM.
Atirador de elite: 01, dá pra matar dois coelhos com uma porrada só aqui, hein!
Capitão Nascimento: é 100 por cento 14?
57
Outro fato da narrativa deste capítulo que pode ter contribuído com a
formação de uma personalidade heróica pelo público esta no discurso expresso pelo
capitão nascimento no momento dos interrogatórios responsabilizando os
consumidores de drogas pela presença do crime organizado nas favelas do Rio de
Janeiro, assim sendo, o personagem em um momento de fúria expressa todos os
discursos que o construíram guiados pela presença cada vez mais atenuada de sua
sombra. A cena assim é transcrita:
Capitão Nascimento: Eu vou perguntar uma vez só! Quem tava com a carga!
(imponente, forte, irritado)
Usuário de drogas: tem ninguém aqui não senhor. (tom baixo, submisso, medo)
Capitão Nascimento: Quem tava com a carga! (tom violento)
Usuário de drogas: eu não sei não. Eu sou estudante
Capitão Nascimento: Quem tava com a carga! Você é o que?!
Usuário de drogas: Eu sou estudante
Capitão Nascimento: você é estudante?! (agarra o usuário de drogas pelo cabelo e o
leva para perto do traficante morto)
Capitão Nascimento: vem aqui estudante, bota a cara aqui! Bota a cara aqui!
Capitão Nascimento: Ta vendo isso aqui! (apontando para o cadáver do traficante)
60
Capitão Nascimento: (narrativa em off): A minha cidade tem mais 700 favelas, quase
todas dominadas por traficantes armados até os dentes. É só nego de R15, Uzzi, HK
e aí vai. No resto do mundo esse tipo de equipamento é usado na guerra; aqui são
as armas do crime.
Capitão Nascimento: (narrativa em off): Um tiro de 762 atravessa um carro como se
fosse papel e é burrice pensar que numa cidade assim que os policiais vão subir
favela só para fazer valer a lei. Policial tem família amigo, policial também tem medo
de morrer.
Capitão Nascimento: (narrativa em off): O que aconteceu no Rio de Janeiro era
inevitável, o trafico e a polícia desenvolveram formas pacíficas de convivência, afinal
ninguém quer morrer a toa.
Capitão Nascimento: (narrativa em off): A verdade é que a paz nessa cidade
depende de um equilíbrio delicado entre a munição dos bandidos e a corrupção dos
policiais. Honestidade não faz parte do jogo.
Capitão Nascimento: (narrativa em off): Quando um convencional honesto sobe
favela parceiro, geralmente dá merda. No rio de janeiro quem quer ser policial tem
que escolher, ou se corrompe, ou se omite ou vai pra guerra e naquela noite o Neto
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e o Matias fizeram a mesma escolha que eu fiz dez anos antes. Eles foram pra
guerra.
Capitão Nascimento: Não vai subir ninguém! Não vai subir ninguém! Vai subir
ninguém! Vai subir ninguém! Vai ficar todo mundo quietinho aí! Não vai subir
ninguém (tom austero, poderoso, firme).
Capitão Nascimento: (narrativa em off): O BOPE foi criado para intervir quando a
polícia convencional não consegue dar jeito. E no Rio de Janeiro, isso acontece o
tempo todo.
Policial convencional: Faca na caveira e nada na carteira!
Policiais convencionais: É isso aí meu irmão! É isso aí cumpade! (comentários
afirmativos em grupo).
Capitão Nascimento: (narrativa em off): O neto decidiu entrar para o BOPE porque
ele gostava de guerra, Matias veio junto porque era um policial que acreditava na lei.
O corrupto veio com eles (capitão Fábio), se o Fábio ficasse no Batalhão, o coronel
matava ele... Coitado, o cara não sabia que perto de mim, o coronel era uma moça.
(tom irônico, leviano).
Capitão Nascimento: (narrativa em off): Eu reconheço que pra quem não é iniciado,
o BOPE parece uma seita, mas é assim mesmo que a gente tem que ser.
Capitão Nascimento: Você acha que aqui ninguém sabe que você recebe dinheiro
do trafico! Você acha que ninguém sabe que você recebe dinheiro do jogo do bicho!
O senhor sabe por que o seu numero é o zero um? É porque o senhor vai ser o
primeiro a desistir! E eu vou fazer o senhor desistir! (cusparada no rosto do policial
corrupto, tom agressivo)
64
Recrutas (uníssono):
Capitão Nascimento: (narrativa em off): Para lutar na guerra contra o tráfico, o cara
tem que ser capaz de agüentar tudo.
Capitão Nascimento: (narrativa em off): A morte do Neto foi uma tragédia pro
Matias, eles eram amigos de infância, e eu percebi que eu podia usar aquele
sentimento, eu ainda tinha a minha missão pra cumprir.
Capitão Nascimento: (narrativa em off): O que eu tava fazendo não era certo,
eu não podia esculachar os moradores para encontrar um bandido, mas na aquela
altura do campeonato amigo, pra mim tava valendo tudo, nada nesse mundo ia me
fazer parar.
Capitão Nascimento: André, passa que é teu. (entrega a arma de alto calibre a
Matias)
Baiano: Pô!Na cara não!
CONSIDERAÇOES FINAIS
No presente trabalho acadêmico cuja proposta foi o de analisar a
potencialidade de ter ocorrido à construção do mito heróico no filme Tropa de Elite.
Missão Dada é Missão Cumprida foi possível antes de tudo, mensurar a
complexidade que é a comunicação através do uso da imagem como fator gerador
de informações.
REFERÊNCIAS
ANJOS, Ana. Tropa de Elite tem mais impacto do que Glauber Rocha. Revista
BRAVO. São Paulo, ano 1 Jan.2008. Disponível em: bravonline. abril.com.
br/conteudo/assunto/assuntos_291145.shtml> acesso em 27 de set. 2009.
CALIL, Ricardo. Para Padilha, "Tropa" é um espelho que revela lado feio da
sociedade. Cinema UOL. São Paulo, ano 3 Out.2007. Disponível em: cinema.
uol.com. br/ultnot/2007/10/03/ult4332u454.jhtm acesso em 18 de set. 2009.
XAVIER, Ismail. Sertão mar. Glauber Rocha e a estética da fome. São Paulo:
Brasiliense, 1983.
SITES CONSULTADOS
www.webcine.com.br
www.infopedia.pt/lingua-portuguesa
www.interrogacaofilmes.com
www.tvsinopse.kinghost.net
www.chp.ca.gov
www.vigilanterodoviario.com
www.harleydavidson.com.br
www.quatrorodas.abril.com.br
www.novomilenio.inf.br