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DEVER, Mark. 9 marcas de uma igreja saudável. São Paulo: Fiel, 2012.

Marca 6 – Um entendimento bíblico da membresia na igreja

Nossa época é marcada pelo medo de que, quando prometemos fazer algo, nós
perderemos a oportunidade de ter algo melhor. Mesmo que fizéssemos algo bom, nós
preferimos ficar abertos em nossas opções. Essa é a sabedoria de nossa época, conforme é
colocado por Don E. Eberly:

Uma pesquisa de opinião pública destaca um crescente paradoxo na sociedade: a


combinação de compromisso com a religião e o crescente relativismo moral. Por
exemplo, enquanto 91% dos americanos consideram a religião muito importante em
sua vida, 63% rejeitam o conceito de absolutos.

Segundo George Barna, em 1998 só 43% dos adultos que afirmam ser cristãos é
realmente comprometido com a fé cristã. Você tem medo de compromisso e é cristão ao
mesmo tempo? Será possível ser cristão e ao mesmo tempo ter medo de compromisso? Note o
que Jesus diz em Mateus 16.24: “[...] Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue,
tome a sua cruz e siga-me”.
Acrescentado a esse medo de compromisso, há o egoísmo. Por que depender dos
outros quando você pode fazer sozinho? Porque se envolver com outras pessoas? Eles podem
ser, e de fato serão, um fardo para você. A esse pacote, acrescente uma cultura que é hostil ao
evangelho e que enxerga ser incômodo o ser membro de uma igreja. Além disso, alguns vão
afirmar que membresia é algo contra producente, desagradável e elitista.
O assunto de comunhão na igreja demonstra que esse é um assunto importante de ser
tratado. É comum ver igrejas com, por exemplo, duzentos membros e que só sessenta deles
vão à igreja pela manhã. Onde estão os outros cento e quarenta membros? Todos doentes, de
férias, em casa ou no trabalho? Talvez alguns, mas não todos. É a igreja e a comunhão
importantes aos cristãos? Qual o estado desses que não vem frequentando a igreja?

O que é uma igreja?


Igreja é uma palavra cristã. Edifício é um significado secundário de tal palavra, por
que o edifício é o local onde a igreja se reúne. Na Nova Inglaterra, o prédio era chamado de
casa de reuniões, os quais pareciam casas grandes.
Segundo o N. T., igreja é um corpo de pessoas que confessam e evidenciam que foram
salvas pela graça de Deus, para glória de Deus e pela fé em Cristo somente. Isso é a igreja do
N. T. Eles não tinham prédios. Esses prédios só vieram surgir depois de cerca de trezentos
anos após o começo da igreja. O ajuntamento de pessoas comprometidas com Cristo é que é
uma igreja.
A igreja, segundo o N. T., é um corpo de pessoas local, ativo e afetuoso. São pessoas
comprometidas com Jesus e umas com as outras.

Falando sobre igreja, Mark Dever afirma: “É um corpo do qual você pode ser excluído e no
qual pode ser incluído. Considere isto: se não há meios de você ser excluído da igreja local
que você frequenta atualmente, isso acontece talvez porque você não foi incluído nela como a
Bíblia tenciona que você o seja”1. Colocando dessa maneira, chega a trazer a ideia de que
alguém pode ser excluído da igreja invisível. Mark Dever deveria ao menos ter feito uma
distinção entre igreja invisível e igreja visível.

A igreja é uma comunidade de crentes unidos em um pacto, não apenas um local a ser
frequentado por morados locais. A igreja, segundo o N. T., é para os crentes em Cristo aos
quem o Espírito Santo outorgou novo nascimento e que se reúnem em uma comunidade
pactual. A igreja também é para evangelização dos descrentes. A igreja também é chamada de
um povo santo, os quais Deus escolheu para si, é o corpo de Cristo, é o ajuntamento local de
cristãos comprometidos com Cristo e uns com os outros (cf. Rm 1.7,15.25-26; II Co 1.1).

Por que unir-se a uma igreja?

Ser membro de uma igreja é algo muito importante para entendermos para o que
Cristo nos chama como discípulos dele. Unir-se a uma igreja não salva uma pessoa, nem suas
obras, educação, cultura, amizades, contribuições financeiras ou batismo. Nada disso salva
alguém. Os descrentes, caso procurem uma igreja, devem procurar uma com o objetivo de
aprender mais sobre o que é ser um verdadeiro cristão.

1
DEVER, Mark. 9 marcas de uma igreja saudável. São Paulo: Fiel, 2012. p. 163.
Aos cristãos, pergunta-se a eles: o que significa viver a vida cristã? A pessoa a vive
sozinha? Trata-se de virtudes isoladas e individuais? Trata-se de uma disciplina espiritual
onde você é honesto no trabalho, não trai sua esposa ou marido e crê que determinadas
questões são certas e outras erradas?
A vida cristã envolve o outro, envolve relação com outros cristãos. A igreja é para
todos.
A seguir estão cinco razões para se unir a uma igreja que prega e vive o evangelho, e
dá exemplos do viver cristão:

1. Para assegurarmos a nós mesmos

Não nos unimos à igreja só para sermos salvos. Podemos nos unir a ela para sermos
auxiliados e assegurados de que somos salvos ou não. Observe o que Jesus afirma em Jo
14.21; 15.10, 14; 13.17.
Quando nos unimos à igreja, nós nos colocamos em uma posição em que temos que
pedir aos irmãos que se tornem responsáveis por nós, a fim de que venhamos a viver segundo
o que a escritura diz. Pedimos aos irmãos para nos encorajarem e nos lembrarem de como
temos visto os caminhos do agir de Deus em nossa vida e para nos exortarem quando nos
afastamos da obediência a Deus.
Ser membro de uma igreja tem como objetivo o testemunhar que somos parte da igreja
universal. Ser membro de uma igreja local não salva, mas é um reflexo de que a pessoa talvez
seja salva. Em I João 4.20-21, está escrito: “Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu
irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a
quem não vê. Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame
também a seu irmão”. Mark Dever afirma:

Quando nos tornamos membro de uma igreja, estamos dando as mãos uns aos outros
para conhecermos e sermos conhecidos uns pelos outros. Concordamos em ajudar e
encorajar uns aos outros, quando necessitamos ser lembrados da obra de Deus em
nossas vidas ou quando precisamos ser exortados a respeito das grandes
discrepâncias entre o nosso falar e o nosso viver.
Precisamos desistir de tentar viver a vida cristã sozinhos. Precisamos,
individualmente, viver em aliança com outros para seguirmos a Cristo. Os cristãos
têm de parar de ser egoístas em seu entendimento da vida cristã. A vida cristã não se
resume em você e naqueles aos quais, você procura alcançar com o evangelho. Deus
também tenciona que você seja parte comprometida em ajudar a fazer discípulos do
rebanho que Ele já salvou.2

2
DEVER, Mark. 9 marcas de uma igreja saudável. São Paulo: Fiel, 2012. p. 166.
2. Para evangelizar o mundo

Outra razão para se unir a uma igreja local é a evangelização do mundo. Juntos, nós
podemos propagar mais eficientemente o evangelho. Isso pode ser feito por meio de palavras,
enquanto compartilhamos as boas notícias com outros e ajudamos os outros a fazerem isso.
Portanto, a igreja é missionária, com suas ações, à medida que mostra o amor de Deus,
suprindo as necessidades dos órfãos e desfavorecidos.
O evangelho é promovido quando cooperamos em leva-lo aos que não o ouviram, e
tornando-o visível ao mundo por meio de nosso viver. Mesmo imperfeitos, o E. S. agindo em
nós, usará nossas vidas para demonstrar a outros a verdade de seu evangelho. Mark Dever
afirma que “[...] este é um papel especial que temos agora e não o teremos no céu – ser parte
do plano de Deus, de levar seu evangelho ao mundo. Se você está lendo estas palavras, mas
não se uniu a esta grande obra, faça-o hoje mesmo”3.

3. Para denunciar evangelhos falsos

Ao interagirmos com outros cristãos, mostramos ao mundo o que é o cristianismo. Nós


denunciamos a falsa noção de que cristãos são detestáveis, cheios de justiça própria e que
creem em sua bondade, e que são preocupados com alguém que está se divertindo. Isso não é
cristianismo. Combatemos essa falsa visão pertencendo a uma igreja que não é caracterizada
por uma atitude assim. Mark Dever, falando sobre tal assunto, afirma:

Há alguns anos, viajei para visitar um parente que eu não via desde que eu era
criança. Quando lhe disse que planejava me tornar um pregador batista, ela não
aceitou isso muito bem. Ela parou, olhou para seu café e disse: ‘Eu desisti da
religião organizada. Penso que cheguei à conclusão de que igrejas são antros de
víboras’.
‘É mesmo?’, eu lhe respondi.
Ela disse: ‘Sim’.
Eu perguntei: ‘Você acha que o mundo fora da igreja é muito melhor?’
Ela pensou por um momento e disse: ‘Bem, acho que não. Eles também são víboras,
mas pelo menos sabem que são víboras’.
Acrescentei: ‘Talvez você fique surpresa em saber o quanto concordo com você. Sei
que o mundo fora da igreja é um covil de víbora. Sei que a igreja também o é. Mas a
diferença é esta: não acho que o mundo pense que sabe disso. E acho que os cristãos
sabem que são víboras, e essa é a razão por que vêm à igreja – porque sabemos que
precisamos de ajuda; sabemos que dependemos de Deus e que somos salvos tão-
somente por sua graça’.

3
DEVER, Mark. 9 marcas de uma igreja saudável. São Paulo: Fiel, 2012. p. 167.
Tudo que podemos trazer à nossa salvação são os nossos pecados. O amor de Deus
em Cristo tem de ser o que nos salva. Ele veio e viveu de modo perfeito por nós e
morreu na cruz, em lugar de todos aqueles que se converteriam e creriam nEle, e
ressuscitou em vitória sobre a morte e o pecado. Nossa fé nEle é o único instrumento
pelo qual somos salvos.
Portanto, una-se a uma igreja que crê nesse evangelho. Una-se a outros cristãos em
aliança para tornar conhecida a verdade.4

4. Para edificar a igreja

Outra razão pela qual alguém deve se unir a uma igreja é a cooperação na edificação
ou crescimento de outros cristãos. Unir-se a uma igreja ajuda a combater o individualismo
errôneo e também ajuda a entender a natureza corporativa do cristianismo. Mark Dever
afirma:

Acautele-se: é fácil enganar a nós mesmos pensando que somos crentes apenas
porque, em uma ocasião específica, tomamos uma decisão séria e, depois, nos
unimos a uma igreja. Talvez participemos da vida da igreja por anos, suportando
organizações, fazendo amizades fundamentadas em atividades, apreciando alguns
dos hinos e queixando-nos de outros, sem jamais conhecermos verdadeiramente a
Cristo. Você tem um relacionamento vital com Cristo, um relacionamento que muda
a sua vida e a daqueles que o cercam?5

Você tem tal relação? Uma maneira de descobrir a verdade sobre sua vida é perguntar
a si: você entende que seguir Jesus envolve o modo como você trata os outros, em especial os
que são membros de sua igreja? Você se reúne com eles, em aliança, para amá-los e se
dedicar a amá-los? Ou você afirma conhecer o amor de Deus, mas vive uma maneira que
mente tal afirmação? Você diz conhecer tal amor sem limites, mas, em seu amor aos outros,
você põe limites dizendo: vou até tal ponto, mas não além?
Afirmar amar sem confirmar tal amor é um péssimo sinal. Aquele que quer viver só e
se recusa a se unir a uma igreja não pode ser ajudado por outros cristãos. Uma pessoa assim
conduz a sua própria vida à sua própria maneira, vai à igreja só quando gosta dos sermões, da
música e daquilo que a igreja faz. Fazendo assim, você buscará aquilo que você gosta, assim
que desejar algo diferente.
Quando nos comprometemos com a igreja, nós nos comprometemos com um corpo
local de pessoas que tentará nos ajudar a lidar com os problemas. Se alguém tem problema
com fofoca, nossos irmãos e amigos falarão de tal problema conosco. Caso fiquemos
desanimados e abatidos, nós seremos encorajados.

4
DEVER, Mark. 9 marcas de uma igreja saudável. São Paulo: Fiel, 2012. p. 167-168.
5
DEVER, Mark. 9 marcas de uma igreja saudável. São Paulo: Fiel, 2012. p. 168.
O N. T. mostra que seguir a Jesus envolve cuidado e interesse para com o outro. Isso é
parte significante do ser cristão. Embora façamos isso de maneira imperfeita, devemos estar
comprometidos em fazer isso. Sobre isso, Mark Dever afirma:

Tive um amigo que trabalhava em um ministério para universitários, ao mesmo


tempo em que frequentava a igreja da qual eu era membro. Ele sempre chegava
depois do período de hinos e cânticos, se assentava para ouvir a mensagem e,
depois, saía. Um dia, perguntei-lhe por que não vinha para assistir a todo o culto.
‘Bem’, ele disse, ‘não recebo nada do restante do culto’.
‘Você já pensou em se tornar membro de uma igreja?’, eu respondi.
Ele pensou que isso era apenas um comentário absurdo. E disse: ‘Por que unir-me a
uma igreja? Se me unir aos seus membros, acho que eles prejudicarão minha vida
espiritual’.
Perguntei-lhe: ‘Você já pensou que talvez Deus queira que você se junte com essas
outras pessoas e que talvez, ainda que elas o prejudiquem, você pode ajudá-las
acrescer – e que isso faz parte do plano de Deus a respeito de como devemos viver
como cristãos?’
É claro que você não se une a uma igreja porque é perfeito e trará somente
benefícios para a igreja. Quando você se torna membro de uma igreja, você traz
problemas para aquela igreja! Mas não permita que isso o impeça – eles já têm
problemas! Essa é a razão por que eles estão na igreja. Eu tenho problemas. Você
tem problemas. Mas sabemos que Jesus é Senhor e que seu Espírito em nós já
começou a lidar com esses problemas. Em Cristo, Deus começará a lidar com isso.
Deus pode começar a mostrar-lhe que Ele é digno de confiança e que outras pessoas
também são dignas de confiança. Em um problema após outro, você pode ver Deus
agindo em sua vida. De modo lento e, às vezes, imperceptível, mas deliberado, Deus
agirá em seus problemas, mas e, muito provavelmente, fará isso por meio da igreja.6

Ser egoísta não trará proveito ao cristão. Deus se preocupa com a maneira como
lidamos com os outros, o que inclui a maneira como tratamos aqueles que nada possuem em
comum conosco a não ser Jesus. É por isso que precisamos investir na comunhão uns com os
outros. Ser membro de uma igreja deve dar em você um interesse comprometido pelos outros.
“[...] Crescer na vida cristã não é um assunto individual; pelo contrário, é um assunto que diz
respeito a toda a igreja”7. Hebreus 10.19-25 fala sobre a importância da igreja para esta
sociedade atual individualista.
Ser membro de uma igreja é uma oportunidade de nos apegarmos uns aos outros com
responsabilidade e amor. Quando alguém se identifica com uma igreja, espera-se que as
pessoas orem e se comprometam com a frequência, a contribuição, e o ministério da igreja.
Quando alguém é membro de uma igreja, ele declara à igreja e ao mundo seu compromisso
com Cristo, para servir juntamente com outros cristãos que são comprometidos, servem uns
aos outros e se encorajam mutuamente.

6
DEVER, Mark. 9 marcas de uma igreja saudável. São Paulo: Fiel, 2012. p. 169-170.
7
DEVER, Mark. 9 marcas de uma igreja saudável. São Paulo: Fiel, 2012. p. 170.
O conceito de vida da igreja é refletido em textos onde Paulo fala sobre o corpo, isto é,
a igreja local. Em tais passagens, há expressões que ocorrem, tais como juntos e uns aos
outros.
Estar unido a uma igreja aumenta o senso de fazer parte da obra da igreja, sua
comunhão, orçamento e objetivos. Não agimos como consumidores bajulados. Não chegamos
tarde ou ficamos emburrados por não termos recebido o que queríamos. Antes, o indivíduo,
membro do corpo de Cristo, chega cedo e busca ajudar as necessidades do outro. Ser membro
de uma igreja não é querer apenas uma filiação útil que te beneficie em ocasiões especiais.
Trata-se de uma responsabilidade regular que nos envolve na vida de outros a fim de
satisfazer os propósitos do evangelho.
Um dos principais propósitos da vida cristã é o uso dos dons espirituais na edificação
da igreja (cf. I Co 14.12). Quando se é cristão, sempre há e haverá algo a ser feito. Incorporar-
se a uma igreja é um privilégio e um auxílio. Unir-se a uma igreja nos ajuda a encorajar e
edificar nossos companheiros cristãos e a sermos estimulados e edificados por eles. É um
auxílio a nós e outros em momentos de tentação e dificuldade. Em sua igreja, Mark Dever
afirma que eles fazem o seguinte pacto: “Andaremos juntos em amor fraternal, quando nos
tornamos membros de uma igreja cristã. Exerceremos um cuidado amoroso e atento sobre
cada membro e admoestaremos fielmente uns aos outros, quando a ocasião o exigir”8.
Você ama o povo de Deus? Você é disposto e ajuda ao outro de modo ativo e
concreto? Você os beneficia com sua vida, dinheiro, tempo e lábios?
Na igreja, discipulado é um projeto individual e corporativo, à medida que seguimos
Cristo e ajudamos uns aos outros em nossa caminhada. Podemos ser responsáveis pelos outros
em momentos de tentação, podemos estudar a Bíblia com eles para ficarmos preparados para
a batalha espiritual, cantarmos louvores juntos a Deus e orarmos juntos, bem como estimular
alegria uns nos outros e carregar o fardo uns dos outros (cf. Jo 15.12, 17; I Jo 3.18).

5. Para glorificar a Deus

Outra razão para se unir a uma igreja é para glorificar a Deus. A maneira como
vivemos pode glorificar a Deus (cf. I Pe 2.12; Mt 5.16). Deus recebe a glória por nossas boas
obras. Isso vale tanto no que diz respeito à nossa vida cristã individual e corporativa. Cristo
deseja que a maneira como amamos uns aos outros nos identifique como indivíduos que

8
DEVER, Mark. 9 marcas de uma igreja saudável. São Paulo: Fiel, 2012. p. 172.
seguem a Cristo (cf. Jo 13.34-35). Nossa vida corporativa deve nos identificar como povo de
Deus e trazer louvor e glória a ele. Se Jesus é comprometido com a igreja, por que deveríamos
estar menos comprometidos com ela? (cf. Mt 16.18). Por que deveríamos estar menos
comprometidos uns com os outros? Nossas relações podem ou não trazer glória a Deus.

O que envolve o ser membro de uma igreja?

Ser membro de uma igreja envolve uma vida de arrependimento e fé. A igreja é
planejada para ser a comunidade dos que nasceram novamente. Mark Dever, afirma que a
graça de Deus em nossa vida, dando a nós arrependimento e fé, é evidenciada por:

Inicialmente, o batismo

Os cristãos são batizados (cf. Rm 6; Mt 28.18-20). Qual a razão de alguns, os quais


afirmam ser cristãos, se recusarem a fazer o que lhes é ordenado com tanta clareza? O. C. S.
Wallace afirma:

A igreja não recebeu autoridade para estabelecer mandamentos; ela tem o dever de
obedecer aos mandamentos já estabelecidos. Não é prerrogativa nem privilégio de
nenhuma igreja modificar, minimizar ou obscurecer, de algum modo [...] Quaisquer
dos mandamentos de Jesus Cristo.9

Rejeitar o batismo, a ceia ou qualquer outro mandamento é rejeitar a vontade de Deus.

Subscrever a declaração de fé e o pacto eclesial

Aos que querem ser membros da igreja, eles devem fazer um pacto de compromisso
com a igreja, o qual ela assina. Isso é algo sério. Isto também se trata de uma aliança com os
outros em resposta à graça de Deus em suas vidas. Você fez isso? Você faz isso?
Mark Dever traz cinco responsabilidades que os membros de sua igreja assumem:

1. Assistir aos cultos regularmente

9
DEVER, Mark. 9 marcas de uma igreja saudável. São Paulo: Fiel, 2012. p. 175.
Temos que ir regularmente às reuniões da igreja (cf. Hb 10.25). Isso é mais do que
apenas um culto.

2. Participar da ceia do Senhor

Antes de tomar a ceia, é útil renovarmos nosso pacto de compromisso e avaliarmos os


nossos relacionamentos uns com os outros. Mark Dever afirma que em muitas igrejas é
costume excluir alguém da igreja que faltou a santa ceia sem motivo justo.

3. Participar coerentemente das assembleias

As assembleias são ocasiões importantes em nossas vidas juntos, elas existem para
tomarmos decisões e estarmos ciente da vida da igreja.

4. Orar com regularidade

Busque obter a lista de membros de sua igreja ou faça uma lista de oração e ore (cf. I
Ts 5.17).

5. Contribuir com regularidade

A escritura é repleta de instruções sobre contribuir (cf. Pv 3.9; Ml 3.10; Lc 6.38; I Co


16.1-2; II Co 9.7).

Mark Dever afirma:

Se a igreja é um edifício, devemos ser os tijolos que o constituem. Se a igreja é um


corpo, somos seus membros. Se a igreja é a família da fé, somos parte dessa família.
As ovelhas estão em um rebanho; e os galhos, em uma videira. Do ponto de vista
bíblico, se somos cristãos, temos de ser membros de uma igreja. E ser membro de
uma igreja não é apenas o registro de uma declaração que fizemos no passado, nem
uma afeição por um lugar familiar. Tem de ser o reflexo de um compromisso vivo;
se não for assim, não terá valor algum.10

É perigoso não ser membro de uma igreja. Isso confunde os cristãos e não cristãos.
Permitir um membro inativo ser um membro é um mal feito aos ativos e inativos. Ser membro
10
DEVER, Mark. 9 marcas de uma igreja saudável. São Paulo: Fiel, 2012. p. 178.
de uma igreja pode ser uma marca de um salvo. Uma pessoa invisível não corre a carreira
cristã fielmente. Um membro que deixou nossa companhia e não foram para outra igreja
bíblica eram e são realmente parte de nós? Não podemos dizer se tais pessoas são ou não
salvas, mas podemos dizer que não estamos certos se eles vão para o céu.
Que possamos orar pelo ser membro seja algo mais significativo do que é em nossa
igreja. Que, como corpo, venhamos a conhecer melhor os que estão sob nossa
responsabilidade, para podermos orar por eles, encorajá-los e desafiá-los.
Não devemos permitir que as pessoas permaneçam como membros por motivos
sentimentais, isso não é membresia verdadeira. Se alguém sair de nosso meio, este deve
buscar o mais rápido possível se unir a outra igreja bíblica. Ser membro de uma igreja é estar
incorporado na caminhada prática do corpo de Cristo. É “[...] viajar juntos como estrangeiros
e peregrinos neste mundo, enquanto nos dirigimos ao nosso lar celestial [...]”11. Mark Dever
afirma:

Na penúltima cena da peça O Homem Que Não Vendeu Sua Alma, de Thomas Bolt,
a irmã do condenado More, Meg, chega à sua cela para convencê-lo a dizer aquilo
que o libertaria. Ela expressa: ‘Diga as palavras do juramento e, em seu coração,
pense de modo contrário’. E continua a argumentar com ele.
‘Bem [...], disse More, ‘não é uma questão de razão; é uma questão de amor’.
Finalmente, unir-se a uma igreja local é um reflexo exterior de um amor interior –
amor a Cristo e a seu povo. E, como vemos com tanta frequência nesta vida, o maior
amor raramente é apenas espontâneo; é algo planejado, ponderado e caracterizado
por compromisso.
Lemos em Efésios 5.25: ‘Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela’.
Atos 20.28 nos recorda que Ele ‘comprou’ a igreja ‘com o seu próprio sangue’. Se
somos seguidores de Cristo, também amaremos a igreja pela qual Ele deu sua vida.
Portanto, frequente uma igreja e una-se a ela. Junte-se com outros cristãos. Ache
uma igreja com a qual você pode unir-se. Faça isso para que os incrédulos ouçam e
vejam o evangelho; para que os crentes fracos desfrutem de cuidado; para que os
crentes fortes canalizem suas energias de um modo excelente; para que os líderes da
igreja sejam encorajados e auxiliados. Faça isso para que Deus seja glorificado. 12

A presente época tem sido marcada pelo individualismo extremo. Isso vale para a
igreja. Que venhamos a clamar a Deus pela recuperação da igreja, bem como para que ela seja
instrumento de Deus para evangelização, discipulado e missões. Que o amor de Deus pelo
mundo seja visível por meio de nosso amor uns aos outros.

Marca 8 – Interesse pelo discipulado e crescimento

11
DEVER, Mark. 9 marcas de uma igreja saudável. São Paulo: Fiel, 2012. p. 179.
12
DEVER, Mark. 9 marcas de uma igreja saudável. São Paulo: Fiel, 2012. p. 179-180.
George Barna que nos últimos tempos, muitos estão preocupados com seu próprio
crescimento na vida cristã. Em 1998, Barna relata que a porcentagem de pessoas que desejam
experimentar crescimento espiritual subiu vinte e quatro por cento, de cinquenta e oito para
oitenta e dois, em quatro anos. Mark Dever afirma que nos últimos anos, os que pensam no
significado e no valor básico da vida subiu onze por cento.
Tais porcentagens indicam uma onda de interesse numa nova espiritualidade e busca
por significado. Mais tais desejos por crescimento são bíblicos? Podemos ficar acomodados?
Como podemos crescer na vida espiritual? Crescimento espiritual importa? O que ocorrerá se
não crescermos?
Segundo Mark Dever, “Uma igreja saudável se caracteriza por um interesse sério pelo
crescimento espiritual por parte dos seus membros. Em uma igreja saudável, as pessoas
querem melhorar no seguir a Jesus”13.

Uma teologia bíblica de crescimento

Desejar crescimento espiritual é algo bíblico? Isto é um interesse da própria Bíblia: “E


Deus os abençoou, dizendo: Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei as águas dos mares; e, na
terra, se multipliquem as aves [...] E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos,
multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos
céus e sobre todo animal que rasteja pela terra” (Gn 1.22, 28). “Abençoou Deus a Noé e a
seus filhos e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra” (Gn 9.1). “Tomai
esposas e gerai filhos e filhas, tomai esposas para vossos filhos e dai vossas filhas a maridos,
para que tenham filhos e filhas; multiplicai-vos aí e não vos diminuais” (Jr 29.6).
Deus não subscreve a ideia de E. F. Schumacher de que o pequeno é belo. Mesmo
sendo de vez em quando, não é o melhor. Isso não significa que Deus seja um Deus de um
país enorme, mas que ele enxerga a abundância como bênção. No A. T., a prática da justiça é
estimulada pela demonstração da abundância de bênçãos da parte de Deus derramada em
forma de crescimento e prosperidade: “O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o
cedro no Líbano. Plantados na Casa do SENHOR, florescerão nos átrios do nosso Deus” (Sl
92.12-13).

13
DEVER, Mark. 9 marcas de uma igreja saudável. São Paulo: Fiel, 2012. p. 218.
Somos instruídos a crescer em sabedoria andando como sábios: “Mais poder tem o
sábio do que o forte, e o homem de conhecimento, mais do que o robusto” (Pv 24.5). “Quem
anda com os sábios será sábio, mas o companheiro dos insensatos se tornará mau” (Pv 13.20).
Não devemos ficar impressionados pelo crescimento de coisas físicas como riquezas e
bens: “Não temas, quando alguém se enriquecer, quando avultar a glória de sua casa; pois, em
morrendo, nada levará consigo, a sua glória não o acompanhará” (Sl 49.16-17).
A Bíblia afirma que o reino do Messias de Deus crescerá: “para que se aumente o seu
governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o
firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo do SENHOR dos
Exércitos fará isto” (Is 9.7). Jesus fala de tal crescimento: “o qual é, na verdade, a menor de
todas as sementes, e, crescida, é maior do que as hortaliças, e se faz árvore, de modo que as
aves do céu vêm aninhar-se nos seus ramos” (Mt 13.32). A semente caiu no solo e morreu,
mas, mesmo Jesus tendo sido crucificado e sepultado, ele ressuscitou e seu reino começou a
crescer: “Ora, naqueles dias, multiplicando-se o número dos discípulos [...] Crescia a palavra
de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos; também muitíssimos
sacerdotes obedeciam à fé” (At 6.1, 7). “Entretanto, a palavra do Senhor crescia e se
multiplicava” (At 12.24). “E divulgava-se a palavra do Senhor por toda aquela região” (At
13.49). “Assim, a palavra do Senhor crescia e prevalecia poderosamente” (At 19.20).
O crescimento ocorre no A. T. e no N. T. Não é apenas um crescimento numérico.
Uma igreja saudável não é medida só pelo número de pessoas que possui, mas também pelo
crescer, amadurecer e aprofundar na fé: “Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em
tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo
auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento
para a edificação de si mesmo em amor” (Ef 4.15-16).
O crescimento acontece pela obra de Deus. Crescemos à medida que Deus nos faz
crescer: “e não retendo a cabeça [Cristo], da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por
suas juntas e ligamentos, cresce o crescimento que procede de Deus” (Cl 2.19). Não é o
pregador que faz a igreja crescer. Deus pode usá-lo, sendo que isto cabe a Deus: “Eu plantei,
Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus. De modo que nem o que planta é alguma
coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento” (I Co 3.6-7). O crescimento depende
de Deus, não de nós. Isso não significa que devemos ser indolentes e ociosos, mas que o
crescimento depende de Deus, não de nós. Deus é comprometido com o crescimento de sua
igreja. É Deus quem opera o crescimento: “depois, dormisse e se levantasse, de noite e de dia,
e a semente germinasse e crescesse, não sabendo ele como” (Mc 4.27).
Ao saber que os tessalonicenses cresceram, Paulo não se congratulou com eles por tal
feito, mas agradeceu a Deus. O crescimento não deve produzir orgulho. Ele deve causar
humildade e reconhecimento que é Deus quem dá o crescimento: “Irmãos, cumpre-nos dar
sempre graças a Deus no tocante a vós outros, como é justo, pois a vossa fé cresce
sobremaneira, e o vosso mútuo amor de uns para com os outros vai aumentando” (II Ts 1.3).
Quando Paulo desejava ver uma igreja crescendo, ele orava, porque sabia que tal
crescimento viria de Deus: “Ora, o nosso mesmo Deus e Pai, e Jesus, nosso Senhor, dirijam-
nos o caminho até vós, e o Senhor vos faça crescer e aumentar no amor uns para com os
outros e para com todos, como também nós para convosco, a fim de que seja o vosso coração
confirmado em santidade, isento de culpa, na presença de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso
Senhor Jesus, com todos os seus santos” (I Ts 3.11-13). “Por esta razão, também nós, desde o
dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno
conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual; a fim de
viverdes de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra e
crescendo no pleno conhecimento de Deus” (Cl 1.9-10).
Isso não descarta a responsabilidade humana quanto ao crescimento espiritual: “[...]
antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo [...]” (II Pe
3.18). Temos que ter o desejo de crescer espiritualmente. Pedro fala como isso é feito: “por
isso mesmo, vós, reunindo toda a vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude; com a
virtude, o conhecimento; com o conhecimento, o domínio próprio; com o domínio próprio, a
perseverança; com a perseverança, a piedade; com a piedade, a fraternidade; com a
fraternidade, o amor. Porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com
que não sejais nem inativos, nem infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus
Cristo” (II Pe 1.5-8).
Devemos ter o desejo de crescer cultivando tais qualidades. O conhecimento da
palavra de Deus é muito importante: “desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o
genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação, se é que já
tendes a experiência de que o Senhor é bondoso. Chegando-vos para ele, a pedra que vive,
rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, também vós mesmos,
como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de
oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo” (I Pe 2.2-
5). O crescimento espiritual é um conceito bíblico e nós devemos nos preocupar com ele.

Uma prática bíblica de crescimento


Como crescemos em nossa vida espiritual? As marcas de uma igreja saudável afetam o
crescimento da vida cristã, individual e corporativamente.
I) Entendimento bíblico da pregação expositiva – isto estimula o crescimento
espiritual, à medida que ouvimos Deus falando por sua palavra a nós, a qual é o que
precisamos para crescermos espiritualmente. Falando disso, Mark Deve afirma que não “[...]
aprenderemos este fato básico, se buscarmos a cultura que nos cerca para nos dizer qual é a
nossa maior necessidade. Tampouco devemos buscar esse conhecimento em nosso próprio
coração14”. Os Guinness afirma que

A exagerada meia verdade a respeito de que a igreja ‘precisa atender às necessidades


das pessoas...’ gera consequências involuntárias. Assim como a paixão por
relevância do moderno crescimento de igreja se tornará um caminho à irrelevância,
assim também a sua paixão moderna por ‘necessidades sentidas’ tornará a igreja em
um instrumento que ecoa as necessidades da moda e que torna imperceptível aquela
voz que fala às verdadeiras necessidades, colocando-a abaixo de todas as
necessidades sentidas. Afinal de contas, se as verdadeiras necessidades são o
primeiro passo rumo à fé e à oração, as falsas necessidades são o oposto. Como
observou George Macdonald... ‘a necessidade que não é necessidade é um demônio
que suga desde o início a sua vida’.15

Mark Deve ainda afirma:

Para aprendermos sobre aquilo que mais necessitamos em nossa vida, precisamos
nos voltar para Deus. Precisamos ouvir sua Palavra – toda ela – pregada de forma
expositiva, para não ouvirmos apenas temas selecionados. Há coisas na Bíblia que
queremos evitar. Nenhum de nós é tão santo, perfeito e bem formado
espiritualmente, que recebemos com alegria toda palavra do livro de Deus. Oh!, que
Ele nos guarde de estar em uma igreja em que a Palavra é pregada de modo seletivo!
Devemos orar para que Ele dê à sua igreja pregadores que pregarão toda a sua
Palavra.
Enquanto estudamos a Palavra de Deus, vemos sua ajuda e seu cuidado em favor de
seu povo através da história. Ficamos conscientes do plano de Deus. Contemplamos
a glória do evangelho. Vemos como Ele nos corrige. De um modo estranho, quando
ouvimos a pregação expositiva, nos tornamos menos dependentes do pregador.
Estamos mais interessados na Palavra de Deus. E, se o pastor está ausente, ou se
Deus o chama a algum outro lugar, ou se ele faleceu e outro assumiu seu lugar, tudo
está bem. Amamos nosso pastor, mas, acima dele, amamos a Palavra de Deus. Isto é
o que queremos ouvir. Isto é o que edifica a igreja: ouvir a Palavra de Deus falando
conosco, à medida que o Espírito Santo usa-a em nosso coração. Por meio da
Palavra de Deus, conhecemos mais a Deus e seu caráter, mais do que podíamos
imaginar ou supor.
Tenha bastante cuidado antes de unir-se a uma igreja que não enfatiza a pregação
expositiva ou de cooperar em chamar um pregador que não usa esse tipo de
pregação, que não é comprometido em pregar toda a Palavra de Deus, embora
algumas de suas partes sejam incômodas.16

14
DEVER, Mark. 9 marcas de uma igreja saudável. São Paulo: Fiel, 2012. p. 225.
15
DEVER, Mark. 9 marcas de uma igreja saudável. São Paulo: Fiel, 2012. p. 225.
16
DEVER, Mark. 9 marcas de uma igreja saudável. São Paulo: Fiel, 2012. p. 225-226.
II) Entendimento bíblico da teologia bíblica – crescemos quando entendemos mais
sobre Deus. Fazendo assim, passamos a conhecer mais sobre nós. Quando vemos mais do
caráter de Deus e mais crescemos no conhecimento dele, mais passamos a confiar nele.
Crescemos na capacidade de confiar mais em Deus por meio das dificuldades pelas quais
Deus permite que nós experimentemos. A experiência é parte do crescimento e nos dá a
oportunidade de confiar. Confiamos em Deus porque ele se revela como digno de confiança.
III) Entendimento bíblico do evangelho – quanto mais compreendermos a
profundidade de nossa necessidade, mais somos treinados a confiar em Jesus. John Newton
escreveu o seguinte poema sobre confiar em Jesus e buscar crescer na vida espiritual:

Pedi ao Senhor que eu pudesse crescer


Na fé, no amor, e em toda a graça,
Saber mais de sua poderosa salvação
E buscar com mais fervor sua face.

Esperei que em alguma hora favorável


De repente ele respondesse a meu pedido
E pela força constrangedora de seu amor,
Eliminasse meus pecados e me desse paz.

Em vez disso, Ele me fez sentir


O mal escondido em meu coração
E deixou que as raivosas forças do inferno,
Assaltassem completamente minha alma.17

Quando passamos a ter um entendimento bíblico de nosso estado como seres


humanos, passamos a entender algo de nossas capacidades como portadores da imagem de
Deus e quão corrompidas tais capacidades podem se tornar, quando não as usamos em
submissão a Deus. Quando entendemos mais de nossa fraqueza, nossa rebelião pecaminosa,
passamos a entender mais do amor de Deus por nós em Cristo. Uma igreja que prega o
evangelho nos ajuda a crescer na vida cristã e em confiança, à medida que conhecemos o
amor de Deus.
IV) Entendimento bíblico da conversão – Mark Dever afirma:

Quando você compreende seu estado espiritual e a sua dependência de Deus para a
vida cristã, em vez de tornar-se indiferente, você se torna grato – profundamente
grato a Deus por haver tido misericórdia de você e de muitos outros. Quando você
faz isso, sua esperança se torna mais segura, porque você compreende que sua
esperança não se fundamenta em sua própria fidelidade, mas sim na fidelidade de

17
DEVER, Mark. 9 marcas de uma igreja saudável. São Paulo: Fiel, 2012. p. 227.
Deus. Isto é um tremendo encorajamento para qualquer pessoa que se reconheça
pecador. Deus nos ama por causa de sua própria natureza de amor.
Quando começamos a reconhecer nossa salvação como o fruto da obra de Deus em
nossa vida, não somos tentados a sentir orgulho em nossa própria vida espiritual,
porque entendemos, com base na Bíblia, o que é a conversão. Entendemos o que é
um verdadeiro cristão e como nos tornamos um deles – pela graça de Deus.18

V) Entendimento bíblico da evangelização – falta de crescimento espiritual se deve ao


fato de pessoas não terem sido evangelizadas corretamente. Muitos estão ensinando não
convertidos a pensarem que são convertidos. Evangelização é mais do que fazer anúncios,
informar às pessoas os benefícios de nosso produto e ser agradável às pessoas. A igreja não é
uma organização de promotores entusiastas. Anunciamos uma mensagem séria sobre a
situação das pessoas diante de Deus e a boas notícias da nova vida dada por Deus em Cristo,
convidando-as a entrarem em tal vida por meio da fé e do arrependimento.
Confiamos em Deus quando sabemos sobre o que a escritura fala sobre evangelização.
Não temos o dever de converter alguém, mas temos que transmitir as boas notícias fielmente.
Nós comunicamos as verdades sobre Jesus, amamos os ouvintes e por eles oramos. Somos
chamados a sermos fiéis na mensagem apresentada. Quando entendo a obra de Deus na
regeneração, fico mais encorajado a confiar nele.
VI) Entendimento bíblico da membresia da igreja – viver como cristão é estar
comprometido com os outros, é fazer parte de uma comunidade cristã. Mark Dever afirma que

[...] Ao lidarmos uns com os outros, somos forçados a tratar de áreas de nossa vida
que evitaríamos em outra situação. Por causa de nosso amor comprometido com
outros cristãos, oramos e refletimos nessas áreas e nos arrependemos. Por meio de
nossos compromissos e responsabilidades como membros de igreja, aprendemos
mais a respeito do que é o verdadeiro amor. Somos estimulados, à medida que
vemos Deus agir na vida de outros cristãos. Somos encorajados quando vemos
cristãos mais velhos recebendo cuidado e os novos cristãos amadurecendo. Mesmo
quando as coisas em nossa vida não estão indo bem, podemos ser animados pela
obra de Deus na vida de outras pessoas. Essa é uma das razões por que Deus não nos
chama a correr sozinhos. Estar vinculado a uma igreja estimula também a
responsabilidade. Ajuda-nos de muitas maneiras a crescer na vida cristã.19

VII) Entendimento bíblico da disciplina eclesiástica – em uma igreja que a disciplina


não é exercida, os exemplos não são claros e os padrões são confusos. Ervas daninha podem
causar prejuízo às plantas ao seu redor. Deus não nos encorajar a manter tais intactas. Deus
quer transformar pessoas imperfeitas e que o amem. A disciplina é para o bem do
disciplinado, da igreja, dos cristãos, do testemunho cristão e para a glória de Deus.

18
DEVER, Mark. 9 marcas de uma igreja saudável. São Paulo: Fiel, 2012. p. 228-229.
19
DEVER, Mark. 9 marcas de uma igreja saudável. São Paulo: Fiel, 2012. p. 230.
VIII) Entendimento bíblico da liderança na igreja – assim que Deus coloca em nosso
meio pessoas chamadas para exercer liderança espiritual, obtemos exemplos e modelos
práticos de piedade.

Esperanças para o crescimento

I) Visitação pastoral – estar com os membros da igreja, saber dos membros sobre o
entendimento que eles têm do evangelho, do testemunho deles, e como se tornaram e vivem
como cristãos. Ter uma agenda de visitação regular para orar e conversar com eles sobre suas
vidas. Eis algumas perguntas a serem feitas: como você cresceu em seu entendimento da vida
cristã, desde a última vez em que nos encontramos? Como você cresceu em sua prática da
vida cristã, desde a última vez que em nos encontramos? Como você sente que necessita de
instrução? Você está desapontado com sua própria busca por santidade? Especificamente,
como eu posso orar por você?
II) Crescimento coletivo como igreja – pacto eclesiástico – este pode ser útil no que
diz respeito ao fato do compromisso que os membros tem uns com os outros e com Deus.

A importância do bom crescimento

Crescer espiritualmente é importante. Esse é o meio pelo qual testemunhamos ao


mundo. “[...] o crescimento veio de Deus” (I Co 3.6). “mantendo exemplar o vosso
procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de
malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação” (I
Pe 2.12). “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas
boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.16). Trabalhar para promoção
do discipulado e crescimento espiritual não é para nossa glória, mas para a glória de Deus.
Essa é maneira pela qual Deus se torna conhecido no mundo. Uma igreja saudável se
preocupa com o crescimento da igreja de maneira cristã. A igreja que cresce está cheia de
cristãos? Além disso, o crescimento é um sinal de vida. Quando algo para de crescer, esse
algo morre. Somente coisas vivas sobrem a correnteza, coisas mortas boiam na correnteza.
Paulo esperava que os coríntios crescessem: “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou;
e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que
todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo” (I Co 15.10). E os efésios também:
“Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (Ef
4.15). Observe o que ele diz aos tessalonicenses: “Irmãos, cumpre-nos dar sempre graças a
Deus no tocante a vós outros, como é justo, pois a vossa fé cresce sobremaneira, e o vosso
mútuo amor de uns para com os outros vai aumentando” (II Th 1.3). O crescimento cristão é
um novo desafio a ser viver dia a dia.
Segundo Jonathan Edwards, o crescimento no discipulado cristão não é apenas
entusiasmo, uso crescente de linguagem espiritual ou grande conhecimento da escritura, nem
aumento evidente na alegria, amor ou interesse pela igreja. Aumento no zelo, no louvor a
Deus e na confiança da fé do cristão não são evidências infalíveis do verdadeiro crescimento
cristão. Ainda que todas essas coisas possam ser evidências de crescimento espiritual, o único
sinal correto e observável de tal crescimento é uma vida de santidade crescente, fundamentada
na renúncia cristã de si mesmo. A igreja deve ser caracterizada pelo interesse vital em tal tipo
de santidade crescente na vida de seus membros. Segundo Mark Dever,

Boas influências em uma comunidade de cristãos comprometidos uns com os outros


podem ser instrumento nas mãos de Deus para o crescimento de seu povo. À medida
que os filhos de Deus são edificados e crescem juntos em santidade e amor altruísta,
eles aprimoram sua habilidade de ministrar a disciplina e de promover o discipulado.
A igreja tem uma obrigação de ser um instrumento pelo qual o povo de Deus cresce
na graça. Se, em vez de nossas igrejas serem lugares em que os pastores ensinam
suas próprias ideias, em que Deus é mais questionado do que adorado, em que o
evangelho é diluído e a evangelização é pervertida, em que a membresia da igreja é
tornada insignificante e se permite o desenvolvimento de um culto mundano
personalista ao redor do pastor, dificilmente podemos esperar encontrar uma
comunidade que seja coesa e edificante. Esse tipo de igreja certamente não
glorificará a Deus. [...]20

Em II Pedro 3.18, está escrito: “Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos
pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas
vivificado no espírito”. Os membros de sua igreja realmente amam a Deus sinceramente? Eles
são diferentes da maioria dos cristãos? Uma igreja diferente e saudável tem sua fonte na
Palavra de Deus. Para o crescimento cristão é necessário estar debaixo do poder da escritura.
Temos que orar para o E. S. limpar o jardim de nosso coração. Crescimento indica vida, o que
é vivo cresce.

O que acontecerá se não crescermos?

Não há uma espécie de cristãos intermediários como a falsa ideia do cristão carnal que
é pregada em muitas igrejas. Ou somos cristãos ou somos mundanos. Somos cristãos ou

20
DEVER, Mark. 9 marcas de uma igreja saudável. São Paulo: Fiel, 2012. p. 236-237.
somos carnais. Em I Co 3.1, Paulo está usando um oximoro, ou seja, juntando duas palavras
que não deveriam ser usadas juntas. Paulo está dizendo que aquelas pessoas estavam vivendo
de maneira diferente da qual professavam ser. Eles não podiam fazer isso. Só é possível ser
cristão ou ser mundano. Monte em um desses cavalos, porque cada um deles segue direções
opostas.

Muitas pessoas, por causa do uso errado deste versículo, foram convencidas de que
de alguma forma tinham a verdadeira salvação, de alguma forma eram cristãos reais,
embora não tenham se arrependido e crido de verdade. Não nos admira o fato de que
a vida de muitos cristãos é uma bagunça, se as igrejas das quais fazem parte estão
confusas a respeito deste assunto tão fundamental.
Pense no que significa ser um cristão. Não significa que você é perfeito, e sim que
seu coração almeja realmente seguir o Senhor. Se você é um cristão, isso ocorre
porque Deus, em sua obra graciosa, tem produzido em você o desejo de viver de um
modo que agrada cada vez mais a Ele. Este crescimento é um sinal de verdadeira
vida espiritual e outra marca de uma igreja saudável. 21

21
DEVER, Mark. 9 marcas de uma igreja saudável. São Paulo: Fiel, 2012. p. 239.

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