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SÍNTESE- Tayane Carneiro Lima (PIBIC)

FRANCO, Maria Laura Puglisi Barbosa. Análise do conteúdo. Brasília: Plano Editora,
2003. 72p.

ALGUMAS IDEIAS SOBRE AS BASES TEÓRICAS DA ANÁLISE DO


CONTEÚDO

O ponto de partida da análise do conteúdo é a propria mensagem, podendo ser


esta verbal, escrita, gestual, silenciosa, figurativa, documental ou diretamente provocada
e ela expressa um significado (atribuído universalmente, algo generalizado a partir de
suas características definidoras) ou sentido (atribuição de significado pessoal a partir da
análise do contexto sócioeconômico e cultural em que foi produzida a mensagem).
Os componentes cognitivos, afetivos, valorativos, ideológicos são mutáveis e
socialmente construídos portanto levam em conta o contexto sob o qual foi construído.
Estes podem ser desconstruídos ou ultrapassados, por isso a análise do conteúdo tem suas
bases na concepção crítica e dinâmica da linguagem, esta por sua vez entendida como
uma construção real da sociedade e como expressão da existência humana que desenvolve
em cada momento histórico suas representações sociais por meio da interação dinâmica
entre linguagem, pensamento e ação.
O pesquisador deve ser competente, criativo, informado e esclarecido para ser
capaz de analisar e interpretar as mensagens levando em conta a complexidade do
processo e tomando os devidos cuidados para não exagerar na atribuição de valoração às
palavras. Dai a importância da semântica para o estudo da língua e para a busca descritiva,
analítica e interpretativa do sentido atribuído por um sujeito as mensagens verbais ou
simbólicas.
A análise do conteúdo requer uma relevância teórica, ou seja, uma informação
puramente descritiva não relacionada a outros atributos é de pequeno valor. Os dados
precisam ser relacionados, além do que devem ser direcionados a partir da sensibilidade,
intencionalidade e competência teórica do pesquisador. Deve saber fazer operações de
comparação (diferenças) e classificação (semelhanças), esta operação classificatória é
para Piaget (1967) uma atividade de abstração. A ação de organizar, objetivar e classificar
um discurso é um exercício intelectual. Para compreender uma situação é necessário
assumir uma ideia da história, a sucessão histórica.
CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS

A análise do conteúdo se situa na teoria da comunicação, a qual tem por base a


mensagem, o que fala, o que escreve, com que frequência, intensidade, quais os simbolos
figurativos utilizados, permite ainda fazer inferências a partir inclusive do silencio e das
entrelinhas. É importante salientar que toda comunicação é composta de fonte, processo
codificador, mensagem, receptor e processo decodificador.
Por isso, ao analisar mensagens, o investigador deve produzir inferências sobre
as características do texto, as causas e efeitos da comunicação e isso requer maior
bagagem teórica do analista direcionando sua análise do ponto de vista do receptor. Essa
indagação é de suma importância para o vanço dos conhecimentos nas areas sociais.
Como por exemplo descobrir os efeitos dos livros didáticos como elementos de
veiculação ideológica, ou os efeitos das manchetes de jornais, ou sobre os programas
alienantes de televisão
Outro ponto fundamental para além das causas e feitos da mensagem é buscar
compreender o ponto de vista do produtor da mensagem. Nessa perspectiva, é preciso ter
clareza que toda mensagem carrega em si a visão de mundo do autor, apresenta uma
intenção comunicativa na seleção do conteúdo dela e o produto desta é na verdade uma
produção social condicionada aos interesses da época ou da classe a que pertence.
Franco (2003) alerta sobre o perigo de debruçar-se sobre o ponto de vista do
receptor, que é justamente o vitimismo, para tanto aponta para a necessidade de conjugar
pesquisas que confrotem aas visões do (s) autor (es) e do receptor (es).
A polêmica do conteúdo manifesto e do conteúdo latente está na possibilidade
de infinitas extrapolações sobre o que fora interpretado. Por isso é importante, segundo
ela, partir da fala humana (tal como manifestada) e não falar por meio dela para evitar
uma análise equivocada. Vale destacar que os resultados d análise doc onteúdo devem
refletir os objetivos da pesquisa, tendo seu ponto de apoio nos indícios manifestos e
capturáveis na comunicação.
O processo de análise deve iniciar por meio do conteúdo manifesto, seja ele
explicito ou latente, presente em tudo que for escrito, falado, mapeado, desenhado e
simbolizado, esse material deve ser contextualizado para obter assim uma sólida análise
acerca do conteúdo. A contextualização é importante para relevancia dos resultados. Dito
de outra forma, os resultados são relevantes quando analisados de forma contextualizada
pois os discursos ganham sentido quando desvelamos as filiações teóricas e concepções
de mundo em torno do texto, por isso os vestigios são indispensáveis nas análises porque
são manifestações de dados, estados e de fenômenos.
O processo analítico apresenta três etapas, a descrição (enumeração das
características do texto), a inferência que é a fase intermediária que vai permitir a
passagem da descrição para a ultima fase, a interpretação. Na verdade, a autora Maria
Franco (2003) afirma que a produção de inferências confere a esse procedimento
relevância teórica. Pois uma informação puramente descritiva tem pouco valor. Assim,
toda análise de conteúdo implica comparações, isso quer dizer que o investigador pode,
também, comparar mensagens de uma única fonte emitidas em difirentes situações, em
diferentes momentos e para diferentes audiências (públicos). Essa comparação de
conteúdo das comunicações atraves do tempo, situação e audiencia são concebidas como
análises, interpretações e inferências produzidas.
A autora aponta algo que considero interessante os dados obtidos mediante
análise do conteúdo, podem ser comparados a algum padrão de adequação ou
desempenho, ou seja, a análise empregam padrões definidos a priori a exemplo da análise
do conteúdo presente nos meios de comunicação de massa. Para isso é necessário partir
das mensagens emitidas. Destaca ainda que para garantir a validade e fidedignidade do
conteúdo analisado é importante recorrer a um grupo de especialistas, com concepções
de mundo, de sociedade e de indivíduo diferentes, considerando o momento histórico.

OS CAMPOS DE ANÁLISE DE CONTEÚDO

Existem 3 métodos de análise de conteúdo: Método Lógico- Estéticos e Formais;


Método Lógico- Semânticos e Método Semânticos e Semântico- Estruturais. O primeiro
busca aspectos formais típicos do autor ou do texto, o segundo é puramente semântico,
tem fronteira com a hermenêutica, busca a interpretação, da imagem ou de um enunciado,
no sentido das palavras (Teoria da interpretação) e último o lógico semântico estrutural
considera uma das dimensões do exercício de compreensão e interpretação, a investigação
social, oriunda de um longo, conflitivo e complexo processo histórico e social, ou seja,
considera as situações que ocorrem em um determinado ambiente (espaços temporais
específicos), no campo das interações pessoais e institucional mediados por modalidades
técnicas de construção e transmissão de mensagens cada vez mais complexas nos dias
atuais.
O método lógico semântico é aquele em que a análise de conteúdo está vinculada
à função de um classificador, sabendo que a classificação lógica dos conteúdos
manifestos, vale–se de definições e essas são problemas de lógica. Alguns aspectos
centrais da análise de conteúdo define o método lógico semântico: Iniciar a leitura pelo
conteúdo manifesto (o imediatamente acessível); enumerar os conceitos utilizados e
classificá-los (reagrupamento por categoria) e compreender o sentido das mensagens, o
diagnóstico dos valores e ideias deve ir do particular para o geral.
Essas questões práticas precisam ser correlacionadas ao delineamento do plano
de pesquisa, que consiste em responder as perguntas do investigador, para isso o
pesquisador deve ter uma ideia muito clara de sua pesquisa, deve ser capaz de especificar
o tipo de evidências necessário ao teste de suas ideias, deve saber as análises que terá que
fazer, depois de ter colhido os dados, para além das inferências que lhes permitirão
estabelecer. Em síntese, um bom plano garante que estejam integrados a teoria, coleta,
análise e interpretação dos dados. Para Franco (2003, p. 33)

A ausência de um plano e de estratégias pressupõe que os documentos a serem


analisados são escolhidos, mas as razões para sua seleção não são claras para
o analista...Documentos são codificados, porém não existe teoria para guiar a
seleção de categorias e de unidades de análise. Tais condições fundamentais
são tomadas na base do “o que é mais fácil”. Comparações entre categorias
podem ser empreendidas e podem mesmo envolver análises estatísticas
sofisticadas, mas não estando ligadas sequer a uma teoria primitiva,
provavelmente servirão mais para confundir do que para esclarecer.

Como numa construção de uma casa, se não houver um projeto, materiais


poderão ser reunidos, porém não se sabe quanto de materiais serão necessário e de que
tipo, ou seja não há algo que oriente, assim mesmo, ocorre com um plano de pesquisa,
sem um bom plano pode ser difícil descobrir qualquer uso para o produto final. Em outras
palavras é preciso saber o que se quer (onde se quer chegar), como chegar, para quem
servirá, por que se quer chegar, qual será o efeito disso, para quem.

AS UNIDADES DE ANÁLISE

Após definir os objetivos da pesquisa, o referencial teórico, conhecer o tipo de


material a ser analisado, surge o primeiro desafio ao pesquisador que utiliza análise de
conteúdo: definir Unidades de Análise, que pode ser Unidades de Registro ou Unidades
de Contexto.
A Unidade de Registro pode ser dos seguintes tipos: A palavra; o Tema; o
personagem e o Item.
 PALAVRA: é a menor unidade de registro usada em análise de conteúdo. Pode
ser uma simples palavra (oral ou escrita), um símbolo ou um termo. Pode ser usada
em 4 conjuntos de pesquisas: em estudos para determinar a facilidade ou
dificuldade de compreensão do material escrito; em pesquisas que objetivam
detectar a frequência relativa de determinados símbolos políticos como o
socialismo, neoliberalismo, fascismo, comunismo, liberalismo e neoliberalismo.
Em pesquisa no campo da psicanálise e em pesquisa de estudos literários.
 TEMA: É usado para analisar o conteúdo de cada resposta em seu sentido
individual e único. Usado em estudos sobre propagandas, opiniões,
valores..Envolve componentes racionais, ideológicos, afetivos e emocionais.
Como por exemplo: “o que representa para vvocê a palavra FÉRIAS?” ou “o que
significa para você SER UM BOM ALUNO?” ou “o que viocê entende por
VIOLÊNCIA?”.
 PERSONAGEM: refere-se à pessoas classificadas de acordo com seus
indicadores como seu nível socioeconômico, sexo, etnia, educação, escolaridade,
nacionalidade, religião etc.
 ITEM: refere-se ao assunto que é privilegiado no texto, livro ou programa de
rádio. Quando utilizadas de forma conjunta com outras categorias
complementares e bem articuladas, permite julgamentos úteis e valiosos, que
podem servir como guia de referências para a análise e interpretação do conteúdo
e dos dados privilegiados em livros, cursos, filmes etc.

Para Franco (2003) não existe nenhuma razão plausível para se utilizar apenas
um tipo de unidade de registro, pelo contrario melhor será para as análises e
interpretações, o uso combinado, compartilhado e inter-relacionado dessas unidades que
levam em conta variadas instâncias de sentido e de significados implícitos nas
comunicações orais, escritas ou simbólicas.
As unidades de contexto podem ser consideradas como o “pano de fundo” que
imprime significado às unidades de análise. A unidade de contexto é a parte mais ampla
do conteúdo a ser analisado, porém é indispensável para a necessária análise e
interpretação dos textos a serem codificados e principalmente para que se possa
estabelecer a necessária diferenciação resultante dos conceitos de “significado” e
“sentido” os quais devem ser respeitados, quando da análise e interpretação das
mensagens disponíveis.
Em síntese, a unidade de contexto deve ser considerada e tratada como a unidade
básica para a compreensão da codificação da unidade de registro e corresponde ao
segmento da mensagem, cujas dimensões são excelentes para a compreensão do
significado exato da unidade de registro. Em outras palavras as unidades de registro
palavra, tema, item, personagem só tem seu sentido pleno quando analisadas do ponto de
vista das unidades de contexto.
A autora Franco (2003) ressalta que qualquer que seja a forma de explicitação,
histórias de vida, depoimentos pessoais, conjunto de palavras, de um parágrafo ou de
algumas sentenças, o importante é que fique claro o contexto a partir do qual foram
elaboradas, concretamente vivenciadas e transformadas em mensagens personalizadas,
socialmente construídas e expressas via linguagem (oral, verbal ou simbólica) que
permitam identificar o contexto específico da vivência no qual foram construídas
inicialmente e que são passíveis de transformações e reconstruções.

A ORGANIZAÇÃO DA ANÁLISE

Após definir a unidades analíticas, chega o momento da organização da análise


e da definição de categorias.
Vejamos agora os componentes da pré-análise, aqui é a organização
propriamente dita, consiste em buscas iniciais de instituições, contatos com materiais, tem
por objetivo sistematizar os “preâmbulos” necessários à constituição de um esquema para
o desenvolvimento de operações sucessivas e com vista à elaboração de um plano de
análise.
1º fase: escolha dos documentos, formulação das hipóteses ou dos objetivos e a
elaboração de indicadores. A escolha desses três fatores não segue uma ordem
cronológica, pois a escolha dos documentos depende dos objetivos da investigação; o
alcance dos objetivos só será possível a partir da disponibilidade dos documentos; os
indicadores serão construídos em função das hipóteses, ou pode ser que as hipóteses
venham a ser construídas em função da identificação de certos indicadores.
Um universo heterogêneo requer uma amostra maior do que quando se trata de
um universo homogêneo. Por exemplo, se estivermos trabalhando com alunos de
diferentes segmentos econômicos, teremos a necessidade de uma amostra maior. Agora
vale ressaltar que nem todo material a ser analisado é suscetível à obtenção de uma
amostragem, por isso, nesse caso é preferível reduzir o alcance da análise para garantir a
relevância, maior significado e maior consistência daquilo que é realmente importante
destacar e aprofundar no estudo em questão.
Os documentos a serem analisados devem ser homogêneos, isto é devem
obedecer a critérios precisos de escolha e não apresentar demasiada singularidade que
extrapole critérios e os objetivos definidos. Ou seja, por exemplo, as entrevistas realizadas
devem conter todas as questões que se refinam ao tema escolhido, as respostas devem ser
obtidas mediante a utilização de técnicas semelhantes em situações igualmente
semelhantes e devem ser realizadas por indivíduos similares.
Quanto a formulação da hipótese, vale enfatizar que a hipótese é uma afirmação
provisória que nos propomos verificar se ela se confirma ou não, recorrendo a
procedimentos de análise (levantada a prori). É oriunda de um quadro teórico/pragmático
no qual nos apoiamos e no âmbito do qual os resultados serão utilizados. Mas nem sempre
as hipóteses são estabelecidas na pré-análise, não há uma obrigatoriedade de que é preciso
ter hipóteses para proceder a análise dos dados. Isso não significa deixar de utilizar
técnicas sistemáticas adequadas para fazer o material da análise falar.
Há analistas que são orientados por hipóteses implícitas, essas interpretações
latentes são de suma importância no âmbito do processo de análise do conteúdo, estas
devem ser consideradas como informações relevantes, por que é um recurso à dedução e
à hermenêutica dos sentidos dos textos, possibilitam fornecer interpretações
complementares valiosas e ao juntar dedução com indução passam a constituir elementos
úteis para experimentação de novas hipóteses.
Muitos autores, segundo Franco (2003) privilegiam os procedimentos
exploratórios, nos quais o quadro de análise não está determinado, embora levem em
conta a evidência das propriedades dos textos. Enquanto que os procedimentos de
exploração não apenas podem como devem incluir técnicas sistemáticas de análise,
permitem, a partir dos próprios textos, apreender as ligações entre as diferentes variáveis,
funcionam segundo o processo dedutivo e facilitam a construção de novas hipóteses.
Esses métodos exploratórios sistemáticos podem servir de introdução.
O procedimento fechado, por sua vez, significa iniciar uma investigação a partir
de um quadro empírico ou teórico de análise de certos estados psicológicos,
psicossociológico ou histórico-sociais, a fim de particularizar, levantam hipóteses ou
questões. Reúnem-se textos mediante o referencial de um determinado quadro teórico
preestabelecido que não pode ser modificado.
Em grande parte das investigações, qualquer que seja o tema, ele passa a ter mais
importância para a análise dos dados. Neste caso o indicador será a frequência observada
acerca do tema em questão, e para isso será necessário recorrer a uma análise quantitativa
para identificar a frequência relativa e absoluta do tema escolhido e a proporcionalidade
de sua menção em relação a outros temas igualmente presentes. Para Franco (2003, p. 49)
Da mesma forma ocorre com o conteúdo latente, podem existir temas não
explicitamente mencionados, mas subjacentes às mensagens, passíveis de
observação por parte do investigador e cuja frequência de ocorrência passa a
ser, também, um elemento indispensável para que se possa efetuar uma análise
mais consistente e uma interpretação mais significativa.

Por exemplo, em uma entrevista é importante notar frases interrompidas,


chamadas aqui de índices como repetições, gagueiras, frases incoerentes e associa-las às
suas respectíveis frequências de ocorrência, estes fatores (índices) transformam-se em
indicadores do estado emocional do emissor. Após a escolha dos índices, procede-se a
construção de indicadores seguros e precisos, para certificamo-nos da eficácia e
pertinência dos indicadores, é necessário testar, realizando recortes de textos ou em
alguns elementos dos documentos, via pré-teste de análise.

AS CATEGORIAS DE ANÁLISE

A categorização é ponto fundamental da análise de conteúdo, é um processo


longo, difícil e desafiante, mesmo tento claro e explícito o problema e as hipóteses.
Segundo Franco (2003) a categorização é uma operação de classificação de elementos de
um conjunto, por diferenciação, seguida de reagrupamento, baseado em analogias, a partir
de critérios definidos. Esses critérios podem ser semântico (categorias por sentido),
sintático (categorizar os verbos ou adjetivos), léxico (classificação por sentido com
emparelhamento dos sinônimos e dos sentidos próximos) ou expressivo (categorias
classificadas por perturbações da linguagem).
Esse longo processo exige grande dose de esforço do pesquisador, implica idas e
vindas da teoria ao material de análise, do material de análise à teoria, e pressupõe a
elaboração de varias versões do sistema categórico. Em geral, o pesquisador segue seu
próprio caminho baseado em seus conhecimentos e guiado por sua competência,
sensibilidade e intuição.
No entanto há dois caminhos que podem ser seguidos para elaboração de
categorias uma cuja as categorias são criadas a priori e outra cujas categorias não são
definidas a priori. Na primeira as categorias e seus respectivos indicadores são
predeterminados em função da busca a uma resposta específica do investigador. Por
exemplo, em uma escola onde o diretor esteja interessado em saber até que ponto seus
professores apoiam determinada proposta de avaliação educacional, para tal, ele solicita
que os professores respondam por escrito a seguinte questão “qual é a função da
avaliação?” ou “para que serve a avaliação?”, recorrendo aos pressupostos teóricos que
indiquem uma avaliação centrada em objetivos, define categorias em torno do que é
avaliação nessa perspectiva.
Se as respostas expressarem esta postura será classificada em uma categoria que
expresse a presença da teoria, se quiser saber o quanto dessa aproximação, poderá
quantificar em termos de frequências absolutas ou relativas, conforme o número de
enunciados que couberem nas categorias. Afirmações e respostas de outros tipos serão
desprezadas por não se encaixarem em nenhuma das categorias criadas. Nessa opção há
o perigo da simplificação e a fragmentação muito grande do conteúdo manifesto.
Para Franco (2003, p.54) quando as categorias não são definidas a priori,
As categorias vão sendo criadas, à medida que surgem nas respostas, para
depois serem interpretadas a luz das teorias explicativas. Em outras palavras,
o conteúdo, que emerge do discurso, é comparado com algum tipo de teoria.
Infere-se das falas, as diferentes concepções de mundo, de sociedade, de
escola, de indivíduo etc.

As categorias emergem da fala, do discurso, do conteúdo das respostas e implicam


constantes idas e voltas do material de análise à teoria. Serão tanto mais ricas quanto
maior for a clareza e domínio conceitual do pesquisador em relação às diferentes
abordagens. O processo inicia-se pela descrição do significado e do sentido atribuído
pelos respondentes, fazendo todos os destaques observados, em seguida faz-se a
classificação das convergências e das divergências, isso é feito com uma amostra. A partir
disso será criado um código para a leitura dos demais respondentes, sempre aberto a novas
categorias.
Nessa opção, o sistema aberto a categorias, exige maior bagagem teórica do
investigador, já que há uma tendência de se iniciar o trabalho criando uma grande
quantidade de categorias, principalmente os iniciantes que acaba abrindo uma categoria
para cada resposta. Isso acaba gerando a fragmentação do discurso e prejudica a análise
das convergências, além disso causa muitas vezes redundância dos dados, prejudicando
assim toda a análise.
A autora sugere princípios organizatórios mais amplos (molares) e em seguida os
mais específicos (moleculares) para evitar fragmentação. Isso significa que classificamos
as respostas em categorias de menor amplitude, sem se afastar dos significados e dos
sentidos atribuídos pelos respondentes, cria-se assim, marcos mais amplos para agrupá-
los. Pois, desse modo, as categorias iniciais passam a ser indicadoras de categorias mais
amplas que passam a incorporar pressupostos teóricos.
Os principais requisitos para a criação de categorias satisfatórias deve possuir as
seguintes qualidades como a exclusão mútua (um princípio de classificação deve orientar
sua organização), a pertinência (quando o material de análise está adaptado ao quadro
teórico definido, o sistema de categorias deve refletir as intenções da investigação, as
questões do analista, corresponder às características das mensagens), a objetividade e a
fidedignidade (quando as diferentes partes de um mesmo material, já categorizado, são
codificadas da mesma maneira, mesmo quando submetidas a varias análises).
As condições para construção de boas categorias de qualidade pragmáticas são
para Franco (2003) as que são produtivas, com resultados férteis em inferências, em
hipóteses novas e em dados relevantes para o aprofundamento de teorias e para a
orientação de práticas críticas, construtivas e transformadoras.

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