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primeira ideia:

 pegar frases de júlia e decompô-las em matrizes de sentido


 contar histórias em pequenos parágrafos
 contar a recepção dela ao que presenciou

outras pessoas do ato:

 passam em frente a ela mudando as roupas (mudas de roupas em cada canto do


palco)
 sentam ao lado dela no banco e fumam cigarros ou leem jornais
 tentam falar com ela mas logo se incomodam porque ela não fala “nada com nada”

 representam, atrás ou ao lado, os personagens da história que ela narra

 cordelista(s?)

perguntas cruciais:

 em que tempo se passa? atual? ou do texto Pernambuco anos 30-40


 será Pernambuco? e o sotaque? re-espaciamos?

mais:

 ideia dois:
 júlia falando palavras soltas, pessoas passando
 o cordelista entra, luz de lanterna nele, anuncia a história – enquanto isso júlia, desde
o início sentada ou perto do banco, está sentada com a cabeça baixa (corpo paralisado
e ausente como personagem que está para nascer)
 júlia intercala a história doída com a musiquinha que canta rodeando o banco

Já gozei dias felizes


já zombei da sorte austera
Hoje só vivo penando
já não sou mais quem dantes era,
 roupas para os personagens x: paletós, chapéus, charutos,
 começa a história que alterna palavras soltas e parágrafos de história mesmo
Não assisti a nenhum espetáculo de drama nos circos da minha infância, mas pude ter
a dimensão do que eles seriam pelas descrições de minha tia, que morava na cidade
de Cabaceiras, nos cariris da Paraíba, e que me contava o quanto ela chorava com o
sofrimento da pobre mãe injustamente acusada de traição, no drama A Louca do
Jardim, um dos sucessos mais emblemáticos entre os dramas circenses, um verdadeiro
clássico desse espetáculo teatral genuinamente popular.

Vinde musa mensageira Na capital de Lisboa Naquela santa morada


Do reino de Eloim Que Orberto Alves Lins De seu bom amigo
Traz a pena de Apolo A mais sincera pessoa Orberto
E escreve aqui por mim Casou-se com Julia Alves Julia estava na calçada
O Assassino da Honra Alma santa justa e boa. De cobiça ele ficou
Ou a Louca do Jardim Com a alma marcheteada.
Orberto era um exemplo
Esta história é um Da mais sincera união - Dona Julia, dê-me água
exemplo Amava tanto a esposa e ela sem maldade
Pra qualquer mulher Como Deus ama a razão trouxe água e deu a ele
casada Parecia que os dois com educabilidade
Que respeita seu marido Tinham um só coração. sem saber que ele queria
E deseja ser honrada roubar-lhe a moralidade.
Que para quem não tem Sua esposa tinha um dom
honra Que a natureza lhe deu E perguntou por Orberto
A honra não vale nada. Honrada e criteriosa Disse ela – Foi receber
Julia era o nome seu Umas casas na cidade
Só pune a honra o Justa igualmente a ela Que deixou para vender
honrado No mundo inda não Disse Paulo: - Eu tenho
Porque é conhecedor nasceu. pena
Pois o honrado conhece De ver Orberto sofrer.
Que a honra tem valor Dessa união santa e pura
E quem fere a honra Só nasceu uma menina Orberto era pra ser
alheia E os seus pais lhe puseram Um homem mais felizardo
Fica sendo devedor. O nome de Albertina É bastante que possui
Que veio ajudar a Julia Um anjo delicado
E o desonrado fica Cumprir a tirana sina. Que pode dar-lhe um
Na maior lamentação conforto
E quando sofre inocente Quando a mesma nasceu De viver mais descansado.
Já sente no coração Inda mais multiplicou
Uma sede de vingança ]aquele amor santo e puro Dona Julia respondeu-lhe:
Pedindo a Deus punição. como Deus lhe ordenou - Mas Orberto não é pobre
somente pra Julia Alves só não é milionário
E Deus que nunca dormiu o amor nada durou. porem possui certo cobre
Nem de noite nem de dia e tem mais essa fazenda
Vê quem é merecedor Porque ao fazer seis meses que a nossa pobreza
De sua devocacia Que Albertina nasceu encobre.
E vê também quem Um grande conquistador
merece Para Julia apareceu Paulo lhe disse: - É
Pagar pela covardia. Paulo Ferreira da Silva verdade
Era esse o nome seu. Ele tem certo dinheiro
O mau não é perseguido Porem não é como eu sou
O justo sofre demais Era amigo de Orberto Capitalista e banqueiro
Onde reina a união Porem era desordeiro E posso fazer Orberto
Tem inveja o satanás Contava dezoito anos Meu sucessor e herdeiro.
Portanto conto um Ainda era solteiro
passado Vivia de roubar honra A senhora neste sitio
De uns cem anos atrás Confiando no dinheiro. Não está bem colocada
E a senhora não pode
Foi no velho Portugal E passando certo dia Viver aqui sendo honrada
E Orberto na cidade Com Julia se abraçou
Até alta madrugada. A fim de beijá-la a pulso Com trinta dias depois
Mas dona Julia açoitou O bandido novamente
Vou propor-lhe uma A mão pela cara dele Armou-se com os retratos
proposta Que até um dente Daquela pobre inocente
Mas quero ser perdoado quebrou. E disse: - Hoje eu me
Se não acertar perdoe vingo
Esse seu menor criado Paulo então se retirou Do que sofri cruelmente.
Que por seu amor se acha Com a cara bem opada
Quase louco apaixonado. E o dentro que quebrou Quando ele chegou lá
Botando sangue em Fazia apenas uma hora
Dona Julia conheceu golfada. Que Orberto viajava
Ser caso de adultério E disse pra dona Julia E Paulo sem ter demora
Lhe respondeu: - Senhor - Esta desfeita é vingada. Bateu na porta e falou
Paulo Dona Julia veio fora.
O homem que tem critério Com meia hora depois
Não desonra o lar alheio Em casa Paulo chegou - Senhora, disse o bandido
Que honra contem Fez depressa um curativo amigo Orberto chegou?
mistério. E o rosto desinchou Respondeu Julia que sim:
E ele disse: - Vingar-me - porem hoje viajou
- Quem diz assim não Daquela maldita eu vou. nessa conversa o bandido
engana abriu a porta e entrou.
o senhor fique avisado Deixemos Paulo o bandido
o homem que tem Pensando no que faria Entrou com toda afoiteza
vergonha Para se vingar de Julia Com os retratos na mão
não é desmoralizado. Por meio de covardia E disse pra dona Julia:
Eu vou contar a Orberto E falaremos de Orberto - Pra findar nossa questão
Pra não trazê-lo Que chegou no outro dia. receba aqui seus retratos
enganado. e dê-me o seu coração.
Quando Orberto chegou
- Dona Julia tenha calma Achou Julia descontente - Bandido, eu já lhe disse
não tenha perturbação Ele perguntou a ela: que você não é capaz
pois a senhora não sabe - Que tens tu anjo de entrar na minha casa
quanto é minha paixão inocente mas você é muito audaz
tudo isso são fraquezas que teu olhar está um ladrão conquistador
de meu pobre coração. mostrando roubador da santa paz.
que alguma coisa sente?
Nisso Paulo avistou Eu só nasci pra Orberto
Numa banca pequenina - Nada sofro, disse ela A quem amo e mais
De dona Julia o retrato apenas uma sombra ninguém
E outro de Albertina escura E já disse que você
Pegou-os e botou no bolso com vontade de jogar-me Pelo sentido que vem
Com sua ação assassina. na mais cruel desventura Só entra em minha casa
da qual eu só me livrava Porque vergonha não tem.
E perguntou: - Dona Julia se baixasse à sepultura.
Vai contar ao seu marido Você é mais que covarde
Que eu a si declarei-me? - Não querida, disse Pela má inclinação
Eu já estou prevenido Orberto O homem que tem
Com o seu retrato eu entre nós não há ruína vergonha
provo isto é algum nervoso Honra o outro cidadão
Que de si sou querido. que teu juízo imagina Não faz o que você
viva sempre para mim Disse Paulo: - Tem razão.
Se a senhora contar e nossa filha Albertina.
A Orberto este passado Paulo vendo que perdia
Com os seus retratos eu Com isso ela conformou- Fez um plano traiçoeiro
provo se Pôde entrar no quarto
Que fui seu apaixonado Porem com perturbação dela
E a senhora só conta Vendo a hora de cair Como um lobo carniceiro
Por eu lhe ter desprezado. Na maior condenação E botou uma cigarreira
Porque o falso nodoa Debaixo do travesseiro.
Ao dizer essas palavras O mais limpo coração.
Dona Julia vendo ele pra me dizer com “Oh! Julia minha querida
Entrar para o quarto dela franqueza eu estou arrependido
Nem sequer abriu a porta se aqui entrou alguém de me tornar homicida
Saiu por uma janela que disto eu tenho certeza porque te jurei deixar
Depois ele saiu como é esse o motivo justo Orberto no chão sem vida.
Quem não perseguia ela. de sua grande tristeza.
De gozar os teus carinhos
Ela vendo ele sair - Achei uma cigarreira Não estou arrependido
Pra sua casa voltou debaixo do travesseiro Porque de fato eu já fui
Foi cuidar de Albertina quer dizer que quando eu Pela senhora vencido
Na traição não pensou saio E a senhora pediu-me
Às 4 horas da tarde aqui me chega um Que matasse seu marido.
Orberto Alves chegou. herdeiro
me conte isso direitinho Mas me acho sem
Ela pensava em dizer que quero ser justiceiro. coragem
Aquele terrível maltrato De praticar tal horror
Que Paulo tinha lhe feito Dona Julia quase tremula Pois conheço que a vida
Mas pensava em seu A ele se apresentou É o ser de mais valor
retrato Orberto mostrou a ela Mesmo sem matar
Que se achava em poder O que ali encontrou Orberto
Daquele bandido ingrato. Quando dona Julia viu Eu já gozei seu amor.
Do traidor se lembrou.
- Se eu contar a Orberto Estão aí os retratos
vai se dar grande questão - Orberto, quero Orberto Caso não os queira mais
Orberto quer se vingar só sendo uma tentação Divida lá seu amor
Quer o fato tem razão satânica, onde alguém Com outro qualquer rapaz
O bandido se defende que inveja nossa união Que possa fazer seus
E eu fico na perdição. botou esta cigarreira gostos
em cima do meu colchão. Desse seu gênio voraz.
O meu caso está sem jeito
Só Deus pode me valer Nada disso, disse Orberto: A senhora já pediu
Faz de conta que estou - Você me atraiçoou Pra eu matar seu marido
Sentenciada a morrer vai pagar com sua vida Pode ser que muito breve
Só não morro se Orberto o crime que praticou Eu também seja traído
Só der crença no que ver. nisso alguém bateu na No dia que a senhora
porta Arranjar outro marido.
Orberto vendo a mulher e bem alto assim falou:
Quase sem consolação Orberto nem terminou
Compreendeu ser nervoso - Dona Julia, olhe aqui De ler a carta citada
Ou gases no coração uma cartilha de amor Disse pra Julia assim:
Dizendo que tudo isso que seu amante querido - Minha honra é vingada
Trazia perturbação. me pediu esse favor porque o homem sem
dona Julia ouvindo isso honra
Nessa mesma noite soltou um grito de dor. no mundo não vale nada.
Orberto
Entrando no camarim Entregando aquela carta - Bote a benção a sua filha
Chegou-lhe no Dali desapareceu para deixar de viver
pensamento Nem sequer o portador porque o que você fez
Uma idéia mesmo assim Orberto não conheceu só paga quando morrer
De examinar seu leito Porem quando abriu a o homem que pune a
Com um desejo sem fim. carta honra
De raiva o corpo tremeu. está em cima do dever.
Firmado no pensamento
Ele logo examinou Na carta viu o retrato - Orberto venha mais
Então no seu travesseiro De sua filha Albertina calmo
Sem querer ele encontrou E o de Julia também não seja tão positivo
Uma linda cigarreira Ele disse: - Oh! Assassina o próprio deus soberano
Que achando desmaiou. Teu crime pede vingança morreu sem ser vingativo
A Providencia Divina. e o roubador da honra
- Dona Julia venha cá não morreu, inda está
A carta dizia assim: vivo.
No mundo a peregrinar.
- Isto pode ser alguém - Só peço que tu Orberto
que tenha paixão por mim para vingar tua paixão Enlouqueceu de repente
e não podendo vencer-me me cortes a orelha Por pensar na Albertina
te fez esta carta assim esquerda Embrenhou-se na
quer se vingar com a uma perna e uma mão montanha
morte porém me deixes com vida Lamentando a sua sina
fazendo meu triste fim. até nascer a razão. Onde foi viver igual
Uma ave de rapina
- Orberto você não crê - Porque nascendo a razão
que houve morte e paixão eu sendo mesmo aleijada Portanto deixemos Julia
de nosso mestre Jesus podes pegar teu punhal Na montanha abandonada
a fonte do galardão. e dar-me uma punhalada E vamos ver Albertina
Também creia como eu eu morrerei satisfeita De que forma foi criada
Tenho limpo o coração. porque morro sendo E como chegou a ver
honrada. Sua vida angustiada.
- Bote a benção à sua filha
que seu tempo se venceu - Qual lá honra, qual lá Orberto logo mudou-se
mulher séria neste mundo nada Para o centro da cidade
se nasceu mais já morreu bote Albertina no chão E trouxe para Albertina
disse Julia: - Há mulher ou mesmo no berço dela De sua propriedade
séria que já perdi a razão Uma velha caridosa
e uma delas sou eu. e levantou o pinhal Que lhe criou sem
com toda força da mão;. maldade.
Orberto pega um punhal
Bem grande que possuía - Orberto quero esposo E não tentou mais casar
Com dois palmos e quatro pelo leite que mamou Porque de fato arranhou
dedos Jesus, na Virgem Maria Essa velha já idosa
Desse que quando batia Quando deus lhe enviou Que muito lhe agradou
Na matéria de alguém Pra terra, perdoa a mim A qual criou Albertina
Até a alma morria. Porque inocente estou. Até quando se formou.

Julia pegou Albertina Ao dizer estas palavras Quando Albertina contou


Em soluço comovente Orberto o punhal soltou Quatorze anos de idade
E disse: - Senhor Jesus porque naquele momento Sua mãe de criação
Ainda existe vivente Albertina ali chorou A velhinha de bondade
Que faça sofrer na vida Mais vendo o punhal no Por ordem da Providência
Uma infeliz inocente. chão Herdou a eternidade.
A menina se calou.
- Orberto vai me matar Já foi o segundo golpe
porém vai se arrepender E assim continuou Que Albertina sofreu
porque o falsineroso Que quando Orberto Pois a mãe que conhecia
terá que apodrecer pegava Foi aquela que morreu
pois dos castigos de deus No punhal a criancinha Sabia que teve outra
ninguém pode se Abria boca e chorava Porem não a conheceu.
esconder. Ele soltava o pinhal
A criança se calava. O leitor está lembrado
- Minha Albertina coitada Que a mãe de Albertina
vai ficar sem o amor Assim Orberto ficou Do traidor foi traída
de sua mamãe querida Que já não se dominava E saiu cumprindo a sina
por causa dum traidor Era pegar no punhal Como louca pelo mundo
que me fez merecedora A criancinha chorava Feita a maior peregrina.
do sofrimento e da dor. Orberto conheceu que
Dessa forma não matava. Pasou um ano na mata
- Só peço para que deus Mais cavernosa que havia
abençoe minha filhinha Resolveu mandá-la Na hora que estava sã
enquanto viver no mundo embora Se ajoelhava e pedia
porque a língua Para nunca mais voltar Vingança do crime injusto
mesquinha Então Julia garantiu Que sendo justa sofria.
pode roubar a honra Não vir mais nesse lugar
já como roubou a minha. No mesmo instante saiu Seu vestido, coitadinha
Já fazia piedade peregrinando na rua Sobre o ente sofredor
Não havia quem dissesse igual uma nuvem escura Que só herdou nesta vida
Qual foi sua qualidade que cobre o sol e a lua. O sofrimento e a dor.
De cipó, folha e embira
Já era mais da metade. Então naquele momento Vou citar para os leitores
Foi chegando perto dela O que a louca cantava
Assim passou doze anos Paulo Ferreira da Silva Quando ela mais ou
Pelejando com a sorte O que atraiçoou ela menos
Chorava e depois gemia Foi conhecido e não soube Da filhinha se lembrava
E pedia a deus a morte Nem sequer que era E do marido também
Até que um dia viu-se aquela. Que na mente ainda
Com seu espírito mais estava.
forte. Perguntou o nome dela
Respondeu ela: - Uma “Minha vida é um
Abandonou a montanha louca romance
E seguiu para a cidade E você monstro assassino desde o meu nascimento
Só em dizer heresia Se tiver língua na boca o amor me iludiu
Avançava sua idade Aumente minha miséria e fez meu sofrimento
Antes de chegar passou Que essa inda foi pouca. tudo isso são lembranças
Em sua propriedade. do maldito casamento.
Ouvindo essas palavras
Na fazenda viu Orberto Paulo logo caminhou “Enquanto eu era solteira
E logo reconheceu Para loja e um vestido não tive perseguição
Lhe pediu uma esmola Muito decente comprou porem depois de casada
Ele sem ter dúvida deu Costurou no outro dia me veio grande tentação
Ela disse: - deus lhe dê E para a louca levou. sou justa porem o mundo
O que já lhe pertenceu. fez minha condenação.
- Senhora tome um
Orberto lhe perguntou: vestido “Satisfeita com a sorte
- Que conversa é essa sua? a louca respondeu: - Não sofro mesmo sendo
A louca respondeu: - Nada receba 5 moedas honrada
Me ensine o caminho da a louca disse: - Patrão da maior língua ferina
rua pegue seu dinheiro e eu me vejo desonrada
E não olhe para mim guarde porque na mulher honesta
Que me acho quase nua. pra sua condenação. a honra é precipitada.

Com as palavras da louca Nada disso, disse Paulo: Leitores deixemos a louca
Orberto se conformou - Tome minha boa louca E falemos de Albertina
E a louco com dois dias o vestido e as moedas Contando seis quinze anos
Na cidade chegou e com a voz muito rouca Que para cumprir sua sina
E dos bancos do jardim a louca lhe perguntou: Destinou-se a conhecer
Ela se apoderou. - Sua consciência é pouca? Esta louca peregrina.

Sorria sem ver de que Quando a louca disse Pediu a seu pai Orberto
Chorava sem sentir dor assim Ele sem duvida aceitou
Chamava dizendo assim: Uma mendiga chegou Ela foi até a praça
- Oh! Jesus meu salvador Trazendo um fraco vestido E assim que lá chegou
vingança, Jesus vingança E pra louca assim falou: Vendo o estado da louca
sobre aquele traidor. - Aceite esse mulambinho De comovida chorou.
então a louca aceitou.
- Considera oh! Meu Jesus Abraçou-se com a louca
quem já fui eu nessa vida A louca muito contente E pegou-a com a mão
de par com o meu esposo O vestido recebeu Até que levou-a logo
e minha filha querida E depois com um palito Para a sua habitação
tudo tinha e hoje aqui Ela no chão escreveu Sem conhecer sua mãe
me vejo quase despida O nome do assassino Naquela situação.
Por quem sofria e sofreu.
- Meu vestido e minha Trocou as vestes da louca
sombra Lendo aquele escrito Por outra que já foi dela
se findaram eu estou nua Retirou-se o traidor E quando ela vestiu
descalça de pé no chão Portanto vamos falar Deu muito certinho nela
Nisto foi chegando De te gozar eu preciso Enquanto o bandido
Orberto E assim se retirou estuda
Perguntou quem era Quase doido do juízo. A forma de traição
aquela. Vamos ver um grande
Com quinze dias depois exemplo
- Essa é a louca, papai Ele foi lá novamente Do autor da criação
Albertina assim falou. Com o coração do mal Porque o falso só reina
= Aquela que o senhor Natureza de serpente Enquanto dorme a razão.
disse-me Com vontade de manchar
que vivia no jardim A linda jovem inocente. Albertina foi buscar
eu fui visitá-la e trouxe A louca lá no jardim
ela hoje para mim. Nesse dia Orberto Alves E quando ela chegou
Para o sitio viajou Albertina disse assim:
- Não filhinha, disse E Paulo chegando lá - Minha louca, Paulo,
Orberto Orberto não encontrou ontem
- Assim não dá certo não Mas pelo atrevimento veio seduzir a mim.
dê roupa a ela e dinheiro Abriu a porta e entrou.
e uma boa refeição A louca chorando disse:
depois mande ela voltar Albertina saiu fora - Boa menina cuidado
para a sua habitação. E ele apertou a mão Paulo é um roubador
E Paulo decente achou Da honra do povo
Albertina foi levar Da moça a educação honrado
A louca lá no jardim Da vontade com o desejo Pois eu conheço um casal
Deu-lhe dinheiro e comida Chegou a ocasião. Já por ele desonrado.
E findou dizendo assim:
- Boa louca tu vais ser Paulo disse: - Minha santa - E era um casal honrado
apadrinhada por mim. Me encho de alegria a quem ele atraiçoou
Em ter a honra de entrar com dois objetos alheios
- Oh! Minha boa menina Nesta sua moradia que ele mesmo roubou
que palavra de valor Somente para lhe dizer feriu uma mulher justa
foi deus que te deu a vida Que lhe tenho simpatia. e o marido acreditou.
um coração de amor
para te compadecer Albertina então lhe disse: - Ainda não satisfeito
de um ente sofredor. - Muito obrigada senhor com o falso traiçoeiro
pela sua exaltação foi no quarto do casal
Albertina despediu-se sua honra e seu valor e deu um golpe certeiro
Mui chorosa e regressou só não fale para mim deixando uma cigarreira
Com dez minutos depois em assunto de amor. debaixo do travesseiro.
Em sua casa chegou
Já um rapaz conversando - Por qual razão a senhora Albertina ouvindo isso
Com Orberto ela deseja me recusar? Um grande choque tomou
encontrou. Eu sendo milionário Porem conservou-se muda
E você a me rejeita? E quando seu pai chegou
Esse rapaz era Paulo A moça disse: - Riqueza O que a louca lhe disse
O maldito traidor Nem fez nem faz eu amar. Ao pai ela contou:
O assassino da honra
A cobiça do amor - Ainda que o senhor - Esta história tem areia
Com a presença de santo possua todo brasão Orberto lhe disse assim:
Mas sendo um devorador. tenha honra muito mais - A história dessa louca
de que mesmo D. João caiu em cima de mim
Assim que viu Albertina eu não lhe amo porque e se ela não mentiu
Tratou de lhe conquistar lhe odeio de coração. o caso vai ser ruim.
E disse sou bocado rico
Bom de um homem gozar Paulo Ferreira ouvindo Não deixou mais que a
Vou roubar-lhe a Albertina falar assim louca
virgindade Retirou-se angustiado Voltasse para o jardim
Ou então lhe difamar. Pensativo a estudar Mas a louca disse: - Eu
Um meio com que vou
Porem a moça pra ele pudesse Que lá há de ser meu fim
Não soltou um ar de riso Ele dela se vingar. Se for mentira o que eu
E Paulo de cá dizendo: disse:
- Pode castigar a mim. Veio roubar-lhe a A louca vendo tombar
virgindade No chão sem vida o
Albertina mui chorosa Ou então lhe difamar. bandido
Lhe abraçou soluçando Ficou sã igual a quem
E disse: - Boa mulher Contou também que Inda não tinha sofrido
És louca mas estás peitou De loucura e foi viver
mostrando A mulher do seu amigo Com a filha e o marido.
Que não és mulher ruim E a mulher lhe cuspiu
Pois teu gesto está Ele se vendo em perigo Albertina, Orberto e Julia
provando. Roubou os retratos dela No mesmo dia levaram
Temendo um certo Paulo numa padiola
O leitor sabe que Paulo castigo. E à policia entregaram
Jutou manchar a donzela E como tinha razões
Então neste mesmo dia Contou como colocou No mesmo dia voltaram.
Ele com muita cauteça Debaixo do travesseiro
Tentado pelo diabo A cigarreira cromada Disse Albertina: - O futuro
Pode entrar no quarto Achando um golpe Será o que deus quiser
dela. certeiro Esse exemplo é um
E falou também na carta conselho
Agora o leitor vai ver Que mandou por Só não toma quem não
Quanto vale a virgindade desordeiro quer
Paulo foi ferir a honra Homem nenhum nesse
Mas deus da eternidade E jurou por todos santos mundo
Fez ele pegar no sono Que dona Julia era pura Terá a mim por mulher.
E pagar a crueldade. E que lamentou depois
Em ver uma criatura Com papai e com mamãe
Mesmo debaixo da cama Tão justa e por sua língua A vida tem mais prazer
Da mochila ele ficou Sofrer tanta desventura. Eu vou viver mais feliz
E prometido por deus Todo mundo pode crer
O sono lhe agarrou É aquela pobre louca A minha mãe conheci
Porque só assim pagava Que está lá no jardim No santo dia que vi
Os crimes que praticou. A tua mulher que foi O assassino morrer.
Martirizada por mim
Albertina à meia noite Um bandido como eu CAETANO COSME DA
Avistou Paulo destado Só presta levando fim. SILVA
Dormindo de boca aberta
E chamou seu pai de lado Ao dizer estas palavras
Orberto chegando disse: Pelo revolver puxou
- Me considero vingado. Em cima do peito
esquerdo
Orberto acordou Paulo Em si mesmo detonou
Já debaixo do facão Morreu no mesmo
E quando ele acordou-se momento
Conheceu a perdição Pelo mal que praticou.
Pra não morrer acusou-se
Como assassino e ladrão Orberto e Albertina
Derramaram prantos
Paulo tinha um bom tantos
revolver Chegou a louca dizendo:
Mas com ele não armou-se - O que é isso meus santos
Forçado pelo remorso essa louca é Julia Alves
Então ele acovardou-se que veio enxugar seus
Que de fato era assassino prantos.
Da honra, então declarou-
se. Considere meu leitor
Que honra santa e feliz
Contou que entrou no Julia Alves como esposa
quarto Orberto Lins inda quis
Da moça para se vingar E foram viver felizes
Porque ela em outro dia Segundo a história diz.
Tratou de lhe recusar

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