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cordelista(s?)
perguntas cruciais:
mais:
ideia dois:
júlia falando palavras soltas, pessoas passando
o cordelista entra, luz de lanterna nele, anuncia a história – enquanto isso júlia, desde
o início sentada ou perto do banco, está sentada com a cabeça baixa (corpo paralisado
e ausente como personagem que está para nascer)
júlia intercala a história doída com a musiquinha que canta rodeando o banco
Com as palavras da louca Nada disso, disse Paulo: Leitores deixemos a louca
Orberto se conformou - Tome minha boa louca E falemos de Albertina
E a louco com dois dias o vestido e as moedas Contando seis quinze anos
Na cidade chegou e com a voz muito rouca Que para cumprir sua sina
E dos bancos do jardim a louca lhe perguntou: Destinou-se a conhecer
Ela se apoderou. - Sua consciência é pouca? Esta louca peregrina.
Sorria sem ver de que Quando a louca disse Pediu a seu pai Orberto
Chorava sem sentir dor assim Ele sem duvida aceitou
Chamava dizendo assim: Uma mendiga chegou Ela foi até a praça
- Oh! Jesus meu salvador Trazendo um fraco vestido E assim que lá chegou
vingança, Jesus vingança E pra louca assim falou: Vendo o estado da louca
sobre aquele traidor. - Aceite esse mulambinho De comovida chorou.
então a louca aceitou.
- Considera oh! Meu Jesus Abraçou-se com a louca
quem já fui eu nessa vida A louca muito contente E pegou-a com a mão
de par com o meu esposo O vestido recebeu Até que levou-a logo
e minha filha querida E depois com um palito Para a sua habitação
tudo tinha e hoje aqui Ela no chão escreveu Sem conhecer sua mãe
me vejo quase despida O nome do assassino Naquela situação.
Por quem sofria e sofreu.
- Meu vestido e minha Trocou as vestes da louca
sombra Lendo aquele escrito Por outra que já foi dela
se findaram eu estou nua Retirou-se o traidor E quando ela vestiu
descalça de pé no chão Portanto vamos falar Deu muito certinho nela
Nisto foi chegando De te gozar eu preciso Enquanto o bandido
Orberto E assim se retirou estuda
Perguntou quem era Quase doido do juízo. A forma de traição
aquela. Vamos ver um grande
Com quinze dias depois exemplo
- Essa é a louca, papai Ele foi lá novamente Do autor da criação
Albertina assim falou. Com o coração do mal Porque o falso só reina
= Aquela que o senhor Natureza de serpente Enquanto dorme a razão.
disse-me Com vontade de manchar
que vivia no jardim A linda jovem inocente. Albertina foi buscar
eu fui visitá-la e trouxe A louca lá no jardim
ela hoje para mim. Nesse dia Orberto Alves E quando ela chegou
Para o sitio viajou Albertina disse assim:
- Não filhinha, disse E Paulo chegando lá - Minha louca, Paulo,
Orberto Orberto não encontrou ontem
- Assim não dá certo não Mas pelo atrevimento veio seduzir a mim.
dê roupa a ela e dinheiro Abriu a porta e entrou.
e uma boa refeição A louca chorando disse:
depois mande ela voltar Albertina saiu fora - Boa menina cuidado
para a sua habitação. E ele apertou a mão Paulo é um roubador
E Paulo decente achou Da honra do povo
Albertina foi levar Da moça a educação honrado
A louca lá no jardim Da vontade com o desejo Pois eu conheço um casal
Deu-lhe dinheiro e comida Chegou a ocasião. Já por ele desonrado.
E findou dizendo assim:
- Boa louca tu vais ser Paulo disse: - Minha santa - E era um casal honrado
apadrinhada por mim. Me encho de alegria a quem ele atraiçoou
Em ter a honra de entrar com dois objetos alheios
- Oh! Minha boa menina Nesta sua moradia que ele mesmo roubou
que palavra de valor Somente para lhe dizer feriu uma mulher justa
foi deus que te deu a vida Que lhe tenho simpatia. e o marido acreditou.
um coração de amor
para te compadecer Albertina então lhe disse: - Ainda não satisfeito
de um ente sofredor. - Muito obrigada senhor com o falso traiçoeiro
pela sua exaltação foi no quarto do casal
Albertina despediu-se sua honra e seu valor e deu um golpe certeiro
Mui chorosa e regressou só não fale para mim deixando uma cigarreira
Com dez minutos depois em assunto de amor. debaixo do travesseiro.
Em sua casa chegou
Já um rapaz conversando - Por qual razão a senhora Albertina ouvindo isso
Com Orberto ela deseja me recusar? Um grande choque tomou
encontrou. Eu sendo milionário Porem conservou-se muda
E você a me rejeita? E quando seu pai chegou
Esse rapaz era Paulo A moça disse: - Riqueza O que a louca lhe disse
O maldito traidor Nem fez nem faz eu amar. Ao pai ela contou:
O assassino da honra
A cobiça do amor - Ainda que o senhor - Esta história tem areia
Com a presença de santo possua todo brasão Orberto lhe disse assim:
Mas sendo um devorador. tenha honra muito mais - A história dessa louca
de que mesmo D. João caiu em cima de mim
Assim que viu Albertina eu não lhe amo porque e se ela não mentiu
Tratou de lhe conquistar lhe odeio de coração. o caso vai ser ruim.
E disse sou bocado rico
Bom de um homem gozar Paulo Ferreira ouvindo Não deixou mais que a
Vou roubar-lhe a Albertina falar assim louca
virgindade Retirou-se angustiado Voltasse para o jardim
Ou então lhe difamar. Pensativo a estudar Mas a louca disse: - Eu
Um meio com que vou
Porem a moça pra ele pudesse Que lá há de ser meu fim
Não soltou um ar de riso Ele dela se vingar. Se for mentira o que eu
E Paulo de cá dizendo: disse:
- Pode castigar a mim. Veio roubar-lhe a A louca vendo tombar
virgindade No chão sem vida o
Albertina mui chorosa Ou então lhe difamar. bandido
Lhe abraçou soluçando Ficou sã igual a quem
E disse: - Boa mulher Contou também que Inda não tinha sofrido
És louca mas estás peitou De loucura e foi viver
mostrando A mulher do seu amigo Com a filha e o marido.
Que não és mulher ruim E a mulher lhe cuspiu
Pois teu gesto está Ele se vendo em perigo Albertina, Orberto e Julia
provando. Roubou os retratos dela No mesmo dia levaram
Temendo um certo Paulo numa padiola
O leitor sabe que Paulo castigo. E à policia entregaram
Jutou manchar a donzela E como tinha razões
Então neste mesmo dia Contou como colocou No mesmo dia voltaram.
Ele com muita cauteça Debaixo do travesseiro
Tentado pelo diabo A cigarreira cromada Disse Albertina: - O futuro
Pode entrar no quarto Achando um golpe Será o que deus quiser
dela. certeiro Esse exemplo é um
E falou também na carta conselho
Agora o leitor vai ver Que mandou por Só não toma quem não
Quanto vale a virgindade desordeiro quer
Paulo foi ferir a honra Homem nenhum nesse
Mas deus da eternidade E jurou por todos santos mundo
Fez ele pegar no sono Que dona Julia era pura Terá a mim por mulher.
E pagar a crueldade. E que lamentou depois
Em ver uma criatura Com papai e com mamãe
Mesmo debaixo da cama Tão justa e por sua língua A vida tem mais prazer
Da mochila ele ficou Sofrer tanta desventura. Eu vou viver mais feliz
E prometido por deus Todo mundo pode crer
O sono lhe agarrou É aquela pobre louca A minha mãe conheci
Porque só assim pagava Que está lá no jardim No santo dia que vi
Os crimes que praticou. A tua mulher que foi O assassino morrer.
Martirizada por mim
Albertina à meia noite Um bandido como eu CAETANO COSME DA
Avistou Paulo destado Só presta levando fim. SILVA
Dormindo de boca aberta
E chamou seu pai de lado Ao dizer estas palavras
Orberto chegando disse: Pelo revolver puxou
- Me considero vingado. Em cima do peito
esquerdo
Orberto acordou Paulo Em si mesmo detonou
Já debaixo do facão Morreu no mesmo
E quando ele acordou-se momento
Conheceu a perdição Pelo mal que praticou.
Pra não morrer acusou-se
Como assassino e ladrão Orberto e Albertina
Derramaram prantos
Paulo tinha um bom tantos
revolver Chegou a louca dizendo:
Mas com ele não armou-se - O que é isso meus santos
Forçado pelo remorso essa louca é Julia Alves
Então ele acovardou-se que veio enxugar seus
Que de fato era assassino prantos.
Da honra, então declarou-
se. Considere meu leitor
Que honra santa e feliz
Contou que entrou no Julia Alves como esposa
quarto Orberto Lins inda quis
Da moça para se vingar E foram viver felizes
Porque ela em outro dia Segundo a história diz.
Tratou de lhe recusar