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SEÇÃO ÚNICA
OC OR R ÊN C IA ATIVID AD E
Observações:
(1) as rotinas podem ser subdivididas por áreas, compartimentos ou
incumbências. Assim, a rotina “lavar e limpar tetos e acessórios nele instalados”
pode ser distribuída ao longo das semanas do mês, como necessário, de modo a
abranger todo o navio no período; e
(2) considerando as constantes movimentações dos navios, dificilmente um
planejamento de médio prazo para essas atividades será executado com fidelidade.
Entretanto, as rotinas previamente identificadas balizarão a programação adequada,
de modo que se tenha como resultado um navio sempre asseado e com alto padrão
de higiene.
b. Eliminação de vetores de doenças – Uma preocupação constante na
conservação de perfeitas condições sanitárias a bordo é a eliminação dos vetores
de doenças. Entre eles, destacam-se os ratos e insetos como baratas, pulgas,
piolhos, percevejos e moscas.
As medidas de proteção contra animais daninhos começam na redução da
probabilidade de que ingressem a bordo, com barreiras físicas, controle e verificação
do material que embarca (gêneros e carga, pois eles podem se ocultar em
embalagens); redução de suas opções de sobrevivência (manutenção dos alimentos
em embalagens fechadas, constante limpeza, correção dos maus hábitos individuais
etc.); e eliminação das pragas através da aplicação de veneno ou outro meio.
Entende-se como barreiras físicas quaisquer obstáculos que impeçam o
ingresso no navio (rateiras e hábito de se manter os acessos exteriores ao navio
fechados, principalmente no período noturno) ou nos compartimentos em que se
CONDIÇÕES SANITÁRIAS E HIGIENE 837
guardam gêneros (exemplo: vedação das frestas existentes nas anteparas dos pai-
óis – eficazes, particularmente, em relação aos roedores).
Uma prática bem-sucedida para reduzir o ingresso de animais daninhos a
bordo tem sido a adoção de caixas plásticas vazadas, padronizadas para o
acondicionamento, principalmente de itens fornecidos em embalagens não industriais
(caixotes de madeira), como frutas, legumes e hortaliças. Tais itens são transferidos
para as caixas ainda no cais, ocasião em que se faz uma inspeção acurada do
material a ser embarcado, eliminando-se detritos e o que estiver estragado. Tal
procedimento apresenta as seguintes vantagens:
• embarque de gêneros de melhor qualidade, com economia de recursos
financeiros, pois elimina o material de má qualidade, que de outro modo seria
pago;
• emprego de embalagens mais resistentes ao manuseio e ao transporte no
interior do navio;
• menor estiva de gêneros a bordo, pois as caixas se ajustam umas às outras
pelos ressaltos, facilitando a arrumação e a peação nos paióis e frigorífica (além
disso, os furos existentes nas paredes das caixas permitem a circulação de ar no
interior dos volumes, conferindo melhores condições para a conservação dos
alimentos); e
• redução do lixo produzido, como a madeira, que abriga microorganismos,
principalmente quando úmida.
Os três últimos tópicos indicam vantagens que também são obtidas na adoção
de caixas plásticas em substituição às embalagens industriais, como as que
acondicionam produtos congelados, que, unidas pelo gelo, são involuntariamente
destruídas quando se necessita recolher material na frigorífica.
Para reduzir a possibilidade de sobrevivência de animais daninhos, recomenda-
se, ainda, eliminar as fontes de alimento e as opções de abrigo para roedores e
insetos, através do manuseio adequado de gêneros e da remoção e acondicionamento
apropriado do lixo e de restos de comida.
No combate às pragas, a tripulação deve ser orientada no sentido de não lhes
facilitar a sobrevivência, pois tais animais podem migrar de um compartimento para
outro. Assim, a desbaratização em uma área infestada será de reduzida utilidade se
houver condições de migração e sobrevivência das baratas em um outro
compartimento – uma coberta, por exemplo, onde os ocupantes tenham o hábito de
guardar guloseimas (balas, biscoitos etc.) no armário.
As fainas de desbaratização e desratização devem ser realizadas com as
precauções apropriadas, pois os produtos utilizados são tóxicos para o homem.
Durante essas fainas, o material de rancho deve ser retirado de seus armários e
coberto, sendo lavado antes de ser novamente guardado.
Podem existir outros vetores de doenças a bordo (por exemplo, há registro de
transmissão de conjuntivite a partir de binóculos e sextantes). O médico deve estar
atento para os indícios que permitam identificar o vetor de transmissão de doenças,
de modo a subsidiar o comandante quanto às providências para a erradicação do
problema.
c. Facilidades para a lavagem de roupa da tripulação – A existência de
tais facilidades reflete-se positivamente nos aspectos de higiene e,
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d. Aguada
(1) grupos destilatórios – Nos navios que permaneçam no mar por longo tempo,
a existência de grupos destilatórios em plenas condições de operação deve ser
uma meta a ser perseguida com empenho, pois um bom suprimento de aguada é
fundamental para a manutenção das condições de higiene e conforto;
(2) manutenção dos equipamentos – Não admitir torneira e conexões vazando,
pois isso pode causar restrições operativas aos navios em viagem. Uma simples
torneira pingando eqüivale ao consumo de 46 litros de água por dia, o que é suficiente
para o banho demorado de uma pessoa; e
(3) recebimento de água nos portos – As providências a seguir são genéricas,
e a sua adoção deve ser pesada caso a caso:
• ao planejar uma viagem, procurar obter dados quanto à disponibilidade e à
qualidade da água do porto a ser visitado (tais registros serão importantes para o
controle do consumo ao longo da travessia até esse porto);
• se possível, analisar a água antes de recebê-la (ao menos, inspecione
aspecto e odor);
• deixar correr uma boa quantidade de líquido, antes de recolher a amostra
para análise ou antes de iniciar o recebimento (tal providência visa a remover a água
parada na ramificação da rede do porto que vai ser utilizada, pois esta pode estar
estagnada; tal precaução é mandatória nos terminais pouco freqüentados); e
• na dúvida quanto à qualidade da água, não recebê-la; se for imprescindível
fazê-lo, não a misturar com a água já existente a bordo, recebendo-a em tanques
separados, a fim de possibilitar a cloração (se necessário, adotar medidas que
impeçam que a água contaminada, ou que se suspeita contaminada, seja ingerida
pela tripulação).
18.2.4. Educação da tripulação – O Programa de Adestramento da tripulação
deve incluir treinamento físico e aulas voltadas para a higiene e prevenção de doenças,
bem como incluir orientações quanto aos temas capazes de influenciar os aspectos
emocionais e as relações de trabalho do homem a bordo (orientações aos familiares,
assistência médica, auxílio-funeral etc.).
Alcança-se um bom padrão de higiene mais facilmente se toda a tripulação
estiver efetivamente motivada quanto ao tema. Adicionalmente, os conceitos
assimilados serão transferidos para o lar, contribuindo para o bem-estar das famílias
dos tripulantes.