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Direito Penal p/ PC-RJ (Inspetor) Com Videoaulas - 2019

Renan Araujo, Time Renan Araujo


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DA“ PENA“ PRINCÍPIO“ E“PÉCIE“ COMINAÇÃO CIRCUN“TÂNCIA“ AGRAVANTE“ E ATENUANTE“

1 DAS PENAS ............................................................................................................... 3


1.1 Conceito ..................................................................................................................................... 3
1.2 Princípios .................................................................................................................................... 3
1.3 Finalidade: teorias ..................................................................................................................... 4
1.3.1 Teoria absoluta e sua finalidade retributiva ...................................................
............................................................. 4
1.3.2 Teoria relativa e sua finalidade preventiva .................................................................................................................. 5
1.3.3 Teoria Mista (unificadora ou eclética ou unitária) e sua dupla finalidade................................................................... 5

1.4 Espécies ...................................................................................................................................... 5


1.5 Penas em espécie....................................................................................................................... 7
1.5.1 Privativa de liberdade .................................................................................................................................................. 7
1.5.2 Penas restritivas de direitos ....................................................................................................................................... 11

1.6 Pena de multa .......................................................................................................................... 20


1.7 Aplicação das penas ................................................................................................................. 22
1.7.1 Etapas da fixação da pena privativa de liberdade...................................................................................................... 22

2 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ..................................................................... 34


3 SÚMULAS PERTINENTES ......................................................................................... 45
3.1 Súmulas do STF ........................................................................................................................ 45
3.2 Súmulas do STJ ......................................................................................................................... 46
4 EXERCÍCIOS PARA PRATICAR .................................................................................. 48
5 EXERCÍCIOS COMENTADOS .................................................................................... 60
6 GABARITO .............................................................................................................. 84

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Olá, meus amigos concurseiros!

Hoje é dia de T G P Veremos as espécies de pena e sua


cominação. Trata-se de um tema relativamente complexo, então estudem com bastante atenção!

Bons estudos!
Prof. Renan Araujo

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1 DAS PENAS

1.1 CONCEITO

Se a conduta incriminada pelo tipo penal incriminador é um preceito primário, a pena


(sanção penal) a ele cominada (prevista) é o que se pode chamar de preceito secundário.
A pena criminal é, acima de tudo, um castigo1. Trata-se de um mal que se aflige a alguém
em razão da prática de um delito2. O conceito não se confunde, porém, com os fins (ou finalidades)
da pena.
A pena possui como pressuposto de sua aplicação a culpabilidade do agente3. Já as
medidas de segurança não possuem a culpabilidade como pressuposto de sua aplicação (até
porque o agente não é plenamente imputável, não possuindo, portanto, culpabilidade), mas sim a
periculosidade. Isto é importante!
A pena pode ser conceituada como a resposta que a sociedade dá ao indivíduo que
transgride a ordem jurídico-penal estabelecida, e consiste na privação ou restrição de um bem
jurídico do condenado (liberdade, patrimônio, etc.), de forma a castigá-lo e reeducá-lo.

1.2 PRINCÍPIOS

Alguns princípios norteiam a Teoria Geral da Pena:


a) Reserva legal ou legalidade estrita Somente a Lei (em sentido estrito) pode cominar penas:
N à à à àE à à à à àXXXIXà àC à à à à àCP
b) Anterioridade A Lei que prevê a pena para a conduta deve ser anterior à prática do crime:
N . Também está previsto no art. 5°, XXXIX da Constituição e art. 1°
do CP, sendo, juntamente com o princípio da reserva legal, subprincípios do princípio da
LEGALIDADE;
c) Intranscendência da pena A pena deve ser cumprida somente pelo condenado, não podendo,
em caso de morte deste, ser transferida aos seus familiares, salvo a obrigação de reparar o dano e
o perdimento de bens, que podem ser cobrados dos sucessores até o limite do patrimônio
transferido pelo condenado falecido. CUIDADO: A pena de multa, embora patrimonial, não pode
ser cobrada dos sucessores!

1
BATISTA, Nilo; ZAFFARONI, Eugénio Raúl. Direito Penal brasileiro. 4. ed. Rio de Janeiro: Ed. Revan, 2011. Tomo I, p. 99.
2
MIR PUIG, Santiago. Introducción a las bases del Derecho penal. 2. ed. Montevideo, Buenos Aires: Ed. B. de F., 2003, p. 49.
3
DIAS, Jorge de Figueiredo. Direito penal, parte geral. 2. ed. Coimbra: Coimbra Editora, 2007. tomo I, p. 46-47

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d) Inevitabilidade ou inderrogabilidade da pena Presentes os requisitos para a condenação, a


pena não pode deixar de ser imposta e cumprida. É mitigado, atualmente, por institutos como o
sursis, o livramento condicional, etc.;
e) Princípio da humanidade ou humanização das penas A pena não pode desrespeitar os
direitos fundamentais do indivíduo, violando sua integridade física ou moral, e também não pode
ser de índole cruel, desumano ou degradante (art. 5°, XLIX e XLVII da Constituição);
f) Princípio da proporcionalidade A sanção aplicada pelo Estado deve ser proporcional à
gravidade da infração cometida e também deve ser suficiente para promover a punição ao infrator
e sua reeducação social;
g) Princípio da individualização da pena A pena deve ser aplicada de maneira individualizada
para cada infrator em cada caso específico. Essa individualização se dá em três fases distintas: a)
cominação: O legislador deve prever um raio de atuação para o Juiz aplicar a pena no caso
concreto, estabelecendo penas mínimas e máximas, de forma que o Juiz possa aplicar a
quantidade de pena que achar conveniente no caso concreto; b) aplicação: Saindo da esfera
legislativa, passamos à esfera judicial, segunda etapa, que consiste na efetiva aplicação
individualizada da pena, que será imposta conforme as circunstâncias do crime e os antecedentes
do réu, de acordo com a margem estabelecida pelo legislador; c) Na terceira e última fase temos a
aplicação deste princípio na execução da pena (esfera administrativa), de forma que o
cumprimento da pena, progressão de regime, concessão de benefícios devem ser analisados no
caso concreto, e não abstratamente, pois entende- à à à à à à à à à à à
legislador retirar do Juiz a possibilidade de analisá-lo e proceder da forma que melhor atenda aos
anseios da sociedade. Está previsto no art. 5°, XLVI da Constituição da República.

1.3 FINALIDADE: TEORIAS

Quanto à finalidade da pena, três teorias surgiram:

1.3.1 Teoria absoluta e sua finalidade retributiva


Para esta teoria, pune-se o agente simplesmente porque ele cometeu uma transgressão à
ordem estabelecida e deve ser castigado por isso. Não há nenhuma finalidade educacional de
reinserção do indivíduo à vida social. A pena é mero instrumento para a realização da vingança
estatal. Trata-se de um imperativo categórico de Justiça ou de Moral (se delinquiu, deve ser
punido, independentemente de qualquer outra finalidade).4

4
BACIGALUPO, Enrique. Manual de Derecho penal. Ed. Temis S.A., tercera reimpressión. Bogotá, 1996, p. 12

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1.3.2 Teoria relativa e sua finalidade preventiva

Pune-se o agente não para castigá-lo, mas para prevenir a prática de novos crimes. Essa
prevenção pode ser:

 Prevenção Geral Busca controlar a violência social, de forma a despertar na


sociedade o desejo de se manter conforme o Direito. Pode ser negativa 5, quando
busca criar um sentimento de medo perante a Lei penal, ou positiva, quando
simplesmente se busca reafirmar a vigência da Lei penal.
 Prevenção especial Não se destina à sociedade, mas ao infrator, de forma a prevenir
a prática da reincidência. Também pode ser negativa, quando busca intimidar o
condenado, de forma a que ele não cometa novos delitos por medo, ou positiva,
quando a preocupação está voltada à ressocialização do condenado (Infelizmente, não
há uma preocupação com isto na prática).

1.3.3 Teoria Mista (unificadora ou eclética ou unitária) e sua dupla finalidade

Aqui, entende-se que a pena deve servir como castigo (punição) ao infrator, mas também
como medida de prevenção, tanto em relação à sociedade quanto ao próprio infrator (prevenção
geral e especial). Além de consagrada na maioria dos países ocidentais6, foi a adotada pelo art. 59
do CP, que diz:
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos
motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá,
conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)

1.4 ESPÉCIES

Quanto às espécies, as penas podem ser:


a) Privativas de liberdade Retiram do condenado o direito à liberdade de locomoção, por
determinado período (é vedada pena de caráter perpétuo, art. 5°, XLVII, b da Constituição).
Máximo de 30 anos para crimes (art. 75 do CP) e de 05 anos para contravenções penais (art. 10 da
Lei de Contravenções Penais);
b) Restritivas de direitos Em substituição à pena privativa de liberdade, limitam
(restringem) o exercício de algum direito do condenado. Estão previstas no art. 43 do CP e em
alguns dispositivos da Legislação Especial;

5
ROXIN, Claus. Derecho penal, parte general. Madrid: Civitas, 1997. tomo I, p. 91.
6
DOS SANTOS, Juarez Cirino. Direito Penal, Parte Geral. Curitiba: Ed. Lumen Juris, 2008, p. 470

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c) Pena de multa Recai sobre o patrimônio financeiro do condenado;


d) Restritiva de liberdade Restringem, mas não retiram o direito de locomoção do
condenado. Na verdade, trata-se de uma espécie de pena restritiva de direitos. Exemplo: Proibir o
marido de se aproximar da casa da ex-esposa no caso de violência doméstica;
e) Penas corporais Trata-se de castigos aplicados ao corpo do indivíduo. É espécie de pena
vedada pela Constituição Federal (art. 5°, XLVII, e).

O CP previu, em seu art. 32, as penas privativas de liberdade, restritivas de direitos e


multa.
Este quadro esquemático vai ajudar na compreensão de vocês:
RECLUSÃO

PRIVATIVAS DE
DETENÇÃO
LIBERDADE

PRISÃO SIMPLES

PRESTAÇÃO
PECUNIÁRIA
ESPÉCIES DE PENAS
PERDA DE BENS E
VALORES

PRESTAÇÃO DE
RESTRITIVA DE
SERVIÇOS À
DIREITOS
COMUNIDADE
INTERDIÇÃO
TEMPORÁRIA DE
MULTA DIREITOS

LIMITAÇÃO DE FINAL
DE SEMANA

Estas penas podem ser cominadas:

 Isoladamente A Lei prevê a aplicabilidade de apenas uma espécie de pena. Exemplo: art.
121 do CP Pena de reclusão;
 Cumulativamente A Lei prevê a aplicabilidade conjunta de duas espécies de penas.
Exemplo: art. 155 do CP Pena de reclusão e multa;
 Alternativamente A Lei comina, alternativamente, duas espécies de pena. Exemplo: art.
331 do CP: Detenção ou multa.

Todavia, é bom ressaltar que as penas restritivas de direitos, como regra, apenas substituem
as penas privativas de liberdade, não sendo cominadas de forma isolada.

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1.5 PENAS EM ESPÉCIE

1.5.1 Privativa de liberdade


Como já vimos, o Direito Penal pátrio admite três espécies de penas privativas de liberdade:
reclusão, detenção e prisão simples (somente para as contravenções penais).
O regime de cumprimento de cumprimento da pena está previsto no art. 33, § 1° do CP, e
pode ser fechado, semiaberto ou aberto7.
O regime inicial de cumprimento da pena (fechado, semiaberto ou aberto) tem como regra
o seguinte: pena de reclusão Qualquer regime inicial; pena de detenção Regime inicial
somente semiaberto ou aberto.
A fixação, em concreto, do regime inicial de cumprimento da pena irá variar conforme três
fatores: reincidência, quantidade da pena e circunstâncias judiciais. Além disso, a própria Lei
estabelece que a pena seja executada de forma progressiva (de um regime mais gravoso para
outro, menos gravoso), ressalvada a hipótese de regressão (passagem de um regime menos
gravoso para outro, mais gravoso), em qualquer caso, atendendo-se ao mérito do condenado, nos
termos do art. 33, §§ 2°, 3° e 4° do CP.8

CUIDADO! O STJ possui entendimento no sentido de que é possível a fixação do regime semiaberto
aos condenados que sejam reincidentes, desde que as circunstâncias judiciais sejam favoráveis.
Vejamos:
Súmula 269 do STJ

7
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto,
salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;
b) regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.
8
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os
seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la
em regime semiaberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste
Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação
do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. (Incluído pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)

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É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual ou
inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais.

Além disso, na fixação do regime inicial de cumprimento da pena, não pode o Juiz fixar
regime mais gravoso do que aquele abstratamente previsto tendo em conta a pena aplicada,
tendo como base unicamente a gravidade abstrata do delito.
O STF possui dois verbetes de súmula muito importantes sobre o tema:
SÚMULA 718
A OPINIÃO DO JULGADOR SOBRE A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME NÃO CONSTITUI MOTIVAÇÃO IDÔNEA
PARA A IMPOSIÇÃO DE REGIME MAIS SEVERO DO QUE O PERMITIDO SEGUNDO A PENA APLICADA.

SÚMULA 719
A IMPOSIÇÃO DO REGIME DE CUMPRIMENTO MAIS SEVERO DO QUE A PENA APLICADA PERMITIR EXIGE
MOTIVAÇÃO IDÔNEA.

1.5.1.1 Regras do regime fechado


As regras do regime fechado são, basicamente, três:
 Submissão a exame criminológico9 inicial (O STJ passou a entender que ele agora é
facultativo SÚMULA 439 DO STJ);
 Submissão a trabalho durante o dia e descanso isolado durante a noite;
 Trabalho em comum (junto com outros presos) dentro do estabelecimento, SENDO
ADMISSÍVEL O TRABALHO EXTERNO em obras públicas (Necessário cumprimento de ao
menos 1/6 da pena).

O trabalho durante o regime de cumprimento da pena é obrigatório, e a recusa caracteriza


falta grave, nos termos do art. 50, IV da LEP (Lei de Execuções Penais), acarretando
impossibilidade de obtenção da progressão de regime e livramento condicional. Em resumo: O
preso pode se negar a trabalhar (até porque, não há como obrigá-lo fisicamente a isso), mas a
recusa injustificada (se tiver problemas de saúde, por exemplo, é uma recusa justificada) gera
consequências gravíssimas para ele.
O trabalho do preso é remunerado e ele tem direito, ainda, aos benefícios da previdência
social. Isso é bastante importante, pois o preso foi condenado a um à à à à à
ou seja, o único direito do qual ele está privado é a liberdade. Assim, o preso não se tornou um
escravo do Estado, devendo receber pelo seu trabalho, como qualquer pessoa.

9
O exame criminológico tem por finalidade permitir a individualização da pena (um dos princípios da pena) em sua terceira fase, em
homenagem ao disposto no art. 5°, XLVI da Constituição:
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:

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1.5.1.2 Regras do Regime semiaberto


O regime semiaberto é bem menos gravoso que o regime fechado, e possui como regras:
 Exame criminológico inicial (O STJ passou a entender que ele agora é facultativo SÚMULA
439 DO STJ);
 Trabalho diurno em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar, com descanso
isolado à noite;
 Admissão do trabalho externo, BEM COMO FREQUÊNCIA A CURSOS SUPLETIVOS
PROFISSIONALIZANTES, DE INSTRUÇÃO DE SEGUNDO GRAU OU SUPERIOR.

Vejam que as regras, embora parecidas, não são idênticas. Nesse regime o condenado pode
trabalhar fora do estabelecimento de cumprimento da pena (em qualquer trabalho, e não apenas
em obras públicas), bem como estudar.
Além disso, o preso deve ficar recolhido em estabelecimento próprio (colônia agrícola,
industrial ou similar), e não em presídio comum, onde se encontram os presos em regime
fechado.

Mas e se não houver vagas nos estabelecimentos especiais (colônias), o que fazer? O STF
entende que se não houver vagas no regime semiaberto, o preso não pode arcar com essa
deficiência do Estado, pois é um direito seu. Desta forma, não pode o preso continuar no regime
fechado. Por consequência, a lógica determina sua transferência diretamente para o regime aberto
ou prisão domiciliar.

O regime aberto é o mais brando dos três regimes de cumprimento da pena privativa de
liberdade, e baseia-se no senso de responsabilidade e autodisciplina do preso. Regras básicas:
 Trabalho diurno fora do estabelecimento e sem vigilância, frequência à curso ou outra
atividade autorizada, bem como recolhimento noturno e nos dias de folga;
 Transferência para regime mais gravoso no caso de prática de crime doloso, frustração dos
fins da execução (basicamente, a fuga), ou ausência do pagamento da pena de multa.

Onde se dá o recolhimento do preso, e o que ocorre se não houver vagas no regime


aberto? O recolhimento noturno do preso no regime aberto se dá em casa de albergado, que é um
prédio urbano, separado dos demais estabelecimentos prisionais e que não deva possuir
características de prisão, principalmente no que se refere à existência de obstáculos físicos para a

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fuga. Caso não haja vagas no regime semiaberto (são raríssimas as casas de albergado), o STF e o
STJ firmaram entendimento no sentido de que deve o preso ficar recolhido à prisão domiciliar 10.

1.5.1.3 Disposições gerais acerca dos regimes de cumprimento da pena


Conforme havia dito a vocês, a pena privativa de liberdade atinge somente um direito do
preso: a liberdade (óbvio, não?).
Assim, o preso mantém todos os direitos inerentes à pessoa humana, como o respeito à sua
integridade física e moral. O respeito à integridade física e moral, inclusive, possui índole
constitucional (art. 5°, XLIX da Constituição). 11
Em razão disso, o STF decidiu regulamentar o uso de algemas, editando a súmula vinculante
n° 11, que diz:
SÚMULA VINCULANTE Nº 11
SÓ É LÍCITO O USO DE ALGEMAS EM CASOS DE RESISTÊNCIA E DE FUNDADO RECEIO DE FUGA OU DE
PERIGO À INTEGRIDADE FÍSICA PRÓPRIA OU ALHEIA, POR PARTE DO PRESO OU DE TERCEIROS,
JUSTIFICADA A EXCEPCIONALIDADE POR ESCRITO, SOB PENA DE RESPONSABILIDADE DISCIPLINAR, CIVIL
E PENAL DO AGENTE OU DA AUTORIDADE E DE NULIDADE DA PRISÃO OU DO ATO PROCESSUAL A QUE
SE REFERE, SEM PREJUÍZO DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO.

O direito ao recebimento de salário pelo seu trabalho realizado no estabelecimento


prisional, bem como o direito à integrar a previdência social também são assegurados ao preso,
conforme foi dito.12
E se antes do início do cumprimento da pena sobrevier ao condenado doença mental? O
CP diz que o condenado, neste caso, deve ser recolhido a Hospital de custódia e tratamento
psiquiátrico, ou outro estabelecimento adequado.13

CUIDADO! Se a doença mental sobrevém após o início da execução da pena, aplica-se o art. 183
da LEP, que autoriza o Juiz a substituir a pena privativa de liberdade por medida de segurança.

10
STJ - REsp 1201880/RS, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 07/05/2013, DJe 14/05/2013) e STF - HC
122313, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. EDSON FACHIN, Primeira Turma, julgado em 23/02/2016, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-085 DIVULG 29-04-2016 PUBLIC 02-05-2016).
11
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
12
Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua
integridade física e moral. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
13
Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental deve ser recolhido a hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a
outro estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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O Código Penal estabelece, ainda, o fenômeno da Detração, que é o abatimento do tempo


de cumprimento da pena imposta, em razão do tempo que o condenado permaneceu preso
provisoriamente, administrativamente ou internado nos estabelecimentos psiquiátricos previstos
no art. 41. Vejamos:
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão
provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos
estabelecimentos referidos no artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Por fim, há ainda a previsão de regime de cumprimento de pena especial às presidiárias


mulheres, que devem ser recolhidas a estabelecimento próprio.14
Trata-se de regra que materializa o direito previsto no art. 5°, XLVIII da constituição, que
trata do cumprimento da pena em estabelecimentos prisionais adequados.15
Na Lei de Execuções Penais, inclusive, há regramento específico para o tratamento das
presidiárias gestantes e que estejam em fase de amamentação, bem como dispõe sobre a
existência de creches para que as mães presidiárias não sejam privadas da companhia de seus
filhos, e vice-versa.

1.5.2 Penas restritivas de direitos

As penas restritivas de direitos são também chamadas de à à à à


apresentam como uma alternativa à aplicação da pena privativa de liberdade, muitas vezes
desnecessária no caso concreto.
São divididas em cinco espécies, conforme já adiantado, nos termos do art. 43 do CP.
Duas são as características elementares das penas restritivas de direitos: autonomia e
substitutividade.16
Por autonomia entende-se a impossibilidade de serem aplicadas cumulativamente com a
pena privativa de liberdade.
Por substitutividade entende-se o caráter substitutivo das penas restritivas de direito, ou
seja, elas não são previstas como pena originária para nenhum crime no Código Penal, sendo
aplicadas de maneira a substituir uma pena privativa de liberdade originariamente imposta,
quando presentes os requisitos legais.
Entretanto, as penas restritivas de direitos devem ser aplicadas somente se presentes
alguns requisitos, que a doutrina divide em objetivos e subjetivos. 17 Os primeiros referem-se ao

14
Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes à sua condição pessoal, bem
como, no que couber, o disposto neste Capítulo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
15
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
16
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal Parte Geral. Ed. Saraiva, 21º edição. São Paulo, 2015, p. 659/660
17
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 662/666

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crime em si, e à penalidade imposta. Os últimos estão ligados à pessoa do criminoso. Estão
previstos nos incisos do art. 44 do CP. 18

REQUISITOS OBJETIVOS

Natureza do crime Só pode haver substituição nos casos de crimes culposos (todos
eles) ou no caso de crimes dolosos, desde que, nesse último
caso, não tenha sido o crime cometido com violência ou grave
ameaça à pessoa (ex.: Não caberia substituição no caso de
homicídio).
Quantidade de pena A pena aplicada, no caso de crimes dolosos, não pode ser
aplicada superior a quatro anos. No caso de crimes culposos, pode haver
a substituição qualquer que seja a pena aplicada.

REQUISITOS SUBJETIVOS

Não ser reincidente OBS.1: Se o condenado for reincidente em crime culposo,


em crime doloso poderá haver a substituição.
OBS.2: Entretanto, excepcionalmente, mesmo se o condenado
for reincidente em crime doloso, poderá haver a substituição,
desde que a medida seja socialmente recomendável (análise
das características do fato criminoso e do infrator) e não se trate
de reincidência específica (reincidência no mesmo crime),
conforme previsão do art. 44, § 3° do CP.
Suficiência da medida A pena restritiva de direitos deve ser suficiente para garantir o
(princípio da alcance das finalidades da pena (punição e prevenção, geral e
suficiência) especial).

1.5.2.1 Regras da substituição


Nos termos do art. 44, § 2° do CP, a substituição se fará da seguinte forma:
Art. 44 (...) § 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma
pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma
pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

18
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de
1998)
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou,
qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
II - o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que
essa substituição seja suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

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Assim:

 Pena igual ou inferior a um ano = Substituição por multa ou uma pena restritiva de direitos.
 Pena superior a um ano = Substituição por pena de multa e uma pena restritiva de direitos,
ou por duas restritivas de direitos. No caso de serem aplicadas duas restritivas de direitos, o
condenado poderá cumpri-las simultaneamente, se forem compatíveis, ou sucessivamente,
se incompatíveis (art. 69, § 2° do CP).

ATENÇÃO! O art. 60, § 2° do CP prevê que: § 2º - A pena privativa de liberdade aplicada, não
superior a 6 (seis) meses, pode ser substituída pela de multa, observados os critérios dos incisos II
e III do art. 44 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). Como conciliar este
artigo com o art. 44, § 2° do CP, que expressamente permite a substituição pela pena de multa
nos casos de crime cuja pena seja igual ou inferior a um ano? Como fazer quando a pena
privativa de liberdade for superior a seis meses, mas não superior a um ano? O entendimento
majoritário é o de que o art. 44, § 2°, por ter sido incluído pela Lei 9.714/98, sendo mais recente,
portanto, que o art. 60, § 2° (incluído pela Lei 7.209/84), revogou este último, de forma que a
substituição da pena privativa de liberdade pela pena de multa pode ocorrer quando a pena
aplicada não for superior a um ano.19

Pode ocorrer, durante o cumprimento da pena restritiva, que o condenado descumpra a


obrigação imposta pelo Juiz. Nesse caso, ocorrerá o que se chama de RECONVERSÃO
OBRIGATÓRIA à E à à à à à à à da primeira vez, quando se
converteu a pena privativa de liberdade em restritiva de direitos. O que acontece, agora, é uma
reconversão à pena original. Nos termos do art. 44, § 4° do CP:
§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento
injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo
cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão.
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

Mas a Lei não é injusta, de forma que se o condenado cumpriu parte da pena restritiva de
direitos imposta, o tempo que ele cumpriu será abatido da pena privativa de liberdade que ele
cumprirá em razão da reconversão (parte final do § 4° do art. 44 do CP).

19
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 671/672

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Entretanto, além da reconversão obrigatória, há também hipótese de reconversão


facultativa, nos termos do art. 44, § 5° do CP:
§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá
sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva
anterior. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

Nesse caso, o Juiz da execução irá avaliar se o condenado pode cumprir a pena restritiva de
direitos imposta juntamente com a pena privativa de liberdade (que o camarada acabou de
receber). Se for possível, o Juiz PODE manter a pena restritiva de direitos imposta e o condenado
cumprirá ambas, simultaneamente; se não for possível, haverá a reconversão para a pena privativa
de liberdade anteriormente aplicada.20

EXEMPLO: Imagine que fulano tenha sido condenado a pena de 02 anos de detenção,
substituída por restritiva de direitos consistente na prestação de serviços à comunidade.
Enquanto cumpria a pena alternativa, fulano foi condenado a uma pena privativa de
liberdade que não foi suspensa (sursis) nem convertida em restritiva de direitos. Nesse
caso, o cumprimento de ambas é inviável, pois fulano não pode ao mesmo tempo estar
preso e cumprir a pena de prestação de serviços à comunidade. Assim, deverá haver a
reconversão da restritiva de direito em privativa de liberdade.

Porém, se no exemplo acima, a pena restritiva de direitos imposta fosse de prestação


pecuniária, não haveria nenhum impedimento ao cumprimento simultâneo desta com a nova pena
privativa de liberdade imposta, de forma que o Juiz da execução poderia deixar de reconvertê-la.

CUIDADO! Não se admite a reconversão se o condenado deixa de pagar a pena de multa, pois o
CP só admite a reconversão no caso de descumprimento das penas restritivas de direitos e não no
caso de descumprimento da pena multa.
CUIDADO II! Não se deve confundir pena de MULTA com pena de PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA. A
primeira é uma modalidade de pena, a outra é uma espécie de pena RESTRITIVA DE DIREITOS. No
primeiro caso, NÃO É POSSÍVEL A CONVERSÃO EM PRISÃO pelo não pagamento. No segundo caso
é POSSÍVEL, conforme entendimento do STJ.21

20
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 699
21
HC 133.942/MG, Rel. Ministro ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RJ), QUINTA TURMA, julgado em
28/02/2012, DJe 20/03/2012

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1.5.2.2 Penas restritivas de direitos em espécie


Prestação pecuniária
Consiste no pagamento em dinheiro à vítima da infração penal, a seus dependentes, ou
ainda, a entidade pública ou privada com finalidade social, em montante fixado pelo Juiz entre 01
(um) e 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. Este valor pago será deduzido de eventual
valor a ser pago em razão de condenação na esfera cível, SE OS BENEFICIÁRIOS FOREM OS
MESMOS.
No entanto, pode acontecer de, por acordo entre o infrator e o beneficiário da prestação,
esta ser de outra natureza que não seja patrimonial.22

EXEMPLO: joias, bens móveis, imóveis, mão-de-obra, etc.

MUITO CUIDADO! A prestação pode ser destinada a qualquer entidade pública. No entanto, se se
tratar de entidade privada, deverá possuir finalidade social.

Além disso, a pena de prestação pecuniária NÃO É PENA DE MULTA. Trata-se de uma
modalidade de pena restritiva de direitos, e difere da multa em diversos aspectos. Vejamos:

DIFERENÇAS ENTRE PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA E MULTA

CRITÉRIO MULTA PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA


Destinação Destinada ao Fundo Destinada à vítima, seus dependentes
Penitenciário Nacional. ou entidade pública ou privada (com
destinação social).

Fixação Entre 10 e 360 dias- Entre 01 e 360 salários mínimos.


multa
Consequências do Deverá ser executada Reconversão obrigatória.

22
§ 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com
destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários
mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários.
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza.
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

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descumprimento como dívida de valor.

Perda de bens e valores


A perda de bens e valores, tal qual a pena de prestação pecuniária, é uma modalidade de
pena restritiva de direitos que atinge o patrimônio financeiro do condenado. 23

Poderá ter, como teto, dois parâmetros:


 Montante do prejuízo causado
 Montante do proveito obtido pelo agente ou por terceiro com a prática do delito

Perceba, caro aluno, que esta pena só poderá ser aplicada nas hipóteses de crimes que
gerem algum prejuízo ao sujeito passivo ou tragam algum benefício ao sujeito ativo ou a terceira
pessoa.

Não confundam a pena de perdimento de bens, art. 45, § 3° do CP (modalidade de pena restritiva
de direitos), com o confisco, previsto no art. 91, II do CP (perda de bens em razão da condenação).
A pena de perdimento de bens incide sobre o patrimônio lícito do condenado, sendo, portanto,
uma pena propriamente dita. Já o confisco não é pena, mas efeito da condenação, e incide sobre
o patrimônio ilícito do agente, constituído pelo produto do crime e pelos instrumentos do delito,
desde que estes consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato
ilícito.

Prestação de serviços à comunidade


A pena de prestação de serviços à comunidade consiste, nos termos do art. 46, §§ 1° e 2° do
CP:
Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações superiores a
seis meses de privação da liberdade. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

23
Está prevista no art. 45, § 3° do CP:
§ 3o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário
Nacional, e seu valor terá como teto - o que for maior - o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em
consequência da prática do crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

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§ 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas


ao condenado. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e
outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais. (Incluído pela Lei nº 9.714, de
1998)

De plano, vocês podem perceber que se trata de pena restritiva de direitos somente cabível
nas condenações a pena privativa de liberdade superior a 06 meses.
E à àCPà à à à à à àD à à à à à à à
ocorre com a pena de prestação pecuniária, esta pode ter como destinatária entidade privada,
desde que possua destinação social.24
A Doutrina entende, ainda, que a pena não pode ser prestada em Igrejas, por não se tratar
de serviço à comunidade, e pelo fato de que seria uma ofensa ao princípio do Estado laico (art. 19,
I da Constituição).
O § 1° determina que a pena deva ser cumprida mediante a atribuição de tarefas gratuitas
ao condenado. Ou seja, diferentemente do que ocorre no caso de trabalho realizado pelo preso no
estabelecimento prisional, quando em cumprimento de pena privativa de liberdade, aqui o
condenado não recebe nada pelo trabalho, exatamente porque esta é a própria pena. Na pena
privativa de liberdade a execução das tarefas não é a pena (que é a privação da liberdade), motivo
pelo qual naqueles casos o preso deve receber retribuição salarial.
O § 3° estabelece que as tarefas sejam atribuídas de acordo com as aptidões do
condenado. Vejamos:
§ 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser
cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada
normal de trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

Assim, não pode o Juiz determinar a um pintor que preste serviço de carpintaria em uma
escola, pois não se enquadra dentro das suas aptidões, sendo impossível de ser cumprida.
A pena não pode, ainda, ser vexatória, humilhante ou possuir qualquer outra
característica contrária à sua finalidade.
O sistema de cumprimento adotado pelo CP é o da hora-tarefa, ou seja, cada hora de tarefa
realizada será computada como um dia da condenação.

EXEMPLO: Imagine que fulano foi condenado a 08 meses de detenção, tendo sua pena
sido convertida em restritiva de direitos, consistente na prestação de serviços à
comunidade. Assim, cada hora-tarefa cumprida por fulano corresponderá a um dia de
cumprimento da pena.

24
Em nenhuma hipótese será possível a prestação de serviços a entidades privadas que visem lucro. BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p.
682

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Entretanto, o § 4° estabelece que se pena aplicada for superior a um ano, para que não se
torne muito extensa, poderá ser cumprida em menor tempo, mas nunca inferior à metade.
§ 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva em
menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fixada. (Incluído pela Lei nº
9.714, de 1998)

Imagine, no exemplo anterior, que a condenação de fulano tenha sido a dois anos de
reclusão. Nesse caso, o CP possibilita que fulano realize duas horas-tarefa por dia, o que lhe fará
abater dois dias de cumprimento da pena, que será cumprida na metade do tempo previsto. No
entanto, o cumprimento não pode se dar em menos da metade do tempo previsto!

Interdição temporária de direitos


A pena de interdição temporária de direitos está prevista no art. 47 do CP, e pode consistir
em:
Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo; (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou
autorização do poder público;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)>
IV - proibição de freqüentar determinados lugares. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. (Incluído pela Lei nº 11.250, de 2011)

As duas primeiras hipóteses são modalidades de penas restritivas de direitos específicas,


pois só podem ser aplicadas quando o crime for cometido no exercício do cargo ou função
pública, ou, na segunda hipótese, no exercício de atividade que dependa de habilitação especial,
licença ou autorização do poder público. Esta é a previsão do art. 56 do CP:
Art. 56 - As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do art. 47 deste Código, aplicam-se para todo o
crime cometido no exercício de profissão, atividade, ofício, cargo ou função, sempre que houver violação dos
deveres que lhes são inerentes. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

EXEMPLO: Se um funcionário público comete um crime de lesão corporal, sem qualquer


relação com o exercício das funções, não pode lhe ser imposta a pena suspensão de
exercício de cargo ou função pública. Da mesma forma, se um médico é condenado pelo

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crime de furto, não poderá ser privado do exercício de sua atividade, pois o crime
praticado não guarda qualquer relação com o exercício da atividade.

Não devemos confundir esta pena com o efeito da condenação previsto no art. 92, I do CP.
A pena de suspensão de autorização ou habilitação para dirigir veículo (inciso III) somente se
aplica nos casos de crimes culposos cometidos no trânsito. Nos termos do art. 57 do CP:
Art. 57 - A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 deste Código, aplica-se aos crimes culposos de
trânsito. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Entretanto, com a edição do Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97), este dispositivo
perdeu muito de sua utilidade, pois o CTB cuida com certa minúcia da matéria, inclusive no que
tange à aplicação desta pena de interdição. Entretanto, isto não é tema para a nossa aula.

CUIDADO! Esta pena não pode ser confundida com o efeito da condenação previsto no art. 92, III
do CP:
Art. 92 - São também efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(...) III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

A pena restritiva de direitos consistente na suspensão do direito de dirigir é uma pena que se
aplica aos crimes culposos cometidos no trânsito. Já o efeito da condenação, consistente na
inabilitação para dirigir, ocorre quando o veículo é utilizado como meio para a prática de crime
doloso (atropelamento doloso, por exemplo).25

Por sua vez, a proibição de frequentar determinados lugares é uma pena de difícil
fiscalização, pois, primeiramente, a Lei não estabeleceu quais são os lugares, ficando a critério do
Juiz26. Em segundo lugar, a ausência de mecanismos hábeis para a realização da fiscalização
dificulta demais a aplicação desta pena.
Entretanto, a Doutrina entende que se trata de uma pena constitucional, e que mesmo a
à à à à à fende o princípio da legalidade, na medida em que

25
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 688/689
26
Entende-se que o lugar deva ter alguma relação com o delito cometido, e que seja um lugar que exerça influência criminógena sobre o
condenado (um lugar que propicie a ele a prática do delito). BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 690/691

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esta é uma pena alternativa, sendo originariamente prevista a pena privativa de liberdade,
perfeitamente bem delimitada.
Finalizando com chave-de-ouro, o inciso V (incluído pela Lei 11.250/11) prevê uma quinta
modalidade de interdição de direitos, consistente na impossibilidade de o condenado se inscrever
em concurso, avaliação ou exame público.
A Lei não disse por quanto tempo, mas por lógica, em se tratando de uma pena substitutiva,
esta pena terá como duração o mesmo período da pena privativa de liberdade aplicada.

Limitação de fim de semana


Está regulamentada pelo art. 48 do CP:
Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5
(cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras ou
atribuídas atividades educativas.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Trata-se de uma pena raramente aplicada, em razão da praticamente inexistência, no Brasil,


de casas de albergado e congêneres. O STJ entende que se essa pena for aplicada, não havendo
casa de albergado em que possa ser cumprida, não pode o condenado ser submetido a
estabelecimento prisional, por ser medida mais gravosa que a pena imposta.

1.6 PENA DE MULTA

A pena de multa pode ser conceituada como a penalidade (sanção penal) consistente no
pagamento de determinada quantia em dinheiro e destinada ao Fundo Penitenciário Nacional. Nos
termos do art. 49, e seus §§, do CP:
Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e
calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário
mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção monetária. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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O critério utilizado para a fixação da pena de multa é o do dia-multa. O valor à dia-multa à


será arbitrado pelo Juiz, em montante que varie entre 1/30 (um trigésimo) e 5 vezes o valor do
maior salário mínimo vigente À ÉPOCA DO FATO!
Perceba, caro aluno, que a aplicação da pena de multa obedece a um sistema BIFÁSICO, no
qual o Juiz:
 Primeiro fixa a quantidade de dias-multa.
 Depois, fixa o valor de cada dia multa.

O produto da multiplicação do número de dias multa pelo valor de cada dia multa será o
montante total da condenação.

EXEMPLO: Imagine que um réu é condenado ao pagamento de 10 dias-multa,


considerando-se cada dia multa como 1/30 do maior salário mínimo vigente
(exemplificativamente, R$ 600,00). Assim, 1/30 de R$ 600,00 igual a R$ 20,00. Desta
forma, o valor total da condenação será de 10 (quantidade de dias-multa) x R$ 20,00
(valor do dia-multa). Logo, a pena de multa será fixada em R$ 200,00 (Duzentos reais).

Este critério possibilita o exercício do princípio da individualização da pena, pois confere ao


Juiz uma amplitude enorme na fixação do valor da pena de multa.
A Doutrina entende que27:
 A quantidade de dias-multa é calculada com base no fato criminoso e na personalidade do
agente (circunstâncias do art. 59 do CP).
 O valor de cada dia-multa é fixado com base na situação econômica do infrator.

A pena de multa deve ser fixada levando-se em conta a situação econômica do réu,
entretanto, essa fixação com base na situação econômica do réu se refere à fixação do valor do
dia-multa. Além disso, a pena de multa pode ser aumentada até o triplo, caso, mesmo sendo
aplicada ao máximo, o Juiz considere que ela ainda é insuficiente.
Ressalto a vocês que esse sistema de aplicação da pena de multa é genérico, ou subsidiário.
Assim, nada impede que a Legislação Especial, e até mesmo o CP, prevejam situações especiais
nas quais o critério para a aplicação da pena de multa seja outro.
O pagamento da pena de multa deve se dar em até 10 dias a contar do trânsito em julgado
da sentença, podendo o Juiz, considerando as circunstâncias e a requerimento do condenado,
permitir o parcelamento do seu pagamento (art. 50 do CP).
O CP permite, ainda, que a pena de multa seja descontada diretamente na remuneração do
condenado, salvo na hipótese de ter sido aplicada cumulativamente com a pena privativa de

27
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm. Salvador, 2015, p. 529/530

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liberdade (§ 1° do art. 50 do CP), E NÃO PODE INCIDIR SOBRE RECURSOS QUE SEJAM
INDISPENSÁVEIS AO SUSTENTO DO INFRATOR E DE SUA FAMÍLIA (§ 2° do art. 50 do CP).
Conforme já havia adiantado a vocês, não cumprida espontaneamente a pena de multa, não
pode haver conversão em pena privativa de liberdade28, muito menos reconversão (porque nunca
houve conversão). Nesse caso, a multa será considerada como dívida de valor e executada pelo
procedimento de cobrança da dívida ativa da Fazenda Pública (Execução Fiscal). 29
A Doutrina e a Jurisprudência entendem, em razão disso, que embora o não cumprimento
da pena de multa não possa gerar a conversão em pena privativa de liberdade, isto não lhe retira
seu caráter de pena. Assim, aplicada pena de multa e sobrevindo a morte do infrator, estará
extinta a punibilidade30, nos termos do art. 107, I do CP, já que não se pode estender os efeitos da
pena aos sucessores do infrator, por força do art. 5°, XLV da Constituição, que ressalvou apenas a
obrigação de reparar o dano e o perdimento de bens.
Por fim, o art. 52 do CP prevê que, sobrevindo doença mental ao condenado, ficará
suspensa a pena de multa.

1.7 APLICAÇÃO DAS PENAS

A aplicação da pena é o ato mediante o qual o Juiz, após o processo criminal, proferindo
sentença penal condenatória, efetivamente aplica a sanção penal ao infrator.
A doutrina o classifica como um ato discricionário do juridicamente vinculado, ou seja, o Juiz
possui certo grau de discricionariedade na fixação da pena, mas deve respeitar os limites
estabelecidos pela Lei.
O sistema de aplicação da pena estabelecido pelo CP é o trifásico, no que tange à pena
privativa de liberdade, pois ela é fixada após a superação de três etapas:
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão
consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

1.7.1 Etapas da fixação da pena privativa de liberdade

Como vimos, na fixação da pena privativa de liberdade se adota um sistema trifásico. Da


seguinte forma:
SISTEMA TRIFÁSICO DE APLICAÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE

28
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 530/531
29
Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação
relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. (Redação dada pela Lei
nº 9.268, de 1º.4.1996)
30
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 531

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 Fixação da pena-base
 Aplicação de agravantes e atenuantes
 Aplicação de causas de aumento e diminuição da pena

1.7.1.1 Fixação da pena-base


Assim dispõe o art. 59 do CP:
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos
motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá,
conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)

Essas circunstâncias mencionadas no art. 59 são chamadas de circunstâncias judiciais, e são


levadas em consideração pelo Juiz para a fixação da pena-base. Quando favoráveis ao agente,
trazem a pena-base para próximo do mínimo previsto. Quanto mais desfavoráveis, elevam a pena-
base para mais próximo do máximo previsto.

CUIDADO! Nesta etapa, ainda que as circunstâncias judiciais sejam extremamente favoráveis ao
condenado, não pode o Juiz fixar a pena-base abaixo do mínimo legal.

Além disso, as circunstâncias judiciais possuem um caráter subsidiário, ou seja, só podem ser
levadas em consideração se não tiverem sido consideradas na previsão do tipo penal e não
constituam circunstâncias legais (agravantes ou atenuantes) ou causas de aumento e diminuição
da pena.

EXEMPLO: Imagine que José é condenado por agredir um senhor de 85 anos. O Juiz não
pode agravar a pena-base em razão das circunstâncias do crime (superioridade de
forças em relação à vítima, que é pessoa vulnerável), pois essa circunstância é prevista
no art. 61, II, h do CP como uma circunstância legal (agravante). Vejamos:

Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o
crime:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - a reincidência; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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(...)
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; (Redação dada pela Lei nº 10.741,
de 2003)

Assim, se o Juiz aumentasse a pena-base por aquele motivo, e depois aplicasse a


circunstância legal agravante, haveria o que se chama de Bis in idem, que é a consideração de uma
mesma circunstância duas vezes em prejuízo do réu, o que não é permitido (Ou dupla punição pelo
mesmo fato).

E se o crime for qualificado, e o agente tiver praticado o crime mediante a prática de diversas
qualificadoras? Nesse caso, o entendimento majoritário é o de que o Juiz deve levar apenas uma
qualificadora em consideração para qualificar o crime, utilizando as demais como circunstâncias
agravantes (se previstas) ou circunstâncias judiciais (que agravam a pena-base).

EXEMPLO: Imaginem que Ronaldo cometeu homicídio por motivo torpe, mediante
emboscada e com a finalidade de assegurar a ocultação de outro crime. Estas três
situações (motivo torpe, emboscada e finalidade de assegurar a ocultação de outro
crime) são qualificadoras do homicídio. Vejamos:

§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
(...);
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a
defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

Nesse caso, o Juiz considerará apenas um dos fatores para qualificar o crime, utilizando os
demais como agravantes ou circunstâncias judiciais que aumentam a pena-base.

Como todas as três situações são circunstâncias agravantes genéricas, o Juiz deverá utilizar as
outras duas como agravantes. Nos termos do art. 61, II do CP:
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o
crime:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(...)
II - ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) por motivo fútil ou torpe;

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b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime;


c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a
defesa do ofendido;

Portanto, a utilização de algum fato como circunstância judicial se dá de maneira


subsidiária, ou seja, somente se este fato ainda não tenha sido levado em conta na própria
definição do crime ou não se trate de circunstância agravante ou causa de aumento de pena.

Na fixação da pena-base, o Juiz deve partir do mínimo legal, e só poderá sair desse
patamar se estiverem presentes circunstâncias desfavoráveis, devendo fundamentar a
sua decisão.

Algumas questões costumam ser bem polêmicas. Vamos a elas:

 Maus antecedentes O STJ e o STF entendem que a mera existência de


Inquéritos Policiais e ações penais em curso, sem trânsito em julgado31, não
podem ser considerados como maus antecedentes para aumento da pena-
base, pois isso seria violação ao princípio da presunção de inocência (súmula
444 do STJ)
 Condenação definitiva anterior Não pode ser considerada como mau
antecedente, se já é considerada como reincidência (agravante). Só pode ser
considerada como mau antecedente a condenação anterior que não serve
como reincidência (ex.: condenação definitiva que ocorreu após a prática do
crime atual).
 Consequências do crime - Para que possam caracterizar circunstância
judicial apta a aumentar pena base, devem ser consequências que não
sejam as consequências naturais do delito EXEMPLO: O Juiz não pode
aumentar a pena base de um homicídio consumado ao argumento de que a

31
No julgamento do HC 126.292 o STF decidiu que o cumprimento da pena pode se iniciar com a mera condenação em segunda
instância por um órgão colegiado (TJ, TRF, etc.). Isso significa que o STF relativizou o princípio da presunção de inocência,
admitindo qu à à à à à à à à à à à à à à à àCF à à à
em sentido contrário). Isso significa que, possivelmente, teremos (num futuro breve) alteração nesta súmula do STJ e na
jurisprudência consolidada do STF, de forma que ações penais em curso passem a poder ser consideradas como maus
antecedentes, desde que haja, pelo menos, condenação em segunda instância por órgão colegiado (mesmo sem trânsito em
julgado). HC 126292/SP, rel. Min. Teori Zavascki, 17.2.2016.

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consequência do crime foi grave, já que a vítima morreu. Ora, em todo


homicídio consumado é LÓGICO que a vítima morreu!
 Gravidade abstrata do delito e aumento da pena base ou fixação de regime
de cumprimento de pena mais gravoso Não pode o julgador aumentar a
pena base apenas por entender que o delito é, abstratamente, grave (pois
isso já foi levado em conta pelo legislador ao fixar os patamares mínimo e
máximo). Além disso, tal circunstância também não pode ser utilizada para a
fixação de regime prisional mais gravoso que o naturalmente previsto para
aquela quantidade de pena aplicada. Súmula 718 do STF:
Súmula 718 do STF
A OPINIÃO DO JULGADOR SOBRE A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME NÃO
CONSTITUI MOTIVAÇÃO IDÔNEA PARA A IMPOSIÇÃO DE REGIME MAIS SEVERO DO
QUE O PERMITIDO SEGUNDO A PENA APLICADA.

1.7.1.2 Segunda fase: análise das agravantes e atenuantes


São circunstâncias legais, que agravam ou atenuam a pena fixada inicialmente (pena-base).
“ à à à à à à à à à à CP à E à à
atenuantes específicas, previstas para determinados tipos penais, como, por exemplo, a prevista
no art. 398 do CTB Código de Trânsito Brasileiro.
As agravantes genéricas estão previstas nos arts. 61 a 62 do CP, e SÃO UM ROL TAXATIVO
(somente aquelas).
Nos termos do CP, as agravantes genéricas são:
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o
crime:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - a reincidência; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a
defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar
perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou
com violência contra a mulher na forma da lei específica; (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)

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g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão; (Redação dada
pela Lei nº 9.318, de 1996)
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; (Redação dada pela Lei nº 10.741,
de 2003)
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do
ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.
Agravantes no caso de concurso de pessoas
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes; (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - coage ou induz outrem à execução material do crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de
condição ou qualidade pessoal; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa.(Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

Já as atenuantes genéricas (favoráveis ao réu) estão previstas no art. 65 do CP, e são um ROL
MERAMENTE EXEMPLIFICATIVO (conforme preconiza o art. 66 do CP), ou seja, podem ser
utilizadas outras circunstâncias não previstas naquela lista.
Nos termos do CP:
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença;
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - o desconhecimento da lei; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - ter o agente:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as
consequências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou
sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima;
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.

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Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao
crime, embora não prevista expressamente em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

A Doutrina entende, ainda, que as agravantes só se aplicam aos crimes dolosos (majoritária),
exceto a agravante da reincidência.32

As circunstâncias legais (agravantes e atenuantes genéricas) são de aplicação obrigatória pelo Juiz.
Em qualquer caso, a aplicação de uma agravante nunca pode levar a pena a ficar acima do máximo
previsto para o crime. Assim, se o Juiz, ao fixar a pena base, a fixa no máximo legal, de nada servirá
a agravante genérica.
Da mesma forma, sendo fixada a pena-base no mínimo legal, a aplicação da atenuante não terá
qualquer utilidade, pois a pena já estará no mínimo legal (súmula 231 do STJ).

A Lei Penal, entretanto, não estabelece uma quantidade de diminuição ou aumento que
deva ser aplicada. Esse critério é do Juiz.
Com relação às agravantes, destacamos a reincidência, por ser extremamente complexa.
Vamos estudá-la detalhadamente.

Reincidência
A reincidência é a prática de um crime após ter o agente sido condenado por sentença
irrecorrível em outro crime, no Brasil ou no exterior (art. 63 do CP). No entanto, é possível a
reincidência no caso de prática de contravenção após ter sido o agente condenado por sentença
irrecorrível pela prática de crime ou contravenção. No entanto, a prática de crime após a
condenação criminal irrecorrível por contravenção NÃO GERA REINCIDÊNCIA. Assim:

INFRAÇÃO ANTERIOR INFRAÇÃO POSTERIOR RESULTADO

CRIME CRIME REINCIDENTE


CRIME CONTRAVENÇÃO REINCIDENTE

32
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 516

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CONTRAVENÇÃO CONTRAVENÇÃO REINCIDENTE


CONTRAVENÇÃO CRIME PRIMÁRIO

Resumindo, a prática de contravenção penal após a condenação irrecorrível por qualquer


infração penal (contravenção ou crime), gera reincidência. Já a prática de crime só gera a
condição de reincidente se a condenação anterior se deu por outro crime, não gerando este efeito
no caso de condenação anterior por contravenção.
Assim, temos a absurda hipótese de alguém praticar duas contravenções e ser reincidente. Já
no caso de prática de um crime posteriormente a uma condenação por contravenção, SERÁ
PRIMÁRIO! Trata-se de brecha legislativa!33
Nos termos do art. 63 do CP:
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a
sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

Para que seja provada a reincidência, é necessário que haja certidão do cartório judicial
acerca da condenação anterior (STJ).
A reincidência pode ser:
 REAL quando o agente comete novo crime após cumprir a pena anterior.
 FICTA OU PRESUMIDA quando o agente pratica novo crime após a condenação
anterior, pouco importando se tenha ou não cumprido a pena.

O CP adotou a teoria presumida.


A reincidência pode, ainda, ser:
 GENÉRICA os crimes praticados são diversos.
 ESPECÍFICA os crimes praticados são previstos no mesmo tipo penal.

Em regra, não se distingue uma da outra (genérica da específica), mas há situações em que a
Lei estabelece consequências diferentes para o reincidente genérico e para o específico (essa
última é sempre considerada mais grave).
A reincidência só ocorrerá se o crime novo for praticado no período de até cinco anos a partir
da data EM QUE A PENA ANTERIOR SE EXTINGUIU (e não a data da sentença), computando-se o
período de prova da suspensão condicional da pena ou do livramento condicional, se não tiver
havido revogação. ESSE PERÍODO SE CHAMA PERÍODO DEPURADOR.

33
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 523

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EXEMPLO: José foi definitivamente condenado, em 10.01.2010, pela prática do crime de


furto. Cumpriu sua pena até 15.02.2012, quando a pena se extinguiu pelo cumprimento.
Em 20.03.2018 pratica novo crime, desta vez, de estelionato. O Juiz, ao aplicar a pena
pelo crime de estelionato (praticado em 20.03.2018) não poderá considerar José como
reincidente, pois a prática do estelionato ocorreu MAIS de 05 anos após a extinção da
pena pelo crime anterior.

CUIDADO! Se houve a extinção da punibilidade antes de ser proferida sentença condenatória


irrecorrível, nunca haverá reincidência, pois não chegou a haver condenação irrecorrível (Ex.: Jonas
tem sua punibilidade extinta pela prescrição, não sendo condenado pelo crime de roubo. Se Jonas
vier a praticar novo crime, não será considerado reincidente).

Assim, temos o reincidente (aquele que se enquadra nas situações explicadas) e o primário
(aquele que não se enquadra nestas situações). Todavia, a Jurisprudência criou a figura do
tecnicamente primário, que é aquele agente que possui condenação definitiva, mas não pode ser
considerado reincidente (seja porque não praticou o crime após a condenação definitiva pelo
anterior, mas antes desta, ou por ter praticado esta nova infração após o período depurador.

CUIDADO! Os crimes militares e os crimes políticos não geram reincidência no campo penal
comum.

Disposições gerais acerca da segunda fase de aplicação da pena


Havendo coexistência entre uma agravante e uma atenuante, não há, a princípio,
compensação de uma por outra, devendo prevalecer aquela que for considerada preponderante.
Mas qual será a preponderante? Será preponderante:
 Menoridade do agente (ser menor de 21 anos à época do fato) e senilidade (maior
de 70 anos na data da sentença) - Há entendimento no sentido de que deve ser
compensada com eventual agravante de reincidência34, e outras decisões no sentido

34
AgRg no HC 310.218/DF, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, julgado em 12/09/2017, DJe 19/09/2017

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de que prepondera sobre toda e qualquer agravante, inclusive reincidência


(prevalece este entendimento, mas está controvertido). 35
 Aquelas relativas aos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente
e da reincidência.
 Outras circunstâncias

Nos termos do art. 67 do CP:


Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas
circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do
crime, da personalidade do agente e da reincidência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Mas e se a atenuante e a agravante se referirem a fatores que se encontram no mesmo


patamar? Nesse caso, aí sim haverá a compensação de uma pela outra, não se aplicando nenhuma
delas (equivalência das circunstâncias).36

CUIDADO MASTER! O STJ possui entendimento no sentido de que é possível a compensação entre
a agravante da reincidência com a atenuante da confissão espontânea.
Contudo, o STJ entende que é possível ao Juiz DEIXAR DE PROCEDER À COMPENSAÇÃO, se
entender que, no caso concreto, o grau de reincidência do agente deva preponderar sobre a
confissão espontânea (agente que é múltiplo reincidente37).

35
(...) 3. Conforme o entendimento consolidado desta Corte, a atenuante da menoridade é sempre considerada
preponderante em relação às demais agravantes de caráter subjetivo e também em relação às de caráter objetivo. Essa
conclusão decorre da interpretação acerca do art. 67 do Código Penal, que estabelece a escala de preponderância entres as
circunstâncias a serem valoradas na segunda etapa do modelo trifásico. Dentro dessa sistemática, a menoridade relativa, assim
como a senilidade, possuem maior grau de preponderância em relação àquelas igualmente preponderantes, decorrentes dos
motivos determinantes do crime e reincidência, nos termos do art. 67 do Código Penal, e, a fortiori, em relação às
circunstâncias objetivas.
(...)
(HC 441.341/SP, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 22/05/2018, DJe 30/05/2018)
36
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 516
37
Também chamado de MULTIRREINCIDENTE. GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 524

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1.7.1.3 Terceira fase: aplicação das causas de aumento e diminuição da pena


Nessa fase, após ultrapassadas as duas primeiras, o Juiz verifica se há alguma causa de
aumento ou diminuição da pena prevista para o caso. As causas de aumento e diminuição são
obrigatórias ou facultativas (dependendo do caso), podendo estar previstas na parte geral ou na
parte especial (genéricas ou específicas), podendo, ainda, ser fixas ou variáveis. Assim, elas podem
ser:
 Obrigatórias ou facultativas a depender da obrigatoriedade ou não de sua aplicação;
 Genéricas ou específicas Se previstas na parte geral do CP ou na sua parte especial
(ou na legislação especial);
 Fixas ou variáveis Quando a quantidade de aumento e diminuição é fixa ou pode
variar de acordo com o entendimento do Juiz.

Ao contrário do que ocorre na segunda fase (circunstâncias agravantes e atenuantes), aqui a pena
pode ficar abaixo do mínimo ou acima do máximo legal previsto no tipo penal.

EXEMPLO: Imagine um crime de furto simples, na modalidade tentada. Fixada a pena-


base no mínimo legal, e não havendo circunstâncias agravantes ou atenuantes,
chegamos à terceira fase com uma pena de 1 ano. Na terceira fase, DEVE o Juiz aplicar a
causa de diminuição referente à tentativa (art. 14, § único do CP), que é de 1/3 a 2/3. Se
o Juiz aplicar a redução máxima (2/3), a pena final será de apenas 04 meses (bem abaixo
do mínimo previsto, de 01 ano).

As causas de aumento e diminuição, como vimos, podem estar previstas na parte geral ou
na parte especial. Diferentemente das circunstâncias atenuantes e agravantes, a quantidade de
aumento ou diminuição é estabelecida pela Lei.
Mas e se houver coexistência de causas de aumento e causas de diminuição? Se forem
diversas, não há dificuldades, aplicando-se ambas (aplicam-se primeiro as causas de aumento, e
depois, as causas de diminuição).
O problema reside na coexistência de duas ou mais causas de aumento ou coexistência de
duas ou mais causas de diminuição. Para simplificar as hipóteses e suas consequências,
acompanhem o quadro abaixo:

Ambas da parte geral O Juiz deve aplicar ambas


CONCURSO ENTRE Ambas da parte especial O Juiz aplica a causa que mais

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CAUSAS DE AUMENTO aumente (art. 68, § único do CP)


Uma da parte geral e Aplicam-se ambas
outra da parte especial
CONCURSO ENTRE Ambas da parte geral O Juiz deve aplicar ambas
CAUSAS DE DIMINUIÇÃO
Ambas da parte especial O Juiz aplica a causa que mais
diminua (art. 68, § único do CP)
Uma da parte geral e Aplicam-se ambas
outra da parte especial

1.7.1.4 Disposições finais


O CP estabelece um limite máximo de cumprimento de pena, que é de 30 anos. Isso não
impede, entretanto, que a pessoa seja condenada a período superior a este. O que não poderá
haver é o cumprimento por mais de 30 anos. Nos termos do art. 75 do CP:
Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) anos.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Mas qual a lógica dessa diferença? A diferença é que, sendo o condenado a pena superior a
30 anos, ainda que não possa cumprir mais que este período, o montante da pena aplicada
influenciará na possibilidade ou não de concessão de benefícios, como livramento condicional,
progressão de regime, etc.
Se o agente for condenado a diversas penas, que juntas ultrapassem o limite de 30 anos,
deverão ser unificadas as penas (ex.: 12 + 25 anos = 37), de forma que o agente só cumpra os 30
anos previstos.

 E se durante o cumprimento da pena o agente é condenado por nova infração,


sendo-lhe aplicada nova pena privativa de liberdade? Nesse caso, aplica-se uma
nova unificação das penas, de forma a começar, do zero, um novo prazo de 30 anos.

EXEMPLO: Ricardo está cumprindo pena de 37 anos de reclusão (advinda da soma de


duas penas). Já cumpriu 08 anos de pena quando sobrevém nova condenação. Como já
havia cumprido 08 anos, faltam ainda 22 anos de cumprimento (pois só pode cumprir
30!). Nesse caso, somam-se os 22 anos restantes à nova pena, de forma a se iniciar um
novo período de 30 anos de cumprimento máximo.

Nos termos do art. 75, § 2° do CP:


§ 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena, far-se-á nova unificação,
desprezando-se, para esse fim, o período de pena já cumprido.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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2 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES

CÓDIGO PENAL
 Arts. 32 a 58 do CP Regulamentam as espécies de pena no Código Penal, bem como sua
cominação:
Art. 32 - As penas são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - privativas de liberdade;

II - restritivas de direitos;

III - de multa.

SEÇÃO I
DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE
Reclusão e detenção

Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime
semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;

b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;

c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.

§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do
condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;

b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o
princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;

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c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la
em regime aberto.

§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no
art. 59 deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena
condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais.
(Incluído pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)

Regras do regime fechado

==12ed97==

Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame criminológico de classificação
para individualização da execução. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o repouso noturno. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º - O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das aptidões ou ocupações anteriores
do condenado, desde que compatíveis com a execução da pena.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou obras públicas. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

Regras do regime semi-aberto

Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado que inicie o cumprimento da pena em
regime semi-aberto. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em colônia agrícola, industrial ou
estabelecimento similar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a freqüência a cursos supletivos profissionalizantes, de instrução de
segundo grau ou superior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Regras do regime aberto


Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer outra
atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folga. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

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§ 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato definido como crime doloso, se frustrar os fins
da execução ou se, podendo, não pagar a multa cumulativamente aplicada. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

Regime especial
Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes à sua
condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste Capítulo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Direitos do preso
Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades
o respeito à sua integridade física e moral. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Trabalho do preso
Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Legislação especial
Art. 40 - A legislação especial regulará a matéria prevista nos arts. 38 e 39 deste Código, bem como especificará os
deveres e direitos do preso, os critérios para revogação e transferência dos regimes e estabelecerá as infrações
disciplinares e correspondentes sanções. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Superveniência de doença mental


Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental deve ser recolhido a hospital de custódia e tratamento
psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Detração
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no
Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no
artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

SEÇÃO II
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
Penas restritivas de direitos
Art. 43. As penas restritivas de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

I - prestação pecuniária; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

II - perda de bens e valores; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

III - limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

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IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998)

V - interdição temporária de direitos; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998)

VI - limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998)

Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: (Redação
dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

I aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave
ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

II o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

III a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as
circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 1o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de
direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e
multa ou por duas restritivas de direitos. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior,
a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime.
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento


injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido
da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. (Incluído pela Lei nº
9.714, de 1998)

§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a
conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior. (Incluído pela
Lei nº 9.714, de 1998)

Conversão das penas restritivas de direitos


Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo anterior, proceder-se-á na forma deste e dos arts. 46, 47 e 48.
(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública
ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360

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(trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de
reparação civil, se coincidentes os beneficiários. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em
prestação de outra natureza. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 3o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do
Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto o que for maior o montante do prejuízo causado ou do
provento obtido pelo agente ou por terceiro, em conseqüência da prática do crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas


Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações superiores a seis
meses de privação da liberdade. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao


condenado. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros
estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas à
razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho.
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor
tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fixada. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

Interdição temporária de direitos (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)


Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo; (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou
autorização do poder público;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

IV proibição de freqüentar determinados lugares. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

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V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. (Incluído pela Lei nº 12.550, de 2011)

Limitação de fim de semana


Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco)
horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas
atividades educativas.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

SEÇÃO III
DA PENA DE MULTA
Multa

Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada
em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo
mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção monetária. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Pagamento da multa
Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de transitada em julgado a sentença. A requerimento
do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no vencimento ou salário do condenado quando:
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) aplicada isoladamente; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

c) concedida a suspensão condicional da pena. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do condenado e de sua
família.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Conversão da Multa e revogação (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)


Modo de conversão.

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Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes
as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e
suspensivas da prescrição. (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)

§ 1º - e § 2º -(Revogado pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)

Suspensão da execução da multa

Art. 52 - É suspensa a execução da pena de multa, se sobrevém ao condenado doença mental. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

CAPÍTULO II
DA COMINAÇÃO DAS PENAS
Penas privativas de liberdade
Art. 53 - As penas privativas de liberdade têm seus limites estabelecidos na sanção correspondente a cada tipo legal
de crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Penas restritivas de direitos


Art. 54 - As penas restritivas de direitos são aplicáveis, independentemente de cominação na parte especial, em
substituição à pena privativa de liberdade, fixada em quantidade inferior a 1 (um) ano, ou nos crimes culposos. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 55. As penas restritivas de direitos referidas nos incisos III, IV, V e VI do art. 43 terão a mesma duração da pena
privativa de liberdade substituída, ressalvado o disposto no § 4o do art. 46. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
Art. 56 - As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do art. 47 deste Código, aplicam-se para todo o crime
cometido no exercício de profissão, atividade, ofício, cargo ou função, sempre que houver violação dos deveres que lhes
são inerentes. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 57 - A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 deste Código, aplica-se aos crimes culposos de trânsito.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Pena de multa
Art. 58 - A multa, prevista em cada tipo legal de crime, tem os limites fixados no art. 49 e seus parágrafos deste
Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - A multa prevista no parágrafo único do art. 44 e no § 2º do art. 60 deste Código aplica-se
independentemente de cominação na parte especial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

DA APLICAÇÃO DA PENA
Fixação da pena
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às
circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário
e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Critérios especiais da pena de multa

Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação econômica do réu. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do réu, é
ineficaz, embora aplicada no máximo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Multa substitutiva

§ 2º - A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a 6 (seis) meses, pode ser substituída pela de multa,
observados os critérios dos incisos II e III do art. 44 deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Circunstâncias agravantes

Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:(Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - a reincidência; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) por motivo fútil ou torpe;

b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime;

c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa
do ofendido;

d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo
comum;

e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;

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f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com


violência contra a mulher na forma da lei específica; (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)

g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;

h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; (Redação dada pela Lei nº 10.741, de
2003)

i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;

j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do


ofendido;

l) em estado de embriaguez preordenada.

Agravantes no caso de concurso de pessoas

Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes; (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

II - coage ou induz outrem à execução material do crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição
ou qualidade pessoal; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa.(Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)

Reincidência

Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença
que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Art. 64 - Para efeito de reincidência: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior
tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento
condicional, se não ocorrer revogação; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Circunstâncias atenuantes

Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença;
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - o desconhecimento da lei; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

III - ter o agente:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;

b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as
conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;

c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a
influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima;

d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;

e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.

Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime,
embora não prevista expressamente em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes

Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias
preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do
agente e da reincidência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Cálculo da pena

Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as
circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

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Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-
se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua.(Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Concurso material

Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não,
aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de
penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por
um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá simultaneamente as que forem
compatíveis entre si e sucessivamente as demais. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Concurso formal

Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-
se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto
até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes
resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Crime continuado

Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e,
pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como
continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada,
em qualquer caso, de um sexto a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa,
poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os
motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo,
observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

Multas no concurso de crimes

Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e integralmente. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

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Erro na execução

Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que
pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao
disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender,
aplica-se a regra do art. 70 deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Resultado diverso do pretendido

Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado
diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o
resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Limite das penas

Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) anos.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja superior a 30 (trinta) anos,
devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena, far-se-á nova unificação,
desprezando-se, para esse fim, o período de pena já cumprido.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Concurso de infrações

Art. 76 - No concurso de infrações, executar-se-á primeiramente a pena mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)

3 SÚMULAS PERTINENTES

3.1 SÚMULAS DO STF

 Súmula 715 do STF O STF sumulou entendimento no sentido de que o limite de 30 anos,
previsto no art. 75 do CP, se aplica apenas ao efetivo cumprimento de pena. Para o cálculo de
outros benefícios, utiliza-se a pena efetivamente aplicada:
Súmula 715 do STF - áà à a para atender ao limite de trinta anos de cumprimento, determinado pelo art. 75
do Código Penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou regime
à à à

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 Súmula 718 do STF O STF sumulou entendimento no sentido de que a gravidade em abstrato
do delito não é razão idônea para que o Juiz imponha regime prisional mais severo que aquele
permitido de acordo com a quantidade de pena aplicada:
SÚMULA 718
A OPINIÃO DO JULGADOR SOBRE A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME NÃO CONSTITUI MOTIVAÇÃO IDÔNEA
PARA A IMPOSIÇÃO DE REGIME MAIS SEVERO DO QUE O PERMITIDO SEGUNDO A PENA APLICADA.

 Súmula 719 do STF Além de entender que a gravidade em abstrato do delito não é
fundamento idôneo para a imposição de regime prisional mais gravoso, o STF sumulou
entendimento também no sentido de que o Juiz deve sempre fundamentar, de maneira idônea
(baseada em fatos concretos e que não sejam inerentes ao delito), a imposição de eventual regime
prisional mais gravoso que aquele permitido pela quantidade de pena aplicada:
SÚMULA 719
A IMPOSIÇÃO DO REGIME DE CUMPRIMENTO MAIS SEVERO DO QUE A PENA APLICADA PERMITIR EXIGE
MOTIVAÇÃO IDÔNEA.

 Súmula 718 do STF O STF sumulou entendimento no sentido de que a gravidade em abstrato
do delito não é razão idônea para que o Juiz imponha regime prisional mais severo que aquele
permitido de acordo com a quantidade de pena aplicada:
SÚMULA 718
A OPINIÃO DO JULGADOR SOBRE A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME NÃO CONSTITUI MOTIVAÇÃO IDÔNEA
PARA A IMPOSIÇÃO DE REGIME MAIS SEVERO DO QUE O PERMITIDO SEGUNDO A PENA APLICADA.

 Súmula 719 do STF Além de entender que a gravidade em abstrato do delito não é
fundamento idôneo para a imposição de regime prisional mais gravoso, o STF sumulou
entendimento também no sentido de que o Juiz deve sempre fundamentar, de maneira idônea
(baseada em fatos concretos e que não sejam inerentes ao delito), a imposição de eventual regime
prisional mais gravoso que aquele permitido pela quantidade de pena aplicada:
SÚMULA 719
A IMPOSIÇÃO DO REGIME DE CUMPRIMENTO MAIS SEVERO DO QUE A PENA APLICADA PERMITIR EXIGE
MOTIVAÇÃO IDÔNEA.

3.2 SÚMULAS DO STJ

 Súmula 269 do STJ O STJ possui entendimento sumulado no sentido de que é possível a
fixação do regime semiaberto aos condenados que sejam reincidentes, desde que as
circunstâncias judiciais sejam favoráveis. Vejamos:
Súmula 269 do STJ

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É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a
quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais.

 Súmula 439 do STJ O STJ possui entendimento sumulado no sentido de que o exame
criminológico pode ser determinado, mas somente por decisão fundamentada nas peculiaridades
do caso, não podendo ser aplicado em qualquer caso e sem qualquer critério:
Súmula 439 do STJ - Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada.

 Súmula 440 do STJ O STJ, seguindo a mesma linha do STF, sumulou entendimento no sentido
de que, uma vez fixada a pena-base no mínimo legal, o estabelecimento de regime prisional mais
gravoso que o cabível em razão da pena imposta dependeria de fundamentação concreta, não
podendo estar baseado na mera gravidade abstrata do delito:
Súmula 440 do STJ - Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional mais
gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito.

 Súmula 231 do STJ O STJ possui entendimento sumulado no sentido de que o reconhecimento
de circunstâncias atenuantes NÃO pode levar a pena a um patamar abaixo do mínimo legal (o
que só pode ocorrer por meio da aplicação de eventuais causas de diminuição de pena). Vejamos:
Súmula 231 do STJ
A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal.

 Súmula 444 do STJ - O STJ sumulou entendimento no sentido de que o Juiz, ao fixar a pena-
base, não pode agravá-la ao fundamento de existirem inquéritos policiais e ações penais em curso
contra o condenado:
Súmula 444
E vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base.

 Súmula 269 do STJ O STJ possui entendimento sumulado no sentido de que é possível a
fixação do regime semiaberto aos condenados que sejam reincidentes, desde que as
circunstâncias judiciais sejam favoráveis. Vejamos:
Súmula 269 do STJ
É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a
quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais.

 Súmula 439 do STJ O STJ possui entendimento sumulado no sentido de que o exame
criminológico pode ser determinado, mas somente por decisão fundamentada nas peculiaridades
do caso, não podendo ser aplicado em qualquer caso e sem qualquer critério:
Súmula 439 do STJ - Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada.

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 Súmula 440 do STJ O STJ, seguindo a mesma linha do STF, sumulou entendimento no sentido
de que, uma vez fixada a pena-base no mínimo legal, o estabelecimento de regime prisional mais
gravoso que o cabível em razão da pena imposta dependeria de fundamentação concreta, não
podendo estar baseado na mera gravidade abstrata do delito:
Súmula 440 do STJ - Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional mais
gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito.

 Súmula 493 do STJ O STJ sumulou entendimento no sentido de que é vedado ao Juiz impor,
como condição especial ao regime aberto, qualquer das modalidades de pena restritiva de direitos,
eis que isso configuraria bis in idem (cumprimento de pena privativa de liberdade e cumprimento
de pena restritiva de direitos, ainda que indiretamente):
Súmula 493 do STJ
É inadmissível a fixação de pena substitutiva (art. 44 do CP) como condição especial ao regime aberto.

4 EXERCÍCIOS PARA PRATICAR

01. (VUNESP 2013 ITESP ADVOGADO)


Com relação às penas privativas de liberdade, é correto afirmar que:
a) a pena de reclusão deverá ser cumprida sempre em regime fechado.
b) considera-se regime fechado a execução da pena em colônia agrícola.
c) a pena de detenção deverá ser cumprida sempre em regime aberto.
d) considera-se regime semiaberto a execução da pena em casa de albergado.
e) a pena de reclusão poderá ser cumprida em regime aberto.

02. (VUNESP 2012 DPE-MS DEFENSOR PÚBLICO)


As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito
do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a
regime mais rigoroso:
a) o condenado reincidente, cuja pena seja igual a 4 (quatro) anos, deverá, desde o início, cumpri-
la em regime aberto.
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 6 (seis) anos e não exceda a 12 (doze),
poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto.
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o
início, cumpri-la em regime aberto.

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d) o condenado reincidente, cuja pena seja inferior a 4 (quatro) anos, deverá, desde o início,
cumpri-la em regime aberto.

03. (VUNESP 2011 TJ-SP JUIZ)


Antônio foi condenado definitivamente pela prática de crime de estelionato e, depois de
decorridos mais de cinco anos des- de o cumprimento da pena então imposta, comete novo crime,
desta feita furto qualificado pelo rompimento de obstáculo, pelo qual vem a ser condenado à pena
de dois anos e quatro meses de reclusão. Assinale a alternativa correta, em face do art. 44, do
Código Penal, que dispõe sobre a substituição da pena privativa de liberdade, por restritivas de
direito.
a) A substituição não pode ser aplicada a Antônio, por ser a pena imposta de reclusão.
b) A substituição não pode ser aplicada a Antônio, por ser ele reincidente em crime doloso.
c) A substituição não pode ser aplicada a Antônio, por serem ambas as condenações por crimes
contra o patrimônio.
d) A substituição pode ser aplicada a Antônio, pois a rein- cidência não é pela prática do mesmo
crime.
e) A substituição pode ser aplicada a Antônio, pois ele não é reincidente.

04. (VUNESP 2009 TJ-MS TITULAR NOTARIAL)


A, primário, foi condenado por tentativa de roubo qualificado à pena de 2 anos e 8 meses de
reclusão e multa. O juiz, ao aplicar a pena,
a) deverá fixar o regime fechado para o cumprimento inicial por tratar-se de crime praticado com
violência contra a pessoa.
b) poderá substituir a pena privativa de liberdade por uma pena restritiva de direitos.
c) poderá substituir a pena privativa de liberdade por duas penas restritivas de direitos.
d) poderá conceder a suspensão condicional da pena privativa de liberdade por até 4 anos.
e) poderá fixar o regime aberto para o cumprimento inicial da pena privativa de liberdade.

05. (FCC 2018 DPE-AM ANALISTA ADAPTADA)


A pena de detenção deve ser cumprida em regime inicial aberto, enquanto a de reclusão permite
os regimes aberto, semiaberto e fechado.

06. (FCC 2018 DPE-AM ANALISTA ADAPTADA)


O condenado não reincidente, cuja pena seja superior a quatro anos e não exceda a oito, poderá,
desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto.

07. (FCC - 2017 DPE-PR DEFENSOR PÚBLICO)

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A pena de prestação de serviços à comunidade


a) deve ser cumprida à razão de duas horas de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a
não prejudicar a jornada de trabalho.
b) não é aplicável, em nenhuma hipótese, caso o condenado for reincidente.
c) não pode ser cumprida em menor tempo pelo condenado, se a condenação for superior a um
ano.
d) aplica-se às condenações superiores a seis meses de privação de liberdade.
e) não substitui a pena privativa de liberdade.

08. (FCC - 2017 DPE-PR DEFENSOR PÚBLICO)


Lucila cumpria regularmente pena restritiva de direito, consistente em prestação pecuniária
equivalente a dois salários mínimos, quando sobreveio, aos autos da execução penal, condenação
definitiva à pena privativa de liberdade cujo regime inicial era fechado. Diante disso, o juízo da
execução decidiu pela conversão da pena restritiva de direitos em privativa de liberdade.
A decisão judicial
a) está correta porque há incompatibilidade de cumprimento simultâneo das penas restritiva de
direitos e privativa de liberdade, sendo válida a conversão da pena alternativa.
b) merece reforma porque há compatibilidade de cumprimento simultâneo das penas restritiva de
direitos e privativa de liberdade, sendo inválida a conversão da pena alternativa.
c) está correta porque a pena privativa de liberdade em regime inicial fechado deve prevalecer
sobre a pena restritiva de direitos.
d) merece reforma porque o Juízo da execução deveria promover a suspensão da pena restritiva
de direitos, cujo cumprimento seria exigível quando Lucila estivesse no regime aberto.
e) está correta porque qualquer condenação superveniente torna obrigatória a conversão da pena
restritiva de direitos em privativa de liberdade.

09. (FCC 2011 TJ/PE JUIZ)


A pena de prestação pecuniária
A) é sempre incabível para o condenado reincidente.
B) deve ser fixada em dias-multa.
C) só pode ser estabelecida em favor da vítima ou de seus dependentes.
D) é autônoma e, nos crimes culposos, substitui a privativa de liberdade não superior a quatro
anos.
E) pode consistir em prestação de outra natureza, se houver aceitação do beneficiário.

10. (FCC 2010 TRT 8°RG ANALISTA JUDICIÁRIO EXECUÇÃO DE MANDADOS)

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O instituto que permite ser computado na execução da pena privativa de liberdade ou na medida
de segurança o tempo de prisão provisória, ou seja, da prisão anterior ao trânsito em julgado da
sentença condenatória, denomina-se
A) progressão.
B) remissão.
C) detração.
D) regressão.
E) conversão.

11. (FCC 2010 TRE/RS ANALISTA JUDICIÁRIO ÁREA ADMINISTRATIVA)


A pena de interdição temporária de direitos NÃO inclui:
A) proibição do exercício de mandato eletivo.
B) suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo.
C) proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial,
de licença ou autorização do poder público.
D) proibição de frequentar determinados lugares.
E) proibição de se ausentar da casa de albergado aos sábados e domingos.

12. (FCC 2010 TRE/RS ANALISTA JUDICIÁRIO ÁREA JUDICIÁRIA)


Sobre a pena de MULTA prevista no Código Penal, é INCORRETO afirmar que
A) deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois do trânsito em julgado da sentença.
B) se converte em pena de detenção, quando o condenado solvente deixa de pagá-la ou frustra a
sua execução.
C) sua cobrança pode ser efetuada mediante desconto no salário do condenado, quando aplicada
isoladamente.
D) sua execução será suspensa se sobrevém ao condenado doença mental.
E) se cobrada mediante desconto no salário, não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao
sustento do condenado e de sua família.

13. (FCC 2009 DPE/MT DEFENSOR PÚBLICO)


NÃO se inclui dentre as penas restritivas de direito a
A) limitação de fim de semana.
B) multa.
C) perda de bens e valores.
D) prestação de serviços à comunidade.
E) interdição temporária de direitos.

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14. (FCC 2008 METRÔ/SP ADVOGADO)


Considere as seguintes penas:
I. reclusão.
II. limitação de fim de semana.
III. multa.
IV. perda de bens e valores.
V. prestação pecuniária.
São penas restritivas de direito SOMENTE
A) I e II.
B) III e V.
C) I, II e IV.
D) I, II e III.
E) II, IV e V.

15. (FCC 2009 MPE/SE ANALISTA DO MP ESPECIALIDADE DIREITO)


A pena de multa pode ser imposta em substituição exclusiva da pena privativa de liberdade se esta
for de até
A) um ano, não cabendo, porém, para o condenado reincidente.
B) seis meses, ainda que reincidente o condenado.
C) seis meses, não sendo reincidente o condenado.
D) um ano, não decorrendo eventual reincidência da prática do mesmo crime e a medida for
socialmente recomendável.
E) dois anos, independentemente de reincidência.

16. (FCC 2010 TRF 4 ANALISTA JUDICIÁRIO ÁREA JUDICIÁRIA)


A pena de multa pode ser imposta em substituição exclusiva da pena privativa de liberdade se esta
for de até
A) um ano, não cabendo, porém, para o condenado reincidente.
B) seis meses, ainda que reincidente o condenado.
C) seis meses, não sendo reincidente o condenado.
D) um ano, não decorrendo eventual reincidência da prática do mesmo crime e a medida for
socialmente recomendável.
E) dois anos, independentemente de reincidência.

17. (FCC 2012 TRE-SP ANALISTA JUDICIÁRIO)


Considere as seguintes situações hipotéticas de cidadãos processados pela Justiça Pública:

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I. José, não reincidente, é condenado a cumprir pena de 04 anos de reclusão por crime de
denunciação caluniosa e poderá iniciar o cumprimento da pena em regime aberto.
II. Paulo é condenado a cumprir pena de 02 anos de reclusão por crime de coação no curso do
processo, e tem sua pena privativa de liberdade substituída por uma pena restritiva de direitos e
por multa.
III. Murilo registra condenação anterior por crime de falso testemunho e está sendo processado
por crime de peculato. Nesse caso, não poderá ter a sua pena privativa de liberdade substituída
pela restritiva de direitos, por expressa vedação legal.
De acordo com o Código Penal, está correto o que consta APENAS em
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.

18. (FGV IX EXAME UNIFICADO DA OAB)


O sistema punitivo brasileiro é progressivo. Por meio dele o condenado passa do regime inicial de
cumprimento de pena mais severo para regime mais brando, até alcançar o livramento condicional
ou a liberdade definitiva.
A respeito da progressão de regime, assinale a afirmativa correta.
A) O sistema progressivo brasileiro é compat à à à à à à à à
possibilidade da passagem direta do regime fechado para o aberto.
B) O cumprimento da pena privativa de liberdade nos crimes hediondos é uma exceção ao sistema
progressivo. O condenado nesta modalidade criminosa deve iniciar e encerrar o cumprimento da
pena no regime fechado, sem possibilidade de passagem para regime mais brando.
C) A progressão está condicionada, nos crimes contra a Administração Pública, à reparação do
dano causado ou à devolução do produto do ilícito praticado com os acréscimos legais, além do
cumprimento de 1/6 da pena no regime anterior e do mérito do condenado.
D) O pedido de progressão deve ser endereçado ao juízo sentenciante, que decidirá independente
de manifestação do Ministério Público.

19. (FCC 2014 DPE-CE DEFENSOR PÚBLICO)


No caso de condenação igual ou inferior a quatro anos, admissível a adoção do regime
a) semiaberto, se reincidente o agente e favoráveis as circunstâncias judiciais.
b) semiaberto, se reincidente o agente e desfavoráveis as circunstâncias judiciais.
c) fechado, ainda que fixada a pena-base no mínimo legal.
d) aberto, se favoráveis as circunstâncias judiciais, ainda que reincidente o agente.
e) aberto, se reincidente o agente e desfavoráveis as circunstâncias judiciais.

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20. (VUNESP 2017 PREF. DE PORTO FERREIRA-SP PROCURADOR - ADAPTADA)


É possível a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base,
desde que haja fundamentação por parte do magistrado.

21. (VUNESP 2015 PC-CE DELEGADO)


Crime que tem reprimenda privativa de liberdade cominada de 1 (um) ano a 4 (quatro) anos, após
ter reconhecida a modalidade tentada e sem considerar qualquer outra majorante ou minorante,
terá pena fixada entre os patamares mínimo de
a) 4 (quatro) meses e máximo de 1 (um) ano e 4 (quatro) meses.
b) 6 (seis) meses e máximo de 3 (três) anos.
c) 9 (nove) meses e máximo de 3 (três) anos e 4 (quatro) meses.
d) 9 (nove) meses e máximo de 2 (dois) anos e oito meses.
e) 4 (quatro) meses e máximo de 2 (dois) anos e 8 (oito meses).

22. (FGV 2015 TJ-PI ANALISTA JUDICIÁRIO ESCRIVÃO)


No caso de concurso entre a atenuante da confissão espontânea e a agravante de violência contra
a mulher, é correto afirmar que:
a) a atenuante da confissão espontânea deve ser considerada como circunstância preponderante,
por envolver a personalidade do agente;
b) a atenuante da confissão espontânea não deve ser considerada como circunstância
preponderante, por envolver a personalidade do agente;
c) a agravante da violência contra a mulher deve ser considerada como circunstância
preponderante, por envolver a personalidade do agente;
d) a agravante da violência contra a mulher não deve ser considerada como circunstância
preponderante, por envolver a personalidade do agente;
e) a agravante da violência contra a mulher e a atenuante da confissão espontânea se compensam,
por serem igualmente preponderantes.

23. (FGV 2015 TJ-PI OFICIAL DE JUSTIÇA)


Em determinado processo por furto qualificado pelo rompimento de obstáculo, o réu confessou a
subtração do bem, porém, negou o arrombamento. Em caso de condenação, no que pertine à
aplicação da pena, a confissão parcial dos fatos:
a) impõe a incidência da atenuante genérica da confissão espontânea;
b) configura a confissão qualificada, impedindo a incidência da atenuante genérica;
c) afasta a incidência da atenuante genérica da confissão espontânea;
d) impõe compensação com a qualificadora não admitida pelo réu;
e) configura a confissão qualificada, impondo a incidência da atenuante genérica.

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24. (FGV 2015 DPE-MT ADVOGADO)


O Art. 68 do Código Penal prevê um sistema trifásico de aplicação da pena pelo magistrado. Na
primeira fase serão consideradas as circunstâncias do Art. 59 do Código Penal; na segunda, as
agravantes e atenuantes; na terceira, as causas de aumento e de diminuição.
A esse respeito, de acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, assinale a
afirmativa correta.
a) Diversas ações penais em curso podem justificar o reconhecimento de maus antecedentes.
b) A sentença penal condenatória, cuja execução da pena tenha sido extinta há mais de cinco anos,
não pode justificar o reconhecimento da reincidência, mas pode justificar os maus antecedentes.
c) A sentença condenatória definitiva pela prática de crime posterior poderá configurar maus
antecedentes caso o trânsito em julgado ocorra antes do julgamento do primeiro crime.
d) No crime de roubo, o número de majorantes pode, por si só, determinar o quantum de aumento
na terceira fase.
e) Na segunda fase de aplicação da pena, a pena intermediária pode ser fixada abaixo do mínimo
legal.

25. (FGV 2017 OAB XXIV EXAME DE ORDEM)


Cássio foi denunciado pela prática de um crime de dano qualificado, por ter atingido bem
municipal (Art. 163, parágrafo único, inciso III, do CP pena: detenção de 6 meses a 3 anos e
multa), merecendo destaque que, em sua Folha de Antecedentes Criminais, consta uma única
condenação anterior, definitiva, oriunda de sentença publicada 4 anos antes, pela prática do crime
de lesão corporal culposa praticada na direção de veículo automotor.
Ao final da instrução, Cássio confessa integralmente os fatos, dizendo estar arrependido e
à à à à à à à à à à à à à à à
tem 03 filhos com menos de 10 anos de idade que são por ele sustentados.
Apenas com base nas informações constantes, o(a) advogado(a) de Cássio poderá pleitear, de
acordo com as previsões do Código Penal, em sede de alegações finais,
A) o reconhecimento do perdão judicial.
B) o reconhecimento da atenuante da confissão, mas nunca sua compensação com a
reincidência.
C) a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, apesar de o agente ser
reincidente.
D) o afastamento da agravante da reincidência, já que o crime pretérito foi praticado em sua
modalidade culposa, e não dolosa.

26. (FGV 2017 OAB - XXIII EXAME DE ORDEM)

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Caio, Mário e João são denunciados pela prática de um mesmo crime de estupro (Art. 213 do CP).
Caio possuía uma condenação anterior definitiva pela prática de crime de deserção, delito militar
próprio, ao cumprimento de pena privativa de liberdade. Já Mário possuía uma condenação
anterior, com trânsito em julgado, pela prática de crime comum, com aplicação exclusiva de pena
de multa. Por fim, João possuía condenação definitiva pela prática de contravenção penal à pena
privativa de liberdade. No momento da sentença, o juiz reconhece agravante da reincidência em
relação aos três denunciados.
Considerando apenas as informações narradas, de acordo com o Código Penal, o advogado dos
réus
A) não poderá buscar o afastamento da agravante, já que todos são reincidentes.
B) poderá buscar o afastamento da agravante em relação a Mário, já que somente Caio e João são
reincidentes.
C) poderá buscar o afastamento da agravante em relação a João, já que somente Caio e Mário são
reincidentes.
D) poderá buscar o afastamento da agravante em relação a Caio e João, já que somente Mário é
reincidente.

27. (FGV 2015 OAB XVII EXAME DA OAB)


Reconhecida a prática de um injusto culpável, o juiz realiza o processo de individualização da pena,
de acordo com o Art. 68 do Código Penal.
Segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, assinale a afirmativa correta.
a) A condenação com trânsito em julgado por crime praticado em data posterior ao delito pelo
qual o agente está sendo julgado pode funcionar como maus antecedentes.
b) Não se mostra possível a compensação da agravante da reincidência com a atenuante da
confissão espontânea.
c) Nada impede que a pena intermediária, na segunda fase do critério trifásico, fique acomodada
abaixo do mínimo legal.
d) O aumento da pena na terceira fase no roubo circunstanciado exige fundamentação concreta,
sendo insuficiente a simples menção ao número de majorantes.

28. (FGV 2016 XXI EXAME DA OAB PRIMEIRA FASE)


Carlos, 21 anos, foi condenado a cumprirà à à à à à à à à à
à à à à à à à à àE à à à à à à à
pena restritiva de direitos aplicada, praticou novo crime de natureza culposa, vindo a ser
denunciado.
C à à à à à à à à à à à à à à à à
à à à à à à à à à à à à à à à
de detençã à à à à à à à à à à à à ência.

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C à à à à à à à à à àP à à à à
à àC à à à à à à à à à à
A) a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.
à à à à à
C) o afastamento do reconhecimento da reincidência.
Dà à à à à

29. (FGV 2014 OAB XV EXAME DE ORDEM)


José cometeu, em 10/11/2008, delito de roubo. Foi denunciado, processado e condenado, com
sentença condenatória publicada em 18/10/2009. A referida sentença transitou definitivamente
em julgado no dia 29/08/2010. No dia 15/05/2010, José cometeu novo delito, de furto, tendo sido
condenado, por tal conduta, no dia 07/04/2012.
Nesse sentido, levando em conta a situação narrada e a disciplina acerca da reincidência, assinale a
afirmativa correta.
a) Na sentença relativa ao delito de roubo, José deveria ser considerado reincidente.
b) Na sentença relativa ao delito de furto, José deveria ser considerado reincidente.
c) Na sentença relativa ao delito de furto, José deveria ser considerado primário.
d) Considera-se reincidente aquele que pratica crime após publicação de sentença que, no Brasil
ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior

30. (FGV 2014 DPE-DF ANALISTA)


Osvaldo foi condenado pela prática do crime de estelionato. Ao aplicar a pena, o magistrado
majorou a pena base indicando, entre as circunstâncias judiciais previstas no Artigo 59 do Código
Penal brasileiro, os antecedentes de Osvaldo. Para tanto, o magistrado observou que a Folha de
Antecedentes Criminais de Osvaldo trazia 5 anotações, entre elas uma condenação não transitada
em julgado pela prática do crime de falsidade ideológica. As demais anotações referiam-se a
inquéritos policiais em andamento para a apuração de suposta prática do crime de estelionato.
Quanto à decisão do magistrado, é correto afirmar que:
a) a pena base não poderia ter sido majorada com fundamento nos antecedentes de Osvaldo, uma
vez que não há condenação transitada em julgado na Folha de Antecedentes Criminais do acusado.
b) a pena base foi majorada corretamente, uma vez que algumas anotações constantes da Folha
de Antecedentes Criminais de Osvaldo se referem ao crime de estelionato.
c) a pena base foi majorada corretamente, uma vez que há condenação, ainda que não transitada
em julgado, na Folha de Antecedentes Criminais de Osvaldo.
d) a pena base poderia ter sido majorada caso a condenação constante da Folha de Antecedentes
Criminais de Osvaldo dissesse respeito ao crime de estelionato.

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e) a pena base foi majorada corretamente, uma vez que qualquer anotação em Folha de
Antecedentes Criminais pode justificar o incremento da pena base com fundamento nos
antecedentes do acusado.

31. (FGV IX EXAME UNIFICADO DA OAB)


Guilherme praticou, em 18/02/2009, contravenção penal de vias de fato (Art. 21 do Decreto Lei n.
3.688/41), tendo sido condenado à pena de multa. A sentença transitou definitivamente em
julgado no dia 15/03/2010, mas Guilherme não pagou a multa. No dia 10/07/2010, Guilherme
praticou crime de ato obsceno (Art. 233 do CP).
Com base na situação descrita e na legislação, assinale a afirmativa correta.
A) Guilherme não pode ser considerado reincidente por conta de uma omissão legislativa.
B) Guilherme deve ter a pena de multa não paga da primeira condenação convertida em pena
privativa de liberdade.
C) Guilherme é reincidente, pois praticou novo crime após condenação transitada em julgado.
D) A pena de multa não gera reincidência.

32. (FCC 2012 TJ-GO JUIZ)


As circunstâncias agravantes
a) podem elevar a pena acima do máximo previsto em lei para o crime, do mesmo modo que as
causas de aumento.
b) não incidem nos crimes culposos, salvo a reincidência.
c) serão consideradas na fixação da pena-base.
d) sempre preponderam sobre as circunstâncias atenuantes, no caso de concurso entre umas e
outras.
e) não incidem quando também qualificarem o crime, mas podem ser aplicadas se elementares da
infração.

33. (FCC 2012 DPE-SP DEFENSOR PÚBLICO)


Considere as assertivas abaixo.
I. O sistema pátrio de dosimetria das penas adotou o sistema bifásico.
II. O enquadramento da conduta em circunstância qualificadora precede a primeira fase, ao passo
que as causas especiais de aumento de pena são computadas na última fase da dosimetria.
III. Segundo recente jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, admite-se a fixação da pena
abaixo do mínimo legal por força de circunstâncias atenuantes genéricas.
IV. Não apontadas circunstâncias judiciais desfavoráveis ao ensejo da aplicação do artigo 59 do
Código Penal, não é admitida a alegação de gravidade do crime para se fixar regime prisional mais
rigoroso do que o estabelecido para o tempo de pena imposta.

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V. Recente alteração legislativa inovou ao permitir o agravamento da pena por maus antecedentes
em razão de ação penal em curso, desde que haja decisão condenatória proferida por órgão
colegiado.
Está correto APENAS o que se afirma em
a) IV.
b) V.
c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) II, IV e V.

34. (FCC 2014 DPE-CE DEFENSOR PÚBLICO)


As circunstâncias atenuantes
a) sempre preponderam sobre as circunstâncias agravantes, no caso de concurso entre umas e
outras.
b) constituem fatores de redução da pena estabelecidos em quantidades fixas.
c) não devem ser consideradas na fixação da pena-base.
d) podem ser reconhecidas ainda que não previstas expressamente em lei, mas apenas se
anteriores ao crime.
e) permitem a redução da pena abaixo do mínimo legal, segundo entendimento sumulado.

35. (FCC 2014 TCE-GO ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO)


No processo de aplicação da pena, os maus antecedentes do agente incluem-se dentre as
a) circunstâncias agravantes.
b) qualificadoras.
c) circunstâncias judiciais.
d) causas especiais de aumento de pena.
e) circunstâncias objetivas.

36. (FCC 2014 TJ-AP JUIZ)


Com relação à atenuante genérica da menoridade etária do agente, é correto afirmar:
àN à à à à à à àC àP à à à àII à à à à
hipótese).
b) Segundo a atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, prepondera sobre a agravante da
reincidência.
c) Segundo o atual entendimento do Superior Tribunal de Justiça, sua prova não necessariamente
será documental.

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d) Segundo o atual entendimento do Superior Tribunal de Justiça, pode eventualmente reduzir a


pena final abaixo do mínimo legal abstratamente cominado.
e) Segundo posicionamento doutrinário dominante, a norma penal em referência foi derrogada em
2002 pelo advento da plena capacidade civil aos 18 anos de idade.

37. (FCC 2014 TRT18 JUIZ DO TRABALHO)


No tocante às circunstâncias atenuantes, é correto afirmar que
a) permitem a redução da pena abaixo do mínimo previsto na lei, segundo entendimento
sumulado do Superior Tribunal de Justiça.
b) incidem na terceira etapa do cálculo da pena.
c) são inaplicáveis se não previstas expressamente em lei.
d) o desconhecimento da lei, embora inescusável, pode ser empregado para atenuar a pena.
e) a reparação do dano não a configura, constituindo apenas causa geral de diminuição da pena.

38. (FCC 2015 TJ-PE JUIZ)


No cálculo da pena, o juiz deverá considerar o arrependimento posterior, a culpabilidade e a
confissão espontânea nas seguintes etapas, respectivamente:
a) primeira, segunda e terceira.
b) terceira, segunda e primeira
c) primeira, terceira e segunda.
d) terceira, primeira e segunda
e) segunda, primeira e terceira.

5 EXERCÍCIOS COMENTADOS

01. (VUNESP 2013 ITESP ADVOGADO)


Com relação às penas privativas de liberdade, é correto afirmar que:
a) a pena de reclusão deverá ser cumprida sempre em regime fechado.
b) considera-se regime fechado a execução da pena em colônia agrícola.
c) a pena de detenção deverá ser cumprida sempre em regime aberto.
d) considera-se regime semiaberto a execução da pena em casa de albergado.

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e) a pena de reclusão poderá ser cumprida em regime aberto.


COMENTÁRIOS: Em relação aos regimes de cumprimento da pena privativa de liberdade, é correto
afirmar que a pena de reclusão poderá ser cumprida inicialmente em qualquer dos regimes. A de
detenção, porém, não poderá ser inicialmente cumprida em regime fechado. O regime fechado é
aquele cujo cumprimento se dá em estabelecimento de segurança máxima ou média. Já o
semiaberto se dá em colônia agrícola ou industrial (ou similar) e o regime aberto em casa de
albergado ou similar. Vejamos:
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em
regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;
b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

02. (VUNESP 2012 DPE-MS DEFENSOR PÚBLICO)


As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o
mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de
transferência a regime mais rigoroso:
a) o condenado reincidente, cuja pena seja igual a 4 (quatro) anos, deverá, desde o início,
cumpri-la em regime aberto.
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 6 (seis) anos e não exceda a 12 (doze),
poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto.
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde
o início, cumpri-la em regime aberto.
d) o condenado reincidente, cuja pena seja inferior a 4 (quatro) anos, deverá, desde o início,
cumpri-la em regime aberto.
COMENTÁRIOS: Os critérios para a progressão de regime de cumprimento de pena estão previstos
no art. 33, §2º do CP:
Art. 33 (...)
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do
condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o
princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la
em regime aberto.
Vemos, assim, que a alternativa correta é a letra C, eis que de acordo com o previsto no art. 33,
§2º, c do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

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03. (VUNESP 2011 TJ-SP JUIZ)


Antônio foi condenado definitivamente pela prática de crime de estelionato e, depois de
decorridos mais de cinco anos desde o cumprimento da pena então imposta, comete novo crime,
desta feita furto qualificado pelo rompimento de obstáculo, pelo qual vem a ser condenado à
pena de dois anos e quatro meses de reclusão. Assinale a alternativa correta, em face do art. 44,
do Código Penal, que dispõe sobre a substituição da pena privativa de liberdade, por restritivas
de direito.
a) A substituição não pode ser aplicada a Antônio, por ser a pena imposta de reclusão.
b) A substituição não pode ser aplicada a Antônio, por ser ele reincidente em crime doloso.
c) A substituição não pode ser aplicada a Antônio, por serem ambas as condenações por crimes
contra o patrimônio.
d) A substituição pode ser aplicada a Antônio, pois a reincidência não é pela prática do mesmo
crime.
e) A substituição pode ser aplicada a Antônio, pois ele não é reincidente.
COMENTÁRIOS: No caso em tela o agente é considerado primário, eis que decorridos mais de
cinco anos desde a extinção da punibilidade pela condenação anterior (art. 64, I do CP).
Neste caso, temos um agente primário, que praticou delito sem violência ou grave ameaça e cuja
pena aplicada é de 02 anos e 04 meses de reclusão. Vejamos o que diz o art. 44 do CP:
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: (Redação
dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou
grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº
9.714, de 1998)
II - o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as
circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
Assim, vemos que é possível a substituição da pena, pois o agente não é reincidente.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

04. (VUNESP 2009 TJ-MS TITULAR NOTARIAL)


A, primário, foi condenado por tentativa de roubo qualificado à pena de 2 anos e 8 meses de
reclusão e multa. O juiz, ao aplicar a pena,
a) deverá fixar o regime fechado para o cumprimento inicial por tratar-se de crime praticado com
violência contra a pessoa.
b) poderá substituir a pena privativa de liberdade por uma pena restritiva de direitos.
c) poderá substituir a pena privativa de liberdade por duas penas restritivas de direitos.
d) poderá conceder a suspensão condicional da pena privativa de liberdade por até 4 anos.
e) poderá fixar o regime aberto para o cumprimento inicial da pena privativa de liberdade.

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COMENTÁRIOS: No caso em tela a substituição não é possível, considerando-se que se trata de


crime praticado com violência ou grave ameaça à pessoa (art. 44, I do CP), também não sendo
possível a concessão de sursis, eis que a pena é superior a 02 anos (art. 77 do CP).
Com relação ao regime de cumprimento, por se tratar de pena inferior a 04 anos, o Juiz poderá
fixar o regime aberto como o regime inicial de cumprimento da pena:
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em
regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
(...)
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do
condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(...)
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la
em regime aberto.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

05. (FCC 2018 DPE-AM ANALISTA ADAPTADA)


A pena de detenção deve ser cumprida em regime inicial aberto, enquanto a de reclusão permite
os regimes aberto, semiaberto e fechado.
COMENTÁRIOS: A pena de detenção pode ser cumprida em regime inicial aberto OU SEMIABERTO,
na forma do art. 33 do CP:
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime
semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

06. (FCC 2018 DPE-AM ANALISTA ADAPTADA)


O condenado não reincidente, cuja pena seja superior a quatro anos e não exceda a oito, poderá,
desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto.
COMENTÁRIOS: Item correto, à à à à à à à à à à à à àCP
Art. 33 (...)
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado,
observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(...)
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o
princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

07. (FCC - 2017 DPE-PR DEFENSOR PÚBLICO)


A pena de prestação de serviços à comunidade

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a) deve ser cumprida à razão de duas horas de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a
não prejudicar a jornada de trabalho.
b) não é aplicável, em nenhuma hipótese, caso o condenado for reincidente.
c) não pode ser cumprida em menor tempo pelo condenado, se a condenação for superior a um
ano.
d) aplica-se às condenações superiores a seis meses de privação de liberdade.
e) não substitui a pena privativa de liberdade.
COMENTÁRIOS: A pena de prestação de serviços à comunidade, por ser modalidade de pena
restritiva de direitos, é uma pena substitutiva à pena privativa de liberdade (errada a letra E). Além
disso, é possível a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos mesmo no
caso de reincidente, na forma do art. 44, §3º do CP (errada a letra B). Tal modalidade deve ser
cumprida à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar
a jornada de trabalho, na forma do art. 46, §3º do CP, mas pode ser cumprida em menor tempo do
que o fixado na sentença, caso a condenação seja superior a 01 ano (art. 46, §4º do CP), nunca
inferior à metade do tempo de pena privativa de liberdade fixado (erradas as letras A e C).
Por fim, a letra D está correta, pois tal modalidade de PRD (pena restritiva de direitos) só tem
cabimento no caso de condenação superior a seis meses de privação da liberdade, na forma do art.
46 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

08. (FCC - 2017 DPE-PR DEFENSOR PÚBLICO)


Lucila cumpria regularmente pena restritiva de direito, consistente em prestação pecuniária
equivalente a dois salários mínimos, quando sobreveio, aos autos da execução penal,
condenação definitiva à pena privativa de liberdade cujo regime inicial era fechado. Diante disso,
o juízo da execução decidiu pela conversão da pena restritiva de direitos em privativa de
liberdade.
A decisão judicial
a) está correta porque há incompatibilidade de cumprimento simultâneo das penas restritiva de
direitos e privativa de liberdade, sendo válida a conversão da pena alternativa.
b) merece reforma porque há compatibilidade de cumprimento simultâneo das penas restritiva
de direitos e privativa de liberdade, sendo inválida a conversão da pena alternativa.
c) está correta porque a pena privativa de liberdade em regime inicial fechado deve prevalecer
sobre a pena restritiva de direitos.
d) merece reforma porque o Juízo da execução deveria promover a suspensão da pena restritiva
de direitos, cujo cumprimento seria exigível quando Lucila estivesse no regime aberto.
e) está correta porque qualquer condenação superveniente torna obrigatória a conversão da
pena restritiva de direitos em privativa de liberdade.
COMENTÁRIOS: Neste caso a decisão deve ser reformada, pois há compatibilidade de
cumprimento simultâneo das penas restritiva de direitos e privativa de liberdade, sendo incorreta

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a conversão da pena alternativa, pois Lucila poderia cumprir ambas ao mesmo tempo, na forma do
art. 44, §5º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

09. (FCC 2011 TJ/PE JUIZ)


A pena de prestação pecuniária
A) é sempre incabível para o condenado reincidente.
B) deve ser fixada em dias-multa.
C) só pode ser estabelecida em favor da vítima ou de seus dependentes.
D) é autônoma e, nos crimes culposos, substitui a privativa de liberdade não superior a quatro
anos.
E) pode consistir em prestação de outra natureza, se houver aceitação do beneficiário.
COMENTÁRIOS: Primeiramente devemos analisar a natureza da pena de prestação pecuniária. A
pena de prestação pecuniária é uma modalidade de pena restritiva de direitos, nos termos do art.
43, I do CP. Desta forma, se submetem ao regramento aplicável às penas restritivas de direitos.
Uma destas características é a substitutividade, pois a pena restritiva de direitos sempre será
aplicada como medida alternativa à pena privativa de liberdade, logo, ela nunca será autônoma
(diferentemente da pena de multa, que pode ser autônoma ou substitutiva).
Pode ser aplicada aos reincidentes, desde que não se trate de reincidência específica e a medida
seja socialmente aconselhável (art. 44, § 3° do CP).
Diz, ainda, o art. 45, em seus §§ 1° e 2°, que a prestação pecuniária pode ter como beneficiários,
além dos familiares, entidades públicas ou privadas com destinação social, e que a prestação pode
ser de outra natureza, que não a pecuniária, desde que haja aceitação do beneficiário.
ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

10. (FCC 2010 TRT 8°RG ANALISTA JUDICIÁRIO EXECUÇÃO DE MANDADOS)


O instituto que permite ser computado na execução da pena privativa de liberdade ou na
medida de segurança o tempo de prisão provisória, ou seja, da prisão anterior ao trânsito em
julgado da sentença condenatória, denomina-se
A) progressão.
B) remissão.
C) detração.
D) regressão.
E) conversão.
COMENTÁRIOS: O Código Penal estabelece o fenômeno da Detração, que é o abatimento do
tempo de cumprimento da pena imposta, em razão do tempo que o condenado permaneceu
preso provisoriamente, administrativamente ou internado nos estabelecimentos psiquiátricos
previstos no art. 41. Vejamos:

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Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no
Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos
no artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

11. (FCC 2010 TRE/RS ANALISTA JUDICIÁRIO ÁREA ADMINISTRATIVA)


A pena de interdição temporária de direitos NÃO inclui:
A) proibição do exercício de mandato eletivo.
B) suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo.
C) proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial,
de licença ou autorização do poder público.
D) proibição de frequentar determinados lugares.
E) proibição de se ausentar da casa de albergado aos sábados e domingos.
COMENTÁRIOS: A pena restritiva de direitos na modalidade de interdição temporária de direitos
está prevista no art. 47 do CP, que prevê as suas modalidades:
Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984),
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo; (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou
autorização do poder público;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984), III - suspensão de autorização ou de
habilitação para dirigir veículo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
IV - proibição de freqüentar determinados lugares. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998),
V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. (Incluído pela Lei nº 11.250, de 2011).
ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

12. (FCC 2010 TRE/RS ANALISTA JUDICIÁRIO ÁREA JUDICIÁRIA)


Sobre a pena de MULTA prevista no Código Penal, é INCORRETO afirmar que
A) deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois do trânsito em julgado da sentença.
B) se converte em pena de detenção, quando o condenado solvente deixa de pagá-la ou frustra a
sua execução.
C) sua cobrança pode ser efetuada mediante desconto no salário do condenado, quando
aplicada isoladamente.
D) sua execução será suspensa se sobrevém ao condenado doença mental.
E) se cobrada mediante desconto no salário, não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao
sustento do condenado e de sua família.
COMENTÁRIOS:
A) CORRETA: Esta é a previsão do art. 50 do CP;
B) ERRADA: A pena de multa, quando não paga, não se converte em pena privativa de liberdade,
passando a ser considerada mera dívida de valor a ser cobrada mediante execução fiscal. Nos
termos do art. 51 do CP:

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Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-
lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas
interruptivas e suspensivas da prescrição. (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996).
A Doutrina e a Jurisprudência entendem, em razão disso, que embora o não cumprimento da pena
de multa não possa gerar a conversão em pena privativa de liberdade, isto não lhe retira seu
caráter de pena. Assim, aplicada pena de multa e sobrevindo a morte do infrator, estará extinta a
punibilidade, nos termos do art. 107, I do CP, já que não se pode estender os efeitos da pena aos
sucessores do infrator, por força do art. 5°, XLV da Constituição, que ressalvou apenas a obrigação
de reparar o dano e o perdimento de bens. Esta é a posição majoritária (esmagadora), embora
existam alguns julgados no STJ entendendo que a multa, nesse caso, passou a ter caráter
extrapenal (ultraminoritário esse entendimento).
C) CORRETA: Esta é a previsão do art. 50, § 1°, a do CP.
D) CORRETA: Sobrevindo ao condenado doença mental, ficará suspensa a execução da pena de
multa, nos termos do art. 52 do CP;
E) CORRETA: Os descontos efetuados no salário do condenado, de forma a garantir o pagamento
da pena de multa, não podem prejudicar o seu sustento e o de sua família, nos termos do art. 50, §
2° do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

13. (FCC 2009 DPE/MT DEFENSOR PÚBLICO)


NÃO se inclui dentre as penas restritivas de direito a
A) limitação de fim de semana.
B) multa.
C) perda de bens e valores.
D) prestação de serviços à comunidade.
E) interdição temporária de direitos.
COMENTÁRIOS: As modalidades de penas restritivas de direitos estão previstas no art. 43 do CP:
Art. 43. As penas restritivas de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998),
I - prestação pecuniária; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998),
II - perda de bens e valores; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998),
III - (VETADO) (Incluído e vetado pela Lei nº 9.714, de 1998),
IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984 ,
renumerado com alteração pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998),
V - interdição temporária de direitos; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984 , renumerado com alteração pela Lei
nº 9.714, de 25.11.1998),
VI - limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984 , renumerado com alteração pela Lei nº
9.714, de 25.11.1998)
Assim, a multa não é considerada pena restritiva de direitos, mas uma espécie de pena, tal qual a
pena privativa de liberdade e a restritiva de direitos.
DESTA FORMA, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

14. (FCC 2008 METRÔ/SP ADVOGADO)

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Considere as seguintes penas:


I. reclusão.
II. limitação de fim de semana.
III. multa.
IV. perda de bens e valores.
V. prestação pecuniária.
São penas restritivas de direito SOMENTE
A) I e II.
B) III e V.
C) I, II e IV.
D) I, II e III.
E) II, IV e V.
COMENTÁRIOS: As modalidades de penas restritivas de direitos estão previstas no art. 43 do CP:
Art. 43. As penas restritivas de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998),
I - prestação pecuniária; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998),
II - perda de bens e valores; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998),
III - (VETADO) (Incluído e vetado pela Lei nº 9.714, de 1998),
IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984 ,
renumerado com alteração pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998),
V - interdição temporária de direitos; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984 , renumerado com alteração pela Lei
nº 9.714, de 25.11.1998),
VI - limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984 , renumerado com alteração pela Lei nº
9.714, de 25.11.1998)
Desta forma, as alternativas I e III trazem hipóteses que não se caracterizam como penas restritivas
de direitos. A reclusão é uma modalidade de pena privativa de liberdade, e a multa é uma espécie
de pena, também diversa da restritiva de direitos.
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

15. (FCC 2009 MPE/SE ANALISTA DO MP ESPECIALIDADE DIREITO)


A pena de multa pode ser imposta em substituição exclusiva da pena privativa de liberdade se
esta for de até
A) um ano, não cabendo, porém, para o condenado reincidente.
B) seis meses, ainda que reincidente o condenado.
C) seis meses, não sendo reincidente o condenado.
D) um ano, não decorrendo eventual reincidência da prática do mesmo crime e a medida for
socialmente recomendável.
E) dois anos, independentemente de reincidência.
COMENTÁRIOS: A pena de multa pode ser uma modalidade de pena autônoma (regra) ou ser
aplicada de maneira substitutiva a uma pena privativa de liberdade previamente aplicada (multa
vicariante). Nessa última hipótese, a pena de multa poderá ser aplicada quando a pena privativa de

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liberdade for igual ou inferior a um ano, ainda que o réu seja reincidente, desde que, nesta
hipótese, não se trate de reincidência específica e a medida seja aconselhável. Esta é a inteligência
do art. 44, §§ 2° e 3° do CP.
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

16. (FCC 2010 TRF 4 ANALISTA JUDICIÁRIO ÁREA JUDICIÁRIA)


A pena de multa pode ser imposta em substituição exclusiva da pena privativa de liberdade se
esta for de até
A) um ano, não cabendo, porém, para o condenado reincidente.
B) seis meses, ainda que reincidente o condenado.
C) seis meses, não sendo reincidente o condenado.
D) um ano, não decorrendo eventual reincidência da prática do mesmo crime e a medida for
socialmente recomendável.
E) dois anos, independentemente de reincidência.
COMENTÁRIOS: Perceba que a banca, aqui, repetiu, em anos diferentes, a mesma questão
(Idêntica à anterior), de forma que se aplicam a esta questão os comentários feitos àquela.
P à à à à à à à à à à à à à àá à à
reforçar o estudo nele.
PORTANTO, ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

17. (FCC 2012 TRE-SP ANALISTA JUDICIÁRIO)


Considere as seguintes situações hipotéticas de cidadãos processados pela Justiça Pública:
I. José, não reincidente, é condenado a cumprir pena de 04 anos de reclusão por crime de
denunciação caluniosa e poderá iniciar o cumprimento da pena em regime aberto.
II. Paulo é condenado a cumprir pena de 02 anos de reclusão por crime de coação no curso do
processo, e tem sua pena privativa de liberdade substituída por uma pena restritiva de direitos e
por multa.
III. Murilo registra condenação anterior por crime de falso testemunho e está sendo processado
por crime de peculato. Nesse caso, não poderá ter a sua pena privativa de liberdade substituída
pela restritiva de direitos, por expressa vedação legal.
De acordo com o Código Penal, está correto o que consta APENAS em
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
COMENTÁRIOS:

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I - CORRETA: O art. 33, §2, c do CP prevê esta esta possibilidade. Vejamos:


Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em
regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
(...)
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do
condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(...)
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la
em regime aberto.
II - ERRADA: A pena, neste caso, não pode ser substituída, eis que o crime de coação no curso do
processo se dá com violência ou grave ameaça à pessoa, o que veda a conversão, nos termos do
art. 44, I do CP:
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: (Redação
dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou
grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº
9.714, de 1998)
III - ERRADA: Mesmo Maurício sendo reincidente, o art. 44, §3º permite a substituição, caso o Juiz
verifique que esta seja recomendável, já que Maurício não é reincidente específico (no mesmo
crime). Vejamos:
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: (Redação
dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou
grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº
9.714, de 1998)
II - o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as
circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
(...)
§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação
anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do
mesmo crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

18. (FGV IX EXAME UNIFICADO DA OAB)


O sistema punitivo brasileiro é progressivo. Por meio dele o condenado passa do regime inicial
de cumprimento de pena mais severo para regime mais brando, até alcançar o livramento
condicional ou a liberdade definitiva.
A respeito da progressão de regime, assinale a afirmativa correta.
A O
possibilidade da passagem direta do regime fechado para o aberto.
B) O cumprimento da pena privativa de liberdade nos crimes hediondos é uma exceção ao
sistema progressivo. O condenado nesta modalidade criminosa deve iniciar e encerrar o
cumprimento da pena no regime fechado, sem possibilidade de passagem para regime mais
brando.

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C) A progressão está condicionada, nos crimes contra a Administração Pública, à reparação do


dano causado ou à devolução do produto do ilícito praticado com os acréscimos legais, além do
cumprimento de 1/6 da pena no regime anterior e do mérito do condenado.
D) O pedido de progressão deve ser endereçado ao juízo sentenciante, que decidirá
independente de manifestação do Ministério Público.
COMENTÁRIOS:
A) No sistema brasileiro não se admite a progressão por saltos, de forma que progressão de regime
deve sempre se realizar do regime mais gravoso para o regime imediatamente menos gravoso.
B) A impossibilidade de progressão de regime nos crimes hediondos deixou de existir em 2006,
com decisão do STF. Em 2007, a Lei 11.464/07 passou a possibilitar a progressão de regime para os
crimes hediondos.
C) Item correto. Os critérios do cumprimento de 1/6 da pena e do mérito do preso são genéricos.
Os demais estão previstos especificamente para este caso, nos termos do art. 33, §4º do CP:
Art. 33 - (...)
§ 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena
condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos
legais. (Incluído pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)

D) O pedido de progressão é endereçado ao Juiz da Execução, nos termos do art. 66, III, b da LEP:
Art. 66. Compete ao Juiz da execução:
(...)
III - decidir sobre:
(...)
b) progressão ou regressão nos regimes;

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

19. (FCC 2014 DPE-CE DEFENSOR PÚBLICO)


No caso de condenação igual ou inferior a quatro anos, admissível a adoção do regime
a) semiaberto, se reincidente o agente e favoráveis as circunstâncias judiciais.
b) semiaberto, se reincidente o agente e desfavoráveis as circunstâncias judiciais.
c) fechado, ainda que fixada a pena-base no mínimo legal.
d) aberto, se favoráveis as circunstâncias judiciais, ainda que reincidente o agente.
e) aberto, se reincidente o agente e desfavoráveis as circunstâncias judiciais.
COMENTÁRIOS: No caso, o agente, em tese, deveria cumprir a pena inicialmente em regime
fechado, por ser reincidente. Vejamos:
Art. 33 (...)
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do
condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;

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b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o
princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la
em regime aberto.
Contudo, o STJ possui entendimento sólido, inclusive sumulado, no sentido de que é possível a
fixação do regime semiaberto neste caso, desde que favoráveis as circunstâncias judiciais.
Vejamos:
Súmula 269 STJ
É admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a
quatro anos se favoráveis as circunstâncias judicias.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

20. (VUNESP 2017 PREF. DE PORTO FERREIRA-SP PROCURADOR - ADAPTADA)


É possível a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base,
desde que haja fundamentação por parte do magistrado.
COMENTÁRIOS: Item errado, pois o STJ possui entendimento sumulado no sentido de que a
existência de inquéritos policiais e ações penais em curso não podem servir para configurar maus
antecedentes, conforme súmula 444 do STJ.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

21. (VUNESP 2015 PC-CE DELEGADO)


Crime que tem reprimenda privativa de liberdade cominada de 1 (um) ano a 4 (quatro) anos,
após ter reconhecida a modalidade tentada e sem considerar qualquer outra majorante ou
minorante, terá pena fixada entre os patamares mínimo de
a) 4 (quatro) meses e máximo de 1 (um) ano e 4 (quatro) meses.
b) 6 (seis) meses e máximo de 3 (três) anos.
c) 9 (nove) meses e máximo de 3 (três) anos e 4 (quatro) meses.
d) 9 (nove) meses e máximo de 2 (dois) anos e oito meses.
e) 4 (quatro) meses e máximo de 2 (dois) anos e 8 (oito meses).
COMENTÁRIOS: Considerando-se a inexistência de agravantes e atenuantes, bem como outras
causas de aumento e diminuição, chegaremos a uma pena que irá variar entre 04 meses e 02 anos
e 08 meses.
Explico:
Em se tratando de crime na modalidade TENTADA, a pena deverá sofrer uma diminuição que varia
entre 1/3 e 2/3, na forma do § único do art. 14 do CP:
Art. 14 (...)
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime
consumado, diminuída de um a dois terços.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Assim, para chegarmos ao patamar mínimo, precisamos aplicar a redução máxima. Logo: 01 ano,
menos 2/3, que é igual a 04 meses. Esse será o mínimo que poderá ser aplicado.

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Para se chegar ao máximo, porém, devemos aplicar a redução mínima (1/3 de redução). Assim, 04
anos menos 1/3 (que equivale a 01 ano e 04 meses). Assim, chegaremos aos 02 anos e 08 meses
como patamar máximo.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

22. (FGV 2015 TJ-PI ANALISTA JUDICIÁRIO ESCRIVÃO)


No caso de concurso entre a atenuante da confissão espontânea e a agravante de violência
contra a mulher, é correto afirmar que:
a) a atenuante da confissão espontânea deve ser considerada como circunstância
preponderante, por envolver a personalidade do agente;
b) a atenuante da confissão espontânea não deve ser considerada como circunstância
preponderante, por envolver a personalidade do agente;
c) a agravante da violência contra a mulher deve ser considerada como circunstância
preponderante, por envolver a personalidade do agente;
d) a agravante da violência contra a mulher não deve ser considerada como circunstância
preponderante, por envolver a personalidade do agente;
e) a agravante da violência contra a mulher e a atenuante da confissão espontânea se
compensam, por serem igualmente preponderantes.
COMENTÁRIOS: Neste caso, a agravante da violência contra a mulher e a atenuante da confissão
espontânea se compensam, por serem igualmente preponderantes, já que uma é relativa aos
motivos determinantes do delito, e a outra é considerada indicativa da personalidade do agente,
conforme entendimento do STJ.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

23. (FGV 2015 TJ-PI OFICIAL DE JUSTIÇA)


Em determinado processo por furto qualificado pelo rompimento de obstáculo, o réu confessou
a subtração do bem, porém, negou o arrombamento. Em caso de condenação, no que pertine à
aplicação da pena, a confissão parcial dos fatos:
a) impõe a incidência da atenuante genérica da confissão espontânea;
b) configura a confissão qualificada, impedindo a incidência da atenuante genérica;
c) afasta a incidência da atenuante genérica da confissão espontânea;
d) impõe compensação com a qualificadora não admitida pelo réu;
e) configura a confissão qualificada, impondo a incidência da atenuante genérica.
COMENTÁRIPOS: N à à à à à à à à à à à à à à
a prática delitiva, mas não aceita a imputação em sua integralidade. Mesmo neste caso, de acordo
com o entendimento do STJ, é devida a aplicação da atenuante genérica relativa à confissão
espontânea.

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Não há que se falar, aqui, em confissão qualificada. A confissão qualificada ocorre quando o agente
confessa a prática do fato imputado, mas levanta alguma tese defensiva em seu favor (ex.: o réu
confessa ter praticado o furto qualificado, mas diz que o fez porque estava agindo em estado de
necessidade).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

24. (FGV 2015 DPE-MT ADVOGADO)


O Art. 68 do Código Penal prevê um sistema trifásico de aplicação da pena pelo magistrado. Na
primeira fase serão consideradas as circunstâncias do Art. 59 do Código Penal; na segunda, as
agravantes e atenuantes; na terceira, as causas de aumento e de diminuição.
A esse respeito, de acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, assinale a
afirmativa correta.
a) Diversas ações penais em curso podem justificar o reconhecimento de maus antecedentes.
b) A sentença penal condenatória, cuja execução da pena tenha sido extinta há mais de cinco
anos, não pode justificar o reconhecimento da reincidência, mas pode justificar os maus
antecedentes.
c) A sentença condenatória definitiva pela prática de crime posterior poderá configurar maus
antecedentes caso o trânsito em julgado ocorra antes do julgamento do primeiro crime.
d) No crime de roubo, o número de majorantes pode, por si só, determinar o quantum de
aumento na terceira fase.
e) Na segunda fase de aplicação da pena, a pena intermediária pode ser fixada abaixo do mínimo
legal.
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: Item errado, pois inquéritos policiais e ações penais em curso não podem ser
considerados como maus antecedentes, conforme súmula 444 do STJ.
à C RRETá à I à à à à à à à à à à à
previsto no art. 64, I do CP, logo, não poderá tal condenação servir para fins de reincidência, mas
pode ser considerada como maus antecedentes.
c) ERRADA: Item errado, pois somente sentença condenatória definitiva por crime ANTERIOR pode
configurar maus antecedentes (desde que não possa mais ser considerada para fins de
reincidência).
d) ERRADA: Item errado, pois o STJ sumulou entendimento no sentido de que, na hipótese de
condenação pela prática de roubo circunstanciado, o juiz deve fundamentar concretamente o
aumento na terceira fase de aplicação da pena, sendo insuficiente, para a sua exasperação, a mera
indicação do número de majorantes. Ou seja, o Juiz não pode majorar a pena do roubo em
patamar superior ao mínimo apenas pelo fato de serem duas ou mais majorantes:
Súmula 443
O aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de roubo circunstanciado exige fundamentação concreta, não
sendo suficiente para a sua exasperação a mera indicação do número de majorantes.

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e) ERRADA: Item errado, pois na segunda fase da dosimetria da pena, etapa de aplicação das
agravantes e atenuantes, a pena não pode ficar abaixo do mínimo legal, conforme súmula 231 do
STJ.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

25. (FGV 2017 OAB XXIV EXAME DE ORDEM)


Cássio foi denunciado pela prática de um crime de dano qualificado, por ter atingido bem
municipal (Art. 163, parágrafo único, inciso III, do CP pena: detenção de 6 meses a 3 anos e
multa), merecendo destaque que, em sua Folha de Antecedentes Criminais, consta uma única
condenação anterior, definitiva, oriunda de sentença publicada 4 anos antes, pela prática do
crime de lesão corporal culposa praticada na direção de veículo automotor.
Ao final da instrução, Cássio confessa integralmente os fatos, dizendo estar arrependido e
esclarecendo que
tem 03 filhos com menos de 10 anos de idade que são por ele sustentados.
Apenas com base nas informações constantes, o(a) advogado(a) de Cássio poderá pleitear, de
acordo com as previsões do Código Penal, em sede de alegações finais,
A) o reconhecimento do perdão judicial.
B) o reconhecimento da atenuante da confissão, mas nunca sua compensação com a
reincidência.
C) a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, apesar de o agente
ser reincidente.
D) o afastamento da agravante da reincidência, já que o crime pretérito foi praticado em sua
modalidade culposa, e não dolosa.
COMENTÁRIOS: Neste caso, a alternativa correta é a letra C, pois é possível pleitear a substituição
da pena privativa de liberdade aplicada pela pena restritiva de direitos, já que o crime praticado
não tem pena máxima superior a 04 anos nem é cometido com violência ou grave ameaça à
pessoa. Além disso, o agente não é reincidente em crime doloso, na forma do art. 44 do CP.
A letra B está errada, pois seria possível pleitear a compensação da agravante da reincidência com
a atenuante da confissão espontânea, conforme entendimento do STJ.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

26. (FGV 2017 OAB - XXIII EXAME DE ORDEM)


Caio, Mário e João são denunciados pela prática de um mesmo crime de estupro (Art. 213 do
CP). Caio possuía uma condenação anterior definitiva pela prática de crime de deserção, delito
militar próprio, ao cumprimento de pena privativa de liberdade. Já Mário possuía uma
condenação anterior, com trânsito em julgado, pela prática de crime comum, com aplicação
exclusiva de pena de multa. Por fim, João possuía condenação definitiva pela prática de
contravenção penal à pena privativa de liberdade. No momento da sentença, o juiz reconhece
agravante da reincidência em relação aos três denunciados.

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Considerando apenas as informações narradas, de acordo com o Código Penal, o advogado dos
réus
A) não poderá buscar o afastamento da agravante, já que todos são reincidentes.
B) poderá buscar o afastamento da agravante em relação a Mário, já que somente Caio e João
são reincidentes.
C) poderá buscar o afastamento da agravante em relação a João, já que somente Caio e Mário
são reincidentes.
D) poderá buscar o afastamento da agravante em relação a Caio e João, já que somente Mário é
reincidente.
COMENTÁRIOS: Neste caso, somente Mário é reincidente, pois as condenações anteriores por
contravenção penal e crime militar próprio não geram reincidência neste caso. Por falha legislativa,
não há reincidência quando o agente pratica crime depois de ter sido definitivamente condenado
por contravenção penal.
Com relação ao crime militar próprio, tal condenação não gera reincidência por força do art. 64, II
do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

27. (FGV 2015 OAB XVII EXAME DA OAB)


Reconhecida a prática de um injusto culpável, o juiz realiza o processo de individualização da
pena, de acordo com o Art. 68 do Código Penal.
Segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, assinale a afirmativa correta.
a) A condenação com trânsito em julgado por crime praticado em data posterior ao delito pelo
qual o agente está sendo julgado pode funcionar como maus antecedentes.
b) Não se mostra possível a compensação da agravante da reincidência com a atenuante da
confissão espontânea.
c) Nada impede que a pena intermediária, na segunda fase do critério trifásico, fique acomodada
abaixo do mínimo legal.
d) O aumento da pena na terceira fase no roubo circunstanciado exige fundamentação concreta,
sendo insuficiente a simples menção ao número de majorantes.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: Item errado, pois somente podem ser considerados maus antecedentes os fatos
praticados ANTES do delito pelo qual o agente está sendo julgado.
B) ERRADA: Item errado, pois o STJ possui jurisprudência no sentido de que a atenuante da
confissão espontânea e a agravante decorrente da reincidência são igualmente preponderantes,
de maneira que devem ser compensadas (HC 301.693/SP).
C) ERRADA: Item errado, pois nesta etapa a pena ainda não pode ultrapassar os patamares mínimo
e máximo (ver súmula 231 do STJ).
D) CORRETA: Item correto, pois é a exata previsão do verbete nº 443 da súmula do STJ:

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Súmula 443
"O aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de roubo circunstanciado exige fundamentação
concreta, não sendo suficiente para a sua exasperação a mera indicação do número de majorantes."
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

28. (FGV 2016 XXI EXAME DA OAB PRIMEIRA FASE)


C
sa no tr E
cumprir a pena restritiva de direitos aplicada, praticou novo crime de natureza culposa, vindo a
ser denunciado.
C
O
meses de detençã
reincidência.
Consid M P
C
A) a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.
B) a suspen
C) o afastamento do reconhecimento da reincidência.
D
COMENTÁRIOS: Não houve, no caso, reincidência, eis que ainda que se considere a pena aplicada
ao agente, não se pode falar em prescrição retroativa, eis que a pena aplicada foi de 11 meses de
detenção, de maneira que o prazo prescricional seria de 03 anos (e não transcorreu tal lapso
temporal entre um marco interruptivo da prescrição e outro).
Não há que se falar, ainda, no afastamento da reincidência, eis que o réu é, de fato, reincidente,
nos termos do art. 63 do CP.
É, todavia, cabível a substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos, pois
somente a reincidência em crime DOLOSO impede a substituição, de maneira que a mera
reincidência em crime culposo não é capaz de, por si só, impedir o benefício, nos termos do art. 44,
II do CP.
Por fim, não é cabível, ainda, a suspensão condicional da pena, eis que esta não é admitida quando
for possível a substituição pela restritiva de direitos, nos termos do art. 77, III do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

29. (FGV 2014 OAB XV EXAME DE ORDEM)


José cometeu, em 10/11/2008, delito de roubo. Foi denunciado, processado e condenado, com
sentença condenatória publicada em 18/10/2009. A referida sentença transitou definitivamente
em julgado no dia 29/08/2010. No dia 15/05/2010, José cometeu novo delito, de furto, tendo
sido condenado, por tal conduta, no dia 07/04/2012.

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Nesse sentido, levando em conta a situação narrada e a disciplina acerca da reincidência,


assinale a afirmativa correta.
a) Na sentença relativa ao delito de roubo, José deveria ser considerado reincidente.
b) Na sentença relativa ao delito de furto, José deveria ser considerado reincidente.
c) Na sentença relativa ao delito de furto, José deveria ser considerado primário.
d) Considera-se reincidente aquele que pratica crime após publicação de sentença que, no Brasil
ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior
COMENTÁRIOS: O agente não é considerado reincidente neste caso, pois a prática do novo delito
ocorreu ANTES do trânsito em julgado da sentença condenatória pelo delito anterior. Vejamos o
art. 63 do CP:
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença
que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

30. (FGV 2014 DPE-DF ANALISTA)


Osvaldo foi condenado pela prática do crime de estelionato. Ao aplicar a pena, o magistrado
majorou a pena base indicando, entre as circunstâncias judiciais previstas no Artigo 59 do Código
Penal brasileiro, os antecedentes de Osvaldo. Para tanto, o magistrado observou que a Folha de
Antecedentes Criminais de Osvaldo trazia 5 anotações, entre elas uma condenação não
transitada em julgado pela prática do crime de falsidade ideológica. As demais anotações
referiam-se a inquéritos policiais em andamento para a apuração de suposta prática do crime de
estelionato.
Quanto à decisão do magistrado, é correto afirmar que:
a) a pena base não poderia ter sido majorada com fundamento nos antecedentes de Osvaldo,
uma vez que não há condenação transitada em julgado na Folha de Antecedentes Criminais do
acusado.
b) a pena base foi majorada corretamente, uma vez que algumas anotações constantes da Folha
de Antecedentes Criminais de Osvaldo se referem ao crime de estelionato.
c) a pena base foi majorada corretamente, uma vez que há condenação, ainda que não
transitada em julgado, na Folha de Antecedentes Criminais de Osvaldo.
d) a pena base poderia ter sido majorada caso a condenação constante da Folha de
Antecedentes Criminais de Osvaldo dissesse respeito ao crime de estelionato.
e) a pena base foi majorada corretamente, uma vez que qualquer anotação em Folha de
Antecedentes Criminais pode justificar o incremento da pena base com fundamento nos
antecedentes do acusado.
COMENTÁRIOS: A pena base, aqui, não poderia ter sido majorada, pois a existência de inquéritos e
ações penais em curso não podem ser considerados como maus antecedentes, eis que não há
sentença penal condenatória transitada em julgado, o que configura violação ao princípio da
presunção de inocência.

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O STJ, inclusive, já sumulou a questão:


Súmula 444
E vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

31. (FGV IX EXAME UNIFICADO DA OAB)


Guilherme praticou, em 18/02/2009, contravenção penal de vias de fato (Art. 21 do Decreto Lei
n. 3.688/41), tendo sido condenado à pena de multa. A sentença transitou definitivamente em
julgado no dia 15/03/2010, mas Guilherme não pagou a multa. No dia 10/07/2010, Guilherme
praticou crime de ato obsceno (Art. 233 do CP).
Com base na situação descrita e na legislação, assinale a afirmativa correta.
A) Guilherme não pode ser considerado reincidente por conta de uma omissão legislativa.
B) Guilherme deve ter a pena de multa não paga da primeira condenação convertida em pena
privativa de liberdade.
C) Guilherme é reincidente, pois praticou novo crime após condenação transitada em julgado.
D) A pena de multa não gera reincidência.
COMENTÁRIOS:
A) O item está correto. A prática de crime, após condenação definitiva por contravenção, não gera
reincidência, em razão de uma brecha legislativa, já que o art. 63 do CP prevê como reincidência
apenas a prática de crime após condenação definitiva por crime anterior. Vejamos:
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença
que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
A Lei de Contravenções Penais ainda chega a estabelecer que a condenação por
contravenção, após condenação definitiva por crime ou contravenção anterior, também gera
reincidência. Assim, esqueceram de incluir a situação daquele que pratica crime após ser
condenado por contravenção, que, portanto, é considerado reincidente.
B) A pena de multa, uma vez não paga, deve ser executada como dívida de valor, não admitindo
conversão em privação da liberdade, por não haver previsão legal, conforme entendimento do STJ;
C) O item está errado, nos termos da fundamentação da alternativa A;
D) O item está errado, eis que o fato de a pena aplicada ser de multa não influencia na questão da
reincidência, nos termos do art. 63 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

32. (FCC 2012 TJ-GO JUIZ)


As circunstâncias agravantes
a) podem elevar a pena acima do máximo previsto em lei para o crime, do mesmo modo que as
causas de aumento.
b) não incidem nos crimes culposos, salvo a reincidência.

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c) serão consideradas na fixação da pena-base.


d) sempre preponderam sobre as circunstâncias atenuantes, no caso de concurso entre umas e
outras.
e) não incidem quando também qualificarem o crime, mas podem ser aplicadas se elementares
da infração.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: As circunstâncias agravantes não podem elevar a pena acima do máximo legal, ao
contrário das causas de aumento de pena.
B) CORRETA: De fato, exceto a reincidência, as demais circunstâncias agravantes não se aplicam
aos crimes culposos, eis que relativas ao modo do crime, embora já tenha havido decisão no STF
em sentido contrário.
C) ERRADA: As agravantes são consideradas na segunda fase da fixação da pena, logo após a pena-
base, nos termos do art. 68 do CP.
D) ERRADA: No concurso entre atenuantes e agravantes, preponderam as circunstâncias relativas
aos motivos do crime, à personalidade do agente e à reincidência, nos termos do art. 67 do CP:
Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias
preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade
do agente e da reincidência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
E) ERRADA: Quando também qualificam o delito ou quando são elementares da infração, as
circunstâncias agravantes não podem ser aplicadas, sob pena de haver o que se chama de dupla
imputação pelo mesmo fato, ou seja, BIS IN IDEM.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

33. (FCC 2012 DPE-SP DEFENSOR PÚBLICO)


Considere as assertivas abaixo.
I. O sistema pátrio de dosimetria das penas adotou o sistema bifásico.
II. O enquadramento da conduta em circunstância qualificadora precede a primeira fase, ao
passo que as causas especiais de aumento de pena são computadas na última fase da
dosimetria.
III. Segundo recente jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, admite-se a fixação da pena
abaixo do mínimo legal por força de circunstâncias atenuantes genéricas.
IV. Não apontadas circunstâncias judiciais desfavoráveis ao ensejo da aplicação do artigo 59 do
Código Penal, não é admitida a alegação de gravidade do crime para se fixar regime prisional
mais rigoroso do que o estabelecido para o tempo de pena imposta.
V. Recente alteração legislativa inovou ao permitir o agravamento da pena por maus
antecedentes em razão de ação penal em curso, desde que haja decisão condenatória proferida
por órgão colegiado.
Está correto APENAS o que se afirma em
a) IV.

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b) V.
c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) II, IV e V.
COMENTÁRIOS:
I - FALSO: Adotou-se o sistema trifásico, nos termos do art. 68 do CP.
II - VERDADEIRO: As qualificadoras estabelecem novos patamares mínimos e máximos de pena,
sendo, portanto, anteriores à primeira fase. Já as causas de aumento de pena são aplicadas na
última fase, nos termos do art. 68 do CP.
III - FALSO: STF e STJ entendem que as atenuantes genéricas não podem levar a pena abaixo do
mínimo legal, nem as agravantes genéricas podem elevar a pena acima do máximo legal.
IV - VERDADEIRO: Esse é o entendimento sumulado do STF, através do verbete nº 719 da Súmula
de sua Jurisprudência:
"a imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea"
V - FALSO: Não existe nenhuma alteração legislativa nesse sentido.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

34. (FCC 2014 DPE-CE DEFENSOR PÚBLICO)


As circunstâncias atenuantes
a) sempre preponderam sobre as circunstâncias agravantes, no caso de concurso entre umas e
outras.
b) constituem fatores de redução da pena estabelecidos em quantidades fixas.
c) não devem ser consideradas na fixação da pena-base.
d) podem ser reconhecidas ainda que não previstas expressamente em lei, mas apenas se
anteriores ao crime.
e) permitem a redução da pena abaixo do mínimo legal, segundo entendimento sumulado.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: Item errado. À exceção da menoridade (ser menor de 21 anos na data do fato), que
prepondera sobre todas, no concurso de agravantes e atenuantes irá preponderar a circunstância
que se refira a questões subjetivas (motivos determinantes do delito, por exemplo).
B) ERRADA: Item errado, pois cabe ao Juiz estabelecer quanto irá aplicar de redução, não havendo
patamares fixos estabelecidos pela Lei.
C) CORRETA: Tais circunstâncias (atenuantes) são analisadas na segunda etapa, e não na primeira
fase da fixação da pena.
D) ERRADA: Item errado, pois podem ser reconhecidas ainda quando não previstas expressamente
em lei, e ainda que se refiram a fatos posteriores ao delito, nos termos do art. 66 do CP.

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E) ERRADA: O STJ possui entendimento sumulado no sentido de que o reconhecimento de


circunstâncias atenuantes NÃO pode levar a pena a um patamar abaixo do mínimo legal (o que só
pode ocorrer por meio da aplicação de eventuais causas de diminuição de pena). Vejamos:
Súmula 231 do STJ
A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

35. (FCC 2014 TCE-GO ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO)


No processo de aplicação da pena, os maus antecedentes do agente incluem-se dentre as
a) circunstâncias agravantes.
b) qualificadoras.
c) circunstâncias judiciais.
d) causas especiais de aumento de pena.
e) circunstâncias objetivas.
COMENTÁRIOS: Os maus antecedentes devem ser valorados quando da FIXAÇÃO DA PENA-BASE,
ou seja, são considerados circunstâncias judiciais, nos termos do art. 59 do CP:
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos
motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá,
conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

36. (FCC 2014 TJ-AP JUIZ)


Com relação à atenuante genérica da menoridade etária do agente, é correto afirmar:
N C P II
primeira hipótese).
b) Segundo a atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, prepondera sobre a agravante
da reincidência.
c) Segundo o atual entendimento do Superior Tribunal de Justiça, sua prova não
necessariamente será documental.
d) Segundo o atual entendimento do Superior Tribunal de Justiça, pode eventualmente reduzir a
pena final abaixo do mínimo legal abstratamente cominado.
e) Segundo posicionamento doutrinário dominante, a norma penal em referência foi derrogada
em 2002 pelo advento da plena capacidade civil aos 18 anos de idade.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: Não há qualquer vedação à aplicação da atenuante neste caso.
B) CORRETA: Esta é o entendimento do STJ:
(...) A atenuante da menoridade relativa prepondera sobre qualquer outra circunstância, inclusive sobre a
reincidência, consoante pacífica jurisprudência desta Corte Superior.

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(...)
(HC 274.758/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 18/02/2014, DJe 05/03/2014)
à à à à à à à à à à à à à à à à
de 21 anos à época do fato, e não 18 anos. Se o agente fosse menor de 18 anos, seria inimputável
e, portanto, não responderia pelo delito.
C) ERRADA: Item errado, pois a menoridade do agente deve ser comprovada por documento hábil,
inclusive há súmula do STJ nesse sentido (verbete nº 74).
D) ERRADA: Item errado, pois o STJ possui entendimento sumulado no sentido de que as
circunstâncias atenuantes não podem levar a pena a um patamar abaixo do mínimo legal:
Súmula 231 do STJ
A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal.
E) ERRADA: O entendimento doutrinário dominante é no sentido da ausência de revogação da
norma.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

37. (FCC 2014 TRT18 JUIZ DO TRABALHO)


No tocante às circunstâncias atenuantes, é correto afirmar que
a) permitem a redução da pena abaixo do mínimo previsto na lei, segundo entendimento
sumulado do Superior Tribunal de Justiça.
b) incidem na terceira etapa do cálculo da pena.
c) são inaplicáveis se não previstas expressamente em lei.
d) o desconhecimento da lei, embora inescusável, pode ser empregado para atenuar a pena.
e) a reparação do dano não a configura, constituindo apenas causa geral de diminuição da pena.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: Item errado, pois o STJ possui entendimento sumulado no sentido de que as
circunstâncias atenuantes não podem levar a pena a um patamar abaixo do mínimo legal:
Súmula 231 do STJ
A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal.
B) ERRADA: Incidem na segunda etapa da fixação da pena.
C) ERRADA: Item errado, pois podem ser reconhecidas ainda quando não previstas expressamente
em lei, e ainda que se refiram a fatos posteriores ao delito, nos termos do art. 66 do CP.
D) CORRETA: Item correto, nos termos do art. 65, II do CP.
E) ERRADA: Pois o art. 65, III, b do CP trata a reparação do dano como circunstância atenuante.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

38. (FCC 2015 TJ-PE JUIZ)


No cálculo da pena, o juiz deverá considerar o arrependimento posterior, a culpabilidade e a
confissão espontânea nas seguintes etapas, respectivamente:

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a) primeira, segunda e terceira.


b) terceira, segunda e primeira
c) primeira, terceira e segunda.
d) terceira, primeira e segunda
e) segunda, primeira e terceira.
COMENTÁRIOS: O arrependimento posterior é causa de diminuição de pena, motivo pelo qual
deve ser analisado na terceira etapa da dosimetria da pena.
A culpabilidade do réu é um dos elementos do at. 59 do CP, motivo pelo qual deve ser analisada na
primeira etapa, quando da fixação da pena-base.
Por fim, a confissão espontânea é uma atenuante genérica, razão pela qual é aplicada na segunda
etapa.
Vejamos o art. 68 do CP:
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas
as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

6 GABARITO

1. ALTERNATIVA E
2. ALTERNATIVA C
3. ALTERNATIVA E
4. ALTERNATIVA E
5. ERRADA
6. CORRETA
7. ALTERNATIVA D
8. ALTERNATIVA B
9. ALTERNATIVA E
10. ALTERNATIVA C
11. ALTERNATIVA E
12. ALTERNATIVA B
13. ALTERNATIVA B
14. ALTERNATIVA E

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15. ALTERNATIVA D
16. ALTERNATIVA D
17. ALTERNATIVA A
18. ALTERNATIVA C
19. ALTERNATIVA A
20. ERRADA
21. ALTERNATIVA E
22. ALTERNATIVA E
23. ALTERNATIVA A
24. ALTERNATIVA B
25. ALTERNATIVA C
26. ALTERNATIVA D
27. ALTERNATIVA D
28. ALTERNATIVA A
29. ALTERNATIVA C
30. ALTERNATIVA A
31. ALTERNATIVA A
32. ALTERNATIVA B
33. ALTERNATIVA C
34. ALTERNATIVA C
35. ALTERNATIVA C
36. ALTERNATIVA B
37. ALTERNATIVA D
38. ALTERNATIVA D

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