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IC 0091 - 2012
Consultora: Maria Adelina França
APRESENTAÇÃO
AGRADECIMENTOS
1
ÍNDICE
Referências Bibliográficas p. 83
Anexos p. 85
2
LISTA DE ACRÔNIMOS
PRODUTO 1
3
PARTE 1
A. Introdução:
Para elaboração do presente documento foram analisados os cinco
levantamentos de comunidades de terreiro encaminhados pela SEPPIR e
outros identificados pela consultora. Serão apresentados abaixo os descritivos
dos inventários e mapeamentos, e suas formas de apresentação. No segundo
produto, serão analisadas as metodologias utilizadas em de cada um deles.
4
A descrição dos terreiros consta de: (1) breve histórico com data de fundação,
(2) origem, (3) tradição religiosa, (4) calendário litúrgico e (5) atividades sociais
desenvolvidas, (6) descrição do espaço físico e (7) situação legal do imóvel.
O site está formatado da seguinte maneira: (1) apresentação, (2) análise, (3)
terreiros, (4) mapas georeferenciados, (5) contato e (6) links. Objetivo da
pesquisa: elaboração de políticas de preservação e revitalização ambiental,
cultural e religiosa.
5
Foram mapeados 1.408 terreiros, sendo que 1.162 foram cadastrados e 34
recusaram-se a responder o questionário. Foram encontrados 142 terreiros
fechados, foi registrada a migração de 31 para outros municipios e 37 terreiros
não foram localizados. As informações coletadas foram: (1) identificação e
localização do terreiro com endereçamento completo, (2) identificação e
caracterização das lideranças religiosas, (3) caracterização geral do terreiro, (4)
aspectos religiosos e de hierarquia, (5) atividades religiosas e comunitárias, (6)
características ambientais, (7) características físicas. Consta ainda um anexo
com informações sobre residentes nos terreiros.
Metodologia bem fundamentada: baseada em resultados de projeto piloto, com
a participação de pesquisadores experientes e de acordo com os resultados
esperados. Forma de divulgação adequada e completa, e excelente análise
dos dados coletados, contemplando os resultados mais relevantes.
O site apresenta o seguinte formato: (1) Início – tela de abertura com fotos
turísticas, (2) Mapa georeferenciado, (3) Terreiros, (4) Equipe, (5) Fotos, (6)
Notícias, (7) Links, (8) Contato. A seção “Notícias” funciona como um painel de
anúncios das várias atividades desenvolvidas nos terreiros cadastrados. O
material não apresenta os objetivos do cadastramento. Inventário (survey),
utilizando metolodogia quantitativa.
6
4. “Mapeamento das Casas de Religiões de Matriz Africana do Rio de
Janeiro”
Coordenação: Denise Pini Rosalem da Fonseca, Sônia Maria Giacomini,
Luiz Felipe Guanaes Rego
Execução: PUC/Rio - NIMA – Núcleo Interdisciplinar do Meio Ambiente e
NIREMA – Núcleo Interdisciplinar de Reflexão e Memória
Afrodescentente
Apoio: SEPPIR e Conselho “Griot”
Ano de Realização: Início em 2008 (sem informação completa)
Formato: digital
Endereço: http://www.nima.puc-rio.br/mapeamento/
O site está formatado da seguinte maneira: (1) Início, (2) Notícias, (3) Conselho
Griot, (4) Galeria, (5) Mapa, (6) Contato, (7) Equipe e (8) Quero ser Mapeado.
A pesquisa utiliza a tecnología GPS – “Global Positioning System” para o
mapeamento dos terreiros. (Observação: não conseguimos acesso aos dados -
a seção “Mapa” não abre, sendo sinalizada uma impossibilidade de acesso ao
sistema por falta de permissão. Não sabemos se a pesquisa já foi finalizada ou
não. (Mensagem: 401 - Unauthorized: Access is denied due to invalid
credentials. You do not have permission to view this directory or page using the
credentials that you supplied.) Também não obtivemos resposta dos emails e
contato telefonônico.
7
Formato: digital
Endereço: http://www.mds.gov.br/sesan/terreiros/paginas/inicio.htm
O site foi dividido em: (1) Início, (2) O Projeto, (3) Terreiros, (4) Institucional e
(5) Contatos. Constam no site as informações referentes à descrição dos
objetivos, metodología e dados do mapeamento dos terreiros. O mapeamento
abre para: (1) Cidade, (2) Religião, (3) Nação, (4) Regente e (5) Ano de
Fundação.
8
entre as montanhas”, (6) “Religiosidade militante e pesquisa-ação”, (7) “A luta
por reconhecimento, reparação e direitos”, (8) Metodologia: “Construindo uma
pesquisa compartilhada: notas sobre a proposta metodologica”, (9) Resultados:
“Pesquisa Socioeconômica e Cultural de Povos e Comunidades Tradicionais de
Terreiros – Síntese de Resultados”.
9
no momento com 725 terreiros cadastrados no estado de São Paulo, atualizado
em março de 2011. As informações estão organizadas da seguinte maneira: (1)
nome completo do dirigente, (2) regente, (3) nação, (4) endereçamento
completo, incluindo telefone. Trata-se apenas de um cadastro sem maiores
informações.
1) 10 Estados - http://povodearuanda.wordpress.com/terreiros-enderecos/
(Obs: poucos endereços)
1
PRANDI, Reginaldo. Os candomblés de São Paulo : a velha magia na metrópole nova. São Paulo :
HUCITEC: Editora da Universidade de São Paulo, 1991.Disponível:
www.fflch.usp.br/sociologia/prandi/csplivro.doc.
10
Não localizamos o mapeamento mencionado no edital de seleção 2, referente
às comunidades de terreiro do estado do Maranhão. Apenas uma nota de
imprensa sobre a pesquisa que estaría em andamento em 05.10.2011.
Segundo essa fonte, a pesquisa havia mapeado até aquele momento 113
terreiros na região metropolitana de São Luis, sendo que 72 ainda não teriam
sido visitados pelos pesquisadores. A pesquisa é uma iniciativa da SEIR –
Secretaria de Estado de Integração Regional em parceria com o governo
federal por meio da SEPPIR. (Fonte: http://governo-
ma.jusbrasil.com.br/politica/7818893/seir-apresenta-em-brasilia-resultados-do-
mapeamento-de-terreiros).
D. PROVIDÊNCIAS
2
Já foram identificados pela SEPPIR pelo menos cinco levantamentos: 1) Recôncavo Baiano e Baixo Sul
da Bahia, realizado pela Secretaria de Promoção da Igualdade do Estado da Bahia (SEPROMI) em
parceria com a SEPPIR; 2) Regiões Metropolitanas de Recife, Belo Horizonte, Porto Alegre e Belém,
realizado pelo Ministério de Desenvolvimento Social (MDS) em parceria com a SEPPIR, com foco em
segurança alimentar e nutricional; 3) São Luís do Maranhão, pela Secretaria de Estado da Igualdade
Racial (SEIR) com apoio institucional da SEPPIR; 4) Município do Rio de Janeiro, feito pela PUC,
com apoio da SEPPIR; e 5) Município de Salvador, realizado pelo Centro de Estudos Afro Orientais
(CEAO) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em parceria com a SEPPIR. Cabe a SEPPIR garantir
ao consultor o acesso a estes dados.
11
propostas para subsidiar as políticas públicas em âmbito nacional para
os Povos Tradicionais de Matriz Africana;
E. CONSIDERAÇÕES FINAIS
12
PARTE 2
A. INTRODUÇÃO
13
B. LIMITES E POSSIBILIDADES DOS DADOS DISPONÍVEIS
1º Rio de Janeiro
2º Rio Grande do Sul
3º São Paulo
4º Bahia
5º Mato Grosso do Sul
6º Rondônia
7º Distrito Federal
8º Maranhão
9º Pernambuco
10º Paraná
3
Fonte: Novo Mapa das Religiões (2011) Org. Neri, M., baseado nas pesquisas de orçamentos familiares
2009). Em: http://www.fgv.br/cps/religiao/
14
das religiões afro-brasileiras como adeptos de outras religiões, o que provoca
distorsão nos dados apresentados em contraste com a realidade.
15
C. POSSIBILIDADES DE HARMONIZAÇÃO DE METODOLOGIAS COM
OS DADOS DISPONÍVEIS
16
QUADRO 1. COMPARATIVO DOS ESTUDOS E METODOLOGIAS
ÁREA PERÍODO EXECUTOR OBJETIVOS MÉTODOL./INSTRUMENTAL FORMATO DADOS NR TERREIROS
COLETADOS
IDENTIFICADOS
1.Distrito 2008 - Iphan (1) conhecer as Qualitativa Impresso (1) breve histórico; 26 Identificados
Federal e 2009 práticas culturais;
entorno
Inventário/ Survey Sem análise de (2) data de fundação; 20 entrevistados
(2) coleta dados para dados
ações Iphan Questionário (3) origem;
(6) descrição do
espaço físico
2.Salvador 2006 – UFBA (1) elaboração de Quali e Quantitativa Sítio eletrônico (1) identificação e 1.408 identificados;
2007 políticas de localização (endereço
preservação e Geoprocessamento completo);
17
revitalização Estudo de Campo Com análise dos (2) identificação e 1.162 cadastrados
ambiental, cultural e dados caracterização
religiosa lideranças,
Questionário
(3) caracterização
Entrevistas geral do terreiro,
(4) aspectos
religiosos e de
hierarquia,
(5) atividades
religiosas e
comunitárias,
(6) características
ambientais,
(7) características
físicas;
(8) residentes do
terreiro
(9) Conflitos
3.João não PMJP não consta Quantitativa Sítio eletrônico (1) nome de santo 111
Pessoa consta do dirigente;
Survey/Mapeamento Geoprocessamento
(2) data de fundação,
Equipe de pesquisa composta Sem análise
de Povo-do-Santo (3) endereço
completo,
(4) regente
18
(5) nação
4.Estado 2010 PUC (1) visibilizar o Quali/Quantitativa Sítio Eletrônico (1) identificação e 847
do Rio de quantitativo no estado localização (endereço
Janeiro para suporte às completo)
Survey/Mapeamento geoprocessamento
políticas públicas;
(2) Nome do dirigente
Equipe composto de campo Sem análise Obs.: sem
(2) promover composta por pessoas com Resultados serão caracterização
liberdade religiosa, afinidades no tema divulgados em livro gênero/idade/raça/cor
cultura de paz e a ser lançado pelas
combate ao racismo (3)Regência do
Formação de Comissão “Griot” pesquisadoras. terreiro
(5) atividades
comunitárias
(7) número
frequentadores e
adeptos
(8) conflitos
5..Belo 2010 MDS (1)mapeamento Quali /Quantitativa Sítio eletrônico e (1) identificação e Belo Horizonte: 353;
Horizonte quatro capitais: livro digital (pdf) localização do
terreiro/casa, Belém: 1.089;
Estudo de Campo/Pesquisa
Belém (2)oferecer subsídios Sócioeconômica Com análise de Porto Alegre:1.342
para construção dados (2) identificação do
Porto políticas públicas de Etnografia para responsável pelo Recife: 1.261.
Alegre segurança alimentar e complementação terreiro/casa,
nutricional Total: 4.045
Recife Questionário estruturado (3) identificação e
caracterização do
19
Entrevista em profundidade terreiro/casa,
(7) informações
sobre o entorno
(8) Conflitos
6.São 2011 USP/Prandi Informativo/divulgação Quantitativa Listagem digital (1)nome completo do 725 (atualização
Paulo (word) dirigente; março/2011)
(2) regente;
Cadastro
(3) nação;
(4) endereço
20
Análise Comparativa
1. IPHAN – estudo preliminar, preparatório, com poucos dados e foco na valorização do patrimônio cultural. A publicação
apresenta dados de maneira irregular e incompleta.
2. UFBA/CEAO – pesquisa bastante completa. Membros da comunidade, porém, não foram investigados. Apresentação de
resultados/análise poderia ter sido mais ampla.
4. PUC/RIO – estudo incompleto, sem apresentação de resultados e análise, sem dados básicos – gênero, idade, cor/raça,
sem análise da comunidade – voltado à geração de dados para georeferenciamento apenas e contabilização parcial dos
terreiros.
5. MDS – estudo importante pelo universo da pesquisa, envolvendo quatro estados. Questionário muito extenso, investiga
pouco as questões referentes à comunidade. Dados referem-se aos dirigentes. Alguns resultados suscitam questionamento;
por exemplo, maior número de casas em Porto Alegre do que em Pernambuco. Publicação de resultados/análise poderia ter
sido mais completa e extensa.
21
5. Utilização de metodologias qualitativa e quantitativa;
6. Realização de pilotos.
PROBLEMAS
10. Dados não abrangem o universo das comunidades de terreiro, e sim dos dirigentes com os possiveis desvios
22
D. COMPARATIVO DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS BEM
SUCEDIDAS UTILIZADAS:
23
MDS – Belo Horizonte / Recife / Porto Alegre / Belém
UFBA - Salvador
24
USP - São Paulo
1. Nome do dirigente
2. Regente
3. Nação
4. Endereço
25
QUADRO 2. COMPARATIVO DE DADOS
Número de casas
Linha/nação X X X X X X
Gênero
26
Escolaridade X X N/C N/C N/C N/C
27
E. ANÁLISE DO TIPO DE DADOS COLETADOS
Observamos que dos cinco estudos analisados, apenas dois trazem dados
essenciais (raça/cor/gênero) para construir estratégias de enfrentamento às
questões de fundo das comunidades de terreiro, tais como a discriminação, o
preconceito e o racismo. Também estão ausentes na maioria dos estudos
dados sobre a questão fundiária, fundamentais para a elaboração de medidas
protetivas às comunidades. Na prática, a ausência dos dados comparados fala
mais do que a presença dos mesmos. Concluimos, portanto, que será de
grande valia uma orientação geral dos órgãos envolvidos na proteção e
fortalecimento das comunidades de terreiro, e de outros grupos minoritários,
sobre uma base comum para coleta de dados em futuras investigações, o que
poderá agregar grande valor às ações futuras e em curso, tanto nas esferas
governamentais como na sociedade civil em geral.
28
gráficos para a análise. Em termos de distribuição espacial, o universo da
análise comparativa de dados abrangerá as regiões norte, nordeste, sudeste e
sul do país, com uma mostra aproximada de 6.000 terreiros.
29
PARTE 3
A. INTRODUÇÃO
30
lançamento da 1ª. Fase da Pesquisa, inventariando 20 terreiros da região do
Distrito Federal e entorno. Também não foram incluídos o estudo do Rio de
Janeiro, por não estarem disponíveis ainda os resultados da pesquisa, e a
pesquisa no Maranhão, por estar em fase de tabulação de dados e sem
resultados gerais.
B. DADOS GERAIS
31
Fonte: FRANÇA, Banco Global (2012)
32
O maior número de terreiros das capitais e regiões metropolitanas dos estados
pesquisados encontra-se no Rio Grande do Sul, com 1.274 casas, seguido por
Pernambuco com 1.243. Na seqüência decrescente encontram-se os estados
da Bahia, com 1.165 terreiros; Pará, com 1.078; Minas Gerais com 340 e a
Paraíba com 110. Os dados apresentam a mesma correlação dos dados
apresentados pelo estudo do MDS.
4
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística – IBGE (Base: POF 2009) analisados pela
4
Fundação Getúlio Vargas , a maior porcentagem de adeptos de religiões afro-brasileiras no país por
estados e ordem de grandeza é a seguinte: 1º Rio de Janeiro; 2º Rio Grande do Sul; 3º São Paulo; 4º
Bahia; 5º Mato Grosso do Sul; 6º Rondônia; 7º Distrito Federal; 8º Maranhão; 9º Pernambuco; 10º
Paraná.
5
Na tentativa de minimizar distorções na identificação de adeptos, foi elaborada campanha no
Maranhão, para o Censo 2010. Para maiores informações:
http://pretoneto.blogspot.com.br/2011/01/e-bom-relembrar-campanha-de-afro.httml
6
Fonte: MDS. Em: http://www.mds.gov.br/bolsafamilia
33
Tabela 1. Percentual e número de famílias beneficiárias pagas em conta-
corrente (por região) – PBF
34
diferença em quatro estados: Pernambuco, Paraíba, Minas Gerais e São Paulo.
No entanto, em todos eles, a diferença é pouco relevante.
Utilizaremos os dados dos estudos realizados pela UFBA e MDS, que são os
únicos que trabalham com essa variável. Recomenda-se que nos próximos
estudos e inventários esses dados sejam coletados, uma vez que são
fundamentais para apontar algumas tendências, e o quesito “cor/raça” um
indicador social mínimo, segundo o IBGE.
35
Tabela 2. Comparativo Dados Cor / Raça entre Bahia (UFBA) e Pará, Minas
Gerais, Porto Alegre e Pernambuco (Capitais e RM)
Bahia (UFBA) PA, MG, RS, PE (MDS)
Pretos 58,3% n/c
Pardos 30,4% n/c
Pretos ou Pardos 88,7% 72%7
Brancos 4,6% 25,3%
7
O percentual não foi desmembrado em pretos e pardos; somente o percentual geral pretos ou pardos
foi apresentado no estudo MDS.
36
“[...] da RM de Recife são as que têm os menores níveis de renda
(85,3% recebem até dois SM por mês)[...]”
E. IDADE (UFBA/MDS)
Somente o estudo da UFBA traz dados sobre a idade das lideranças religiosas
na apresentação dos resultados. E, segundo o estudo, a média de idade das
lideranças é de 55 anos, sendo que as mulheres tem médias de idade bem
mais elevadas que os homens: 60 (mulheres); 46 (homens).
37
pois são 96 pais-de-santo em comparação com 32 mães-de-
santo.”
G. ESCOLARIDADE (UFBA/MDS)
38
segundo estudo UFBA; e 46,4% segundo estudo MDS. Apenas 4,3% pardos
(UFBA) e 6,4% pretos e pardos (MDS). Apenas 4,3 pardos (UFBA) tem
superior completo. O maior percentual de lideranças sem escolaridade está na
RM de Recife (8,2%) e com superior completo, na RM de Belo Horizonte
(14,1%).
Água Potável
I. VIOLÊNCIA
39
J. RELIGIÕES
Candomblé 1200
Umbanda 1031
Batuque 347
Anos de
Nome da Casa
Existência
40
Ilê Axé Iyá Nassô Oká (Terreiro da
277
Casa Branca)
Auê Te Dô 166
41
Fonte: FRANÇA, Banco Global (2012)
Pernambuco e Rio Grande do Sul são os únicos estados em que a maioria dos
terreiros não está localizada na capital. O maior número de terreiros está
localizado nas capitais, sendo que em Pernambuco e no Rio Grande do Sul
esta tendência se inverte: Há uma presença maior de terreiros nas regiões
metropolitanas. Observou-se que na Bahia e Paraíba, os terreiros se distribuem
igualmente em número na capital e regiões metropolitanas. Esta tendência é
coincidente com o processo de urbanização do país.
42
L. REGENTES
As capitais e RM dos estados do Pará e Rio Grande do Sul são as únicas que
apresentam liderança de regentes masculinos: Ogum no Pará, e Xangô no Rio
Grande do Sul. Em todos os outros estados, a regência é feminina, com
predomínio de Oxum como regente.
8
A diferença apontada entre os dados globais e o estudo do MDS talvez se devam aos dados de São
Paulo, majoritariamente de terreiros de candomblé, uma vez que foram base de pesquisas de
especialista nesta linha. O estudo baiano também aponta um maior número de terreiros de candomblé.
9
Estudo MDS.
43
No estado do Pará percebe-se uma especificidade entre as entidades
indicadas como regentes dos terreiros, que são os caboclos e caboclas,
entidades das matas, de influênciai indígena, possivelmente pela proximidade
da floresta e recursos naturais do estado.
44
Fonte: FRANÇA, Banco Global (2012)
45
Fonte: FRANÇA, Banco Global (2012)
46
Fonte: FRANÇA, Banco Global (2012)
47
SÍNTESE DOS DADOS
48
O perfil sociodemográfico das lideranças de terreiro é coincidente com os que
vivem em extrema pobreza, segundo os dados do IBGE/PNAD 2009. Também
coincidente, a maior concentração de mulheres nesta situação: negras ou
pardas, com rendimentos de menos de dois salários mínimos, em residências
onde vivem em média entre 4 e 6 pessoas, de baixa escolaridade e idade
média acima dos 55 anos. A maior concentração das piores condições está nas
regiões nordeste e norte, também de acordo com o perfil dos mais vulneráveis
segundo o IBGE.
49
PARTE 4
A. INTRODUÇÃO
B. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
50
[...] “Assim uma política de quotas de ingresso na universidade
para minorias raciais é atacada em nome da igualdade de direitos
para todas as pessoas, independente da sua origem.”9
51
sobre dados e instrumentos adequados para suprir informações para
basear políticas públicas destinadas às comunidades de terreiro.
52
Comentários: bloco funciona como página de rosto, de orientação
para o entrevistador.
(1) Sexo; (2) Nome completo; (3) Nome-de-santo; (4) Cargo na hierarquia da
casa; (5) Raça/cor (autodefinição); (6) Razão da autodefinição de cor – Idade;
(7) Escolaridade; (8) Naturalidade; (9) Tempo de Residência na cidade; (10)
Profissão; (11) Trabalho atual; (12) Outra ocupação; (13) Renda Mensal; (14)
Participação em programas sociais de transferência de renda; (15)
Religião; (16) Quanto tempo a pratica; (18) Quanto tempo é responsável pelo
terreiro.
(19) Nome oficial do terreiro; (20) Nome fantasia; (21) Ano de fundação; (22)
Fundador(a) do terreiro; (23) Linha/nação do fundador; (24) Pai/Mãe-de-Santo
do fundador; (25) Linha/nação desta pessoa; (26) Religião do terreiro; (27)
Nação; (28) Outras nações; (29) Regência; (30) Outras regências; (31)
Periodicidade de funcionamento; (32) Número de frequentadores; (33) Três
principais festas; (34) Local das festas; (35) Total de iniciados; (36) Número de
moradores/residentes; (37) Número de residências no mesmo terreno; (38)
53
Adesões de pessoas de outras religiões (sim ou não e qual) ; (39) Migração
para outras religiões (sim ou não e qual).
54
aquisição de alimentos, mas não a origem dos recursos gerais para
manutenção e serviços sociais do terreiro. Existe um erro de edição
após o item (61) em relação ao número das questões e numeração,
mas que não afeta o resultado.
(70) Tipo de imóvel; (71) Regime de propriedade; (72) Quitado; (73) Tipo de
documentação; (74) Conflitos em relação à propriedade; (75) Tributos; (76)
Área total; (77) Área construída; (78) Número de cômodos destinados a fins
religiosos; (79) Principal fonte de abastecimento de água; (80) Freqüência
abastecimento; (81) Destinação ejetos/esgoto; (82) Infraestrutura interna: rede
elétrica, telefone, internet; (83) Tipo de construção casa (alvenaria, etc); (84)
Tipo de telhado; (85) Número de banheiros; (86) Forma de tratamento da água
para beber; (87) Suficiência da estrutura física para desenvolvimento de
atividades religiosas; (88) Presença de recursos naturais no terreiro; (89)
Presença de recursos naturais no entorno; (90) Espaço para fins de
complementação de renda.
55
(91) Registro em cartório; (92) Razão social/pessoa jurídica; (93) Número
CNPJ; (94) Ano de registro; (95) Associações; (96) Títulação de utilidade
pública; (97) Data de início da titulação; (98) Tem isenção de impostos por
conta da titulação; (99) Tipo de divulgação dos trabalhos.
56
preferência “violência”? O tipo de violência também é um dado
bastante relevador da estrutura e interessante de ser investigado.
Item. (105) Pergunta confusa, que pede uma explicação do
entrevistador. Observação: as perguntas que medem percepção
devem preferencialmente ser feitas de forma bastante clara para
evitar a indução de resposta por parte do entrevistador. Item 106 –
seria melhor perguntar sobre atividades “sociais”, uma vez que
atividades religiosas também são “comunitárias”. Os itens de (106
a 108) estão deslocados neste item – talvez para intencionamente
deixar a questão mais sensível sobre intolerância e preconceito
para o final da investigação; Item (107) – a pergunta poderia ser
mais dirigida “para entregas de trabalhos”, uma vez que a rua pode
ser utilizada para as festas do terreiro também. É interessante
perguntar sobre a destinação dos resíduos dos trabalhos, por mais
polêmica que seja a questão.
57
O questionário compõe-se de 16 questões, subdividas em sub-campos que
totalizam 39 dados. O foco da pesquisa parece ter sido o mapeamento por
GPS e a coleta das coordenadas. Dados básicos não foram investigados,
como por exemplo, raça/cor, sexo e idade. Trata-se de um questionário com
questões dirigidas e semi-dirigidas.
(1) Nome religioso da casa; (1.1) Nome jurídico; (1.2) Divindade patrona;
(1.3) Nação ou denominação; (1.4) Data de fundação da casa;
(4) Endereço completo da casa – (X) Ponto de referência; (4.1) Cep; (4.2)
Bairro; (4.3) Município; (4.4) email ou site; (4.5) Telefone;
58
(7) Autoriza localização GPS;
8. Realiza algum trabalho social na casa? (8.1) Quais; (8.2) Tem parceria
ou ajuda para desenvolvimento dos trabalhos sociais?; (8.3) Que tipo de
ajuda;
59
12. Tem alvará? (12.1) Prefeitura; (12.2) Federação
16. A sua casa ou algum dos seus participantes/adeptos foi alvo de alguma
forma de discriminação ou agressão por motivo religioso? Especificar.
60
Análise Geral: questionário falha na investigação de dados básicos:
raça/cor, sexo e idade.
61
Dados coletados no questionário:
“1) identificação e localização do terreiro (nome, endereço, bairro e código do
logradouro, região administrativa, código de endereçamento postal e telefone); 2)
identificação e caracterização das lideranças religiosas (nome/como é conhecido,
sexo, idade, cor, naturalidade, condição migratória, tempo de residência na Região
Metropolitana de Salvador, tempo à frente do terreiro, escolaridade, profissão e
participação em programas governamentais; 3) caracterização geral do terreiro
(nação, nome e nação dos fundadores, descendência, registro em instituições e
associações representativas, ano de fundação, se é constituído como sociedade
civil, nome da associação, número de associados, valor das contribuições, origem
dos recursos para a manutenção do terreiro, número de pessoas e de famílias
residentes; 4) aspectos religiosos e da hierarquia (principal entidade, número de
filhos/filhas de santo, número de ogãs e tatas, número de equedes e macotas,
número de abiãs, número e origem de novos adeptos e número e destino de ex-
adeptos; 5) atividades religiosas e comunitárias (ciclo e duração dos festejos,
realização de missas e atividades comunitárias; 6) características ambientais
(existência e número de matas, fontes, lagos e árvores); 7) características físicas
(situação do terreno, regime de propriedade, documentação, número e pagamento
de IPTU, regularização da área do terreiro, área do terreiro, variação no tamanho da
área do terreiro, ocorrência de conflitos sobre a propriedade, ocorrência de conflitos
religiosos, ocorrência de conflitos com a vizinhança, número e tipo de cômodos
residenciais e unidades econômicas. Além dessas informações, acrescentamos um
anexo com dados sobre os residentes no terreiro (nome, sexo, idade, cor, posição
na família, escolaridade, profissão, tempo de moradia e renda).”
62
D. CONSIDERAÇÕES SOBRE METODOLOGIA PARA FUTURAS
PESQUISAS
63
Identificam-se situações de conflitos derivados de intolerância religiosa e
possível discriminação racial somada.
Metodologia
Para que se possa montar e alimentar um banco de dados a nível nacional das
Comunidades de Terreiro é necessário a coleta de um conjunto de dados
básicos desta população específica. Para garantir a coleta sugere-se que seja
utilizado um questionário básico, que poderá ser complementado de acordo
com as necessidades específicas de cada instituição executora da pesquisa.
64
pesquisa ação, que mobilizariam mais as populações atingidas e iniciando
minimamente um processo de reflexão nas comunidades atingidas.
Estratégias
Monitoramento da Pesquisa
65
As pesquisas que contarem com apoio governamental devem garantir nos
termos de conveniamento a publicização dos resultados e a viabilização de
dados e instrumentos quando solicitadas pelas esferas governamentais. São
apoiadas por recursos públicos e não devem ser utilizadas para outros
propósitos.
66
Considerando-se que, como matéria social, os problemas das comunidades
modificam-se com o contexto histórico cultural, e mesmo mudanças regionais e
locais podem se apresentar. Quais são os problemas básicos que identificamos
nas comunidades de terreiro?
67
2.5. Ações comunitárias.
68
Ao analisarmos qual seria a relação entre as características presentes em
políticas públicas avaliadas como eficazes e as comunidades de terreiro,
teremos o seguinte paralelo:
69
4. Identificação do contexto: algumas características são comuns às
comunidades de terreiro de maneira geral. Mas, as diferenças regionais
e culturais de cada estado da federação sugerem que são necessárias
adaptações locais. Também existem diferenças entre as grandes
linhas/nações, que devem ser observadas, uma vez podem causar
também diferentes resultados para uma mesma política. Ressalta-se
aqui a importância do monitoramento das mesmas, observando inclusive
este item em especial.
70
Observamos que existem várias possibilidades para desenvolvimento de
políticas integradas com outras áreas de governo para a SEPPIR, que
dependerão da articulação, força política da secretaria e interesse em
comum das partes para que sejam viabilizadas em benefício das
comunidades de terreiro. No momento, a principal ação, segundo a
própria secretaria, é a distribuição de cestas básicas (nota de rodapé).
71
REDE DE RELACIONAMENTO ESTRATÉGICO – SEPPIR
PRINCIPAIS PARCEIROS
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Transferência de Renda com Condicionalidades - Bolsa Família
Proteção Social Básica
Proteção Social Especial
Nacional de Inclusão de Jovens - ProJovem
3. Ministério da Cultura
Brasil, Som e Imagem
Cultura Afro-Brasileira
Cultura Viva - Arte, Educação e Cidadania
Engenho das Artes
Identidade e Diversidade Cultural- Brasil Plural
4. Ministério da Educação
Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes
Garantia e Acesso a Direitos
Brasil Alfabetizado e Educação de Jovens e Adultos
Brasil Escolarizado
Desenvolvimento da Educação Profissional e Tecnológica
Engenho das Artes
Brasil Quilombola
Desenvolvimento do Ensino da Pós-Graduação e da Pesquisa Científica
Educação para a Diversidade e Cidadania
Nacional de Inclusão de Jovens - ProJovem
6. Ministério da Saúde
Brasil Quilombola
73
Implementação Política Promoção da Saúde – Saúde da População Negra.
74
EIXO 1
EIXO 2
EIXO 3
EIXO 4
Questão Ambiental
75
2. Médio / Longo Prazo: Utilização de materiais orgânicos e biodegradáveis
nas oferendas. Provavelmente só as novas gerações, após campanhas
educativas se mostrem abertas às inovações nas suas práticas
ritualísticas. A mesma lógica se aplica aos rituais envolvendo animais.
Proteção
OBJETIVOS
76
Específicos:
Investigar
Modelo Sequencial
77
8. Garantir feedback da evolução e devolutiva dos resultados da pesquisa
para membros das comunidades (povo de santo) e comunidade em
geral.
SUGESTÃO DE METODOLOGIA
Aplicação de questionário
Pesquisa em Profundidadade
78
SUJEITOS
QUESTIONÁRIO BÁSICO:
79
2) Nome de santo/iniciático
3) Origem do Santo (por quem foi feita a iniciação, quem “fez” o seu Santo)
4) Sexo
5) Idade
6) Raça/Cor (autoreferida) – obs: deixar campo para observação em caso
de discordância em relação à cor autoreferida e percepção do
entrevistador)
7) Religião: (autoreferida).
8) Escolaridade: (tabela)
9) Formação
10)Ocupação (analisar desvio de função)
11) Renda
12) Percentual da renda destinado à manutenção do terreiro – Pergunta:
“Como você ajuda na manutenção do terreiro?”
13) Tempo de Moradia no Terreiro
14) Beneficiário de políticas públicas compensatórias – quais/quanto tempo
15) Utilização de políticas universais – quais/quanto tempo
80
22) Nação
23) Regente
24) Estrutura física (madeira, alvenaria, outros)
25) Acesso à internet
26) Condição fundiária
27) Característica do terreno
28) Infra-estrutura da região: escolas próximas, equipamentos de saúde,
assistência, rede de água/esgoto, transporte
29) Valor médio do metro quadrado para venda na região
30) Renda do terreiro (participação em convênios e doações)
31) Número de moradores fixos e idades
32) Número de agregados (se houver) e idades
33) Número de frequentadores habituais nas giras
34) Número de iniciados - filhos(as) de santo “feitos(as)”
35) Participação em políticas governamentais
36) Participação em associações de terreiros (federação, etc)
37) Ações comunitárias oferecidas pelo terreiro
38) Festas
39) Tratamento dos materiais destinados aos trabalhos
40) Incidentes relacionados a questões de intolerância e/ou preconceitos.
81
Caso seja possível realizar as pesquisas de maneira regular para alimentar um
Banco de Dados, estes dados seriam um sinalizador importante para introduzir
políticas públicas ambientais para comunidades de terreiro.
82
Culturais, interpessoais e privados: racismo, sexismo, intolerância
religiosa, preconceitos de classe;
23.07.2012
Maria Adelina França
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
83
PINA et al, 2011. Relatório Final, p. 26 (Documento Interno – SEPPIR)
Sites:
www.ipea.gov.br
www.seppir.gov.br
www.ibge.gov.br
http://www.planejamento.gov.br/
http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/
http://www.mec.gov.br/
http://www.mds.gov.br/
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ANEXOS
Anexo I
Local: SEPPIR
Pauta:
Tópicos discutidos:
Foco da consultoria:
(1)analisar metodologias utilizadas nos estudos para proposição de
metodologia básica para levantamento de dados que possam dar
suporte às políticas públicas para o setor;
(2) análise crítica dos estudos/instrumentos para oferecer feed-back aos
executores.
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(4) respeito às diferenças regionais e locais.
ENCAMINHAMENTOS:
Tópicos discutidos:
Foco da consultoria:
(1)analisar metodologias utilizadas nos estudos para proposição de
metodologia básica para levantamento de dados que possam dar
suporte às políticas públicas para o setor;
(2) análise crítica dos estudos/instrumentos para oferecer feed-back aos
executores.
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fundamental. Os atos de intolerância em sua maioria são provenientes de adeptos de
religiões evangélicas.
ENCAMINHAMENTOS:
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