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Filtração
1. Introdução
A filtração é uma das mais importantes operações unitárias da indústria de larga
aplicabilidade. Seu objetivo essencial é a separação de sólidos suspensos em fluidos.
Em linhas gerais a ideia da filtração nada mais é do que um processo de
escoamento de fluidos em meios porosos, com suas equações constitutivas vindas do
estudo prévio do transporte de quantidade de movimento nesses mesmos meios.
Numa primeira análise poderíamos dizer que a filtração pode ou não ocorrer a
formação de uma subcamada de material filtrante, a comumente chamada torta que é
um elemento fundamental no estudo da maioria dos processos de filtração de interesse
da engenharia.
Um exemplo simples de formação da chamada torta seria imaginando um
escoamento vertical de uma suspensão sólido-líquido dentro de uma coluna em duas
situações distintas:
1. A suspensão passa por um meio filtrante, disposto como um recheio
dentro da coluna (Figura 1).
2. A mesma suspensão passando por um outro tipo de filtro que possui uma
superfície filtrante chamada de meio filtrante ou septum. Este pode ser feito de materiais
como papel, feltro, etc. Esse meio filtrante é disposto horizontalmente na altura h do
filtro (figura 2).
Neste caso as partículas do sólido ficam retidas na superfície filtrante, de modo que
essencialmente só o líquido (filtrado) chega ao fundo da coluna.
2. Definição:
Separação de sólidos suspensos em fluidos através do uso de um meio poroso
que retém partículas sólidas e permite a passagem do fluido.
Esta definição pressupõe pelo menos duas condições.
1. Porosidade do meio maior que o “tamanho” das partículas a serem filtradas.
2. Formação “na maioria dos casos práticos da indústria” de uma torta filtrante.
Esta mesma definição tem também de trazer a tona outras questões, como por
exemplo:
Só líquido filtrado é o produto de interesse?
Quanto desse mesmo líquido fica retido junto ao sólido e ao meio
filtrante?
A vazão de líquido filtrado é constante?
Qual a força motriz, ou quais são elas?
3. Utilização.
As aplicações da filtração basicamente se dividem em:
i) Separação Sólido-Líquido.
ii) Separação Sólido-Gás.
No primeiro caso as aplicações vão de grandes volumes de suspensão como no
tratamento de águas e efluentes como para pequenos volumes tal qual na química fina.
A segunda categoria está primordialmente representada pelos filtros e também
pelo processamento de gases industriais.
` A filtração com a formação de torta possui bastante aplicação quando se tem
interesse nos sólidos, sendo muito empregada devido a facilidade de remoção de sólidos
em comparação com a filtração em leitos profundos. Geralmente o objeto de interesse
da indústria química são os sólidos, daí a grande importância dos processos de filtração
com formação de torta.
EQUIPAMENTOS DE FILTRAÇÃO
Problemas:
- com tortas compressíveis;
- limitações mecânicas dos filtros quanto à pressão.
Maior processamento de filtrado para uma dada área de filtração pode ser obtido em
um filtro contínuo que num filtro batelada, mas por problemas de resistência da torta é
muitas vezes necessário usar filtro batelada. Filtros contínuos funcionam geralmente a
pressões reduzidas e a máxima pressão de operação é sempre limitada.
1. FILTRO DE LEITO
2. FILTRO PRENSA
Constitui de uma série de placas, que são apertadas firmemente umas contra as
outras, com uma lona (meio filtrante) sobre cada lado de cada placa. As placas podem
ser circulantes, quadradas, horizontais ou com depressões. As placas com depressões,
quando justapostas formam os chamados filtros prensa de câmaras.
Neste tipo de filtro, as placas são quadradas, com faces planas e bordas
levemente ressaltadas. Entre 2 placas sucessivas da prensa, há um quadro que nada mais
é do que um espaçador das placas.
Tempo de ciclo de operação: TCO = tempo (mont. + desmont.) + tempo de filtração
Tempo (mont. + desmont) cte;
Tempo filtração variável, regulado pela espessura da torta.
Para obter máxima produção de filtrado o tempo de filtração deve ser um tanto maior
que o tempo de montagem e desmontagem do filtro. Quanto menor a resistência da
torta, maior será a espessura da torta que dará o tempo de ciclo ótimo.
Este tipo de filtro prensa pode ou não permitir a lavagem da torta: filtros-prensa
lavadores e não lavadores.
Cada placa é revestida com um pano filtrante em ambos os lados e, uma vez
apertadas lado a lado, elas formam uma série de câmaras que dependem do número de
placas. As placas geralmente têm uma porta de alimentação central que atravessa toda a
extensão do filtro prensa, de forma que todas as câmaras do conjunto de placas estão
interconectadas.
DESVANTAGENS
Operação intermitente: montagem / desmontagem podem estragar o meio filtrante
(tecido);
Mesmo com automatização da montagem / desmontagem o custo de mão de obra é
elevado;
Problemas com lavagem da torta dependendo da torta: tempo longo para partículas
finas.
Folhas podem ser retangulares, circulares, etc., meio filtrante podem ser fibras
sintéticas, tecido, tela metálica e são suportados em uma tela de maior abertura. As
saídas das folhas são conectadas para uma saída central.
É o tipo de filtro contínuo mais utilizado, existindo vários modelos com pressão
e com vácuo, sendo a maior variação na forma de descarga dos sólidos. A operação é
automática. À medida que o tambor gira, os diversos setores vão passando
sucessivamente pela suspensão. Logo que o setor sair da suspensão e a torta estiver
drenada, começa a lavagem. Depois de feitas quantas lavagens forem necessárias, a
torta é soprada com ar comprimido e raspada por meio de uma faca. A retirada da torta
nunca é total para não haver risco de rasgar a lona. A alimentação é feita com 35% da
circunferência do tambor imerso. Um exemplo ilustrativo é apresentado na Figura 4.
(a) (b)
Figura 4 – Ilustração de (a) um sistema de filtro de tambor rotatório e (b) filtro de
tambor rotatório a vácuo para celulose.