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Poços de Caldas, MG
Dezembro/2018
SUMÁRIO
Introdução 3
Caracterização do Empreendimento 6
Caracterização do Processo 7
Descascamento 8
Picagem 9
Classificação dos cavacos 9
Cozimento 10
Depuração 12
Lavagem 12
Branqueamento 12
Compactação do papel 13
Máquina de Fourdrinier 13
Recuperação do Licor 14
Balanço de Massa 15
Balanço de massa 15
Caracterização Ambiental 17
Principais poluentes 17
Impactos ambientais 19
Tratamento de efluentes 20
Tratamento Preliminar 21
Tratamento Primário 21
Tratamento Secundário Biológico 21
Lagoas de estabilização 22
Lagoas Aeradas 22
Lodos ativados 22
Filtro Biológico 22
Tratamento Terciário 23
O papel é formado por uma suspensão de fibras vegetais, que foram passadas por
vários processos que unem essas fibras e as deixam unidas após serem secas, até se tornarem
um produto final com características para utilização. Enquanto no início a sua fabricação era
totalmente artesanal, com o passar do tempo foram desenvolvidas técnicas mais modernas até
que se chega no atual sistema de produção, que possui um alto rendimento com pouca mão de
obra e grandes sistemas automatizados.
A sua fabricação pode se dar por meio de fardos de celulose, pela reciclagem ou pela
obtenção da celulose e branqueamento. Existe, também, a diversificação de produtos que
podem ser formados a partir da fibra de celulose. As fibras curtas, por exemplo, produzem
papéis higiênicos e papéis para escrever; fibras longas são usadas para embalagens e
celulose solúvel é usada para filtros de cigarros.
2. Caracterização do Empreendimento
O empreendimento se trata de uma empresa de grande porte, cujo número de
funcionários é de aproximadamente 52000, multinacional, que opera em diversos países. A
empresa atua no setor de papel e celulose, produzindo além disso embalagens advindas de
fibras renováveis.
A indústria se localiza no estado de São Paulo, em Mogi Guaçu, conforme mostrado
na Figura 3, e apresenta capacidade de produção de 1095 toneladas por dia de celulose e 1190
toneladas por dia de papel não revestido, sendo a madeira a principal matéria prima para a
produção de ambas. A maior parte da madeira utilizada no processo é proveniente de
plantação própria de eucalipto e uma pequena quantidade é abastecida por fomentados e
parceiros. Além da madeira outras matérias primas são necessárias para a produção, tais
como água e os produtos químicos utilizados no tratamento e processamento do papel, em
etapas como a de lavagem da polpa e branqueamento, podendo-se citar sulfato de sódio,
hidróxido de sódio, clorato de sódio, cloro e peróxido de hidrogênio.
3. Caracterização do Processo
A principal matéria prima para a produção de papel, dos mais variados tipos, é a
madeira, rica em fibras de celulose. O uso de tais fibras vegetais se dá pelo baixo custo de
obtenção, abundância e à capacidade de aderência eletrostática entre as fibras, formando uma
rede muito resistente. Para que a matéria prima seja adequada ao processo de produção de
papel, ela deve ser fibrosa e disponível em grandes quantidades o ano todo, ser acessível e
facilmente renovável, ter baixo custo e fornecer ao produto final as características desejadas,
como a resistência. No Brasil, a principal matéria prima utilizada vem de diversas espécies
dos gêneros Eucalyptus e Pinus (KLOCK, 2013).
O processo produtivo está esquematizado de forma simplificada no fluxograma
mostrado na Figura 4, seguido do detalhamento de cada uma de suas etapas.
Figura 9 - Lavagem da polpa vinda do digestor e sua separação em polpa lavada e licor negro.
g. Branqueamento
A polpa lavada é alvejada de acordo com o grau de alvura desejado. Nesta etapa,
ocorre a destruição de corantes e a lignina é reduzida a um total de 5%. Este processo pode
ser realizado por diversos reagentes químicos, como soda cáustica, hipocloritos, peróxido de
hidrogênio e dióxido de cloro. A figura a seguir mostra os principais produtos químicos
utilizados e a suas sequências de uso de acordo com a porcentagem de alvura desejada.
Figura 10 - Produtos químicos utilizados na etapa de branqueamento
Fonte:
h. Compactação do papel
Processo realizado por equipamentos do tipo batedeira holandesa ou refinador
contínuo, esta etapa tem como objetivo deixar a polpa mais resistente, opaca, compacta e
densa. Na figura a seguir, a polpa entra na parte superior da batedeira e, através de uma
espécie de êmbolo, é compactada nas paredes do equipamento, tornando a polpa mais densa.
4. Balanço de Massa
a. Balanço de massa
A produção da empresa é de 1095 toneladas por dia de celulose e 1190 toneladas por
dia de papel. Convertendo para unidade usuais, a produção seria de 12,67 kg/s de celulose e
13,77 kg/s de papel não revestido. O balanço de massa foi feito somente para a parte de
produção de papel, começando-se do final e encontrando-se as correntes iniciais, até chegar
na quantidade de madeira necessária para se produzir tal quantidade de papel.
A fim de se calcular as correntes de entrada e saída do processo é necessário, também,
uma análise do fluxograma, que pode ser encontrado a seguir:
Figura 15 - Diagrama de blocos do processo de produção de papel e celulose.
Fonte: Autores.
Para o cálculo utiliza-se a equação geral do balanço de massa pode ser vista a seguir:
a. Principais poluentes
b. Impactos ambientais
8. Tratamento de efluentes
Como o maior resíduo da indústria de papel e celulose é líquido, dá-se uma ênfase
maior no tratamento de efluentes, que é realizado em 4 etapas consecutivas, que podem ser
resumidas com o fluxograma a seguir:
Figura 16 - Etapas do tratamento de efluentes
Fonte: Mielli, 2007.
a. Tratamento Preliminar
b. Tratamento Primário
Nesta etapa é onde ocorre a remoção dos sólidos suspensos, fibras de celulose,
aditivos utilizados, materiais de revestimentos dos papéis, que são um dos principais
resíduos da fábrica de papel e celulose. É necessário retirar o excesso desses sólidos
antes do tratamento biológico, para que não se perca a eficiência da etapa. Essa
remoção é feita por flotação e/ou decantação por gravidade.
i. Lagoas de estabilização
Sua função é remover mais algum adicional restante, para que a água
possa retornar ao corpo hídrico. São utilizados para este processo, filtração
para remover a DBO e DQO, cloração para remover as bactérias, remoção de
cor com pasta de cal ou outro processo de descoloração, redução de espuma e
de sólidos inorgânicos através de osmose reversa.
no reator aeróbio segue para um adensador de lodos, e logo após, é encaminhado para um
Nesta etapa ocorre a separação das maiores matérias orgânicas antes do efluente ir
para o tanque de equalização. É necessário o dimensionamento para que o gradeamento seja
eficiente de acordo com a quantidade de efluente, ou seja, vazão. Para o dimensionamento, é
necessário passar a vazão mássica para vazão volumétrica, que se dá dividindo-a pela
densidade (estimada em 1020 kg/m³). Tem-se que:
Q=151,2 m³/h
A velocidade de passagem no gradeamento é recomendada de 40 a 70m/s, adota-se,
então, 40 m/s que corresponde 1440 m/h. Sabe-se que:
Q = Au.v (2)
Dessa forma, a área útil do gradeamento é de 0,105m².
Para encontrar a eficiência do sistema de gradeamento utilizou-se de:
a
E= (a+t)
(3)
A=b.L (16)
A=2L² (17)
encontra-se, então, l=4m e b=8m. Como o volume é dado por:
V=l.b.h (18)
e estima-se h=3m, determina-se o V=96 m³.
A fim de conferir a altura estimada, usa-se:
h=(L/2)/tg30 (19)
e obtém uma resposta dentro do esperado, h=3,5m.
Seu tempo de residência é da ordem de t=0,63 horas, que corresponde 37,8 minutos.
ms= Ql.Cs
100
(21)
que é da ordem de 1814,4 kg/dia. Para estimar o diâmetro do adensador foi adotado a carga
de sólido (CargS) como 40kg/m² .dia e usou-se da seguinte equação:
√
(4*ms)
D= (π*CargS) (22)
Vl=ms/[torta] (24)
em que a [torta] é considerada 300kg/m² e, assim, o Vl=6,05m³/dia, correspondente a 6050
l/dia.
Para calcular a capacidade do filtro é considerado um número de 8 ciclos e a seguinte
equação:
Vl
C ap.f iltro prensa = n
(25)
Portando, Cap.filtro pensa=756,25L.
Tratar o efluente final é essencial, seja para reusar a água ou encaminhar para o corpo
receptor. Para melhor atender as medida ambientais e diminuir o custo com fornecimento de
água para as etapas do processo, é necessário um plano de reutilização de toda a água
descartada.
Primeiramente deve-se estabelecer um nível de organização para começar a criar um
controle ambiental de uso racional da água. Para isso, faz-se necessário entender como a
empresa interage com as fontes de abastecimento (no caso da empresa em questão seria poço
artesiano). Posteriormente, desenvolver uma estratégia para a gestão da água e emissões.
Sendo assim, é possível avançar na gestão sustentável da água e no processo de melhoria
envolvendo outros usuários, como partes interessadas externas.
É importante avaliar adequadamente a implantação da tecnologia utilizadas nos
tratamentos primários, secundários e terciários, pois se é aderido uma opção de baixo custo,
pode não ser financeiramente sustentável devido aos gastos com operação e manutenção. O
custo total de investimentos, para um tratamento secundário, varia entre US$ 1,0 e 2,0 / m3.
Considerando todos esses aspectos, algumas medidas para consumo consciente e
reutilização da água são apresentadas a seguir:
● Treinamento e conscientização de operadores quanto ao consumo de água
visando o desenvolvimento sustentável;
● Estudo e implementação do processo de descascamento à seco, pois essa
técnica, além de ser uma prática atualizada, ela reduz a quantidade de efluente
e visa o consumo consciente de água;
● Melhoria no cronograma de manutenção preventiva e corretiva de
equipamentos destinados a emissão de água para o processo;
● Tratamento de água branca para reuso no branqueamento como água de
lavagem entre estágios. Sendo assim, a água fresca seria substituída;
● Reutilização da água tratada para utilidades, como produção de vapor pelas
caldeiras;
Também, existem medidas que podem ser estudadas e adotadas para controle de
efluente no processo, são elas:
● Deslignificação com oxigênio, pois além de redução de carga de químicos,
reduz as emissões na etapa de branqueamento;
● Substituição do cloro por dióxido de cloro, ozônio e peróxido de hidrogênio,
pois desta maneira diminui-se a quantidade de organoclorados nos efluentes;
● Modernização nas linhas de depuração e lavagem de polpa.
13. Referências
CASTRO, Heizir F. de. Processos Químicos Industriais II: Papel e Celulose. Lorena:
Universidade de São Paulo, 2009. Disponível em:
<https://sistemas.eel.usp.br/docentes/arquivos/5840556/434/apostila4papelecelulose.pdf>.
Acesso em: 26 out. 2018.
SHREVE, R.N. & BRINK Jr, J.A. Indústrias de Processos Químicos. 4ª ed. Guanabara
Koogan, S.A. Rio de Janeiro, 1980.
http://patrocinados.estadao.com.br/o-que-o-brasil-quer/futuro-da-industria/competitividade-a
poiada-na-tecnologia-no-setor-de-papel-e-celulose/
SHREVE, R.N. & BRINK Jr, J.A. I ndústrias de Processos Químicos. 4ª ed. Guanabara
Koogan, S.A. Rio de Janeiro, 1980.