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Raphael Haidar
Apostila de Direito Civil
Capacidade Civil
Incapacidade
Diz respeito a capacidade do indivíduo realizar atos da vida civil, constituir obrigações,
demandas judiciais, e principalmente a celebração de negócios jurídicos contratuais, já que o
direito civil deriva-se do ramo do direito privado.
Por conta da Lei 13.146/2015 (Estatuto do Deficiente), os deficientes não têm sua
capacidade plena afetada pela sua enfermidade, logo, poderão sem representação casar,
exercer direitos sexuais e reprodutivos, planejamento familiar, etc.
O índio está a cuidados da lei especial n. 6.001/ 1973, conforme o parágrafo único do
art 4º, CC.
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Negócio Jurídico do Incapaz
Os relativamente incapazes que por sua vez realizarem negócio jurídico que dependa de
representação, porém o realizou independente de ser representado, o mesmo poderá ser
anulado. (Art. 171, I, CC).
Adendo: A nulidade pode ser alegada a qualquer tempo, de ofício pelo juiz, requerida
pelo MP ou pelas partes, seu efeito é “ex tunc”, ou seja, os efeitos da decisão de nulidade
retroagem até a data de sua celebração.
A anulabilidade, em contraste, deve ser requerida pelas partes, não pode ser decidida
de oficio pelo magistrado, possui prazo decadencial de 4 anos (art. 178, CC) e os efeitos da
decisão são “ex nunc”, ou seja, não retroagem, a parte é submetida a suportar eventual prejuízo.
Emancipação
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pelos pais, ou apenas um na falta do outro. O menor deve ter no mínimo 16 anos
completos;
b. Judicial – Mediante sentença judicial, nos casos em que há discordância entre os
pais do menor, neste caso, a sentença deverá ser registrada em Cartório para que
os seus efeitos sejam “erga omnes”;
c. Legal Matrimonial – Realizada pelo casamento entre os menores núbeis (16 anos
completos), mediante autorização dos pais ou representantes. (Art. 1.517, CC).
Cuidado: O divórcio ou viuvez não implica no retorno à incapacidade;
d. Legal Emprego Público Efetivo – Segundo a doutrina, tanto faz se for cargo ou
emprego público, desde que haja sua nomeação de forma definitiva.
Atenção: Exclui-se deste rol os serviços temporários ou cargos comissionados;
e. Legal por Colação de Grau em Curso Superior – Praticamente extinta na vida prática,
somente é válida para cursos superiores reconhecidos, ou seja, aqueles antigos
chamados “normais” referentes a magistério não são válidos para fins
emancipatórios;
f. Legal por Estabelecimento Civil ou Comercial – Vale também para relação de
emprego, cujo menor possui economias próprias visando a sua subsistência, desde
que tenha 16 anos completos.
Domicilio
É caracterizado pelo local onde a pessoa pode ser sujeita de direito e deveres, ou pratica
habitualmente seus ato e negócios jurídicos.
Legalmente falando o domicílio é por regra o local da residência da pessoa (art. 70, CC),
havendo dois ou mais locais de residência, vivendo alternativamente, seu domicílio é
considerado qualquer um destes locais. (Art. 71, CC). O local e trabalho, segundo o art. 72, CC,
também é considerado domicílio.
A moradia, por outro lado, é apenas uma situação de fato, não há o “animus” de
permanência naquele local, neste caso, para que a pessoa tenha seu domicílio, será o local onde
ocasionalmente for encontrada. (Art. 73, CC).
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de domicilio é caracterizada por diretrizes que de certa forma altera a municipalidade do
indivíduo, como um novo IPTU ou a mudança de domicílio eleitoral. (Art. 74, CC).
Hipóteses de domicílio:
Morte
Tipos de morte:
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desaparecimento de pessoa envolvida em campanha militar ou feito prisioneiro,
não sendo encontrado ate dois anos após o término da guerra. (Art. 7º, CC).
Atenção! A declaração de morte presumida só poderá ser feita após esgotada
todas as formas de averiguação e buscas do indivíduo, presumindo-se também a
data de sua morte. (Art. 7º, parágrafo único, CC);
c. Morte Presumida (Dec. de Ausência) – A morte presumida neste caso, decorre da
ausência do indivíduo, que ocorre quando o mesmo desaparece sem deixar corpo
presente (morte real), não sabendo-se também de seu paradeiro ou razões de seu
desaparecimento.
Com o desaparecimento da pessoa, sem que se encontre o seu corpo, seu paradeiro ou
descubra os motivos do desaparecimento, instaurar-se-á uma ação específica de ausência,
promovida pelo Ministério Público ou pelos sucessores do ausente (Art. 22, CC e 744, CPC).
Atenção! O cônjuge, desde que não separado de fato ou judicialmente por mais de 2
anos, é curador legítimo. (Art. 25, CC).
1 ano após a arrecadação dos bens ao curador, poderá ser feita a sucessão provisória
dos mesmos, pelo mencionados no art. 27, CC, entretanto, havendo um representante do
ausente, como por exemplo, um mandatário, o prazo será de 3 anos. (Art. 26, CC). O Ministério
Público só poderá requerer a sucessão provisória, findo o prazo mencionado, e não havendo
interessados à herança.
Cuidado! A sentença da sucessão provisória só surtirá efeitos após decorridos 180 dias
de publicada na imprensa. Após o trânsito em julgado, eventual testamento deixado poderá
ser aberto, e feita a partilha dos bens deixados, sendo que só se dará a posse aos bens do
ausente para aqueles que prestarem garantia ao juízo equivalente ao quinhão que receberá,
dispensados desta tarefa os ascendentes e descendentes que provarem a qualidade de
herdeiro. (Arts. 29 a 30, CC).
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Os frutos percebidos dos bens em posse do descendente, ascendente ou cônjuge, estes
ficarão para si em sua totalidade, porém, colhidos por demais sucessores, estes só ficarão com
metade e terão de prestar contas ao juízo. Retornando voluntariamente o ausente, ele perderá
aqueles frutos percebidos pelos sucessores, mas reaverá os seus bens (Art. 33, CC).
Atenção! Provando-se a data da morte durante a posse provisória dos bens pelos
sucessores, considerar-se-á esta data, a da abertura da sucessão em favor dos herdeiros. (Art.
35, CC).
Atenção! A sucessão definitiva poderá ser requerida de plano ao ausente que na época
do desaparecimento tinha 80 anos de idade, desde que esteja desaparecida há 5 anos. (Art.
38, CC).
Bens
Primeiramente, é importante esclarecer que bem é tudo aquilo que se pode atribuir
valor econômico e interesse jurídico.
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Cuidado! Não perdem caráter de imóvel as edificações que, separadas do solo,
mas conservando sua unidade, forem transportados para outro local, bem como
os materiais que provisoriamente separados de um prédio, para nele se
reempregarem. (Arts. 79 e 81, CC);
d. Móveis – Podem ser transportados, sem deterioração por força própria ou alheia,
como por exemplo um carro ou um animal (semovente), podem ser considerados
móveis também a colheita de uma plantação e até mesmo uma garantia real sobre
bem imóvel, como o penhor. (Arts. 82 a 84, CC).
Cuidado! Navios e aeronaves são bens “sui generis”, são móveis, porém tratados
pela legislação como imóveis, motivo pelo qual podem sofrer hipoteca (garantia
real de bem imóvel).
e. Infungíveis – Insubstituíveis por outros da mesa espécie, quantidade e qualidade,
como obras de arte, animais e imóveis, por conta de seu registro;
f. Fungíveis – Podem ser substituídos, emprestado, e na grande maioria das vezes são
bens móveis;
g. Divisíveis – Podem ser fracionados sem que sua essência seja afetada, como sacas
de cereais, café, etc;
h. Indivisíveis – Não há como se fracionar sem altear a sua essência, como um imóvel
(pois altera seu valor), animal (morre), herança (universalidade de bens), etc.
São bens acessórios os frutos, pertenças, produtos, e benfeitorias, logo, um fruto que
cai de uma árvore, pertence logicamente a árvore, já que aquele é um bem acessório e esta o
principal, ou o aluguel de um imóvel.
Negócio Jurídico
Para que o negócio jurídico seja pleno e perfeito, deverá obedecer o tríplice pilar de
sustentação, caracterizados pela doutrina como requisitos, sendo eles:
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b. Validade – Capacidade do agente, consentimento (liberdade na vontade), licitude,
possibilidade e determinabilidade (do objeto) e adequação (formas previstas ou não
em lei), conforme art. 104, CC.
Atenção! A inobservância desse item poderá acarretar a nulidade ou a
anulabilidade do negócio jurídico;
Sabendo-se, portanto, que o negócio jurídico pode ser inválido dependendo das causas
de nulidade ou anulabilidade, pode-se ressaltar que o mesmo pode ser inválido de forma parcial,
logo, apenas uma cláusula pode ser retirada do mesmo, permanecendo o negócio válido nas
suas demais cláusulas. (Art. 184, CC).
Condição x Termo
Quanto aos efeitos do negócio jurídico, os mesmos podem ser vinculados a condição ou
a termo, sendo que:
a. Condição – Evento futuro e incerto, logo, o negocio jurídico só poderá surtir efeitos
após o acontecimento do evento descrito em suas cláusulas.
Pode suspender ou resolver os efeitos do negócio praticado.
Exemplo: Pessoa empresta a casa para outra pessoa repousar, entretanto, esclarece
que quando o morador voltar de viagem, a pessoa terá que sair do imóvel;
b. Termo – Diz respeito ao prazo em que o negócio jurídico ficará vigorante, ou seja, é
um evento futuro e certo.
Pode suspender ou resolver os efeitos do negócio praticado.
Exemplo: Uma pessoa empreste o terreno com plantações a outra, porém há
cláusula dizendo que a colheita só poderá ser realizada em 22 de setembro até 21
de dezembro (período da primavera);
Cuidado! Existe ainda o “Encargo”, na qual consiste em um ônus a ser cumprido por
uma das partes do negócio jurídico, sob pena de revogação do mesmo. Exemplo é quando
uma pessoa doa a outra um terreno, para que seja construído em parte dele um asilo. Não
construído, o negócio se desfaz.
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Vícios do Negócio Jurídico
Erro e Ignorância
Primeiramente, trata-se de vício que gera a anulabilidade do negócio jurídico. (Art. 138,
CC).
O erro é uma falsa impressão que a pessoa tem sob determinada coisa, que influencia a
tomada de sua decisão, eis que se soubesse de tal vício, não celebraria o negócio jurídico.
Atenção! O Enunciado 12, STJ, I Jornada de Direito Civil, tornou irrelevante o fator
“escusável” para a formação do vício erro (escusável é o erro ser capaz de confundir qualquer
pessoa com diligência normal).
Erro substancial é aquele que atinge a essência do negócio jurídico, podendo recair
sobre (art. 139, CC):
a. Essência do negócio jurídico em si, ou seja, a pessoa acha que está vendendo uma
casa e a outra recebe o imóvel a título de doação, logo, há um erro no próprio ato
do negócio jurídico;
b. Essência do objeto, o erro está contido no objeto do negócio jurídico, como por
exemplo, uma pessoa acha que está comprando um relógio de prata, porém o
mesmo é de aço;
c. Essência da pessoa, o erro se reverta ao agente, a própria pessoa da celebração do
negócio jurídico, como por exemplo, uma pessoa casa com uma mulher, entretanto,
descobre que a mesma é um travesti;
d. Essência do direito, diz respeito á uma equivocada interpretação da lei, quando por
exemplo, certa pessoa se declara perante a Receita Federal devedor de determinado
tributo, mas que a mesma sequer deve o mesmo.
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Quando ocorre um erro, mas a pessoa tem sua manifestação da vontade originária
executada pelo outro agente, não se dará a anulabilidade do negócio jurídico. (Art. 144, CC).
Sendo assim, uma pessoa que compra um terreno no lote. 4, número “x”, mas na verdade
adquiriu o terreno no lote. 4, número “y”, não terá direito a anulabilidade do negócio, caso o
vendedor, após acionado (extrajudicialmente), o entrega o terreno de número “x”.
Dolo
É artifício empregado por uma pessoa, para que outrem celebre negócio jurídico de
forma enganosa, para que aquele tenha benefício próprio. É vício que gera a anulabilidade do
negócio jurídico. (Art. 145, CC).
Exceção: Dolo acidental não gera a anulabilidade do negócio jurídico, apenas o pleito
por perdas e danos ou redução da prestação convencionada, já que o negócio jurídico seria
ainda celebrado, porém de forma diferente. (Art. 146, CC). Um exemplo é uma pessoa vender
um trator a outra, dizendo que o mesmo faz função “x” e “y”, porém só faz “x”, então poderá
a vítima reaver a diferença do valor dado pelo trator correspondente a esta função falsa.
Para fins de entendimento, dolo positivo é aquele praticado por uma ação, como por
exemplo, uma inverdade dita, já o dolo negativo é praticado por uma omissão, o agente sabe
que a vítima está sendo enganada, porém não faz o alerta, deixa que o negócio jurídico assim
seja celebrado. (Art. 147, CC).
Atenção! Em relação ao dolo cometido por terceiro, só poderá o negócio jurídico ser
anulado se esta terceira pessoa participou como cumplice, ou se um dos contraentes sabia dos
artifícios enganosos aplicados, mas nada fez. (Art. 148, CC). Em qualquer outra hipótese, o
terceiro deverá indenizar por perdas e danos, mas o negócio jurídico persistirá.
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Cuidado! Dolo de representante legal não é considerado como dolo de terceiro, eis
que o representante age na forma da pessoa a que representa, devendo ser responsabilizado
apenas por aquilo que obteve vantagem extra. (Art. 149, CC).
Coação
É pressão física ou moral, de forma irresistível que obriga uma pessoa a celebrar negócio
jurídico contra a sua vontade. (Art. 151, CC).
A coação exercida por terceiro só irá gerar a anulabilidade do negócio celebrado, caso
um dos agentes tenha conhecimento, porém, se o beneficiado pela coação de terceiro nada
souber, o negócio ficará vigente, devendo o coator indenizar a vítima. (Art. 154, CC).
Cuidado! O mero temor reverencial não é motivo de coação. (Art. 153, CC).
Estado de Perigo
Quando a pessoa não for familiar, assim como na coação, o juiz analisará o caso para
conceder ou não a anulabilidade do negócio jurídico celebrado. (Art. 156, parágrafo único, CC).
Atenção! Atentar-se aos requisitos, quais sejam o perigo iminente, bem como a
onerosidade excessiva.
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realização de cirurgias capazes de salvar a vida em perigo, celebrando-se presumidamente, um
contrato de prestação de serviço, o qual, será anulado.
Lesão
Simulação
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jurídico com o fraudador. Se tratando de terceiros fraudadores, a ação pauliana só é admitida
com a comprovação da má-fé.
As garantias feitas pelo devedor insolvente a um credor, para poder garantir a dívida,
será considerada fraudulenta na hipótese de existir mais de um credor. (Art. 163, CC). Isto
porque gera uma relação desigual entre eles.
O negócio jurídico nulo pode sofrer uma conversão, tornando-se válido, desde que este
não seja feito na forma de sua pretensão, mas em outro que caracterizar mediante o
cumprimento dos requisitos previstos em lei. (Art. 170, CC). O contrato nulo de compra e venda,
poderá ser transformado em promessa de compra e venda, se as partes assim concordarem e
preenchidos os seus requisitos.
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Por fim, cabe ressaltar que a matéria de nulidade pode ser decretada de ofício pelo juiz,
a requerimento das partes, e por se tratar de ordem pública, cabe a intervenção do Ministério
Público. (Art. 168, CC). Os efeitos da sentença são “ex tunc”, devendo restituir as partes
prejudicadas ao estado em que estavam antes da celebração do negócio jurídico, ou se
impossível, caberá indenização equivalente. (Art. 182, CC).
Os casos de anulabilidade JAMAIS poderão ser decretados de ofício pelo juiz, sempre a
requerimento das partes, nem tampouco permite a intervenção do Ministério Público. A
sentença tem efeitos “ex tunc”.
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Prescrição
A transmissão da prescrição é possível, desde que já iniciada a contar para uma pessoa,
desse modo, caso vier a falecer, o prazo prescricional continua a correr contra seus sucessores.
(Art. 196, CC).
a. Absolutamente incapazes;
b. Ausentes do país em serviço público de qualquer esfera federativa;
c. Aos que estão servindo as Forças Armadas, em tempo de guerra.
Decadência
É a perda do próprio direito material, por falta de uso ou pela sua não formalização em
tempo hábil estabelecido em lei.
A decadência estabelecida em lei não pode ser renunciada pelas partes, sob pena de
nulidade, e deverá ser reconhecida pelo juiz de ofício, independente de requerimento das
partes. (Arts. 209 e 210, CC).
Atenção! A decadência não corre para os incapazes, e não pode ser suspensa ou
interrompida nesses casos. (Art. 208, CC).
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Cuidado! A decadência convencional (estabelecida entre as partes em negócios
jurídicos de caráter privado) não podem ser reconhecidas de ofício pelo Juiz, e podem ser
renunciadas após a consumação. (Art. 211, CC).
Obrigações
Obrigação consiste na relação jurídica e transitória (pois tem fim), estabelecida entre
um sujeito ativo (credor) e um sujeito passivo (devedor), cujo objeto consiste em uma prestação,
positiva ou negativa, e que, havendo descumprimento, o credor poderá satisfazer o débito com
o patrimônio do devedor.
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6. Havendo a obrigação de restituir coisa certa, mas a sua destruição advém de
culpa do devedor, o credor poderá pleitear o valor correspondente a coisa, mais
perdas e danos. (Art. 239, CC);
7. No mesmo caso da restituição, havendo pequenas avarias sem culpa do
devedor, o credor deverá pegar a coisa no estado em que está apenas. (Art. 240,
CC);
8. Havendo deterioração da coisa por culpa do devedor, poderá o credor pleitear
por valor equivalente a coisa, ou ficar com a coisa no estado em que está, porém
ambas as hipóteses acrescidas de perdas e danos. (Art. 240, CC).
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c. Obrigação de não fazer – Incumbe a vedação de determinado ato, podendo ser
classificada como uma obrigação negativa. O inadimplemento se dá quando o ato
vedado de ser praticado é feito. No caso de inadimplemento:
1. Poderá o credor forçar o cumprimento na obrigação judicialmente, com a
possibilidade de multa (art. 497, CPC); ou não interessado mais na obrigação,
exigir perdas e danos (art. 251, CC).
Atenção! Em caso de urgência, poderá o credor mandar outra pessoa desfazer
ou ele mesmo desfazer, independente de autorização judicial, sem prejuízo do
ressarcimento devido.
Não sendo culpa do devedor a impossibilidade do cumprimento da obrigação,
nada ocorrerá. (Art. 250, CC).
Havendo solidariedade ativa, o credor poderá cobrar a dívida do devedor por inteiro ou
outro valor, assim como poderá o devedor pagar da forma que quiser a qualquer um dos
credores, entretanto, na via judicial, o devedor só poderá pagar a quem o demandou. (Arts. 267
e 268, CC).
O julgamento a desfavor de um dos credores solidários, não atinge o demais. (Art. 1.068,
CPC).
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Solidariedade Passiva na Obrigação Divisível
Atenção! O pagamento pelo devedor da dívida não o exime de ser cobrado pelo
credor. (Art. 275, parágrafo único, CC).
Assim como ocorre na solidariedade ativa, caso um dos devedores morram, a sua quota
parte será descontada do montante da herança, ou no limite dos quinhões recebidos por cada
sucessor. (Art. 276, CC).
Tanto o pagamento efetuado por um dos devedores, quanto o perdão (remissão) obtido
por um deles, não abrangerá os demais. (Art. 277, CC).
Atenção! A legislação atribuiu ao devedor que arcou sozinho com a dívida, regressar
judicialmente contra os demais devedores solidários. (Art. 283, CC).
Havendo um ou mais devedores, cada um eles serão os obrigados pela dívida toda, e o
devedor que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos demais devedores.
(Art. 259, CC).
Havendo mais de um credor, estes poderão exigir a obrigação por inteiro, porém, o
devedor ou devedores somente se desoneram pagando a todos conjuntamente ou a um deles,
dando este caução de ratificação dos outros credores. Exemplificando, um touro valendo
30.000,00 poderá ser entregue a um credor, e aos demais o valor de 10.000,00 e 10.000,00
(havendo 3 credores). (Art. 261, CC).
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Caso um dos credores concedam a remissão da dívida, os outros ainda terão direito a
sua quota parte correspondente da dívida total. (Art. 262, CC).
Melhorias na Coisa
Deste modo, o devedor terá de ser indenizado pelas benfeitorias necessárias e úteis,
podendo reter a coisa se o credor não quiser pagar, já as benfeitorias voluptuárias, poderá
levantá-las e levar consigo após a restituição da coisa. (Art. 1.219, CC).
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Obrigação Alternativa
Ocorre sempre que o para resolver (extinguir) a obrigação, poderão ser entregues pelo
devedor duas coisas, entretanto, ou uma ou outra. Assim vejamos, na falta ou na destruição de
um determinado objeto, poderá o devedor entregar o outro.
Cabe ressaltar que a escolha do objeto, caso não tenha nada expresso em contrato,
caberá ao devedor.
Ela recaí sobre uma pessoa por força do direito real, ou seja, não importa quem esteja
na propriedade do imóvel, se ele é alienado ou não, pois essa obrigação sempre o seguirá. Como
por exemplo, a taxa condominial. (Art. 1.277, CC).
Contratos em Espécie
Contrato pelo qual uma das partes se obriga a entregar determinada coisa, e a outra a
pagar-lhe certo preço em dinheiro. (Art. 481, CC).
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A venda feita mediante um modelo ou protótipo cria a obrigatoriedade do vendedor ter
o objeto com as mesmas qualidades ou equivalentes daquela apresentada, sob pena de perdas
e danos. (Art. 484, CC).
Não sendo a venda a crédito (cartão ou dividida), o vendedor não está obrigado a
entregar a coisa antes de receber o pagamento. (Art. 491, CC).
Atenção! Até a tradição, o vendedor corre os riscos da coisa, sendo assim, o vendedor
está obrigado a entregar a coisa no estado do eu tempo de venda. (Art. 492, CC). A tradição
ocorrerá no local em que se deu o contrato, salvo estipulação diversa, entretanto, se for
entregue em local distinto, por ordem do comprador, por sua conta correrão os riscos, salvo
se das instruções dele se afastar o vendedor. (Arts. 493 e 494, CC).
Caso haja o atraso do pagamento pelo comprador, poderá o vendedor forrar-se da coisa
como garantia, até que o comprador lh preste caução, para posteriormente pagar o valor
acordado. (Art. 495, CC).
Atenção! A compra e venda é lícita o casal, desde que o bem esteja excluído da
comunhão. (Art. 499, CC).
Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, nem por hasta pública (art. 497, CC):
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O vendedor é responsável pelos débitos da coisa, até o momento da tradição, salvo
estipulação em contrário, assim, o comprador deverá sempre verificar, antes de adquirir a coisa,
se a mesma possui gravames. (Art. 502, CC).
Cuidado! Se várias coisas forem vendidas em conjunto, o defeito oculta de uma delas
não autoriza a rejeição de todas. (Art. 503, CC).
Retrovenda
Atenção! A recusa do comprador em receber a quantia que faz jus, abre precedente
para que o valor total seja depositado judicialmente. (Art. 506, CC).
É condição resolutiva, que deve estar expressa no contrato. Se não for estipulado prazo
ou este for superior a três anos, serão considerados apenas três anos. Vencido o prazo e não
exercido o direito, a venda se torna irretratável.
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Preempção, Preferência ou Prelação
O comprador, caso for vender a coisa (móvel ou imóvel) a terceiro, se obriga a oferecê-
la ao vendedor, para exercer o direito de preferência em igualdade de condições. É direito
personalíssimo e intransmissível. (Art. 513, CC).
Atenção! Poderá o comprador intimar ao vendedor para que ele saiba que a coisa será
vendida novamente (prelação). (Art. 514, CC).
Quanto ao prazo, sendo móvel, não pode exceder 180 dias; sendo imóvel, dois anos.
Não fixado prazo, o direito caduca em três dias, se móvel, ou 60, se imóvel, após notificação.
(Art. 513, parágrafo único, CC).
Exceção: Não havendo prazo estipulado, passará a ser o prazo de 3 dias para bem
móvel e 60 dias para bens imóveis, após a notificação recebida. (Art. 516, CC).
Se o comprador alienar a coisa sem dar ciência ao vendedor do preço e das vantagens
que por ela lhe ofereceram, responderá por perdas e danos, sem direito de reaver o bem. Se o
adquirente estiver de má-fé, responderá solidariamente. (Art. 518, CC).
Troca ou Permuta
O objeto de troca pode compreender coisas distintas, como um imóvel por bem móvel,
móvel por móvel, etc.
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É anulável a troca feita entre ascendente e descendentes, de forma desigual, sem o
consentimento dos demais descendentes. (Art. 533, CC).
Comodato
É o contrato pelo qual, uma pessoa entrega a outra coisa não fungível para que a eu
graciosamente, e depois a restitua. (Art. 579, CC).
Atenção! O empréstimo aqui feito é para fins de uso, pois o contrato de mútuo trata-
se de empréstimo para consumo.
O comodatário deve zelar e cuidar da coisa como e fosse sua, não podendo aluga-la a
outrem, entretanto, despesas extraordinárias deverão ser autorizadas pelo comodante ou
comunicadas para que ele mesmo o faça. (Arts. 582 e 584, CC).
Em caso de correr perigo, mesmo que em caso fortuito ou força maior, o comodatário
tenha que abandonar os bens do contrato, para que salve seu patrimônio próprio, deverá
responder pelo dano causado ao comodante. (Art. 583, CC).
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Na hipótese do comodatário usar os bens fora das cláusulas contratuais, responderá por
perdas e danos. (Art. 582, CC).
Mútuo
As despesas e riscos oriundos da tradição ficam por conta do mutuário (quem receberá
a coisa). (Art. 587, CC).
Atenção! Apesar de ser um contrato não solene, por não haver exigibilidade de forma
prescrita em lei, recomenda-se a fazê-lo por escrito, para fins probatórios em caso de conflito
na esfera judicial.
É por tempo determinado, para não se configurar doação, e caso não seja
convencionado pelas partes, o prazo será, conforme o art. 592, CC:
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Doação
É o contrato escrito cujo indivíduo, querendo e por livre espontânea vontade, transfere
a outrem bem ou direito de seu próprio patrimônio. (Art. 538, CC).
Exceção: Poderá ser verbal quando se tratar de bens móveis, ou cuja coisa tem valor
irrisório. (Art. 541, parágrafo único, CC).
Exceção: A doação feita de cônjuge adultero para sua amante é proibida, podendo ser
anulada pelo outro cônjuge. (Art. 550, CC).
O menor quando vai casar, só poderá doar coisa a sua noiva (o), no pacto antinupcial e
com a aprovação de seu representante legal. (Art. 1.654, CC).
O doador não corre o risco da evicção ou consequências do vicio redibitório, vez que já
fez liberalidade de seu patrimônio, salvo se for doação para casamento com certa e determinada
pessoa. (Art. 552, CC).
Tipos de doação:
a. Pura – Não há encargo, restrição ou subordinação. É pura mesmo que tenha reserva
de usufruto;
b. Onerosa (modal) – Impõe encargo, onerosidade, etc. Logo, o donatário precisa
cumprir o encargo imposto. Se tratando de causa suspensiva (evento futuro ou
incerto), o donatário só receberá o bem quando acontecer o pactuado.
Cuidado! Sendo o objeto da doação destinado e com finalidade específica ilícita,
como a doação de um imóvel para que funcione casa de prostituição, o ato será
invalidado. (Art. 137, CC).
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c. Remuneratória – É feita com o intuito de pagamento a um serviço prestado, como
por exemplo, doar uma casa a um médico que tantas vezes salvou a sua vida.
Atenção! Não pode ser pago a título de dívida ou porque estava devendo, assim
se caracterizará mero pagamento.
a. É vedada a doação pelo devedor insolvente, para tentar livrar seu patrimônio da
dívida ou diminuir seus encargos, desta forma, é caracterizado fraude contra
credores e combatida através da ação pauliana;
b. É vedada e anulável a doação inoficiosa, feita de tal forma que exceda a parte que o
indivíduo tem de direito para dispor, respeitando-se a legítima (art. 549, CC);
c. É vedada e anulável a doação de todo o patrimônio (art. 548, CC);
d. Doação de cônjuge adultero para amante.
Cuidado! Nos itens b e c, a lei seca faz menção a “nulidade”, entretanto, a doação só
pode ser anulável.
Atenção! A ação para a anulação nas hipóteses do rol taxativo dos arts. 557 e 558, CC,
possui prazo decadencial de 1 ano, a partir do conhecimento do doador, ou do acontecimento
de algum fato do rol. A legitimidade da ação é do doador, contra o donatário, entretanto, caso
o doador morra com a ação já em trâmite, poderão os seus herdeiros continua-la. (Art. 560,
CC).
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Exceção: A doação feita diretamente para causa de casamento, torna vedada a
revogação por ingratidão do donatário, mesmo que este cometa os atos do rol taxativo
contra o doador. (Art. 564, VI, CC).
Transporte
Contrato pelo qual uma pessoa se obriga a transportar outra pessoa ou coisa, mediante
retribuição, de um lugar para o outro. (Art. 730, CC).
A pessoa responsável pelo transporte não consegue simplesmente eximir a sua culpa,
caso a pessoa ou a coisa não cheguem intactas ao seu destino, devendo assim provar que a culpa
foi exclusivamente da vítima, força maior ou fato exclusivo de terceiro.
Assim, os objetos que estão sendo levados devem ser identificados ao máximo possível,
com seu valor, material, natureza, etc, para fins de cálculo de indenização e cuidados pelo
transportador. (Art. 743 e 744, CC). Pois a responsabilidade do transportador é limitada ao valor
constante do conhecimento. (Art. 750, CC).
No ato da entrega da coisa, caso o dono não seja entregue, poderá depositar em juízo,
ou mesmo se houver dúvida sobre o destinatário. (Art. 755, CC).
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Pode o remetente desistir do transporte enquanto a coisa não for entregue, devendo
arcar com custos que acrescerem a mudança de trajeto, mais perda e danos que houver. (Art.
748, CC).
Exceção: Se por dolo ou culpa grave o transportador causa dano a vitima, este será
responsável a indenizá-la. (Súmula 145, STJ).
Depósito
Contrato em que o depositário recebe coisa móvel para guardar e zelar, por tempo
estipulado com o depositante ou se reclamada por teste, devendo a referida coisa ser restituída.
(Art. 627, CC). O contrato só se aperfeiçoa com a entrega da coisa pelo depositante ao
depositário.
A coisa será entregue com seus frutos e acrescidos, assim que exigida. (Art. 629,
parágrafo único, CC).
Poderá o depositário reter a coisa até que o depositante lhe pague o devido pelo
“serviço”, salvo se for ajustado de forma gratuita. (Art. 644, CC).
Espécies:
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Atenção! Os relativamente incapazes, desde que autorizados pelos seus
representantes legais, podem efetuar o contrato de depósito em agências
bancárias.
Caso seja necessário gastar dinheiro para conservar a coisa, de forma necessária
como a alimentação de animal, ou se autorizada pelo depositante, o depositário
será ressarcido.
Será ainda indenizado, caso tenha seu próprio patrimônio prejudicado por “culpa”
do objeto depositado.
Poderá o depositário reter a coisa como forma de coerção ao depositante lhe pagar
o devido, exigindo-lhe caução, ou na sua falta, remoção da coisa para deposito
público. (Art. 644, CC).
O depositante terá indenização por perdas e danos, na hipótese do depositário sem
autorização usar a coisa ou dar em depósito a terceiro. (Art. 640, CC).
O depositário responde por culpa ou dolo pela deterioração ou avarias na coisa
depositada, até mesmo se o objeto estiver fechado e for entregue aberto. (Art. 630,
CC).
b. Depósito Necessário – Far-se-á por situações forçadas, que fazem com que o
depositante entregue a coisa ao depositário sem que ele queira, sendo na hipótese
de imposição legal, ou calamidades naturais (depósito miserável). (Art. 647, CC).
c. Depósito Irregular – Caracterizado por ser coisa fungível (substituível), ou seja, o
depositante entrega uma coisa, e o depositário entregará outro, mas com a mesma
espécie, quantidade e qualidade.
Empreitada
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Tipos de empreitada:
Poderá também o empreiteiro suspender a obra, desde que seja por motivo que
realmente fez necessitar a suspensão, pelo contrário, responderá o empreiteiro por perdas e
danos. (Art. 624, CC).
A suspensão por “justa causa” da obra por parte do empreiteiro se dará pelas hipóteses
inauguradas pelo art. 625, CC, sendo elas:
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b. Quando decorrer de serviços complexos demais, imprevisíveis, resultantes de causa
geológica, hídricas ou outras semelhantes, e que torne a obra onerosamente
excessiva, necessitando uma rediscussão do preço;
c. Se as modificações da obra por parte do proprietário forem desproporcionais ao
projeto inicial e já planejado, ainda que o dono disponha a arcar com o acréscimo
do preço.
Atenção! O contrato não se extingue com a morte de uma das partes, salvo se
convencionado deste modo. (Art. 626, CC).
Prestação de Serviços
Atenção! O contrato tem a duração máxima de 4 anos, porém, ao fim deste, poderá
ser celebrado um novo contrato. (Art. 598, CC). Não conta como tempo de serviço os períodos
que por culpa do prestador, não pôde comparecer. (Art. 600, CC).
Caso o prestador seja dispensado sem justa causa, deverá perceber a remuneração
integral vencida, e por metade a que lhe tocaria de então ao termo legal do contrato, ou seja,
receberá pela metade a quantia correspondente ao tempo que faltaria para o contrato se findar.
(Art. 603, CC).
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Posse
Aquele que se encontra no exercício de fato do uso, gozo do bem, entretanto, não é
dono “proprietário”. (Art. 1.196, CC).
A violência ou clandestinidade não são considerados pose, senão após a sua cessação,
deste modo, será considerada posse injusta após a cessão dos ilícitos. (Art. 1.208, CC).
Fâmulos da posse é a pessoa que exerce de fato o uso e o gozo da coisa, em nome do
possuidor, mediante um acordo, contrato ou situação econômica, como por exemplo um
caseiro.
Espécies de posse:
a. Posse Direta – É aquela exercida por quem esteja no exercício de fato do uso e gozo
do bem;
Atenção! O possuidor direto não pode ter a propriedade da coisa por meio de
usucapião, tendo em vista que lhe falta o ânimo de dono da coisa (referente a
propriedade);
b. Posse Indireta – O proprietário, eis que embora tenha o domínio da coisa, não está
no exercício do uso e gozo da mesma;
Atenção! A posse direta não aula a posse indireta, podendo o possuidor indireto
se defender de eventual esbulho ou turbação do possuidor indireto. (Art. 1.197,
CC);
c. Posse Exclusiva – Exercida apenas por uma pessoa;
d. Composse – Aquela exercida por mais de uma pessoa, como por exemplo, uma
república estudantil, ou condomínio. (Art. 1.199, CC).
Atenção! Qualquer um dos copossuidores poderá contra o outro exercer o
interdito possessório (ação de manutenção da posse) ou legítima defesa, no caso
de um deles querer exercer a posse de forma exclusiva. (Art. 1.199, CC);
e. Posse Justa – Posse adquirida sem o emprego de violência ou clandestinidade, ou
seja, não há vícios;
f. Posse Injusta – Evidenciada de vícios, como violência (tomada a posse a força bruta
física ou moral), clandestina (feita de forma oculta, escondida), ou precária (negação
á restituição da coisa, findo um contrato, assim, originalmente a posse é justa, mas
se torna injusta). (Art. 1.200, CC).
Atenção! A posse injusta será injusta em face de novos invasores. (Art. 1.208, CC).
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Após cessada a violência e a clandestinidade, ao passar o prazo de 1 ano e dia, a
posse torna-se “útil”, abrindo os precedentes para a usucapião, e inclusive os
interditos, se manterá também na posse até que seja convencionado pelo
proprietário por meios ordinários. (Arts. 1.210 e 1.211, CC);
g. Posse de Boa-Fé – O indivíduo ignora os obstáculos (vícios) para a aquisição do bem,
pois acha que está fazendo de forma legitima. (Art. 1.201, CC);
h. Posse de Má-Fé – O indivíduo sabe dos vícios ou obstáculos, e mesmo ainda comete
atos para que se consiga a posse do imóvel. (Art. 1.202, CC);
i. Posse Nova – É aquela que possui menos de 1 ano e dia;
j. Posse Velha – Ultrapassa 1 ano e dia, deste modo, a posse violente e clandestina
passa a não ser mais injusta, tornando-se útil;
k. Posse “Ad Interdicta” – A posse que pode ser defendida pelos meios interditos, isto
é, pelas ações possessórias, mas não conduz a usucapião, deste modo, a posse
deverá ser de boa-fé e justa, não contendo clandestinidade, violência ou
precariedade, salvo se mesmo havendo estes vícios, a defesa da posse seja em face
de terceiro;
l. Posse “Ad Usucapionem” - Posse que abre precedentes a usucapião, sendo ela de
boa-fé, e presentes os requisitos exigidos por lei para tal aquisição. Desta forma, ela
deverá ser justa, mansa, ininterrupta e com ânimo de domínio.
m. Pro Diviso – Trata-se da divisão do bem, perante os co-possuidores, para decidirem
quando vão usar determinada parte do bem e de forma pacífica, ou seja, há uma
divisão de fato, assim cada um fica em determinada fração do imóvel;
n. Pro Indiviso – Todos os copossuidores usam todo o bem, ao mesmo tempo.
Os principais efeitos da posse são a legítima defesa e autotutela, que consiste no próprio
possuidor livrar-se de um esbulho ou turbação com suas próprias mãos, claro que sem excesso;
outro efeito é poder agir mediante interditos possessórios (ações de manutenção da posse,
reintegração e interdito proibitório).
Cuidado! Esbulho é a perda total da posse, devendo ser usada a legítima defesa, já a
turbação que é a perda parcial do imóvel, deverá ser o desforço imediato (autotutela), ambas
devendo ser feitas logo, sempre que ocorrer o fato. (Art. 1.210, CC).
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Para qualquer uma dessas ações judiciais, a liminar só pode ser concedida dentro do
prazo decadencial de 1 ano e dia do fato ocorrido. (Art. 558, CPC).
Assim, o possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, os frutos percebidos. (Art.
1.214, CC).
O possuidor de má-fé deverá responder por todos os frutos colhidos e percebidos, bem
como por aqueles que por sua culpa, deixou de perceber desde o inicio de sua má-fé, porém
tem direito as despesas da produção e custeio. (Art. 1.216, CC).
O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, caso não
tenha dado causa, entretanto, agindo por culpa ou dolo, deverá responder. (Art. 1.217, CC).
As benfeitorias necessárias têm por fim, conservar o imóvel, impedir a sua depreciação,
as úteis são aquelas que facilitam o uso do bem e, por fim as voluptuárias, com o fim de dar luxo,
mero deleite. (Art. 96, CC).
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voluptuárias, poderá o possuidor levantá-las, salvo se não degradar a coisa principal, neste caso,
deverá receber o valor da benfeitoria. (Art. 1.219, CC).
Usucapião
a. Usucapião Extraordinária – Posse de 15 anos (10 se for moradia habitual ou ter feito
obras produtivas), exercida com animo de dono, de forma contínua mansa e
pacifica. (Art. 1.238, CC);
b. Usucapião Ordinária – Posse de 10 anos, exercida com o animo de dono, de forma
contínua, mansa e pacífica, além de necessitar de justo título e boa-fé. Será de 5
anos, caso adquirido onerosamente, depois o título registrado cancelado, desde que
os possuidores habitualmente residem o local, ou realizados investimentos de
interesse social e econômico;
c. Usucapião Rural – Não sendo proprietário rural ou urbano, exercer a posse e 5 anos
ininterruptos, sem oposição, área rural não excedente a 50 hectares, e a houver
tornado produtiva com seu trabalho ou ter nela sua moradia familiar.
d. Usucapião Urbana – Área urbana, cuja área seja de até 250m quadrados, posse de
5 anos ininterruptos e sem oposição, utilizando o imóvel para sua moradia ou de sua
família, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural;
Cuidado! Pode ser feita a usucapião urbana apenas uma vez, sendo vedada em
bens públicos (qualquer usucapião).
e. Usucapião Familiar – Posse por 2 anos ininterrupta, sem oposição, direta e com
exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m quadrados, cuja propriedade
dividida com ex-cônjuge que abandonou o lar, e este foi utilizado para moradia ou
de sua família, não podendo ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
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Reconhecimento dos Filhos
Esta ação decorre do casamento, ou seja, estando casados, e por desídia ou outra razão,
não providencia o registro do filho, assegura-se a ação de prova de filiação. (Art. 1.606, CC).
Atenção! Não sendo casada, a mãe não pode solicitar a inclusão do nome do pai no
registro do filho, salvo se tiver com procuração com poderes específicos para tal fim. (Art. 59,
LRP).
Exceção: Não há essa restrição para o registro do nome da mãe, pois segundo a lei
considera-se certa a maternidade.
O menor tem o prazo decadencial de 4 anos, a contar da sua maioridade para impugnar
o seu reconhecimento. (Art. 1.609, CC).
Cuidado! O filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento. (Art.
1.614, CC).
Reconhecimento Judicial
O filho não reconhecido voluntariamente, poderá ingressar contra o suposto pai com
ação de investigação de paternidade, cuja natureza é declaratória e imprescritível. (Art. 27, ECA).
É legítimo o filho adotivo ajuizar a ação em discussão para o reconhecimento de seu pai
biológico.
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Para não ser prejudicado em âmbito patrimonial, a petição de herança para este filho só
começa a partir do seu reconhecimento, tendo um prazo decadencial de 10 anos. (Sumula 149,
STF).
A legitimidade da ação é do filho, sendo este menor, representado pela mãe, que será
em face do suposto pai, ou em face de mais pessoas, caso á época a mãe tenha se relacionado
com mais de um homem. Poderá ser contra os avós ou qualquer ascendente superior, caso os
pais estejam mortos, pois não se pode acionar o espólio nesse caso. (Enunciado 521, V Jornada
de Direito Civil).
Atenção! Com a morte do filho, antes de ter se iniciado a ação, a mesma não é
transmitida aos herdeiros, salvo se ele for menor e incapaz. (Art. 1.606, CC).
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