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As novas projeções demográficas divulgadas pela Divisão de População da ONU (revisão 2019)
deixam claro que o processo de envelhecimento populacional caminha a passos largos no
mundo e de maneira muito mais acelerada no Brasil.
O gráfico abaixo mostra o Índice de Envelhecimento para o mundo, entre 1950 e 2100, para três
categorias de idosos: 60 anos e mais, 65 anos e mais e 80 anos e mais de idade. Nota-se que em
1950 havia 23 idosos de 60 anos e mais, para cada 100 jovens de 0 a 14 anos na população, 15
idosos de 65 anos e mais para cada 100 jovens e somente 1,6 idosos de 80 anos e mais para cada
100 jovens. Os idosos eram ampla minoria na estrutura etária mundial em meados do século
passado.
Assim, o Brasil será considerado um país idoso em 2030, se consideramos os idosos de 60 anos
e mais. Considerando os idosos na categoria 65 anos e mais passará a ter uma estrutura
envelhecida em 2038. E o mais impressionante é que, considerando as pessoas da “quarta
idade”, o IE ultrapassará 100 no ano de 2077, quando o Brasil terá mais idosos de 80 anos e mais
do que jovens de 0 a 14 anos. A tabela abaixo compara os números dos dois gráficos para alguns
anos selecionados.
Indubitavelmente, o futuro do século XXI terá um peso proporcional crescente dos idosos,
qualquer que seja a categoria a ser utilizada para definição do início da velhice. O impacto
econômico do envelhecimento tende a trazer dificuldades para o crescimento do Produto
Interno Bruto e para o aumento do bem-estar geral da população, com efeitos desafiadores
sobre o sistema de proteção social e de saúde.
Mas o envelhecimento populacional também traz novas oportundidades e pode contribuir com
o bem-estar geral, se forem adotadas políticas públicas adequadas para aproveitar o segundo
bônus demográfico. Os governos, as famílias e a iniciativa privata precisam ter sabedoria para
superar as externalidades negativas e saber aproveitar as oportunidades do fenômeno do
envelhecimento populacional.