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O caso passou-se entre a França e a Turquia. Viajando no alto mar, o barco francês S. S.
Lótus chocou com o vapor carbonífero turco, nos arredores do mar Egeu. O barco turco afundou,
levando consigo a vida de oito cidadãos. O navio francês prosseguiu viagem, realizando escala
em Constantinopla, local em que o oficial francês que comandava a embarcação foi detido e
levado à jurisdição turca para responder criminalmente, sendo condenado a 80 dias de prisão.
A França contestou, alegando que a Turquia não tinha competência para julgar o caso, por tal
ter ocorrido em alto mar. Por meio de um acordo assinado em Genebra em 1926, a França e
Turquia concordaram em submeter o litígio ao Tribunal Permanente de Justiça Internacional.
Assim, decidiu o tribunal que "o que se passa a bordo de um navio em alto-mar deve ser
considerado como se tivesse ocorrido no território do Estado, cuja bandeira o navio usa. Se,
pois, um ato delituoso, cometido num navio, em alto-mar, produz os seus efeitos sobre um navio
que usa outra bandeira ou sobre um território estrangeiro, devem ser aplicados ao caso os
mesmos princípios que se aplicariam se se tratasse de dois territórios de Estados diferentes e,
portanto, deve concluir-se que nenhuma regra de direito internacional proíbe ao Estado, de que
depende o navio, considerar esse delito como se tivesse sido cometido no seu território e
exercer a ação penal contra o delinquente" , estando portanto a favor da ação da Turquia, por
entender que não havia no direito internacional regra alguma que proibisse este Estado de
aplicar sua lei penal sobre o caso. Esta decisão do Tribunal foi tomada por voto de desempate,
proferido pelo Presidente.