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UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA

PRÓ-REITORIA ACADÊMICA
DIRETORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

UUNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA

SUELLEN HELENA LEITE DE MEIRELES

OFICINA DE ARTES PARA ALUNOS COM TDAH

MACAÉ
2018
SUELLEN HELENA LEITE DE MEIRELES

OFICINA DE ARTES PARA ALUNOS COM TDAH

Trabalho apresentado ao Departamento de Pós-


Graduação a Distância da UNIVERSO – Universidade
Salgado de Oliveira, como requisito parcial à conclusão
da disciplina Arteterapia, do Curso de Pós-Graduação
Lato Sensu em Psicopedagogia Clínica e Institucional.
Professor: Monica Menses Perny

MACAÉ
2018
1. Introdução.

O diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)


em crianças em idade escolar tem aumentado muito nos últimos anos e preocupado
cada dia mais pais e profissionais da educação. A estimativa é de que os sintomas
de desatenção, hiperatividade afetem entre 3 e 5% das crianças em idade escolar.

O TDAH é um transtorno que começa a apresentar sintomas na infância,


mas que frequentemente acompanham o indivíduo por toda a adolescência e vida
adulta, causando muitas complicações que podem levar a um afastamento social,
bem como a perda de autoestima – por não se encaixar nos padrões pré-
estabelecidos como aceitáveis pela sociedade em geral.

A arte tem um papel importante na intervenção junto a alunos que


apresentem TDHA, pois por meio de atividades artísticas é possível que o aluno
trabalhe e desenvolva a parte afetiva, melhorando sua autoestima e socialização,
bem como a sua atenção, autocontrole, foco, motricidade e atenção.

2. TDAH e a arte.

Segundo Benczik (2000) o TDAH vai impactar significativamente na vida


familiar, escolar e social da criança, pois a criança apresentará “um padrão
persistente de desatenção e/ou hiperatividade, mais frequente e severo do que
aquele tipicamente observado em crianças de mesma idade que estão no nível
equivalente de desenvolvimento.” (p.25)

Essas crianças podem mostrar sintomas de desatenção – por exemplo,


cometendo erros não porque não sabe, mas sim porque não se atentou a detalhes
como pontuação da palavra ou no sinal de uma conta de matemática; não prestando
atenção ao que foi dito, se distraindo facilmente com qualquer ruído ou movimento
externo; desorganização, distração e perda de materiais, atividades, prazos;
evitando coisas que exijam atenção e sempre deixam as tarefas e atividades
inacabadas, mudando constantemente o foco; não conseguindo seguir instruções,
mesmo que seja algo simples, etc. – bem como sintomas de hiperatividade – por
exemplo, inquietação excessiva e falta de controle corporal, o que faz com que a
criança não consiga se manter concentrada por longos períodos de tempo;
envolvimento em atividades perigosas sem pensar em consequências; necessidade
de correr e subir em móveis em momentos inapropriados; não conseguir ficar em
silêncio, sempre precisando fazer barulho ou falar durante as atividades; não
conseguir aguardar a sua vez, seja em filas ou em conversas, sempre
interrompendo ou se intrometendo na vez ou fala do outro; atividade corporal
excessiva, sem um objetivo definido, etc.

Vale lembrar que tais comportamentos podem estar presentes em todas as


crianças em idade escolar, mas o que diferencia tais comportamentos como
características do desenvolvimento normal da criança e os sintomas de TDAH, são a
intensidade e periodicidade em que tais comportamentos se apresentam e impacto
dos mesmos no cotidiano social e escolar da criança.

As crianças com TDAH geralmente tem dificuldades para lidar ou aceitar


frustrações e demonstram resistência ao “não”, além de apresentarem uma baixa
autoestima, pois acabam desenvolvendo uma visão negativa de si mesmos.

A arte pode contribuir muito para que o aluno com TDAH possa trabalhar
suas capacidades e desenvolver-se a ponto de ter as mesmas oportunidades de
aprender e interagir com o conhecimento, tal e qual os demais colegas de classe.
Por meio da arte é possível que o aluno desenvolva a sua afetividade e cognição,
bem como outros recursos – tais como foco, atenção, autocontrole – que serão
muito úteis para que ele possa desenvolver estratégias para lidar com as
dificuldades e questões que surjam na sua vida de forma mais prática e benéfica
para si e para os que o cercam.

O psicopedagogo poderá utilizar variadas técnicas e recursos artísticos para


trabalhar com crianças que apresentem TDAH, visando desenvolver e trabalhar
diversos aspectos de desenvolvimento. Como sugere Vieira (2017) podem ser
utilizados:

• Elaboração de retratos e autorretratos: Desenvolve o


autoconhecimento, autoestima, conhecimento maior do real. •
Manipulação de objetos com os olhos vendados, e verbalização de
seus atributos: Trabalha a representação mental e discriminação de
estímulos táteis. • Expressão oral, plástica, corporal: Tem
fundamental importância no desenvolvimento global. • Pintura a
dedo: Atividades artísticas como estas favorecem o desenvolvimento
afetivo, especialmente por facilitarem a livre-expressão e
assegurarem o equilíbrio emocional. • Argila ou massa de modelar:
Ao manipularem, os alunos desenvolvem a coordenação motora fina
e a relação com o espaço. • Atividades de recorte e colagem: Além
de contribuir para o desenvolvimento cognitivo, trabalha a
motricidade fina e a imaginação. • Dobraduras: Desenvolve a
criatividade, a atenção e a coordenação motora. • Jogos com regras:
Trabalha o raciocínio, atenção, antecipação de situações através de
diferentes estratégias. Ajuda às crianças de baixa tolerância à
frustração a lidarem melhor com seus sentimentos. • Brincadeiras de
teatro com o uso de fantoches: O objetivo é propiciar o
desenvolvimento da criatividade, da linguagem e da expressão
corporal. • Espumas coloridas: O objetivo desta atividade é trabalhar
a percepção, os sentimentos, as emoções e a criatividade. Após
colocar água e detergente em um recipiente, deverá ser feita
bastante espuma e, sobre esta, acrescentar várias cores de anilina.
Em seguida, uma folha branca de papel deve ser colocada sobre a
espuma com o objetivo de tingir o papel. Depois, levanta-se a
discussão do por que determinadas escolhas, de cor, desenho ou
frase. (p.149-150).

Desse modo propomos a elaboração de uma oficina de criatividade a ser


realizada com alunos do primeiro ano do ensino fundamental l que apresentam um
diagnóstico de TDAH.

2.2. Oficina de criatividade em grupo

Como citado anteriormente, as crianças que apresentam desatenção


possuem dificuldade para manter o foco e acabam por deixar as atividades
inacabadas. Já as crianças que apresentam hiperatividade não conseguem se
manter focadas em uma única atividade por muito tempo, o que acaba levando a
que façam as atividades de forma rápida e desleixada para “acabar logo”.

Dessa forma propomos uma oficina de criatividade em grupo, onde


possamos trabalhar em dois momentos diferentes com atividades e materiais que
sejam instigantes e que ofereçam ao aluno a possibilidade de mudar de atividade,
mas com a premissa de que para que a mudança seja realizada é preciso que
finalize devidamente a atividade que havia sido iniciada anteriormente. A escolha por
uma oficina de criatividade em grupo para crianças com TDAH está de acordo com
as reflexões de Benczik (2000) que mostra que o os sintomas do TDAH podem ser
mínimos ou até não se apresentarem quando o portador do transtorno está sob um
ambiente de controle rígido, um contexto novo e interessante ou em uma situação a
dois, onde se exista ele e a professora ou psicopedagoga, por exemplo, pois nesse
tipo de situação é mais fácil manter o foco. Em contrapartida “os sintomas parecem
intensificar-se mais nitidamente em situações de grupo”, sendo por isso uma oficina
em grupo um espaço ideal para realizar um trabalho artístico onde seja possível
acompanhar e trabalhar com os sintomas do TDAH de forma mais precisa, do que
em um trabalho individual. (p.30)

Ambas as atividades estarão dispostas na sala ao longo de mesas


diferentes, onde o aluno poderá escolher a qual irá se dedicar primeiro. Adotamos
este formato para a oficina, pois é o formato de trabalho que a escola adota no seu
dia-a-dia, onde as aulas são dispostas em dois ou três centros de ensino diferentes
ao redor da sala e onde os alunos podem escolher por onde iniciarão a realização
das suas atividades, sendo os integrantes dos centros rotacionados após a
finalização das atividades propostas em cada um.

Ao início da oficina será proposto um momento de relaxamento, onde as


crianças poderão optar por sentar nas cadeiras ou no chão ou mesmo deitar-se em
colchonetes e escutar uma música relaxante em silêncio, prestando atenção a sua
respiração e ao ritmo da música. Esse momento será importante, pois ajudará a
criança a retomar a atenção para si e para o aqui e agora, deixando de lado alguma
agitação ou distração que tenha vivenciado até aquele momento.

Após isso, todos serão apresentados às atividades da oficina e as premissas


para realização das tarefas, explicando detalhadamente a proposta, os materiais que
poderão utilizar e o que é esperado que se faça, bem como lembrando-lhes que tal e
qual no seu cotidiano da sala de aula, a mudança de atividades só poderá ser
realizada a medida que a atividade iniciada anteriormente seja finalizada seguindo
os padrões solicitados.

O primeiro dos centros de artes apresentará os materiais: tintas guache


verde e azul, pincéis batedores, pratos de papelão e massinha de modelar.

A proposta para o primeiro centro é a de realização de uma arte tendo o


prato de papelão como suporte, onde deverão ser utilizadas as tintas, pincéis e
também a massinha de modelar para criar uma única obra. A sugestão será de fazer
um plano de fundo com a tinta guache - um céu e um gramado - com as cores azul e
verde, e com a massinha, modelar flores ou animais para serem fixados no cenário.

Esta proposta foi escolhida, pois o uso do pincel batedor, que é mais largo e
menos preciso, se torna mais atrativo e divertido, já que para que a tinta seja
transferida, é preciso que sejam dadas várias batidas com ele na superfície de
suporte. Esse pincel também permite a utilização de menos tinta, o que permitirá
uma secagem mais rápida ao toque, facilitando assim o uso da massinha de
modelar em seguida. Mas apesar dessa aparente facilidade, o uso desse pincel
requer atenção para seguir delimitações e controle de espaço, além de controle nas
batidas, para que não se pinte em um local indevido ou não espirre tinta em uma
área diferente da intenção original. No caso da sugestão, parte do prato de papel
deverá ser verde e parte azul, o que exigirá da criança autocontrole, atenção, ritmo,
coordenação de movimentos e força.

Após a pintura do suporte, a criança deverá utilizar a massinha de modelar


para criar algo para compor o cenário que foi criado. Esta atividade também
trabalhará a atenção a detalhes, organização espacial e concentração, uma vez que
ao colocar a massinha no suporte de papelão, a mesma se fixará e não permitirá a
sua remoção sem danificar o fundo, pois trata-se de uma superfície porosa. Isso
exigirá um planejamento e organização prévia, bem como trabalhará o lidar com
frustrações caso o posicionamento ou formato da peça não saia como o pretendido.

O segundo centro de artes apresentará os seguintes materiais: tiras de


cartolinas coloridas para produção de papel picado, papéis variados (a4, peso 40,
colorset, etc.) com ou sem desenhos prévios, giz de cera, formas geométricas
cortadas em cartolinas coloridas, papel crepom, tesouras e um vidro de cola branca.

A atividade proposta para esse centro seria a de trabalhar com colagem para
criação de uma obra de arte que poderá ser realizada em dupla ou de forma
individual. Para isso a criança deverá utilizar as tiras de cartolina e tesoura para
produzir o papel picado que será usado na colagem. Nesse momento as crianças
estarão livres para criar uma obra autoral, utilizando os materiais a disposição, ou
para utilizar um dos desenhos previamente desenhados para realizar a composição
de colagem. Por meio dessa atividade a criança estará trabalhando a criatividade,
organização e concentração, pois precisará definir o que irá criar, os materiais que
precisará utilizar e criar os meios de execução – picar os papéis das cores que irá
utilizar, selecionar o material que usará de suporte, organizar o seu tempo para
conseguir realizar todas as etapas de produção.

Será disposto para uso nessa atividade apenas um vidro de cola branca
para ser compartilhado entre os que estiverem realizando a atividade, dessa forma,
precisará haver comunicação e respeito a vez do outro, bem como a necessidade de
saber esperar e compartilhar. Como a proposta de trabalho é de que eles produzam
o seu próprio papel picado para ser utilizado, será necessário que eles demonstrem
foco ao escolher quais cores serão usadas e ao trabalhar com elas, bem como o
trabalho com a coordenação motora fina e atenção a detalhes será desenvolvido,
pelo uso da tesoura e pelo preenchimento dos espaços que precisarem ser
preenchidos para finalização da obra.

3. Conclusão.

O TDAH é um transtorno que pode causar muitas dificuldades nas esferas


afetivas, emocionais, sociais e de aprendizagem. Além disso, se torna um desafio
para a família e professores lidar com os sintomas desse transtorno, pois eles
causam grande prejuízo ao aluno portador do mesmo. Conforme Seno (2010) deixa
claro

“Uma vez diagnosticado o TDAH, esse aluno deve ser considerado


como uma criança com necessidades educacionais especiais, pois
para que tenha garantidas as mesma oportunidade de aprender que
os demais colegas de sala de aula, serão necessárias algumas
adaptações visando diminuir a ocorrência dos comportamentos
indesejáveis que possam prejudicar seu progresso pedagógico.”
(p.336)

Desta forma, faz-se necessário que entre as estratégias adotadas pela


escola e psicopedagogos, a arte esteja sempre presente e envolvida já que a arte
implicara em uma melhora significativa na autoestima, criatividade, aspectos
psíquicos e físicos, na memória e também nas capacidades sensório-motoras da
criança. No caso do aluno com TDAH o desenvolvimento dessas habilidades será
algo extremamente benéfico, pois melhorará significativamente a percepção de si
mesmo e do mundo que o rodeia e isso facilitará muito o processo de aprendizagem
e construção de conhecimento. E assim como mostramos com a proposta de oficina
de artes, não são necessários materiais caros ou técnicas mirabolantes para que o
trabalho artístico seja desenvolvido com os alunos com TDAH e tragam benefícios a
médio e longo prazo para os mesmos e a todos os que convivem com eles.

BIBLIOGRAFIA

BENCZIK, Edyleine Bellini Peroni. Transtorno de déficit de


atenção/hiperatividade: Atualização diagnóstica e terapêutica. São Paulo: Casa
do Psicólogo, 2000

VIEIRA, Camila Carvalho. Contribuições da arte e do professor arteterapeuta


para educação inclusiva. Revista Educação, artes e inclusão. Santa Catarina:
Volume 13, nº2, p. 136-153. Maio/Agosto 2017.

SENO, Marília Piazzi. Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH):


o que os educadores sabem? Revista Psicopedagogia. São Paulo: Volume 27, nº
84, p. 334-43. Setembro/Dezembro 2010.

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