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Afecções dos Cabelos e do Couro Cabeludo

INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES
A aparência dos cabelos apresenta um importante papel em nossa imagem e bem-estar geral. Além de contribuir para
percepção de beleza e atratividade, protege o couro cabeludo da radiação ultravioleta (UV) e diminui a sua perda calórica.
As afecções dos cabelos incluem alterações adquiridas ou congênitas que afetam quantitativa e/ou qualitativamente a
estrutura do fio, podendo, em algumas doenças, afetar inclusive o couro cabeludo.
A associação do folículo piloso com uma glândula sebácea e com o seu músculo eretor corresponde à unidade pilossebácea
(UP). Em algumas regiões corpóreas, há, além desse conjunto, o ducto excretor de uma glândula apócrina.
O crescimento dos cabelos ocorre em ciclos de atividade intermitente, seguidos por períodos de repouso (fase latente). A
taxa de crescimento dos cabelos é de aproximadamente 1 cm/mês.
A duração e a velocidade do crescimento do pêlo na fase anágena (intensa atividade mitótica) varia devido à predisposição
individual, idade e nas diferentes regiões do corpo. É no couro cabeludo que está a maior duração dessa fase (2 a 5 anos). Segue-se a
fase catágena, com duração de cerca de 3 semanas, em que o pêlo pára de crescer. Na fase telógena, há o desprendimento do pêlo
com duração entre 3 e 4 meses. A análise do couro cabeludo normal evidencia 80 a 90% dos cabelos na fase anágena, 10 a 20% na
fase telógena e 1 a 2% na catágena. É importante ressaltar que, devido à quantidade de folículos no couro cabeludo (100 a 150 mil), é
considerada normal a eliminação média de 100 a 200 cabelos/dia.
Fatores genéticos e hormonais determinam as características e a distribuição dos pêlos nas diversas raças e individualmente.

ALTERAÇÕES DA COR DA HASTE PILOSA


As alterações da cor da haste pilosa podem ser adquiridas, congênitas ou consequentes ao envelhecimento progressivo do
cabelo.
O embranquecimento dos cabelos (canície) é um processo natural. Está correlacionado com a idade cronológica e varia em
graus individualmente. Em caucasianos, a incidência normal de cabelos brancos é de 34+/- 9,6 anos e em negros, 43,9 +/- 10,3 anos.
É descrito que, com 50 anos de idade, metade da população apresenta 50% dos seus cabelos brancos. Esse processo decorre da
diminuição da produção de melanina pelos melanócitos da matriz.
O único tratamento efetivo ainda consiste na utilização de tinturas específicas para os cabelos. Existem doenças congênitas
e adquiridas que podem evoluir ou apresentar embranquecimento dos cabelos (leucotricose).

Leucotricose Congênita
Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada;
síndrome de Waardenburg;
piebaldismo;
albinismo.

Leucotricose Adquirida
Vitiligo;
após radioterapia;
após queimadura.

A coloração esverdeada dos cabelos, observada principalmente em indivíduos que praticam atividades em piscina, é
decorrente da deposição de partículas de cobre no córtex capilar após permanência prolongada na água. É evidenciada mais
facilmente nos cabelos claros e loiros. Para o seu tratamento, é necessário evitar o contato direto dos cabelos com a água da piscina.

DISPLASIAS PILOSAS
Displasias pilosas são alterações da haste do pêlo. Podem ser congênitas (Tabela 1) ou adquiridas (Tabela 2).

Displasias Pilosas Congênitas


Tabela 1: Displasias pilosas congênitas
Doença Características dos pêlos Diagnóstico Tratamento
Normais ao nascimento, surgindo, na infância, dilatações
Clínico Pode melhorar com a
Moniletrix e estreitamentos alternados nos cabelos e pêlos (aspecto
Microscopia idade
em rosário)
Classicamente associada à síndrome de Netherton.
Clínico Sem tratamento
Tricorrexis invaginata Deformação distal baloniforme invaginada sobre uma
Microscopia efetivo
base proximal (cabelo em bambu)
Tricopoliodistrofia Início nos primeiros meses de vida. Cabelos escassos eClínico Suplementação com
(síndrome de Menkes) quebradiços Microscopia cobre
Clínico
Microscopia
Cabelos anágenos Normais ao nascimento. Entre 2 e 6 anos rarefação e Pode melhorar com a
Tricograma (70% ou mais
frouxos reduzido comprimento dos cabelos idade
dos Cabelos anágenos
frouxos)
Síndrome dos cabelos Cabelos secos e ásperos. Afeta crianças e jovens com Clínico.
Melhora com a idade
impenteáveis cabelos abundantes e de difícil manuseio Microscopia eletrônica
Displasias Pilosas Adquiridas
Tabela 2: Displasias pilosas adquiridas
Doença Características dos pêlos Possíveis causas Diagnóstico Tratamento
Tricorrexe É a mais freqüente das displasias Causa desconhecida. Sem tratamento efetivo
nodosa (pode ser pilosas. Aparecimento deTraumas mecânicosClínico (congênito)
adquirida ou pseudonodosidades nos pêlos,ou químicos podem Microscopia Exclusão de
congênita) podendo ocasionar fraturas ser desencadeantes desencadeantes (adquirido)
Cabelos frágeis e bifurcados (“ponta-Traumas mecânicos e Exclusão de causas
Tricoptilose Clínico
dupla”) químicos Cremes hidratantes
Traumas mecânicos
Triconodose Nós ou laços na haste pilar Clínico Exclusão de causas
ou tiques nervosos
Áreas alopécicas produzidas por Trauma repetitivo por
Tricotilomania Clínico Psiquiátrico
tração compulsão

ALOPECIAS
O desprendimento do pêlo é denominado eflúvio e a condição resultante chama-se alopecia (do grego alópekia, que significa
diminuição dos pêlos ou cabelos). Os distúrbios caracterizados pela perda dos cabelos são didaticamente classificados em alopecias
não-cicatriciais – sem inflamação clínica, cicatriz ou atrofia da pele –, e alopecias cicatriciais, na qual existem evidências de destruição
tecidual, como inflamação, atrofia e fibrose.

Alopecia Areata
A alopecia areata é uma afecção frequente que pode acometer até 2% da população. É caracterizada por áreas de alopecia
arredondadas ou ovais, com localização mais comum no couro cabeludo. Pode ser localizada, total (afetando de forma generalizada o
couro cabeludo) e até universal, com perda total de pêlos e cabelos do corpo. Normalmente acomete adultos jovens e crianças. A
incidência é igual em ambos os sexos e sua etiologia é desconhecida. A associação com outras doenças auto-imunes (Vitiligo, doença
de Hashimoto, hipoparatireoidismo, Addison e candidose mucocutânea) sugere um processo auto-imune antibulbo piloso.
O início é brusco, com alopecia em áreas circulares ou ovais, única ou múltiplas, sem outras alterações. A placa é lisa e
brilhante, apresentando em sua borda pêlos peládicos (são pêlos facilmente removíveis e com afilamento em direção à raiz –
semelhante ao ponto de exclamação). A sua presença indica atividade da doença. Os cabelos brancos são frequentemente poupados.
Diagnósticos diferenciais incluem Sífilis secundária (aparência de “roído de traça”), Tinha do couro cabeludo, Tricotilomania, Alopecia
por tração, lúpus eritematoso cutâneo crônico em fase inicial e Alopecia androgenética.
A evolução é, em regra, favorável, ocorrendo repilação entre 2 e 6 meses. As ocorrências repetidas e o acometimento de
outras áreas (barba, sobrancelha e cílios) são eventos de pior prognóstico. Depressões puntiformes das lâminas ungueais podem
acompanhar os casos.
Dentre as modalidades de tratamento destacam-se:

1. Formas localizadas:
infiltrações com corticóides;
drogas sensibilizantes (p. ex., difenciprona, antralina);
fotoquimioterapia – exposição ao ultravioleta após uso de psoraleno;
crioterapia.

2. Formas totais ou universais:


corticóides orais;
tentativa com tópicos descritos para as formas localizadas.

Tinha do Couro Cabeludo


Infecção fúngica superficial do couro cabeludo frequente em crianças e rara em adultos. Adquirida pelo contato com
indivíduos infectados, animais doentes ou portadores (particularmente cães e gatos) ou com a própria terra. Caracterizada por placa
alopécica única ou múltiplas no couro cabeludo e descamação, associada ou não a tonsuras do pêlo. O diagnóstico é realizado pelo
exame micológico direto com eventual cultura do fungo. O tratamento é feito com antifúngicos orais (ver texto Micoses superficiais).
Alopecias Cicatriciais
Nas alopecias cicatriciais, há ausência ou diminuição dos pêlos pela destruição dos folículos por processos inflamatórios,
geralmente não-infecciosos. São definitivas e acompanham-se de atrofia cicatricial (Quadro 1 e Tabela 6).

Quadro 1: Etiologia das alopecias cicatriciais


Traumas
Queimaduras
Infecções
Neoplasias
Dermatoses localizadas no couro cabeludo: lúpus eritematoso, Esclerodermia, líquen plano pilar, mucinose folicular
Dermatoses exclusivas do couro cabeludo: pseudopelada de Brocq, foliculite descalvante, foliculite dissecante, foliculute
queloidiana da nuca

Tabela 6: Alopecias cicatriciais


Doença Características Diagnóstico Tratamento
Fotoproteção
Lúpus eritematoso Placas de alopecia cicatricial com eritema,
Exame histopatológico Cloroquina
cutâneo crônico atrofia, hipopigmentação variável e/ou
Sorologia (normalmente negativa) Corticóides orais
(discóide) tamponamento folicular
Infiltração de corticóides
Sem tratamento efetivo
Esclerodermia Placas de alopecia cicatricial Exame histopatológico
Tratar doença de base
líquen plano pilar Placas de alopecia cicatricial com descamação, Corticóides tópicos ou
Exame histopatológico
(LPP) atrofia e perda definitiva dos pêlos intralesionais
Exame histopatológico. Pode
mucinose folicular Placas de alopecia cicatricial com eritema representar alterações do linfomaSem tratamento efetivo
cutâneo de células T
Recuo da linha de implante dos cabelos na
Alopecia frontal Exame histopatológico (semelhante
região frontotemporal e perda das sobrancelhas Sem tratamento efetivo
fibrosante ao LPP)
em mulheres no período pós-menopausa
Antibióticos devido a
Edema ou induração do couro cabeludo,
foliculite descalvante Exame histopatológico infecção secundária por S.
pústulas, erosões, crostas e descamação
aureus
Antibióticos devido a
Nódulos inflamatórios profundos na fase inicial
foliculite dissecante Exame histopatológico infecção secundária por S.
que coalescem formando trajetos fistulosos
aureus
Antibióticos devido a
Pústulas com evolução para pápulas fibróticas infecção secundária por S.
Foliculite queloidiana
até formação de cicatriz queloidiana, Exame histopatológico aureus
de nuca
principalmente na nuca de indivíduos negros Crioterapia
Excisão cirúrgica
Áreas de alopecia lisa, brilhantes, atróficas, de
pseudopelada de
contornos imprecisos e sem evidência de Exame histopatológico Sem tratamento efetivo
Brocq
inflamação

EXAMES COMPLEMENTARES
Na propedêutica das afecções do cabelo e couro cabeludo, os exames complementares devem ser direcionados de acordo
com as hipóteses diagnósticas. Sempre que houver dúvida, o paciente deve ser encaminhado para avaliação do especialista e realizar
biópsia, se necessário.
Dentre os exames complementares, destacam-se tricograma, anatomopatológico,microscopia, medições do comprimento e
diâmetro da haste do pêlo.

CONCLUSÕES
As afecções dos cabelos e couro cabeludo podem comprometer a qualidade de vida do paciente.
O médico generalista pode reconhecer as principais patologias dos cabelos, fornecendo a primeira orientação ao
paciente.
As alterações dos pêlos em doenças sistêmicas pode complementar o raciocínio clínico para elucidação diagnóstica.

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