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Seção Estilos musicais: percussão

SUPLEMENTO MUSICAL

3 Sons e ritmos
da África do Sul
Lilian Abreu Sodré

Acompanhamento e Revisão Pedagógica


Chico Santana

ASSOCIAÇÃO AMIGOS DO

ORGANIZAÇÃO SOCIAL DE CULTURA

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1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO SUPLEMENTO 1
1.1 Introdução / Justificativa 1
2. Aplicações em atividades musicais 2
2.1 Proposta Musical: Shosholosa 2
2.1.1 Atividade 1 2
2.1.2 Modo de aferição dos resultados 8
2.2 Proposta Musical 2: Singabahambayo 8
2.2.1 Atividade 1 8
2.2.2. Modo de aferição dos resultados 12
3. Referências complementares 12
4. Atividades para levar para casa 13

Lilian Abreu Sodré


Lilian Rocha de Abreu Sodré Carvalho é educadora e pesquisadora musical. Cursou Licenciatura em Música na Escola
de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro e tem especialização em Educação Musical pela Faculdade Carlos
Gomes, de São Paulo. Trabalha como professora, regente do coral e coordenadora de música do Colégio Vértice
desde 1997, onde organizou o conteúdo pedagógico de música para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental. Foi
membro da diretoria da ARCI (Associação de Regentes de Corais Infantis) por quatro anos. Desenvolveu-se em Educação
Musical com Enny Parejo, Hermelino Neder e Ilza Joly (todos de São Paulo) e ainda com Carmen Mettig Rocha (BA),
Viviane Beineke (RS), Murray Schafer (Canadá), Violeta de Gainza (Argentina), Patricia Stokoe (Argentina), Jos Wuytack
(Bélgica), Graça Boal Palheiros (Portugal) e Keith Swanwick (Inglaterra). Capacitou-se nas metodologias Kodaly, Dalcroze,
Willems e Orff. Aperfeiçou-se em regência coral com Samuel Kerr, Thelma Chan, Marcos Júlio Sergl, Mara Campos,
Gisele Cruz, Yara Campos, Teruo Yoshida (todos de São Paulo) e com Juan Tony Gusmán (Luther College, EUA), Henry Leck
(Butler University, EUA) e Mary Goetze (Indiana University, EUA).

E-mail: liliansodre@uol.com.br

São Paulo I FEVEREIRO I 2011

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO SUPLEMENTO

1.1 Introdução/Justificativa

Este Suplemento apresenta propostas de atividades musicais variadas (sustentadas em duas canções tradicionais da
África do Sul e uma canção do grupo Palavra Cantada – “África”), de modo a introduzir a cultura musical da África Negra,
trazendo assim um melhor entendimento da nossa música, tão influenciada pela tradição africana.

Os negros vindos de diversas regiões do Continente Africano durante o período da escravidão1, trouxeram para o Brasil sua
cultura musical, visível especialmente na integração entre o canto, a dança e a percussão. Os negros também contribuíram
com a ideia de que música não é algo para se “assistir”, (contrariando a tradição europeia de música–espetáculo, realizada
em um palco para uma plateia), mas sim para ter participação de todas as pessoas de um grupo ou de uma comunidade.
Hoje em dia se percebe com mais clareza esse aspecto da música africana nas manifestações populares brasileiras em
geral, nas quais a ideia é de confraternização. A influência da percussão e da estética africana é observada na maioria
dos nossos estilos musicais. Antes menosprezada e marginalizada, essa influência ficou mais visível a partir de meados
do século XX, com diversas transformações sociais e políticas no Brasil. O samba foi o principal ritmo a ganhar destaque
neste período, com o apoio do então presidente Getúlio Vargas e seu projeto nacionalista de Estado Novo (1937-1945),
aliado à difusão de programas de rádio. A partir daí, através de um dinâmico processo ao longo do século XX, vemos muitas
expressões culturais dos afrodescendentes ganharem destaque. Sua crescente valorização é refletida pela recente Lei
10639/2003, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, incluindo no currículo oficial da Rede de Ensino a
obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”.

Objetivos gerais Objetivos específicos


Apresentar a música tradicional da Ampliar o repertório dos alunos, oferecendo
África do Sul através de atividades de possibilidades de escuta e interpretação de músicas
apreciação, execução e composição. tradicionais sul-africanas, mostrando a importância
Desenvolver o senso rítmico e destas na vida cotidiana, amparada pela cultura de
explorar sonoridades e movimentos tocar, cantar e dançar simultaneamente.
durante as atividades realizadas. Explorar sonoridades, movimentos e ritmos em
atividades criativas de composição, apreciação e
execução musical baseadas em linguagens
afro-brasileiras.
Interpretar canções tradicionais da África do Sul.
Abordar a questão do racismo e da igualdade entre
os povos através da música.

1. Período iniciado no século XVI e encerrado no século XIX, a partir de 1850 com a proibição do tráfico negreiro.

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2 APLICAÇÕES EM ATIVIDADES MUSICAIS

2.1 Proposta Musical 1: Shosholoza

Duração: 3 a 4 aulas

Descrição geral da proposta:


Materiais necessários:
Essa proposta consta de uma atividade realizada com a música “África”, onde o
aluno terá informações sobre o Continente Africano e fará exercícios de apreciação, CD player, mapa da África, instrumentos
composição e execução. Em seguida, será apresentada a canção Shosholoza que de origem africana ou similares.
deverá ser interpretada primeiramente “a capella”, em seguida acompanhada de
movimentos e percussão corporal , e posteriormente de instrumentos.

Organização dos alunos para as aulas:

Dê preferência a um lugar amplo, com possibilidade de os alunos ficarem em roda, semicírculo ou reunidos em dois ou mais grupos.
Coloque os instrumentos que serão utilizados em lugar de fácil acesso.

2.1.1 Atividade 1

Momento 1 - África
Inicie a aula perguntando quem sabe situar no mapa (que deverá ser pendurado na lousa ou desenhado) onde
foi realizada a Copa do Mundo de Futebol de 2010. Outro questionamento: Quantos países existem no Conti-
nente Africano? São 53 países. Depois da descoberta de vários países conhecidos, especialmente os dos ti-
mes de futebol que participaram da Copa (como Camarões, Gana e Costa do Marfim) situe no mapa os países
que serão citados na música “África” (que será trabalhada nessa atividade): Sudão, Nigéria, Gabão, Ruanda,
Senegal, Tanzânia, Namíbia, Guiné Bissau. Comente sobre a presença marcante da cultura afro no estado da
Bahia, onde a maioria da população é afrodescendente, e sobre a influência que a música produzida nesse
estado exerce em outras regiões do Brasil. Outro ponto a se destacar é relativo a origem da Humanidade, que
comprovadamente se deu em território africano. Mais um ponto interessante a ser observado é a pluralidade
de influências existentes no continente africano, motivo pelo qual o autor da letra fala que “Áfricas ficam na
África”. Depois de contextualizada a letra da música, proponha a audição da música África2.

2. Faixa 15 do CD PÉ COM PÉ, de Sandra Peres, Paulo Tatit e Arnaldo Antunes, constante do acervo da AAPG.

2
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Momento 2
Depois dessa audição, pergunte quem saberia falar sobre a forma de organização dessa música. Depois disso, pergunte: A
primeira parte se repete? Onde se nota uma mudança estrutural sobre o que vinha sendo feito nesta parte? O que chama a
atenção para essa mudança? Quando volta a ideia inicial? A esta parte inicial que se repete, chamamos A. Quando aparece uma
parte diferente, contrastante, chamamos B.
Observe que a forma3 musical da canção África é AABA.

Desenhe um esquema mostrando a organização feita pelos autores.

A A B A

África4 (Sandra Peres, Paulo Tatit e Arnaldo Antunes)


Quem não sabe onde é o Sudão, saberá
A Nigéria, o Gabão, Ruanda
Quem não sabe onde fica o Senegal,
A Tanzânia e a Namíbia, Guiné Bissau?
Todo o povo do Japão, saberá

De onde veio o Leão de Judá


Alemanha e Canadá, saberão
Toda a gente da Bahia, sabe já
De onde vem a melodia, do ijexá
o sol nasce todo dia, vem de lá

Entre o Oriente e Ocidente, onde fica?


Qual a origem de gente? Onde fica?
África fica no meio do mapa do mundo do
atlas da vida
Áfricas ficam na África que fica lá e aqui
África ficará

Basta atravessar o mar, pra chegar


Onde cresce o Baobá, pra saber
Da floresta de Oxalá e malê
Do deserto de Alá, do ilê
Banto muçulmanagô, yorubá

3. Diz-se FORMA para explicar como a música foi estruturada, construída.


4. Poderá ser distribuída a letra da canção para os alunos levarem para casa e poderem pesquisar melhor sobre os países citados.

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Momento 3

Faça com seus alunos a execução de variados ritmos de matriz africana,(usando percussão corporal ou instrumental) proporcionando
a todos uma vivência dessa linguagem, para então partir para uma atividade de criação. A seguir, alguns ritmos como exemplo:

Tambor grave     

  

  

 

Tambor médio                  

Clavas                

Caxixi                 

Ouça novamente a faixa 15 do CD 1 Pé com pé. Divida a turma em dois grupos. O primeiro grupo deverá criar percussão corporal
acompanhando a parte A, enquanto a outra metade deverá criar percussão corporal para acompanhar a parte B.
Depois de um tempo determinado (10 a 15 minutos), uma turma apresenta sua criação para a outra. Em seguida, depois
de avaliarem e discutirem se haverá mudanças ou não, executam junto com o CD. Outro momento de trabalho
seria possível se houver disponibilidade de instrumentos de percussão, que substituiriam a percussão corporal.

Momento 4

Shosholoza, que é o motivo principal da proposta 1, é uma canção que segue o estilo responsorial, muito usado
em vários países africanos, inclusive na África do Sul. Estilo responsorial (pergunta-resposta) é a estrutura
musical em que uma pessoa canta uma palavra ou frase que é respondida por outras pessoas com a mesma
(ou outra) palavra ou frase. Assemelha-se a um diálogo. A técnica de pergunta-resposta é usada por inúmeros
compositores e encontra-se em variados gêneros de música (clássica, jazz, pop, folclórica etc.), e de maneira
mais simples, também em muitas brincadeiras infantis, onde uma pessoa ou grupo faz a pergunta e o outro
responde. Ex: Um dois...feijão com arroz ou: Cadê o toicinho que estava aqui? O gato comeu...Cadê o gato? Foi
pro mato...
Para uma melhor compreensão dessa estrutura, propomos uma atividade, que é também uma técnica
interessante para a improvisação, baseada em quatro compassos. Tal como na linguagem falada, podemos, em
música, fazer perguntas com um “ponto de interrogação” e responder com um “ponto final”.
Para o melhor rendimento do exercício, devemos observar:
• As frases devem ter o mesmo tamanho.
• O ponto final da pergunta deve ser no 2° tempo do 4º compasso e o tempo final da resposta deve ser no 1º
tempo do 4º compasso.

Exemplo:

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Inicialmente o educador faz a pergunta e o grupo todo responde, até que
o ponto final esteja internalizado. Em seguida, o educador pode fazer as
perguntas individualmente. Um estágio seguinte será quando um aluno faz
a pergunta para um colega. Dessa maneira, todos podem comunicar-se,
desenvolvendo a capacidade de expressão e improvisação.

Momento 5

Shosholoza é uma canção de entusiasmo, praticamente um hino sul-africano.


Shosholoza foi ouvido várias vezes durante a partida de futebol entre os Bafana Bafana
(seleção sul-africana) e a seleção brasileira pela Copa das Confederações 2009. A
música que levanta a torcida e estimula os jogadores é cantada em língua zulu (um
dos 11 idiomas oficiais da República da África do Sul) e puxada de repente no meio da
arquibancada5. Esta canção também foi usada na trilha sonora do filme “Invictus”, de
Clint Eastwood. Shosholoza fala de um trem - “Stimela” - que percorre a África do Sul.
Ensine aos alunos a canção Shosholoza, inicialmente com todos os alunos cantando a
linha dos contraltos (que é a melodia tradicional), dando ênfase à leitura rítmica das
palavras antes de ensinar a melodia. Quanto à pronúncia das palavras, não há com que
se preocupar, foi feita uma transliteração - pronuncia-se da maneira como se lê.
Sendo assim, nessa primeira leitura, separe um aluno ou aluna ou um grupo de três
que ficará incumbido da “pergunta” – que é a palavra inicial das frases na linha dos
sopranos: Shosholoza (que está na primeira frase) e Uenu yabaleka, (que é a “pergunta”
da segunda frase).
A “resposta” está na linha dos contraltos.
Cante algumas vezes até que tenham segurança.
Em seguida, ensine a todos a linha dos sopranos.
Como são melodias simples e de fácil memorização, todos podem aprender as duas
partes. Divida o grupo em dois e alterne a execução das vozes entre os dois grupos.

5. ver em globoesporte.com em 26/06/2009

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Partitura
Letra
Shosholoza (pergunta) Shosholoza (resposta)
Kulezuntaba Stimela sifume South Africa
Uenu yabaleka (pergunta) Uenu yabaleka (resposta)
Kulezuntaba Stimela sifume South Africa

Tradução Livre
Abram espaço, abram espaço.
Corra rápido por essas montanhas, trem vindo da África do Sul.
Você está fugindo, você está fugindo.
Corra rápido por essas montanhas, trem vindo da África do Sul.

Shosholoza
Arranjo a duas vozes
Tradicional da África do Sul
 
                    
D G A

Soprano

Sho - sho-lo - za Ku-le-e zun-ta - ba Sti-me-la

  
  
Alto
                  
Sho - sho-lo - za Ku-le-zun-ta - ba Sti-me-la si-fu-me South A -

 D         
  
1. 2.

 
5

  
D D G
S

Sho - sho-lo - za Ue-nu - ia - ba - le - ka Ku-le - e - zun-ta - ba -


     
1. 2.

A      


- fri - ca fri - ca Ue-nu -ia- ba -le - ka Ku le-zun-ta - ba

 A  
               
  
9 1. 2.
D D D D
S

Sti-me-la Ue-nu -ia-ba-le - ka Sho - sho-lo - za Ku - le - e


                   
1. 2.

A
     
Sti-me-la si-fu - me South A - fri-ca fri-ca Sho - sho-lo - za

 G  
             
13 1. 2.
A D D
S

zun-ta - ba Sti - me - la Sho - sho-lo - za

 1.

  
2.


A              
Ku -le zun-ta - ba Sti - me - la si-fu - me South A - fri - ca fri-ca

Momento 6

Normalmente essa música é executada “a capella” (como nos estádios de futebol), mas fica muito interessante sua execução
acompanhada de alguns instrumentos de percussão de origem africana. Disponibilize alguns tambores (graves e médios) e
outros instrumentos como: afoxé, xequerê, reco-reco ou ganzá . Peça para os alunos criarem ritmos para o acompanhamento
da canção. Muitos dos alunos que estarão sem instrumentos podem participar, criando ritmos com percussão corporal, que
podem ser repetidos pelos colegas no tambor ou em outro instrumento de percussão.
Escolha junto com eles a célula rítmica para ser tocada pelo(s) tambor(es) grave(s), pelo(s) médio(s) e pela pequena per-
cussão. Sempre considere a possibilidade de intervenções rítmicas criativas durante a execução (por ocasião de mudança de
frase ou com acréscimo de algum elemento numa nova repetição). Depois de resolvida e ensaiada a instrumentação, conduza
a execução da primeira vez da música “à capella”, incorporando a parte instrumental posteriormente. O acompanhamento
instrumental certamente trará um entusiasmo a mais a todos que cantam.

6. Veja em FRUNGILLO, Mário D. Dicionário de Percussão. São Paulo, Unesp, 2002. Disponibilize alguns tambores (graves e médios) e outros instrumentos
como: afoxé, xequerê, reco-reco ou ganzá (6).

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Exemplos de ritmos:

Momento 7

Música africana sem dança praticamente inexiste, faz parte dessa tradição o movimento corporal. Na África do Sul é usual no
acompanhamento de canções, além do movimento, a percussão corporal, principalmente nas escolas que não possuem nenhum
instrumento para o uso dos alunos. O conjunto das duas manifestações simultâneas é chamado de “juba”, que pode ser criada no
momento e imitada por todos, ou combinada previamente para acompanhar esta ou aquela música. São criadas células rítmicas com
quatro tempos (a maioria das músicas tradicionais sul-africanas é feita em compasso quaternário), repetidas durante toda a música
ou trocando por outras células nos momentos de mudança de partes estruturais. Para acompanhar Shosholoza, sugerimos uma
“juba” usada pelo coral sul africano “The Drakensberg Boys’Choir” em suas apresentações.
A canção deverá ser cantada 4 vezes.
1ª vez: Trazer o punho fechado junto ao peito (com o polegar voltado para o peito, sem encostar neste) alternando braço direito e
esquerdo (é um movimento viril, herdado dos trabalhadores das minas da África do Sul). O ritmo desse movimento pode ser feito no
pulso, ou conforme o ritmo silábico das palavras. Peça aos alunos que criem variações.
2ª vez: Continuar a canção em “boca chiusa”, mantendo-se o movimento dos braços, enquanto 2 alunos fazem o som (tchhhh) de
fumaça saindo pela chaminé de um trem, de 4 em 4 tempos.
3ª vez: Repetir a canção batendo palmas para as laterais, alternando esquerda e direita.
4ª vez: Repetir a canção batendo palmas acima da cabeça, e “congelando” a última palma para encerrar, no momento da última
sílaba. A quantidade de palmas fica a critério do educador e do grupo. Nessa juba usada pelo coral africano, as palmas são
executadas no ritmo de mínimas na 3ª vez e passam para o ritmo de semínimas na 4ª vez.

Observação: Durante a execução da peça, peça aos alunos que façam um movimento com os pés da seguinte maneira:
• o pé esquerdo se movimenta para a esquerda;
• o pé direito se movimenta e toca levemente o esquerdo;
• o pé direito se movimenta para a direita;
• o pé esquerdo se movimenta e toca levemente o direito.

Cria-se assim uma movimentação corporal “pendular”.

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2.1.2 Modo de aferição dos resultados

Divida a turma em dois grupos. Um grupo se apresentará para o outro, observando a afinação, a
pronúncia correta das palavras, a expressão corporal e a precisão rítmica das palmas. Um aluno
de cada grupo será escolhido para apresentar o resultado da avaliação feita, que será elaborado
como um relatório comentando os diferentes itens apreciados na performance.

2.2 Proposta Musical 2: Singabahambayo

Duração: 3 a 4 aulas

Descrição geral da proposta: Materiais necessários:

Será apresentada a base instrumental da música África, (já CD player, xilofones ou instrumentos similares, apito.
trabalhada na Proposta 1 desse Suplemento) para atividades
de apreciação, composição e execução de ritmos baseados
no batuque de umbigada. A seguir, será aprendida a canção
Syngabahambayo com uma movimentação corporal específica.

Organização dos alunos para as aulas:

Dê preferência a um lugar amplo, com possibilidade de os alunos se movimentarem, ficarem em roda, semicírculo ou reunidos em
dois ou mais grupos. Coloque os instrumentos que serão utilizados em lugar de fácil acesso.

2.2.1 Atividade 1:

Momento 1 - África
Inicie a aula com a audição da faixa 15 do cd 2 “Pé com Pé”, que é feita no ritmo do batuque de umbigada. Batuque de umbigada
é uma dança do interior de São Paulo, herança dos africanos que trabalharam nas plantações de café das fazendas paulistas.
Organiza-se em duas linhas (uma de frente à outra), que fazem algumas evoluções e encontram-se dando uma umbigada, tudo ao
som do “tambu”, um enorme tambor feito de tronco oco.
Pergunte aos alunos se eles se lembram da forma da música ouvida (AABA) e da instrumentação utilizada por eles na canção
África (na proposta 1, momento 2). O que havia em comum entre as instrumentações criadas anteriormente e o que foi observado
agora? Quais os timbres que mais se destacam?

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Momento 2
Divida a turma em dois grupos. Um grupo trabalhará com a parte A e outro com a parte B, fazendo mapas de composição para registrar
graficamente os timbres que se destacam na execução instrumental ouvida no CD. Havendo alunos que saibam escrever música, peça
que façam os registros dos ritmos executados. Troque o material produzido: A turma A ficará com os gráficos e notações musicais da
turma B e vice-versa. Distribua instrumentos que lembrem as sonoridades a serem reproduzidas (ou utilize a percussão corporal) e peça
que os alunos executem os ritmos a partir do material produzido.

Abaixo o registro de levadas rítmicas de batuque de umbigada (presentes no encarte do CD “Pé com Pé”). A execução poderá ser feita
com claves (ou baquetas), tambor médio e grave, respectivamente.

Momento 3

Singabahambayo é uma canção folclórica sul-africana na língua zulu que fala de uma marcha para a liberdade. Esse tipo de canção
foi muito comum na África do Sul durante o “apartheid”. “Apartheid” significa separação em africâner – língua tradicional dos
brancos da África do Sul – e designou o regime de segregação racial que vigorou de 1948 a 1990 na África do Sul. Nele, os brancos
detinham todo o poder político e os povos negros eram obrigados a viver separados, em uma situação de não-cidadania. Com as
eleições livres de 1994, que levaram ao poder Nelson Mandela, chegou ao fim aquele regime de opressão e sofrimento. Fale sobre
a importância de se buscar a igualdade social e política entre as raças, questionando e condenando o racismo, explicando que a
música pode romper estes tipos de barreiras.

Ensine inicialmente só a linha do contralto.

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Letra
Singabahambayo tina
Kulom laba
Kefa sinekaia
Ezuluini (Sopranos: Siti, siti, siti, Aleluia, Aleluia, Aleluia)
Aleluia, Aleluia, Aleluia, Aleluia, Aleluia

On earth an army is marching


We’re going home
Our longing bears a song
So sing out strong (Sopranos: Siti, siti, siti, Aleluia, Aleluia, Aleluia)
Aleluia, Aleluia, Aleluia, Aleluia, Aleluia

Tradução
Na terra um exército está marchando
Nós estamos indo para casa
Nosso desejo faz nascer uma canção
Então cantamos alto e forte
Aleluia, Aleluia, Aleluia, Aleluia, Aleluia

Momento 4
Depois de aprendida a parte dos contraltos, organize os alunos para uma brincadeira que será feita enquanto a canção é cantada em
uníssono. Se não for usar um CD de playback, use um apito para dar os sinais de finalização das frases.

1 – Organize os alunos em pé em um círculo, voltados para o centro do círculo.


2 – Enquanto os alunos cantam e marcham no lugar, um aluno previamente escolhido marcha sozinho serpenteando (como num
“zigue-zague”) como que costurando por dentro e por fora do círculo entre os outros alunos que formam o mesmo círculo.
Ao final da seção A, sopre rapidamente o apito e o aluno que marchava sozinho pega pela mão quem estiver mais próximo. Continuam
marchando e serpenteando por dentro e fora do círculo e ao 2º final da parte A, ao ouvir o apito, o aluno que entrou por último pega
quem estiver mais próximo. Continuam desta maneira durante a parte B. Durante a canção, haverá um total de quatro sopradas de
apito e quatro alunos aderindo à marcha.
3 – Cante a canção repetidamente sem interrupção até que todas as crianças tenham entrado na marcha.
4 - Para uma animação e desafio extra, conduza a marcha passando por baixo de uma “ponte” feito com as mãos dadas de dois
alunos e/ou conduza a marcha para fora da sala e volte para dentro.
5 – Leve-os de volta à formação de um círculo, com as faces viradas para o centro. Continuam de mãos dadas, cantando e marchando
no lugar. Quando a parte B estiver terminando, levantam as mãos para o alto e depois para baixo seguidamente, enquanto cantam a
última frase da canção: “Aleluia, Aleluia, Aleluia, Aleluia, Aleluia”.

Momento 5
Ensine a linha do soprano e junte com a outra voz já aprendida. Divida o grupo em dois, sopranos e contraltos. Cantem a canção de
uma forma tradicional, separados por vozes. Diga agora que irá fazer um teste para ver se estão realmente seguros das melodias
aprendidas: peça que cantem colocados em uma formação circular, como no momento 1, só que agora em duas vozes e organiza-
dos de forma que as vozes estejam mescladas. Peça aos alunos que se posicionem sem a sua interferência, se atendo ao fato de
ficar preferencialmente ao lado de um colega de outra voz, que não a sua. A atenção tem que ser redobrada para que cada um se
mantenha firme em sua linha melódica, sem se deixar influenciar pelos vizinhos. Outra variante com maior desafio ainda, é a de se
marchar (como é dito na letra da música), deslocando-se pela sala ou indo a uma sala vizinha e voltando, mantendo-se todo o tempo
na sequência melódica correta.

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Momento 6
Instrumentação feita com xilofones: inicialmente recorde com os alunos as técnicas de baquetas, para depois realizar a leitura das
partes. Não havendo instrumentos para todos, improvise outros tipos de acompanhamento de modo que todos possam participar.

Momento 7
Se você não conta com xilofones, segue uma sugestão de utilização de instrumentos de origem africana. Na falta
desses, use tambores improvisados com galões de água mineral (percutidos com a mão) de variados tamanhos,
bem como garrafinhas e copos duros de plástico que podem ser percutidos com lápis ou varetas.

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Momento 8
Improvisação é fundamental na música sul-africana, raramente uma música é executada duas vezes da mesma maneira. Você pode dar
ideias de padrões de acompanhamento, que podem e devem ser variados em momentos específicos reservados para improvisos. Também
pode ser interessante iniciar a música sem acompanhamento e adicionar um elemento novo a cada repetição. Ouça com os alunos a faixa
15 do CD 2 “Pé com Pé”, a partir de 1min. e 40 seg. quando inicia-se uma improvisação que dura até o final da faixa, aos 4 min. e 28 seg.
Pergunte a eles o que acharam dessa parte da faixa, se havia continuidade, quais os sons que mais lhes agradaram ou os que
consideraram estranhos.
Procure junto com eles classificar esses sons, segundo alguns critérios tais como: agudos/graves; agradáveis/desagradáveis; longos/
curtos; vocais/instrumentais; e outras alternativas que possam surgir durante a conversa.
Proponha que se forme um círculo com todos sentados.
De olhos fechados, todos (inclusive o educador) ficam em total silêncio por uns minutos, imaginando os sons vocais que acabaram de
ouvir, tentando se imaginar num ambiente festivo numa aldeia africana, onde, depois de executarem uma música, têm um tempo livre para
improvisação.
Já de olhos abertos, peça que tentem reproduzir o som que mais lhe tenha agradado entre todos os ouvidos na gravação. Para que não
fiquem envergonhados em se manifestar isoladamente, proponha que se manifestem de 3 em 3.
Depois de ouvidos os grupos, faça audições de 2 grupos que se combinem, um mais melódico e outro mais rítmico. Se forem alunos mais
descontraídos, peça que fiquem em pé, para a possibilidade de se ter também movimentos corporais associados aos variados sons.
Podem acontecer performances muito interessantes, com o educador orientando a entrada e os cortes dos sons (um de cada vez),
explorando a dinâmica e a intensidade, bem como as situações de solo e tutti.

2.2.2 Modo de Aferição dos Resultados

Divida a turma em dois grupos. Um grupo se apresentará para o outro (o educador deverá escolher uma das atividades propostas e
executadas anteriormente), observando a afinação, a pronúncia correta das palavras, a expressão corporal e a precisão rítmica dos
instrumentos. Antes do início das apresentações, avise aos alunos sobre a próxima atividade que será de auto avaliação e avaliação do outro
grupo. Um aluno de cada grupo será escolhido pelo próprio grupo para representá-lo na apresentação dos resultados das avaliações feitas,
depois de uma reunião entre eles que deverá durar de 10 a 15 minutos. Em seguida, faça seus comentários baseados nas observações deles
e registre aquelas que porventura não tenham sido feitas. Questione: quais foram os pontos onde eles demonstraram mais segurança? Onde
poderemos melhorar? Como? Mostre a importância do trabalho em grupo e as consequências disso.

3 REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES

Livros CD´s
ABREU SODRÉ, Lilian. Música africana na sala de aula – CANTOS DE VÁRIOS CANTOS. BRITO, Teca Alencar de. Tom, São Paulo, 1998.
cantando, tocando e dançando nossas raízes negras. São Destacamos a “Canção de Ghana” (faixa 19), um jogo musical (semelhante
Paulo, Duna Dueto, 2010 ao jogo brasileiro: “Escravos de Jó”) que apresenta ricas possibilidades de
ALMEIDA, M. Berenice de; PUCCI, Magda Dourado. Outras trabalho.
terras, outros sons (com CD). São Paulo, Callis, 2003. VIAJANDO O MUNDO EM 30 CANÇÕES, Escola Artmanhas do Som. São
M’BOKOLO, Elikia. África Negra — História e civilizações. Paulo, 2007. Destacamos nesse excelente trabalho duas canções
Tomo I (até o século XVIII). Salvador, EDUFBA/São Paulo, africanas: “Kum Ba yah”, faixa 24, e “ Tuula tuula wakati”, faixa
Casa das Áfricas, 2009. 25 (provenientes do Congo e Uganda), que tem arranjos feitos com
instrumentos típicos africanos como: kalimba, maraca, berimbau, moringa,
SANTA ROSA, Nereide Schilaro. Jindanji — As heranças
atabaque, balafom e xequerê.
africanas no Brasil. São Paulo, Duna Dueto, 2008.
PÉ COM PÉ. PERES, Sandra; TATIT, Paulo. Palavra Cantada, São Paulo, 2005.

DVD Sites
BERTAZZO, Ivaldo. Milágrimas. SESC, São DIAS, Paulo. Africanidade e música brasileira.
Paulo, 2005. DVD Disponível em www.cachuera.org.br/escritos.
www.casadasafricas.org.br

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4 Atividades para levar para casa

Atividade 1

Peça aos alunos que criem uma “juba” para acompanhar a canção Shosholoza ou outra canção. Essa juba deverá ser representada
graficamente. A notação a ser usada é de livre escolha dos alunos. Eles podem criar símbolos variados para significar todos os tipos
de movimentos, passos e percussão corporal que utilizarem, colocando ao final uma bula explicativa. A educadora escolherá entre
as jubas criadas, uma que possa ser aprendida por todos.

Atividade 2

Peça aos alunos que façam uma pesquisa sobre “Gumboot Dance”, sua origem, seu
histórico, seus passos. Solicite que vejam no youtube alguma performance dessa
modalidade de movimento e percussão corporal oriunda da África do Sul.
Depois de tomarem conhecimento desse tipo de manifestação, peça que criem
movimentos. Se os alunos não tiverem acesso à internet, o educador dará ideia dos
movimentos usados na dança para que sejam criados outros novos.
Em sala de aula, uns mostrarão aos outros o que criaram e tentarão fazer um
sequência que possa servir de introdução às apresentações das canções aprendidas.

Sons e ritmos da África do Sul 0 Lilian Abreu Sodré 13


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assinatura para o ano de 2011

ASSOCIAÇÃO AMIGOS DO

ORGANIZAÇÃO SOCIAL DE CULTURA

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