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Dedico este trabalalho a mim mesma e a todos que irei mencionar ao longo do mesmo , pela
força e paciência que me deram , a minha avó Ruth Manungo, que tudo tem feito para garantir
alimento e custear minhas despesas académicas. As minhas primas Xiluva e Edwina pela
força e motivação que tem me dado.
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Agradecimentos
Agradeçao em primeiro lugar ao professor Waquissone Magenda ao qual devo a realização
deste trabalho, pois sem este trabalho não teria conhecimentos sobre a minha cultura.
Agradeço a minha avó, meus pais e tios que contriburam para a realização deste trabalho
através de entrevistas.
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Introdução
Neste presente trabalho de Antropologia Cultural, tem como temaa minha cultura. O trabalho
está organizado em 8 capitulos, nomeadamente꞉
Capítulo I- quem sou eu( a minha histária ), neste capitulo darei a conhecer um pouco de mim
desde a nasença até os dias de hoje.
Capitulo II- História dos meus pais e história dos meus antepassados, aqui darei a conhecer
aquilo que foi a trajectória dos meus pais, e buscar o histórico dos meus antepassados.
Capitulo III- a história da minha cultura onde trarei as origens, a localização, a língua o
código linguítisco, a organização familiar e o sistema de parantesco na cultura ronga.
Capitulo IV- a história dos ritos tradicionais, onde trarei alguns ritos tais como o casamento, o
lobolo, o kutxinga, os ritos de iniciação as festas na cultura ronga, falecimentos na cultura
ronga e outros aspectos.
Capitulo V- o papel dos anciãos nas práticas tradicionais, neste capitulo mostrarei como os
vovós marongas actuam no campo das práticas tradicionais, falo exctamente do kuphalha.
No capitulo VI trago a questão da religiáo na minha cultura Ronga, onde mostrarei como a
religião e vista na nossa cultura.
capitulo VII- constragimentos das práticas cuturais na minha cutura, onde trarei aspectos
críticos da nossa cultura.
E finalmente no capitulo VIII abordarei sobre a história da minha linhagem.
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palavras-chave꞉ Cultura. Ronga. História
1.2 Justificativa
O estudo sobre a minha cultura é de dar a conhecer sobre como ela se manifesta como cultura,
e mostrar como as bases sa mesma. E tambem de mostrar que a cultura e dinamica e sofre
transformacoes ao longo do tempo.
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CAPITULO I:
Chamo-me Ruth Cláudio Lapone , sou do dia 16 de julho de 2000 , tenho 19 anos, vivo com
a minha avó desde o meu primeiro dia de vida . vivo também com minhas primas, a casa da
minha avó é um universo feminino, tenho dois irmãos, um da parte do pai e um da parte da
minha mãe, sou a mais velha, e cada um dos meus irmãos vive com sua mãe.
Sou baixinha, com a cor de chocolate, tenho cabelo castanho e longo, tenho os dois dentes de
frente muito grandes , que me deixam uma coelha, tenho 1,56 de altura, tenho 60 Kg mas
uns dizem que sou gorda eu outros que estou bem , e eu , sou felíz com o corpo magro/gordo
que tenho , os meus olhos são castanhos e minha pele é lisa.
Sou catόlica por influencia da minha avό, fui batizada aos 6 anos de idade na Igreja Catόlica
da Matola, quando mudei de residência frequentei a catequese no Santo Antόnio da Polana.
Fiz parte do grupo de infância missionária, mas mudei novamente de residência e agora rezo
na parόquia Santissima Trindade, faço catequese na esperança de fazer a primeira comunhão.
Vivo os padrões do cristianismo e do tradicionalismo, principalmente da zona sul. Acredito
muito em Deus e oro somente a ele. Mas sei também que nόs como africanos somos rodeados
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por feitiçaria. Mas sei que Deus é maior e que tudo pode. Não acredito em falsos profetas, em
naqueles que se dizem ser maiores que Deus.
Sou uma pessoa calma, tímidaa, não falo muito e gosto de ficar no meu canto, amo ficar
sozinha mas não longe dos que amo , muitas pessoas acham que sou má por causa desse meu
jeito sério e acanhado se ser , mas longe disso, quem me conhecesse, transborda de alegria
sempre que está comigo.
Muito medrosa, estudiosa, esforçada, positiva, humilde, chata, Seria, entusiasmada, alegre,
por vezes pessimista. As pessoas dizem que sou fingida por causa do meu jeito calmo de ser.
Esse é o lado que as pessoas vêem em mim, porém eu não vejo.
As pessoas acreditam que uma pessoa calma e que não fala muito sobre sua vida é fingida e
tem muito a esconder, pois eu não acho. Por vezes o jeito da pessoa ser é resultado daquilo
que viveu durante a infância, mas nόs como seres humanos julgamos o livro pela capa,
olhamas para os outros e tiramos nossas próprias conclusões sem antes conversar com elas.
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A minha Historia
Chamo-me Ruth Cláudio Lapone , sou do dia 16 de julho de 2000 , tenho 19 anos, vivo com
a minha avó desde o meu primeiro dia de vida . vivo também com minhas primas, a casa da
minha avó é um universo feminino, tenho dois irmãos, um da parte do pai e um da parte da
minha mãe, sou a mais velha, e cada um dos meus irmãos vive com sua mãe.
Sempre fui uma criança alegre, mesmo antes de ir a escola já sabia dizer pelo menos 10
países de África e dizer os seus respectivos presidentes, já sabia escrever o meu nome , era
uma menina inteligente.
Entrei para escola com os meus 5 anos, não fui a escolinha porque não aceitava, queria ficar
em casa com a minha avó , sempre que me deixavam na escolinha, eu chorava até a hora de
regresso.
Entrei para Escola Primária Completa 3 de Fevereiro fiz de pré à 7 , depois entrei para Escola
Secundária Josina Machel , onde estudei da Oitava Classe a Décima, não concluí porque tive
infelicidade de repetir dois anos, porque não era boa a Matemática.
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Foi através desse mál que conheci a Escola de Jornalismo, entrei para Escola de Jornalismo
no ano passado e estou muito felíz por essa escolha da minha vida .
Sou uma menina que desde o primeiro dia de vida, vive com sua avó, minha avó é minha mãe
e meu pai conseguindo no meio dessa toda responsabilidade ser uma ótima avó. Ela é uma
mulher batalhadora, sempre fez de tudo por mim, nunca deixou que faltasse nada , aprendo
muito com ela, todos meus valores são graças á ela , não consigo imaginar viver sem ela, e
nem trocaria em nenhum momento a minha estória no sentido de não ter vivido com os meus
pais na minha infância.
Vou falar agora sobre a fase primordial , nasci muito pequena , diziam que parecia um rato, eu
chorova muito, eu era uma menina que falava muito, muito, era muito alegre e agitada, eu
ficava feliz em estragar as coisas tudo o que via era mais um brinquedo se eu ficava em
silêncio em casa, não era um motivo para descansar, eles tinham que me encontrar
rapidamente para saber o dano que eu estava causando.
Houve um episódio em que minha avó corrigia seus testes, ela era professora, morávamos em
um prédio no terceiro andar, a casa estava em silêncio, e Ruth estava na varanda jogando fora
o controle remoto da casa, mas não consegui porque minha avó sentiu o meu
desaparecimento foi procurar por mim a acabei sendo descoberta. Todos os meus brinquedos
eram jogados para baixo na varanda da minha casa, meu objetivo era estragar ou eliminar
objectos, eu tinha uma linda boneca que eu guardava , pelo menos essa não foi eliminada e
guadei-a por muito tempo.
Eu tenho duas marcas de ferro na mesma perna , tinha o hábito de sempre assistir minhas tias
passarem as roupas, um dia ela terminou de engomar e guardou o ferro e quando ela saiu da
sala, eu peguei o ferro com a intenção de fazer a mesma coisa, mas tudo deu errado e fiz a
mesma coisa na minha humilde perna, elas me chamaram a atenção, mas eu era muito
teimosa, fui para o ferro outro dia e eu queimei de novo, acho que desta vez aprendi a lição,
porque depois disso, nunca mais me atrevi a tocar no ferro que nunca quis ser meu amigo!
Eu também era uma boa menina, eu dancava muito , houve um dia em que fui levada para
uma festa com a secretária de casa , dizem que eu dancei muito e que as pessoas ficaram de
queixo caído , mas tudo isso passou agora sou tão tímida que nem a perna consigo mexer ,
quando vou às festas de família, perguntam-me porque é que agora porque já não danço e já
não falo como antes , não sei oque dizer pois nem consigo me imaginar a fazer tudo oque
dizem que eu fazia.
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Eu era diferente, as crianças normalmente gostam de comer, comer e comer , agora eu não,
não gostava de comer, para me alimentar tinham que me assustar com algo que eu temia
demasiado.
Sempre que matavam uma galinha em casa, tinham que manter a cabeça nas refeições ao meu
lado ou me ameaçar dizendo que ligariam para a polícia, eu tinha muito medo da polícia, mas
agora estou recuperando o tempo perdido porque não como para viver , vivo para comer,
também pensei que poderia sempre ajudar as pessoas. Tive a coragem de parar uma discussão
de amor que a secretária de casa tivera com seu namorado , eles discutiram e eu pedi que ele
fosse embora e que não fizesse ela chorar porque aquilo era um horror aos meus inocentes
olhinhos, puxando a mão do namorado dela acompanhei-o até a porta do prédio. Quando
voltei, pedi para que a minha querida tia permanecesse calma, prometendo a ela dizer tudo a
minha avó, eu diria a minha avó todas as palavras da discussão que eles tiveram , é muito
filme para uma menina de 4/5 anos.
Hoje, tenho dezenove anos e honestamente, acho que não fiz tudo isso, é difícil de acreditar
que fui uma menina tão extrovertida , cada vez que me dizem um episódio meu sempre me
ponho a rir .
CAPITULO II
Meus pais são Cláudio Alfredo Lapone e Amélia Rodrigues Muchanga, e vou contar um
pouco daquilo que é a historia deles , a caminhada deles ate os dias de hoje.
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Segundo minha avό, a infância do meu pai foi boa, conta que brincava bastante, gostava de
jogar futebol com seus amigos. Teve uma irmã com quem passou o maior tempo da sua
infância.
Minha avό conta ainda que meu pai, e minha tia eram cúmplices, meu pai era provocador,
sempre que minha avό comprava coisas ele comia tudo.
Começou a estudar aos 7 anos na Escola Primaria completa do ferroviário onde estudou la
durante 4 anos. Depois passou para a Escola de Maxaquene onde frequentou de 5ª a 6ª
classes respectivamente. Passado o tempo foi fazer o seu ensino médio na Escola Secundária
Francisco Mayanga.
Foi em 1990, num concurso dos jovens de diferentes paroquia da igreja catόlica que meu pai
conheceu minha mãe, foi amor a primeira vista meu pai diz que estava com muito medo de ir
falar com minha mãe e pediu que uma das amigas falasse com ela e por ironia do destino ela
também estava afim dele. Namoraram durante 2 anos e em 1992 casaram-se e na altura minha
mãe já estava grávida. Ainda eram dois jovens que pouco sabiam da vida, e juntos foram
construindo o lar.
Meu pai é uma pessoa chata, compreensível, batalhador que tudo faz para ver sua família
feliz.ele gosta dos seus filhos, mas mostra mais afinidade pelo meu irmão mais novo. É um
pouco confuso e gosta que as coisas estejam no lugar, mas isso não desfaz o amor e respeito
que tenho por ele. É cristão e sempre foi crente da Igreja Católica . Gosta de beber um bom
vinho e sair com os amigos, seu prato preferido é uma boa cacana com xima.
Agradeço a Deus por ter permitido que ele fosse meu pai, estou muito feliz, e peço ao bom
Deus que lhe dê saúde e muitos anos de vida, para nos ver crescer, para que chegue uma fase
da vida em que eu e meu irmão mostremos a ele que seremos optimas pessoas e espalhemos
alegria assim como ele tenta fazer.
Seu maior sonho é fazer o mestrado em contabilidade e auditoria, viajar para Alemanha e
acima de tudo ver seus filhos formados. Meu pai é alto, magro, barriga avantajada, olhos
castanhos, cabeludo .
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Historia da minha mãe
Minha mãe é Amélia Rodriguez Muchanga, tem 39 anos de idade, nasceu em Maputo no dia
28 de Agosto de 1980, no hospital central de Maputo. Maxangana de nascença, filha de
Rodriguez Muchanga e Flora Chai, do grupo de 6 irmãos e a terceira filha. A minha mãe
conta que sempre viveu com minha avό junto dos seus irmãos.
Começou a estudar aos 9 anos de idade e depois teve que interromper porque sua irmã mais
velha, Amélia ia se casar e ela sendo uma das meninas mais novas tinha de acompanhar
minha tia, isto é típico da nossa cultura ronga.
Minha avo percebeu que o tempo estava a passar para minha mãe, e decidiu levar a ela para
morar com ela e continuou a estudar. Frequentou o ensino primário na Escola primaria da
coop, e depois passou a estudar na Escola Armando Emílio Guebuza.
Algum tempo depois foi estudar a Escola Isaac Newton e na época já estava casada com meu
pai. Depois foi estudar administração publica, so que não terminou por causa das dificuldades.
Minha mãe sempre foi uma mulher batalhadora, crecu no meio de tanta dificuldade , ela e
seus irmãos passavam dias sem comer . Enquanto seus irmãos iam buscar alguma coisa para
comer, ela ficava com minhas tias, fazendo os trabalhos de casa e ajudavam minha avό nos
mesmos.
Na época minha mãe sofreu muito, chegou até a dormir debaixo de um teto que deixava a
chuva molhá-la durante a noite.
Minha mãe fez o curso de corte e costura e passou a fazer algumas encomendas, mas não
durou muito tempo.Foi a escola de culinária e aprendeu a fazer doces e salgados e passou a
fazer encomendas. Hoje, minha mãe trabalha numa loja, aqui em Maputo.
Minha mãe e maxangana guerreira e batalhadora. E uma pessoa chata carismática, social
controladora, desconfiada, positiva .
Minha mãe tem um sonho de ter uma pastelaria. Quanto as suas características, e clara,
baixinha, magra.
Mesmo diante de tantas dificuldades nunca perdeu a esperança. Hoje ela é uma grande mulher
, e é o meu porto seguro, inspiro-me bastante nela e sei o quão forte ela foi e tem sido para
suportar todas bareiras da vida.
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A história dos meus antepassados
Sobre a história dos meus antepassados minha avo, tia do meu pai conta que meus
bisavós,eram da região de Marracuene,e viviam agrupados em pequenas aldeias. Os meus
antepassados possuíam varias terras em Marracuene e lideravam uma parte de marracuene.
Os meus antepassados eram muito tradicionais, seguiam todas e regras e acreditavam muito
em mitos. Estavam sempre em conexão com os mortos. O homem mais velho na altura era
quem falava com os antepassados. Ele se dirigia a uma arvore volumosa arvore, ajoelhava,
derramava vinho e rapé, e invocava os mortos. Este ritual só podia ser feito pelo homem mais
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velho pois era ele que estava apto. Caso uma mulher ou pessoa mais nova fizesse os mortos se
revoltavam pois consideravam uma falta de respeito.
Minha avo contou me que minha bisavó paterna era uma grande curandeira de Magude. Ela
era muito respeitada naquela região . atendia todo tipo de gente. Ela também já fez serviços
para algumas pessoas que foram ter com ela e queriam que fizesse um bruxaria para matar
alguém. E assim minha bisavó o fez,preparou toda macumba e a pessoa faleceu pois adoeceu.
Minha bisavó fazia principalmente actos que prejudicaram muitas pessoas.
Quando estava estava nos seus últimos dias quria que minha avo, mãe do meu pai continuasse
com a vida de curandeirismo. Minha avó junto com seus tios queimaram a palhota da minha
bisa e tudo o que la continha. Passado algum tempo a mãe do meu pai viajou aMagude pois
queria tomar para si as actividades deixadas pela mãe. Minha avó fez isso escondido dos tios
na altura. Ela foi para lá, onde foi preparada e começou a seguir aquela linhagem. A minha
avó conhecia muitos remédios tradicionais, e alguns também perigosos que podiam acabar
com ávida de alguém.
Quando ela decidiu deixar a vida de curandeirismo, o espíritos maus revoltaram -se contra ela
e acabou ficando maluca. Ela começou a ouvir vozes e a ver pessoas. Minha avó passou os
seus últimos dias da pior forma possível. O seu espírito não estava em paz e ate hoje os
espíritos dela não estão em paz.
CAPITULO III
A lingua Ronga
O Ronga que é tambem designado,Chironga ou Gironga é uma das linguas originarias da
provincia e cidade de Maputo. Faz parte do ramo twa-ronga das linguas bantu. O ronga é
também conhecido como landim, e é similar ao tsonga. Hoje em dia o ronga é visto como um
diatecto. O sistema de classes de substantivos e suas formas verbais são quase idêntica sua
diferença mais é o fato de ter sofrido maiores influências da língua portuguesa pelos seus
falantes que viveram nas proximidades da capital de Maputo.
Chironga é uma língua pertecente a região sul, e como outras culturas tem o seu código, o
grupo linguístico é T54-Tsonga, do código linguístico S54.
A família sempre foi a base de uma sociedade. E o povo Ronga sempre valorizou a cultura.
Os avόs principalmente os paternos são considerados os mais importantes da sociedade,
seguindo os tios e irmãos paternos.
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O sistema de parentesco dos marongas
CAPITULO IV
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O pai manda entrar todas as filhas para que a eleita seja indicada, sendo-lhe perguntado se
“conhece aqueles senhores”. A resposta é “sim, conheço papá, são a família do meu noivo”.
As irmãs retiram-se e a noiva é convidada a sentar-se no chão, começando a ser apresentado o
dote á medida que as diferentes dádivas são solicitadas por membros da família. Tudo é
espalhado no chão, sendo o dinheiro depositado, nota a nota, numa capulana nova, aberta
sobre uma esteira 1 .Começa então certo negociar, normalmente solicitado pelas tias, que
acham que a sobrinha “vale” um pouco mais e a presença de moedas no dote é a condição
necessária. A cada pedido, sempre discutido e regateado, cai mais uma nota, normalmente
vinda dos padrinhos que vão prevenidos com notas de pequeno valor. No fim do dote, as
mulheres cantam de satisfação.
E chega o momento mais comovente que e quando a mulher embrulha o dinheiro na capulana
e entrega ao pai dizendo “papá, recebe, não tenhas medo, nunca mais vais devolver este
dinheiro, pois eu juro-te, na presença de todos e dos padrinhos, que nunca serei preguiçosa no
meu lar, que serei uma esposa fiel e dedicada ao meu marido e que nunca o meu casamento se
destruirá por culpa minha. “aceita, deixa-me partir desta casa onde fui criada, que eu prometo
visitar-te muitas vezes. “Abençoa-me papá”.Depois o pai retira-se para vestir o seu o seu fato
novo, regressando, pouco depois, com um ar impotente e patriarcal, batendo com a bengala,
compassadamente, no chão. O padrinho vai, então, buscar o noivo e entregá-lo á
noiva.Explode uma alegria colectiva, com cantos e Danças tradicionais, com hilariantes risos
por parte das mulheres que só param quando começam a servir as refeições. A Transmissão
Hereditária da TradiçãoRonga é feita de pai para filho, (linhagem patrilinear), os filhos
resultantes adoptam o apelido do pai, em caso de morte do pai, os filhos do falecido, são
responsabilizados pelos tios paternos do pai.
Atribuição de Nomes
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No que concerne ao nome tradicional, antes do bebé nascer deve procurar saber dos
curandeiros qual é a pessoa que tenha morrido na família que deseja ser chará da criança,
sendo assim os pais da menor vão procurar saber dos espíritos chamados “tinguluves” e
seguidamente fazem todas as cerimónias até encontrar um nome de um falecido.
Entre os bantu a omnipresença dos antepassados é total. Eles não só continuam a fazer parte
da comunidade dos vivos, como asseguram a sua importância. Os mortos ao passarem pela
agonia individual da morte adquiriram um conhecimento mais profundo do mistério e do
processo de participação vital do universo. O antepassado é importante porque deixa uma
herança espiritual sobre o mundo visível, tendo contribuído para a evolução da comunidade
ao longo da sua existência e, por isso, é venerado. Ele atesta o poder do indivíduo e é tomado
como exemplo, não apenas para que suas acções sejam imitadas, mas para que cada um de
seus descendentes assuma com igual consciência suas responsabilidades. Por força de sua
herança espiritual, o antepassado assegura tanto a estabilidade e a solidariedade do grupo no
tempo, quanto sua coesão no espaço.
Nem todos se tornam antepassados. Quando alguém morre, a princípio, simplesmente morreu.
Para alguém se tornar um antepassado, ele precisa se manifestar em alguém. Essa
manifestação se dá através da possessão, quando o antepassado envia uma mensagem. A voz
é da pessoa e o tipo de relação que estabelece com as pessoas é a relação que estabelecia
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quando estava viva. Estabelece-se uma relação de dependência entre o vivo e o morto: os
mortos zelam pelos vivos e os vivos pedem coisas a eles3. Assim, dentro da tradição bantú,
basicamente, podemos dizer que há dois tipos de espíritos. Um deles em língua changanaé o
xi’kwembuespíritos dos antepassados e swikwembuespíritos que fazem o mal: Xi’kwembué
quando se trata de deuses, quer dizer, os mais velhos que são considerados e também já
falecidos, considera-se que estão próximos de Xi’kwembuque é Deus.
Portanto acredita-se nos xi’kwembu, que no Xi’kwembuque é ente superior que governa o
Xi’kwembu, por isso quando se faz a cerimonia com o aquilo que bom erradamente nós
traduzimos missa porque missa só pode ser na Igreja, mas porque muita das vezes, os
primeiros padres-nossos aqui, traduziram erradamente que xi’kwembu, aliás, missa era
mhamba, mas que mhambaé dirigida, exactamente, a xi’kwembu, para esse
xi’kwembufazerem chegar à preocupação dos seus, portanto sucessores a Deus, sim. Então
principalmente por causa disso sabe-se que ver o Deus é sempre bom e tudo que é mal é de
alguns swikwembu que quando estão enfurecidos, quando estão, que não estão de acordo com
aquilo que é a vida dos seus familiares até podem provocar as maldades, então estão ao
serviço de demónio.
Alguém quando morreu tornar-se uma pessoa boa ou ruim, depende da vida que levou, da sua
vida na família, do relacionamento que estabeleceu na família alargada, no tipo de intervenção
que fez nos problemas sociais. Além disso, o bem e o mal podem coexistir em uma mesma
pessoa, dependendo da forma como ela actua em cada família. A tradição bantúé dialéctica.
Um espírito pode ser um protector dentro da sua família, mas alguém ruim para outra família.
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comunicação. É pedido a todos para rezarem, para prepararem melhor os valores da
contribuição, que pode ser dinheiro ou produtos4.
A preparação da cerimónia dura aproximadamente dois ou três dias e essa preparação tem
que ocorrer em paz, sem briga, por causa dos nomes que cada indivíduo carrega. Se as
pessoas vivas, com os mesmos nomes, não se entendem, significa que os defuntos do mesmo
nome também estão em briga. O antepassado que tem o nome em um descendente, está vivo
na família. É um protector, um defensor5.
A ligação dentro da família é mais forte com aquele que tem o mesmo nome. É um sinal de
respeito e de consideração com aquela pessoa que está morta. Através do nome, a pessoa fica
mais ligada à família e com aquele descendente em especial. Quando se ofende o vivo, no
fundo também se ofende o antepassado que carrega o mesmo nome. A paz dos vivos também
é a paz dos mortos. O nome tem uma marca, que marca a existência da pessoa na terra. A
cerimónia de sacrifício ocorre quando dentro da família não há paz. Alguns sinais são
infertilidade, desunião (desagregação, ninguém se interessa pelo outro), produção ou colheita
ruim, doenças na família. A família se junta para saber o que está acontecendo.4.4
Descendência na TradiçãoRonga
A descendência de um indivíduo é constituída por todos os seus filhos, netos, bisnetos, etc.
No sentido oposto existe a ascendência, ou seja, todos os ancestrais de uma determinada
pessoa: pais, avós, bisavós etc.Embora o critério dessa relação seja biológica, a descendência
é cultural. A descendência ou linhagem é um grupo cujos membros sente unidos entre eles por
descendência de um antepassado comum conhecido a 4 ou 5geraçãoes. Isto permite ter o
conhecimento dentrodo nosso próprio do seio familiar.
A descendência na minha cultura classifica-se como patrilinear que se transmite através dos
varões, é reconhecida como descendência masculina ou agnática.Os filhos pertencem
socialmente ao pai, a quem, em última instancia, cabe a responsabilidade de assegurar a
inserção social, nas suas múltiplas dimensões, dos seus filhos.Trata-se de um padrão comum
em diversas sociedades patrilinearesbantu que habitam o sul de Moçambique (Cf.
Junod1996). Mas há situações em que um filho acaba ficando com o nome do pai da mãe mas
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são situações em que a mulher tem um filho com um homem que não aceita assumir a
paternidade6.
Na festa dos tonga o mawheu não pode faltar porque é através do mesmo que os convidados
tomam em sentido de alegria é tipicamente africana. O objectivo dos pais, no que concerne
aos nascimentos, preferem mais o sexo masculino do que o sexo oposto, porque o sexo
masculino vai fazer com que se mantenha mais o apelido enquanto o sexo feminino faz perder
o apelido. É por isso é muito comum um homem unir a muitas mulheres para garantir com
que nascesse mais o sexo masculino para garantir com que o apelido mantenha-se7.
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família da esposa a lovolar o seu cadáver e transladá-lo para a Província de Gaza, sua terra
natal.Apesar de o lobolo ser visto como uma forma de legitimar a união entre um homem e
uma mulher, conforme apresentado anteriormente, importa referir que ele (lobolo) também
pode representar a ligação entre uma pessoa viva ou um grupo com o mundo espiritual
(Bagnol, 2006). Analisando a questão de lobolar cadáveres a luz da perspectiva de Bagnol
(2006) sobre o lovolo, se torna perceptível a imposição de lovolar pessoas mortas se tratar-se
do caso de alguém escolhido pelos espíritos, neste caso, ancestrais do seu grupo familiar para
orientar os demais, ou para uma tarefa específica.
Mas assim não se verificando, creio que estamos perante um caso de extorsão e de
oportunismo.
Digo extorsão e oportunismo, porque para além da revisão da literatura, consultei algumas
pessoas mais velhas (faixa etária entre os 50-75 anos) e perguntei se é comum o lovolo de
defuntos na nossa Sociedade.
As pessoas com quem conversei informaram-me que não é comum, e que as pessoas que
obrigam o viúvo a lovolar a defunta são oportunistas, porque quando a sua filha está em vida
assumem dois tipos de comportamento: por um lado podem cobrar valores exorbitantes para a
celebração do lovolo, sem ter em consideração o ordenado do namorado da sua filha, e por
outro lado por simplesmente podem não pressionar o namorado para lovolá-la, mas aceitam e
reconhecem-no como o genro da família. O ritual kutxinga ou pitha-kufa nalgumas línguas
vernaculares de Moçambique equivale a levirato que significa união entre o irmão do falecido
e a viúva. A morte também é poluente. Todos os objectos da casa ficam contaminados de
ndzaka. Por um lado ndzaka se refere a tudo o que pertencia ao morto e que passa para os seus
herdeiros; por outro, ndzaka refere-se a uma maldição que mata a todos os que se apoderam
dos bens (incluindo a mulher) do morto antes da realização do ritual e que deve pertencer aos
vananavaghaia , que são os herdeiros, neste caso, os filhos e irmãos mais novos8.
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cerimónia decorra, o que é necessário para a sua realização 9. A família do falecido marido é
que autoriza a viúva a realizar o ritual. Participam também as massungukati, que são mulheres
mais velhas da família e/ou que passaram pelo mesmo ritual, que orientam a viúva sobre a
forma como deve se comportar e o que deve fazer durante o ritual. Na realização do ritual
procura-se guardar segredo para que possa ter sucesso. Aos vizinhos nada é dito e quando
desconfiam, a viúva procura sempre uma desculpa para que não percebam o que aconteceu. A
pessoa nega ter feito o ritual porque há outras que “estão dispostas a fazer mal as outras e o
aceitar pode estragar o ritual.”
Na realização do ritual, prepara-se um chá que é distribuído pelos familiares do falecido
marido sem contar com os maridos das irmãs e das filhas do morto por não pertencerem à
família.
Quando se anuncia a morte do chefe da família, o tio do morto, que é o irmão do pai, ou uma
outra pessoa respeitada pela família paterna da pessoa que morreu, é indicado para explicar as
pessoas como devem se comportar durante o luto10. Quando morre a mulher, por estar no lar,
geralmente a família do marido é que se responsabiliza por todas as realizações fúnebres. Este
período é dominado por interdições de relações sexuais aos membros da família, sob a
responsabilidade directa da pessoa que morreu.
Também é proibida a circulação dos objectos de um lugar para outro para que não se
transporte ndzaka para uma outra casa. A violação destas regras coloca em risco a vida dos
membros da aldeia assim como da pessoa com quem se transgrediu a regra de abstinência e o
castigo pode ir de doenças como tuberculose, hemorragias, mbatata (abcessos) ate a morte.
O período de “evitamento” sexual depende das duas fases obedecidas para a realização do
kutxinga. Uma vai até a realização do ritual oito dias após a morte e a outra que pode
coincidir com a missa de seis meses ou um ano 11 . A primeira ocorre quando se faz
kuhangalasaxikuma (espalhar as cinzas), que é uma cerimónia para se acabar com o luto
pesado, permitindo que todos os que tiveram contacto directo com a pessoa falecida retornem
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às suas vidas normais. Depois do oitavo dia os filhos da pessoa que morreu se forem crescidos
e casados, seguindo a ordem das idades, retomam a vida sexual.
Após a realização da missa de seis meses a mulher pode pedir para ser purificada. Porém, até
a data do ritual ela está proibida de ter qualquer contacto sexual. Caso viole esta interdição,
ela assim como o homem com quem se relacionar ficam sujeitos a castigos pesados. Os dois
podem adoecer ou morrerem porque), uma vez que “nos primeiros seis meses o corpo ainda
está quente”, o mesmo que a presença do morto ainda se faz sentir.
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cultural praticado nas sociedades africanas que visa preparar o adolescente para encarar a
outra fase da vida, isto é, a fase adulta12.
Entre os 7 e os 10 anos inicia-se a separação de sexos, o rapaz vive ao lado do pai, enquanto a
rapariga ao lado da mãe. É neste período que a criança começa progressivamente a participar
nas actividades produtivas da família. A medida que a criança, a separação conforme sexos
torna-se cada vez mais nítida, o rapaz começa a ser integrado na intimidade dos homens,
enquanto a rapariga, se mergulha no misterioso mundo das mulheres.
Numa estreita ligação com os adultos, os adolescentes aprendem um ofício, são lhes
comunicado os principais segredos da família e da tribo. Assim, o adolescente forjado na
iniciação é um homem completo, ele tem da sua vida e da sua comunidade uma ideia clara e
corrente, sabre o que ou outros esperam e o que deles pode esperar.A educação tradicional dá
ao jovem, um conjunto de conhecimentos utilitários que lhe permitem enfrentar com eficácia
e sem frustrações as dificuldades da vida futura.Actualmente em Moçambique, a educação
tradicional não existe no seu no seu estado puro, apesar de continuar presente na comunidade.
Ao nível das escolas, particularmente nas zonas rurais a sua presença é notória nas crianças,
nas quais se verificam os valores tradicionais veiculados e defendidos pela família.
Por outro lado que se observa actualmente em grande parte dos jovens nas cidades ou vilas,
são inúmeros casos, de má conduta nas escolas, centros internatos e lares, falta de ética, a
aderência a atitudes imorais, o consumo de álcool e drogas, a prática de criminalidade, as
infidelidades conjugais, os divórcios ou ainda as insatisfações sexuais dos casais devido a
uma educação sexual deficiente, podem ser reflexo da decadência da educação tradicional
pura.Com o reconhecimento e valorização da educação tradicional em Moçambique, o sector
de educação vem fazendo respeitar em algumas zonas, a periodização da realização dos ritos
de iniciação de acordo com as zonas, de modo a não chocar intimamente com o calendário
escolar tomando sempre em consideração e respeito que algumas crianças devem participar
nos ritos em pleno período escolar.
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Ritos de Iniciação Feminina na Cultura Ronga
Uma rapariga só é reconhecida como ser completo depois de ter passado pelos ritos de
iniciação, estes tem como objectivo a formação de mulheres para enfrentar as múltiplas
tarefas do lar nos aspectos de uma futura esposa mãe e produtora de bens materiais em
benefício do marido e dos filhos. As mestras ensinam que a menstruação nada tem de
anormal, antes pelo ao contrário de que em breve pode procriar13.
As raparigas menstruadas pela primeira vez são conduzidas a uma palhota no meio do mato,
longe da povoação, e ali entre cantigas e prelecções sob a direcção das mestras idóneas
aprendem tudo o que uma mulher deve saber nas suas relações com o outro sexo. Durante o
período de iniciação, que dura cerca de oito dias, as raparigas não podem ter o menor contacto
com estranhos, mesmo do seu sexo, excluindo o contacto obrigatório e indispensável com as
14
mestras . O ruído dos batuques próprio das cerimónias, impedem que o viajante
desprevenido se aproxime do recinto. Findo estes ritos, a palhota que as albergou é queimada
indo todas as iniciadas banhar ao rio mais próximo, vestindo-se depois, os seus panos mais
vistosos e adornando-se com missangas de cores vivas.
As raparigas iniciadas sentadas cercadas palas mulheres Mais ou menos ébrias com um canto
monótono abordando o assunto erótico, ao desenrolar dos cantos as raparigas vão-se despindo
ficando nuas tapando teoricamente o sexo com um pano de oito centímetros de largura,
segurado atrás e a frente de um cinto de missangas, nestes cantos as raparigas são ensinadas a
limparem sempre o sémen derramado pelo marido com as mãos depois de um acto sexual,
nunca pode usar um pano para tal.Mostrar sempre o seu conhecimento ao marido, saber
agradecer quando lhe oferece algo, sempre que estiver menstruada deve avisar o marido e
nunca pode cozinhar e tocar no sal enquanto estiver menstruada, só podendo fazer após o fim
da menstruação e de ter uma ou duas relações sexuais com o marido.
Durante os dias da primeira menstruação, a rapariga esconde-se e nenhum homem pode vela
sob pena de ficar cego. Em seguida chama-se a madrinha (Moli), ficando a donzela
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(Namuali), completamente entregue aos seus cuidados. Ela é fechada num quarto durante seis
a sete dias, até passar a menstruação. Só sai acompanhada da madrinha para assistir as várias
danças, é ela que lhe prepara os alimentos, sempre sem sal. É ensinada a utilizar ervas
medicinais durante o banho, a usar infusões de raízes para dominar as dores, ter cuidado com
a sua higiene íntima e vida sexual, a puxar o matís “ithuna” (desfloração dos lábios menores
da vagina). Esta operação ritual consiste em queimar rícino (ikurra) e com cinza obtida da
mesma fazer-se a dilatação dos lábios menores e do clitóris, até ao ponto de cobrir toda a
superfície vaginal, chegando por vezes a atingirem dez centímetros.
Este ritual tem como objectivos:
Provocar sensação no sexo masculino do marido
Tornar-se sexualmente bastante agradável para qualquer homem.
Além de desflorar os lábios menores da vagina, em algumas tribos a jovem é feitas tatuagens
nas coxas, no abdómen, nas nádegas, na cara e nas pernas e entregue missangas para passar a
pôr nas ancas.Quando a rapariga sai fora pela primeira vez para tomar banho, toca batuque em
sinal de regozijo, mostrando que ela esta pronta para procriar. Podendo casar desde logo, é
nesta ocasião que se realiza a Emuali – cerimónia de iniciação só para mulheres. Nenhum
homem se aproxima, pois que, mal oiçam o ruido do pequeno tambor usada na dança, os
homens afastam-se a correr convencidos de ficar doidos.
Ensina-se a jovem a obediência ao marido, nunca lhe responder de má vontade, aquecer água
para o banho, a importância da higiene dos órgãos sexuais femininos e do seu marido apôs as
relações sexuais, aceitar relações sexuais sempre que o marido quiser, e agradar sexualmente
o marido, torna-se desaconselhável ficar indiferente durante o acto sexual.
Ritos de Viuvez
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São ainda uma pratica bem frequente, mais para as viúvas do que para os viúvos. As
propostas recolhidas não de que estes ritos devem deixar de ser praticado, pós baseiam-se
superstição e humilham, e maltratam mulher. Relação Homem-Mulher
Ciúmes
As mulheres assim como os homens rongas são muito ciumentos. O ciúme é claro, provém de
uma falta de confiança, isso significa que ambos não se confiam e isso acaba de certa forma
tornando a relação não saudável e tem os seus efeitos péssimos. Um ronga por causa do ciúme
exagerado prefere quando vai a África do Sul trabalhar, procurar um medicamento para
controlar a esposa e saiba no momento em que a esposa se envolver com outro homem.
Antigamente não eram tao frequente os divórcios porque as mulheres estavam ligadas ao
marido pelo lobolo, e enquanto não restituísse esta não podia sair do lar, por mais espezinhado
que seja. Actaulmente e porque a mulher já não vive inteiramente dependente do homem
participando em vários sectores de produção. Assim as separações e divórcios são bastantes
frequentes sobretudo em distrito como Manhiça e Marracuene. As causas mais frequentes
apontam para o divórcio é: O amantimos e adultério A separação dos lares e muito frequente,
ora porque o marido arranjou amante e já não liga a mulher. Há casos em que a mulher
comete adultério e o homem, mas suportando, encaminha o problema para o tribunal, pedindo
divo.
Curandeirismo
Numa família se alguém estiver com esse dom são ainda estes espíritos que o forçam a
abraçar a profissão, através de uma doença de chamamento que é, simultaneamente, uma
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declaração de intenções por parte dessas entidades espirituais e uma ameaça de morte caso
recusem submeter-se à eles.
No entanto, o indivíduo com essas tendências a partir do momento em que inicia a sua
formação, é orientada por um nyanga experiente, a profissão passa a ser o fulcro da sua
existência, a que todos os restantes aspectos da vida se subordinam e objecto de um forte
investimento emotivo, intelectual e valorativo.
A capacidade para desempenhar estas tarefas advir-lhe-á de ser possuído por espíritos
(chikuembo) ou seja, por entidades espirituais que ao contrário dos antepassados e defuntos
comuns adquiriram poderes especiais em virtude do estatuto, acções ou excepcional força
espiritual que tiveram em vida ou devido a circunstâncias negativas na sua morte.
Com efeito, não é suposto alguém escolher ser nyanga, mas antes ser escolhido para essa
tarefa por espíritos que mantêm algum tipo de ligação familiar com a pessoa e «querem
trabalhar» através dela (ou, mais precisamente, com ela e nela), após um acto de possessão.O
Habitual, contudo, é que a exigência de trabalho por parte dos espíritos assuma a forma de
uma «doença de chamamento» que, a par de sintomas físicos individualizados e/ou de
acidentes frequentes e insólitos, incluirá uma fraqueza geral e fortes dores (em particular nas
articulações) para as quais a biomedicina não encontrará aparente explicação.
A família poderá nunca ter ouvido falar dessas histórias e, por isso, recusar validade à sua
exigência. Pode também, caso elas tenham acontecido há várias gerações sem que os espíritos
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alguma vez tenham chamado seus familiares, alegar que as razões invocadas já prescreveram
e negociar uma outra forma de compensação.
Ainda que se as exigências são consideradas legítimas mas o doente não reconhece a presença
dos espíritos, se recusa a cumprir o chamamento ou tenta adiá-lo sem razões válidas, espera-
se que sistemáticas doenças, desgraças e mortes o venham a atingir a si e à sua família.
Entretanto, ter acesso a todas as capacidades de que um nyanga pode dispor implica que se
seja possuído por pelo menos três tipos diferentes de espíritos: por membros falecidos da
família (tinguluve, cuja principal especialidade é a cura de doenças, embora também façam
adivinhação), por espíritos vaNguni (os invasores de origem zulu que estabeleceram o império
de Gaza no século XIX, cujas especializações são inversas das anteriores) e por espíritos
vaNdau.
Quanto a Feitiçaria não se difere tanto do curandeirismo, mas para ser feiticeiro na cultura de
ronga é preciso que procure um medicamento num curandeiro que lhe dê esse poder de se
intrometer na vida dos outros, isso é mais para pessoas com invenja dos outros isto quando
não gosta-se ver o desenvolvimento de outras pessoas, contudo fazem de tudo para lhes
amaldiçoarem.
Portanto, existem em nós forças vivas não utilizadas e muitas influências não controladas que
podem ser usadas em tudo. Forças, que podem ser usadas para nossos benefícios desde agora
e servir para nos conduzir nos caminhos do sucesso, no campo afectivo, profissional e
financeiro, além da resolução dos mais diversos problemas que que se nos apresentam no dia-
a-dia, contudo, pretende-se chamar a atenção para as graves consequências, isto se não
souber lidar com tais influências que além de outras coisas nos podem levar á loucura e
perdição total.
A feitiçaria é usada para o bem assim como para o mal conforme a vontade e desejo do
paciente através do mago que invocará os mais diversos espíritos sendo que cada espírito
tem a sua função, quer no reino do bem e quer no reino do mal. Enfim, várias pessoas tem
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optado pela parte maldosa, daí designar-se feiticeiro, todo aquele que têm um coração
maldoso e rancoroso.
OMuthimba
Muthimba designa um casamento tradicional de origem zulo, que foi introduzido no sul de
Moçambique pelos nguni. Era organizado no momento em que a noiva era acompanhada à
casa do noivo. Um dos seus objectivos era o aconselhamento da noiva sobre as
particularidades da vida conjugal, além de constituir uma forma de despedida dos seus pais.A
parte mais célebre do muthimba era o kuthandaacto de entrega da noiva à família do noivo,
incluindo o aconselhamento. Esta cerimónia era acompanhada por uma dança em que a noiva
apresentava-se forçosamente de tronco nu, como uma forma de manifestação da sua
virgindade. Tanto a noiva como as outras dançarinas acompanhantes ostentavam diversos
ornamentos como tindjovopenas e untavam o cabelo com tsumani (substância avermelhada).
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Os instrumentos utilizados eram o mbhalapala, tocado por um homem para anunciar a
chegada dos dançarinos, o xindwevhane, feitos a partir de chifres de gazela. A dança consistia
na formação duma fila ou círculos, em passos cadenciados e no destaque de grupos de duas
dançarinas de cada vez que exibiam a originalidade dos seus passos e movimentos
Xingomani
. As raparigas procuraram uma forma de exprimir os seus sentimentos, sobretudo quando das
boas colheitas agrícolas. Assim surgiu o xingomani.A dança ostentava um carácter
competitivo, em que os vários grupos, dirigido cada um por um caymeni chefe, procurava
dançar o melhor que podiam. Os seus conteúdos, além da alegria ridicularizavam os
maustratos às populações pelos régulos. As dançarinas envergavam tisundo saia feita de
minalapalha de palmeira e os seus movimentos eram orientados ao ritmo de um
xingomanetambor, normalmente feito de almofariz sobre os quais pregava-se uma pele
esticada, dai o nome desta dança.
Os Mitos
Tambem hoje,os mios são dignos de ter uma ma grande cobnsideracao na prsrvacao da cultura
Ronga,
Na cultura Ronga,os ritos exercem um pricipal e fundamental papel para esa cultura,por la ser
uma forma de eencinar e de manter a ligacao entre “os da terra e os de outra dimensao”,ou
seja manter a ligacao e acesa a chama dos ensinamentos que os anciaos mesmo vivos ou
mortos tenham para conosco. Os ritos são de grande importancia para preserveranca da
mesma cultura e identidade da mesma.
“Quando um a pessoa morre,a morte e anuciada a todos os parente que aos poucos vao
chegando a casa da familia enlutada, e são escolhidos alguns familiares que iram cuidar sa
apreentacao do compro. Estes são responsaveis em lavar e preparar o compo,onde
embrulham-no num cobertor,devendo ser este o mais bunito e selecto da casa. Essa cerimonia
e mais feita dessa maneira se for o caso de falecer o chefe de familia. Neste caso junta-se a
32
viauva,os filhos do malogrado e a familia toda,onde por um dia e uma noite,entoam-se
canticos em homenagem ao falecido,onde cabe geralmente o familiar mais velho do
malogrado e que profere o discurso de despedida e fal dos feitos do mesmo.
Se for o cas de este ter tido filhos homens,diz-se ao maios velho que este deve continuar com
a obra de seu pai,ao que remetenos a causas de herioedetariedades. No qu se refere a
viuva,esta durante um bom tempo,tempo conciderado que a alma do falecido já tenha partido
par uma outra dimensao, veste-se de roupas pretas ou negras para mostrar seu eterno luto,esta
esta por u bom tempo proibida de se deitar com um homem.”
preocupar com a seeguranca da mesma. Ser um homem honroso e grand em accoesm, e que
a cultura Ronga defende.
Bebidas
A principal bebida dos Ronga era o maheu,bebida feita apartir da farinhada de milho cozida
e depois fermentada,e que a mesma nunca devia ser vendida,mas sim repartida ou destribuida
pelos convidados da cerimonia. As bebidas eram usadas em qualquer tipo de cerimonia,seja
ela funebre ou não.
Obrigação das mulheres resolver qualquer problema que se refere a al;imentação numa
familia maRonga. No que se refere a alimentacao, e não diferente das outras culturas,esta
tambem tem sua alimentacao ou alimentos tipicos da mesma. No caso da cultura Ronga
,wubsa,uma pasta ou mass feita apartir da farinha de milho triturada no pilador,que
tradicionalmente e conhecido como txuzi ou moida no triturador que tambem
tradicionalmente e conhecidom como mbenga. A wubsa semprevb e acompanhada pelo molhe
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ou mutxovello.A confeccao dos alimentos ou a dieta alimentar e geralmente a base de
verduras,que a quando da sua preparacao levao sempre o amendoim pilado e o coco ralado.
O casamento na culuraRonga
Ofícios e comércio
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A olaria constitui por excelência uma actividade feminina, na qual fabricam vários utensílios
de uso domestico. O comério é uma atividade conhecida dos marongas, e esse conhecimento
vem desde a tradicional troca de excedentes.
Esse é de facto um sentimento indecente responsável por muitos divórcios pois, ele não só
faz crescer a desconfiança entre os esposos, como também desperta a malícia no cônjuge. Por
essa razão, diz bem a Sagrada Escritura no livro do Eclesiástico: "Não sejas ciumento de tua
esposa para que ela não empregue contra ti a malícia que lhe ensinaste".
CAPITULO V
Praticas culturais
Nesta localidade encontramos algumas práticas culturais de inter-ajuda económica entre
determinadas famílias, como o KuthekelaeoKuphalhaMutwalu.
O kuthekela é um sistema de entreajuda entre determinadas famílias situadas em regiões com
micro-climas diferentes. Vimos que em Magule existiam duas regiões com estas
características. Assim, algumas famílias complementavam a sua produção ou superavam as
crises originadas pelas más colheitas através do kuthekela.
Este fenómeno tem a particularidade de ser praticado entre famílias e não pressupor a
intervenção das autoridades políticas ou espirituais. É sim uma alternativa tradicional destas
comunidades de gestão dos seus recursos naturais.O aspecto que tornava o kuthekela mais
eficiente era o casamento entre jovens de diferentes regiões ecológicas. Era normal por
exemplo o lovolo (lobolo) entre os jovens de Ngwenya (uma região da planície) e de
Xinhangane (localizada na serra).
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Traduzido em português, kuphahla significa invocação dos espíritos dos antepassados
enquanto quemutwalo, significa bagagem. Neste sentido toda a expressão significa " fazer
cerimónias em torno da bagagem". Esta cerimónia é dedicada aos trabalhadores migrantes,
quando regressados das plantações ou minas da África do Sul. É antecedida por uma pequena
cerimónia, que consiste em deixar a bagagem à chegada, na entrada principal do quintal,
phango, onde o recém-chegado recebe um banho com sangue de galinha. De acordo com José
Nhandza, o objectivo deste ritual é de tirar os maus espíritos que eventualmente possam
acompanhar o regressado.
A seguir faz-se okuphahlamutwalo, em que o migrante juntamente com a sua bagagem dirige-
se para o ndhumbene (palhota para cerimonias) ou para o gandzelene (árvore de cerimónias,
normalmente no centro do quintal). Num destes locais procede-se ao que se chama
Kuhlahlamutwalo ou seja a abertura da bagagem. Este gesto é feito na presença dos anciãos a
quem o migrante apresenta pormenorizadamente os seus bens e os alheios, entregues pelos
colegas para as suas famílias. Na essência a cerimónia visa agradecer os tinguluvi (defuntos)
pelo auxílio prestado durante o trabalho e a viagem de regresso. Os anciãos desempenham um
papel importante em relação a este último aspecto, pois inclusive, ajudam o regressado
na redistribuição dos produtos com o propósito de evitar desvios ou perdas e os conflitos que
disso possam advir.
36
CAPITULO VIII
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A QUESTAO DA RELIGIAO NA CULTURA RONGA
A maior parte dos marongas mesmo sendo crentes da religião moderna, consultam também a
religião tradicional alegando que são africanos, e nos como africanos não podemos somente
nos apegar a religião moderna, mais sim a tradicional. Hoje em dia a religião mais
frequentada é a religião crista Zione pois alega se que la existe o poder da cura.
A cura nesta igreja esta associada a pratica desempenhada também um papel vital no que
respeita a doutrina da igrejqa. Para os ziones todos casos vistos no âmbito da religião
tradicional são sisceptiveis de provocar doenças tais como os espíritos maléficos, acção onde
feiticeiros, ou agressão dos ancestrais pelo incumprimento de regras ou pela ruptura de
interditos merecem uma atenho especial.
O profeta recebe inspiração do espírito santo a qual lhe permite reconhecer as causas e as
origens de certas doenças indicar as medidas terapêuticas a seguir no referente aos tipos e
locais de tratamento. Prever o futuro e prevenir que certos males aconteçam. Nos processos de
cura a agua é um elemento indispensável a qual se aliam a cinza e sal, processos curativos em
que entram os elementos.
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A religião moderna
Quanto a religião esta mais ligada a religião cristã, zione, Sião , católica,
evangélica,pentecostal, islâmica e angelicana.
De 1997 até 2007, verifica-se a reducao do numero de pessoas que dizem não pertencer a
qualquer religião . houve também reducao do numero das pessoas que pertenciam a igreja
zione. O numero de católicos por sua vez aumentou. O numero de muçulmanos também
baixou , e os protestantes dobraram o seu numero.
A religião tradicional
O kuphalha sendo o culto principal dos marongas, constitui um dos elementos culturais a
conhecer e percebe-lo através de processos de pesquisa etnográfica envolvendo a escola. sabe-
se que o fenómeno constitui pratica a nível local, caso dos vatswa, varianddo na sua de lugar
para lugar.
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CAPITULO VIII
CONSTRANGIMENTOS DA PRATICA CULTURAL
40
línguas que abundam, alicerçado pela vastidão do seu território e influência de culturas dos
países vizinhos. Assim, podem ser apontados alguns factores que podem concorrer
negativamente para a manutenção dos traços culturais tradicionais originais:
O matrimónio conjugal entre uma pessoa que passou pelos ritos de iniciação com
outra que não passou pelo rito;
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função de harmonização (e também a função terapêutica) que confere aos ritos um sentido de
coesão e pertença com os processos de identificação e desidentificação.
Ritos de Viuvez
São ainda uma pratica bem frequente, mais para as viúvas do que para os viúvos. As
propostas recolhidas não de que estes ritos devem deixar de ser praticado, pós baseiam-se
superstição e humilham, e maltratam mulher. Relação Homem-Mulher
Antigamente não eram tao frequente os divórcios porque as mulheres estavam ligadas ao
marido pelo lobolo, e enquanto não restituísse esta não podia sair do lar, por mais espezinhado
que seja. Actaulmente e porque a mulher já não vive inteiramente dependente do homem
participando em vários sectores de produção. Assim as separações e divórcios são bastantes
frequentes sobretudo em distrito como Manhiça e Marracuene. As causas mais frequentes
apontam para o divórcio é: O amantimos e adultério A separação dos lares e muito frequente,
ora porque o marido arranjou amante e já não liga a mulher. Há casos em que a mulher
comete adultério e o homem, mas suportando, encaminha o problema para o tribunal, pedindo
divorcio…”(distrito da Manhiça).
A insatisfação sexual.
Os maus tratos por um dos conjugues também podem ser causa para divorcio ou abandono do
lar.Uma outra razão apontado e a ausência prolongada dos maridos que vá o para a Africa de
Sul, em especial nos distritos de Magude e Namaacha.
Em geral, nos casos de divórcio ou separação, tem sido ficar com as crianças e com os bens
materiais do lar.
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As propostas das pessoas e que os jovens devem ser educados devidamente e deve assumir a
responsabilidade o casamento para evitarem assim os divórcios.
Mães Solteiras
Existem bastantes casos de mães solteiras, tendo o problema sido especialmente levando no
dígito de Magude.
Em geral dá-se quando a jovem esta noiva e se deixa engravidar antes de efectivar o
casamento. A partir dai o noivo abandona-a e dificilmente ela arranja outro homem com quem
casar.
Aquela que tem dificuldades em arranjar um emprego, quando abandonada pela família acaba
por cair na prostituição.
Foram feitas propostas no sentido de que se exijam responsabilidade aos homens no sustento
dos seus filhos.
Prostituição
Isto acontece por exemplo, com mulheres que tem o maridos na Africa do Sul, e que se
prostituem.
Amantismo e Adulterio
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Relação Pais e Filhos
São frequentes os problemas entre pais e filhos, os pais acusam os filhos de falta de respeito
pelos mais velhos, e de falta de educação.
Dizem não saber como educar os filhos, pois já não é permitido bater e não conhecem que
outros castigos lhes podem dar.
Por sua vez os jovens dizem que a sua ma educação é reflexo do comportamento dos pais, há
os que discutem e se batem em frente dos filhos.
Existem pais que querem obrigar os filhos casar com homens mais velhos, ou de “categoria
superior” o que leva a revolta desta contra os pais.
É normal respeitar-se o pai por medo, mas pouco respeito tem pela mãe. Ainda no que diz
respeito as relações na família, apontam – se os seguintes aspectos:
-Muitas vezes a mulher desconhecem qual é o salario do seu marido e este da apenas o que
serve para o sustento do lar.
-Os homens e mulheres ainda não cumprem igualmente as dever e responsabilidades no lar,
contudo verificam-se certas melhorias, por exemplo, já se pode ver pais que vão com crianças
a consulta, quando estas estão doentes.
A mulher na produção
Na sua maioria, a mulher trabalhadora é camponesa dos sectores e cooperativistas.
Numa população de 22300 pessoas activas nos vários ramos da vida produtora, quase metade
e (110 mil) são mulheres.
No sector familiar responsabilidade por cerca de 80% da produção agrícola, que trabalha nas
machambas são as mulheres, mesmo a mulher doméstica, nos bairros, tem a sua pequena
machamba para a produção de comida para a família.
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-Uma foi a criação de cooperativas agrícolas.
-A outra foi a integração dum número bastante significativo de mulheres como trabalhadoras
assalariados nas machambas.
O trabalho na cooperativa é para elas uma nova oportunidade de participar numa produção
organizada fora do âmbito familiar.
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Conclusão
Percebeu-se ainda, que a cultura dos marongas é bastante diversificada, O ritual kutxinga ou
pitha-kufa nalgumas línguas vernaculares de Moçambique equivale a levirato que significa ao
união entre a viúva e o irmão do falecido. A morte também é poluente. Todos os objectos da
casa ficam contaminados de ndzaka. Por um lado ndzaka se refere a tudo o que pertencia ao
morto e que passa para os seus herdeiros; por outro, ndzaka refere-se a uma maldição que
mata a todos os que se apoderam dos bens (incluindo a mulher) do morto antes da realização
do ritual e que deve pertencer aos vadivandzaka, que são os herdeiros, neste caso, os filhos e
irmãos mais novos.
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Fontes Orais
CONCEIÇÃO, José, entrevista feita em Maputo sobre o meu nascimeto e sua vida..
48
Glόssario
Mimunti-casas
Lobolo-casamento tradicional em que o noivo oferece dote familia da noiva;
Vemba-capulana de taanhomedio que se usa por cima do mucume;
Xikwembu-Deus;
Swikwembu-espiritos maus;
Maheu-bebida feita a base de farinha de milho;
Mucume-capulana grande para a cobertura de todo o corpo;
Kutxinga-ritual que consiste na união entre o irmão do falecido e viúva;
Kuphalha-culto de invocação aos antepassados;
Massungukati-mulheres adultas:
Vana-filhos;
Mhamba- culto;
Kuhangalasa nkuma-espalhar cinza:
Xingombela-dança moçambicana praticada por rapazes e raparigas:
Xingomane-dança tradicional;
Tinguluvi-porcos;
Ndonba-palhota;
Xiguinha-prato feito a base de mandioca, coco e amendoim;
Upshwa- pasta espessa que resulta da cozedura de farinha de milho ou mandioca.
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ANEXOS
50
BIOGRAFIAS
I-Vovό Nduvane
51
Victoria Nduvane , tem 70 anos de idade, tem 10 filhos dos quais 7 são homens e 3 são
mulheres .
Ela casou com 20 anos, e diz que a maneira dela de namorar não era a mesma maneira deste
tempo, o casamento dela foi da maneira seguinte :
O irmão do noivo foi até sua casa conversar com seus pais, os pais da avó Victoria
chamaram-lhe e disseram que a família ali presente vinha pedir água, pedir água era uma
designação usada para pedir a mulher em namoro naquela altura, o pai chamou a ela e suas
duas irmãs, seus pais perguntaram se eles conheciam a mulher que queiram eles disseram que
sim apontando a ela.
Mas avó Victória não queria casar , porque ainda era nova, mas a mulher do seu irmão mais
velho , aconselhou-lhe a não recusar o pedido , mas com respeito, não falou em frente dos
mais velhos, seu futuro marido estava em Maputo, apenas seu irmão é que foi para Gaza
conversar com a família da avó Victória, ela prometeu pensar no assunto.
O irmão voltou depois de uma semana para ver qual seria a resposta da avó Victória,
felizmente ela aceitou o pedido, toda família ficou felíz com a aceitação.
Assim, seguiram com a cerimônia do lobolo , ele foi simplesmente com dinheiro, naquele
tempo não haviam boas condições para se levar mocumes e outros artigos habituais, seu pai
queria 2000 mil , mas sua irmã mais velha sugeriu que cobrassem 3000 , e assim foi .
O passo seguinte foi trazer o marido a casa da noiva em Gaza para que ela o conhecesse ,
conheceram-se e depois ela e seus irmãos foram a casa dele para igualmente conhecer , eles
foram e mesmo ela estando casada no dia em que foi conhecer ela não dormiu em casa do
marido .
Quando estava prestes a mudar, sua mãe e cunhada aconselharam-lhe , dizendo que devia
obedecer seu marido, que ela não podia ter máu comportamento.
Depois de casar eles viveram juntos, tiveram como primeiro filho um rapaz , eles não tinham
condições muito boas, até que ela decidiu vender amendoim mas seu marido não concordou
porque não queria que pensassem que ele a estivesse a castigar, mas ela insistiu e disse que
era para ajudar nas despesas.
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Avó Victória diz que nunca pensou em abandonar seu marido devido aquelas condições ela
aguentou firme até que as coisas melhoraram, ela incentiva-nos ao respeito, a paciência e
acima de tudo amor a família!
II-Vovό Mate
Maria Francisco Mate , nascida em Xai-Xai no dia 3 de Fevereiro de 1963 ,tem 7 filhos.
Avó Maria diz que sua vida vou de sofrimento, seu pai tinha 5 mulheres , pelo menos 4 iam a
escola menos sua mãe, para a mãe alimentar-se a si e sua filha Avó Maria era muito difícil.
53
Depois de um tempo, Avó Maria encontrou um homem para casar-se com ela, ela casou
oficialmente, mas ela não sabia sequer escrever seu nome, porque não foi a escola durante
sua infância , mas foi instruída as pressas para conseguir escrever seu nome no registo do seu
casamento.
Isso doeu-lhe bastante, seu marido ofereceu-lhe uma oportunidade de fazer curso de costura ,
mas ela não sabia quase nada , para tirar medidas tinha que destacar as medidas com objectos
, ela tinha ajuda da sua amiga , com esse curso ela conseguia fazer fatos e calças .
Sua preocupação era maior por saber que não estava alfabetizada, ela tinha que escrever seu
nome completo, e já sabia pelo menos isso, mas não se contentou, ela queria escrever mais e
poder ler.
Seu marido perdeu a vida, ela ficou com os seus sete filhos, e não queria de envolver com
homens que só queriam fazer brincadeiras , seu desejo era casar outra vez, então casou-se
denovo.
O seu actual marido percebeu que avó Maria tinha um enorme desejo de ir a escola até que
reuniu todos seus esforços e meteu-lhe numa escola em que ela começou da pré, aprendeu a
escrever e ler seu nome, fazia ditados, fez de pré até agora que está na terceira classe ,
agora ele consegue mandar mensagem através do seu celular.
Seus filhos davam-lhe forças, queiram que ela avançasse e ela não recusou , porque ela
sempre quis mas nunca teve , até hoje ela estuda numa comunidade religiosa que tem ensino
exclusivo aos idosos , ela diz que é muito bom estudar, seu desejo agora é sempre avançar
pois sofreu muito!
54
III- Vovό Conceição
Avô Conceição, diz ter sido tropa em 1967 até 1970 , esteve em Nampula, esteve em Moeda,
em Nacala , trabalhou como serralheiro na vida Civil, há 35 anos de trabalho, nesse tempo de
trabalho teve muitos amigos, muitas experiências de vida, ele diz que viveu muito bem desde
o tempo colonial até agora nunca teve um problema grave, nunca foi preso, nunca foi
agredido.
Ele fez muitas histórias que assim contando levariam muito tempo tinham mesmo de ser
vistas porque naquele tempo não havia como fazer gravações .
Mas ao longo da sua caminhada, sua vida foi marcada negativamente com um desastre em
Nampula onde deslocou acidentalmente sua perna .
Como ensinamento e conselho ele deixou ficar o seguinte : Que estudemos com muito afinco,
que tudo corra bem com os nossos cursos , que façamos tudo que for bom para ganhar a nossa
vida, que formemos nossos lares e nossa família com amor e cuidado, diz ainda que não
existem mais conquistas além dessas.
55
Que sejamos sérios, mesmo estando num mundo em que existem muitos caminhos desviados
e brincadeiras , que sejamos firmes nos nossos objectivos , que não haja violência nos nossos
lares , que sejamos sempre unidos !
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Dedicatória
Dedico este a Deus todo poderoso por me ajudar física e espiritualmente, me dando forças
para lutar contra os obstáculos. Aos meus pais Gimo Machanguana e Cristina Bila, que lutam
incansavelmente para garantir alimento e custear minhas despesas académicas. À minha
colega de carteira Belarmina Mavanga pela troca de experiencias e pelo suporte que tem me
dado.
97
Agradecimentos
Por este trabalho agradeço desde o ensino primário a minha professora Valentina Chacatane
que me ensinou a ler e a escrever. No ensino secundário geral ao meu professor Justino Nhaca
que descobriu minhas potencialidades na área da comunicação. À todos professores da Escola
de Jornalismo com destaque à professora Kira Manhiça e Elias Djive que moldaram em mim
o gosto pelo jornalismo, e finalmente ao professor Alberto Sabão Muvale ao qual devo a
realização deste trabalho e pelos conhecimentos adquiridos para a realização dos trabalhos
ciemtificos.
98
CAPÍTULO I:
INTRODUÇÃO
1.1 Breves Considerações
Neste trabalho de pesquisa sobre a utilização da opinião do jornalista nas notícias da TV
Miramar, tem como tema a aplicação de juízo de factos nas notícias do Programa Fala
Moçambique da TV Miramar aos telespectadores do Bairro de LaulaneˍMaputo, com o
objectivo geral de compreender o uso do juízo de factos pelos jornalistas nas notícias da TV
Miramar aos telespectadores do Bairro de LaulaneˍMaputo.
A nossa justificação com apesquisa sobre a utilização da opinião do jornalista nas notícias da
TV Miramar é o uso das técnicas noticiosas nos órgãos de comunicação social em particular
99
na TV Miramar, para trazer notícias verídicas aos telespectadores, que baseouˍse na revisão
bibliográfica para a sua pesquisa.
Em condições normais, o jornalista da TV Miramar não deve apresentar juízo de factos nas
notícias. Segundo Gradim (2000: 28) “ o jornalista deve ser neutro, não deve estar a favor e
nem contra as informações que tratam.
100
A TV Miramar promove capacitações aos jornalistas na matéria de apresentação das notícias
em relação a aplicação de juízo de factos.
Entretanto, a nossa pergunta é: que benefícios tema TV Miramar com a aplicação de juízo
de factos nas notícias transmitidas aos telespectadores do Bairro de Laulane-Maputo?
1.3 Justificativa
A pesquisa sobre a aplicação de juízo de factos nas notícias da TV Miramar mostra aos
telespectadores do Bairro de Laulane-Maputo que as transmissões das notícias devem
obedecer as formas de apresentação de acordo com autores do jornalismo.
O uso das técnicas noticiosas nos órgãos de comunicação social em particular na TV Miramar
visa trazer as notícias verídicas aos telespectadores.
1.5 Hipóteses
101
A causa da aplicação de juízos de factos está ligada a falta de aplicação de técnicas
jornalísticas por parte dos jornalistas durante a apresentação das notícias.
CAPITULO II:
REFERENCIA BIBLIOGRAFICA
102
Notícia é um texto jornalístico eminentemente informativo, relativamente curto, claro, directo
e conciso que segue uma estruturafixa.(Simão 2007:24).
Jornalistaé o profissional responsável pela apresentação das notícias com rigor e exactidão.
Gradim (2000: 26).
103
destruirreputações e criar confusões. No entanto, nem sempre há percepção destes perigos. O
juízo de factos na televisão é acentuado, e tem maior observação gerando total descontrole."
(Christofoletti 2004: 34). Com tal pressuposto, podemos entender que o jornalista deve
recorrer à revisão das notícias junto do seu editor.
RICARDO (1989: 49) "cabe ao jornalista a análise das notícias com rigor, o contexto em que
ocorreram, as circunstâncias que as rodearam, as respectivas causas bem como as motivações
dos agentes activos e passivos da acção. O respeito ao direitodos cidadãos ao bom nome
enaltece a fidelidade dos factos, o jornalista não deve confundir a realidade como o que
gostaria que ela fosse, nunca se paute por interesses pessoais sejam eles de quem os forem."
GRADIM (2000: 117) "o jornalista deve relatar os factos com rigor e exactidão e interpretá-
los com honestidade. Os factos devem ser comprovados, ouvindo as partes com
interessesatendíveis, no caso. A distinção entre notícia e opinião deve ficar bem clara aos
olhos do público. Misturar factos com opiniões, aparência de rigor com a manipulação, devem
ser consideradas impasses profissionais graves."Significando que o jornalista não deve impor
suas opiniões nas notícias, deve apresentar a notícia tal como ela é.
"Na televisão, tudo que for detectado tem que ser corrigido na edição seguinte. Ai vai a
honestidade intelectual do jornalista. Se a opinião pessoal for percebida, tem que se informar
ao editor e, tem que fazer a correcção por uma questão de honestidade." (Martino 2005: 312).
Sendo assim, para o combate ao juízo de factos o chefe da redacção encontra-se
responsabilizado de maneira geral a conhecer os focos de apresentação de notícias da sua
televisão e corrigir.
TRAQUINA (2002: 36) "porque um jornalista deve ser uma mera máquina que repete, apesar
de uma orientação editorial. Ele não deve conhecer nenhum dono, mas só o seu dever, e esse
dever é o de fornecer a verdade exacta." Deste modo, o jornalista da TV Miramar deve
desenvolveraptidões e habilidades na apresentação de notícias.
104
2.3.2.1Subjectividade nas notícias da TV Miramar
"Notícia é um texto de consumo rápido e imediato. Não obstante carrega
consigocomplexidades e subjectividades de um processo interlocutório amplo e complicado,
qualquer relato noticioso resulta da interveniência de múltiplos sujeitos alguns deles
protagonistas dos factos, outros narradores dos factos." (Traquina 2002: 104).
DUARTE (1999: 207) "a indispensável virtude da objectividade das notícias, está dificultada
pela complicação das interacções ao longo do processo. Nos telespectadores, temos que ter
em conta uma limitação de raiz biológica: a mente humana, dificilmente associa ideias."
Portanto, esse processo nem sempre se mostra eficiente, porque não há uma política clara na
televisão e a percepção da imposição da opinião dos jornalistas não é apurada e pouco
interessa aos telespectadores dar transparência dos seus deslizes. Sendo jornalismo uma
actividade social que se apoia no compromisso de noticiar as pessoas dos principais
acontecimentos da sociedade. Mas, como se espera, as notícias devem ser precisas, exactas e
fiéis aos factos. Logo, os telespectadores esperam notícias de qualidade, sem imposição da
opinião dos jornalistas.
105
"A notícia deve relatar factos com maior rigor possível. É preciso que os factos falem por si.
Um profissional da comunicação que inter-venha na notícia interpretando os factos,
extraindoconclusões próprias, adultera o valor da informação e conduz o telespectador a tirar,
por vezes, ilações incorrectas." (Araújo 1990: 46).
CAPITULO III:
METODOLOGIA
106
3.1.1 Método de procedimento
Os métodos de procedimento para a pesquisa sobre a utilização da opinião do jornalista nas
notícias são: monográfico e estatístico.
107
Quanto a delimitação a TV Miramar, delimita-se,a Sul pelo Palácio dos Casamentos, a Oeste
pela Igreja Santo Agostinho, a Este pela escola Santo António da Polana, a Norte pelo Hotel
Polana.
O Bairro de Laulane localiza-se no distrito Municipal KaMavota,no município de Maputo, na
região sudoeste.
Quanto a delimitação a TV Miramar, delimita-se,a Sul pelo Palácio dos Casamentos, a Oeste
pela Igreja Santo Agostinho,a Este pela escola Santo António da Polana, a Norte pelo Hotel
Polana.
108
CAPÍTULO IV:
APRESENTAÇÃO DE DADOS E INFORMAÇÃO E TRATAMENTO
109
Os elementos da pesquisa para a compreensão da utilização da opinião do jornalista nas
notícias do Programa Fala Moçambique da TV Miramar aos telespectadores do Bairro de
Laulane-Maputo são: 3 membros da direcção correspondente a 3.8%, 70
telespectadorescorrespondente a 87.5%, e 7 jornalistas correspondente a 8.8%, de 80
elementos. (Tabela 1). Também observamos a utilização da opinião do jornalista nas notícias
do Programa Fala Moçambique.
110
Com os elementos apresentados constatamos que 73.8% dos 80 elementos da nossa pesquisa
sobre a utilização da opinião do jornalista da TV Miramar confirmam que os jornalistas não
tem capacitação para a função que desempenham, porque acham que não há necessidade de
receber capacitação nesta área.
Com os elementos acima apresentados, 46.3% dos elementos da nossa pesquisa afirmam que
a forma de apresentação das notícias é subjectiva, 22.5% dizem que a forma de apresentação
das notícias é clara, e 31.3% são unânimes ao concordar que as transmissão das notícias é
feita com concisão. Portanto podemos concluir que a forma de apresentação das notícias não é
satisfatória aos telespectadores, e estes elementos recebem as notícias com subjectividade,
devido a não capacitação dos jornalistas.
111
O programa tem mais audiência 12 1 5 18 22.5
O programa é mais visto 9 2 1 12 15
Total 70 3 7 80 100
Com a apresentação dos dados da nossa pesquisa, constatamos que 62.5% dos elementos
assistem o programa Fala Moçambique da TV Miramar é assisto devido a sua hora, e são
poucos que não assistem.
112
A opinião dos jornalistas influenciam aos telespectadores 40 0 0 40 50
Não influencia em nada 20 2 2 24 30
As opiniões dos jornalistassão válidas 10 1 5 16 20
Total 70 3 7 80 100
Com os elementos acima apresentados, 50% dos elementos afirmam que a opinião do
jornalista influencia aos telespectadores, 30% concordam que em nada influencia a opinião do
jornalista, e poucos dizem que são válidas as opiniões dos jornalistas.
Com os dados acima apresentados 61.3% dos elementos confirmam que os jornalistas da TV
Miramar não observam as regras bibliográficas , 18.8 % que concordam que aplicam aquilo
que sabem, e outros acham que não há observação das regras bibliográficas.
113
As notícias são veridicas 21 2 2 25 31.3
As notícias são aceitáveis 10 0 0 10 12.5
Total 70 3 7 80 100
Com os elementos apurados constatamos que 56.3% dos elementos concordam ao afirmar que
as notícias são credíveis, 31.3% afirmam que as notícias são verídicas, e poucos acham que as
notícias são aceitáveis.
Com os dados acima apresentados 67.5% dos elementos são unânimes ao afirmar que os
jornalistas devem ter formação para melhorar as formas de apresentação das noticias, e
poucos acham que os jornalistas precisam apenas de aperfeiçoar.
CAPITULO V
CONCLUSÕES E SUGESTÕES
114
5.1 Conclusões
Na aplicação de juízo de factos nas noticias da TV Miramar aos Telespectadores do Bairro de
Laulaneˍ Maputo, chegamos a conclusão da causa, consequência e solução da utilização da
opinião do jornalista nas noticias da TV Miramar e concluímos que˸
Na observação das regras bibliográficas pelos jornalistas, concluímos que não estão a ser
observadas as regras bibliográficas estabelecidas pelas obras bibliográficas desta área de
conhecimento, o que cria ruído nas notícias.
115
5.2 Sugestðes
Na capacitação dos jornalistas da TV Miramar sugerimos o seguinte ꞉
Que os jornalistas tenham uma formação profissional em jornalismo.
Que os jornalistas recorram as obras bibliográficas para poder se apoiar.
Referência bibliográfica
ARAÚJO.Comunicação Social, 2ͣ edição, São Paulo, Editoras Atlas, 1990 p. 47.
BARROS, João. Gramática da Lingua portuguesa. 5ͣ edição, Textos Editores, Lisboa,
2008, p. 127.
116
CHRISTOFOLETTI, Rogério. Erro nos jornais, 2ͣ edição, alcance editora, Maputo, 2004, p.
346.
CORNU, Daniel. Jornalismo e Verdade, Editora Rolo e Filhos Lda. Lisboa, 1994, p. 471.
DUARTE. Conceitos de jornalismo, Editora da Universidade de São Paulo, São Paulo
Brasil, 1999, p. 207.
FONSECA,J.J.S. Metodologia da pesquisa cientifica, 7ͣedição, Fortaleza editoras꞉ UEC,
2002, Apostila, p. 450.
GIL, Antomio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social.5ͣ edição, Atlas S.A, 1999, P.
203.
GRADIM, Anabela. Manual de jornalismo, Editor Instituto de comunicacao social, Covilhã,
2000 p. 117.
LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Marina de Andrade. Técnicas de pesquisa, 7ͣ edicao ,
Editora Atlas S.A, São Paulo, 2015, p. 296.
MARTINO, Luis. Teorias de comunicacao, 4ͣ edição, Editora Vozes, petropilis, 2005, p. 312.
MOREIRA, Tecnica de pesquisa, 2ͣ edição, porto Editora, Brasil, 1995, p.
RICARDO, Daniel, Manual do jornalista, Ediçðes ˵ O jornal, Lisboa, 1989, p.138.
SIMAO, João. Manual de jornalismo impresso. Universidade Traz Montes w Alto Douro.
2007, p. 45.
TRAQUINA, Nelson. O que é jornalismo, Quimera Rditores Lda, São Paulo, Lisboa, 2002,
p. 223.
VELOSO, Terêncio. O mundo da comunicação, Abasma Editora, Rio Grande do sul Brasil,
2005, p. 36.
Anexos
117
Anexo I˸ Inquérito sobre a aplicação de juízo de factos aos 70 telespectadores da TV
Miramar.
Este inquérito contém 14 perguntas, das quais 11 abertas e 3 fechadas.
118
a) Assisto sempre ( )
b) Não assisto programa Fala Moçambique( )
c) Nunca ouvi falar do programa Fala Moçambique ( )
2- Qual é a percepção que tem dos conteúdos das notícias apresentadas na TV Miramar?
a) Os conteúdos apresentados são perceptíveis ( )
b) Os conteúdos são subjectivos ( )
c) Os conteúdos apresentados são compreensíveis( )
119
9- Acha que opinião do jornalista influencia o telespectador? Se sim de que
forma?_____________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________.
10- Acha que o jornalista devia dar seu parecer sobre as notícias
apresentadas?________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________.
120
a) Os jornalista da TV Miramar não precisam de nenhuma formação ( )
b) Todos o jornalista da TV Miramar têm formação no jornalismo( )
121
___________________________________________________________________________
_______.
9- O jornalista acha necessário dar a sua opinião nas notícias do programa Fala
Moçambique?________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_____.
Anexo III˸ Inquérito sobre a aplicação de juízo de factos aos 3 membros da direcção da
TV Miramar.
Este inquérito contém 10 perguntas, das quais 8 abertas e 2 fechadas.
122
1- A TV Miramar tem optado por realizar capacitações aos seus profissionais?
a) A instituição não tem condições para realizar capacitações( )
b) Os jornalistas têm participado nas capacitações ( )
c) Não são todos os jornalistas que participam nas capacitações ( )
4-O que a direcção da TV Miramar tem feito para apoiar a apresentação das
notícias?____________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________.
6- Quais são asdificuldades que a direcção da TV Miramar tem enfrentado na transmissão das
notícias?____________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________.
123
7- A direcção da TV Miramar tem feito manutenção ou dado assistência aos seus
profissionais?________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________.
10- A direcção daTV Miramar está satisfeita com o trabalho dos seus
profissionais?________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________.
124
2-Observar o impacto da aplicação de juízo de factos nas notícias da TV Miramar.
125
126
127
1. Tema de Pesquisa
Aplicação de Juízo de Factos nas Notícias da TV Miramar aos Telespectadores do
Bairro deLaulane-Maputo
Entretanto, a nossa pergunta é: que benefícios tem a TV Miramar com o uso do juízo de
factos nas notícias transmitidas aos telespectadores do Bairro de Laulane-Maputo?
1.2 Justificativa
O quenos leva a pesquisaro juízo de factos nas notícias da TV Miramar é para trazer as formas
de apresentação das notícias de acordo comautores do jornalismo.
As formas de apresentação das notícias de acordo com outros autores do jornalismo importam
a melhoria das técnicas noticiosas nos órgãos de comunicação social em particular na TV
Miramar.
O uso das técnicas noticiosas nos órgãos de comunicação social em particular na TV
Miramar, é para trazer notícias verídicas aos telespectadores.
1.3.1Objectivo geral
Compreender o uso do juízo de factos pelos jornalistas nas notícias da TV Miramar aos
telespectadores do Bairro deLaulane-Maputo.
1.4 Hipóteses
129
A causa do uso do juízo de factos pelos jornalistas nas notícias da TV Miramar, é provável
que seja à falta de aplicação das técnicas jornalísticas por parte dos jornalistas durante a
produção das matérias.
A solução para o uso do juízo de factos pelos jornalistas nas notícias da TV Miramar, seria
treinar os jornalistas para aaplicaçãodos princípios jornalísticos.
RICARDO (1989: 49) "cabe ao jornalista a análise das notícias com rigor, o contexto em que
ocorreram, as circunstâncias que as rodearam, as respectivas causas bem como as motivações
dos agentes activos e passivos da acção. O respeito ao direitodos cidadãos ao bom nome
130
enaltece a fidelidade dos factos, o jornalista não deve confundir a realidade como o que
gostaria que ela fosse, nunca se paute por interesses pessoais sejam eles de quem os forem."
GRADIM (2000: 117) "o jornalista deve relatar os factos com rigor e exactidão e interpretá-
los com honestidade. Os factos devem ser comprovados, ouvindo as partes com
interessesatendíveis, no caso. A distinção entre notícia e opinião deve ficar bem clara aos
olhos do público. Misturar factos com opiniões, aparência de rigor com a manipulação, devem
ser consideradas impasses profissionais graves."Significando que o jornalista não deve impor
suasopiniões nas notícias, deve apresentar a notícia tal como ela é.
"Na televisão, tudo que for detectado tem que ser corrigido na edição seguinte. Ai vai a
honestidade intelectual do jornalista. Se a imposição da opinião pessoal for percebida, tem
que informar o redactor e, tem que fazer a correcção por uma questão de honestidade."
(Martino 2005: 312). Sendo assim, para o combate ao juízo de factos o chefe da redacção
encontra-se responsabilizado de maneira geral a conhecer os focos de apresentação de notícias
da sua televisão e corrigir.
TRAQUINA (2002: 36) "porque um jornalista deve ser uma mera máquina que repete, apesar
de uma orientação editorial. Ele não deve conhecer nenhum dono, mas só o seu dever, e esse
dever é o de fornecer a verdade exacta." Deste modo, o jornalista da TV Miramar
devedesenvolveraptidões e habilidades na apresentação de notícias.
131
DUARTE (1999: 207) "a indispensável virtude da objectividade das notícias, está dificultada
pela complicação das interacções ao longo do processo. Nos telespectadores, temos que ter
em conta uma limitação de raiz biológica: a mente humana, dificilmente associa ideias."
Portanto, esse processo nem sempre se mostra eficiente, porque não há uma política clara na
televisão e a percepção da imposição da opinião dos jornalistas não é apurada e pouco
interessa aos telespectadores dar transparência dos seus deslizes. Sendo jornalismo uma
actividade social que se apoia no compromisso de noticiar as pessoas dos principais
acontecimentos da sociedade. Mas, como se espera, as notícias devem ser precisas, exactas e
fiéis aos factos. Logo, os telespectadores esperam notícias de qualidade, sem imposição da
opinião dos jornalistas.
132
extraindoconclusões próprias, adultera o valor da informação e conduz o telespectador a tirar,
por vezes, ilações incorrectas." (Araújo 1990: 46).
1.6Metodologia
Metodologia é o estudo de caminhos para se chegar a um determinado fim. De acordo com
FONSECA (2002) metodologia é o estudo da organização dos caminhos a serem percorridos
para se realizar uma pesquisa ou para se fazer uma ciência. Na nossa pesquisa sobre a
aplicação de juízo de factos no programa Balanço Geral da TV Miramar, usamos dois
métodos de procedimento e um de cientificidade.
133
Os métodos de cientificidade são métodos de uma determinada área de conhecimento. Sendo
assim o método de cientificidade para a aplicação de juízo de factos na TV Miramar é a
entrevista.
Quanto a delimitação a TV Miramar, delimita-se,a Sul pelo Palácio dos Casamentos, a Oeste
pela Igreja Santo Agostinho,a Este pela escola Santo António da Polana, a Norte pelo Hotel
Polana.
O Bairro de Laulane localiza-se no distrito Municipal KaMavota,no município de Maputo, na
região sudoeste.
A TV Miramar localiza-se na Avenida JuliusNyerere, na Rua n° 1555, atravessado pela
Avenida Marginal, no Bairro da Polana Cimento, Distrito Municipal Kampfumo, na Cidade
de Maputo, perto da Presidência da República.
Quanto a delimitação a TV Miramar, delimita-se,a Sul pelo Palácio dos Casamentos, a Oeste
pela Igreja Santo Agostinho,a Este pela escola Santo António da Polana, a Norte pelo Hotel
Polana.
O Bairro de Laulane localiza-se no distrito Municipal KaMavota,no município de Maputo, na
região sudoeste.
Quanto a delimitação
1.8 População e Amostra da pesquisa
134
Apopulação da aplicação de juízo de factos no programa Balanço Geral da TV Miramar é
constituída por 12.000 programações, 17 jornalístas, 3.000 telespectadores, 3 membros da
direcção totalizando um universo de 59.515.
Guião de Observação
1-Observar as técnicas usadas na das apresentação das notícias da TV Miramar.
135
Inquérito sobre a aplicação de juízo de factos aos telespecatdores da TV Miramar
Este inquérito contém 6 perguntas, das quais 3 abertas e 3 fechadas.
136
2- Qual é a percepção que tem dos conteúdos das notícias apresentadas na TV Miramar?
d) Os conteudos apresentados são perceptíveis ( )
e) Os conteudos são subjectivos ( )
f) Os conteudos apresentados são comprensíveis( )
137
10- Acha que o jornalista devia dar seu parecer sobre as notícias
apresentadas?________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________.
138
2- Os jornalistas da TV Miramar estão satisfeitos com as apresentações das notícias no
programa Balanço Geral?
c) Os jornalista estão satisfeitoscom a apresentação das notícias ( )
d) Os jornalistas não estão satisfeitos com a apresentaçãodas notícias ( )
139
8-O jornalista da TV Miramaré
imparcial?___________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________.
9- O jornalista acha necessário dar a sua opinião nas notícias do programa Balanço
Geral?______________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________.
140
2-Os membros da direcção já receberam reclamações por parte dostelespectadores?
d) A direcção da TV Miramartem recebido reclamações com frequências ( )
e) Os membros da direcção nunca receberam reclamações ( )
f) Os telespectadores não temde quê reclamar ( )
4-O que a direcção da TV Miramar tem feito para apoiar a apresentação das
notícias?____________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________.
6- Quais são asdificuldades que a direcção da TV Miramar tem enfrentado na transmissão das
notícias?____________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________.
141
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________.
10- A direcção daTV Miramar está satisfeita com o trabalho dos seus
profissionais?________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________.
143