Sei sulla pagina 1di 79

Resumo para o Exame de História de Arte

Pré-história

“O desejo de expressão pela arte é tão profundamente humano que desde a pré história se
tem manifestado sem interrupção em toda a terra”

A arte do paleolítico é o inicia da História da arte e a mais antiga produção artística de que se
tem conhecimento. Esta arte situa-se na pré-história, e tem inicio há cerca de 2 milhões de
anos estendendo-se até c.8000 a.c Este período situa-se na Idade do Gelo.

São deste período instrumentos de pedra talhada, decoração de objectos, jóias para diferentes
partes do corpo, pequena estatuária representando a figura feminina ou animais, relevos e
pinturas rupestres com temática de caça e figuras isoladas de animais ou caçadores.

Foi com o Homo Habilis que se começou a fabricar e a usar objectos. Foi um passo importante
na humanidade visto permitir um maior domínio da Natureza. Os objectos eram considerados
como extensão dos braços.

A partir dos 500 mil anos, o Homo Erectus (que passa a conseguir estar em pé) faz uma melhor
utilização desses mesmos objectos desenvolvendo-os. Uma das principais invenções foi o
biface (pedra com duas faces), que perfurava com o bico, rasgava com os seus lados e raspava
com a parte redonda.

Além de criar objectos para satisfazer necessidades começou


a criar objectos de adorno pessoal.

Através da antropologia descobre-se que estes povos


através da representação de objectos entendem que existe o
objecto.

As primeiras criações artísticas relacionavam-se


directamente com de fundo cultural, geográfico e social. O
Homem era extremamente influenciado por factores
naturais (clima, fauna e flora) e, por isso, os temas da arte
paleolítica focam, acima de tudo, elementos do meio ambiente (como o reino animal,
principalmente o alvo da sua caça – manadas de renas).

O Homem era nómada e além da caça e pesca, alimentava-se de plantas, raízes e algumas
flores.

Após o início da produção manual de objectos começam a surgir os primeiros indícios de


decoração dos mesmos, mas só no Paleolítico Superior se fazem as primeiras tentativas de
transpor algo real para um determinado suporte. Foi necessária uma observação cuidada da
natureza envolvente e a percepção de que era possível a reprodução do mundo visível através
de um novo método.

A hipótese mais defendida sobre o objectivo da arte paleolítica é a que os primeiros objectos
de arte não eram utilitários ou adornos, mas uma tentativa de controlar forças sobrenaturais.
O objectivo não é proporcionar uma imagem impressionante acessível a todo o grupo, a arte
pela arte, mas antes seguir um ritual mágico. Por exemplo, antes de caçar o homem
desenhava o animal de forma a aprisioná-lo. Na guerra, aprisionar as estátuas que
representassem os deuses era conter uma parte do Deus.

O resultado estético não seria mais do que uma consequência secundária do objectivo
principal. De qualquer modo não se pode eliminar totalmente a hipótese de um objectivo
estético consciente. O Homem começou a dar mais significado à produção artística consciente,
como resultado dessa necessidade espiritual.

Alguns nomes importantes que estudaram esta arte:

Henri Breuil, faz um estudo que explica que a arte é um apoio para a caça. É conhecido pelo
seu trabalho no estudo da arte rupestre e era considerado um perito devido aos seus estudos
na gruta de Lascaux.

Leroi Gourban, em meados do séc.XX estuda a arte do paleolítico. É muito conhecido pela sua
obra “Préhistorie de L’art Occidental”

Pintura

As representações pictóricas do homem mais antigas datam do Paleolítico Superior (40.000


a.C.) e foram gravadas em abrigos ou cavernas, nas suas paredes e tectos rochosos. A
arqueologia demonstrou que o Homem da Pré-História já conservava, além de cerâmicas,
armas e utensílios trabalhados na pedra, nos ossos dos animais que abatiam e no metal. Estes
vestígios têm grande valor "documentos históricos", verdadeiros testemunhos da vida do
Homem em tempos remotos e de culturas extintas.

Foram encontradas ao longo do tempo pinturas nos tectos e paredes de escuras grutas. São
pinturas vibrantes realizadas em policromia que causam grande impressão, com a firme
determinação de imitar a natureza.

Considera-se pintura rupestre as representações sobre rochas do homem da pré-história, em


que se incluem gravuras e pinturas.

Os materiais mais usados eram o sangue, saliva, argila, gordura animal e excrementos de
morcegos. Era uma pintura escura, devido à pouca luz ou à luz artificial do fogo. Por isso, as
cores utilizadas eram as cores da terra, os vermelhos e os ocres sopradas por tubos ou usadas
em pincéis (pelo de animal).

Na Europa há mais de 200 grutas com pinturas e gravuras, 85% localiza-se na zona Fraco-
Cantábrica; zona do Levante; Vale do Vezere.

Predominam os desenhos de animais selvagens, como bisontes, cavalos, cervos entre outros. A
figura humana surge raramente, sugerindo actividades como a dança e, principalmente, a
caça, mas normalmente em desenhos esquemáticos e não de forma naturalista, como
acontece com os dos animais. Paralelamente encontram-se também palmas de mãos humanas
e motivos abstractos (linhas emaranhadas).
Muitas das pinturas estão associadas aos chamãs, feiticeiros que entram em contacto com os
espíritos através de um transe. Devido a este contacto as representações eram misturadas
com animais e é frequente serem representados como uma mistura de cavalo, urso, cornos de
rena, etc. A pintura entópica, é também de uso frequente. Devido ao funcionamento do nosso
cérebro, quando temos os olhos fechados conseguimos ainda ver imagens. O homem
inspirava-se nisso e nas tribos, os feiticeiros tomavam ainda substâncias alucinogénicas de
modo a verem este género de imagens, interpretando-as como sinais e conversas com as
divindades.

Nesta pintura havia ainda um pensamento estruturalista associando imagens de animais como
o cavalo, ao homem (símbolo masculino) e os restantes animais, mais delicados à mulher.

Na zonas referidas, as pinturas rupestres mais bem conhecidas são localizadas em:

 Gruta Peche-Merle (descoberta em


1922), considerada um monumento
histórico, sendo um sitio relevante da
arte paleolítica europeia. Contem
pinturas de há cerca de 25 mil anos. No
lado leste são visíveis pontos vermelhos,
figuras de cavalos, um felino e 3 figuras
que lembram cervos, o lado oeste é
maior e mais rico em figuras. Esão agrupados um cavalo, vários bisontes, mamutes, mãos
negativas associadas a pontos, uma complexa composição de dois cavalos em orientações
diferentes acompanhados por 6 mãos em negativos; e ainda um peixe de finos traços
vermelhos.

 Caverna Lascaux (descoberta em 1940). Situa-se


numa colina, sobre a beira esquerda do rio
Vézère. Henri Breuil foi o 1º especialista que a
visitou, autenticou, e estudou. As suas pinturas
datam de 17 mil a 15.500 anos. A Sala dos
Touros tem a composição mais espectacular de
Lascaux. AS paredes são inadequadas para
gravuras e está enfeitada por pinturas de
dimensões não usuais (até 5m). Apresenta fileiras de auroques, cavalos; um grande animal
enigmático; 6 pequenos cervos, e um urso solapadado no ventre de um auroque. No
diverticulo axial, ornamentado por bovídeos, cavalos, cervos e cabritos, alguns animais
foram pintados parecendo saltar de uma parede para a outra. Entre outras figuras,
aparecem grupos de felinos, feras, renas, figuras misteriosas, aves, rinoceronte…

 Gruta de Rouffignac (descoberta em 1956, mas conhecida desde o séc.XVI). É das maiores
grutas ornamentadas na Europa e é apelidada de “Gruta dos 100 Elefantes”.

 Gruta de Altamira (descoberta em 1868 mas só em 1879 é que a filha de Marcelino Sans de
Santuola, reparou nas pinturas das paredes e do tecto). O realismo das suas caras provocou
um debate em torno da sua autenticidade, também pela gama de cores particularmente
rica. A gruta é relativamente pequena (c.270m), com uma estrutura simples com galeria e
escassas ramificações. As pinturas e gravuras
pertencem aos períodos Magdaleniano (16.5000 -
14.000) e Solutreano (18.500);

O animal mais representado é o bisonte assim como


o cavalo e os cervos. Existe grande realismo
anatómico sensação de volume, representação do
movimento e policromia. O “bisonte encolhido” é a
figura mais expressiva, pintado sobre um ressalto da abóbada no qual foi encaixado e
encolhido. A “grande fêmea de cervo” é a maior figura e manifesta grande perfeição
técnica. O “cavalo ocre” foi considerado umas das figuras mais antigas do tecto.

 Gruta de Cosquer, (encontrada perto de Marselha por Henri Cosquer em 1991). A sua
entrada está submersa e foi encontrada por um acesso a 37m abaixo do nível do mar. A
caverna contém dezenas de pinturas e incrustações que datam do paleolítico superior.
Encontraram-se artefactos, lareiras, pinturas (cabra, bisonte, cavalos, veado, cabeça de
leão, tordo, mãos, um alce negro e uma espécie de pinguim extinto)

 Gruta Cueva de Araña de Bicorp, data de 8.000 anos. Retrata figuras monocromáticas em
cenas de quotidiano. Faz a transição entre o paleolítico e o neolítico. Compreende-se assim
a passagem de um pictograma para um ideograma.

Escultura

O Homem começou a ganhar necessidade de tornar a sua escultura e os seus objectos mais
belos. Fizeram pequenas gravuras e esculturas de osso, chifre e pedra. As mais antigas são
também em marfim.

Esculpiram peças de dimensões reduzidas e habilmente talhadas (4-20cm). O facto de o


homem ser nómada influenciou a sua dimensão pois assim eram mais fáceis de transportar.

Da escultura paleolítica são famosas as estatuetas femininas de pequenas dimensões


designadas genericamente por vénus. São identificadas como ídolos para o culto da fertilidade
e sexualidade e ainda como ideal de beleza ou auto-representação.

Estas figuras apresentam características semelhantes entre si; são representadas nuas, de pé e
revelam os elementos mais representativos do corpo feminino em linhas exacerbadas. O
exagero destes elementos traduz-se num peito, ventre e ancas volumosos em oposição aos
braços e pernas delicados e cabeça pequena. A face é tratada com linhas simples reduzidas ao
essencial, e não é possível reconhecer traços individuais - transforma-se, com o tempo, num
elemento cada vez mais estilizado e simbólico, assim como todo o corpo da figura.

Estes ídolos surgem pela primeira vez durante o Paleolítico e são a origem dos ídolos da arte
cicládica de 2000 a.C.
 Vénus de Willendorf, (c.25.000 – 20.000 a.c, pedra, alt. 12 cm). Tem
a rotundidade bulbosa de um «seixo sagrado» ovóide. O seu umbigo,
que marca o centro do desenho, é uma cavidade natural da pedra.
 Vénus de Lespugne. Descoberta em França,
datada de há 20.000 anos e com 14 cm. É

feita em marfim e tem uma forma mais


cónica.
 Vénus à la Corne. Feita numa técnica de
baixo-relevo. Representa o corpo de uma
mulher segurando um chifre. A pedra
esculpida tem cerca de 54 cm e a figura em
si, 43 cm. Contem vestígios de pintura e a
representação da mão é bastante detalhada.
 Vénus de Dolmi Vestoica. Talvez das mais antigas, feita em cerâmica. Foi
descoberta na República Checa. Representa alguns pormenores da
gordura das costas. Tem 1cm de altura.
 Vénus de Savignano. Tem 22 cm de altura. Contem uma
cabeça fálica. A sua simetria das pernas sugere a escultura
de dois cones. Tem formas muito simplificadas.
 Vénus Von Hoblen. Descoberta da Alemanha em
2008. Tem quase 6 cm de altura e é feita em dente de
mamute. (sem imagem)
 Vénus de Berekhat Ram. Tem-se dúvidas quanto
ao facto de ter sido mesmo uma pedra esculpida
ou uma pedra que parece apenas uma figura
feminina.
 Vénus, Dama Brassempouy. Retrata uma
cabeça de mulher em marfim. Esculpida há
mais de 20mil anos, é uma representação
mais detalhada que a maioria das Vénus da
altura. Foi esculpido o nariz, tranças no cabelo e a zona ocular do
crânio. É quase considerada um retrato.
Neolítico

A idade da pedra acabou por efeito da Revolução Neolítica. Teve inicio no Médio oriente,
c.8.000 a.C. quando o homem levou a cabo as primeiras tentativas bem sucedidas para
domesticar animais e cultivar.

O homem do paleolítico levava a vida errante de caçador e do apanhador de plantas e frutos


silvestres, colhendo-os da natureza e estava à mercê de forças que não compreendia nem
dominava.

No Neolítico, o homem aprendeu a assegurar a sua alimentação pelo próprio trabalho criador
e formou comunidades permanentes, fixadas em aldeias. Surgiram uma disciplinas e ordem
novas.

A diferença essencial entre o paleolítico e o neolítico, embora se continuasse a utilizar a pedra


como matéria-prima das armas e utensílios, é o novo género de vida. Este, suscitou um
número importante de invenções e de actividades artesanais (cerâmica, fiação, tecelagem),
assim como os métodos basilares de construção arquitectural (madeira, tijolo, pedra).

Uma das revoluções foi também na agricultura, acompanhada por mudanças profundas das
concepções do Homem acerca de si próprio e do Mundo. A invenção do arado por volta de
3.500 a.c, contribui em muito para um avanço da agricultura visto que, sendo aplicada a força
de tracção animal facilita o trabalho nos campos.

Grande parte destas transformações resultou no desenvolvimento de cidades. O


funcionamento e a organização começam a ser mais acentuados, devido à consciencialização
de tarefas. A forma dos objectos começa a ser mais funcional deixando de haver o biface,
evoluindo para outro utensílio mais sofisticado.

O animal há mais tempo domesticado é o cão, datando de há 11 mil a.C. O homem tornou-se
criador de gado, pastor e agricultor. Os animais por sua vez ajudavam na caça, vigilância,
alimentação, agricultura e vestuário.

A cerâmica, desenvolvida pela sedentarização (pois com o homem nómada, facilmente se


partia), surge também nesta época com a função de guardar os alimentos, ajudando na sua
preservação. Acaba também por ser decorada. A cestaria também é desenvolvida, já usada
para transportar e guardar objectos e alimentos. A tapeçaria é desenvolvida e adaptada ao
vestuário, sendo uma nova opção às vestes feitas em pele.

As maiores civilizações são na mesopotâmia entre o rio Eufrates e o rio Tigre, e no Egipto perto
do rio Nilo.

Jericó

Situada na actual Israel, foi das primeiras cidades desenvolvidas. Datada de há 9 mil anos a.c,
era uma cidade fortificada, protegida por muralhas e torres, para defesa e protecção. A
comunidade sedentária, venerava as caveiras dos antepassados e vivia em casas de pedra com
limpos pavimentos de gesso.
As suas divindades deixam de ser tanto as forças da Natureza (os raios, a chuva, o vento, o sol,
etc) e passam a ser primeiramente animais, e a figura humana. Foi em Jericó que se achou um
grupo impressionante de cabeças modeladas datadas de 7 mil a.C. São caveiras humanas
verdadeiras cujas faces foram reconstituídas com gesso colorido e os olhos decorados com
búzios marinhos. A subtileza e a precisão do modelado, a fina graduação dos planos e das
saliências, o sentido da relação entre a carne e os ossos, seriam já por si bastante notáveis,
alem da assombrosa antiguidade. Os rostos possuem pormenores de feições individuais, ou
seja, estas cabeças são das primeiras precursoras de uma tradição da arte do retrato que se
manterá até ao império Romano.

As cabeças de Jericó não têm a pretensão de criar a vida, mas sim a de perpetua-la para alem
da morte, substituindo a carne transitória por uma substância mais duradoura. Provavelmente
seriam de antepassados venerados. Isto sugere que o homem acreditava num espírito ou
alma, localizado no crânio, que podia sobreviver ao corpo e tinha poderes sobre o destino das
gerações seguintes.

Este homem exprimia sob forma visível a tradição da continuidade familiar.

Desde 1961, escavações em Çatal Hüyük na Anatólia, levaram à descoberta desta cidade, mas
mil anos mais recente que Jericó.

Os seus habitantes (cerca de 3mil) viviam em casas de madeira (lama e palha) e adobes,
agrupadas à volta de pátios abertos. Não havia ruas, já que as casas não tinham portas – a
entrada fazia-se ao que parece, pelo telhado. Junto, apareceram alguns santuários, os mais
antigos até agora descobertos, em cujas paredes estucadas se encontram as primeiras pinturas
realizadas numa superfície artificial. Cenas de caça, com figuras minúsculas a correr à volta de
enormes touros e veados.

Estas caçadas têm um carácter mais ritual em honra de uma divindade masculina, à qual o
touro e o veado eram consagrados. Eram consideradas representações necessárias à
sobrevivência do grupo. Aqui, só os caçadores foram representados em movimento. Os
animais ligados ao culto de uma divindade feminina apresentam uma rigidez e simplificação
ainda maior. Entre as pinturas murais desta cidade, a mais surpreendente é a vista da cidade
propriamente dita, com as duas crateras de um vulcão em actividade. Os rectângulos
compactos das casas são vistos de cima, as suas encosta cobertas de pequenos pontos
representando a lava. A erupção deve ter sido aterradora para os habitantes e só podiam
encará-la como a manifestação de um poder divino.
Megalitismo

O megalitismo nasce de um contexto histórico caracterizado pela sedentarização crescente,


toda a sua estrutura é muito complexa, sendo uma sociedade agro-pastoril. A Europa desta
época é um pouco anterior à arte contemporânea do Egipto. O Megalitismo é semelhante a
esta arte egípcia, ambos usavam pedras, assim como a sua utilização e colocação era
semelhante. A ideia da vida para além da morte também é um ponto em comum com esta
cultura.

No megalitismo surge uma noção de tempo, não só a nível cronológico, mas também a nível
atmosférico e ambiental. Surgem assim os ciclos, as estações, de forma a guiar o homem na
agricultura.

Tipologias da arqitectura:

 Menir. É provavelmente o tipo de arquitectura mais antiga. Estes monumentos pré-


históricos eram pedras cravadas verticalmente no solo, às vezes bastante grandes. Pelo seu
peso, algumas de mais de três toneladas, acredita-se que não
poderiam ter sido transportadas sem o conhecimento da alavanca.
Era também trabalhada e por isso está próxima da escultura. A
pedra era um marco, uma intervenção humana.

Os Egípcios também a usavam contudo, chamavam-na de obelisco e


era muito mais trabalha e decorada. Estas pedras (os menires)
deram origem às colunas. Os menires têm uma relação com o culto
solar. No Egipto os obeliscos eram em bico e forrados a folha de
ouro, reflectindo a luz do sol, sendo esta a única diferença com os menires. Estes, eram
decorados com linhas e aparentavam estar ligados a uma divindade feminina, devido à
ideia de fecundação do sol. No entanto, também estão ligados ao culto masculino, sendo
um elemento fálico, por estar enterrado no solo.

Mais tarde percebeu-se que, usando três elementos, era


possível construir o dólmen.

 Dólmen. É constituído por duas ou várias lajes de pedras


fixadas verticalmente no solo , sobre as quais repousa
horizontalmente uma terceira laje. Depois de ai terem
sido celebrados um ou vários enterros, recobria-se toda a
construção com um montão de terra.
 Cromeleque. Conjunto de pedras em forma curva. Define
uma fronteira entre o espaço interior e exterior
acentuando uma profunda diferença entre estes dois.
Detinham em si rituais ligados à vida e aos sacrifícios.
 Antas. Chamadas por muitos, arquitectura trilitica,
formam um eixo entre a terra e o sol. Esta arquitectura é um princípio de outras
arquitecturas (bases e estruturas). Ligadas ao culto da Terra.
A arquitectura megalítica não é apenas pedra, havia também decoração. Por vezes havia
“horror ao vazio”, com uma decoração cheia de linhas, rectas, curvas, círculos, pequenas
incisões, outros símbolos) Os significados destas incisões são em grande parte codificados pois
apenas podemos especular a razão de estarem ali representadas. Um elemento que aparece
frequentemente é a espiral que se julga estar relacionada com símbolos celestiais.

Escultura e Adornos

A arte do megalitismo é conhecida também pelas placas em xisto, muito ligadas ao culto dos
Deuses e ao culto da Terra.

Chamadas Placas Votivas, têm dimensões variáveis entre os 7 e os 20 cm. A sua espessura não
passa os 5mm. São frequentemente encontradas perto de dolmens e continuam a ser
encontradas. Em Portugal, aparecem sobretudo na zona sul (Alentejo), Lisboa e a Península de
Setubal e datam de 3.500 a 2.5000 a.C. São de dimensões muito pequenas, facilmente
manuseadas, quase adornos. Por ser um trabalho feito à mão, não há uma placa igual à outra.
Estes ídolos continham inscrições e eram colocados sobre os defuntos, prática comum com o
Egipto. Provavelmente por usarem muito o símbolo do triângulo, os símbolos nos ídolos
representam o culto à deusa mãe. As formas destas placas divergem, algumas são mais
antropomórficas que outras, mais ou menos parecidas com as formas humanas.

Surgem também os Báculos, ídolos destinados a pessoas mais importantes, (sacerdotes,


chefes). Têm cerca de 60-70 cm e a representação é em síntese, ou seja, existe uma estilização
das formas humanas. Aparecem também perto dos menires.

Nestas placas existem muitos triângulos, linhas, ziguezagues, espirais, furos, linhas paralelas,
sequências… Além destas placas eram, eram colocadas também perto do defunto jóias,
colares, armas e utensílios importantes do defunto.

O mundo megalítico comunica connosco através das pinturas e inscrições.


Egipto

Período Império Médio Novo Invasões


Arcaico Antigo Império Império

3.150 2.686 2.181  Assírios – 663

2.040 1.782  Persas – 525


1.070
1.570  Gregos – 332

 Romanos - 30

Ao longo da história da humanidade a civilização egípcia conta-se entre as que se prolongaram


por mais tempo. Durante cerca de 3mil anos, trinta famílias – ou dinastias, governaram o país,
tendo reinado, ao todo, mais de duzentos faraós, que se foram sucedendo uns aos outros.

O primeiro faro, Ménes (Narmer), por volta do ano 3mil a.C unificou o Baixo Egipto, situado a
Norte, e o Alto Egipto, a sul, formando um único reino. A partir dele, todos os faraós usaram a
coroa dupla, que era o símbolo da união das duas regiões.

Os historiadores dividem a história do Egipto em três períodos:

 Período Arcaico (de 3.150 a 2.686 a.C.)

 Antigo Império (2.686 a 2.181 a.C.), durante o qual foram construídas as grandes pirâmides,
tendo Mênfis como Capital)

 Médio Império (2.040 a 1.782 a.C.), período de guerras e conquistas. A Núbia é anexada,
Tebas torna-se a capital.

 Novo Império (1.570 a 1.070 a.C.), período mais fluorescente da civilização egípcia. O
território tornou-se vasto e o comércio mais próspero. Os faraós mandaram erguer templos
magníficos como de Lucsor, Carnak e Abu Simbel. É por esta época que reinaram Hatshepsut,
Tutankhamon e Ramsés II. A partir daqui, o Egípcio iniciou um prolongado declínio. Ao longo
de todas estas épocas o enfraquecimento do poder real e as invasões inimigas provocaram
profundas alterações.

O Nilo e o Deserto (Crescente fértil)

As margens do Nilo lembram um imenso oásis, estendendo-se ao longo do deserto egípcio


(cerca de 1000km). Sem a menor transição, passa-se de um vale verdejante para uma terra
árida onde nada cresce. A civilização egípcia desenvolveu ao longo das margens do Nilo e era ai
que se concentravam a população, as cidades, as pirâmides, os templos e toda a vida
económica do reino.

« O Egipto é um dom do Nilo», os egípcios adoravam o Nilo como uma divindade. Todos os
anos as suas cheias eram ansiosamente esperadas porque o lodo depositado nas terras, as
tornava extremamente férteis para a agricultura. Os egípcios ignoravam a causa das cheias do
Nilo. Deviam-se à agua das chuvas que durante a Primavera ocorrem nas montanhas onde se
situa a nascente do rio.

Como as cheias não chegavam a todo o vale, os egípcios abriam canais de irrigação a fim de
levar a água aos campos, construindo também reservatórios para os meses de seca. O “moldar
da natureza” possibilitou o forte desenvolvimento da agricultura.

O deserto constitui uma protecção natural contra os invasores (o perigo apresentava-se mais
do lado do oriente), sendo igualmente uma reserva de pedra e de metais preciosos.

Existe muita pedra, terra e água (por causa do rio), matérias estas muitos importantes para a
arquitectura e outras actividades. Por exemplo, os tijolos são os elementos mais importantes
na arquitectura egípcia, juntamente com a pedra, As árvores não tinham madeira excelente
mas vieram a inspirar os egípcios na construção das colunas.

O Faraó

O faraó reina como chefe único de todo o Egipto: o rei é Deus ao mesmo tempo. Guia e
protector do seu povoo, é ele o chefe religioso, militar e político. «Faraó» em hebraico significa
«grande casa», ou seja, aquele que habita o grande palácio.

Todos os Egípcios vêm o faraó como filho de Rá, deus do Sol. Foi ele o escolhido pela divindade
para reinar na Terra, sendo por isso equiparado a um Deus. É Klum, deus dos oleiros, que
modela a sua pessoa.

Quando se cruzam com o faraó todos devem beijar a terra, mostrando assim respeito e temor
perante aquele que os comanda e do qual esperam obter graças. Valendo-se dos seus poderes
divinos e terrenos, o faraó deve defender e proteger os egípcios contra todos os perigos como
as invasões, a seca, a fome, etc… Compete-lhe também preservar a ordem e a justiça. Embora
decida sozinho, o faraó é ajudado por funcionários.

1 2 3

O faraó nunca aparece em público com a cabeça descoberta. Tanto pode cingir a coroa do Alto
Egipto (1), como a do Baixo Egipto (2), a coroa dupla (3), a coroa de Guerra (4), ou ainda a coifa
real (5). Ostenta também as insígnias do poder, como o ceptro e o chicote cerimonial. O Faraó
exibe uma imagem de força, beleza e dignidade.

Na iconografia, o Faraó é representado como uma espécie de “menir”, a hierarquia reflecte-se


na dimensão – é maior do que as outras figuras porque é o mais importante.
Anexos:

Faraó Narmer ou Ménes

Conquistou o sul por casar com uma princesa do Baixo Egipto. Um dos exemplos de arte
dedicada a este Faraó é uma placa/plaeta, data de 3mil a.c. As paletas serviam para pintura,
maquilhagem, tatuagens e sobretudo para misturar tintas. Eram destinadas à família real,
honorifica por isso, ao Faraó e à sua família.

O símbolo deste rei aparece como «Serekh» (fachada do palácio) + «Nar» (Lula) + «Mer»
(instrumento de escultura) = Narmer.

Na Iconografia desta paleta, Narmer encontra-se descalço, pois está num local sagrado. Tem
uma cauda e uma barba ritual. Ostenta também a coroa dupla. O Falcão representa o Deus
Hórus. Na parte de trás da paleta os inimigos estão decapitados. Existe uma reentrância para a
tinta, feita pelo cruzamento dos pescoços de dois leões. O touro aparece várias vezes,
possivelmente é a representação do poder do poder do Faraó. Na parte de trás o touro
aparece a atacar o inimigo e o símbolo da outra cidade, a qual foi derrotada.

Rainha Hatshepsut

Foi uma grande esposa real, regente e Faraó do Antigo Egipto. Pertencia à dinastia XVIII do
Império Novo. O seu reinado, cerca de 22 anos, corresponde a uma época de prosperidade
económica e relativo clima de paz.

Casou-se com o seu meio irmão Tutmés II d após a sua morte assumiu o poder de regente pois
o seu sobrinho (Tutmés III) ainda era uma crainaça e não estava apto para governar.
Hatshepsut decidiu assumir o trono.
A raiva do seu sobrinho foi tanta que após a sua morte, tentou suprimir o seu nome da arte e
da história do Egipto.

A arte de Hatshepsut conta com obras magníficas como o «Templo de Milhões de Anos – Deir-
el – Bahari», a sua capela em Carnak, etc…

Por vezes esta rainha aparece como uma figura obesa, algo não convencional para a arte
egípcia. Aparece ainda sem seios e com barba. Alguns historiadores acreditam que estas
representações são feitas de modo a ausentar a sua figura de fragilidade e a barba representa
o poder real.

Akhenaton ou Amenófis IV

Foi um grande Faraó da XVIII dinastia Egípcia. A historiografia credita esta personalidade com a
instituição religiosa monoteísta entre os egípcios, numa tentativa de retirar o poder político
dos sacerdotes, principalmente os do Deus Amon, da cidade de Tebas.

Akhenaton instituiu Aton como a única


divindade que devia ser cultuada, sendo o
faraó o único representante e mediador desta
divindade.

Foi casado com Nefertiti, a sua famosa


esposa. A sua união foi imposta mas entre os
dois desenvolveu-se grande afecto e Nefertiti
alcançou um protagonismo político sem
antecedentes entre as esposas reais.

Ámen-hotep iniciou um programa de obras públicas. Em volta do tempo de anmon, em


Carnak, mandou construir quatro templos dedicados a Aton, sendo uma tentativa de realizar
uma fusão entre os dois Deuses. Ámen-hotep declarou-se filho e profeta de Aton, divindade
representada como um disco solar. O que há de novo nesta religião introduzida por Amenófis
IV é o lugar central de Aton, remetendo outros Deuses para o desaparecimento ou posição
secundária. Dessa forma, é considerado o criador da ideia de monoteísmo.

Suspeita-se que tenha sido assassinado a mando dos sacerdotes, prejudicados pela sua
administração austera. Faleceu no 17º ano do seu reinado.
Ramsés II

Ramsés II foi o terceiro Faraó da XIX dinastia Egípcia, uma das que compõe o Império Novo.
Reinou entre aproximadamente 1.279 e 1.213 a.C. O seu reinado foi talvez o mais prestigioso
da história egípcia, em aspectos económicos, administrativos, culturais e militares.

Este faraó beneficiou sobretudo das conquistas do seu


avô, Ramsés I, e do pai Séti I. Ramsés deixou um grande
legado em termos monumentais. Apropriou-se de obras
de Faraós do passado, que apresentou como suas,
mandou construir edifícios e lançou as suas próprias
obras.

Em Abu Simbel, n aNúbia, Ramsés mandou erguer dois templos magníficos, o mais pequeno
dedicado à rainha Nefertari, sua mulher; o maior ao culto do Deus Amon-Rá… e a si próprio. A
entrada está guardad por 4 colossos de 20m de altura
que reproduzem os traços fisionómicos de Ramsés II.

Ramesseum, é o templo funerário de Ramsés II, dedicado


ao Deus Amon e ao próprio faraó. É famoso pela estátua
de Ramsés II em posição sentada (da qual apenas restam
fragmentos). Encontra-se bastante deteriorado.

Como todos os faraós do Novo Império, o corpo de Ramsés II foi sepultado nas montanhas
desérticas onde se sitia o Vale do Reis. Depois do tumulo ter sido pilhado por volta de 1050
a.C, os sacerdotes esconderam a múmia do Faraó. No final dos Sécs. XIX os arqueólogos
descobriram o corpo. Ramsés faleceu no ano 67 do seu reinado, quando já teria mais de 90
anos.
Os Deuses

Os egípcios eram politeístas, venerando centenas de deuses, os quais se acreditava terem


criado o mundo e governado o Egipto no inicio dos tempos. Os egípcios adoravam os seus
deuses, prestando-lhes culto diariamente.

Na verdade só alguns destes Deuses eram venerados por Togo o Egipto, como Amon-Rá, rei
dos Deuses; Hátor, deusa das festas, da música e da dança; e Bes, deus da alegria. Cada cidade,
aldeia e província, possuía os seus deuses próprios. O povo só venerava os que lhe eram mais
familiares.

Alguns deuses encarnavam animais sagrados como o boi Âpis e a serpente Apópis. Outros
identificavam-se com elementos naturais: Rá era o sol; Geb, a Terra; Nut, o céu. No entanto, a
maior parte dos deuses assume o aspecto dos seres humanos, com cabeça de animal, ou
coroados por insígnias.

Os deuses estão na origem da criação e da organização do mundo. são responsáveis pela


sucessão dos dias e das noites, das cheias do Nilo, e são eles que protegem os homens na sua
vida quotidiana.

A Vida depois da Morte

Os egípcios acreditavam na vida além-túmulo. Durante o Antigo Império a imortalidade estava


exclusivamente reservada ao Faraó. Porém, com o tempo, toda a gente julgava poder aceder
ao além. Para isso, havia que embalsamar o corpo, de forma a impedir que se transformasse
em pó e preparar-se a sua entrada no reino de Osíris.

A destruição do corpo significava a morte definitiva da alma. Para o impedir, recorria-se à


mumificação. Os embalsamadores começavam por extrair as vísceras (pulmões, fígado,
estômago, intestinos). Em seguida, cobria-se a cavidade com natrão (uma espécie de sal
destinado a secar os tecidos). Passadas semanas, o corpo era envolvido em ligaduras, e depois
colocado num sarcófago. Logo que o defunto entrasse no reino dos mortos, o Deus Anúbis
conduzia-o perante o tribunal de Osíris, onde lhe era pesado o coração, que deveria ser mais
leve do que uma pena, prova de que o defunto possuía uma alma boa e que podia penetrar
nos campos de Ialu, espécie de paraíso. Por vezes, a alma evolava-se do túmulo sob a forma de
um passarinho, retornando ao mundo terreno, de volta a sua casa…

Tipos de Túmulo
2 - Mastaba, tumulo
para a a nobreza

1 - Pirâmides, Tumulo 3 – Hipogeu, Tumulo


real destinado ao destinado à gente do povo
Faraó
Mastabas, túmulo egípcio com a forma de um tronco de pirâmide, o topo tem menores
dimensões do que a base, tem as paredes inclinadas. Foi o género de edifício que precedeu e
preparou as pirâmides. Eram construídas com tijolo de barro e/ou pedra.

Etimologicamente, a palavra vem do árabe «mabba» = banco de pedra. As suas divisões


dividem-se entre a capela, onde se prestava culto ao defunto; e o cerdabo, sob o poço onde
estava o corpo no subsolo. É também uma forma de preservar o corpo. Aqui deixavam
também pequenas máscaras e representações dos defuntos para orientação da alma.

As mastabas deram origem ao qº grande edifício em


pedra - «Pirâmide de Degraus», em Sakarah, feita para
o Faraó Djoser ou Zozer e projectada pelo arquitecto
mais conhecido do Egipto – Imhotep, por volta de 2.600
a.C, durante o Império Antigo.

Imhotep era uma espécie de grande funcionário no corpo administrativo do Faraó. Esta
pirâmide era formada por degraus, que nada mais eram do que mastabas empilhadas.
Imhotep imaginou esta pirâmide como ascensão do rei rumo ao Deus do Sol.

Neste sentido, o reinado de Djoser marca uma ruptura importante, o inicio de um período
criativo, no qual o Egipto emerge da obscuridade dos primórdios da história e entra no período
resplandecente das pirâmides.

Djoser e imhotep descobriram a pedra talhada como material de construção e criaram a


primeira construção monumental, através de um forma e conteúdo simbólico que veio a
marcar toda a formação do estado egípcio.

Outros elementos arquitectónicos desenvolvidos por Imhotep:

 Baseadas nos troncos das árvores, as colunas em pedra. É tão evidente a influência vegetal
nas colunas que aparecem elementos decorativos como remate. As colunas normalmente
são uma pedra só, são usadas vários tambores juntos e sobrepostos, e usam-se estrias para
disfarçar. A coluna desde muito cedo que começou a ter base, fuste e capitel. Por vezes
também era adossada à parede.

 Imhotep tem imenso cuidado em não fazer paredes totalmente lisas, assim são decoradas
com veios que animam as paredes e as tornam menos monótonas.
Obras Gigantescas

As pirâmides são túmulos gigantescos construídos ao longo do Antigo Império que se


destinavam a albergar o corpo do faraó. Junto à múmia do rei colocavam-se mobiliário, roupas
e objectos preciosos.

As primeiras pirâmides têm a forma de uma imensa escadaria triangular. Subindo-a, o rei
atinge o céu, para se juntar ao seu pai – Rá, deus do Sol. As arestas das pirâmides simbolizam
os raios solares.

Aproveitando a época das cheias, os camponeses transportavam de barco enormes blocos de


pedra. Já em terra os blocos deslocavam-se através de padiolas que os faziam deslizar sobre o
solo molhado. Para os içar a uma altura de 100m levantava-se uma rampa que mais tarde era
desfeita logo que o edifício fosse concluído.

Pirâmides de Gizé

Localizam-se no planalto de Gizé, na margem esquerda do Rio Nilo, próximo à cidade do Cairo.
Apresentam uma base rectangular e quatro faces triangulares que convergem para um vértice.

Estas pirâmides foram erguidas pelos faros Quéops, Quéfren e Miquerinus, há cerca de 2.700
a.C. Surgiram no desenvolvimento lógico da 1º pirâmide de Degraus. A pirâmide do faraó
Quéops é a mais alta de todas. Antes da erosão causada pela passagem do tempo, media
147m e pesava 6 milhões de toneladas. Ao lado, ergue-se a do seu filho Quéfren e, junto à
dele, a do neto Miquerinus de dimensão bem menor.

As pirâmides de Degraus mais pequenas, são associadas às rainhas e são muito mais pequenas,
também pelo seu estatuo em relação ao homem na época.

Junto ao templo inferior da pirâmide de Quefren ergue-se uma grande esfinge, talhada na
própria rocha e representa uma personificação mais impressiva da realeza divina. A cabeça
real, emergindo do corpo de um leão (20m de altura) e tem feições deste faraó.

O Templo, local sagrado

O templo é a casa de Deus. É lá que se ergue a estátua da divindade, o seu invólucro terreno. O
Templo é um lugar extremamente secreto, no qual não deve penetrar nenhuma força
maléfica. É, por isso, que só o rei e os sacerdotes percorrem o templo, iluminado por velas. É
numa Naos, uma pequena capela, que se guarda a estátua da divindade. Se todos os rituais
forem correctamente feitos, o equilíbrio do mundo está assegurado e o Deus mostrar-se-á
reconhecido perante o Faraó e o povo do Egipto. O povo faz as suas oferendas no exterior do
templo. O povo nunca vê a estátua da divindade, pois é privada.
A Arte Egípcia

A arte egípcia tem um profundo sentido de continuidade e a importância avassaladora do


faraó. Por isso, a monarquia determinou vincadamente o carácter da sua arte.

Para os egípcios uma pintura, um desenho ou uma estátua possuíam a mesma força do
modelo vivo. Se o artista respeitasse determinadas regras, as representações resistiriam à
passagem do tempo.

Havia uma estreita ligação entre a escultura, a arquitectura e também a pintura,


principalmente para representar a religião, o faraó e o poder da família real.

Provavelmente os primeiros encomendadores foram os sacerdotes. Estes, tinham uma intima


relação com os faros e com os Deuses. Isto porque, os faraós mandavam construir os templos
para os Deuses e os sacerdotes eram encarregados de os guardar e proteger. Por sua vez, os
sacerdotes exerciam o seu poder no templo e vangloriavam o faraó também.

O papel do artista no Egipto é diminuto e o artista anula-se perante a obra. Conhece-se as


obras mas os artistas são artesãos anónimos. Apesar de se conhecerem alguns nomes na área
da arquitectura, escultura e pintura, estes são uma minoria. No entanto, foram primeiramente
s arquitectos que assumiram especial importância porque começaram a entrar no circulo
administrativo do faraó, pois passavam a ser mais do que um executante, mas um organizador
e planificador.

As convenções artísticas era “editadas” pela corte, definiam um gosto e uma maneira de fazer.
Aquilo a que podemos designar estilo. Por exemplo, na arquitectura a monumentalidade é
acompanhada por acabamentos limpos e polidos. Por exemplo, os retratos dos faraós eram
extremamente idealizados, não representam defeitos nem traços de envelhecimento. A
representação era solene e comedida, não era estridente, excepto nas representações das
batalhas.

Estilo e Normas

Todas as representações estão repletas de significados que ajudam a caracterizar figuras, a


estabelecer níveis hierárquicos e a descrever situações.

O objectivo era a harmonia e equilíbrio e, por isso, eram utilizadas linhas simples, formas
estilizadas, níveis rectilíneos de estruturação de espaços, manchas de cores uniformes que
transmitiam limpidez e às quais se atribuíam significados próprios.

Na representação artística das figuras, reforça-se o sentido simbólico, em que não e noção de
perspectiva (profundidade física), mas o poder e a importância que determinam a dimensão.

Periodo Arcaico ou Tinita

Estabelecem-se e cristalizam-se os traços principais da arte egípcia. Perde-se o primitivismo


formal e mas ainda estão presentes algumas influências da arte mesopotâmia, especialmente
nas fachas de templos. Prevalece ainda o uso do adobe cozido ao sol mas substituído no final
do período pela pedra.
Império Antigo

Com a transição para a pedra surge a arquitectura monumental e a vincada noção egípcia da
efemeridade do faraó. A mastaba assume-se como o túmulo para particulares por excelência.
As proporções do corpo humano tornam-se mais equilibradas e harmoniosas, crescendo a
atenção aos pormenores.

É também desta altura Imhotep, nome do primeiro construtor a ficar registado, responsável
pelo uso da pedra talhada e da sua aplicação, não só a uma função, mas também a objectivos
expressivos. A edificação assume um objectivo simbólico.

Durante a IV dinastia edificaram-se monumentos como as Pirâmides de Gizé. Talha-se a


Esfinge em dimensões monumentais assumindo-se e homenageando o poder faraónico. É
também nesta altura que se marca o gosto pelas estátuas-retrato de grande robustez pelo seu
volume cúbico e imobilidade. As figuras apresentam-se de pé (com uma perna que avança) ou
sentadas e denota-se a diferença de coloração de pele entre as figuras masculinas e femininas.

Em termos de decoração tumular propagam-se as representações realistas do quotidiano.

Primeiro Período Intermediário

Os tempos políticos conturbados reflectem-se tambem na arte tornando-a quase inexistente e


com uma maior incidência nos textos literários, que expressam a revolução espiritual da
época. Através da pilhagem de túmulos, a arte restrita dos faraós e figuras de maior
importância passa para a mão do homem “mortal” que acredita ter o mesmo privilégio da vida
eterna.

Império Médio

Corresponde à XI e XII dinastias e inicia-se após o período de decadência do poder central e da


instabilidade política que foi o Primeiro período Intermediário.

Segundo Período Intermediário

Este é mais um período obscuro e de insegurança do qual pouco se sabe e no qual se


praticaram mais a matemática, a medicina e a cópia de papiros de épocas anteriores.

Império Novo

No Império Novo deu-se a unificação de novo do Egipto e a arte voltou a ter mais uma das suas
épocas de ouro, com um novo começo em que se reavivaram as tradições do passado e as
forças criadoras.

Terceiro Período Intermediário

Progressiva degradação do poder faraónico – época que compreende cerca de 350 anos e
corresponde à XXI até XIV dinastias. Neste período destaca-se a perfeição alcançada no
trabalho dos metais.
Época Baixa

Desenrola-se da XXVI até XXX dinastias. A presença de povos estrangeiros (Líbios, Núbios,
Persas) é constante neste período.

Egipto Ptolemaico

De origem Macedónica, a dinastia Ptolemaica adoptou as formas artísticas dos egípcios. Nesta
época também se denota forte influencia Helenística.

Arquitectura Egípcia

No contexto da arte egípcia, a arquitectura tinha a função primordial de representação do


poder político e religioso. Os testemunhos arquitectónicos que sobreviveram até hoje
enquadram-se em duas categorias: templos e túmulos. No entanto, podemos falar tambem de
palácios e casas do Antigo Egipto.

As Casas

As habitações/casas destinadas à população mais desfavorecida.


Eram simples e pequenas. Ao contrário dos templos que eram
construídos em pedra, estas eram construídas em tijolo/barro e,
por isso, não resistiam muito à passagem do tempo. Não
possuíam muito mobiliário, limitando-se a bancos, camas, mesas
e arcas.

O telhado era plano funcionando como terraço, o local preferido dos seus ocupantes. As casas
dos mais ricos possuíam ainda jardins e as paredes eram decoradas com pinturas.

Palácios

Também construídos em tijolo eram já construções mais elaboradas e ricas. Destaca-se a


policromia dos seus interiores (que variava de acordo com a função da divisão). Era frequente
a combinação entre três cores: preto, amarelo e azul; vermelho, azul e branco; vermelho,
amarelo e azul, entre outras.

A sala principal e o salão tinham tectos e paredes em madeira, decorados com composições
geométricas, motivos florais ou da fauna. Embora os interiores fossem cuidados tinham pouco
mobiliário e nem sempre condizia com a decoração. O mobiliário era mais requintado nos
palácios, juntamente com os tecidos mas mesmo assim simples.

Templos

Vasto conjunto de edificações, organizadas axialmente e delimitadas por uma cerca. Uma
avenida de acesso era rodeada por esfinges onde se realizavam procissões festivas. A fachada
era normalmente marcada por duas torres junto às quais se erguiam obeliscos ou estátuas de
faros. Através de uma monumental porta passava-se para um pátio. A partir da sala Hipostila
(reservada aos sacerdotes), o espaço tornava-se mais restrito e escuro, culminando no
santuário onde estava guardada a estátua do Deus. No geral, o templo tinha esta organização

Templo de Amon-Rá, em Carnak Templo de Lucsor

Templo Funerário de Hatshepsut em Abu Ramesseum em Abu Simbel


Simbel

Templo de Philae Templo de Kom Ombo

tripartida – pátio, sala Hipostila e Santuário.


Túmulos

Os mais antigos túmulos são designados por mastabas, com uma estrutura muito simples
constituída por dois elementos principais – um pequeno edifício prismático baixo (construído
em tijolo ou pedra); e um espaço funerário soterrado ao qual se acedia por um poço central.

Durante o Período Antigo a forma do túmulo desenvolveu-se, transformando-se nas


gigantescas pirâmides.

Um dos nomes comuns para um túmulo era o de «casa da eternidade». Os túmulos conservam
vivos os nomes dos antigos reis, realizando num sentido real a ideia egípcia de que falar o
nome do morto é fazê-lo viver de novo.

O túmulo era profusamente decorado e decoravam os túmulos com os mais variados objectos,
pinturas, riquezas… o defunto “alimentando-se” dessas contemplação à sua riqueza e
decoração reviveria a sua vida terrena.

Pirâmide de Degraus de Djoser

Pirâmides de Gizé

Vale dos Reis


Escultura

A escultura foi demarcada na Antiguidade sobretudo pela escultura de grandes dimensões


associada à arquitectura, pelo relevo descritivo (hieróglifos), pelo busto e pela estatuária de
pequenas dimensões, onde dominavam não só as representações dos Deuses e Faraós, como
também de animais. Também a joalharia oferece exemplares de grande qualidade, assim
como os objectos de quotidiano e mobiliário.

A escultura egípcia obedece a uma orientação predominantemente religiosa. Eram muitas


estátuas esculpidas com a finalidade de ficarem dentro dos túmulos. A escultura atingiu o
apogeu com os sarcófagos esculpidos em pedra e madeira. Os artistas tentavam reproduzir as
feições dos mortos para facilitar o trabalho da alma na busca do seu corpo. Para um maior
realismo incrustavam nos olhos pupilas de cristal ou esmalte branco.

Nas esculturas predominava a frontalidade, a verticalidade e a simetria. Raramente as


esculturas fugiram à postura “hierática”.

As estátuas - retratos também têm em si, alem das realizações arquitecturais, a glória da arte
egípcia. Os escultores egípcios tinham uma visão muito cúbica da forma humana. Os
resultados são esculturas firmes, robustas e imóveis. O corpo torna-se impessoal, apenas a
face sugere traços individuais.

A escultura egípcia (mesmo a incutida na arquitectura) era por vezes pintada o que
proporcionava rasgos realistas às figuras.

Retratos/Bustos/Esfinges/Baixo-Relevo

Aménofis III Chanceler Nakhti

Colossos de Mémnon, de Aménofis III Esfinge de Quéfren em Gizé


Lei da Frontalidade

Embora seja uma arte estilizada, é também uma arte de atenção ao pormenor, de detalhe
realista, que tenta apresentar o aspecto mais revelador de determinada identidade, embora
com restritos ângulos de visão.

O observador tem três pontos de vista principais: de frente, de perfil e de


cima, e que cunham o estilo de uma forte componente estática, de uma
imobilidade solene.

O corpo humano, especialmente as figuras importantes, é representado


utilizando dois pontos de vista simultâneos, o que oferece maior
informação e o que favorece a dignidade da personagem: os olhos,
ombros e peito representam-se vistos de frente; a cabeça e as pernas
representam-se vistas de lado.

Os rígidos cânones e normas que os artistas deveriam obedecer, impunham barreiras ao


espírito criativo individual. A conjugação de todos estes elementos marca uma arte robusta,
sólida, solene, criada para a eternidade.

As Cores

A arte egípcia apreciava muito as cores. As estátuas, os interiores dos templos e dos túmulos
eram profusamente coloridos. Porem, ao longo do tempo perderam-se as cores originais que
cobriam a superfície dos objectos e estruturas.

Além da função decorativa, as cores estavam carregadas de simbolismo:

 Preto, obtido a partir do carvão de madeira ou de pirolusite. Era associado à noite e à


morte, mas também à fertilidade e regeneração (pelas inundações do Nilo e da terra
trazida). O preto era utilizado nas sobrancelhas, perucas, olhos e boca;

 Branco, obtido a partir da cal ou do gesso. Cor da pureza e da verdade. Era usado nas vestes
dos sacerdotes e nos objectos rituais. As casas, as flores e os templos eram tambem
pintados a branco.

 Vermelho, obtido a partir de ocres e terra. Por um lado representava a energia, o poder e a
sexualidade, por outro, estava associado ao maléfico Deus Set, bem como ao deserto. Era a
vermelho que se pintava a pelo dos homens.

 Amarelo, obtido a partir de limonite. Dado que o sol e o ouro eram eram amarelos, está
associado à eternidade. As estátuas dos Deuses eram feitas a ouro, assim como os objectos
funerários do faraó;

 Verde, obtido a partir da malaquite do Sinai. Simboliza a regeneração e a vida;

 Azul, obtido a partir da Azurite ou do óxido de cobalto. Associado ao rio Nilo e ao Céu.
Pintura

É uma pintura essencialmente simbólica, que segue rígidos padrões de representação, como a
lei da frontalidade. O aparente primitivismo da pintura egípcia é devido à sua função
simbólica. O aspecto era iminentemente esquemático.

As áreas espaciais são bem definidas e o tamanho e posição das figuras são estipuladas
segundo regras hierárquicas. Os traços são estilizados e rígidos, as formas são bidimensionais
(ausência de volumetria) e a cor é aplicada em manchas uniformes.

A pintura aplica-se a espaços arquitectónicos especialmente aos relacionados com o culto dos
mortos, como os túmulos dos faros. Contudo, também se aplicava aos murais em palácios e
casas. Podem também ser encontradas pinturas em papiros em estilo hieróglifo.

Os egípcios criavam pinturas para fazer da vida pós-morte um lugar agradável. Os temas
incluíam a jornada para o outro mundo ou divindades protectoras que apresentavam a morte
para os Deuses do pós-morte. Algumas pinturas mostram actividades que o morto gostava de
fazer quando era vivo e que, certamente gostaria de fazer na eternidade.

A técnica consistia num traçado a vermelho, contorno feito a preto e depois era pintado o
interior. Os pincéis eram feitos com carriços, ervas e folhas de palmeira. Os godés e as paletas
eram em cerâmica. Os pigmentos eram misturados com tempera (goma arábica e clara de ovo)
e um pouco de água.

Sepulcro de tutemósis Sepulcro de Nefertari


Mesopotâmia

A civilização nasceu c.4mil a., provavelmente um pouco antes da civilização egípcia, entre o
vale Tigre e Eufrates.

A mesopotâmia (palavra de significa região entre rios) designa na realidade uma área
geográfica e a sua arte desenvolveu ao longo de muitos séculos marcas de diferentes
civilizações.

Inserida na área do crescente fértil, excelente


para a agricultura, a Mesopotâmia tem duas
regiões geográficas distintas: a Norte a Assíria
(região bastante montanhosa e desértica; e ao
Sul a Baixa Mesopotâmia ou Caldeia (muito
fértil graças aos rios)

Mas o vale do Tigre e do Eufrates não se parece


com o do Nilo, é uma bacia longa e pouco
profunda, com raras defesas naturais, onde se
entrecruzam dois rios e seus afluentes, facilmente acessível de qualquer lado. Os factores
geográficos não favoreciam a unificação política. A história política Mesopotâmica não possui a
coerência que a realeza divina deu ao Egipto.

As primeiras cidades foram o resultado culminante de uma sedentarização da população e de


uma revolução agrícola, que se originou durante a revolução Neolítica. Os povos que
ocuparam a Mesopotâmia foram os Sumérios, os Acádios, os Amoritas (antigos babilónios), os
Assírios, os Clamitas e os Caldeus (novos babilónios).

Sumérios

Os Sumérios foram provavelmente os primeiros a habitar o sul da mesopotâmia. A região foi


ocupada em 5mil a.C pelo povo sumério que ali construiu as primeiras cidades de que a
humanidade tem conhecimento (como Ur, Uruk e Lagash). Estas cidades-estado foram
erguidas sobre colinas e fortificadas para que pudessem ser defendidas da invasão de outros
povos. Eram governadas por um chefe religioso e militar (“patesi”).

Como não dispunham de pedra, os sumérios ergueram casas de adobe e madeira de modo a
que ficou pouco da arquitectura.

Os sumérios eram politeístas. Cada cidade tinha um Deus local, considerado como o seu “rei” e
senhor. Possuía também o seu chefe humano para governar, o intendente do soberano divino.
O Deus era uma espécie de defensor dos seus fiéis, junto de outras divindades que regiam as
forças da natureza: vento, tempo, água, fertilidade, astros… O conceito de propriedade divina
não era uma simples ficção religiosa, acreditava-se à letra. Ou seja, esta sociedade era uma
sociedade planificada cujo centro administrativo era o tempo.

Os sumérios são conhecidos pelo desenvolvimento da escrita cuneiforme (registo feito em


placas de argila com um estilete que fazia traços em forma de cunha).
Possuíam um complexo sistema de controlo de água dos rios. Realizavam obras de irrigação.

Os sumérios apresentaram uma das mais ricas e variadas tradições artísticas do mundo antigo,
a base sobre a qual se desenvolveu a arte dos assírios e babilónios.

A Arte da Suméria

Arquitectura

O aspecto dominante da arquitectura das grandes cidades era o templo – torre (zigurate). O
templo tinha um papel dominante como centro da vida espiritual e temporal e foi-nos dado a
conhecer de um modo mítico pelas plantas das cidades.

As casas, muito simples, feitas de tijolo e barro reforçado,


aglomeravam-se em torno da área sagrada, vasto conjunto
arquitectural que tanto compreendia templos, como
oficinas, armazéns e residências para os escribas. A meio
sobre um terraço alto, ficava o templo do Deus. Estes
terraços, cedo atingiram a altura de verdadeiras colinas
artificiais comparáveis às pirâmides do Egipto. Eram os
Zigurates, torre de vários andares, construção
característica destas cidades sumerianas. Nas construções
empregavam alguma pedra, argila, ladrilhos e tijolos pois
zona não existia muita pedra.

O mais famoso Zigurate é a torre de Babel, mas que foi


completamente destruída. No entanto subsiste outro zigurate,
erguido em Warka, na cidade de Uruk, Montículo com mais de 12m
de altura, cujos flancos eram reforçados por muros de tijolo. Escadarias e rampas conduzem À
plataforma onde foi erguido o Santuário chamado «Templo Branco». De grossas paredes,
articuladas por saliências e reentrâncias, a sala principal ou cella, alonga-se a todo o
comprimento do templo e está ladeada por várias câmaras menores. A entrada abre-se a
sudoeste, lateralmente. Este acesso é próprio da arquitectura religiosa mesopotâmica.

Durante os 2.500 anos seguintes, os zigurates foram crescendo em altura, cada vez mais
semelhantes a torres de múltiplos andares. Por isso, o acesso ao templo, situado no topo do
zigurate, começou a fazer-se por uma série de rampas que se estendiam da base até ao cume
do edifício.

Os zigurates serviam de lugar de idolatria ou cerimónias mas a sua essência era serem a
morada dos Deuses e, por isso, só aos sacerdotes era permitida a entrada e tinham também
eles uma reputação especial.

Outros exemplos fortes de zigurates são do séc. VI a.C que incluem as ruínas de Ur e
Khorsabad.
As edificações sumérias compreendiam estruturas planoconvexas feitas de tijolo de barro,
desprovidas de argamassa ou cimento. As lacunas eram preenchidas com betume, engaço
cana e cizânias. As construções acabaram por se deteriorar e eram periodicamente
reconstruídas, o que elevava o nível das cidades, erguendo-se acima da planície à sua volta.

A arquitectura tumular era mais simples, os reis podiam até ser enterrados nos seus palácios.

Escultura e Pintura

A arte era utilizada para fins religiosos, a escultura acompanhada pela pintura foi muito
utilizada para esse fim. A escassez de pedra na Suméria, contribuiu para a principal distinção
estilística entre a escultura suméria e egípcia. Na Suméria a pedra teve de ser importada de
fontes remotas e, por isso, atribui um carácter amorfo. Outra característica desta escultura é a
distinção entre dois estilos sucessivos:

 Estilo simplificado, de formas mais geométricas;

 Estilo de aspiração naturalista;

Privados de pedra, os escultores exploravam materiais alternativos como o metal, cobre,


mármore, diorito, martelado de ouro e lápis-lazúli.

Ao contrário da escultura egípcia (de carácter cúbico e rectangular), a composição desta


escultura altera-se. A base desta escultura para as composições parte de uma simplificação
cónica - cilíndrica. Os braços e as pernas têm a redondeza de tubos e as vestes são
ligeiramente encurvadas feitas em torno. A escultura tornou-se mais flexível e realista quando
elaborada por acrescentamento.

A habilidade dos escultores sumérios é-nos mostrada nas diferentes expressões artísticas da
escultura: os retratos, maquetes, objectos musicais, cerâmica, joalharia, metalúgia, baixo e
alto relevo…

A representação tinha um sentido muito directo, acreditava-se que as divindades estavam


presentes nas imagens e que as estátuas dos adoradores eram substitutas das pessoas figuras,
orando em seu lugar ou transmitindo mensagens aos seres divinos.

Exemplos:

 Cabeça feminina, encontrada em Uruk deve ter pertencido a uma


estátua religiosa. Os olhos e as sobrancelhas, de material colorido,
eram incrustados e a cabeça era coberta por uma cabeleira em ouro
ou cobre. Como realização artística, esta cabeça, atinge o nível da
melhor escultura da Monarquia Antiga. A suave turgescência das
faces, a delicada curva dos lábios, aliada à aparente fixidez dois
enormes olhos vazios, criam uma expressão equilibradamente
sensual e severa, digna de qualquer deusa. Data de 3.500 a 3.000
a.C.
 Grupo de Figuras de Tell Asmar, do templo de Abu, de
2.700-2.500 a.C. a maior (75cm) representa Abu, o Deus da
vegetação, a segunda mais alta é um deusa-mãe, as outras
sacerdotes e devotos. As divindades distinguem-se pela
dimensão e pelo diâmetro das pupilas embora todas as
figuras possuam olhos enormes, cuja fixidez é acentuada
pelo colorido dos materiais incrustados. As cabeças são
esquemáticas e rigorosamente simplificadas.

Correspondendo ao estilo mais flexível e realista (modelado em


materiais brandos, para ser fundido em bronze, ora armada pela
combinação de substancias variadas, tais como a madeira, folhas de
ouro, lápis-lazúli, etc. …) encontramos objectos fascinantes como:

 Oferenda com a forma de um bode erguido contra uma árvore em


flor. O animal cheio de vida e de energia tem um poder de expressai
quase demoníaco ao olhar-nos por entre os ramos de árvore
simbólica. Era consagrada ao Deus Tamuz (principio masculina da
natureza). Esta associação aos animais já provém da pré-história e do
Egipto. O que distingue os animais sagradas sumerianos é a parte activa
que eles desempenham na mitologia.

 Painel com embutidos de uma harpa de Ur. Com um herói abraçado a


dois touros com cabeça humana, era um tema tão popular que o seu
grupo se converteu em fórmula decorativa rigidamente geométrica. As
outras secções mostram-nos animais a efectuar algumas tarefas
humanas. O artista que criou estas cenas estava menos sujeito a regras
severas que os seus contemporâneos egípcios.

 Os sumérios também produziram jóias do mais delicado trabalho em


ouro e prata, esculturas de cobre, cerâmica, gravuras e selos.

Acadianos

Vindos do deserto da Síria, populações semíticas começaram a penetrar nos territórios a sul
em numero crescente até que nalguns lugares ganharam ascendente sobre os sumérios, cuja
civilização adoptaram embora menos cingida às suas tradições politicas.

Conhecidos como Acadianos dominaram as cidades-estado da suméria por volta de 2.500 a.C.
Por volta de 2.400 a.C, conseguiram impor a sua hegemonia sob as cidades-estado sumerianas.
Já em 2.300 a.C., o rei Acadiano, Sargão I promoveu a unificação da porção centro-sul da
mesopotâmia. Sargão e os seus sucessores foram os primeiros chefes mesopotâmicos que se
proclamaram abertamente reis e manifestaram a ambição de governar a terra inteira.

A arte enfrentou a nova missão de glorificar a pessoa do soberano:

 A mais notável obra conhecida deste género é a magnifica cabeça de bronze de um soberano
acadiano encontrada em Ninive. Datada de 2.300-2.200 a.C. Apesar de ter os olhos vazados
(outrora embutidos de materiais preciosos), conserva um ar majestoso de
comovedora humanidade. O enquadramento do rosto é de admirável
riqueza. O cabelo entrançado e a barba finamente encaracolada são
tratados com incrível precisão sem perderem o seu carácter orgânico nem
se tornarem num simples ornamento. A técnica d fundição e da
cinzelagem foi manejada com segurança que denota autentica mestria. É

um excelente exemplo de um retrato.

 A estela da Vitória de Naram-Sim, de 2.300-200 a.C, é um baixo-relevo


de uma grande estela onde o neto de Sargão, Naram-Sim, se imortaliza a
si e o seu exército vitorioso. É uma laje erguida como monumento,
decorativo. Foram excluídas quaisquer linhas rígidas do horizonte, vemos
as tropas reais avançando entre as árvores de uma encosta de montanha.
Acima delas, Naram-Sim solitário e triunfante, perante os inimigos que
imploram clemência. A maior estátua e posição isolada conferem-lhe uma
condição sobre-humana. Além disso, traz a coroa de chifres, reservada
aos deuses.

 Durante a ocupação estrangeira, Lagash uma das menores cidades-estado, conseguiu manter
a independência. O seu chefe, Gudea, teve o cuidado de reservar o
título de rei para o Deus local. Uma estátua de Gudea foi encontrada
segurando uma planta de arquitectura, datada de 2.150 a.C. Esculpida
em diorite, pedra extremamente rija. O próprio Gudea apesar de
apegado às tradições sumerianas, parece ter herdado o sentimento de
importância pessoal evidente nos príncipes da Acádia. A estátua
sentada representa Gudea com uma planta arquitectónica sobre os
joelhos que está submetendo à aprovação de um Deus. É flagrante o
contraste desta figura com as do Egipto, os ângulos foram
arredondados para acentuar a qualidade cilíndrica das formas;
Igualmente característica é a tensão muscular do braço e do ombro nus, comparados aos
membros frouxos e descontraídos das estátuas egípcias.
Assírios (1.300 – 612 a.C)

De origem semita, os assírios viviam do pastoreio e habitavam as margens do rio Tigre. A partir
de 2mil a.C, passaram a organizar-se como sociedade altamente militar e expansionista.
Realizaram diversas conquistas e expandiram o seu domínio para além do Egipto. O centro
administrativo do império assírio era Ninive, onde foi feita a biblioteca real de Assurbanípal um
dos reis que mais se destacou.

O exército assírio era um dos mais notáveis da antiguidade, facto que lhe proporcionou o
poder de conquistar diversos territórios. A cada território, o exército aumentava ainda mais
por causa do alistamento obrigatório implementado. Mas mesmo com este exército o império
não conseguiu sustentar-se pois a maioria da população do império não gostava do regime
militar e muitas vezes cruel, ao qual estava submetida.

Arquitectura e Escultura

Os assírios foram em relação aos sumérios o mesmo que os Romanos em relação aos gregos.
Na arquitectura construíram-se templos e zigurates inspirados em modelos sumerianos. Os
palácios reais atingiram dimensões e magnificência sem precedentes. Já a escultura que fazia
parte da decoração da arquitectura é famosa pelas sequências de painéis de pedra esculpidos
com baixos-relevos representando cenas militares ou de caça. Este tipo de relevo narrativo,
disposto em torno de salões governamentais ou pátios, é uma invenção assíria e constitui a
maior contribuição desta civilização para o mundo da arte.

Toda a sua arte se dedicava aos seus reis e exércitos, muito baseada na força militar (archeiros,
soldados, carros de combate…)

Os Palácios e a sua decoração

 Palácio de Sargão II, em Dur Sharrukin, de 742-706 a.C. Estava isolado do centro urbano,
numa cidadela de muralhas torreadas. Os assírios pregavam o tijolo como os sumérios mas
revestiam as passagens das entradas e a parte
interior das paredes das salas principais com grandes
placas de pedra, onde esculpiam baixos-relevos ou
os típicos demónios guardiões, nos quais o relevo se
associa à escultura de vulto-redondo. Intimidantes
de aspecto e tamanho, destinavam-se a impressionar
os visitantes, como uma imagem do poder real.

Dentro do palácio, a mesma imagem era reforçada


por longas séries de relevo ilustrando as conquistas
militares. Cada campanha descrita em pormenor,
com inscrições onde se dá informação
complementar. As forças assírias implacavelmente
eficientes parecem marchar sem descanso contra os
inimigos em todas as fronteiras do dilatado império,
destruindo-lhe as praças-fortes e regressando
carregadas de despojos e prisioneiros. As cenas
repetem-se com monotonia. São o mais antigo empreendimento conhecido da narrativa
plástica em grande escala.

 O artista viu-se na necessidade de organizar um conjunto inteiramente novo de artifícios


para resolver o problema da narração pictórica (tempo e espaço). Esta intenção é visível no
relevo do palácio de Assurbanípal, em Ninive, de 650 a.C.
Descreve-se a pilhagem da cidade Hamanu. Soldados assírios
com picaretas e alavancas estão a demolir as fortificações
depois de terem deitado fogo à cidade. Outros descem uma
colina arborizada com o saque. Este grupo suscita um
interessante problema de representação porque o caminho
alarga-se visivelmente ao aproximar-se do primeiro plano. É
uma mistura estranha de maneiras de representação e, ao
mesmo tempo, um meio eficaz de articular os planos. Sob a
cena principal, vemos os soldados no acampamento, correndo
e bebendo em descanso enquanto um deles fica de vigia.

 Estes pormenores descritivos de campanhas militares deixam pouco espaço para a


glorificação pessoal do monarca e, por isso, outro tema frequente é as caçadas régias aos
leões ou os combates cerimoniais. As feras eram soltas das jaulas, dentro de um quadrado
formado por soldados com escudos, onde o rei as matava.

Na cena de Assurbanípal matando os Leões, do palácio de Assurbanípal II, em Nimrude, de


850 a.C, o escultor assírio assume o seu mais alto nível. O leão que ataca o carro real pela
retaguarda é o herói da cena. De magnífica força e coragem, o animal ferido parece
encarnar toda a emoção dramática que falta às descrições picturais de guerra. O leão
moribundo, à direita, é igualmente impressionante, pela sua agonia. Os cavalos são menos
esbeltos, mas têm muito mais de vivacidade e energia, fugindo ao ataque do leãoo, de
orelhas baixas de terror.

 Os Relevos da Caçada de Ninive, de 650 a.C, são os


melhores de todos. A despeito da superficialidade do
relevo, os corpos revelam um maior sentido de peso e
de volume graças às subtis gradações da superfície.
Imagens como as da leoa moribunda, possuem uma
inesquecível grandeza trágica.
Os Neobabilónios

O império assírio tombou com a queda de Ninive, pela ofensiva continuada dos Medos e dos
Citas. A Babilónia foi fundada em 4mil a.C tornando-se o centro do vasto império do séc. XVIII
a.C, sob o reinado de Hanurabi. O povo babilónio era herdeiro da civilização suméria e assíria,
as quais inspiraram a sua arte. A Babilónia atingiu o seu apogeu depois de ter colaborado para
a derrota dos assírios.

Arquitectura

O mais célebre dos soberanos babilónicos foi Nabucodonosor, o edificador da Torre de Babel.
Esta famosa construção fazia parte de um enorme
conjunto arquitectural comparável à cidade de Sargão II
em Dur Sharrukin. Nabucodonosor foi também
responsável pela reconstrução da capital e pelos
famosos jardins suspensos da Babilónia, disposto de
forma engenhosa em terraços elevados, irrigados por
canais provenientes do rio Eufrates.

Enquanto os assírios usaram lajes esculpidas, os Neobabilónios


substituíram-nas por tijolos cozidos e vidrados, quer para decorar
superfícies quer como relevos arquitecturais. O seu efeito,
extremamente característico, torna-se evidente ao observarmos a
Porta de Ishtar, do recinto sagrado de Nabucodonosor. Esta é a
melhor visão do esplendor da arquitectura da Babilónia. É uma
luxuosa estrutura reconstruída com os milhares de tijolos vidrados
que lhe cobriam a superfície. A majestosa procissão de touros,
dragões e outros animais, possui uma alegria bem distante dos
pesados monstros guardiões assírios. Aqui reencontra-se o génio
especial para a representação animalista.

A Arte Persa

A Pérsia recebeu o nome do povo herdeiro do que fora o império assírio. Hoje tem o nome de
Irão. O Irão parece ter sido acesso das tribos migratórias das esferas asiáticas, a norte, e da
Índia, a leste.

Dado que as tribos eram nómadas podemos seguir as suas deslocações pelos objectos que
deixavam junto dos recintos. Esses artefactos de madeira, de osso ou de metal, representam
uma espécie peculiar de arte móvel, achada numa vasta área. Estes têm uma concentração do
traçado ornamental semelhante à da joalharia mas também um repertório de formas
conhecido como estilo animalista, com o uso decorativo de temas animais, de um modo
abstracto e imaginativo.

Os persas pertenciam a um grupo de tribos indo-europeias nómadas que começaram a


infiltrar-se na região do Irão pouco depois de 1000 a.C.
Com o seu desenvolvimento, a civilização persa tornou-se guerreira, o que se reflecte na sua
arte, como a representação mítica de criaturas fantásticas e, poderosos animais, como o leão,
o touro, a águia, com cabeças humanas, simbolizando o seu poderio militar e bruto.

O esplendor da sua arte pode ser observado em ruínas de palácios.

O apogeu persa corresponde ao reinado de Dário I e Xerxes, um estado gigantesco que durou
2 séculos, até que Alexandre Magno o derrubou em 331 a.C.

Os Persas não só dominaram o complexo maquinismo da administração imperial mas também


desenvolveram uma arte monumental de notável originalidade para exprimir a grandeza do
seu poder.

Fiéis à tradicional crença religiosa derivada das profecias do Zoroastro, os Persas não tiveram
arquitectura religiosa. Em compensação, os palácios eram edifico enormes e impressionantes:

 O mais ambicioso em Persépolis, foi começado sob o reinado de Dário I, em 518 a.C. Com
uma grande absorção artística dos seus vizinhos (assíria, babilónia, Egipto) o seu traçado
gera tem um imenso número de salas, câmaras e pátios reunidos sobre uma plataforma
alteada.

O estilo persa era caracterizado pelo


ecletismo, absorvendo influências de todos
os cantos do Império. A sala do trono,
tinha um tecto de madeira sustentado por
36 colunas. Essa acumulação de colunas
era uma reminiscência da arquitectura
egípcia, visível também nos pormenores das bases e dos capiteis, enquanto que os fustes
canelados revelam a mão de artistas gregos jónicos. A dupla escadaria de acesso à sala do
trono está decorada com relevos de longas filas de personagens em solene marcha. O
carácter reiterado e cerimonial das figuras acusa submissão ao conjunto arquitectónico.

 Encontramos este carácter


na cena de Dário e Xerxes
em audiência, c.490 a.C,
onde o estilo parece ser
apenas um eco mais
delicado e requintado da
tradição mesopotâmica mas
a sobreposição de roupagens ou de jogo de pregueados tão finamente enrolados são
impressionantes. O estilo de Dário I continuou até ao fim do império sem qualquer
mudança significativa.

Em relação a outras manifestações artísticas, a arte persa foi trabalhada no baixo/alto-relevo,


elaboração ornamental das roupagens, no metal, têxteis, etc… As narrativas eram mais simples
e calmas, mais monótonas. A propaganda era também mais pacífica.
O Mundo Egeu

«Egeu» não é meramente um termo geográfico, designa também as civilizações que


floresceram nesta área durante 3mil e 2mil a.C, antes de ser desenvolvida a civilização grega
propriamente dita.

Cíclades Creta (Minóica) Micenas

Correspondem às fases:

Arcaica Média Final

Correspondem às monarquias antiga, Média e Nova do Egipto.

Em Creta desenvolveu-se um sistema de escrita (c.2mil a.C.). Uma forma tardia dessa escrita
(Linear B), em uso 600 anos depois, foi decifrada à pouco tempo. É dum grego primitivo e os
textos encontrados (inscrições), são na maioria inventários de palácios e documentos
administrativos, mas pouco revelam da história e da religião do povo que os compôs, tanto em
Creta como na Grécia.

Arte Cicládica (3mil a 2mil a.C.)

Arte cicládica é a denominação dada às artes relacionadas à cultura das ilhas Cíclades. É ainda
hoje envolta em mistérios, pois pouco dela restou. Esta arte foi desenvolvida na idade do
bronze e é um dos três ramos da arte egeia.

Em relação à produção artística podemos destacar a cerâmica decorativa geométrica (linear,


espiral, curvilínea) e a produção de ídolos esculpidos em mármore que vão de poucos
centímetros ao tamanho real. Quase todos apresentam a figura de uma mulher nua, de pé e
com os braços cruzados no peito, talvez uma deusa-mãe da fertilidade (original da idade da
pedra). Apresentam uma configuração peculiar que nos recorda as qualidades angulosas e
abstractas da escultura primitiva. Os melhores, são de um requinte disciplinado muito acima
do nível da arte paleolítica primitiva como se pode ver no Ídolo de Amorgos datado de 2500-
1100 a.C. Mas a maior parte ostenta os volumes esferoidais das corpulentas Vénus do
paleolítico, suas antepassadas.

Os escultores das Cíclades produziram em c.2mil a.C. os mais antigos nus femininos de
tamanho natural e durante muitas centenas de anos continuaram a ser os únicos a fazê-lo. Na
arte grega encontramos raras estátuas de mulheres até ao séc. IV a.C., quando Praxíteles e
outros principiaram a esculpir imagens de Vénus em completa nudez. Não deve ter sido mero
acaso que as mais famosas estátuas de Afrodite se encontravam em Santuários das Ilhas do
Egeu, regiões onde os ídolos Cíclades tinham surgido.
Arte Cretense/Minóica

A arte minóica ou a arte da antiga Creta desenvolveu-se entre cerca de 3mil e 1100 a.C. os
locais mais importantes da civilização cretense foram Cnossos, Mália e Fosta/Festus.

Em grande parte a sua arte pode ser dividida em três fases distintas (pelo menos no que diz
respeito à arquitectura), as quais são:

 Período Pré-palaciano (3mil-2mil a.C.);

 Proto-placiano (c. 1.700 a.C.….);

 Neopalaciano (depois de 1.700 até 1.400 a.C.);

 Pós-palaciano

Este calendário é baseado no desenvolvimento das estruturas arquitectónicas complexas


conhecidas como os palácios de Cnossos, Festos, Mália e Kato Zakros.

O que distingue esta civilização do Egipto, do próximo Oriente e da civilização Clássica da


Grécia, é a falta de continuidade. O seu destino deve ter sido terminado por forças externas,
todavia, o carácter desta arte, alegre, jocoso até, e pleno de dinamismo rítmico, em nada
reflecte estas convulsões.

Esta civilização foi uma civilização pré-helénica, da idade do Bronze. O seu apogeu deu-se
entre 1.700 e 1.400 a.C. (período Neopalaciano) com a reconstrução de palácios,
desenvolvimento de túmulos maiores, sistemas de esgoto e esculturas. A prosperidade da olha
deveu-se à habilidade na construção de naus rápidas e resistentes, capazes de transpor o Mar
Mediterrâneo. Desta forma, os minóicos estabeleceram ligações e relações comerciais com as
civilizações circundantes, exportando peças de metal, jóias, cerâmica, azeite e lã. A expansão
comercial coincidiu com a expansão territorial e política.

Arquitectura

As estruturas de tijolos, pedras e barro, mantiveram-se ao longo da evolução desta civilização,


mas a complexidade das suas construções aumentou desde o período do neolítico.

As casas eram rectangulares, extremamente amplas, com o interior dividido em muitas


divisões pequenas.

A civilização minóica teve a sua vida administrativa, politica, religiosa e cultural inadiada pelos
palácios. Dois deles, Cnossos e Festus, são exemplos marcantes desta organização. Os palácios
tinham projectos complexos e orgânicos (desenvolviam-se por si só). Desenvolviam-se a partir
de um amplo pátio interno central, uma ideia que vai acompanhar estas estruturas até à Idade
Média pela transição entre o espaço fechado/aberto. Eram estruturas maciças e partiam de
formas quadrangulares/rectangulares para a sua organização. Dispunham de várias escadarias,
pequenos jardins e recintos reservados para cultos religiosos. As únicas partes dos palácios
minóicos que podiam ser consideradas para o culto religioso são pequenas capelas, o que nos
indica que as cerimónias religiosas se realizavam ao ar livre. Eram ainda decorados com
magníficos frescos nas paredes, mobiliário, cerâmica, etc…

 Palácio de Cnossos/ Palácio de Minos, em Creta foi o mais ambicioso, cobrindo uma vasta
área e composto por tantos aposentos que ficou a ser conhecido nas lendas gregas pela
«labirinto do Minotauro». O seu aspecto
exterior não tinha a imponência dos palácios
assírios e persas. Não houve preocupação com
o efeito da unidade monumental, os diversos
elementos são geralmente pequenos e os
tectos baixos, que nem os andares parecem
altos. Apesar disso, os monumentos poéticos,
escadarias e pátio devem ter dado ao palácio
um aspecto agradavelmente aberto e arejado.
Alguns dos interiores, com as paredes ricamente decoradas, ainda hoje conservam a sua
atmosfera de íntima elegância. É excelente a construção de alvenaria, mas as colunas eram
de madeira. Nenhuma subsistiu e só lhe conhecemos as formas através das representações
na pintura e na escultura. Os numerosos armazéns e oficinas de cnossos, indicam que o
palácio, além de moradia régia, era um grande centro administrativo e comercial. O rei
seria um chefe de uma aristocracia mercantil.

Escultura

As suas divindades eram femininas, aparentadas às deusas da


fecundidade. Como os minóicos não ergueram templos, seria estranho
que esculpissem estátuas para o culto, sendo raras, pequenas e
ambíguas as obras de temas religiosos. O seu repertório artístico é
muito pobre. As mais famosas estatuetas, em terracota, representam
uma deusa com longas serpentes a envolver-lhe os braços, o tronco e o
toucado. A significação destes animais é associada às divindades da
Terra e à fecundidade masculina, tal como os seus nos sugerem a
fecundidade feminina. A posição frontal é próprio de uma figura votiva e as serpentes
poderiam também ser um atributo divino ou para um fim ritual. Como são raras as serpentes
na olha, o seu culto deve ter sido importante. O estilo da estatueta faz admitir uma possível
fonte estrangeira – a forma acentuada cónica, os olhos enormes e as espessas sobrancelhas
sugerem um parentesco com a arte da mesopotâmia.

Trabalhos em metal, entalhe ou pedras preciosos, selos de pedras e joalharia atingiram altos
padrões artísticos.

Pintura, Cerâmica e os Baixos-relevos

Depois da catástrofe que varreu os palácios antigos, e de um século de lenta recuperação,


houve um acréscimo explosivo de riqueza e um surto de energia criadora.
A cerâmica foi uma das mais importantes heranças minóicas, destacou-se por apresentar
diversidade de formas e funções, progredindo em termos de variedade, refinamento e
acabamento.

Na época dos Palácios Antigos (2mil-1700 a.C.) Creta desenvolveu um tipo de cerâmica célebre
por perfeição técnica e pelos dinâmicos motivos decorativos em espiral que em nada deixava
prever as pinturas mirais «naturalistas» dos novos palácios. Na cerâmica pintada, os antigos
temas abstractos deram lugar a um novo repertório inspirado na vida animal e vegetal. Certos
vasos estão inteiramente cobertos de peixes, conchas, polvos… como se o próprio mar neles
fosse captado.

Só restam pequenos fragmentos desses frescos e raras composições escaparam intactas. A


maioria representa cenas do natural, aves e outros animais entre uma vegetação luxuriante,
ou seres marinhos. As formas sem relevo, destacadas em silhueta sobre um fundo de cor lisa,
recordam a pintura do Egipto. A pintura mural minóica deve a sua origem à influência da arte
egípcia, mas também revela um estado de espírito e uma concepção de beleza diferentes: em
lugar do hieratismo e da estabilidade, encontramos uma paixão pelo movimento rítmico e
ondulatório; as próprias formas possuem um estranho carácter de ligeireza. A vida marinha, a
tauromaquia eram temas favoritos da pintura minóica e nota-se um grande desenvolvimento
da representação do movimento. O pintor tinha a preferência pelo movimento fluido e sem
esforço, em vez da precisão das atitudes ou do poder dramático. O aspecto flutuante da
pintura mural foi uma criação de grande originalidade e a sua influência está presente em toda
a arte do período dos novos palácios.

Até os pequenos relevos e estatuetas estão muitas vezes pertíssimo do estilo dos frescos.
Arte da Grécia Antiga

Civilização Período Período Arcaico Período Clássico Período


Minóica Micénico Helenístico

-2mil -1500 -1000 -500 0

Os gregos começaram por ser um conjunto de tribos relativamente autónomas que


encontravam unidas pela língua e por crenças comuns (religião). Estas tribos foram os
Micénicos (que vieram para a Grécia c.2mil a.C.); colónias «os dórios» que dominaram e
absorveram a população micénica e espalharam-se progressivamente; os jónicos disseminados
pelas olhas e pelas costas da Ásia banhadas pelo Egeu em contacto estreito com as civilizações
do Próximo Oriente.

Alguns séculos depois os gregos encaminharam-se para ocidente e fundaram cidades


importantes na Sicília e na Itália Meridional. Os gregos sempre se mantiveram separados em
muitas pequenas cidades-estado independentes. A intensa rivalidade desses estados
estimulou, sem dúvida, o desenvolvimento das ideias e das instituições.

Entre Mar e Vulcões

Os gregos possuíam um território difícil de explorar. O litoral era muito recortado, o relevo
montanhoso e muito vulcânico e o mar nunca estava muito distante da costa.

Os gregos eram muito camponeses, dedicavam-se ao cultivo. O seu ritmo de dia era marcado
pelos trabalhos agrícolas. Mas sujeitavam-se às secas de longos meses e Às violentas chuvas
que arrastavam o solo das vertentes. A água doce e as terras férteis eram escassas e as
oferendas nem sempre evitavam as fracas colheitas e a fome.

Os gregos eram bons marinheiros, praticando navegação ao longo da costa. As numerosas


ilhas do Mar Egeu permitia-lhes atingir facilmente a Ásia Menor mas o mar encenava
igualmente grandes perigos como os piratas.

Comércio e as Colónias

Os gregos orgulhavam-se da sua proveniência. Mesmo quando se instalavam longe da sua


terra natal, os colonos conservavam a língua da pátria, a religião e os seus hábitos de vida.
Todos os que não falavam grego eram considerados «bárbaros».

A partir do século VIII a.C. os gregos começaram a partir para países estrangeiros em busca de
terras férteis. Navegavam junto à costa em pequenas embarcações. Ao se depararem com um
local propício, instalavam-se nele. Por vezes as relações com os indígenas não eram fáceis.

Também os estrangeiros visitavam a Grécia. Cruzavam-se viajantes e negociantes vindos de


África, da Europa e da Ásia, cujos navios transportavam escravos e mercadorias preciosas
(couros, peixe, ouro, carne, sal, tecidos, incenso, marfim, tapeçarias). Em troca, a Grécia
exportava vinho, azeite e sobretudo, cerâmica.
Durante o séc. VI a.C. os gregos estabeleceram estreitas relações com o oriente. Influenciados
pela sofisticação dos orientais, os gregos começaram a usar jóias, roupas luxuosas e perfumes.

Arte Grega

As manifestações artísticas gregas que conheceram grande unidade ideológica e morfológica


encontraram os seus alicerces numa filosofia antropocêntrica do sentido racionalista que
inspirou as duas características fundamentais deste estilo; por um lado a dimensão humana e
o interesse pela representação do homem e, portanto, a tendência para o idealismo traduzido
na adopção de cânones ou regras fixas (análogas às leis da natureza) que definiam sistemas de
proporções e de relações formais para todas as produções artísticas.

A principal característica das artes plásticas está no facto de serem essencialmente públicas,
pois era o Estado que patrocinava as obras como fontes, praças, templos, etc… Mesmo quando
encomendadas por particulares, eram frequentemente colocadas em locais públicos. Nas artes
plásticas, evidencia-se a combinação do naturalismo (detalhes dos corpos, como por
exemplos, o vigor dos músculos) com a severidade e regularidade do estilo.

Enquanto a arte egípcia é uma arte ligada ao espírito, a arte grega liga-se à inteligência, pois os
seus reis não eram Deuses, mas seres inteligentes e justos que se dedicavam ao bem-estar do
povo. A arte grega volta-se para o gozo da vida presente. Contemplando a Natureza, o artista
empolga-se pela vida e tenta, através da arte, exprimir as suas manifestações. Na sua
constante busca de perfeição, o artista grego cria uma arte de elaboração intelectual em que
predominam o ritmo, o equilíbrio, a harmonia ideal. Eles têm como características: o
racionalismo, amor pela beleza, interesse pelo homem (essa pequena criatura que é a “medida
de todas as coisas”), e a democracia.

1100 a.C. 700 a.C. 480 a.C. 323 a.C. 31 a.C.

Idade das Período Arcaico, Estilo Período Período Helenístico,


Trevas (período geométrico (cerâmica Clássico, 323 ano da morte de
da civilização pintada e escultura); envolve o Alexandre Magno
grega. Sabemos Estilo Orientalizante 1º e o 2º (morre na babilónia e
pouco acerca (influencias do Egipto e Classicismo os seus generais
destes Próximo Oriente, de 725- no que diz dividem o império)
quatrocentos 650 a.C.) respeito à
anos) cerâmica.

Estilo Geométrico (1100-700 a.C.)

Apenas o conhecemos pela cerâmica pintada e pela escultura. De inicio a decoração da


cerâmica era de traçado abstracto (triângulos, quadrados, círculos concêntricos) mas por 800
a.C. começam a aparecer figuras humanas e de animais inseridas no quadro geométrico. O
Estilo geométrico surge em prolongamento da tradição micénica mas em ponto de partida
novo e (sob alguns aspectos) completamente primitivo.
Com repertório limitado de formas, os pintores conseguiam efeitos de espantosa variedade.
Os elementos “decorativos” apareciam muitas nas pegas, no tipo e na base das peças e
concentrando-se as composições no centro como cena principal. Existe um interesse limitado
pela representação, as figuras ou os grupos repetidos a intervalos
irregulares pouco mais são que outra espécie de ornamento.
Elementos figurativos e geométricos coexistem no mesmo campo e
são difíceis de distinguir uns dos outros, por vezes, entre figuras não
sabemos se eram decorativas ou descritivas.

A cerâmica geométrica tem aparecido na Grécia, na Itália, no


Próximo Oriente, querendo isto dizer que os comerciantes gregos se
encontraram bem estabelecidos no Mediterrâneo Central e Oriental
no século VIII a.C. E mais ainda, já haviam adoptado e modificado o alfabeto fenício, para uso
próprio. As cenas dos vasos, por vezes são um vago eco das vigorosas narrativas homéricas. O
Estilo geométrico pode ser considerado quase um anacronismo, na tradição conservadora a
rebentar pelas costuras.

Exemplo: Vaso de Dipylon, séc. VIII a.C

Estilo Orientalizante (725-650 a.C.)

Cerca de 700 a.C, há uma inundação de novas formas e a arte grega, encontrou uma nova fase.

Este estilo reflecte forte influências do Egipto e do Próximo


Oriente, avivadas pelo comércio crescente com essas regiões. A
arte absorve uma multidão de ideias e temas orientais e, sofre por
isso, profundas transformações. A ornamentação geométrica não
desaparece de todo mas fica mais limitada Às zonas periféricas
das peças.

Surgem motivos curvilíneos novos – espirais, bandas entrelaçadas, rosetas – com profusão. As
superfícies maiores foram dedicadas à narrativa, agora elemento preponderante. AS figuras
ganhavam tanta dimensão e rigor descritivo que os motivos ornamentais já não lesavam a
acção. Os ornamentos têm a sua esfera própria diferente da representativa e de maior
importância.

Nota-se também um interesse pela articulação do corpo muito para além dos limites do estilo
geométrico.

Exemplo: Ânfora de Eleusis (Poliferno e Górgonas) c.675.650 a.C

Período Arcaico (final do Século VII ate c.480 a.C)

A fase orientalizante da arte grega foi um período de experiencia e transição, em contraste


com a estabilidade e coerência do Estilo Geométrico. Logo que os elementos orientais foram
assimilados, surgiu outro estilo, de maior alcance, o Arcaico. Durante este período, assistimos
à eclosão do génio artístico da Grécia, não só na pintura de vasos mas também na arquitectura
monumental e escultura. A arte arcaica parece carecer do equilíbrio e do sentido de perfeição
do estilo clássico mas por sua vez, tem uma frescura e uma atracção peculiarmente forte para
o espectador moderno. Alguns consideram este período a fase mais vital do desenvolvimento
da arte grega.

A importância da pintura arcaica dos vasos é de certo modo, única no género. Normalmente
consideramos a cerâmica, em geral, como um artesanato ou indústria cuja natureza a não
eleva acima das outras artes menores. A grande maioria desta produção desaparece, parece
evidente que se trata de peças de execução altamente pessoal, longe de qualquer rotina ou
padrões fixos. Os vasos arcaicos são, em geral, bastante menores que os precedentes porque
já não são utilizados como urnas funerárias, substituídas pelos monumentos de pedra. Mas
têm uma decoração mais acentuadamente figurativa. As cenas de mitologia da vida
quotidiana, da lenda, apresentam enorme variedade. A qualidade artística de muitos
exemplares é elevada, cuja beleza merecia tal estima que os melhores ostentam com
frequência a assinatura dos seus autores, indício de que certos artistas sentiam orgulho pelo
seu trabalho e chegavam a ganhar fama pelo estilo pessoal. Alguns criaram um estilo tão
próprio que a sua “caligrafia” artística pode ser reconhecida sem assinatura. Foi por isso que a
pintura cerâmica nos deu a conhecer as primeiras personalidade claramente definidas de toda
a história de arte.

A pintura grega arcaica não ficou limitada aos vasos. Fizeram-se pinturas murais e em painéis
que só ficaram raros fragmentos em mau estado. Sabemos que toda a pintura arcaica foi
essencialmente desenho preenchido com tintas lisas e cores simples. A pintura a fresco não
terá uma aparência muito diferente mesmo que dispusesse de uma gama de pigmentos mais
variada. Segundo fontes literárias, a pintura mural só ganhou carácter próprio após as Guerras
Pérsicas (c.475-450 a.C), pelo descobrimento progressivo do modelado e da profundidade
espacial. Desde então, a pintura de vasos perdeu a qualidade por não dispor de meios técnicos
para obter esses efeitos. A pouco e pouco se perdeu o hábito de assinar as peças, tal como
delineavam as ambições dos pintores de vasos.

Exemplo: Ânfora de figuras negras “Herácles matando o leão de Nemeia” de Psiax

Vasos de Figuras Negras (século VIII a.C.)

Entre as pinturas de vasos orientalizantes e arcaicos, existe uma diferença


de disciplina artística. No estilo orientalizante, as figuras eram silhuetas
maciças, ora simples contornos ou combinações de ambas as maneiras de
representação. As pinturas resolveram estas inconsistências adoptando o
barro avermelhado. Os pormenores internos são riscados com um estilete
sobre a pintura lisa, podendo aplicar-se branco e púrpura sobre o negro
para realçar certas zonas. Os méritos deste pequeno processo eram
favoráveis ao efeito decorativo.

Exemplos:

Kylix (taça para beber) “Dionisia num barco” de Exéquias

(Pormenor de uma Ânfora) “Heracles estrangulando o Leão de Nemeia” de Psiax


Vasos de figuras vermelhas (c.500 a.C.)

As figuras negras silhuetadas criavam dificuldades aos desenhos dos escorços e assim tentou-
se um procedimento inverso, pintando todo o fundo negro e deixando à vista a superfície ocre-
avermelhada do barro reservada às figuras, técnica que substituiu gradualmente a anterior.
Algumas das suas vantagens eram uma maior liberdade do artista, as linhas internas de
comunicação eram exploradas, permitindo ousados escorços e sobreposições.

Exemplo:

(Lado interno de um Kylix) “Eos e Memnon”, de Douris

(interior de um Kylix) “O Lapita e o Centauro”, de o “pintor da fundição”

Escultura

Tem como função glorificar os atletas, heróis e deuses (criados à semelhança do homem mas
extremamente idealizada). Foi concebida para concretizar noções de beleza e harmonia. Usou
o ilusionismo de representação, para atingir um realismo de grande vivacidade.

Cumpriu funções religiosas, politicas, honorificas, funerárias e ornamentais.

Ligada à arquitectura, é realista e ao mesmo tempo idealista. Possui uma dimensão


profundamente humana, realizando com unidade lógica e harmonia, a expressão do
pensamento grego. Esse humanismo foi traduzido no tema e na medida.

Transição para o período arcaico (Séc.V)

A escultura começou por ser de pequena dimensão e muitas vezes feita em bronze. O humano
é a figura que prevalece na escultura, apesar do cavalo ser um elemento muito importante, tal
como a na arte da mesopotâmia.

Esta escultura surge então por influência oriental (Mesopotâmia, Egipto). As figuras muito
estilizadas, quase como ídolos. A anatomia ainda é muito simplificada e geometrizada. A
produção escultórica é um pouco dispersa e estranha, um certo apelo à arte do oriente.
Podemos então considerar que este é um período orientalizante de transição para o arcaico.

Período Arcaico (séc. VII-VI a V a.C.) – Realismo Idealista

As obras escultóricas deste período denotam várias influências ainda, destacando-se a estético
assíria e egípcia, creto-micénica e a arte oriental. Por exemplo apareceram avenidas decoradas
com estátuas de leões, o que podemos relacionar com o passado de Micenas e da
Mesopotâmia (Assiria e a “cenas das Caçadas”) e também do Egipto (repetição de esculturas
na entradas dos templos).

Foi também neste período que se estabilizou o enquadramento da escultura na arquitectura


(principalmente nos templos). Isto é, os frontões e capitéis eram habitualmente esculpidos.
Isto também derivava consoante a importância, riqueza do templo e da cidade. Apareciam
também muitas vezes as esfinges, figuras femininas que ao contrário do
seu valor benéfico no Egipto, na Grécia tinham frequentemente uma
conotação negativa. No entanto, tinham também um valor de defesa dos
espíritos malignos. Estas, podiam estar no topo ou na parte inferior dos
templos, em monumentos funerários. (Ex. Esfinge de Naxos, 550 a.C.)

Aparecem também as esculturas fálicas (Ex. Estátua de Delfos), as quais os


romanos eram muito apreciadores.

A escultura podia ainda aparecer em forma de estela (ligada ao culto funerário) e em relevo
(Ex. “Luta dos Deuses com Gigantes”, 525 a.C., Delfos, gigantomaquia). A partir do relevo
começaram a aparecer cenas mais movimentadas, porque esta escultura era menos
susceptível de se parar, ou seja, era menos frágil, e permitia maior liberdade escultórica.

No entanto, impuseram-se dois tipos de figuras escultóricas. Estas eram o Kouros e a Koré.
Crê-se que estas figuras em tempos iniciais possuíam características mágicas e que
representassem imagens de Deuses. Estas estátuas serviam dois propósitos, eram
apresentadas em templos como oferendas votivas e também colocadas em cemitérios e
túmulos. No entanto, estas esculturas não representavam pessoas reais apenas uma
representação simbólica do falecido, se assim fosse. A maior parte destas estátuas eram
encomendadas por aristocratas. A escultura em mármores era demasiado dispendiosa e
somente os mais abastados podiam pagar tal valor. Por isso, tornaram-se o símbolo de riqueza
e poder da classe aristocrática grega. Consequentemente quando esta classe perdeu o poder,
os Kouroi e Kourai saíram da moda da produção artística, ou simplesmente evoluíram. Tanto o
Kouros como a Koré são muito influenciados pela arte egípcia.

Kouros (pl. Kouroi)

Os primeiros eram feitos em madeira e muitos deles não sobreviveram à sensibilidade do


material. Por volta do séc. VII a.C., os gregos passaram a dominar o trabalho em pedra,
aprendendo-o com as ferramentas metálicas do egípcios.

Simbolizam geralmente o Deus da juventude e plenitude. Estas


estátuas são os primeiros ensaios de representações anatómicas e
corporais. Inicialmente são pautadas por uma rígida simetria e
frontalidade, característica assimilada das estátuas egípcias. As
extremidades do corpo transmitem pouco movimento, embora
algumas vezes se posicionem como se tivessem a dar um passo à
frente, embora de um modo artificial. Mas ao contrário das
estátuas egípcias na mesma posição, os Kouroi apresentam uma
ligeira inclinação para a frente, não deixando que o peso do corpo
assente somente na forma que fica recuada. Também como nos
seus parentes egípcios, o tronco é largo e a cintura estreita, os
músculos e as articulações são modelados de forma esquemática. Geralmente apresentam os
braços caídos ao longo do corpo, mas também existem uns que têm os braços erguidos a partir
do cotovelo e seguram na mão uma oferenda.
Os Koiroi estão sempre nus, usando no máximo um cinto e ocasionalmente botas. O
equivalente feminino (koré), apresenta-se sempre vestida ou parcialmente vestida com uma
túnica (peplos) contrariamente ao Kouros.

A cabeça erguida e os olhos são direccionados para o ponto de vista do observador, e nunca
saem deste eixo rígido. Os rosto demonstram influência da arte cretense e são modelados
como se de um estereotipo se tratasse: usam o cabelo longo e frisado ou com contas ao modo
cretense, e os olhos possuem um aspecto similar ao da escultura egípcia, que era na altura
copiada na produção cretense. Tanto o Kouros como a Koré, apresentam um sorriso
controlado, de lábios cerrados, o chamado sorriso arcaico.

Mais tarde estas estátuas assumem poses mais naturalistas e os penteados deixam-se
influenciar mais pela moda da Grécia Continental.

No século VI a.C., os Kouroi, aumentam de dimensão à medida que a sociedade grega


enriquece e se sente mais a vontade na modulação do mármore. Algumas estátuas podem
chegar a atingir 1, 2, 3 ou 4 m.

Koré (pl. Korai)

Consiste numa estátua feminina que representa uma mulher jovem, virgem,
graciosa e encantadora. Assim como o Kouros, denota uma
profunda influência da estatuária egípcia pelo seu carácter
maciço e rigidez corporal e, embora esta estátua grega arcaica
transmita a mesma artificialidade que as semelhantes
egípcias, o trabalho do material é um pouco mais tosco.

Inicialmente em madeira, mas posteriormente esculpidas em


mármore, apresenta-se geralmente em pé, vestida com uma
túnica e pode ter um dos braços erguidos a partir do cotovelo,
carregando na mão um objecto votivo. O rosto, estereotipado,
que não tem por objectivo ser o retrato de um pessoal real, é
envolto por um cabelo de volumetria pouco natural, como se
de uma peruca se tratasse. A estátua é pintada, mas ao contrário d o Kouros
(pintado de castanho/avermelhadp), a pele feminina é deixada a branco, o que
indica que as mulheres da antiguidade tinham menos liberdade que os homens
para andar livres.

Assim como o Kouros, a Koré é alvo de uma evolução formal ao longo do tempo
tornando-se, uma figura de formas mais suaves e arredondadas, em que o t
ecido da roupa e o corpo se ajustam com maior naturalidade. Nesta altura, o
corpo deixa de parecer talhado de um bloco de contornos agudos, para se
parecer mais com uma coluna, onde as linhas são mais fluidas. Mas ao contrário
do kouros, que apresenta sempre a mesma tipologia, a koré tem mais variações, acima de
tudo no que diz respeito à indumentária e ao cabelo, que espelham a moda dos diferentes
locais onde é produzida. Eram pintadas com cores vivas, fortes e cintilantes.
A meados do século VI observamos a transformação e evolução da representação artística
destas figuras básicas. (Ex. Moscophoro, Homem com um vitelo, c.570 a.C.).

Referências

Kouros de Melos, VI a.C.* Koré de Chios, 250 a.C*

Kouros de Milos, c.540 a.C Koré de Peplos Dórico, 530 a.C*

Kouros de Piréu, VI a.C. Filhas de Proitos, VII a.C.

Kouros de Anavyssos, 525 a.C* Koré, a amuada, c.410 a.C

Kouros “Fletcher Fund”, c.610-600 a.C Hera de Samos, c.570 a.C*

Período Clássico - Naturalismo

Foi neste período que a escultura atingiu o auge da beleza e da perfeição. Foi necessário um
período de tempo para que se atingisse a mestria artística – período arcaico.

Muitas esculturas eram feitas em bronze, que para alem de ser mais caro, exigia uma
tecnologia mais avançada em relação ao trabalhar este material.

Neste período definem-se também as regras canónicas pelas quais as esculturas se


começavam a reger. Acompanhando esta evolução surgiram nomes importantes de escultores.
Policleto, estudou as proporções do corpo humano e estabeleceu e redigiu o primeiro tratado
de proporções na escultura – cânone. A figura de atleta que o corporiza chama-se “Dorífero”.

Foi com Fideas que a escultura grega clássica atingiu a absoluta perfeição. Nas suas obras
ressaltam a perfeição anatómica, a robustez e a serenidade, a força e a majestade. Deu à
escultura, um carácter divinizado e idealista. Teve influência noutros artistas.

Lisipo estabeleceu outros cânones, cujas proporções criaram um atleta mais belo e esbelto.
Introduziu-se o vulto redondo e marca-se a evolução da escultura com o naturalismo. Rompeu
com o rigor da frontalidade e as estátuas começaram a ser vistas de todos os ângulos.

Este é um período pelo aspecto mais sedutor e gracioso das estátuas e pelo aparecimento de
nu feminino. As obras tornaram-se mais naturalistas, consoante o estilo do seu autor.

Referências

Efebo de Kritios, 480 a.C., faz a transição entre a escultura arcaica e clássica.
É um género de Koros com características clássicas. Uma delas é a perda de
simetria, começa a ter uma curvatura e o peso do corpo começa a ser todo
carregado numa perna, deixando a outra livre. É um corpo mais idealizado e
clássico. Ao contrário dos Koros, muito simplificados, esta já se distingue pela
acentuação de volumes.

Auriga de Delfos, c.478-475 a.C., uma provável obra de Pitágoras de Régio.


Esta escultura é dita do estilo severo (480-450 a.C.) que se caracterizava pela contenção e
serenidade formal, considerado um sub-estilo do estilo clássico.

Zeus ou Poseidon, c.470 a.C., atribuído a Angeladas, mestre de Polícleto, em


bronze.

Dorífero, de Policleto, 450 a.C. Harmonia total do corpo que se relaciona


também com a arquitectura (contra-posto). A linha do corpo é ligeiramente em
“s” e tem torções subtis ao longo do corpo.

Diadimeno, c440-430 a.C

O Efebo Louro, c.490-480 a.C

Discóbolo, de Miron, c.450 a.C, 1,50m. Conquista espacial, escultura vista de


todos os ângulos. A escultura tem um movimento tão forte que começa a criar
espaç o.

Níóbida Moribunda, c450-440 a.C, 1,50m

Apoximonieno, c330 a.C. por Lisipo, representa um jovem atleta a limpar-se


com o estringil, tema muitas vezes tratado na arte grega. Esta versão distingue-
se porque os braços se encontram estendidos horizontalmente para a frente.
Esta audaz projecção no espaço, À custa de obstruir a visão do torso e uma proeza notável,
dota a figura de uma nova capacidade de movimento livre tridimensional.

A competição da Amazona, de Policleto, Fideas e Crésilas

Péricles, por Crésilas

Estatueta Funerária de Hessego, c.440-410 a.C.

Frontão de Zeus, Olimpia 450 a.C

Hormodio e Aristogiou, tiranicidas, 330 a.C

Período Helenístico (séc. V a IV a.C.) – Realismo Expressivo

É pouco o que sabemos do desenvolvimento da escultura grega durante os primeiros cem anos
da época helenística. A escultura grega passou a ser produzida num vasto território e a
interacção de tendências locais e internacionais deve ter formado um esquema complexo, um
padrão cambiante de que apenas podemos seguir algumas linhas isoladas.

Evoluindo com um sentido de “realismo expressivo”, dramático e livre, acentua-se o efeito


teatral das estátuas. Usou-se como temas principais o sofrimento e as paixões, as guerras,
abandonando a serenidade clássica.
Sucedem-se aos grupos escultóricos as estátuas individualizadas, descrevendo acontecimentos
e narrando histórias;
A partir de representações monumentais, desenvolve-se as cenas de género retiradas da vida
quotidiana (grotesco, humorístico, pitoresco, mendigos, camponeses, jovens, velhos…),
captadas com tal realismo dando ênfase às disformidades físicas do humano à infância e à
velhice.

Exemplos:

Grupos de bronze dedicados por Átalo, entre c.240 e 200 a.C


para celebrar as suas vitórias sobre os gauleses. Estátua
reproduzida pelos romanos – Gaulês Moribundo, c.230-220

a.C. Reprodução cuidadosa do tipo étnico, na estrutura facial


e no cabelo hirsuto. Este Gaulês participa da heróica nudez
dos guerreiros gregos, a sua agonia é muito realista, sem
embargo, de considerável dignidade. Sentimos uma
qualidade animal que nunca pertencera à imagem grega do
homem. A morte, tal como a presenciamos aqui é um
processo físico muito concreto; Fauno Barberini, c.220 a.C,
uma cópia romana de uma estátua de um sátiro bêbado que
adormeceu e que sonha. O gesto convulso do braço direito e
a alterada expressão da face traem a natureza exaltada e perturbadora do sonho. Também
nesta obra assistimos a uma desunião do corpo e do espírito.

Altar de Zeus, em Pergamo, mandado construiu pelo filho e sucessor de Átalo I, c.180 a.C. É
um edifício impressionante. O altar propriamente dito ocupa o centro de um pátio rectangular
envolvido por uma colunata jónica que se eleva sobre
uma alta base; uma escadaria monumental dá acesso
ao pátio, no lado ocidental. As enormes figuras,
talhada em relevo, têm a escala e o peso das estátuas
de tímpanos sem estar sujeitas aos limites dos
frontões. É uma combinação única de duas tradições
diferentes e o formidável apogeu da revolução da
escultura arquitectural grega. O tema, a Batalha dos Deuses e dos Gigantes. O talhe do friso,
ainda que pouco subtil nos pormenores, possui uma tremenda força dramática; os vigorosos
corpos musculados precipitando-se uns contra os outros, os intensos contrastes de luz e
sombra, as asas a bater e as roupagens agitadas pelo vento são de um dinamismo quase
esmagador.

Nike de Samotrácia, c.200-190 a.C. Representa uma deusa ainda semi-


sustentada pelo poderoso vento frontal contra o qual ela rompe. Esta
força invisível do ar violentamente agitado tornou-se aqui uma realidade
tangível; não só equilibra o movimento da figura para diante, mas
também modela cada prega da roupagem maravilhosamente animada. Há
uma relação activa entre a estátua e o espaço que a envolve, merece
perfeitamente a sua fama de maior obra-prima de toda a escultura
helenística.
Grupo de Laoconte, por Hasesandro, Atenodoro e Polidoro de Rodes,
final do séc. II a.C. Considerada uma tragédia sublime. O meticuloso
acabamento parece-nos uma exibição de virtuosismo técnico, encerra
com grande convicção. O seu estilo inspira-se no friso de Pergamo,
embora o seu dinamismo seja friamente calculado. O tema possuía
uma significação especial, a punição divina infligida a Laoconte e seus
filhos.

O retrato, ramo importante da escultura grega, continuou a florescer. As


suas realizações, são conhecidas, indirectamente, pelas cópias romanas.

Cabeça de retrato, de Delos, c.80 a.C. Não foi realizada como um busto
mas, como parte de uma estátua de corpo inteiro. A identidade do
modelo é desconhecida. A obra interessa-nos pela visão íntima e pessoal
da personagem; o modelado fluído do semblante fatigado, a boca
indecisa e dolorosa, os olhos tristes sob as espessas sobrancelhas,
revelam um indivíduo assaltado por dúvidas e ansiedades, uma personalidade extremamente
humana, desprovida de heroísmo.

Bailarina Velada, c.200 a.C., tem uma liberdade de concepção tal como
muitas outras não igualáveis a grandes composições. A sua torção
audaciosa, reforçada pelas dobras diagonais do manto, cria uma
multiplicidade de aspectos interessantes que força o contemplador a dar
voltas à estatueta. O jogo complexo das formas concavas e convexas, o
intrigante contraste entre a silhueta da figura e a mobilidade do corpo sob
as vestes é extraordinário.

Arquitectura

 Arte racional, expressão da comunidade e do Homem/cidadão;


 Aliou a estética e ética, politica e religião, técnica e ciência, realismo e idealismo, beleza e
funcionalidade;
 Edifícios gregos estabeleceram uma ligação harmoniosa entre o Homem e os Deuses e estão
perfeitamente enquadrados na Natureza;
 Génese fundada em duas grandes heranças - dos povos que habitaram a bacia do
Mediterrâneo (Egípcios, Cretenses.) e das vagas de povos indo-europeus que invadiram o
território. Tudo isto fez nascer uma arte austera e rigorosa;

Evoluiu em três períodos:

 Período arcaico (século VIII a V a.C) – longo espaço de tempo caracterizado pela procura do
inteligível, da ordem, do monumental, da sobriedade e da maturidade;
 Período Clássico (século V a IV a.C) – onde a arte atingiu a plenitude, o equilíbrio, o realismo
e o idealismo;
 Período Helenístico (século III-II a I a.C )– marcado pela miscigenação de culturas, pelo gosto
do particular, do concreto e individual e, simultaneamente é o tempo de declínio da cultura
grega.

 Inicialmente, a arquitectura foi executada em madeira, tendo sido substituída pela pedra
calcária. Também as estruturas e proporções evoluíram;
 Existe uma ligação permanente entre geometria e a arquitectura onde a matemática
estabeleceu o ritmo e a harmonia. Criaram-se normas e regras construtivas (cânones),
valores estéticos e modelos onde os pormenores se sujeitavam à harmonia do conjunto;
 Os arquitectos elaboraram projectos com estudos topográficos do terreno, a adaptação do
edifício ao relevo e a escolha da ordem, de acordo com o tipo de edifício;
 Objectivo final da arte – procura da unidade beleza e harmonia universais, suportadas por
uma filosofia cujos valores designamos hoje por Classicismo.

Secção de Ouro – Foi Endoxe que ensaiou a sua primeira tentativa explicativa. Prosseguiu os
seus estudos matemáticos sobre a proporção divina e descobriu que esta se exprimia por uma
fórmula (PHI) – por causa do artista Fidias. Pitágoras também se interessou por tal, e descobriu
que este número era a base das proporções do corpo humano. Os gregos apropriaram-se
desta formula, que se emprega como base de tudo. Fizeram investigações aprofundadas e
demonstraram que esta secção é a base de quase todas as formas da natureza. Todos os
artistas gregos estabeleceram as suas obras segundo esta, mas é na arquitectura onde
encontra o seu total desenvolvimento. O Partenon é o seu maior exemplo.

Cidade Grega

Enquadrada na Natureza e aproveitando os


declives e acidentes do terreno, a cidade foi
concebida por três áreas distintas:

 Área sagrada – localizada na Acrópole e na


qual era construídos templos, santuários,
oráculos e tesouros;
 Área pública – instalada na Agora, centro da
vida. Tinha espaços para reuniões políticas,
manifestações desportivas e artísticas,
teatro, comércio.
 Área privada – contituida por bairros residenciais organizados por classes sociais, com
habitações dispostas ao longo de ruas estreitas , labirínticas e sem pavimentação.
 Plano urbanístico foi regido por magistrados, reunidos em colégios, dos quais faziam parte
arquitectos e técnicos;
 Hipódamo de Mileto/ plano centrípeto - foi urbanista e filosofo que concebeu uma cidade
perfeitamente racional e funcional. Para si a cidade era formada por avenidas que se
cruzavam ortogonalmente com ruas transversais, formando áreas diferenciadas. A cidade
desenvolvia-se a partir de quarteirões. As casas seriam espaçosas e organizadas à volta de
um pátio central. Este plano foi aplicado sobretudo no período helenístico.
Templo

 Exemplo máximo da arquitectura grega; a sua forma e estruturas básicas evoluíram a partir
do mégaron. Os melhores exemplos são o Pértenon e Atena Niké (VER CASOS PRÀTICOS);
 Morada e abrigo do Deus, onde se colocava a sua imagem;
 Usou-se na sua construção o sistema Trilítico, definido por pilares verticais unidos por lintéis
horizontais.
 O exterior era majestosamente decorado com esculturas e pintado. O templo grego tinha um
forte sentido escultórico.

Na sua estrutura planimétrica:

1 – Pronaos – espécie de pórtico 2 Cell Ou Naos – onde


está a estátua da divindade 3 – epistódomos – onde se
guarda o tesouro, as oferendas e os bens preciosos 4 –
peristilo – rodeia a estrutura

Em alçado

 Base ou envasamento – plataforma elevada. Nivela o


terreno
 Colunas – constituíam o sistema de elevação e
suporte do tecto
 Entablamento – elemento superior formado pela
arquitrave, friso e cornija encimada pelo frontão.

O templo possui uma simetria axial, criando fachadas


simétricas. O templo grego sofreu uma evolução
estilística desde o séc IX a.C (quando nasceu).
Definiram-se estilos principais ou ordens.

Ordem – conceito ligado a um sistema de proporções que harmonizavam as partes do edifício


em relação ao todo. A coluna é o elemento que melhor define as características de cada
ordem. A coluna teve também um valor icónico extremamente forte, que esteve para além da
sua função estrutural.

Ordem Dórica

 É a ordem mais antiga (600 a.C.), nasceu na Grécia


peninsular sendo a ordem fundamental da
arquitectura grega. Possui formas geométricas com
quase total ausência de decoração – influência no
Egipto, Micenas e a arquitectura grega pré-arcaica de
madeira e adobe.
 Possui um aspecto maciço e pesado. Tem um
carácter masculino e sóbrio ligado ao espírito
guerreiro dos seus inventores, Dórios, que chegaram
à Grécia vindos do do Norte.
 O envasamento é composto pelo estéreobato e pelo estilobato. A coluna é robusta e possui
fuste com caneluras em aresta viva e capitel formado por ábaco e equino, muito simples e
geométrico. O entablamento contem a arquitrave, o friso dividido em métopas e a cornija.
 Os arquitectos gregos procuraram muitas vezes incutir o máximo de simplicidade em tudo o
que construíam. No entanto, observando-se os templos dóricos verificou-se que por serem
perípteros estavam sujeitos a determinadas deformações ópticas que desvirtuavam a
perfeição e a simetria que buscavam. Trabalharam por isso, para corrigir estas deformações.

Exemplos:
Templo de Hera;
Templo de Poseidon, c.460 a.C, ergue-se alto e compacto. É
um santuário dórico muito bem conservado. Têm especial
interesse os suportes interiores do tecto, duas colunatas
sobre as quais assentam as fiadas das colunas menores,
dando a impressão de um adelgaçamento continuo. Esses
alçados interiores de dois andares tornaram-se necessários
nas altas celas dos grandes templos dóricos.
Templo de Apolo;
Templo de Ceres:
Templo O Pártenon, 448-432 a.C, na Acrópole de Atenas. Construído num local muito
elevado, domina toda a cidade e arredores, como um
marco a sobressair do fundo montanhoso. Foi construído
com o dinheiro do tesouro da coligação da mutua defesa
contra os persas, com outros estados. É o único templo
conhecido que serviu as quatro religiões diferentes. É o
modelo perfeitoo da arquitectura dórica clássica e forma
um contraste elucidativo com o Templo de Poseidon.
Apesar de ter maior volume, parece muito menos
compacto. O seu efeito de harmoniosa e festiva graça, dentro da austeridade da ordenação
dórica, foi obtido por um aligeiramento geral. AS proporções foram reajustadas e as
modificações foram acompanhadas por certas desobediências ao traçado, desvios intencionais
da regularidade geométrica, porem, eram de difícil realização, pois eram correcções ópticas
delineadas para que as linhas horizontais e verticais pareçam absolutamente direitas. As
alterações subtis do parthenon devem-se apenas a uma intenção estética, são um elemento
positivo para aumentar a beleza do edifício e para ser apreciado.
Ttemplo de Artemisia, em Córfu;
Templo “La Basilica, Paestum, séc. VI a.C. vizinho do templo
de Poseidon. Ambos são dóricos mas saltam logo diferenças
de proporções. La Basilica parece baixa e acharrapada. As
colunas são mais cónicas e os capitéis maiores do que os do
Poseidon. Esta forma peculiar foi resultado de uma
compensação excessiva. Parecem, por isso, mais oprimidas pela carga que suportam, existindo
uma grande contraste entre os elementos de suporte e os elementos suportados.
Ordem Jónica

 Nasceu no século VI a.C. Difere da ordem dórica nas proporções de todos os seus elementos
e na decoração mais abundante da coluna e do entablamento.
 Tem dimensões mais esbeltas e por isso um carácter feminino.
 O envasamento é formado pelo estereobato com 3 degraus. A coluna possui uma base
individual, um fuste com caneluras semicilíndricas, sem arestas vivas. É também mais longa e
delgada e tem um capitel com um ábaco simples e um equino em forma de volutas enroladas
em espiral. O entablamento tem uma arquitrave tripartida e um friso contínuo, com
decoração esculpida, rematado pela cornija.
 Este tipo de estrutura foi aplicado em templos como:
Atena Niké;
Templo de Erecteion, erigido de 421 a 405 a.C.
Santuário de Apolo, em Delfos.

Ordem coríntea

 Apareceu no final do século V a.C. É uma derivação da ordem


jónica, com enriquecimento decorativo. As principais diferenças
estão na coluna (com base mais trabalhada), no fuste (mais
delgado) e no capitel (forma de sino invertido, repleto de
decoração esculpida com flores de acanto coroados por volutas jónicas)
 Ordem usada de forma parcimoniosa e encara o espírito ornamentalista do século IV a.C.
Exemplo:
Templo de Zeus
Monumento de Lisícrates, c.334 a.C em Atenas

Qualquer que fosse a ordem utilizada, o templo possuía espaços destinados à escultura que
valorizavam o edifício e aumentavam o seu valor icónico.
Arte Romana (séc. VI a.C. a IV d.C.)

 Realeza

 Republica

 Império

No final do século VII a.C., os etruscos, oriundos da margem direita do Tigre assumiram o
governo de Roma, uma pequena aldeia do povo latino e acabaram por fazer dela uma grande
cidade. Nos finais do século V a.C. os latinos destronaram o ultimo etrusco e fundaram a
república, onde os chefes passaram a ser magistrados eleitos pelo povo. Após numerosas
batalhas e grande domínio da península ibérica, Roma é, no entanto, abalada, dando origem a
uma nova forma de governação, o império. A governação passou a ser confiada a um único
homem, o Imperador.

Roma possuía, uma grande diversidade de culturas, das quais a influência grega demonstra
grande importância. Esta mistura influências e culturas com uma matriz helenística
contribuindo em muito para o ecletismo da cultura romana. Ao longo dos séculos, o império
romano caracterizou-se por:

 Moderno sistema jurídico (direito), principal fonte para a organização administrativa e


judicial da igreja e dos estados europeus;
 Legiões tinham uma meticulosa e disciplinada organização que contribuía para o
crescimento do império e para a conquista do mundo;
 Mundanismo das elites sociais onde o sistema económico e social, permitia a existência de
escravos e a dura condição de vida da plebe;
 Superioridade da civilização material. O império construiu cidades, levantou aquedutos,
escolarizou, pacificou uma tarefa civilizacional a que se deu o nome de romanização. Essa
aculturação encontra-se materializada na prática comum do latim, no culto do imperador e
na vigência do direito romano.
 Domínio, centralização, lei, ordem, prosperidade económica e material e civilidade –
atingiram o máximo esplendor entre o século I a.C e I d.C – Época de Ouro que coincide
com o governo de Octávio César Augusto.

Espaço – Roma, o modelo Urbano do império

Durante épocas, o crescimento da cidade acompanhou o crescimento económico e político.

Roma era o ponto de chegada e partida das rotas que uniam todas as partes do impero,
possibilitando o intercambio de agentes, produtos e noticias.

O Estado Romano preocupou-se com a qualidade de vida na cidade e com o espaço - mandou
construir vias e praças, aquedutos; estabeleceu regras construtivas para os edifícios,
embelezando tudo com monumentos e peças de estatuária dando importância ao fausto.
Interviu na construção de fóruns – praça pública central, rodeada de belos edifícios, muitos
deles públicos e relacionados com o poder. O fórum era o centro administrativo e financeiro
da cidade, é onde se situa o mercado, se realizam certas festas e é ali que os políticos
proferem os seus discursos.

Roma cresceu como uma cidade cosmopolita, paradigma para todas as cidades e regiões do
império. Roma era um paradigma a nível administrativo e civilizacional – os romanos fizeram
das cidades, as sedes do governo. Foi o mais rápido processo de aculturação das populações.
Como paradigma a nível urbanístico – o modelo urbano de Roma foi adoptado nas cidades
novas e inspirou as reformas e os melhoramentos urbanos. O urbanismo foi uma das marcas
distintas da civilização romana. Roma funcionava também como modelo para a vida
sociocultural.

O Senado

O senado dominou em todos os assuntos da vida pública da governação, enquanto existiu. A


amplitude das funções estava relacionada ao prestígio dos senadores.

Os Romanos foram influenciados pela retórica grega (arma do convencimento – arte de bem
falar e factor de sucesso do senado). Apesar de estar em declínio, o senado continuou a
administrar e a fiscalizar as províncias.

Arquitectura Romana

A arquitectura é a arte que melhor documenta a evolução histórico-social de Roma. É uma


preciosa herança para as gerações vindouras. Por exemplo, “Os Dez Livros da Arquitectura” de
Marco Vitruvio exerceram uma influência didáctica no período do renascimento e outros.

Caracteriza-se pelo pragmatismo e funcionalidade, preocupou-se essencialmente com a


resolução de aspectos práticos e técnicos da arte da construção, respondendo com soluções
criativas e inovadoras aliada às preocupações demográficas, económicas, políticas e culturais.

Filia-se nas formas ítalo-etruscas e nos modelos gregos helenísticos.

Carácter e avanços tecnológicos

 Carácter – utilidade e grandeza, solidez, poder e força;


 Variedade e plasticidade dos materiais:

 Materiais tradicionais (pedra, mármore, madeira);


 Materiais económicos e fáceis de trabalhar (diferentes tipos de opus);
 Com o emprego dos opus, foi necessário o uso de paramentos (revestimentos);

 Novos sistemas construtivos:

 Arcos que originaram as abóbadas de berço, aresta e sucessão de aresta; com o seu uso
modificou-se a tipologia dos edifícios, diversificou-se as plantas, fizeram-se espaços
amplos e melhor articulados;
 Cúpulas;
 Arcadas
 Desenvolvimento da técnica e dos instrumentos de engenharia
 Novos sistemas de edificação
 Aperfeiçoamento dos conhecimentos de orografia e topografia;
 Técnicas de terraplanagem;
 Inventaram cofragens e cimbres, meios quase estandardizados.

 Decoração
 Barroquismo – exagero
ornamental. Com influências
gregas utilizaram as ordens
como elementos decorativos.
Alteraram as suas proporções e
formas chegando a inventar
duas novas ordens – a toscana e
a compósita.

Exemplo de uma construção: Tabularium, da época 78 a.C estava em Roma e era o arquivo do
estado, onde estavam as tábuas onde os romanos escreviam (também em papyroo e
pergaminho). Edifício construído (70-80m de altura) em base oca, para guardar os
documentos. É uma espécie de criptopórtico. Tem colunas e arcos de volta perfeita. Foi pela 1º
vez o edifício que se tirasse as colunas ele não ruía pelo sistema abobadado romano em
contraste com o sistema arquitravado grego. O edifício está suportado pelos arcos e abóbadas
não pelas colunas e arquitraves que assumem um papel decorativo. A construção é romana
mas com decoração grega.

Arquitectura Religiosa

 Funções simultaneamente religiosas (culto aos deus) políticas (culto ao imperador, reuniões
politicas) e sociais (ligação ao povo por acontecimentos religiosos);
 Edifícios religiosos assinalam os lugares mais importantes das cidades. Distinguem-se os
Templos, os Santuários e os simples Altares;
 Influências ítalo-etruscas e greco-helenisticas mas também transformações estruturais e
decorativas;

Templos do Período Republicano

 Erguem-se sobre um pódio;


 Possuem carácter frontal;
 Planta rectangular com uma só cella fechada;

 Orientados nos terrenos, de acordo com a posição tomada dos


áugures (sacerdotes);
 Na maioria eram falsamente perípteros com colunas adossadas às
paredes exteriores da cella) – não tinham peristilo;
 Colunas e entablamento à maneira grega – mas com função
decorativa;
 Santuários eram grandiosamente construídos por vastos recintos;
Exemplos:

Templo de Fortuna Virilis (séc. II-I a.C.)


Templo da Sibila, em Tivoli (séc. I a.C.)
Santuário da Fortuna Primogenia, Palestina (séc.II a.C.)

Templos do Período Imperial

 Maior monumentalidade e sumptuosidade;

 Resultam do aperfeiçoamento técnico e dos objectivos do Império;


Exemplos:

Panteão de Roma (118-125 d.C.)


Basílica de Constantino (séc. IV d.C.)
Basílica de Leptis Magna (séc. III d.C.)

Arquitectura Tardo-Romana

Exemplos:

Templo de Vénus, em Baalbek (séc. II d.C.)

Porta do Mercado de Mileto (c.160 d.C.)

Peristilo, Palácio de Diocleciano, Split, Jugoslávia


(c.300 d.C.)

Arquitectura e Obras Publicas

 Onde melhor se expressou o engenho técnico e originalidade estrutural


 Obras traduzem o desejo de poder e de grandeza deste povo;
Período Republicano Período Imperial

 Obras de carácter prático e  Obras de carácter prático e utilitário + obras


utilitário (estradas, pontes, grandiosas e imponentes destinadas à vida pública
aquedutos.)
(politica, administração, economia e lazer.
 Basílicas

Longas salas para variados usos cívicos (multifuncionais) serviam para albergar tribunais, cúrias
e outras repartições, termas, mercados, palácios imperiais etc. … São fruto de uma concepção
que se desenvolveu na Grécia Helenística. Sob os romanos tornaram-se edifícios típicos de
todas as cidades importantes.

Caracterizam-se pela sua cobertura em abóbada de aresta com cúpulas e semicúpulas sobre as
absides laterais. Estes sistemas construtivos permitiam criar compartimentos interiores mais
amplos e iluminados.

 Anfiteatros

Exerceram um importante papel sócio-recreativo. No geral eram de


planta circular ou elíptica, sem cobertura, e erguiam-se à altura de
vários andares, sustentando-se totalmente a si próprios graças aos
sistemas de abóbadas radiais e concêntricas, que sustentavam as
galerias sob as bancadas e a própria arena;

A sua decoração no exterior tinha a mesmo decoração do Tabularium, (três níveis de arcos,
ladeados, por colunas com ordens diferentes em cada andar, separados por entablamentos e
encimados por um ático sem arcadas, mas com pilastras.

Exemplo: Coliseu de Roma (78-80 d.C.)

 Teatros

Exercem um papel importante sócio-recreativo. Não precisavam de


locais apropriados para se erguerem pois graças aos sistemas
construtivos dos Romanos suportavam-se a si próprios. Eram
fechados em torno de si mesmos. A orquestra era semicircular e a cena, era mais elaborada,
erguia-se em vários andares colunados até à altura da última bancada;

Exemplo: Teatro de Mérida (24-15 a.C)

 Termas

Eram importantes locais de encontro e convívio social para além de


simples balneários públicos;
As termas romanas foram notáveis pelo apurado sentido de ordem e
simetria dos seus interiores, pela conjugação harmoniosa de várias
volumetrias, pelas arrojadas coberturas abobadadas ou cupuladas pela
articulação entre interiores e exteriores;
Eram símbolos do poder político, ostentavam ricas decorações com revestimentos a mármore
policromo, belas composições de mosaicos, estuques dourados e muita estatuária artística.
Exemplos:
Termas de Adriano em Leptis Magna
Termas de Caracala
 Fóruns

Eram um espaço aberto rodeado de edifícios públicos, que serviam de local de reunião,
podendo ter sido uma readaptação da agora grega. Costumava encontrar-se no cruzamento do
cardo e do decumano, eixos centrais do urbanismo de qualquer cidade de fecundação romana.
O Fórum era também local de mercado, de realização de cerimónias religiosas e dos mais
importantes actos cívicos da cidade.
Com o crescimento do seu colossal império, Roma necessitava de possuir um centro cívico
ainda mais amplo de que o do Fórum Romano, pelo que Júlio César e outros imperadores não
deixaram de criar novos fóruns adjacentes e complementares.
Exemplos:
Fórum Romano (31-14 a.C. – período republicano). Situado entre as colinas mais importantes
e célebres de Roma, quer em termos políticos quer do imaginário e mitologia romanos, quer
históricos ou sociais. Em torno deste espaço estavam os mais importantes edifícios públicos,
adornados de colunas comemorativas, estátuas, arcos, pórticos, colunatas, templos, basílicas e
arquivos.
Fórum de Augusto (2 a.C.), construído por César Augusto, em Roma. Construído para
comemorar a vitória dos romanos em Cartago e para venerar o Deus da Guerra – Marte, que
os ajudou a vencer a batalha.
Fórum de Vespasiano, “templo da Paz”. Não foi considerado originalmente um fórum
imperial, só em época tardia, é de facto, tratado de forma diferente. A área central não foi
pavimentada como uma praça mas tratada de forma diferentes como um jardim, com
banheiras de água e bases de estátuas, que faziam desta, um verdadeiro museu ao ar livre. O
monumento foi edificado depois da conquista de Jerusalém.
Fórum de Nerva (c.96-98 d.C.). Domiciano que unifica uma área irregular entre o Templo da
Paz e os fóruns de César e Augusto. Dedicada à Deusa Minerva, mas com a morte de
Domiciano numa conspiração faz com que o complexo, já quase terminado, fosse inaugurado
pelo seu sucessor Nerva e é este que se prende o nome do fórum.
Fórum de Trajano (113 d.C.) construído a mando do imperador Trajano, com os despojos de
guerra da conquista de Dácia (106). Foram necessárias extensas escavações e a projecção do
fórum foi atribuída na íntegra a Appolodorus de Damasco, arquitecto do imperador É neste
fórum que se encontra os famosos edifícios e monumentos como o mercado de Trajano e a
Coluna de Trajano.

Arquitectura Privada

 Menos imponente. Admitiu duas tipologias: a Domus e a Insulae;


 Domus – lar tradicional/casa familiar privada que pertencia já ao património da família. As
famílias mais abastadas possuíam variantes maiores e mais luxuosas deste modelo – eram as
Villae. Apresentou variações na planta, no tamanho e nos materiais mas manteve
características básicas:

 Aspecto modesto (feita com tijolo e ladrilho cozido no exterior e com estuque e taipa no interior);
 Baixa (um ou dois pisos) com telhado inclinado para o interior feito de telhas de cerâmica;
 Virada para si própria, não tinha aberturas para o exterior senão a porta principal e traseira;
 Organização em torno de pátios interiores (iluminação, ventilação e circulação de pessoas);
 Decoração baseia-se nos pavimentos de mármore e mosaicos e nos estuques pintados;
Exemplos:

Domus Aurea “Casa de Ouro” ou “Casa Dourada” pela cúpula de ouro que possuía. Mandada
construir pelo imperador Nero (64-68 d.C.). A arquitectura juntamente com a pintura desde
Domus era toda ela muito decorada. As cenas compreendiam janelas artificiais e muita
imitação de elementos arquitectónicos, tectos pintados com influência grotesca das antigas
grutas…. Depois da morte de Nero, esta zona da Domus Aurea foi aproveitada.

Domus Flávia, mandada construir por Domiciano. Começou por ser bom imperador (81-96),
mandou construir esta casa riquíssima com um hipódramo no meio (fontes e cascatas). Era tão
desconfiado que mandou revestir o palácio com mármores ultra-polidos. Tito, irmão de
Domiciano teve posteriormente um arco dedicado à sua vitória na Palestina.

Vila Adriana

 Insulae – criadas pela concentração populacional das cidades durante a época imperial.

 Autênticos prédios urbanos para alojar famílias. Continham três a quatro andares. O rés-do-chão era
utilizado para lojas. Nos andares superiores havia pequenos apartamentos;
 Eram construídas com materiais económicos e levantaram problemas urbanísticos como o abastecimento de
água, os esgotos, as normas de segurança, o mau isolamento térmico e acústico, o numero exagerado de
andares, etc.
 O interesse reside na técnica usada para a construção, na preocupação funcional da planta e no tratamento
das fachadas;

Arquitectura comemorativa

 Assinalam, pela presença evocativa, as façanhas militares ou políticas, dos oficiais e


imperadores.
 Subdivide-se nas colunas honoríficas e, sobretudo, nos arcos de triunfo.

Arcos de Triunfo

 Assumiram várias formas e tamanhos e estavam muito decorados com relevos e com colunas adossadas
que serviam de pedestal a estátuas alegóricas ou honoríficas. A parte superior era também suporte para
grupos escultóricos;
 A colocação fazia-se a meio de vias importantes, nas entradas e saídas dos fóruns e podiam ser
adossados Às muralhas, a pórticos e a aquedutos.
Exemplos: Arco de Tito
Arco de Septimo Severo
Arco de Constantino

Colunas

 Serviam como elemento comemorativo e fora talvez inspirada pelos obeliscos no Egipto.

Exemplo:

Coluna de Trajano (107-112 d.C.)


Urbanismo

 Foi uma preocupação do pensamento arquitectónico romano. Nasceu de problemas político-


militares e económicos e tem um carácter ornamental e monumental;
 Preocupação resumia-se nos traçados das vias principais, em linha recta e no arranjo dos
fóruns, centro políticos, religiosos e económicos das urbes, como síntese de toda a
arquitectura. As ruas faziam entre si ângulos rectos. Esta ideia desenvolveu-se a partir de um
projecto grego inventado por Hipódamo de Mileto. Era uma tipologia muito fácil de aplicar
quando os Romanos fundavam uma cidade. A cidade a partir de uma grelha ia crescendo
naturalmente.
 Eixo N/S (cardo) Eixo E/O (decomano), formavam os dois eixos principais, no seu cruzamento
e nas suas extremidades podia-se encontrar os edifícios mais importantes. O sistema de
saneamento e canalização foi melhor gerido por estas mesmas características.
 Algumas cidades actuais ainda têm vestígios desta planta urbana;

Exemplos:

Cidade de Aosta

Cidade de Pompeia

Cidade de Priena, junto de Mileto

Cidade de Timgad

Escultura

 Revelou sempre características realistas, centradas na personalidade do indivíduo –


influências etruscas e greco-helenisticas. A influência etrusca revelou-se pelo retrato e o
modelar, a influência grega revelou-se pelas estátuas do período clássico e especialmente do
período helenístico espalhadas pelo império pelos artistas gregos. Os romanos preferiram o
realismo emocional, de acordo com o seu espírito pragmático e prático.
O Retrato romano (formato de busto) reunia características etrusco-helenisticas com o sentimento prático e realista dos
romanos;

 Acentuava os defeitos, as características fisionómicas, as marcas do tempo e do sofrimento humanos;


 Eternizou a memória dos homens. Evidenciava o carácter, honra, glória e psicologia do retratado.
 Com regras ligadas à função religiosa, ao culto dos antepassados;
 No séc. I a.C., no tempo de Octávio César o retrato sofreu influências helénicas, no retrato oficial. Os retratos do
imperador eram mais idealizados, mais divinos mas também graves. Eram o reflexo do poder imperial e um elemento
de unificação do território – chegavam a todas as partes do império;
 A partir da época dos Flávios, os retratos tornaram-se mais realistas, com carácter fotográfico;
 O alto império foi a época de maior produção escultórica – consumo privado de arte, gosto pela obra de arte, gosto
pelo coleccionismo. As oficinas produziam obras em série.
 A fase da simplificação é ligada à decadência do Império – o retrato apresentou influências da estética oriental
(frontalismo e hieratismo). AS recentes influências do cristianismo para o esquematismo e simbolismo da figuração. O
cristianismo converteu a representação em símbolos e o retrato perdeu individualidade;
 As estátuas – retrato e as estátuas equestres (fins públicos), seguiram a tradição grega e eram dedicadas ao imperador e
chefes políticos. Serviram intenções documentais, celebradoras e comemorativas. Surgiram em maior quantidade no
tempoExemplos:
de Júlio César. Nas duas tipologias sobressai o retrato – não descuidam a fisionomia do rosto e enfatizam a
descrição da personalidade do representado.
Retrato de uma Dama c.90 d.C., mármore

Vespasiano 75 d.C., mármore

TRajano c.100 d.C., mármore

Estátua Equestre de Marco Aurélio 161-180 d.C., Bronze

Constantino, o Grande IV a.C., mármore

Relevo

 Subordinado à arquitectura. Tem fins ornamentais, comemorativos, narrativos ou históricos. Ocupa todos
os espaços. Recorreu a técnicas usuais na pintura, explorou a profundidade através dos planos com os
diferentes tipos de relevos – alto médio, baixo – obtendo efeitos de perspectiva e construção espacial.
 Técnicas:
 Escorço – relevos chegam a ser caóticos (usado nas cenas militares);
 Narração, sui generis – a figura principal está repetida. As figuras secundárias estão dispostas lado a lado
e, as restantes, surgem com o objectivo de dar vivacidade e pormenor à narrativa, são colocadas em
planos mais recuados. (relevos comemorativos)
 A decoração dos sarcófagos, teve importância a partir do século I. Passaram a ser exuberantemente
decorados, utilizando cenas mitológicas e representações da vida do morto. Na época cristã, a superfície
frontal foi dividida em espaços, onde eram representadas várias cenas.

Exemplo:

“Altar da Paz”, Aura Pacis 13-9 a.C, feito para comemorar o domínio do império romano na
península ibérica. Construção em pedra, mas de origem em madeira. Na decoração, no fundo,
aparece a Natureza, cenas mitológicas de exuberância, retrato de grupo – onde aparece o
imperador (relembram os frisos do parthenon mas mais compacto e realista) Aparecem
também crianças e mulheres.

Pintura e Mosaico

 Pintura+mosaicos – formas artísticas que melhor documentam o modo de vida e de ser dos
romanos;
 Sentido prático documental e realista;
 Duas tipologias: pintura mural (feita a fresco - reveste paredes) e a pintura móvel (sobre
painéis);
 Pintura deriva das condições dadas pela arquitectura – ligação estreita. Utilização crescente
de argamassas e cimento = necessidade de revestir muros;
 Origens da pintura romana remontam dos Etruscos – tinham hábito de revestir as paredes
dos templos e dos túmulos. Para além de decorarem os edifícios atribuam-lhes um carácter
simbólico. Esta decoração foi alargada às paredes de construções privadas. A sua pintura é de
grande vivacidade narrativa e de grande sentido da realidade, transportando, uma carga
expressiva, linear e vigorosa.
 Tem também influências egípcias – na arte do retrato. Revela-se nas efígies que evocam os
defuntos.
 Revelam-se influências gregas no exemplo do mosaico que relata a Batalha de Isso, 330 a.C.
como cópia de uma pintura grega. Outro elemento grego é a utilização da pintura imitando
placas de mármore de diversas cores;
 Temáticas:
 Pintura triunfal – incide sobre cenas históricas. Tem funções políticas, documentais e
comemorativas. Tem origens etruscas. Recorre à narrativa contínua; a representação é
precisa nos pormenores formais e inscrições que identificam os protagonistas;
 Pintura Mitológica – mais abundante. Incide sobre os mitos e mistérios da vida dos
Deuses e sua representação. As cenas, muito fantasiadas, têm composições ricas de
personagens e cores;
Arte Paleocristã e a Arte Bizantina

 Idade Média – período conturbado devido às invasões e desagregação das estruturas


clássicas (Romanas). Com o mundo bárbaro em ascensão, isto produziu na Europa alterações
estruturais:

 Em 323 d.C., Constantino, o Grande, resolveu mudar a capital do império Romano para
Bizâncio = Constantinopla (hoje, Istambul). A nova capital simbolizava a nova base cristã do
Estado Romano, porque se encontrava no coração das regiões mais cristianizadas do Império.
Constantino não previu que a deslocação da sede do poder imperial fosse provocar a cisão
do estado. Houve uma separação do império do ocidente e oriente. A estratégia era que cada
parte se conseguisse aguentar e defender melhor, mas o império romano do ocidente
acabou por cair em 476 d.C. e foi substituído por vários reinos (francos, visigodos,
ostrogodos, vândalos). Estes reinos bárbaros converteram-se ao cristianismo,
desenvolvendo-se na Idade Média. O império do Oriente, ou Bizantino, sobreviveu a estes
assaltos furiosos mas todas as condições levaram a um cisma religioso. Divergências
doutrinais começaram a desenvolver-se e, houve a divisão da cristandade numa Igreja
Ocidental, ou Católica, e noutra Oriental, ou Ortodoxa. As diferenças entre ambas
aprofundaram-se cada vez mais, e alem de um cisma religioso também se reflectiu um cisma
artístico;

 «Paleocristão» é um termo que não designa propriamente um estilo mas refere-se a


qualquer obra de arte executada por cristãos durante a época que precedeu o cisma na
Igreja Ortodoxa. «Arte Bizantina» já define um tipo peculiar de estilo, desenvolveu-se a partir
de certas tendências que remontam ao tempo de Constantino ou mais cedo ainda. No
entanto não existe uma linda nítida que separe estas duas artes.

 Feudalismo nasceu destas condições – perdurou e formou uma sociedade com laços de
dependência, guerreira, rural e cavaleiresca. Estas relações feudo vassálicas eram
inicialmente usadas pelos monarcas que visavam defender o que lhes pertencia. Este sistema
politico-feudal consistia na passagem de poderes públicos (administrativos, judiciais e fiscais)
dos monarcas para os nobres e eclesiásticos, formando laços de dependência pois os
privilegiados prestariam lealdade e apoio em troca;
 Religião cristã foi uma força em crescimento. Cristianismo impôs-se como elemento
aglutinador e ordenador e guiou e perdurou neste período. Esta religião conheceu uma
grande expansão no século II e III e oficializou-se como religião única;

 Eclesiásticos usaram o poder das administrações centrais e locais (em decadência), para
congregarem e organizarem as comunidades de fiéis. Promoveram uma intensa
campanha de cristianização entre os povos. Os bispos tornaram-se autoridade presente e
actuante junto das populações;
 Na Alta Idade Média (séc. V a IX), a igreja cristã ultrapassou as suas obrigações religiosas,
pastorais e doutrinais e exerceu também um papel civilizacional (influência nas
populações e poder politico e económico).
 Igreja exerceu papel de orientação; administração; conservação e desenvolvimento das
artes e Letras; do saber e da cultura.
 Focos difusores – igrejas (mosteiros). Estes focos tornaram a conferiram à cultura
medieval um carácter religioso e doutrinal;
 Papel civilizacional criou a Cristandade – comunidade de povos e nações, professando a
fé cristã. Palavra utilizada e aplicada como conceito de união cristã.
 A partir do ano Mil – circunstâncias favoráveis à Europa. Vagas invasoras cessaram e guerras
privadas abrandaram. Houve melhor ambiente social que favoreceu o desenvolvimento das
técnicas agrícolas, a economia, o crescimento demográfico e o renascer do comércio;
 Vida urbana melhorou devido ao comércio. Cidades medievais tornaram-se prósperas e
foram renovadas culturalmente.
 Este clima foi aproveitado pela igreja, reforçando o seu sentido pastoral junto dos fiéis.
Lançou movimento em prol da religião e foram construídas igrejas; incentivadas
peregrinações (locais sagrados) e foram organizadas cruzadas (movimentos religiosos e
militares);

Mosteiro

 Vida

 Monaquismo nasceu no séc. IV no Oriente. É ligado ao desejo de isolamento, fuga ao mundo profano - entrega a

Deus – através da contemplação, meditação, oração;
 Surgiram exemplos isolados e criaram à sua volta discípulos que seguiam o mestre;
 No Ocidente, o Monaquismo apareceu no séc. V;
 São Bento (legislador da vida religiosa) escreveu Os Regulamentos – modelo para a organização da vida religiosa.
Deve-se ao rigor e espírito de perfeição posto por São Bento nessa regras e no facto de terem sido apoiadas pelas
hierarquias clericais e politicas da época. As regras Beneditinas serviram de modelo a todas as comunidades
religiosas do Ocidente espalhando-se;
 Mosteiro – escola ao serviço do Senhor. Princípios básicos – obediência, silêncio e humildade;
 Obrigação dos monges – ofício divino – culto religioso. Possuem outros deveres – oração ligada ao trabalho;
horário e ritmos estipulados;
 Regulamento definia cargos e tarefas dos monges (hierarquia) e estabelecia código penal para faltosos e não
cumpridores;

 Localização e Espaço
 Mosteiros instalados em zonas isoladas – alto das montanhas, vales e clareiras das florestas- mas existiam
também nas cidades;
 Eram autónomos e auto-suficientes, virados para o interior;
 Plano arquitectónico meticulosamente pensado por São Bento. Plano teórico pretendia corresponder a um
perfeito equilíbrio geométrico e em perfeita correspondência matemática (nave central forma a base de toda a
composição);
 Organização espácio-funcional – reflecte hierarquias de corte celestial:
 No coração do complexo arquitectónico – lugar de Deus;
 Sul, pátio fechados pelos edifícios mais importantes – o claustro;
 Ala nascente – com funções espirituais e de residência da irmandade;
 Ala sul – agrupa dependências mais funcionais
 A Oeste (junto da entrada) – residências dos noviços, hospedes, inválidos, doentes velhos e até mortos;
 Espaço sagrado – materialização do paraíso – a convivialidade era estritamente ritualizada;
 Mosteiros eram centros de oração, meditação e ascese. Eram beneficiados pelas condições estruturais; eram
centros dinamizadores da economia, produtores de cultura na teologia, nas letras e ciências – complementando o
papel civilizacional
Guardiães do Saber

 Séc. V e VIII – cenário cultural desapareceu – invasões, guerras, desagregação, queda do


império;
 Perdeu-se a cultura, escolas e bibliotecas. Essa perda desorganizou a vida pública. Muitas
instituições acabaram por desaparecer;
 Devido à decadência nas cidades as populações fugiram para o campo;
 Instabilidade e insegurança – crianças deixaram de ir à escola, hábitos de leitura e escrita
perderam-se; população caiu em depressão cultural – regresso do analfabetismo e cultura
popular.
 Sobreviveram focos culturais. Homens desses centros eram uma minoria – Letrados,
pertenciam no geral à classe eclesiástica.
 Acentuou-se uma disparidade cultural entre a cultura latina;

Cristianização das heranças

 Criou-se rede de novos centros culturais – abadias e mosteiros;


 Eclesiásticos atribuíram importância à preparação intelectual dos monges e impuseram a
existência de escola para estes. Escolas ensinavam disciplinas tradicionais – recorria-se aos
autores clássicos – onde obras foram analisadas com rigor e cujo pensamento foi
interpretado à luz do pensamento cristão.
 A partir do séc. IX –X, mosteiros e conventos transformaram-se nos guardiões do saber –
intermediários entre o pensamento antigo e o pensamento cristão.

Poder da Escrita

 Saber escrito dos monges – trabalho exercido nos escritórios conventuais, oficinas de
escritas. Monges especializados escreviam documentos e tinham a tarefa de copiar os livros
religiosos e os grandes Clássicos -acção valiosa numa época em que não havia processos de
edição ou reprodução de livros
 Esforço dos copistas trouxe até nós o conhecimento e pensamento dos Antigos;
 Arte de escrever foi aperfeiçoada – pelas caligrafias e alfabetos diferenciados;
 Domínio da escrita engrandeceu o papel dos eclesiásticos na sociedade e conferiu-lhes, o
monopólio dos cargos públicos e das chancelarias régias;
 Arte paleocristã
Artes Medievais  Arte Bizantina
 Arte Românica
 Arte Muçulmana

 Para os medievais monumentos, objectos e imagens eram funcionais;


 Sociedade (hierarquizada) torna o invisível real e não acredita que a morte seja o fim do
indivíduo;
 Arte desempenha três funções:
 Sacrifício – presente nas ofertas em troca da protecção
 Pedagógica – mostrando aos iletrados aquilo em que devem acreditar;
 Afirmação de poder – obra de arte celebra o poder político e religioso;

Arte paleocristã (séc. I a IV)

Tempo

 Surgiu em Bizâncio e a sua manifestação corresponde ao período de expansão do cristianismo.

Influências

 Diversas influências – resultado de dispersão geográfica (Oriente e Ocidente), mas apresentam traços comuns:
 Utilização de modelos estilísticos de Roma Clássica;
 Assimilação de novas técnicas e estéticas (em destaque do Oriente);
 Subordinação de um novo espírito e nova temática (cristianismo)
 Influência helenística e oriental

Funções

 Pedagógica da imagem. Ensinamento pelas imagens – a Palavra de Deus. Mostram aos iletrados o que devem acreditar
– guia e orientação;
 De sacrifício a Deus
 Afirmação do poder

Características

 Destaca-se o templo cristão – morada de Deus, recinto de culto, de encontro e união dos fiéis.
 Igrejas construídas obedeceram aos modelos de:
 Planta basilical - em cruz latina com cinco ou três naves e colunatas. Cobertas por tectos de armação de madeira;
 Planta centrada – influências helenísticas e orientais. De formas circulares, octogonais e em cruz grega. Coberta por
cúpulas ou meias cúpulas;
 Modelos com preocupações de destaque das linhas cruciformes;

Plantas e elementos construtivos

 Importância da religião gerou o aparecimento de elementos arquitectónicos:


 Uma ou duas igrejas (ligadas por átrios) e um baptistério (baptismo);
 Igreja associada ao mausoléu;
Baptistério e Mausoléu adoptaram plantas centradas, com portas a oeste e oriente e com enormes cúpulas;

 Basílica de três naves


 Construção e transmissão das imagens pertence aos eclesiásticos, aos artistas atribui-se o
papel de executante;

Decoração

 Exterior – pobre / Interior – rica decoração pictórica – procura do esplendor de Deus;

Elementos construtivos Específicos

 Decoração mais relevante (colunas, cornijas, frisos, frontais de altar, arcadas;

Escultura e Pintura Paleocristã

 Pintura e Escultura perderam importância so recuperada a partir do séc. XI.


 Pintura paleocristã – etapa importante na formação e definição da arte crista. Foi iniciada nas Catacumbas – passou a
ser usada no interior das igrejas. A temática misturava o sagrado com elementos decorativos de origem vegetalista. As
composições eram planas e lineares. Os corpos eram simplificados e simbólicos. A expressão era dada por olhos
grandes. A temática mais comum era baseada no Novo Testamento.
 O relevo foi muito usado. Ligado à pintura e estes submetidos à arquitectura. Era trabalho em pedra, no metal ou
marfim. Apresenta uma nova expressão formal e uma regressão técnica. Valoriza-se a mensagem e detrimento da
técnica.
Arte Bizantina

Tempo

 Bizâncio, fundada por Constantino (323), fora o centro de uma nova cultura enquanto Roma sucumbia;
 Cultura bizantina fora associada ao Cristianismo Ortodoxo, foi protagonista de um esplendor com fusão
de várias correntes de pensamento;
 Primeira fase de desenvolvimento deu-se no reinado de Justiniano, séc. V. A segunda fase deu-se com
grandes construções que se expandiram no espaço e tempo. Até ao séc. XII foram construídas igrejas pela
Europa Mediterrânica, Península balcânica e Rússia

Influências

 Fontes estético-artisticas do Egipto (Alexandria, Síria e Pérsia);


 União de duas culturas antagónicas – a pagã, cunho imperial, e a cristã;
O centro desta arte foi concebido e orientado possuído estruturas e edifícios com essa dupla influencia.

Função

 Funções pedagógicas, sacrifício e afirmação do poder;


 Objectivo de tornar visível o invisível (Céu e Terra)

Plantas

 Planta centrada, de forma quadrada ou em cruz grega. Com cúpula centrada e absides laterais.
Após um período de inovações e modificações a planta mais empregue foi a de cruz grega e as suas
variantes.

Elementos Construtivos

 Arquitectura teve inovações. Herdeira do arco, da abobada e da cúpula.


 Após um período conturbado veio a fase de magnificência. Na dinastia Macedónica a arquitectura
tornou-se mais complexa e abandonou a construção de cúpulas – espaços mais amplos;
 Arquitectos edificaram igrejas mais salientes, vistas do exterior. Reduziram-se as dimensões da cúpula
cobrindo as restantes áreas com abóbadas de berço. Mas a cúpula ainda era preferida.

Decoração

 Feita principalmente com o mosaico Bizantino, testemunho do esplendor.

Mosaico Bizantino

 Arte de esplendor e expressão mais essencial do império Romano do oriente.


 Temas de inspiração bíblica, representações ligadas a Cristo. Nas composições a figura de Cristo, era
adulta com a mão em posição de bênção. Poderia ter o globo terrestre ou livros sagrados na mão e
rodeado de apóstolos. A sua figura é grave e serena – tipologia própria;
 Representação formal e técnica esquemática sem volume, modelação ou ilusão de profundidade;
 Representações essencialmente decorativas e expressavam – riqueza e brilho cromáticos, força emotiva
dos temas, cor.
Arte Românica (séc. XI a XII)

 Nasceu em ambiente de reabertura económica e renovação cultural e com contexto religioso presente;
 França, Itália, Inglaterra, Alemanha, Espanha e Portugal – onde se encontra mais aprofundada. Difusão deve-se à
peregrinação e cruzadas e estas permitiram a disseminação da sua linguagem técnica e estética aos mestres
canteiros. Outros pólos dinamizadores foram o sistema político feudal e a religião.
 Arte esteve ao serviço e era a expressão máxima da majestade do poder temporal e religioso.

Influências

 Antiguidade Pagã – elementos construtivos (arco de volta inteira, colunas);


 Orientais – Arte bizantina (riqueza, brilho e esplendor); Arte paleocristã (detrimento da perícia técnica em
valorização da mensagem e simbologia);
 Normandas (arquitectura civil – torres e castelos);
 Povos Bárbaros e da Irlanda;
 Movimento Islâmico;
 Cruzadas (expansão e fusão da cultura e veículos de difusão dos textos clássicos, preservados em Árabe e da
decoração Árabe – dinamização cultural da Europa Ocidental);

Funções

 Fruto de renovação arquitectónica movida pela sociedade – expressão da fé;


 Funções religiosas, políticas e sociais, devido respectivamente:
 Serviço à majestade do poder imperial temporal e religioso – glória de ambos;
 Arte monástica feita à sombra dos mosteiros e das ordens religiosas – expressão máxima do poder que
usufruíram;
 Edifícios serviam também para renascimento da vida económica e social (centros difusores da religiosidade e,
relíquias e focos de cultura);

Arquitectura

Arquitectura Civil

 Construção de castelos, edifícios militares – funções de habitação e defesa (afirmando o poder);

Funções

 Funções defensivas e de habitação. Torre – habitação do Senhora ou do Nobre (situada estrategicamente para sua
defesa e também para as casas do dos populares, estábulos e celeiros);

Plantas e elementos construtivos

 Torres surgem com a necessidade de arquitectura particular, militar e civil. Estavam situadas estrategicamente em
locais elevados. Possuíam defesa natural (terreno) e armamento.
 Devido aos avanços tecnológicos e materiais a torre passou a ser construída em pedra (aspecto fortificado e
austero).
 Planta quadrangular (contrafortes salientes) e simples, com poucas divisões (unidas) e divididas por pisos)
 Torres evoluíram para castelos após contacto com cruzadas. Os castelos apresentavam mais elementos
arquitectónicos, como:
 Duplas muralhas com paredes compactas;
 Torre de menagem;
 Pátio exterior;
 Capela;
 Listernas;
 Casas de guarnições;
 Cavalariças e armazéns.
Estes elementos permitiam um maior albergue da população, existia mais segurança e era possível o castelo tornar-se
Arquitectura Religiosa

 Formada pois dois tipos de edifícios – mosteiro e catedral – e ambos com carga simbólica pois acima de tudo esta arte é desenvolvida num
contexto religioso.

Funções

 Pedagógica, pela orientação pois mostrava aos iletrados aquilo em que deviam acreditar. Ensinamento da palavra de Deus a partir das obras e
imagens;
 Sacrifício – pois edifícios e obras eram oferendas a Deus. Esta função levava à mediação pois favorecia a comunicação com o outro mundo;
 Afirmação do poder – pois as construções eram a imagem do poder politico e religioso. Celebrava-se o poder de Deus e de todos os envolvidos.
Isto realçou a criação artística nesta época pois desenvolveram-se lugares onde se concentrava o poder e os benefícios deste.

Mosteiros

 São a imagem da difusão deste estilo, são os mais importantes núcleos culturais e artísticos.
 Edifícios onde vivem os monges ou mesmo os monges cavaleiros que lhe deram o poder religioso, cultural e artístico – detentores de saber;
 Correspondem a um tipologia arquitectónica ditada pelas ordens religiosas e situados em locais estratégicos e isolados;
 Centros autónomos e de estrutura complexa de aspecto sóbrio e austero;
 Local com dependências necessárias à oração e à vida comunitária e era distribuído por três alas dispostas em torno do claustro – rodeado por
galerias com arcos de volta inteira apoiadas em colunas. Este ficava adossado ao lato sul da igreja, que o encerrava do exterior. Claustro era o
centro organizador do mosteiro;
 Cada ala tinha uma função específica:
 Ala dos monges – situava-se a sacristia, sala capitular, oficinas e escadas de acesso aos dormitórios;
 Refeitório – ladeado pelas cozinhas e dispensas;
 Ala que servia de armazém ou silo e hospedaria;
 Ala do mandatum, onde se lavava os pés dos monges que eram hospedes da comunidade,
 Estes edifícios foram privilegiados com as descobertas e invenções obtidas nestas construções e tipologias da época;
 Na decoração exterior apresentam aspecto sóbrio e austero;
 Na decoração interior devido à vida dos monges, o claustro possuía um cuidada decoração escultórica, rica em contrastes de luz na zona central
e de penumbra nas galerias, o que atribuía ao local a sensação de paz e recolhimento.

Catedral

 Representa o santuário e a criação divina sobre a terra;


 Foi definida a partir do séc. XI e era unida pela fé e pelo ideal. Tinham uma grande diversidade formal, com peculiaridades próprias das regiões
e materiais;
 É formada pela articulação de várias partes tais como, planta, estruturas, combinação de massas e repartição de efeitos.

Planta

 É a estruturação gráfica da catedral e é por estas que se define o divino sobre a terra;
 Existe variedade regional entre modelos, mas catedrais seguiram dois modelos principais:
 Planta centrada (cruz grega, hexagonal, octogonal ou circular). Apresenta influência oriental e é pouco utilizada;
 Planta basilical (cruz latina, com 3, 5 ou 7 naves). A nave central é orientada no sentido Este-Oeste e é mais larga e alta do que as laterais. A
métrica espacial da igreja é fundamental para a definição do estilo.
 Transepto - atravessa as naves e é orientado pelo eixo norte-sul;
 Cruzeiro – é o ponto de cruzamento do transepto com as naves. O espaço é encimado pela torre lanterna ou zimbório;
 Zimbório – (simboliza os oito anjos que suportam o trono de Deus) faz parte do sistema de iluminação e arejamento.
 Absidíolos – colocados no alinhamento das naves laterais;
 Abside principal – contém a capela-mor onde se situa o altar;
 Deambulatório – prolonga as naves laterais e contorna a abside principal. É onde se realizam as procissões, vias-sacras;
 Cabeceira – formada por 3 a 5 capelas radiantes absidiais, pela abside principal e pelo deambulatório. A sua disposição permitia que se
assistisse aos ofícios religiosos;
 Cripta – local onde se depositava e venerava e onde se fazia cerimónias comemorativas;
 Nartex e átrio – elementos que procedem da igreja românica;
 Torres sineiras – ladeavam a fachada principal.
 As naves variavam de número e simbologia: 3 (santíssima trindade); 4 (apóstolos e elementos da Terra); 5 (5 sentidos do Homem); 7 (criação da
Terra); 8 (Jerusalém).

Sistemas de Cobertura e Suporte

 Houve melhoramentos técnicos, devidos aos progressos tecnológicos. Foi totalmente abobadada em pedra. As coberturas das catedrais eram
normalmente feitas em:
 Abóbadas de berço (resultam da sucessão de arcos de volta inteira), utilizadas para a nave central;
 Abóbadas de aresta (conseguidas pelo cruzamento de duas abóbadas de berço), utilizadas para naves laterais;
 Nas catedrais orientais as abobadas foram substituídas por cúpulas que correspondessem em planta a uma área quadrada.
O problema técnico correspondente à área quadrangular foi resolvido por trompas e pendentes;

 Tramos – elementos de descarga de forças de cada abóbada e cúpula. São perceptíveis nos alçados e volumetrias dos edifícios.
 A pressão exercida pelas abobadas, cúpulas e naves laterais é descarregada (através dos arcos) para os pilares e colunas;
 As paredes exteriores são grossas, não muito abertas e têm contrafortes adossados e chanfrados. Suportam desta forma, a
pressão exercida pelas abobadas laterais.
 Os pilares, no interior, são composto e cruciformes para cada arco definidor de tramo. Em casos complexos, cada pilar suporta
cinco arcos de abóbada. Em outros casos usam-se colunas entre os pilares, de modo a fazerem descarga s de forças dos Tramos;
 A igreja foi constituída por um elemento rítmico em que pilares e colunas formam uma espécie de cortina separadora entre as
naves.

Alçado Interno da Nave principal

 Possui uma divisão, provocada por Tramos – repetição destes elementos;


 Possui uma organização vertical constituída por:
 Arcada principal – divide a nave central das laterais (constituída por colunas epilares);
 Tribuna – serve para fazer as descargas das forças para a parede exterior;
 Tripório – formado por um conjunto de arcos por tramos. Pode substituir a tribuna e liga o conedor à nave principal.
 Clerestório – zona de iluminação abaixo dos arcos que formam a abobada principal Constituído por janelas ou frestas.

Iluminação

 Paredes são compactas e com poucas aberturas logo a luz é rasante e difusa, propicia à concentração e elevação espiritual.
 Luz obtida por clerestório, janelas, frestas, torre lanterna – possui aberturas que difundem a luz para a nave principal a partir
do cruzamento com o transepto -, janelões – situados na fachada – e rosácea.

Configuração e decoração no Exterior

 Aspecto geral de grande solidez, reforçado e robusto (pelos contrafortes salientes e chanfrados que intensificam o edifício)
 Elementos que caracterizam a fachada são:
 Corpo central – termina em triângulo. Corresponde ao telhado de duas águas, onde se encontram rosáceas, janelões,
contrafortes, arcadas e portais (decoração e iluminação);
 Dois corpos laterais – unidos ao corpo central, correspondem às naves laterais mas podendo também corresponder às
torres sineiras (iluminação e decoração);
 As pedras são esculpidas em chanfro, moldura ou em medalhão. AS pedras eram postas em precisão mantendo-se em
equilíbrio.
 As estruturas foram utilizadas com formas puras, simples: recta, cruz, semicircunferência, círculos e planos definidos.
 No exterior a decoração esculpida limita-se às cornijas e portais:
 Os cachorros, são remates feitos abaixo das cornijas que a decoram e suportam. Normalmente têm formas geométricas,
zoomórficas e antropomórficas. Exercem uma educação moral, cívica e religiosa, ou de critica social e politica. Eram
também utilizadas as gárgulas, a fechar os algeroses. Eram aproveitadas para a representação de motivos animalistas e
míticos, espécie de exorcização do edifício.
 Na fachada principal a rosácea e o portal são dois elementos decorativos importantes. O portal pode ser simples e encaixado
num pórtico saliente. Normalmente é:
 Uma entrada chanfrada, ornada por colunelos;
 Porta simples ou dupla que possui um mainel que a sustenta. A arquitrave também é sustentada por este e designa-se por
lintel. Esta é decorada por relevo esculpido.
 Tímpano, espaço semicircular circundado por arcos concêntricos de volta inteira – as arquivoltas. É preenchida por relevos.

Diversidade no Românico

A Europa Medieval e o Românico são caracterizados pela diversidade formal, pela diversidade regional. Os exemplos mais
importantes são em França, Itália, Inglaterra, Alemanha e Espanha.

Escultura

 Menor papel até ao séc. XI devido à crise iconoclasta e à importância do aniconismo. Foi no contexto românico que esta
renasceu para reforçar e explicitar a mensagem que a arquitectura tinha.

Relevo

 Mais usado e este ligado à pintura e ambos ligados à arquitectura;


 Trabalhado na pedra, no metal e no marfim. Apresenta uma nova expressão formal e uma regressão técnica valorizando a
 Estilo próprio:
 Figura humana – contornada, gravada e pouco modelada. Volta à frontalidade com pouco realismo anatómico. As
proporções não são respeitadas e os gestos formais e vestes não tem plasticidade. O nu raramente foi apresentado;
 Composição seguia regras geométricas – personagens colocadas em simetria ou alinhamento rítmico, cenas tratadas
em poucos planos, sem perspectiva e cenários de profundidade;
 Temas – religiosos, alegóricos e simbólicos, relatam histórias sagradas e cenas do quotidiano. AS figuras sagradas
adquiriram tipologias próprias;
 Iconografia foi mais livre e não respeitava as proporções. Havia mais diversidade escultórica. Iconografia foi usada nas
colunas, cornijas, frisos, arcadas, capiteis, e portais.
 Capiteis – têm uma estrutura troncocónica e a temática decorativa variava pela sua localização. Podia ter relevos
vegetalistas, animalistas, geométricos, na frente ou nos lados. Podia ser um capitel historiado. Capitéis são aplicados nas
colunas e pilares – significado doutrinal. Outros temas usados eram: mitos pagãos, mítico, cenas do imaginário, figuras
grotescas.
 Portal – é o acesso à casa de Deus – ligação com a espiritualidade. Apresenta temas, programas decorativos específicos. O
seu elemento mais decorado é o tímpano. A figura importante encontra-se no centro e as outras à volta, decrescendo de
importância (hierarquia)
 Relevos feitos com técnica do desbaste e eram revestidos a cor. Esta, dava maior vivacidade e sentido ilusório que com a
mensagem e força desta entrava no espírito cristão.

Grande pintura Iluminuras

Os encomendadores ou Esta modalidade pictórica


Os encomendadores patronos eram era encomendada ou
essencialmente membros do simplesmente produzida
clero devendo-se ao facto por eclesiásticos.
destas pinturas possuírem
uma temática principalmente
religiosa.
Os executantes destas Quanto aos executantes
pinturas eram artesãos das Iluminuras, sabe-se
(itenerantes), que estavam que eram os próprios
Os executantes = Artistas limitados à execução material monges copistas que as
e técnica das obras. ilustravam. Estes monges
Geralmente estes artistas eram especializados neste
eram anónimos. Esta pintura tipo de arte e trabalhavam
era também muitas vezes em locais fixos como os
colectiva, havendo entre os conventos.
executantes especialização
dentro do ramo da pintura e
da formalização.
Esta pintura possui uma Esta arte provém da
temática tradição monástica (cópia
predominantemente dos livros manuscritos).
As Temáticas religiosa, narrando eEstas ilustrações tinham
contando histórias da Bíblia, também um temática
do Velho e Novo religiosa mas possuíam já
Testamentos, da Vida de uma ilustração mais
Cristo, dos Santos e visões exigente e com uma
Apocalípticas. mensagem e simbologia
Já esta mistura o sagrado mais profundas.
com elementos decorativos Estas continham cenas
vegetalistas com limites narrativas ou descritivas
geométricos e coloridos. dos livros copiados
Estes ciclos narrativos eram (manuscritos e outros) e
reproduzidos na maior parte estavam ligadas a um
das igrejas, atribuindo a essapúblico mais exigente e
pintura uma identidade culto (que sabia ler e
conceptual (em defesa do entendia simbologia). As
significado e do valor temáticas das iluminuras
simbólico). envolviam também um
AS temáticas eram definidas programa iconográfico
de modo a alcançarem uma mais específico, o valor e a
clareza narrativa objectiva e funcionalidade da imagem
expressiva adequada àpodia mudar ligeiramente,
interpretação dos crentes (na mas sendo ainda assim,
maior parte, iletrados). absoluto e divino.
Os ciclos narrativos da Estas cenas narrativas
“Grande pintura” Românica descritivas eram
eram essencialmente reproduzidas
Locais e suportes reproduzidos nas Igrejas e essencialmente em folhas
frequentes nestas nas absides das de velino ou em
capelas – mor, no resto da pergaminhos visto que
cabeceira e nas naves eram pinturas que
centrais sobre murais com ilustravam cenas dos livros
processos relacionados e manuscritos, produtos
semelhante com a técnica de raros, com grande valor
frescos. religioso.
Estas pinturas estavam
destinadas ao público
erudito, dono de um nível
de conhecimento e
apreciação superiores.
As técnicas formais neste Também de alguma
tipo de pintura são mais dificuldade de
difíceis de caracterizar (ao caracterização as
Linguagem Técnico -Formal contrário das das iluminuras) iluminuras, prevalecem
devido ao facto de estas com técnicas empregues
variarem de região para que denotam uma
região e assim criando estilos destreza de execução.
regionais. Estas demonstram uma
Constata-se no entanto capacidade de síntese e
aspectos comuns dentro da representação em imagens
diversidade formal e técnica dos livros manuscritos.
das regiões tais como: As concepções plásticas
 O desenho prevalece sobre desta pintura são mais
cor (linhas estruturante uniformes (não tão
visíveis); variadas) e internacionais.
 Não existe rigor anatómico Normalmente as
nas figuras (deformadas). representações são
As posições destas são convencionais e
demasiado formalizadas esquemáticas, misturando-
(desarticuladas); se também com
 Predomina a características das grandes
esquematização pinturas românicas.
geométrica dos rostos e A cor destas imagens
dos corpos e a sua reforça a expressão do
representação não respeita conjunto compensando a
proporções e perspectiva; esquematização das
 Os corpos são figuras e dos estilos que
enquadrados em cenários estas seguem.
simbólicos;
 A cor é aplicada a cheio e
acentua o carácter da
figura.
As composições eram Tal como nas grandes
elaboradas segundo pinturas, a variedade de
esquemas geométricos onde temas e os modelos
prevalecem os rectângulos e iconográficos
os círculos. Estas eram planas representados nas
e lineares, não tinham iluminuras, apresentam
Esquemas compositivos profundidade espacial. uma fantasia dos coloridos
No entanto, possuem um e sentido de ritmo e
grande sentido rítmico movimento nas suas
marcado pela repetição de composições. As
figuras modelos. composições destas
As cenas contadas (em pinturas variavam também
bandas ou faixas) são em algumas regiões
ajustadas para caberem nos partindo do princípio em
suportes arquitectónicos e que enquanto algumas
separados por frisos de apresentavam uma
motivos geométricos e composição mais simples e
naturalistas. equilibrada, outras
Estas composições tinham denotavam-se pelas
uma grande importância formas mais vivas,
como função decorativa. naturalistas e com um
sentido mais burlesco.
Em ambos os estilos de Já anteriormente referido,
pintura, no aspecto da a expressividade dada às
expressividade estas formas das figuras é
apresentavam uma acompanhada pela cor que
simplicidade nas formas e a reforça os traços das
expressividade no geral era figuras.
Expressividade dada pelos olhos grandes e Já estes são simplificados
olhar penetrante devido à devido à esquematização
ausência de representação destas e naturalismo e
anatómica realista e realismo perde força
proporcional (no geral, dando lugar a uma
caracterizadas pelo seu expressividade notada pelo
aspecto bidimensional) trabalho de outros
A expressividade era também elementos pictóricos.
dada pela aplicação da cor e
dos traços que ficavam
visíveis.

Arte Muçulmana
Módulo 4 – a Cultura da Catedral

Século XII até XV


Tempo de renovação e tempo de recessão
Século II Século XIII Século XIV Século XV
Manutenção do  Culminar de uma  Mudanças  Cidades urbanas
feudalismo. conjuntura climáticas, ganharam notoriedade
Lento crescimento económica dinâmica alteração de quando detinham
económico – que se impõe e se preços, excesso de grande produção
melhoria climática, reflectiu na consumo, comercial e industrial,
progressos sociedade desequilíbrio catedrais com
agrícolas,  Economia de urbano – recessão. relíquias, portuárias;
crescimento mercado – poder de  Guerra dos 100  Cidades portuárias
demográfico; compra + produtos Anos. eram as capitais do
Industria e +elite aristocrática =  Peste negra – comércio, onde
comércio melhora economia monetária quebra chegava uma grande
e deu-se o capitalista. demográfica. diversidade de
reaparecimento  Alterações sociais e  Revolta da produtos e riquezas;
das feiras e o políticas – burguesia população  As estradas foram
crescimento das cresceu, cultivou-se empobrecida; completadas –
cidades. e emancipou-se  Crise atingiu a fizeram-se rotas entre
perante as outras Igreja. Cristandade Itália e o Norte da
classes sociais. A divide-se entre o Europa.
política centrou-se Papa de Roma e o  Desenvolveram-se as
na luta da burguesia de Avinhão – Universidades.
contra a aristocracia Cisma do Tornaram-se
e houve o despertar Ocidente. independentes, com
da realeza.  Crise atingiu todos mestres e alunos,
 Diferentes regimes os escalões da directores e selos
políticos – sociedade = próprios. Agruparam
monarquias recessão que diferentes faculdades.
hereditárias, estados caracteriza a Baixa Os reis e o papa
teocráticos, Idade Média; financiavam estas
principados e  Mas nos centros formações – afirmação
republicas, e urbanos surgiram do poder;
cidades-estado; os vectores de  A filosofia escolástica
 Sinais de fragilidade para o marcou as
reflorescimento do universidades, liderada
séc.XV. por S. Tomás de
Aquino. Procurou a
relação entre a
revelação divina e
inteligência humana.
Deu-se a humanização
da religião.

A Europa das catedrais

 Cidades europeias não paravam de crescer, de se animar, de estender os subúrbios ao longo


das estradas.
 Catedral (ou sé) tornou-se o símbolo do poder do(s): Interesse no desenvolvimento
 Bispo – controlava espiritualmente jurídica e politicamente da cidade que reflectiria no
poder e majestade da catedral
o território episcopal;
 Burgueses – participavam com o seu dinheiro na construção e manutenção.

Catedral

 Transformou-se no símbolo da cidade. É através da sua beleza e sumptuosidade que a


comunidade urbana se afirma.
 Motor de religiosidade, do poder político e económico
 Os bispos que as planificaram contribuíram para o papel destas na cidade;
 Abade Suger – criador do estilo gótico, fez da catedral o reino de Deus sobre a Terra, numa
unidade estrutural, através da forma da planta, da verticalidade, da decoração dos pórticos,
mas especialmente da luz e dos vitrais onde era realçada a cor, a harmonia da composição,
elegância e comunicabilidade das figuras;
 Teoria da Iluminação – Deus é Luz – representação do divino no espaço espiritual e físico da
catedral e criou meios para a catequização do homem e para a libertação do seu imaginário.
Deus era luz que, quando descia sobre as criaturas, as inundava da sua graça e virtude.
Através da luz de Deus, as almas elevavam o seu espírito até Ele.

A Cidade

 Dinamismo urbano ressurgiu a partir do século XII. A partir do século XIII, registou-se um
aumento do mundo urbano.
 Nas cidades velhas, o espaço urbano teve de aumentar e foi necessária a feitura de novas
muralhas ou a criação de outro burgo;
 Nas cidades novas, nascidas no cruzamento de estradas, perto do mar ou de uma abadia,
organizaram-se ora espontânea e caoticamente, ora segundo planos predeterminados;
 Plantas citadinas seguiam planta reticular (Roma) ou o esquema radiocêntrico (interpretação
da filosofia aristotélica). As cidades permaneciam circundadas por uma ou mais muralhas,
com altas torres de vigia. Espaço era ocupado por: igrejas, conventos, casa comunal,
cidadela, casas de nobres e burgueses, bairros com lojas, oficinas das confrarias e hospitais,
pequenos campos agrícolas, a praça principal e ruas. Porém, a cidade não tinha
abastecimento de água canalizada, nem esgotos, nem segurança nas ruas;
 A catedral e o seu espaço envolvente e, perto, a praça eram os locais de reunião e de festa
que tornavam a cidade o pólo de atracção das populações.

Cultura Cortesã
 Durante a idade Média, reis e nobre tinham como única profissão – a guerra. Os primeiros
divertimento eram as caçadas e jogos como as justas e os torneios;
 As alterações económicas, sociais e políticas, desenvolveram a partir do séc. XII uma cultura
nova – ideal cavaleiresco e cortês. Valorizou-se a lealdade, a cortesia, o amor, a paz, a alegria
de viver, a elegância e o prazer;
 Valores revelaram-se na Literatura, na poesia (que teve a sua acção cultural e recreativa), na
música (tradição popular, ou polifónica, própria de um amor profano o de dança. Fazia parte
do quotidiano. Possuía funções profanas e religiosas), na dança;
 A civilidade deveu-se também à influência do teatro religioso. Era representado no adro das
igrejas e nas grandes praças e exerceu um papel doutrinal, pedagógico e recreativo.
 A Igreja foi criticando estes exageros e os copos e os rostos nas artes passaram a expressar
inquietação e ascetismo.
 O século XV trouxe, de novo, a confiança, do Homem no Mundo.

Potrebbero piacerti anche