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Pré-história
“O desejo de expressão pela arte é tão profundamente humano que desde a pré história se
tem manifestado sem interrupção em toda a terra”
A arte do paleolítico é o inicia da História da arte e a mais antiga produção artística de que se
tem conhecimento. Esta arte situa-se na pré-história, e tem inicio há cerca de 2 milhões de
anos estendendo-se até c.8000 a.c Este período situa-se na Idade do Gelo.
São deste período instrumentos de pedra talhada, decoração de objectos, jóias para diferentes
partes do corpo, pequena estatuária representando a figura feminina ou animais, relevos e
pinturas rupestres com temática de caça e figuras isoladas de animais ou caçadores.
Foi com o Homo Habilis que se começou a fabricar e a usar objectos. Foi um passo importante
na humanidade visto permitir um maior domínio da Natureza. Os objectos eram considerados
como extensão dos braços.
A partir dos 500 mil anos, o Homo Erectus (que passa a conseguir estar em pé) faz uma melhor
utilização desses mesmos objectos desenvolvendo-os. Uma das principais invenções foi o
biface (pedra com duas faces), que perfurava com o bico, rasgava com os seus lados e raspava
com a parte redonda.
O Homem era nómada e além da caça e pesca, alimentava-se de plantas, raízes e algumas
flores.
A hipótese mais defendida sobre o objectivo da arte paleolítica é a que os primeiros objectos
de arte não eram utilitários ou adornos, mas uma tentativa de controlar forças sobrenaturais.
O objectivo não é proporcionar uma imagem impressionante acessível a todo o grupo, a arte
pela arte, mas antes seguir um ritual mágico. Por exemplo, antes de caçar o homem
desenhava o animal de forma a aprisioná-lo. Na guerra, aprisionar as estátuas que
representassem os deuses era conter uma parte do Deus.
O resultado estético não seria mais do que uma consequência secundária do objectivo
principal. De qualquer modo não se pode eliminar totalmente a hipótese de um objectivo
estético consciente. O Homem começou a dar mais significado à produção artística consciente,
como resultado dessa necessidade espiritual.
Henri Breuil, faz um estudo que explica que a arte é um apoio para a caça. É conhecido pelo
seu trabalho no estudo da arte rupestre e era considerado um perito devido aos seus estudos
na gruta de Lascaux.
Leroi Gourban, em meados do séc.XX estuda a arte do paleolítico. É muito conhecido pela sua
obra “Préhistorie de L’art Occidental”
Pintura
Foram encontradas ao longo do tempo pinturas nos tectos e paredes de escuras grutas. São
pinturas vibrantes realizadas em policromia que causam grande impressão, com a firme
determinação de imitar a natureza.
Os materiais mais usados eram o sangue, saliva, argila, gordura animal e excrementos de
morcegos. Era uma pintura escura, devido à pouca luz ou à luz artificial do fogo. Por isso, as
cores utilizadas eram as cores da terra, os vermelhos e os ocres sopradas por tubos ou usadas
em pincéis (pelo de animal).
Na Europa há mais de 200 grutas com pinturas e gravuras, 85% localiza-se na zona Fraco-
Cantábrica; zona do Levante; Vale do Vezere.
Predominam os desenhos de animais selvagens, como bisontes, cavalos, cervos entre outros. A
figura humana surge raramente, sugerindo actividades como a dança e, principalmente, a
caça, mas normalmente em desenhos esquemáticos e não de forma naturalista, como
acontece com os dos animais. Paralelamente encontram-se também palmas de mãos humanas
e motivos abstractos (linhas emaranhadas).
Muitas das pinturas estão associadas aos chamãs, feiticeiros que entram em contacto com os
espíritos através de um transe. Devido a este contacto as representações eram misturadas
com animais e é frequente serem representados como uma mistura de cavalo, urso, cornos de
rena, etc. A pintura entópica, é também de uso frequente. Devido ao funcionamento do nosso
cérebro, quando temos os olhos fechados conseguimos ainda ver imagens. O homem
inspirava-se nisso e nas tribos, os feiticeiros tomavam ainda substâncias alucinogénicas de
modo a verem este género de imagens, interpretando-as como sinais e conversas com as
divindades.
Nesta pintura havia ainda um pensamento estruturalista associando imagens de animais como
o cavalo, ao homem (símbolo masculino) e os restantes animais, mais delicados à mulher.
Na zonas referidas, as pinturas rupestres mais bem conhecidas são localizadas em:
Gruta de Rouffignac (descoberta em 1956, mas conhecida desde o séc.XVI). É das maiores
grutas ornamentadas na Europa e é apelidada de “Gruta dos 100 Elefantes”.
Gruta de Altamira (descoberta em 1868 mas só em 1879 é que a filha de Marcelino Sans de
Santuola, reparou nas pinturas das paredes e do tecto). O realismo das suas caras provocou
um debate em torno da sua autenticidade, também pela gama de cores particularmente
rica. A gruta é relativamente pequena (c.270m), com uma estrutura simples com galeria e
escassas ramificações. As pinturas e gravuras
pertencem aos períodos Magdaleniano (16.5000 -
14.000) e Solutreano (18.500);
Gruta de Cosquer, (encontrada perto de Marselha por Henri Cosquer em 1991). A sua
entrada está submersa e foi encontrada por um acesso a 37m abaixo do nível do mar. A
caverna contém dezenas de pinturas e incrustações que datam do paleolítico superior.
Encontraram-se artefactos, lareiras, pinturas (cabra, bisonte, cavalos, veado, cabeça de
leão, tordo, mãos, um alce negro e uma espécie de pinguim extinto)
Gruta Cueva de Araña de Bicorp, data de 8.000 anos. Retrata figuras monocromáticas em
cenas de quotidiano. Faz a transição entre o paleolítico e o neolítico. Compreende-se assim
a passagem de um pictograma para um ideograma.
Escultura
O Homem começou a ganhar necessidade de tornar a sua escultura e os seus objectos mais
belos. Fizeram pequenas gravuras e esculturas de osso, chifre e pedra. As mais antigas são
também em marfim.
Estas figuras apresentam características semelhantes entre si; são representadas nuas, de pé e
revelam os elementos mais representativos do corpo feminino em linhas exacerbadas. O
exagero destes elementos traduz-se num peito, ventre e ancas volumosos em oposição aos
braços e pernas delicados e cabeça pequena. A face é tratada com linhas simples reduzidas ao
essencial, e não é possível reconhecer traços individuais - transforma-se, com o tempo, num
elemento cada vez mais estilizado e simbólico, assim como todo o corpo da figura.
Estes ídolos surgem pela primeira vez durante o Paleolítico e são a origem dos ídolos da arte
cicládica de 2000 a.C.
Vénus de Willendorf, (c.25.000 – 20.000 a.c, pedra, alt. 12 cm). Tem
a rotundidade bulbosa de um «seixo sagrado» ovóide. O seu umbigo,
que marca o centro do desenho, é uma cavidade natural da pedra.
Vénus de Lespugne. Descoberta em França,
datada de há 20.000 anos e com 14 cm. É
A idade da pedra acabou por efeito da Revolução Neolítica. Teve inicio no Médio oriente,
c.8.000 a.C. quando o homem levou a cabo as primeiras tentativas bem sucedidas para
domesticar animais e cultivar.
No Neolítico, o homem aprendeu a assegurar a sua alimentação pelo próprio trabalho criador
e formou comunidades permanentes, fixadas em aldeias. Surgiram uma disciplinas e ordem
novas.
Uma das revoluções foi também na agricultura, acompanhada por mudanças profundas das
concepções do Homem acerca de si próprio e do Mundo. A invenção do arado por volta de
3.500 a.c, contribui em muito para um avanço da agricultura visto que, sendo aplicada a força
de tracção animal facilita o trabalho nos campos.
O animal há mais tempo domesticado é o cão, datando de há 11 mil a.C. O homem tornou-se
criador de gado, pastor e agricultor. Os animais por sua vez ajudavam na caça, vigilância,
alimentação, agricultura e vestuário.
As maiores civilizações são na mesopotâmia entre o rio Eufrates e o rio Tigre, e no Egipto perto
do rio Nilo.
Jericó
Situada na actual Israel, foi das primeiras cidades desenvolvidas. Datada de há 9 mil anos a.c,
era uma cidade fortificada, protegida por muralhas e torres, para defesa e protecção. A
comunidade sedentária, venerava as caveiras dos antepassados e vivia em casas de pedra com
limpos pavimentos de gesso.
As suas divindades deixam de ser tanto as forças da Natureza (os raios, a chuva, o vento, o sol,
etc) e passam a ser primeiramente animais, e a figura humana. Foi em Jericó que se achou um
grupo impressionante de cabeças modeladas datadas de 7 mil a.C. São caveiras humanas
verdadeiras cujas faces foram reconstituídas com gesso colorido e os olhos decorados com
búzios marinhos. A subtileza e a precisão do modelado, a fina graduação dos planos e das
saliências, o sentido da relação entre a carne e os ossos, seriam já por si bastante notáveis,
alem da assombrosa antiguidade. Os rostos possuem pormenores de feições individuais, ou
seja, estas cabeças são das primeiras precursoras de uma tradição da arte do retrato que se
manterá até ao império Romano.
As cabeças de Jericó não têm a pretensão de criar a vida, mas sim a de perpetua-la para alem
da morte, substituindo a carne transitória por uma substância mais duradoura. Provavelmente
seriam de antepassados venerados. Isto sugere que o homem acreditava num espírito ou
alma, localizado no crânio, que podia sobreviver ao corpo e tinha poderes sobre o destino das
gerações seguintes.
Desde 1961, escavações em Çatal Hüyük na Anatólia, levaram à descoberta desta cidade, mas
mil anos mais recente que Jericó.
Os seus habitantes (cerca de 3mil) viviam em casas de madeira (lama e palha) e adobes,
agrupadas à volta de pátios abertos. Não havia ruas, já que as casas não tinham portas – a
entrada fazia-se ao que parece, pelo telhado. Junto, apareceram alguns santuários, os mais
antigos até agora descobertos, em cujas paredes estucadas se encontram as primeiras pinturas
realizadas numa superfície artificial. Cenas de caça, com figuras minúsculas a correr à volta de
enormes touros e veados.
Estas caçadas têm um carácter mais ritual em honra de uma divindade masculina, à qual o
touro e o veado eram consagrados. Eram consideradas representações necessárias à
sobrevivência do grupo. Aqui, só os caçadores foram representados em movimento. Os
animais ligados ao culto de uma divindade feminina apresentam uma rigidez e simplificação
ainda maior. Entre as pinturas murais desta cidade, a mais surpreendente é a vista da cidade
propriamente dita, com as duas crateras de um vulcão em actividade. Os rectângulos
compactos das casas são vistos de cima, as suas encosta cobertas de pequenos pontos
representando a lava. A erupção deve ter sido aterradora para os habitantes e só podiam
encará-la como a manifestação de um poder divino.
Megalitismo
No megalitismo surge uma noção de tempo, não só a nível cronológico, mas também a nível
atmosférico e ambiental. Surgem assim os ciclos, as estações, de forma a guiar o homem na
agricultura.
Tipologias da arqitectura:
Escultura e Adornos
A arte do megalitismo é conhecida também pelas placas em xisto, muito ligadas ao culto dos
Deuses e ao culto da Terra.
Chamadas Placas Votivas, têm dimensões variáveis entre os 7 e os 20 cm. A sua espessura não
passa os 5mm. São frequentemente encontradas perto de dolmens e continuam a ser
encontradas. Em Portugal, aparecem sobretudo na zona sul (Alentejo), Lisboa e a Península de
Setubal e datam de 3.500 a 2.5000 a.C. São de dimensões muito pequenas, facilmente
manuseadas, quase adornos. Por ser um trabalho feito à mão, não há uma placa igual à outra.
Estes ídolos continham inscrições e eram colocados sobre os defuntos, prática comum com o
Egipto. Provavelmente por usarem muito o símbolo do triângulo, os símbolos nos ídolos
representam o culto à deusa mãe. As formas destas placas divergem, algumas são mais
antropomórficas que outras, mais ou menos parecidas com as formas humanas.
Nestas placas existem muitos triângulos, linhas, ziguezagues, espirais, furos, linhas paralelas,
sequências… Além destas placas eram, eram colocadas também perto do defunto jóias,
colares, armas e utensílios importantes do defunto.
Romanos - 30
O primeiro faro, Ménes (Narmer), por volta do ano 3mil a.C unificou o Baixo Egipto, situado a
Norte, e o Alto Egipto, a sul, formando um único reino. A partir dele, todos os faraós usaram a
coroa dupla, que era o símbolo da união das duas regiões.
Antigo Império (2.686 a 2.181 a.C.), durante o qual foram construídas as grandes pirâmides,
tendo Mênfis como Capital)
Médio Império (2.040 a 1.782 a.C.), período de guerras e conquistas. A Núbia é anexada,
Tebas torna-se a capital.
Novo Império (1.570 a 1.070 a.C.), período mais fluorescente da civilização egípcia. O
território tornou-se vasto e o comércio mais próspero. Os faraós mandaram erguer templos
magníficos como de Lucsor, Carnak e Abu Simbel. É por esta época que reinaram Hatshepsut,
Tutankhamon e Ramsés II. A partir daqui, o Egípcio iniciou um prolongado declínio. Ao longo
de todas estas épocas o enfraquecimento do poder real e as invasões inimigas provocaram
profundas alterações.
« O Egipto é um dom do Nilo», os egípcios adoravam o Nilo como uma divindade. Todos os
anos as suas cheias eram ansiosamente esperadas porque o lodo depositado nas terras, as
tornava extremamente férteis para a agricultura. Os egípcios ignoravam a causa das cheias do
Nilo. Deviam-se à agua das chuvas que durante a Primavera ocorrem nas montanhas onde se
situa a nascente do rio.
Como as cheias não chegavam a todo o vale, os egípcios abriam canais de irrigação a fim de
levar a água aos campos, construindo também reservatórios para os meses de seca. O “moldar
da natureza” possibilitou o forte desenvolvimento da agricultura.
O deserto constitui uma protecção natural contra os invasores (o perigo apresentava-se mais
do lado do oriente), sendo igualmente uma reserva de pedra e de metais preciosos.
Existe muita pedra, terra e água (por causa do rio), matérias estas muitos importantes para a
arquitectura e outras actividades. Por exemplo, os tijolos são os elementos mais importantes
na arquitectura egípcia, juntamente com a pedra, As árvores não tinham madeira excelente
mas vieram a inspirar os egípcios na construção das colunas.
O Faraó
O faraó reina como chefe único de todo o Egipto: o rei é Deus ao mesmo tempo. Guia e
protector do seu povoo, é ele o chefe religioso, militar e político. «Faraó» em hebraico significa
«grande casa», ou seja, aquele que habita o grande palácio.
Todos os Egípcios vêm o faraó como filho de Rá, deus do Sol. Foi ele o escolhido pela divindade
para reinar na Terra, sendo por isso equiparado a um Deus. É Klum, deus dos oleiros, que
modela a sua pessoa.
Quando se cruzam com o faraó todos devem beijar a terra, mostrando assim respeito e temor
perante aquele que os comanda e do qual esperam obter graças. Valendo-se dos seus poderes
divinos e terrenos, o faraó deve defender e proteger os egípcios contra todos os perigos como
as invasões, a seca, a fome, etc… Compete-lhe também preservar a ordem e a justiça. Embora
decida sozinho, o faraó é ajudado por funcionários.
1 2 3
O faraó nunca aparece em público com a cabeça descoberta. Tanto pode cingir a coroa do Alto
Egipto (1), como a do Baixo Egipto (2), a coroa dupla (3), a coroa de Guerra (4), ou ainda a coifa
real (5). Ostenta também as insígnias do poder, como o ceptro e o chicote cerimonial. O Faraó
exibe uma imagem de força, beleza e dignidade.
Conquistou o sul por casar com uma princesa do Baixo Egipto. Um dos exemplos de arte
dedicada a este Faraó é uma placa/plaeta, data de 3mil a.c. As paletas serviam para pintura,
maquilhagem, tatuagens e sobretudo para misturar tintas. Eram destinadas à família real,
honorifica por isso, ao Faraó e à sua família.
O símbolo deste rei aparece como «Serekh» (fachada do palácio) + «Nar» (Lula) + «Mer»
(instrumento de escultura) = Narmer.
Na Iconografia desta paleta, Narmer encontra-se descalço, pois está num local sagrado. Tem
uma cauda e uma barba ritual. Ostenta também a coroa dupla. O Falcão representa o Deus
Hórus. Na parte de trás da paleta os inimigos estão decapitados. Existe uma reentrância para a
tinta, feita pelo cruzamento dos pescoços de dois leões. O touro aparece várias vezes,
possivelmente é a representação do poder do poder do Faraó. Na parte de trás o touro
aparece a atacar o inimigo e o símbolo da outra cidade, a qual foi derrotada.
Rainha Hatshepsut
Foi uma grande esposa real, regente e Faraó do Antigo Egipto. Pertencia à dinastia XVIII do
Império Novo. O seu reinado, cerca de 22 anos, corresponde a uma época de prosperidade
económica e relativo clima de paz.
Casou-se com o seu meio irmão Tutmés II d após a sua morte assumiu o poder de regente pois
o seu sobrinho (Tutmés III) ainda era uma crainaça e não estava apto para governar.
Hatshepsut decidiu assumir o trono.
A raiva do seu sobrinho foi tanta que após a sua morte, tentou suprimir o seu nome da arte e
da história do Egipto.
A arte de Hatshepsut conta com obras magníficas como o «Templo de Milhões de Anos – Deir-
el – Bahari», a sua capela em Carnak, etc…
Por vezes esta rainha aparece como uma figura obesa, algo não convencional para a arte
egípcia. Aparece ainda sem seios e com barba. Alguns historiadores acreditam que estas
representações são feitas de modo a ausentar a sua figura de fragilidade e a barba representa
o poder real.
Akhenaton ou Amenófis IV
Foi um grande Faraó da XVIII dinastia Egípcia. A historiografia credita esta personalidade com a
instituição religiosa monoteísta entre os egípcios, numa tentativa de retirar o poder político
dos sacerdotes, principalmente os do Deus Amon, da cidade de Tebas.
Suspeita-se que tenha sido assassinado a mando dos sacerdotes, prejudicados pela sua
administração austera. Faleceu no 17º ano do seu reinado.
Ramsés II
Ramsés II foi o terceiro Faraó da XIX dinastia Egípcia, uma das que compõe o Império Novo.
Reinou entre aproximadamente 1.279 e 1.213 a.C. O seu reinado foi talvez o mais prestigioso
da história egípcia, em aspectos económicos, administrativos, culturais e militares.
Em Abu Simbel, n aNúbia, Ramsés mandou erguer dois templos magníficos, o mais pequeno
dedicado à rainha Nefertari, sua mulher; o maior ao culto do Deus Amon-Rá… e a si próprio. A
entrada está guardad por 4 colossos de 20m de altura
que reproduzem os traços fisionómicos de Ramsés II.
Como todos os faraós do Novo Império, o corpo de Ramsés II foi sepultado nas montanhas
desérticas onde se sitia o Vale do Reis. Depois do tumulo ter sido pilhado por volta de 1050
a.C, os sacerdotes esconderam a múmia do Faraó. No final dos Sécs. XIX os arqueólogos
descobriram o corpo. Ramsés faleceu no ano 67 do seu reinado, quando já teria mais de 90
anos.
Os Deuses
Na verdade só alguns destes Deuses eram venerados por Togo o Egipto, como Amon-Rá, rei
dos Deuses; Hátor, deusa das festas, da música e da dança; e Bes, deus da alegria. Cada cidade,
aldeia e província, possuía os seus deuses próprios. O povo só venerava os que lhe eram mais
familiares.
Alguns deuses encarnavam animais sagrados como o boi Âpis e a serpente Apópis. Outros
identificavam-se com elementos naturais: Rá era o sol; Geb, a Terra; Nut, o céu. No entanto, a
maior parte dos deuses assume o aspecto dos seres humanos, com cabeça de animal, ou
coroados por insígnias.
Tipos de Túmulo
2 - Mastaba, tumulo
para a a nobreza
Imhotep era uma espécie de grande funcionário no corpo administrativo do Faraó. Esta
pirâmide era formada por degraus, que nada mais eram do que mastabas empilhadas.
Imhotep imaginou esta pirâmide como ascensão do rei rumo ao Deus do Sol.
Neste sentido, o reinado de Djoser marca uma ruptura importante, o inicio de um período
criativo, no qual o Egipto emerge da obscuridade dos primórdios da história e entra no período
resplandecente das pirâmides.
Baseadas nos troncos das árvores, as colunas em pedra. É tão evidente a influência vegetal
nas colunas que aparecem elementos decorativos como remate. As colunas normalmente
são uma pedra só, são usadas vários tambores juntos e sobrepostos, e usam-se estrias para
disfarçar. A coluna desde muito cedo que começou a ter base, fuste e capitel. Por vezes
também era adossada à parede.
Imhotep tem imenso cuidado em não fazer paredes totalmente lisas, assim são decoradas
com veios que animam as paredes e as tornam menos monótonas.
Obras Gigantescas
As primeiras pirâmides têm a forma de uma imensa escadaria triangular. Subindo-a, o rei
atinge o céu, para se juntar ao seu pai – Rá, deus do Sol. As arestas das pirâmides simbolizam
os raios solares.
Pirâmides de Gizé
Localizam-se no planalto de Gizé, na margem esquerda do Rio Nilo, próximo à cidade do Cairo.
Apresentam uma base rectangular e quatro faces triangulares que convergem para um vértice.
Estas pirâmides foram erguidas pelos faros Quéops, Quéfren e Miquerinus, há cerca de 2.700
a.C. Surgiram no desenvolvimento lógico da 1º pirâmide de Degraus. A pirâmide do faraó
Quéops é a mais alta de todas. Antes da erosão causada pela passagem do tempo, media
147m e pesava 6 milhões de toneladas. Ao lado, ergue-se a do seu filho Quéfren e, junto à
dele, a do neto Miquerinus de dimensão bem menor.
As pirâmides de Degraus mais pequenas, são associadas às rainhas e são muito mais pequenas,
também pelo seu estatuo em relação ao homem na época.
Junto ao templo inferior da pirâmide de Quefren ergue-se uma grande esfinge, talhada na
própria rocha e representa uma personificação mais impressiva da realeza divina. A cabeça
real, emergindo do corpo de um leão (20m de altura) e tem feições deste faraó.
O templo é a casa de Deus. É lá que se ergue a estátua da divindade, o seu invólucro terreno. O
Templo é um lugar extremamente secreto, no qual não deve penetrar nenhuma força
maléfica. É, por isso, que só o rei e os sacerdotes percorrem o templo, iluminado por velas. É
numa Naos, uma pequena capela, que se guarda a estátua da divindade. Se todos os rituais
forem correctamente feitos, o equilíbrio do mundo está assegurado e o Deus mostrar-se-á
reconhecido perante o Faraó e o povo do Egipto. O povo faz as suas oferendas no exterior do
templo. O povo nunca vê a estátua da divindade, pois é privada.
A Arte Egípcia
Para os egípcios uma pintura, um desenho ou uma estátua possuíam a mesma força do
modelo vivo. Se o artista respeitasse determinadas regras, as representações resistiriam à
passagem do tempo.
As convenções artísticas era “editadas” pela corte, definiam um gosto e uma maneira de fazer.
Aquilo a que podemos designar estilo. Por exemplo, na arquitectura a monumentalidade é
acompanhada por acabamentos limpos e polidos. Por exemplo, os retratos dos faraós eram
extremamente idealizados, não representam defeitos nem traços de envelhecimento. A
representação era solene e comedida, não era estridente, excepto nas representações das
batalhas.
Estilo e Normas
O objectivo era a harmonia e equilíbrio e, por isso, eram utilizadas linhas simples, formas
estilizadas, níveis rectilíneos de estruturação de espaços, manchas de cores uniformes que
transmitiam limpidez e às quais se atribuíam significados próprios.
Na representação artística das figuras, reforça-se o sentido simbólico, em que não e noção de
perspectiva (profundidade física), mas o poder e a importância que determinam a dimensão.
Com a transição para a pedra surge a arquitectura monumental e a vincada noção egípcia da
efemeridade do faraó. A mastaba assume-se como o túmulo para particulares por excelência.
As proporções do corpo humano tornam-se mais equilibradas e harmoniosas, crescendo a
atenção aos pormenores.
É também desta altura Imhotep, nome do primeiro construtor a ficar registado, responsável
pelo uso da pedra talhada e da sua aplicação, não só a uma função, mas também a objectivos
expressivos. A edificação assume um objectivo simbólico.
Império Médio
Império Novo
No Império Novo deu-se a unificação de novo do Egipto e a arte voltou a ter mais uma das suas
épocas de ouro, com um novo começo em que se reavivaram as tradições do passado e as
forças criadoras.
Progressiva degradação do poder faraónico – época que compreende cerca de 350 anos e
corresponde à XXI até XIV dinastias. Neste período destaca-se a perfeição alcançada no
trabalho dos metais.
Época Baixa
Desenrola-se da XXVI até XXX dinastias. A presença de povos estrangeiros (Líbios, Núbios,
Persas) é constante neste período.
Egipto Ptolemaico
De origem Macedónica, a dinastia Ptolemaica adoptou as formas artísticas dos egípcios. Nesta
época também se denota forte influencia Helenística.
Arquitectura Egípcia
As Casas
O telhado era plano funcionando como terraço, o local preferido dos seus ocupantes. As casas
dos mais ricos possuíam ainda jardins e as paredes eram decoradas com pinturas.
Palácios
A sala principal e o salão tinham tectos e paredes em madeira, decorados com composições
geométricas, motivos florais ou da fauna. Embora os interiores fossem cuidados tinham pouco
mobiliário e nem sempre condizia com a decoração. O mobiliário era mais requintado nos
palácios, juntamente com os tecidos mas mesmo assim simples.
Templos
Vasto conjunto de edificações, organizadas axialmente e delimitadas por uma cerca. Uma
avenida de acesso era rodeada por esfinges onde se realizavam procissões festivas. A fachada
era normalmente marcada por duas torres junto às quais se erguiam obeliscos ou estátuas de
faros. Através de uma monumental porta passava-se para um pátio. A partir da sala Hipostila
(reservada aos sacerdotes), o espaço tornava-se mais restrito e escuro, culminando no
santuário onde estava guardada a estátua do Deus. No geral, o templo tinha esta organização
Os mais antigos túmulos são designados por mastabas, com uma estrutura muito simples
constituída por dois elementos principais – um pequeno edifício prismático baixo (construído
em tijolo ou pedra); e um espaço funerário soterrado ao qual se acedia por um poço central.
Um dos nomes comuns para um túmulo era o de «casa da eternidade». Os túmulos conservam
vivos os nomes dos antigos reis, realizando num sentido real a ideia egípcia de que falar o
nome do morto é fazê-lo viver de novo.
O túmulo era profusamente decorado e decoravam os túmulos com os mais variados objectos,
pinturas, riquezas… o defunto “alimentando-se” dessas contemplação à sua riqueza e
decoração reviveria a sua vida terrena.
Pirâmides de Gizé
As estátuas - retratos também têm em si, alem das realizações arquitecturais, a glória da arte
egípcia. Os escultores egípcios tinham uma visão muito cúbica da forma humana. Os
resultados são esculturas firmes, robustas e imóveis. O corpo torna-se impessoal, apenas a
face sugere traços individuais.
A escultura egípcia (mesmo a incutida na arquitectura) era por vezes pintada o que
proporcionava rasgos realistas às figuras.
Retratos/Bustos/Esfinges/Baixo-Relevo
Embora seja uma arte estilizada, é também uma arte de atenção ao pormenor, de detalhe
realista, que tenta apresentar o aspecto mais revelador de determinada identidade, embora
com restritos ângulos de visão.
As Cores
A arte egípcia apreciava muito as cores. As estátuas, os interiores dos templos e dos túmulos
eram profusamente coloridos. Porem, ao longo do tempo perderam-se as cores originais que
cobriam a superfície dos objectos e estruturas.
Branco, obtido a partir da cal ou do gesso. Cor da pureza e da verdade. Era usado nas vestes
dos sacerdotes e nos objectos rituais. As casas, as flores e os templos eram tambem
pintados a branco.
Vermelho, obtido a partir de ocres e terra. Por um lado representava a energia, o poder e a
sexualidade, por outro, estava associado ao maléfico Deus Set, bem como ao deserto. Era a
vermelho que se pintava a pelo dos homens.
Amarelo, obtido a partir de limonite. Dado que o sol e o ouro eram eram amarelos, está
associado à eternidade. As estátuas dos Deuses eram feitas a ouro, assim como os objectos
funerários do faraó;
Azul, obtido a partir da Azurite ou do óxido de cobalto. Associado ao rio Nilo e ao Céu.
Pintura
É uma pintura essencialmente simbólica, que segue rígidos padrões de representação, como a
lei da frontalidade. O aparente primitivismo da pintura egípcia é devido à sua função
simbólica. O aspecto era iminentemente esquemático.
As áreas espaciais são bem definidas e o tamanho e posição das figuras são estipuladas
segundo regras hierárquicas. Os traços são estilizados e rígidos, as formas são bidimensionais
(ausência de volumetria) e a cor é aplicada em manchas uniformes.
A pintura aplica-se a espaços arquitectónicos especialmente aos relacionados com o culto dos
mortos, como os túmulos dos faros. Contudo, também se aplicava aos murais em palácios e
casas. Podem também ser encontradas pinturas em papiros em estilo hieróglifo.
Os egípcios criavam pinturas para fazer da vida pós-morte um lugar agradável. Os temas
incluíam a jornada para o outro mundo ou divindades protectoras que apresentavam a morte
para os Deuses do pós-morte. Algumas pinturas mostram actividades que o morto gostava de
fazer quando era vivo e que, certamente gostaria de fazer na eternidade.
A técnica consistia num traçado a vermelho, contorno feito a preto e depois era pintado o
interior. Os pincéis eram feitos com carriços, ervas e folhas de palmeira. Os godés e as paletas
eram em cerâmica. Os pigmentos eram misturados com tempera (goma arábica e clara de ovo)
e um pouco de água.
A civilização nasceu c.4mil a., provavelmente um pouco antes da civilização egípcia, entre o
vale Tigre e Eufrates.
A mesopotâmia (palavra de significa região entre rios) designa na realidade uma área
geográfica e a sua arte desenvolveu ao longo de muitos séculos marcas de diferentes
civilizações.
Sumérios
Como não dispunham de pedra, os sumérios ergueram casas de adobe e madeira de modo a
que ficou pouco da arquitectura.
Os sumérios eram politeístas. Cada cidade tinha um Deus local, considerado como o seu “rei” e
senhor. Possuía também o seu chefe humano para governar, o intendente do soberano divino.
O Deus era uma espécie de defensor dos seus fiéis, junto de outras divindades que regiam as
forças da natureza: vento, tempo, água, fertilidade, astros… O conceito de propriedade divina
não era uma simples ficção religiosa, acreditava-se à letra. Ou seja, esta sociedade era uma
sociedade planificada cujo centro administrativo era o tempo.
Os sumérios apresentaram uma das mais ricas e variadas tradições artísticas do mundo antigo,
a base sobre a qual se desenvolveu a arte dos assírios e babilónios.
A Arte da Suméria
Arquitectura
O aspecto dominante da arquitectura das grandes cidades era o templo – torre (zigurate). O
templo tinha um papel dominante como centro da vida espiritual e temporal e foi-nos dado a
conhecer de um modo mítico pelas plantas das cidades.
Durante os 2.500 anos seguintes, os zigurates foram crescendo em altura, cada vez mais
semelhantes a torres de múltiplos andares. Por isso, o acesso ao templo, situado no topo do
zigurate, começou a fazer-se por uma série de rampas que se estendiam da base até ao cume
do edifício.
Os zigurates serviam de lugar de idolatria ou cerimónias mas a sua essência era serem a
morada dos Deuses e, por isso, só aos sacerdotes era permitida a entrada e tinham também
eles uma reputação especial.
Outros exemplos fortes de zigurates são do séc. VI a.C que incluem as ruínas de Ur e
Khorsabad.
As edificações sumérias compreendiam estruturas planoconvexas feitas de tijolo de barro,
desprovidas de argamassa ou cimento. As lacunas eram preenchidas com betume, engaço
cana e cizânias. As construções acabaram por se deteriorar e eram periodicamente
reconstruídas, o que elevava o nível das cidades, erguendo-se acima da planície à sua volta.
A arquitectura tumular era mais simples, os reis podiam até ser enterrados nos seus palácios.
Escultura e Pintura
A arte era utilizada para fins religiosos, a escultura acompanhada pela pintura foi muito
utilizada para esse fim. A escassez de pedra na Suméria, contribuiu para a principal distinção
estilística entre a escultura suméria e egípcia. Na Suméria a pedra teve de ser importada de
fontes remotas e, por isso, atribui um carácter amorfo. Outra característica desta escultura é a
distinção entre dois estilos sucessivos:
A habilidade dos escultores sumérios é-nos mostrada nas diferentes expressões artísticas da
escultura: os retratos, maquetes, objectos musicais, cerâmica, joalharia, metalúgia, baixo e
alto relevo…
Exemplos:
Acadianos
Vindos do deserto da Síria, populações semíticas começaram a penetrar nos territórios a sul
em numero crescente até que nalguns lugares ganharam ascendente sobre os sumérios, cuja
civilização adoptaram embora menos cingida às suas tradições politicas.
Conhecidos como Acadianos dominaram as cidades-estado da suméria por volta de 2.500 a.C.
Por volta de 2.400 a.C, conseguiram impor a sua hegemonia sob as cidades-estado sumerianas.
Já em 2.300 a.C., o rei Acadiano, Sargão I promoveu a unificação da porção centro-sul da
mesopotâmia. Sargão e os seus sucessores foram os primeiros chefes mesopotâmicos que se
proclamaram abertamente reis e manifestaram a ambição de governar a terra inteira.
A mais notável obra conhecida deste género é a magnifica cabeça de bronze de um soberano
acadiano encontrada em Ninive. Datada de 2.300-2.200 a.C. Apesar de ter os olhos vazados
(outrora embutidos de materiais preciosos), conserva um ar majestoso de
comovedora humanidade. O enquadramento do rosto é de admirável
riqueza. O cabelo entrançado e a barba finamente encaracolada são
tratados com incrível precisão sem perderem o seu carácter orgânico nem
se tornarem num simples ornamento. A técnica d fundição e da
cinzelagem foi manejada com segurança que denota autentica mestria. É
Durante a ocupação estrangeira, Lagash uma das menores cidades-estado, conseguiu manter
a independência. O seu chefe, Gudea, teve o cuidado de reservar o
título de rei para o Deus local. Uma estátua de Gudea foi encontrada
segurando uma planta de arquitectura, datada de 2.150 a.C. Esculpida
em diorite, pedra extremamente rija. O próprio Gudea apesar de
apegado às tradições sumerianas, parece ter herdado o sentimento de
importância pessoal evidente nos príncipes da Acádia. A estátua
sentada representa Gudea com uma planta arquitectónica sobre os
joelhos que está submetendo à aprovação de um Deus. É flagrante o
contraste desta figura com as do Egipto, os ângulos foram
arredondados para acentuar a qualidade cilíndrica das formas;
Igualmente característica é a tensão muscular do braço e do ombro nus, comparados aos
membros frouxos e descontraídos das estátuas egípcias.
Assírios (1.300 – 612 a.C)
De origem semita, os assírios viviam do pastoreio e habitavam as margens do rio Tigre. A partir
de 2mil a.C, passaram a organizar-se como sociedade altamente militar e expansionista.
Realizaram diversas conquistas e expandiram o seu domínio para além do Egipto. O centro
administrativo do império assírio era Ninive, onde foi feita a biblioteca real de Assurbanípal um
dos reis que mais se destacou.
O exército assírio era um dos mais notáveis da antiguidade, facto que lhe proporcionou o
poder de conquistar diversos territórios. A cada território, o exército aumentava ainda mais
por causa do alistamento obrigatório implementado. Mas mesmo com este exército o império
não conseguiu sustentar-se pois a maioria da população do império não gostava do regime
militar e muitas vezes cruel, ao qual estava submetida.
Arquitectura e Escultura
Os assírios foram em relação aos sumérios o mesmo que os Romanos em relação aos gregos.
Na arquitectura construíram-se templos e zigurates inspirados em modelos sumerianos. Os
palácios reais atingiram dimensões e magnificência sem precedentes. Já a escultura que fazia
parte da decoração da arquitectura é famosa pelas sequências de painéis de pedra esculpidos
com baixos-relevos representando cenas militares ou de caça. Este tipo de relevo narrativo,
disposto em torno de salões governamentais ou pátios, é uma invenção assíria e constitui a
maior contribuição desta civilização para o mundo da arte.
Toda a sua arte se dedicava aos seus reis e exércitos, muito baseada na força militar (archeiros,
soldados, carros de combate…)
Palácio de Sargão II, em Dur Sharrukin, de 742-706 a.C. Estava isolado do centro urbano,
numa cidadela de muralhas torreadas. Os assírios pregavam o tijolo como os sumérios mas
revestiam as passagens das entradas e a parte
interior das paredes das salas principais com grandes
placas de pedra, onde esculpiam baixos-relevos ou
os típicos demónios guardiões, nos quais o relevo se
associa à escultura de vulto-redondo. Intimidantes
de aspecto e tamanho, destinavam-se a impressionar
os visitantes, como uma imagem do poder real.
O império assírio tombou com a queda de Ninive, pela ofensiva continuada dos Medos e dos
Citas. A Babilónia foi fundada em 4mil a.C tornando-se o centro do vasto império do séc. XVIII
a.C, sob o reinado de Hanurabi. O povo babilónio era herdeiro da civilização suméria e assíria,
as quais inspiraram a sua arte. A Babilónia atingiu o seu apogeu depois de ter colaborado para
a derrota dos assírios.
Arquitectura
O mais célebre dos soberanos babilónicos foi Nabucodonosor, o edificador da Torre de Babel.
Esta famosa construção fazia parte de um enorme
conjunto arquitectural comparável à cidade de Sargão II
em Dur Sharrukin. Nabucodonosor foi também
responsável pela reconstrução da capital e pelos
famosos jardins suspensos da Babilónia, disposto de
forma engenhosa em terraços elevados, irrigados por
canais provenientes do rio Eufrates.
A Arte Persa
A Pérsia recebeu o nome do povo herdeiro do que fora o império assírio. Hoje tem o nome de
Irão. O Irão parece ter sido acesso das tribos migratórias das esferas asiáticas, a norte, e da
Índia, a leste.
Dado que as tribos eram nómadas podemos seguir as suas deslocações pelos objectos que
deixavam junto dos recintos. Esses artefactos de madeira, de osso ou de metal, representam
uma espécie peculiar de arte móvel, achada numa vasta área. Estes têm uma concentração do
traçado ornamental semelhante à da joalharia mas também um repertório de formas
conhecido como estilo animalista, com o uso decorativo de temas animais, de um modo
abstracto e imaginativo.
O apogeu persa corresponde ao reinado de Dário I e Xerxes, um estado gigantesco que durou
2 séculos, até que Alexandre Magno o derrubou em 331 a.C.
Fiéis à tradicional crença religiosa derivada das profecias do Zoroastro, os Persas não tiveram
arquitectura religiosa. Em compensação, os palácios eram edifico enormes e impressionantes:
O mais ambicioso em Persépolis, foi começado sob o reinado de Dário I, em 518 a.C. Com
uma grande absorção artística dos seus vizinhos (assíria, babilónia, Egipto) o seu traçado
gera tem um imenso número de salas, câmaras e pátios reunidos sobre uma plataforma
alteada.
Correspondem às fases:
Em Creta desenvolveu-se um sistema de escrita (c.2mil a.C.). Uma forma tardia dessa escrita
(Linear B), em uso 600 anos depois, foi decifrada à pouco tempo. É dum grego primitivo e os
textos encontrados (inscrições), são na maioria inventários de palácios e documentos
administrativos, mas pouco revelam da história e da religião do povo que os compôs, tanto em
Creta como na Grécia.
Arte cicládica é a denominação dada às artes relacionadas à cultura das ilhas Cíclades. É ainda
hoje envolta em mistérios, pois pouco dela restou. Esta arte foi desenvolvida na idade do
bronze e é um dos três ramos da arte egeia.
Os escultores das Cíclades produziram em c.2mil a.C. os mais antigos nus femininos de
tamanho natural e durante muitas centenas de anos continuaram a ser os únicos a fazê-lo. Na
arte grega encontramos raras estátuas de mulheres até ao séc. IV a.C., quando Praxíteles e
outros principiaram a esculpir imagens de Vénus em completa nudez. Não deve ter sido mero
acaso que as mais famosas estátuas de Afrodite se encontravam em Santuários das Ilhas do
Egeu, regiões onde os ídolos Cíclades tinham surgido.
Arte Cretense/Minóica
A arte minóica ou a arte da antiga Creta desenvolveu-se entre cerca de 3mil e 1100 a.C. os
locais mais importantes da civilização cretense foram Cnossos, Mália e Fosta/Festus.
Em grande parte a sua arte pode ser dividida em três fases distintas (pelo menos no que diz
respeito à arquitectura), as quais são:
Pós-palaciano
Esta civilização foi uma civilização pré-helénica, da idade do Bronze. O seu apogeu deu-se
entre 1.700 e 1.400 a.C. (período Neopalaciano) com a reconstrução de palácios,
desenvolvimento de túmulos maiores, sistemas de esgoto e esculturas. A prosperidade da olha
deveu-se à habilidade na construção de naus rápidas e resistentes, capazes de transpor o Mar
Mediterrâneo. Desta forma, os minóicos estabeleceram ligações e relações comerciais com as
civilizações circundantes, exportando peças de metal, jóias, cerâmica, azeite e lã. A expansão
comercial coincidiu com a expansão territorial e política.
Arquitectura
A civilização minóica teve a sua vida administrativa, politica, religiosa e cultural inadiada pelos
palácios. Dois deles, Cnossos e Festus, são exemplos marcantes desta organização. Os palácios
tinham projectos complexos e orgânicos (desenvolviam-se por si só). Desenvolviam-se a partir
de um amplo pátio interno central, uma ideia que vai acompanhar estas estruturas até à Idade
Média pela transição entre o espaço fechado/aberto. Eram estruturas maciças e partiam de
formas quadrangulares/rectangulares para a sua organização. Dispunham de várias escadarias,
pequenos jardins e recintos reservados para cultos religiosos. As únicas partes dos palácios
minóicos que podiam ser consideradas para o culto religioso são pequenas capelas, o que nos
indica que as cerimónias religiosas se realizavam ao ar livre. Eram ainda decorados com
magníficos frescos nas paredes, mobiliário, cerâmica, etc…
Palácio de Cnossos/ Palácio de Minos, em Creta foi o mais ambicioso, cobrindo uma vasta
área e composto por tantos aposentos que ficou a ser conhecido nas lendas gregas pela
«labirinto do Minotauro». O seu aspecto
exterior não tinha a imponência dos palácios
assírios e persas. Não houve preocupação com
o efeito da unidade monumental, os diversos
elementos são geralmente pequenos e os
tectos baixos, que nem os andares parecem
altos. Apesar disso, os monumentos poéticos,
escadarias e pátio devem ter dado ao palácio
um aspecto agradavelmente aberto e arejado.
Alguns dos interiores, com as paredes ricamente decoradas, ainda hoje conservam a sua
atmosfera de íntima elegância. É excelente a construção de alvenaria, mas as colunas eram
de madeira. Nenhuma subsistiu e só lhe conhecemos as formas através das representações
na pintura e na escultura. Os numerosos armazéns e oficinas de cnossos, indicam que o
palácio, além de moradia régia, era um grande centro administrativo e comercial. O rei
seria um chefe de uma aristocracia mercantil.
Escultura
Trabalhos em metal, entalhe ou pedras preciosos, selos de pedras e joalharia atingiram altos
padrões artísticos.
Na época dos Palácios Antigos (2mil-1700 a.C.) Creta desenvolveu um tipo de cerâmica célebre
por perfeição técnica e pelos dinâmicos motivos decorativos em espiral que em nada deixava
prever as pinturas mirais «naturalistas» dos novos palácios. Na cerâmica pintada, os antigos
temas abstractos deram lugar a um novo repertório inspirado na vida animal e vegetal. Certos
vasos estão inteiramente cobertos de peixes, conchas, polvos… como se o próprio mar neles
fosse captado.
Até os pequenos relevos e estatuetas estão muitas vezes pertíssimo do estilo dos frescos.
Arte da Grécia Antiga
Os gregos possuíam um território difícil de explorar. O litoral era muito recortado, o relevo
montanhoso e muito vulcânico e o mar nunca estava muito distante da costa.
Os gregos eram muito camponeses, dedicavam-se ao cultivo. O seu ritmo de dia era marcado
pelos trabalhos agrícolas. Mas sujeitavam-se às secas de longos meses e Às violentas chuvas
que arrastavam o solo das vertentes. A água doce e as terras férteis eram escassas e as
oferendas nem sempre evitavam as fracas colheitas e a fome.
Comércio e as Colónias
A partir do século VIII a.C. os gregos começaram a partir para países estrangeiros em busca de
terras férteis. Navegavam junto à costa em pequenas embarcações. Ao se depararem com um
local propício, instalavam-se nele. Por vezes as relações com os indígenas não eram fáceis.
Arte Grega
A principal característica das artes plásticas está no facto de serem essencialmente públicas,
pois era o Estado que patrocinava as obras como fontes, praças, templos, etc… Mesmo quando
encomendadas por particulares, eram frequentemente colocadas em locais públicos. Nas artes
plásticas, evidencia-se a combinação do naturalismo (detalhes dos corpos, como por
exemplos, o vigor dos músculos) com a severidade e regularidade do estilo.
Enquanto a arte egípcia é uma arte ligada ao espírito, a arte grega liga-se à inteligência, pois os
seus reis não eram Deuses, mas seres inteligentes e justos que se dedicavam ao bem-estar do
povo. A arte grega volta-se para o gozo da vida presente. Contemplando a Natureza, o artista
empolga-se pela vida e tenta, através da arte, exprimir as suas manifestações. Na sua
constante busca de perfeição, o artista grego cria uma arte de elaboração intelectual em que
predominam o ritmo, o equilíbrio, a harmonia ideal. Eles têm como características: o
racionalismo, amor pela beleza, interesse pelo homem (essa pequena criatura que é a “medida
de todas as coisas”), e a democracia.
Cerca de 700 a.C, há uma inundação de novas formas e a arte grega, encontrou uma nova fase.
Surgem motivos curvilíneos novos – espirais, bandas entrelaçadas, rosetas – com profusão. As
superfícies maiores foram dedicadas à narrativa, agora elemento preponderante. AS figuras
ganhavam tanta dimensão e rigor descritivo que os motivos ornamentais já não lesavam a
acção. Os ornamentos têm a sua esfera própria diferente da representativa e de maior
importância.
Nota-se também um interesse pela articulação do corpo muito para além dos limites do estilo
geométrico.
A importância da pintura arcaica dos vasos é de certo modo, única no género. Normalmente
consideramos a cerâmica, em geral, como um artesanato ou indústria cuja natureza a não
eleva acima das outras artes menores. A grande maioria desta produção desaparece, parece
evidente que se trata de peças de execução altamente pessoal, longe de qualquer rotina ou
padrões fixos. Os vasos arcaicos são, em geral, bastante menores que os precedentes porque
já não são utilizados como urnas funerárias, substituídas pelos monumentos de pedra. Mas
têm uma decoração mais acentuadamente figurativa. As cenas de mitologia da vida
quotidiana, da lenda, apresentam enorme variedade. A qualidade artística de muitos
exemplares é elevada, cuja beleza merecia tal estima que os melhores ostentam com
frequência a assinatura dos seus autores, indício de que certos artistas sentiam orgulho pelo
seu trabalho e chegavam a ganhar fama pelo estilo pessoal. Alguns criaram um estilo tão
próprio que a sua “caligrafia” artística pode ser reconhecida sem assinatura. Foi por isso que a
pintura cerâmica nos deu a conhecer as primeiras personalidade claramente definidas de toda
a história de arte.
A pintura grega arcaica não ficou limitada aos vasos. Fizeram-se pinturas murais e em painéis
que só ficaram raros fragmentos em mau estado. Sabemos que toda a pintura arcaica foi
essencialmente desenho preenchido com tintas lisas e cores simples. A pintura a fresco não
terá uma aparência muito diferente mesmo que dispusesse de uma gama de pigmentos mais
variada. Segundo fontes literárias, a pintura mural só ganhou carácter próprio após as Guerras
Pérsicas (c.475-450 a.C), pelo descobrimento progressivo do modelado e da profundidade
espacial. Desde então, a pintura de vasos perdeu a qualidade por não dispor de meios técnicos
para obter esses efeitos. A pouco e pouco se perdeu o hábito de assinar as peças, tal como
delineavam as ambições dos pintores de vasos.
Exemplos:
As figuras negras silhuetadas criavam dificuldades aos desenhos dos escorços e assim tentou-
se um procedimento inverso, pintando todo o fundo negro e deixando à vista a superfície ocre-
avermelhada do barro reservada às figuras, técnica que substituiu gradualmente a anterior.
Algumas das suas vantagens eram uma maior liberdade do artista, as linhas internas de
comunicação eram exploradas, permitindo ousados escorços e sobreposições.
Exemplo:
Escultura
Tem como função glorificar os atletas, heróis e deuses (criados à semelhança do homem mas
extremamente idealizada). Foi concebida para concretizar noções de beleza e harmonia. Usou
o ilusionismo de representação, para atingir um realismo de grande vivacidade.
A escultura começou por ser de pequena dimensão e muitas vezes feita em bronze. O humano
é a figura que prevalece na escultura, apesar do cavalo ser um elemento muito importante, tal
como a na arte da mesopotâmia.
Esta escultura surge então por influência oriental (Mesopotâmia, Egipto). As figuras muito
estilizadas, quase como ídolos. A anatomia ainda é muito simplificada e geometrizada. A
produção escultórica é um pouco dispersa e estranha, um certo apelo à arte do oriente.
Podemos então considerar que este é um período orientalizante de transição para o arcaico.
As obras escultóricas deste período denotam várias influências ainda, destacando-se a estético
assíria e egípcia, creto-micénica e a arte oriental. Por exemplo apareceram avenidas decoradas
com estátuas de leões, o que podemos relacionar com o passado de Micenas e da
Mesopotâmia (Assiria e a “cenas das Caçadas”) e também do Egipto (repetição de esculturas
na entradas dos templos).
A escultura podia ainda aparecer em forma de estela (ligada ao culto funerário) e em relevo
(Ex. “Luta dos Deuses com Gigantes”, 525 a.C., Delfos, gigantomaquia). A partir do relevo
começaram a aparecer cenas mais movimentadas, porque esta escultura era menos
susceptível de se parar, ou seja, era menos frágil, e permitia maior liberdade escultórica.
No entanto, impuseram-se dois tipos de figuras escultóricas. Estas eram o Kouros e a Koré.
Crê-se que estas figuras em tempos iniciais possuíam características mágicas e que
representassem imagens de Deuses. Estas estátuas serviam dois propósitos, eram
apresentadas em templos como oferendas votivas e também colocadas em cemitérios e
túmulos. No entanto, estas esculturas não representavam pessoas reais apenas uma
representação simbólica do falecido, se assim fosse. A maior parte destas estátuas eram
encomendadas por aristocratas. A escultura em mármores era demasiado dispendiosa e
somente os mais abastados podiam pagar tal valor. Por isso, tornaram-se o símbolo de riqueza
e poder da classe aristocrática grega. Consequentemente quando esta classe perdeu o poder,
os Kouroi e Kourai saíram da moda da produção artística, ou simplesmente evoluíram. Tanto o
Kouros como a Koré são muito influenciados pela arte egípcia.
A cabeça erguida e os olhos são direccionados para o ponto de vista do observador, e nunca
saem deste eixo rígido. Os rosto demonstram influência da arte cretense e são modelados
como se de um estereotipo se tratasse: usam o cabelo longo e frisado ou com contas ao modo
cretense, e os olhos possuem um aspecto similar ao da escultura egípcia, que era na altura
copiada na produção cretense. Tanto o Kouros como a Koré, apresentam um sorriso
controlado, de lábios cerrados, o chamado sorriso arcaico.
Mais tarde estas estátuas assumem poses mais naturalistas e os penteados deixam-se
influenciar mais pela moda da Grécia Continental.
Consiste numa estátua feminina que representa uma mulher jovem, virgem,
graciosa e encantadora. Assim como o Kouros, denota uma
profunda influência da estatuária egípcia pelo seu carácter
maciço e rigidez corporal e, embora esta estátua grega arcaica
transmita a mesma artificialidade que as semelhantes
egípcias, o trabalho do material é um pouco mais tosco.
Assim como o Kouros, a Koré é alvo de uma evolução formal ao longo do tempo
tornando-se, uma figura de formas mais suaves e arredondadas, em que o t
ecido da roupa e o corpo se ajustam com maior naturalidade. Nesta altura, o
corpo deixa de parecer talhado de um bloco de contornos agudos, para se
parecer mais com uma coluna, onde as linhas são mais fluidas. Mas ao contrário
do kouros, que apresenta sempre a mesma tipologia, a koré tem mais variações, acima de
tudo no que diz respeito à indumentária e ao cabelo, que espelham a moda dos diferentes
locais onde é produzida. Eram pintadas com cores vivas, fortes e cintilantes.
A meados do século VI observamos a transformação e evolução da representação artística
destas figuras básicas. (Ex. Moscophoro, Homem com um vitelo, c.570 a.C.).
Referências
Foi neste período que a escultura atingiu o auge da beleza e da perfeição. Foi necessário um
período de tempo para que se atingisse a mestria artística – período arcaico.
Muitas esculturas eram feitas em bronze, que para alem de ser mais caro, exigia uma
tecnologia mais avançada em relação ao trabalhar este material.
Foi com Fideas que a escultura grega clássica atingiu a absoluta perfeição. Nas suas obras
ressaltam a perfeição anatómica, a robustez e a serenidade, a força e a majestade. Deu à
escultura, um carácter divinizado e idealista. Teve influência noutros artistas.
Lisipo estabeleceu outros cânones, cujas proporções criaram um atleta mais belo e esbelto.
Introduziu-se o vulto redondo e marca-se a evolução da escultura com o naturalismo. Rompeu
com o rigor da frontalidade e as estátuas começaram a ser vistas de todos os ângulos.
Este é um período pelo aspecto mais sedutor e gracioso das estátuas e pelo aparecimento de
nu feminino. As obras tornaram-se mais naturalistas, consoante o estilo do seu autor.
Referências
Efebo de Kritios, 480 a.C., faz a transição entre a escultura arcaica e clássica.
É um género de Koros com características clássicas. Uma delas é a perda de
simetria, começa a ter uma curvatura e o peso do corpo começa a ser todo
carregado numa perna, deixando a outra livre. É um corpo mais idealizado e
clássico. Ao contrário dos Koros, muito simplificados, esta já se distingue pela
acentuação de volumes.
É pouco o que sabemos do desenvolvimento da escultura grega durante os primeiros cem anos
da época helenística. A escultura grega passou a ser produzida num vasto território e a
interacção de tendências locais e internacionais deve ter formado um esquema complexo, um
padrão cambiante de que apenas podemos seguir algumas linhas isoladas.
Exemplos:
Altar de Zeus, em Pergamo, mandado construiu pelo filho e sucessor de Átalo I, c.180 a.C. É
um edifício impressionante. O altar propriamente dito ocupa o centro de um pátio rectangular
envolvido por uma colunata jónica que se eleva sobre
uma alta base; uma escadaria monumental dá acesso
ao pátio, no lado ocidental. As enormes figuras,
talhada em relevo, têm a escala e o peso das estátuas
de tímpanos sem estar sujeitas aos limites dos
frontões. É uma combinação única de duas tradições
diferentes e o formidável apogeu da revolução da
escultura arquitectural grega. O tema, a Batalha dos Deuses e dos Gigantes. O talhe do friso,
ainda que pouco subtil nos pormenores, possui uma tremenda força dramática; os vigorosos
corpos musculados precipitando-se uns contra os outros, os intensos contrastes de luz e
sombra, as asas a bater e as roupagens agitadas pelo vento são de um dinamismo quase
esmagador.
Cabeça de retrato, de Delos, c.80 a.C. Não foi realizada como um busto
mas, como parte de uma estátua de corpo inteiro. A identidade do
modelo é desconhecida. A obra interessa-nos pela visão íntima e pessoal
da personagem; o modelado fluído do semblante fatigado, a boca
indecisa e dolorosa, os olhos tristes sob as espessas sobrancelhas,
revelam um indivíduo assaltado por dúvidas e ansiedades, uma personalidade extremamente
humana, desprovida de heroísmo.
Bailarina Velada, c.200 a.C., tem uma liberdade de concepção tal como
muitas outras não igualáveis a grandes composições. A sua torção
audaciosa, reforçada pelas dobras diagonais do manto, cria uma
multiplicidade de aspectos interessantes que força o contemplador a dar
voltas à estatueta. O jogo complexo das formas concavas e convexas, o
intrigante contraste entre a silhueta da figura e a mobilidade do corpo sob
as vestes é extraordinário.
Arquitectura
Período arcaico (século VIII a V a.C) – longo espaço de tempo caracterizado pela procura do
inteligível, da ordem, do monumental, da sobriedade e da maturidade;
Período Clássico (século V a IV a.C) – onde a arte atingiu a plenitude, o equilíbrio, o realismo
e o idealismo;
Período Helenístico (século III-II a I a.C )– marcado pela miscigenação de culturas, pelo gosto
do particular, do concreto e individual e, simultaneamente é o tempo de declínio da cultura
grega.
Inicialmente, a arquitectura foi executada em madeira, tendo sido substituída pela pedra
calcária. Também as estruturas e proporções evoluíram;
Existe uma ligação permanente entre geometria e a arquitectura onde a matemática
estabeleceu o ritmo e a harmonia. Criaram-se normas e regras construtivas (cânones),
valores estéticos e modelos onde os pormenores se sujeitavam à harmonia do conjunto;
Os arquitectos elaboraram projectos com estudos topográficos do terreno, a adaptação do
edifício ao relevo e a escolha da ordem, de acordo com o tipo de edifício;
Objectivo final da arte – procura da unidade beleza e harmonia universais, suportadas por
uma filosofia cujos valores designamos hoje por Classicismo.
Secção de Ouro – Foi Endoxe que ensaiou a sua primeira tentativa explicativa. Prosseguiu os
seus estudos matemáticos sobre a proporção divina e descobriu que esta se exprimia por uma
fórmula (PHI) – por causa do artista Fidias. Pitágoras também se interessou por tal, e descobriu
que este número era a base das proporções do corpo humano. Os gregos apropriaram-se
desta formula, que se emprega como base de tudo. Fizeram investigações aprofundadas e
demonstraram que esta secção é a base de quase todas as formas da natureza. Todos os
artistas gregos estabeleceram as suas obras segundo esta, mas é na arquitectura onde
encontra o seu total desenvolvimento. O Partenon é o seu maior exemplo.
Cidade Grega
Exemplo máximo da arquitectura grega; a sua forma e estruturas básicas evoluíram a partir
do mégaron. Os melhores exemplos são o Pértenon e Atena Niké (VER CASOS PRÀTICOS);
Morada e abrigo do Deus, onde se colocava a sua imagem;
Usou-se na sua construção o sistema Trilítico, definido por pilares verticais unidos por lintéis
horizontais.
O exterior era majestosamente decorado com esculturas e pintado. O templo grego tinha um
forte sentido escultórico.
Em alçado
Ordem Dórica
Exemplos:
Templo de Hera;
Templo de Poseidon, c.460 a.C, ergue-se alto e compacto. É
um santuário dórico muito bem conservado. Têm especial
interesse os suportes interiores do tecto, duas colunatas
sobre as quais assentam as fiadas das colunas menores,
dando a impressão de um adelgaçamento continuo. Esses
alçados interiores de dois andares tornaram-se necessários
nas altas celas dos grandes templos dóricos.
Templo de Apolo;
Templo de Ceres:
Templo O Pártenon, 448-432 a.C, na Acrópole de Atenas. Construído num local muito
elevado, domina toda a cidade e arredores, como um
marco a sobressair do fundo montanhoso. Foi construído
com o dinheiro do tesouro da coligação da mutua defesa
contra os persas, com outros estados. É o único templo
conhecido que serviu as quatro religiões diferentes. É o
modelo perfeitoo da arquitectura dórica clássica e forma
um contraste elucidativo com o Templo de Poseidon.
Apesar de ter maior volume, parece muito menos
compacto. O seu efeito de harmoniosa e festiva graça, dentro da austeridade da ordenação
dórica, foi obtido por um aligeiramento geral. AS proporções foram reajustadas e as
modificações foram acompanhadas por certas desobediências ao traçado, desvios intencionais
da regularidade geométrica, porem, eram de difícil realização, pois eram correcções ópticas
delineadas para que as linhas horizontais e verticais pareçam absolutamente direitas. As
alterações subtis do parthenon devem-se apenas a uma intenção estética, são um elemento
positivo para aumentar a beleza do edifício e para ser apreciado.
Ttemplo de Artemisia, em Córfu;
Templo “La Basilica, Paestum, séc. VI a.C. vizinho do templo
de Poseidon. Ambos são dóricos mas saltam logo diferenças
de proporções. La Basilica parece baixa e acharrapada. As
colunas são mais cónicas e os capitéis maiores do que os do
Poseidon. Esta forma peculiar foi resultado de uma
compensação excessiva. Parecem, por isso, mais oprimidas pela carga que suportam, existindo
uma grande contraste entre os elementos de suporte e os elementos suportados.
Ordem Jónica
Nasceu no século VI a.C. Difere da ordem dórica nas proporções de todos os seus elementos
e na decoração mais abundante da coluna e do entablamento.
Tem dimensões mais esbeltas e por isso um carácter feminino.
O envasamento é formado pelo estereobato com 3 degraus. A coluna possui uma base
individual, um fuste com caneluras semicilíndricas, sem arestas vivas. É também mais longa e
delgada e tem um capitel com um ábaco simples e um equino em forma de volutas enroladas
em espiral. O entablamento tem uma arquitrave tripartida e um friso contínuo, com
decoração esculpida, rematado pela cornija.
Este tipo de estrutura foi aplicado em templos como:
Atena Niké;
Templo de Erecteion, erigido de 421 a 405 a.C.
Santuário de Apolo, em Delfos.
Ordem coríntea
Qualquer que fosse a ordem utilizada, o templo possuía espaços destinados à escultura que
valorizavam o edifício e aumentavam o seu valor icónico.
Arte Romana (séc. VI a.C. a IV d.C.)
Realeza
Republica
Império
No final do século VII a.C., os etruscos, oriundos da margem direita do Tigre assumiram o
governo de Roma, uma pequena aldeia do povo latino e acabaram por fazer dela uma grande
cidade. Nos finais do século V a.C. os latinos destronaram o ultimo etrusco e fundaram a
república, onde os chefes passaram a ser magistrados eleitos pelo povo. Após numerosas
batalhas e grande domínio da península ibérica, Roma é, no entanto, abalada, dando origem a
uma nova forma de governação, o império. A governação passou a ser confiada a um único
homem, o Imperador.
Roma possuía, uma grande diversidade de culturas, das quais a influência grega demonstra
grande importância. Esta mistura influências e culturas com uma matriz helenística
contribuindo em muito para o ecletismo da cultura romana. Ao longo dos séculos, o império
romano caracterizou-se por:
Roma era o ponto de chegada e partida das rotas que uniam todas as partes do impero,
possibilitando o intercambio de agentes, produtos e noticias.
O Estado Romano preocupou-se com a qualidade de vida na cidade e com o espaço - mandou
construir vias e praças, aquedutos; estabeleceu regras construtivas para os edifícios,
embelezando tudo com monumentos e peças de estatuária dando importância ao fausto.
Interviu na construção de fóruns – praça pública central, rodeada de belos edifícios, muitos
deles públicos e relacionados com o poder. O fórum era o centro administrativo e financeiro
da cidade, é onde se situa o mercado, se realizam certas festas e é ali que os políticos
proferem os seus discursos.
Roma cresceu como uma cidade cosmopolita, paradigma para todas as cidades e regiões do
império. Roma era um paradigma a nível administrativo e civilizacional – os romanos fizeram
das cidades, as sedes do governo. Foi o mais rápido processo de aculturação das populações.
Como paradigma a nível urbanístico – o modelo urbano de Roma foi adoptado nas cidades
novas e inspirou as reformas e os melhoramentos urbanos. O urbanismo foi uma das marcas
distintas da civilização romana. Roma funcionava também como modelo para a vida
sociocultural.
O Senado
Os Romanos foram influenciados pela retórica grega (arma do convencimento – arte de bem
falar e factor de sucesso do senado). Apesar de estar em declínio, o senado continuou a
administrar e a fiscalizar as províncias.
Arquitectura Romana
Arcos que originaram as abóbadas de berço, aresta e sucessão de aresta; com o seu uso
modificou-se a tipologia dos edifícios, diversificou-se as plantas, fizeram-se espaços
amplos e melhor articulados;
Cúpulas;
Arcadas
Desenvolvimento da técnica e dos instrumentos de engenharia
Novos sistemas de edificação
Aperfeiçoamento dos conhecimentos de orografia e topografia;
Técnicas de terraplanagem;
Inventaram cofragens e cimbres, meios quase estandardizados.
Decoração
Barroquismo – exagero
ornamental. Com influências
gregas utilizaram as ordens
como elementos decorativos.
Alteraram as suas proporções e
formas chegando a inventar
duas novas ordens – a toscana e
a compósita.
Exemplo de uma construção: Tabularium, da época 78 a.C estava em Roma e era o arquivo do
estado, onde estavam as tábuas onde os romanos escreviam (também em papyroo e
pergaminho). Edifício construído (70-80m de altura) em base oca, para guardar os
documentos. É uma espécie de criptopórtico. Tem colunas e arcos de volta perfeita. Foi pela 1º
vez o edifício que se tirasse as colunas ele não ruía pelo sistema abobadado romano em
contraste com o sistema arquitravado grego. O edifício está suportado pelos arcos e abóbadas
não pelas colunas e arquitraves que assumem um papel decorativo. A construção é romana
mas com decoração grega.
Arquitectura Religiosa
Funções simultaneamente religiosas (culto aos deus) políticas (culto ao imperador, reuniões
politicas) e sociais (ligação ao povo por acontecimentos religiosos);
Edifícios religiosos assinalam os lugares mais importantes das cidades. Distinguem-se os
Templos, os Santuários e os simples Altares;
Influências ítalo-etruscas e greco-helenisticas mas também transformações estruturais e
decorativas;
Arquitectura Tardo-Romana
Exemplos:
Longas salas para variados usos cívicos (multifuncionais) serviam para albergar tribunais, cúrias
e outras repartições, termas, mercados, palácios imperiais etc. … São fruto de uma concepção
que se desenvolveu na Grécia Helenística. Sob os romanos tornaram-se edifícios típicos de
todas as cidades importantes.
Caracterizam-se pela sua cobertura em abóbada de aresta com cúpulas e semicúpulas sobre as
absides laterais. Estes sistemas construtivos permitiam criar compartimentos interiores mais
amplos e iluminados.
Anfiteatros
A sua decoração no exterior tinha a mesmo decoração do Tabularium, (três níveis de arcos,
ladeados, por colunas com ordens diferentes em cada andar, separados por entablamentos e
encimados por um ático sem arcadas, mas com pilastras.
Teatros
Termas
Eram um espaço aberto rodeado de edifícios públicos, que serviam de local de reunião,
podendo ter sido uma readaptação da agora grega. Costumava encontrar-se no cruzamento do
cardo e do decumano, eixos centrais do urbanismo de qualquer cidade de fecundação romana.
O Fórum era também local de mercado, de realização de cerimónias religiosas e dos mais
importantes actos cívicos da cidade.
Com o crescimento do seu colossal império, Roma necessitava de possuir um centro cívico
ainda mais amplo de que o do Fórum Romano, pelo que Júlio César e outros imperadores não
deixaram de criar novos fóruns adjacentes e complementares.
Exemplos:
Fórum Romano (31-14 a.C. – período republicano). Situado entre as colinas mais importantes
e célebres de Roma, quer em termos políticos quer do imaginário e mitologia romanos, quer
históricos ou sociais. Em torno deste espaço estavam os mais importantes edifícios públicos,
adornados de colunas comemorativas, estátuas, arcos, pórticos, colunatas, templos, basílicas e
arquivos.
Fórum de Augusto (2 a.C.), construído por César Augusto, em Roma. Construído para
comemorar a vitória dos romanos em Cartago e para venerar o Deus da Guerra – Marte, que
os ajudou a vencer a batalha.
Fórum de Vespasiano, “templo da Paz”. Não foi considerado originalmente um fórum
imperial, só em época tardia, é de facto, tratado de forma diferente. A área central não foi
pavimentada como uma praça mas tratada de forma diferentes como um jardim, com
banheiras de água e bases de estátuas, que faziam desta, um verdadeiro museu ao ar livre. O
monumento foi edificado depois da conquista de Jerusalém.
Fórum de Nerva (c.96-98 d.C.). Domiciano que unifica uma área irregular entre o Templo da
Paz e os fóruns de César e Augusto. Dedicada à Deusa Minerva, mas com a morte de
Domiciano numa conspiração faz com que o complexo, já quase terminado, fosse inaugurado
pelo seu sucessor Nerva e é este que se prende o nome do fórum.
Fórum de Trajano (113 d.C.) construído a mando do imperador Trajano, com os despojos de
guerra da conquista de Dácia (106). Foram necessárias extensas escavações e a projecção do
fórum foi atribuída na íntegra a Appolodorus de Damasco, arquitecto do imperador É neste
fórum que se encontra os famosos edifícios e monumentos como o mercado de Trajano e a
Coluna de Trajano.
Arquitectura Privada
Aspecto modesto (feita com tijolo e ladrilho cozido no exterior e com estuque e taipa no interior);
Baixa (um ou dois pisos) com telhado inclinado para o interior feito de telhas de cerâmica;
Virada para si própria, não tinha aberturas para o exterior senão a porta principal e traseira;
Organização em torno de pátios interiores (iluminação, ventilação e circulação de pessoas);
Decoração baseia-se nos pavimentos de mármore e mosaicos e nos estuques pintados;
Exemplos:
Domus Aurea “Casa de Ouro” ou “Casa Dourada” pela cúpula de ouro que possuía. Mandada
construir pelo imperador Nero (64-68 d.C.). A arquitectura juntamente com a pintura desde
Domus era toda ela muito decorada. As cenas compreendiam janelas artificiais e muita
imitação de elementos arquitectónicos, tectos pintados com influência grotesca das antigas
grutas…. Depois da morte de Nero, esta zona da Domus Aurea foi aproveitada.
Domus Flávia, mandada construir por Domiciano. Começou por ser bom imperador (81-96),
mandou construir esta casa riquíssima com um hipódramo no meio (fontes e cascatas). Era tão
desconfiado que mandou revestir o palácio com mármores ultra-polidos. Tito, irmão de
Domiciano teve posteriormente um arco dedicado à sua vitória na Palestina.
Vila Adriana
Insulae – criadas pela concentração populacional das cidades durante a época imperial.
Autênticos prédios urbanos para alojar famílias. Continham três a quatro andares. O rés-do-chão era
utilizado para lojas. Nos andares superiores havia pequenos apartamentos;
Eram construídas com materiais económicos e levantaram problemas urbanísticos como o abastecimento de
água, os esgotos, as normas de segurança, o mau isolamento térmico e acústico, o numero exagerado de
andares, etc.
O interesse reside na técnica usada para a construção, na preocupação funcional da planta e no tratamento
das fachadas;
Arquitectura comemorativa
Arcos de Triunfo
Assumiram várias formas e tamanhos e estavam muito decorados com relevos e com colunas adossadas
que serviam de pedestal a estátuas alegóricas ou honoríficas. A parte superior era também suporte para
grupos escultóricos;
A colocação fazia-se a meio de vias importantes, nas entradas e saídas dos fóruns e podiam ser
adossados Às muralhas, a pórticos e a aquedutos.
Exemplos: Arco de Tito
Arco de Septimo Severo
Arco de Constantino
Colunas
Serviam como elemento comemorativo e fora talvez inspirada pelos obeliscos no Egipto.
Exemplo:
Exemplos:
Cidade de Aosta
Cidade de Pompeia
Cidade de Timgad
Escultura
Relevo
Subordinado à arquitectura. Tem fins ornamentais, comemorativos, narrativos ou históricos. Ocupa todos
os espaços. Recorreu a técnicas usuais na pintura, explorou a profundidade através dos planos com os
diferentes tipos de relevos – alto médio, baixo – obtendo efeitos de perspectiva e construção espacial.
Técnicas:
Escorço – relevos chegam a ser caóticos (usado nas cenas militares);
Narração, sui generis – a figura principal está repetida. As figuras secundárias estão dispostas lado a lado
e, as restantes, surgem com o objectivo de dar vivacidade e pormenor à narrativa, são colocadas em
planos mais recuados. (relevos comemorativos)
A decoração dos sarcófagos, teve importância a partir do século I. Passaram a ser exuberantemente
decorados, utilizando cenas mitológicas e representações da vida do morto. Na época cristã, a superfície
frontal foi dividida em espaços, onde eram representadas várias cenas.
Exemplo:
“Altar da Paz”, Aura Pacis 13-9 a.C, feito para comemorar o domínio do império romano na
península ibérica. Construção em pedra, mas de origem em madeira. Na decoração, no fundo,
aparece a Natureza, cenas mitológicas de exuberância, retrato de grupo – onde aparece o
imperador (relembram os frisos do parthenon mas mais compacto e realista) Aparecem
também crianças e mulheres.
Pintura e Mosaico
Pintura+mosaicos – formas artísticas que melhor documentam o modo de vida e de ser dos
romanos;
Sentido prático documental e realista;
Duas tipologias: pintura mural (feita a fresco - reveste paredes) e a pintura móvel (sobre
painéis);
Pintura deriva das condições dadas pela arquitectura – ligação estreita. Utilização crescente
de argamassas e cimento = necessidade de revestir muros;
Origens da pintura romana remontam dos Etruscos – tinham hábito de revestir as paredes
dos templos e dos túmulos. Para além de decorarem os edifícios atribuam-lhes um carácter
simbólico. Esta decoração foi alargada às paredes de construções privadas. A sua pintura é de
grande vivacidade narrativa e de grande sentido da realidade, transportando, uma carga
expressiva, linear e vigorosa.
Tem também influências egípcias – na arte do retrato. Revela-se nas efígies que evocam os
defuntos.
Revelam-se influências gregas no exemplo do mosaico que relata a Batalha de Isso, 330 a.C.
como cópia de uma pintura grega. Outro elemento grego é a utilização da pintura imitando
placas de mármore de diversas cores;
Temáticas:
Pintura triunfal – incide sobre cenas históricas. Tem funções políticas, documentais e
comemorativas. Tem origens etruscas. Recorre à narrativa contínua; a representação é
precisa nos pormenores formais e inscrições que identificam os protagonistas;
Pintura Mitológica – mais abundante. Incide sobre os mitos e mistérios da vida dos
Deuses e sua representação. As cenas, muito fantasiadas, têm composições ricas de
personagens e cores;
Arte Paleocristã e a Arte Bizantina
Em 323 d.C., Constantino, o Grande, resolveu mudar a capital do império Romano para
Bizâncio = Constantinopla (hoje, Istambul). A nova capital simbolizava a nova base cristã do
Estado Romano, porque se encontrava no coração das regiões mais cristianizadas do Império.
Constantino não previu que a deslocação da sede do poder imperial fosse provocar a cisão
do estado. Houve uma separação do império do ocidente e oriente. A estratégia era que cada
parte se conseguisse aguentar e defender melhor, mas o império romano do ocidente
acabou por cair em 476 d.C. e foi substituído por vários reinos (francos, visigodos,
ostrogodos, vândalos). Estes reinos bárbaros converteram-se ao cristianismo,
desenvolvendo-se na Idade Média. O império do Oriente, ou Bizantino, sobreviveu a estes
assaltos furiosos mas todas as condições levaram a um cisma religioso. Divergências
doutrinais começaram a desenvolver-se e, houve a divisão da cristandade numa Igreja
Ocidental, ou Católica, e noutra Oriental, ou Ortodoxa. As diferenças entre ambas
aprofundaram-se cada vez mais, e alem de um cisma religioso também se reflectiu um cisma
artístico;
Feudalismo nasceu destas condições – perdurou e formou uma sociedade com laços de
dependência, guerreira, rural e cavaleiresca. Estas relações feudo vassálicas eram
inicialmente usadas pelos monarcas que visavam defender o que lhes pertencia. Este sistema
politico-feudal consistia na passagem de poderes públicos (administrativos, judiciais e fiscais)
dos monarcas para os nobres e eclesiásticos, formando laços de dependência pois os
privilegiados prestariam lealdade e apoio em troca;
Religião cristã foi uma força em crescimento. Cristianismo impôs-se como elemento
aglutinador e ordenador e guiou e perdurou neste período. Esta religião conheceu uma
grande expansão no século II e III e oficializou-se como religião única;
Eclesiásticos usaram o poder das administrações centrais e locais (em decadência), para
congregarem e organizarem as comunidades de fiéis. Promoveram uma intensa
campanha de cristianização entre os povos. Os bispos tornaram-se autoridade presente e
actuante junto das populações;
Na Alta Idade Média (séc. V a IX), a igreja cristã ultrapassou as suas obrigações religiosas,
pastorais e doutrinais e exerceu também um papel civilizacional (influência nas
populações e poder politico e económico).
Igreja exerceu papel de orientação; administração; conservação e desenvolvimento das
artes e Letras; do saber e da cultura.
Focos difusores – igrejas (mosteiros). Estes focos tornaram a conferiram à cultura
medieval um carácter religioso e doutrinal;
Papel civilizacional criou a Cristandade – comunidade de povos e nações, professando a
fé cristã. Palavra utilizada e aplicada como conceito de união cristã.
A partir do ano Mil – circunstâncias favoráveis à Europa. Vagas invasoras cessaram e guerras
privadas abrandaram. Houve melhor ambiente social que favoreceu o desenvolvimento das
técnicas agrícolas, a economia, o crescimento demográfico e o renascer do comércio;
Vida urbana melhorou devido ao comércio. Cidades medievais tornaram-se prósperas e
foram renovadas culturalmente.
Este clima foi aproveitado pela igreja, reforçando o seu sentido pastoral junto dos fiéis.
Lançou movimento em prol da religião e foram construídas igrejas; incentivadas
peregrinações (locais sagrados) e foram organizadas cruzadas (movimentos religiosos e
militares);
Mosteiro
Vida
Monaquismo nasceu no séc. IV no Oriente. É ligado ao desejo de isolamento, fuga ao mundo profano - entrega a
Deus – através da contemplação, meditação, oração;
Surgiram exemplos isolados e criaram à sua volta discípulos que seguiam o mestre;
No Ocidente, o Monaquismo apareceu no séc. V;
São Bento (legislador da vida religiosa) escreveu Os Regulamentos – modelo para a organização da vida religiosa.
Deve-se ao rigor e espírito de perfeição posto por São Bento nessa regras e no facto de terem sido apoiadas pelas
hierarquias clericais e politicas da época. As regras Beneditinas serviram de modelo a todas as comunidades
religiosas do Ocidente espalhando-se;
Mosteiro – escola ao serviço do Senhor. Princípios básicos – obediência, silêncio e humildade;
Obrigação dos monges – ofício divino – culto religioso. Possuem outros deveres – oração ligada ao trabalho;
horário e ritmos estipulados;
Regulamento definia cargos e tarefas dos monges (hierarquia) e estabelecia código penal para faltosos e não
cumpridores;
Localização e Espaço
Mosteiros instalados em zonas isoladas – alto das montanhas, vales e clareiras das florestas- mas existiam
também nas cidades;
Eram autónomos e auto-suficientes, virados para o interior;
Plano arquitectónico meticulosamente pensado por São Bento. Plano teórico pretendia corresponder a um
perfeito equilíbrio geométrico e em perfeita correspondência matemática (nave central forma a base de toda a
composição);
Organização espácio-funcional – reflecte hierarquias de corte celestial:
No coração do complexo arquitectónico – lugar de Deus;
Sul, pátio fechados pelos edifícios mais importantes – o claustro;
Ala nascente – com funções espirituais e de residência da irmandade;
Ala sul – agrupa dependências mais funcionais
A Oeste (junto da entrada) – residências dos noviços, hospedes, inválidos, doentes velhos e até mortos;
Espaço sagrado – materialização do paraíso – a convivialidade era estritamente ritualizada;
Mosteiros eram centros de oração, meditação e ascese. Eram beneficiados pelas condições estruturais; eram
centros dinamizadores da economia, produtores de cultura na teologia, nas letras e ciências – complementando o
papel civilizacional
Guardiães do Saber
Poder da Escrita
Saber escrito dos monges – trabalho exercido nos escritórios conventuais, oficinas de
escritas. Monges especializados escreviam documentos e tinham a tarefa de copiar os livros
religiosos e os grandes Clássicos -acção valiosa numa época em que não havia processos de
edição ou reprodução de livros
Esforço dos copistas trouxe até nós o conhecimento e pensamento dos Antigos;
Arte de escrever foi aperfeiçoada – pelas caligrafias e alfabetos diferenciados;
Domínio da escrita engrandeceu o papel dos eclesiásticos na sociedade e conferiu-lhes, o
monopólio dos cargos públicos e das chancelarias régias;
Arte paleocristã
Artes Medievais Arte Bizantina
Arte Românica
Arte Muçulmana
Tempo
Influências
Diversas influências – resultado de dispersão geográfica (Oriente e Ocidente), mas apresentam traços comuns:
Utilização de modelos estilísticos de Roma Clássica;
Assimilação de novas técnicas e estéticas (em destaque do Oriente);
Subordinação de um novo espírito e nova temática (cristianismo)
Influência helenística e oriental
Funções
Pedagógica da imagem. Ensinamento pelas imagens – a Palavra de Deus. Mostram aos iletrados o que devem acreditar
– guia e orientação;
De sacrifício a Deus
Afirmação do poder
Características
Destaca-se o templo cristão – morada de Deus, recinto de culto, de encontro e união dos fiéis.
Igrejas construídas obedeceram aos modelos de:
Planta basilical - em cruz latina com cinco ou três naves e colunatas. Cobertas por tectos de armação de madeira;
Planta centrada – influências helenísticas e orientais. De formas circulares, octogonais e em cruz grega. Coberta por
cúpulas ou meias cúpulas;
Modelos com preocupações de destaque das linhas cruciformes;
Decoração
Tempo
Bizâncio, fundada por Constantino (323), fora o centro de uma nova cultura enquanto Roma sucumbia;
Cultura bizantina fora associada ao Cristianismo Ortodoxo, foi protagonista de um esplendor com fusão
de várias correntes de pensamento;
Primeira fase de desenvolvimento deu-se no reinado de Justiniano, séc. V. A segunda fase deu-se com
grandes construções que se expandiram no espaço e tempo. Até ao séc. XII foram construídas igrejas pela
Europa Mediterrânica, Península balcânica e Rússia
Influências
Função
Plantas
Planta centrada, de forma quadrada ou em cruz grega. Com cúpula centrada e absides laterais.
Após um período de inovações e modificações a planta mais empregue foi a de cruz grega e as suas
variantes.
Elementos Construtivos
Decoração
Mosaico Bizantino
Nasceu em ambiente de reabertura económica e renovação cultural e com contexto religioso presente;
França, Itália, Inglaterra, Alemanha, Espanha e Portugal – onde se encontra mais aprofundada. Difusão deve-se à
peregrinação e cruzadas e estas permitiram a disseminação da sua linguagem técnica e estética aos mestres
canteiros. Outros pólos dinamizadores foram o sistema político feudal e a religião.
Arte esteve ao serviço e era a expressão máxima da majestade do poder temporal e religioso.
Influências
Funções
Arquitectura
Arquitectura Civil
Funções
Funções defensivas e de habitação. Torre – habitação do Senhora ou do Nobre (situada estrategicamente para sua
defesa e também para as casas do dos populares, estábulos e celeiros);
Torres surgem com a necessidade de arquitectura particular, militar e civil. Estavam situadas estrategicamente em
locais elevados. Possuíam defesa natural (terreno) e armamento.
Devido aos avanços tecnológicos e materiais a torre passou a ser construída em pedra (aspecto fortificado e
austero).
Planta quadrangular (contrafortes salientes) e simples, com poucas divisões (unidas) e divididas por pisos)
Torres evoluíram para castelos após contacto com cruzadas. Os castelos apresentavam mais elementos
arquitectónicos, como:
Duplas muralhas com paredes compactas;
Torre de menagem;
Pátio exterior;
Capela;
Listernas;
Casas de guarnições;
Cavalariças e armazéns.
Estes elementos permitiam um maior albergue da população, existia mais segurança e era possível o castelo tornar-se
Arquitectura Religiosa
Formada pois dois tipos de edifícios – mosteiro e catedral – e ambos com carga simbólica pois acima de tudo esta arte é desenvolvida num
contexto religioso.
Funções
Pedagógica, pela orientação pois mostrava aos iletrados aquilo em que deviam acreditar. Ensinamento da palavra de Deus a partir das obras e
imagens;
Sacrifício – pois edifícios e obras eram oferendas a Deus. Esta função levava à mediação pois favorecia a comunicação com o outro mundo;
Afirmação do poder – pois as construções eram a imagem do poder politico e religioso. Celebrava-se o poder de Deus e de todos os envolvidos.
Isto realçou a criação artística nesta época pois desenvolveram-se lugares onde se concentrava o poder e os benefícios deste.
Mosteiros
São a imagem da difusão deste estilo, são os mais importantes núcleos culturais e artísticos.
Edifícios onde vivem os monges ou mesmo os monges cavaleiros que lhe deram o poder religioso, cultural e artístico – detentores de saber;
Correspondem a um tipologia arquitectónica ditada pelas ordens religiosas e situados em locais estratégicos e isolados;
Centros autónomos e de estrutura complexa de aspecto sóbrio e austero;
Local com dependências necessárias à oração e à vida comunitária e era distribuído por três alas dispostas em torno do claustro – rodeado por
galerias com arcos de volta inteira apoiadas em colunas. Este ficava adossado ao lato sul da igreja, que o encerrava do exterior. Claustro era o
centro organizador do mosteiro;
Cada ala tinha uma função específica:
Ala dos monges – situava-se a sacristia, sala capitular, oficinas e escadas de acesso aos dormitórios;
Refeitório – ladeado pelas cozinhas e dispensas;
Ala que servia de armazém ou silo e hospedaria;
Ala do mandatum, onde se lavava os pés dos monges que eram hospedes da comunidade,
Estes edifícios foram privilegiados com as descobertas e invenções obtidas nestas construções e tipologias da época;
Na decoração exterior apresentam aspecto sóbrio e austero;
Na decoração interior devido à vida dos monges, o claustro possuía um cuidada decoração escultórica, rica em contrastes de luz na zona central
e de penumbra nas galerias, o que atribuía ao local a sensação de paz e recolhimento.
Catedral
Planta
É a estruturação gráfica da catedral e é por estas que se define o divino sobre a terra;
Existe variedade regional entre modelos, mas catedrais seguiram dois modelos principais:
Planta centrada (cruz grega, hexagonal, octogonal ou circular). Apresenta influência oriental e é pouco utilizada;
Planta basilical (cruz latina, com 3, 5 ou 7 naves). A nave central é orientada no sentido Este-Oeste e é mais larga e alta do que as laterais. A
métrica espacial da igreja é fundamental para a definição do estilo.
Transepto - atravessa as naves e é orientado pelo eixo norte-sul;
Cruzeiro – é o ponto de cruzamento do transepto com as naves. O espaço é encimado pela torre lanterna ou zimbório;
Zimbório – (simboliza os oito anjos que suportam o trono de Deus) faz parte do sistema de iluminação e arejamento.
Absidíolos – colocados no alinhamento das naves laterais;
Abside principal – contém a capela-mor onde se situa o altar;
Deambulatório – prolonga as naves laterais e contorna a abside principal. É onde se realizam as procissões, vias-sacras;
Cabeceira – formada por 3 a 5 capelas radiantes absidiais, pela abside principal e pelo deambulatório. A sua disposição permitia que se
assistisse aos ofícios religiosos;
Cripta – local onde se depositava e venerava e onde se fazia cerimónias comemorativas;
Nartex e átrio – elementos que procedem da igreja românica;
Torres sineiras – ladeavam a fachada principal.
As naves variavam de número e simbologia: 3 (santíssima trindade); 4 (apóstolos e elementos da Terra); 5 (5 sentidos do Homem); 7 (criação da
Terra); 8 (Jerusalém).
Houve melhoramentos técnicos, devidos aos progressos tecnológicos. Foi totalmente abobadada em pedra. As coberturas das catedrais eram
normalmente feitas em:
Abóbadas de berço (resultam da sucessão de arcos de volta inteira), utilizadas para a nave central;
Abóbadas de aresta (conseguidas pelo cruzamento de duas abóbadas de berço), utilizadas para naves laterais;
Nas catedrais orientais as abobadas foram substituídas por cúpulas que correspondessem em planta a uma área quadrada.
O problema técnico correspondente à área quadrangular foi resolvido por trompas e pendentes;
Tramos – elementos de descarga de forças de cada abóbada e cúpula. São perceptíveis nos alçados e volumetrias dos edifícios.
A pressão exercida pelas abobadas, cúpulas e naves laterais é descarregada (através dos arcos) para os pilares e colunas;
As paredes exteriores são grossas, não muito abertas e têm contrafortes adossados e chanfrados. Suportam desta forma, a
pressão exercida pelas abobadas laterais.
Os pilares, no interior, são composto e cruciformes para cada arco definidor de tramo. Em casos complexos, cada pilar suporta
cinco arcos de abóbada. Em outros casos usam-se colunas entre os pilares, de modo a fazerem descarga s de forças dos Tramos;
A igreja foi constituída por um elemento rítmico em que pilares e colunas formam uma espécie de cortina separadora entre as
naves.
Iluminação
Paredes são compactas e com poucas aberturas logo a luz é rasante e difusa, propicia à concentração e elevação espiritual.
Luz obtida por clerestório, janelas, frestas, torre lanterna – possui aberturas que difundem a luz para a nave principal a partir
do cruzamento com o transepto -, janelões – situados na fachada – e rosácea.
Aspecto geral de grande solidez, reforçado e robusto (pelos contrafortes salientes e chanfrados que intensificam o edifício)
Elementos que caracterizam a fachada são:
Corpo central – termina em triângulo. Corresponde ao telhado de duas águas, onde se encontram rosáceas, janelões,
contrafortes, arcadas e portais (decoração e iluminação);
Dois corpos laterais – unidos ao corpo central, correspondem às naves laterais mas podendo também corresponder às
torres sineiras (iluminação e decoração);
As pedras são esculpidas em chanfro, moldura ou em medalhão. AS pedras eram postas em precisão mantendo-se em
equilíbrio.
As estruturas foram utilizadas com formas puras, simples: recta, cruz, semicircunferência, círculos e planos definidos.
No exterior a decoração esculpida limita-se às cornijas e portais:
Os cachorros, são remates feitos abaixo das cornijas que a decoram e suportam. Normalmente têm formas geométricas,
zoomórficas e antropomórficas. Exercem uma educação moral, cívica e religiosa, ou de critica social e politica. Eram
também utilizadas as gárgulas, a fechar os algeroses. Eram aproveitadas para a representação de motivos animalistas e
míticos, espécie de exorcização do edifício.
Na fachada principal a rosácea e o portal são dois elementos decorativos importantes. O portal pode ser simples e encaixado
num pórtico saliente. Normalmente é:
Uma entrada chanfrada, ornada por colunelos;
Porta simples ou dupla que possui um mainel que a sustenta. A arquitrave também é sustentada por este e designa-se por
lintel. Esta é decorada por relevo esculpido.
Tímpano, espaço semicircular circundado por arcos concêntricos de volta inteira – as arquivoltas. É preenchida por relevos.
Diversidade no Românico
A Europa Medieval e o Românico são caracterizados pela diversidade formal, pela diversidade regional. Os exemplos mais
importantes são em França, Itália, Inglaterra, Alemanha e Espanha.
Escultura
Menor papel até ao séc. XI devido à crise iconoclasta e à importância do aniconismo. Foi no contexto românico que esta
renasceu para reforçar e explicitar a mensagem que a arquitectura tinha.
Relevo
Arte Muçulmana
Módulo 4 – a Cultura da Catedral
Catedral
A Cidade
Dinamismo urbano ressurgiu a partir do século XII. A partir do século XIII, registou-se um
aumento do mundo urbano.
Nas cidades velhas, o espaço urbano teve de aumentar e foi necessária a feitura de novas
muralhas ou a criação de outro burgo;
Nas cidades novas, nascidas no cruzamento de estradas, perto do mar ou de uma abadia,
organizaram-se ora espontânea e caoticamente, ora segundo planos predeterminados;
Plantas citadinas seguiam planta reticular (Roma) ou o esquema radiocêntrico (interpretação
da filosofia aristotélica). As cidades permaneciam circundadas por uma ou mais muralhas,
com altas torres de vigia. Espaço era ocupado por: igrejas, conventos, casa comunal,
cidadela, casas de nobres e burgueses, bairros com lojas, oficinas das confrarias e hospitais,
pequenos campos agrícolas, a praça principal e ruas. Porém, a cidade não tinha
abastecimento de água canalizada, nem esgotos, nem segurança nas ruas;
A catedral e o seu espaço envolvente e, perto, a praça eram os locais de reunião e de festa
que tornavam a cidade o pólo de atracção das populações.
Cultura Cortesã
Durante a idade Média, reis e nobre tinham como única profissão – a guerra. Os primeiros
divertimento eram as caçadas e jogos como as justas e os torneios;
As alterações económicas, sociais e políticas, desenvolveram a partir do séc. XII uma cultura
nova – ideal cavaleiresco e cortês. Valorizou-se a lealdade, a cortesia, o amor, a paz, a alegria
de viver, a elegância e o prazer;
Valores revelaram-se na Literatura, na poesia (que teve a sua acção cultural e recreativa), na
música (tradição popular, ou polifónica, própria de um amor profano o de dança. Fazia parte
do quotidiano. Possuía funções profanas e religiosas), na dança;
A civilidade deveu-se também à influência do teatro religioso. Era representado no adro das
igrejas e nas grandes praças e exerceu um papel doutrinal, pedagógico e recreativo.
A Igreja foi criticando estes exageros e os copos e os rostos nas artes passaram a expressar
inquietação e ascetismo.
O século XV trouxe, de novo, a confiança, do Homem no Mundo.