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OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

Dedicatória

Este Trabalho é dedicado a toda minha família pelo amor e incentivo dado durante a
minha formação pessoal e académica, especialmente aos meus Pais Janfar Mucusse
e Maria Madalena Coelho e à minha irmã Arminda Janfar que sempre me apoiou e
esteve do meu lado quando mais precisei.

A todos meus colegas e amigos da faculdade de Engenharia da Universidade Eduardo


Mondlane pelo incentivo, colaboração e acima de tudo pela honra de ter estudado
com eles.

A todos professores do departamento de Engenharia Química da Universidade


Eduardo Mondasse pelos conhecimentos transmitidos, pelo incentivo para continuar
os meus estudos.

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OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

Agradecimentos

A toda minha família pelo amor, incentivo e apoio prestado durante a minha formação
pessoal e académica. Um especial agradecimento aos meus pais Janfar Mucusse e
Maria Madalena Coelho e a minha irmã Arminda Janfar que sempre estiveram do meu
lado e acompanharam cada passo da minha caminhada até hoje.

A Mozal pela oportunidade que me foi dada, especialmente ao Senhor Rajan Pillay,
Superintendente do Processo que sempre esteve disponível para esclarecer dúvidas
e ajudar na concepção deste Trabalho.

A toda equipe dos Engenheiros do processo, especialmente a José Julay, Jaime


Vilanculos, Leon Sesoko, Pascoal Banze, Lucas Lucas e Alexandre Mahel pelos
conhecimentos transmitidos e pela pronta disponibilidade.

A todos meus colegas da Faculdade de Engenharia da Universidade Eduardo


Mondlane e aos docentes do departamento de Engenharia Química.

Aos meus colegas de estágio na Mozal, Arnaldo Rupia Nhavoto, Mata Luís Vicente,
Estevão Manhiça e Albino Amosse pela amizade, companherismo, apoio e acima de
tudo colaboração.

Aos meus amigos de infância da Rua dos Combatentes pela amizade e pelo apoio
incondicional que me têm dado até hoje.

O MEU MUITO OBRIGADO!

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OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

Declaração de honra

Juro por minha honra que este Trabalho foi elaborado por mim usando a bibliografia
mencionada durante o decorrer do texto.

Maputo, Novembro de 2013

O autor

________________________________________________

(Emerson Arune Janfar)

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OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

Resumo
A Mozal é uma companhia que opera em Moçambique cujo principal objectivo é
produzir alumínio. A Mozal é constituída essencialmente por 3 departamentos tais
como a redução, o carbono e a casa das moldes.
O departamento de redução é o principal responsável pela produção do alumínio, cujo
processo de produção envolve a redução da alumina num processo electrolítico
denominado Hall-Heroult. Esta reacção ocorre numa célula electrolítica usando a
tecnologia da Aluminum Pechiney (AP35) e consiste essencialmente na redução do
óxido de alumínio (alumina) usando carbono como redutor e consequentemente como
ânodo. Estes ânodos feitos de carbono são fabricados e fornecidos à redução pelo
departamento do carbono.
Em condições normais, são necessários cerca de 2200℃ para que esta reacção
ocorra, fazendo com que não seja viável do ponto de vista económico e operatório.
Esta reacção ocorre economicamente usando uma substância para dissolver a
alumina o que faz com que a reacção ocorra a temperaturas mais baixas, cerca de
960℃. A única substância capaz de dissolver alumina e a criolita, que é usada com
outros aditivos tais como o 𝐴𝑙𝐹3 , 𝐶𝑎𝐹2 e a própria alumina, constituindo o que se
denomina de banho, com o objectivo de diminuir mais ainda as temperaturas de
operação da célula.
O principal aditivo é o 𝐴𝑙𝐹3 que é usado no balanço térmico para melhorar a eficiência
da corrente, diminuir a densidade do banho e diminuir a solubilidade do alumínio. Por
outro lado, este aditivo tem algumas desvantagens tais como a redução da
solubilidade da alumina, aumenta a resistividade do banho e é o principal responsável
pelas emissões de gases contendo 𝐻𝐹 que são maléficos para o homem e para o
meio ambiente, para além de ser caro. Dai que se deve optimizar o seu consumo na
célula electrolítica, que é essencialmente coloca-la no nível ideal de cerca de 8 a 12%.
Para optimizar esta substância, deve-se saber se a quantidade alimentada pelo
sistema que controla as células electrolíticas, o nível 2, vai de acordo com as
necessidades reais das células electrolíticas que serão calculadas através de um
balanço massico efectuado num período de 24 horas.

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OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................2
2. OBJECTIVOS .................................................................................................................3
3. ÂMBITO DO TRABALHO................................................................................................3
4. DESCRIÇÃO DA MOZAL ...............................................................................................4
5. ASPECTOS DE SEGURANÇA .......................................................................................4
6. PRODUÇÃO INDUSTRIAL DO ALUMINIO .....................................................................6
6.1. MATÉRIA PRIMA...................................................................................................14
6.1.1. ALUMINA ........................................................................................................14
6.1.2. CARBONO .....................................................................................................14
6.1.3. BANHO ELECTROLÍTICO ..............................................................................16
6.1.4. ENERGIA ELÉCTRICA ...................................................................................17
7. PRINCIPAIS ASPECTOS E OPERAÇÕES NA PRODUÇÃO DO ALUMÍNIO............18
7.1. SUCÇÃO DO METAL ............................................................................................18
7.2. REGULAÇÃO DO BANHO ....................................................................................18
7.3. TROCA DE ÂNODOS ............................................................................................18
7.4. COBERTURA DOS ÂNODOS ...............................................................................19
7.5. LEVANTAMENTO DO BEAM ................................................................................20
7.6. EFEITO ANÓDICO ................................................................................................21
7.7. MEDIÇÕES............................................................................................................22
8. OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMINIO ...........................22
8.1. DESCRIÇÃO DO TRIFLUORETO DE ALUMINIO .................................................22
8.2. BALANÇO DOS FLUORETOS ..............................................................................25
8.2.1. Consumo do 𝑨𝒍𝑭𝟑 pelas impurezas da alumina .............................................25
8.2.2. Emissões das células electrolíticas .................................................................26
8.2.3. Contaminação do cátodo ................................................................................28
8.2.4. Adições ...........................................................................................................28
8.2.5. Perdas ............................................................................................................29
8.2.6. Central de tratamento dos gases (GTC) .........................................................29
8.2.7. Fluoretos na alumina fluorinatada ...................................................................30
8.3. EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS .......................................................................30
8.4. BALANÇO MASSICO ............................................................................................31
8.4.1. Critério de seleção das 3 células electrolíticas ................................................32

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OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

8.4.2. Descrição de cada componente do balanço massico para B105 ....................32


9. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO ......................................................................................45
10. RECOMENDAÇÕES .................................................................................................47
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................48
12. ANEXOS ...................................................................................................................49

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OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

Lista de figuras

Figura 1. Lay-out da Mozal ......................................................................................... 4


Figura 2. Estrutura de célula electrolítica ................................................................... 7
Figura 3. Célula electrolítica da AP35 ........................................................................ 8
Figura 4. Alimentadores do 𝐴𝑙𝐹3, da alumina e do banho sólido ..............................10
Figura 5. Células electrolíticas conectadas em série perfazendo uma linha de
produção ...................................................................................................................11
Figura 6. Diagrama de fases da criolita com adição do 𝐴𝑙𝐹3 ....................................17
Figura 7. Cobertura dos ânodos ................................................................................20
Figura 8. Emissões das células electrolíticas ............................................................26
Figura 9. GTC ...........................................................................................................30
Figura 10. Balanço massico na célula electrolítica ....................................................31
Figura 11. Cobertura dos ânodos ..............................................................................35
Figura 12. Frasco de amostragem ............................................................................35
Figura 13. Material de cobertura dos ânodos retido no ânodo gasto ........................36
Figura 14. Ânodo gasto depois da remoção do material de cobertura ......................36
Figura 15. Copo de amostragem ...............................................................................53
Figura 16. Panela ......................................................................................................54
Figura 17. Colher ......................................................................................................54
Figura 18. Célula electrolítica B105 em operação .....................................................55
Figura 19. Célula electrolítica B106 em operação .....................................................56
Figura 20. Sucção dos gases da célula electrolítica para o GTC ..............................56
Figura 21. Localização dos GTC’s no potline ............................................................57
Figura 22. Sistema de alimentação da célula electrolítica .........................................58
Figura 23. Potmicro ...................................................................................................58

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OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

Lista de tabelas

Tabela 1. Perigos no departameto de redução .......................................................... 5


Tabela 2. Características do trifluoreto de alumínio ..................................................23
Tabela 4. Resumo do balanço massico para B105 ...................................................40
Tabela 5. Resumo do balanço massico para B106 ...................................................41
Tabela 6. Resumo do balanço massico para B107 ...................................................42
Tabela 7. Media dos balanços massicos para as 3 células seleccionadas ...............43
Tabela 8. GTC2 .........................................................................................................49
Tabela 9. Entrada dos gases no GTC2 .....................................................................50
Tabela 10. Composição das impurezas na alumina ..................................................50
Tabela 11. Dados do isokinectic ...............................................................................51
Tabela 12. Massa de trifluoreto de alumínio e de alumina fluorinatada alimentada ..51
Tabela 13. Composição do banho ............................................................................52
Tabela 14. Propriedades físico-químicas do banho ..................................................52
Tabela 15. Massas moleculares ................................................................................53

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OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

Glossário

ACD: distribuição da corrente no ânodo.

ATFD (aluminium trifluoride feeding device): dispositivo de alimentação do trifluoreto


de alumínio.

AMD: distância entre o ânodo e o metal ou cátodo.

APTV: veíclo de transporte do palet dos ânodos.

AP30: Tecnologia Aluminium Pechiney (300-325 kA).


AP35: Tecnologia Aluminium Pechiney (350-360 kA).
ANODE ASSEMBLY: conjunto formado por dois ânodos de carbono ligados ao stem
e ao hexápode.
BANHO: solução electrolítica usada para dissolver a alumina.
BEAM: viga que recebe a corrente dos positive risers e transmite para os ânodos.

BOP: Boas práticas de produção.


BTV: Veíclo de transporte do banho.

B105, B106 e B107: Designação/localização dos pots na linha de produção. Significa


que os pots B105, B106 e B107 localizam-se no POTROOM B, nas posições 105, 106
e 107 respectivamente.
CAFD (Crust breaker and alumina feeding device): sistema composto por um
dispositivo de pneumático com a função de furar a crosta e permitir a introdução da
alumina no pote.
C-CLAMP: dispositivo conectado ao beam, que é usado para apertar o stem do anode
assembly.

CLAD: liga bi-métalica (alumínio e ferro fundido) usada para assegurar o stem ao
hexápode.
CE: eficiência da corrente.

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OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

CRUST BIN: recipiente usado para depositar o material que cai no banho quando se
troca o ânodo gasto.

GTC: Central de tratamento dos gases.

GREEN POLE: Material usado para libertar os gases formados por baixo dos ânodos.

HOODS: Portas que não permitem a evaporação dos gases e garantem o balanço
térmico da célula.

ESCOM: Electricity Supply Comission


MLLB: Metal ladle lifting beam

MOTRACO: Mozambique Transmission Company

MOZAL: Mozambique Aluminium

PINS: São cilindros conectados ao hexapode que suportam os blocos anódicos. Em


cada bloco anódico estão conectados 3 pins, totalizando para os dois blocos, 6 pins.

POT: Célula electrolítica, dentro do qual ocorre a electrólise da alumina

POTLINE: Linha de produção composta por dois potrooms

POTMICRO: Micro-computador que cada célula possui que controla e monitora as


suas operações.

POTROOM: Sala onde estão alinhados os potes em série.

POSITIVE RISERS: Conductores de corrente responsáveis pela associação em série


das células.

PPC: Roupa de protecção pessoal.

PPE: Equipamento de protecção pessoal.

PTA (Pot tending assembly): Grua usada para diversas operações do potroom tais
como: troca e cobertura dos ânodos, levantamento do beam, sucção do metal.

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OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

RODDING SHOP: oficina de chumbamento

SA: Sobreaquecimento do banho

START UP: Arranque de uma célula electrolítica

STEM: Haste do ânodo feita de alumínio

SPOUT: Funil usado para introduzir a alumina ou o trifluoreto de alumínio na célula

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OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

1. INTRODUÇÃO
O 𝐴𝑙𝐹3 é a subtância mais importante na regulação da temperatura e é à partir desta
substância que gases como 𝐻𝐹 são emitidos. Estes gases são nocivos à vida animal
e ao ambiente, sendo por essa razão e pela economia do processo que esses gases
são succionados e enviados a uma central de tratamento que o recicla removendo os
fluoretos e só depois os emite para a atmosfera. As emissões desses gases são
medidas por dois equipamentos denominados boreal laser e isokinectic.

O objectivo deste projecto é optimizar esta substância porque ela é extremamente


importante para o processo e por outro lado apresenta algumas desvantagens tais
como a poluição do ambiente, a redução da solubilidade da alumina, entre outras.
Com vista a alcançar este objectivo, 3 células electrolíticas serão seleccionadas e far-
se-á um balanço massico desta substância para cada uma delas, com vista a apurar
quais são as reais necessidades desta substância.

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OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

2. OBJECTIVOS

Objectivo geral
Identificar oportunidades para optimizar o consumo do 𝐴𝑙𝐹3 .

Objectivos específicos
 Propor mecanismos ou maneiras com vista a reduzir as emissões dos fluoretos
nas células electrolíticas.
 Identificar as razões das perdas do 𝐴𝑙𝐹3 no processo

3. ÂMBITO DO TRABALHO
A principal razão para se pretender optimizar o 𝐴𝑙𝐹3 é porque ele possui vantagens e
desvantagens para além de ser apresentar custos elevados de aquisição.

As vantagens são: reduz a temperatura de fusão da criolita, reduz a densidade do


banho e melhora a eficiência da corrente. Por outro lado as desvantagens são: reduz
a solubilidade da alumina, reduz a condutividade eléctrica, aumenta a pressão de
vapor e aumenta as emissões do 𝐻𝐹. Optimizar esta substância é essencialmente
coloca-la na zona optima de operação que é cerca de 8 − 13%.

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OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

4. DESCRIÇÃO DA MOZAL
A Mozal é uma empresa multinacional do grupo BHP Billiton que opera em
Moçambique, com 47% das acções, com partcipação dos grupos Mitsubishi
Corporation (25%), Industrial Development Corporation of South Africa Limited (24%)
e o Governo Moçambicano com 4% das acções. A Mozal localiza-se na Província de
Maputo, Distrito de Boane, no Parque Industrial de Beluluane, a 17 Km da Cidade de
Maputo.

Figura 1. Lay-out da Mozal

5. ASPECTOS DE SEGURANÇA
A política da Mozal é dano zero. Isto significa que deve-se estar consciente em relação
a todos os riscos que podem aparecer durante o desempenho de uma determinada
tarefa.

Sempre e durante ou antes de realizar a tarefa deve-se:

 Estar consciente e acreditar que está em perfeitas condições para executar a


tarefa predefinida.
 Ter a certeza que os equipamentos de protecção individual (PPC e PPE) estão
em condições de uso ou não.

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OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

 Ter a certeza que é a pessoa certa para realização da determinada tarefa, e se


está treinado ou treinada o suficiente.

Os seguintes perigos e os seus riscos são encontrados no potroom e para se prevenir


contra eles deve-se sempre usar os equipamentos de protecção adequados e seguir
outros aspectos como indicado na tabela abaixo.

Tabela 1. Perigos no departameto de redução

PERIGO RISCO PREVENÇÃO


Gases e poeiras Inalação Usar respiradores e óculos apropriados

Objectos quentes Queimadura Usar luvas apropriadas

Desidratação Desmaio Beber muita água e fazer pequenos


intervalos

Cargas suspensas Esmagamento Evitar andar por baixo de cargas suspensas

Veículos pesados Atropelamento Andar nas passadeiras

Cavidades abertas Queda Olhos no chão e nas tarefas

Os riscos de trabalhar com o fluoreto de alumínio são:


 Contacto com a pele
Causa severas queimaduras, irritações e é corrosivo. Em caso de contacto deve-se
remover a roupa contaminada e deve-se lavar imediatamente com sabão e água.

 Contacto com os olhos


Causa queimaduras e irritações. Em caso de contacto deve-se lavar imediatamente
os olhos durante 15 minutos mantendo a pálpebra aberta. Recomenda-se que se
procure assistência médica se caso os sintomas continuem.

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OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

 Inalação
Pode causar irritações a membrana mucosa e irritações ao sistema respiratório. Em
caso de inalação deve-se procurar assistência médica imediatamente.

 Ingestão
Em caso de ingestão deve-se beber 1 a 2 copos de água e tentar induzir o vómito,
mas apenas na presença de um médico.

6. PRODUÇÃO INDUSTRIAL DO ALUMINIO


A produção industrial do alumínio é realizada pela electrólise da alumina num
processo denominado Hall-Heroult. Este processo foi inventado pela primeira vez na
França em 1889 por Paul Heroult e quase ao mesmo tempo nos Estados Unidos De
América por Charles Hall. A redução da alumina tem lugar no que se denomina uma
célula electrolítica (figura.1)

A alumina é dissolvida num electrólito fundido à cerca de 960ºC com passagem da


corrente eléctrica à partir do ânodo através do electrólito até ao cátodo. A criolita é a
única substância que pode dissolver a alumina, sendo por essa razão escolhida como
electrólito.

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OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

Figura 2. Estrutura de célula electrolítica

Na Mozal, a produção de alumínio a partir da redução da alumina numa solução


electrolítica (banho) realiza-se usando a tecnologia da Aluminium Pechiney (AP30)
renovada recentemente para AP35.

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OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

Figura 3. Célula electrolítica da AP35

Os componentes principais das células electroliticas da AP35 são:

 Cátodo
Cátodo é a parte negativa da célula, que é onde o aluminio é produzido. Os principais
componentes do cátodo são: A parede da celula (potshell) que é feita de aço; 2
Camadas de tijolos refratários para prevenir perdas de calor; 20 Blocos catódicos nos
quais são conectadas barras de aço para colectar a corrente e transmitir à seguinte
célula.

 Positive risers
Os positive risers são condutores de alumínio que transportam a corrente de uma
célula electrolítica para outra. Cada célula possui 5 positive risers, sendo que cada
um conduz aproximadamente 70 KA. Eles são constituídos por uma parte vertical e
uma parte flexível conectada ao beam. A parte flexível permite o movimento do beam
acompanhando o desgaste dos ânodos de carbono com vista a manter a distância
entre o ânodo e o metal. O mesmo movimento acontece quando se faz a sucção do
metal e em outras situações como veremos mais adiante.

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OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

 Beam

São conductores feitos de alumínio que distribuem a corrente para o stem dos ânodos.
O beam é constituído por duas barras metálicas de alumínio que se movimentam
verticalmente devido aos motores em que cada uma está ligada. Cada barra do beam
suporta 10 anodos, por forma que quando elas se movimentam todos os 20 ânodos
acompanham esse movimento.

 Superstrutura da célula
É a parte da célula electrolítica que contém os hoods e a tubagem de sucção dos
gases para os GTC’s. A superstrutura sustenta também os alimentadores, beam e a
porta de sucção do metal e do banho.
Os hoods são feitos de uma liga de alumínio e são termicamente isolados com 2 pegas
prevenindo o escape dos gases emitidos na célula.

 Potmicro

Cada célula é controlada por um Potmicro (denominado nivel 1) que transmite toda
informação ao nível 2.

O nível 1 consiste num potmicro e o um pot control cabinet. Essas duas unidades
estão situadas do lado oposto do corredor, defronte às células electrolíticas.

O potmicro está carregado com programas de regulação que monitoram as operações


da célula electrolítica, tais como: voltagem da célula; corrente do potline; estado da
célula (estabilidade, troca de ânodos, cobertura dos ânodos, efeito anódico, etc);
movimentos do beam.
O pot control cabinet recebe sinais de control do potmicro e transmite esses sinais
para a célula electrolítica.

O nível 2 está localizado na sala de control. Ele fornece todos os repórteres e grava
todos os acontecimentos do shift. O nível 2 é o sistema de controlo para todas as
células electrolíticas, ou seja, é responsável por todas funções do nível 1.
Resumidamente o nível 2: comunica-se com o nível 1 (potmicro) continuamente;

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OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

recebe também a voltagem do potline e amperagem à partir da subestação e envia o


setpoint dessa amperagem para a subestação; comunica-se também com outros
departamentos tais como: laboratório, carbono e casa dos moldes.

 Alimentadores
Alimentadores são dispositivos mecânicos constituídos por um semi-silo e um
dispositivo de alimentação que se localizam na superstrutura da célula electrolítica e
tem a função de alimentar a célula com a alumina fluorinatada e o trifluoreto de
alumínio.
Em cada célula electrolítica existem 5 alimentadores:

 4 Alimentadores da alumina designados CAFD;


 1 Alimentador de trifluoreto de alumínio designado ATFD;
 1 Alimentador de banho sólido (crushed bath) designado CBFD.

Figura 4. Alimentadores do 𝐴𝑙𝐹3 , da alumina e do banho sólido

Na mozal existem 2 linhas de produção. Cada linha contém 2 potrooms, sendo que
em cada potroom estão conectados 144 células electrolíticas em série resultando para
cada linha 288 células electrolíticas e para as duas linhas 576 células electrolíticas.

Os 358.5 KA de amperagem partem da subestação para o potroom B e retornam para


a subestação através do potroom A, isto para a linha 1. Para a linha 2, a corrente flui

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OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

a partir da subestação para o potroom D voltando a subestação através do potroom


C. Esta associação mostra claramente que as células estão conectadas em série,
uma vez que a amperagem que passa em cada célula e a mesma, variando apenas
a voltagem e a resistência de acordo com as condições operatórias.
Cada potroom é dividido em 4 secções, sendo que em cada secção estão alocados
36 células electrolíticas (pots). Por exemplo, no potroom A as 4 secções são AG1,
AG2, AG3 e AG4, sendo válida a mesma classificação para os restantes potrooms.
As células electrolíticas são nomeadas de acordo com a sua localização no seu
respectivo potroom. Por exemplo as células localizadas no potroom A, elas são
nomeadas A001, A002, A003 ate A144, sendo válida a mesma classificação para os
restantes potrooms.

Figura 5. Células electrolíticas conectadas em série perfazendo uma linha de


produção

Em cada célula electrolítica ocorre a redução da alumina no banho electrolítico de


acordo com as reacções:
Primeiro a alumina é dissolvida pela criolita:
𝐴𝑙2 𝑂3 + 4𝐴𝑙𝐹63− → 𝐴𝑙2 𝑂𝐹62− + 6𝐹 −

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OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

De seguida ocorrem as reacções catódicas e anódicas:


𝐶á𝑡𝑜𝑑𝑜: 𝐴𝑙𝐹63− + 3𝑒 − → 𝐴𝑙 + 6𝐹 −
Â𝑛𝑜𝑑𝑜: 2𝐴𝑙2 𝑂𝐹62− + 12𝐹 − + 𝐶 → 𝐴𝑙𝐹63− + 𝐶𝑂2 + 4𝑒 −

Reacção global é:

2𝐴𝑙2 𝑂3 + 3𝐶 → 4𝐴𝑙 + 3𝐶𝑂2


A massa do alumínio produzido pode ser determinada pelas leis de Faraday:

A primeira lei de Faraday diz que: a quantidade de qualquer substância depositada


ou dissolvida num electrólito é directamente proporcional à quantidade da carga
eléctrica que passa pelo circuito.

𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝐴𝑣𝑜𝑔𝑎𝑑𝑟𝑜 = 6.023 × 1023 𝑒𝑙𝑒𝑐𝑡𝑟õ𝑒𝑠 𝑒𝑚 1 𝑚𝑜𝑙𝑒

𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑑𝑒 𝑢𝑚 𝑒𝑙𝑒𝑐𝑡𝑟ã𝑜 = 1.6022 × 10−19 𝐶

1 𝑚𝑜𝑙𝑒 𝑑𝑒 𝑒𝑙𝑒𝑐𝑡𝑟õ𝑒𝑠 = 1.6022 × 10−19 𝐶 × 6.023 × 1023 𝑒𝑙𝑒𝑐𝑡𝑟õ𝑒𝑠

1 𝑚𝑜𝑙𝑒 𝑑𝑒 𝑒𝑙𝑒𝑐𝑡𝑟õ𝑒𝑠 = 96485 𝐶 = 1 𝐹𝑎𝑟𝑎𝑑𝑎𝑦

𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑎𝑡ó𝑚𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑜 𝐴𝑙 = 26.98 𝑔/𝑚𝑜𝑙

𝑉𝑎𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝐴𝑙 = 3 +

São necessários 3 moles de electrões para libertar 1 mol de 𝐴𝑙. Cada mol de 𝐴𝑙 pesa
26.98 𝑔, então:

26.98 𝑔
1 𝑚𝑜𝑙 𝑒𝑙𝑒𝑐𝑡𝑟õ𝑒𝑠 𝑙𝑖𝑏𝑒𝑟𝑡𝑎𝑚
3

Isto significa que 1 Faraday liberta 26.98/3 g de 𝐴𝑙.

A segunda lei de Faraday diz que: a massa de diferentes substâncias produzidas


pela mesma quantidade de electricidade é directamente proporcional a massa molar
das substâncias referidas e inversamente proporcional ao número de electrões
transferidos na semi-reacção.

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OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

Conjugando as duas leis, tem-se:

𝑄
𝐹𝑎𝑟𝑎𝑑𝑎𝑦 =
96485

𝑄 =𝐼×𝑡

𝐼×𝑡
𝐹𝑎𝑟𝑎𝑑𝑎𝑦 =
96485

𝐼 × 86400
𝐹𝑎𝑟𝑎𝑑𝑎𝑦 =
96485

Como viu-se anteriormente 1 Faraday liberta 26.98/3 g de 𝐴𝑙, então, a massa de


alumínio produzida em Kg/célula/dia será:

𝐴𝑙 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑜 = 8.053 × 𝐼

Se a eficiência da corrente fosse 100%.

Devido as perdas de corrente que ocorrem em cada célula e em toda a linha de


produção, define-se um termo denominado eficiência da corrente com vista a
quantificar essas perdas:

𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 𝑎𝑐𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑝𝑜𝑟 𝑐é𝑙𝑢𝑙𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑑𝑖𝑎


𝐶𝐸 = × 100%
𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑐é𝑙𝑢𝑙𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑑𝑖𝑎

𝐴𝑙 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑜 = 8.053 × 𝐼 × 𝐶𝐸

As perdas na eficiência da corrente são devidas:

O principal aspecto é devido a re-oxidação do alumínio já produzido:

2𝐴𝑙 + 3𝐶𝑂2 → 𝐴𝑙2 𝑂3 + 3𝐶𝑂

Para esta reacção ocorrer, o 𝐴𝑙 e o 𝐶𝑂2 devem estar dissolvidos no banho.

Outras perdas são devido a: condução eléctrica, curto-circuito e perdas do alumínio


já produzido por evaporação, absorção e reacção com as superfícies da parede.

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OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

6.1. MATÉRIA PRIMA

6.1.1. ALUMINA
É um sólido branco pulverizado que forma o ingrediente principal no processo de
redução. A sua fórmula química é 𝐴𝑙2 𝑂3 e é importado da Austrália por navio e
armazenado no porto em silos com capacidade de 45000 toneladas sendo depois
transportado do porto para a Mozal por camiões.

Para produzir 1 Kg de alumínio são necessárias:

2𝐴𝑙2 𝑂3 + 3𝐶 → 4𝐴𝑙 + 3𝐶𝑂2

2 × 101,957 𝑔 𝑑𝑒 2𝐴𝑙2 𝑂3 − 4 × 26,98 𝑔 𝑑𝑒 𝐴𝑙

𝑥 − 1000 𝑘𝑔

𝑥 = 1889.5 𝑘𝑔 𝑑𝑒 𝑎𝑙𝑢𝑚𝑖𝑛𝑎

A proporção estequiométrica entre a alumina e o alumínio é:

1889.5 𝑘𝑔 𝑑𝑒 𝑎𝑙𝑢𝑚𝑖𝑛𝑎
= 1.8895
1000 𝑘𝑔 𝑑𝑒 𝐴𝑙

Na prática usa-se:

𝑘𝑔 𝑑𝑒 𝑎𝑙𝑢𝑚𝑖𝑛𝑎
1.92
𝑘𝑔 𝑑𝑒 𝐴𝑙

6.1.2. CARBONO
É um dos materiais usados para fazer os ânodos. Tal como alumina, o coke é
importado por navios até ao porto na Matola e a partir dai por camiões até a planta.

Pitch é importado na forma de líquido da África do Sul via terrestre.

As necessidades do carbono são:

14
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

2𝐴𝑙2 𝑂3 + 3𝐶 → 4𝐴𝑙 + 3𝐶𝑂2

2 × 101,957 𝑔 𝑑𝑒 2𝐴𝑙2 𝑂3 − 3 × 12,011 𝑔 𝑑𝑒 𝐶

1920 𝑘𝑔 − 𝑦

340 𝑘𝑔 𝐶
𝑦=
𝑡𝑜𝑛 𝐴𝑙

Na prática usa-se:

𝑘𝑔 𝑜𝑓 𝐶𝑎𝑟𝑏𝑜𝑛𝑜
415
𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐴𝑙

Os ânodos de carbono são produzidos no departamento de carbono. O departamento


de carbono subdivide-se em três sub-departamentos responsáveis pela produção dos
ânodos: Fábrica da Pasta; Forno de cozimento; Oficina de chumbamento

 Fábrica da pasta
Nesta secção é onde são feitos os ânodos crus a partir da mistura de coque do
petróleo, o alcatrão líquido e carbono gasto reciclado, são blocos com dimensões
1560mm x 655mm x 655mm pesando cerca de 900-1100Kg. Depois desta secção os
ânodos crus seguem aos fornos de cozedura.

 Forno de cozimento
É nesta secção onde os ânodos são cozidos nos fornos durante 20 dias a uma
temperatura de 1100 o C, para calcinar o alcatrão que vai ligar a estrutura do ânodo
proporcionando a ligação entre os elementos que compõem a estrutura do ânodo, e
para que adquiram a resistência mecânica e melhorem as propriedades eléctricas. De
seguida faz-se o arrefecimento lento e uniforme.

 Oficina de chumbamento

Os ânodos cozidos são enviados para esta secção onde são conectadas as hastes
condutoras de corrente eléctrica (stem) em cada dois blocos de ânodos. Depois desta

15
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

secção, os ânodos são enviados para o departamento da redução para o seu uso por
meio de um veíclo apropriado denomina APTV (anode palet transport vehicle)

6.1.3. BANHO ELECTROLÍTICO


É o electrólito que é usado para dissolver e reduzir a temperatura de fusão da alumina
de 2045℃ até cerca de 950 − 975℃.
O principal componente é a criolita que é a única substância capaz de dissolver
alumina. Outros compostos são usados para reduzir a temperatura de fusão da criolita
que é 1012℃. A composição típica do banho é:
3𝑁𝑎𝐹𝐴𝑙𝐹3 (80%); 𝑒𝑥𝑐𝑒𝑠𝑠𝑜 𝐴𝑙𝐹3 (11.5%); 𝐶𝑎𝐹2 (5%); 𝐴𝑙2 𝑂3 (2%) ; 𝑜𝑢𝑡𝑟𝑜𝑠(1.5%).

Outras razões da escolha da criolita como electrólito para dissolver a alumina são: é
menos reactiva que a alumina, conduz bem a corrente eléctrica, protege as paredes
da célula devido a camada que se forma por diferença de temperatura entre o seu
interior e o exterior, não contamina o metal (excepto com o sódio)

Numa célula electrolítica em operação normal, o banho líquido deve estar a uma
temperatura maior que a sua temperatura de fusão. A diferença entre estas duas
temperaturas é definida como sobreaquecimento (𝑆𝐴 = 𝑇𝐵𝑎𝑛ℎ𝑜 − 𝑇𝑓𝑢𝑠ã𝑜 ), como se
pode ver no diagrama de fases da criolita contendo com aditivo o 𝐴𝑙𝐹3 .

Superheat

16
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

Figura 6. Diagrama de fases da criolita com adição do 𝐴𝑙𝐹3

Este super aquecimento é importante porque: o banho deve estar suficientemente


quente para aquecer e dissolver a alumina sem se solidificar, prevenindo a formação
de precipitado que se depositaria no cátodo.

O sobreaquecimento deve ser suficiente mas não muito forte devido: a eficiência da
corrente é baixa quando a temperatura é muito alta. Por outro lado, quando a
temperatura é alta, a resistência também o é (efeito Joule), consequentemente o
consumo da corrente irá ser alto também podendo causar danos as células
electrolíticas.

6.1.4. ENERGIA ELÉCTRICA


As duas linhas de produção da Mozal necessitam de 900MW anuais de energia que
são fornecidos pela MOTRACO, um consórcio entre a ESCOM, EDM e SEB. A
MOTRACO fornece corrente eléctrica alternada à Mozal, e esta por sua vez, através
da sua subestação transforma a corrente alternada em corrente contínua. A cada linha
necessita de uma amperagem de cerca de 360 kA e uma voltagem de cerca de 1240
V.

17
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

7. PRINCIPAIS ASPECTOS E OPERAÇÕES NA PRODUÇÃO DO


ALUMÍNIO

7.1. SUCÇÃO DO METAL


Esta operação consiste na sucção do alumínio líquido ou metal da célula. O alumínio
produzido na célula electrolítica é depositado no cátodo. O metal é succionado usando
um tubo conectado numa panela que é suspensa usando o PTA por um MLB.

O nível ideal do metal na célula electrolítica é 19 cm. O metal é succionado ou


removido se o seu nível estiver acima do ideal.

7.2. REGULAÇÃO DO BANHO


Este processo consiste em adicionar ou remover o banho da célula electrolítica. O
objectivo da regulação do banho é por a célula electrolítica a operar nas condições
ideais. O nível ideal do banho na célula electrolítica é 16 cm.

Se a célula electrolítica tiver muito banho os pins que suportam os ânodos serão
atacados resultando numa contaminação do alumínio devido ao ferro presente na
composição desses pins. Por outro lado, as linhas dos campo o campo magnético
serão afectadas causando turbulência e como consequência a célula electrolítica
ficará instável. Os quebradores da crosta poderão ficar bloqueados devido ao
permanente contacto com o banho.

Se a célula electrolítica tiver pouco banho, a dissolução da alumina da alumina irá


reduzir causando a precipitação da alumina na superfície do cátodo o que pode causar
uma má distribuição da corrente e fazer com que a célula electrolítica fique instável.

7.3. TROCA DE ÂNODOS


Durante a reacção electrolítica o ânodo de carbono é consumido principalmente pelo
oxigénio contido na alumina:

18
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

2𝐴𝑙2 𝑂3 + 3𝐶 → 4𝐴𝑙 + 3𝐶𝑂2

O ânodo é também consumido por uma segunda reacção que é conhecida como
oxidação do carbono (air burn) e ocorre se o carbono entra em contacto com o
oxigénio do ar a temperaturas superiores a 450℃. A célula electrolítica opera a cerca
de 960℃, consequentemente há condicoes favoráveis para que o carbono seja
oxidado pelo oxigénio do ar. Esta reacção faz com que o carbono esteja a ser
consumido não para fazer alumínio como previsto. Para minimizar estas perdas, faz-
se a cobertura dos ânodos usando um material que para além de proteger os ânodos
não seja por outro lado indesejável na composição do banho como veremos na
seguinte operação.

7.4. COBERTURA DOS ÂNODOS


Para a cobertura dos ânodos usa-se uma mistura de banho sólido e alumina cuja
composição é aproximadamente 50% para cada uma delas. Esta mistura é usada
para cobrir os ânodos 4 e 24 horas depois da introdução do novo ânodo com a
finalidade de prevenir a oxidação dos ânodos para além de ajudar no balanço térmico
e reduzir a emissão de gases.

A composição do material de cobertura deve ser mantida entre 38 a 42% de alumina


e os restantes 58 a 62% de banho sólido. Se composição da alumina estiver muito
baixa, a mistura tornar-se-à leve e consequentemente colapsará caindo no banho,
aumento assim a quantidade deste banho na célula. Se a composição da alumina
estiver muito alta, a mistura torna-se-à muito compacta e consequentemente irá reter
mais calor do que o necessário na célula.

Outras vantagens da cobertura dos ânodos são: reduzir o consumo do carbono,


melhorar a pureza do alumínio produzido, reduzir a queda de voltagem do ânodo
(ACD), proteger os hoods e reduzir os problemas anódicos.

A cobertura dos ânodos é feita quando a crosta em volta do ânodo novo é formada
com vista a suportar o peso do material de cobertura e prevenir a queda deste material

19
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

para o banho, que se for em grandes quantidades pode causar a sua precipitação na
superfície do cátodo causando instabilidade como vimos anteriormente.

Figura 7. Cobertura dos ânodos

7.5. LEVANTAMENTO DO BEAM


E uma operação que consiste em reposicionar a viga que suporta os ânodos na sua
posição mais alta.

O levantamento do beam deve ser feita porque operações tais como a sucção do
metal em cada 32 horas e troca de ânodos ocorrem com o abaixamento do beam com
vista a manter a distância entre o metal e o ânodo (AMD) em cerca de 5 cm. Os
positive risers acompanham o movimento do beam. Isto épossível porque eles
apresentam uma parte flexível capaz de acompanhar a subida e descida do beam.
Este beam distribui a corrente eléctrica para os 20 ânodos em cada célula electrolítica.
Cada ânodo é segurado pelo beam através de dois dispositivos, C-clamp e o
conectador. O levantamento do beam faz-se depois da sucção do metal.

20
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

7.6. EFEITO ANÓDICO


O efeito anódico é causado por uma insuficiência da alumina na célula electrolítica. O
efeito imediato é uma mudança na reacção electrolítica principal. Esta insuficiência da
alumina no banho faz com que não haja oxigénio libertado que provém da alumina no
banho:

2Al2 O3 + 3C → 4Al + 3CO2

Esta insuficiência da alumina no banho pode ser devida a uma má dissolução da


mesma nesse mesmo banho.

Assim que a corrente é fornecida a célula electrolítica, outras reacções electrolíticas


começam a ocorrer nai nterface entre o banho e o ânodo. Os fluoretos presentes no
banho combinam com o carbono do ânodo formando compostos gasosos
fluorcarbonicos tais como o tetrafluoreto de carbono 𝐶𝐹4 e o 𝐶2 𝐹6 de acordo com as
seguintes reacções:

3 3
𝑁𝑎3 𝐴𝑙𝐹6 + 𝐶 → 𝐴𝑙 + 3𝑁𝑎𝐹 + 𝐶𝐹4
4 4

1
𝑁𝑎3 𝐴𝑙𝐹6 + 𝐶 → 𝐴𝑙 + 3𝑁𝑎𝐹 + 𝐶2 𝐹6
2

Estes gases fluorcarbonicos formados acumulam-se por baixo dos ânodos e


progressivamente formam uma camada não permitindo o contacto com o banho, e
como consequência disso a voltagem da célula aumenta rapidamente devido ao filme
de resistência formado por esses gases.
Quando o potmicro detecta uma mudança na voltagem automaticamente tenta tratar
o efeito anódico, fazendo com que a voltagem alcance o setpoint. Em caso desse
tratamento automático fracassar o potmicro declara efeito anódico impossível, sendo
necessária a intervenção manual.

21
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

7.7. MEDIÇÕES
Com vista a controlar o processo de redução nas células electrolíticas, as análisesda
composição do alumínio produzido (principalmente o teor de ferro, silício, sódio e
fósforo), a composição do banho, a temperatura das células electrolíticas, a altura do
metal e do banho e da composição do material de cobertura dos ânodossão feitas.

8. OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE


ALUMINIO

8.1. DESCRIÇÃO DO TRIFLUORETO DE ALUMINIO


1O trifluoreto de alumínio pode ser produzido economicamente absorvendo o fluoreto
de hidrogénio em alumina activada e subsequente tratamento térmico desse produto
resultante. Se escolher-se correctamente a forma estrutural da alumina e a
temperatura de operação, a reacção directa pode ser alcançada.
O trifluoreto de alumínio pode ser produzido pela reacção entre o hidróxido de
alumínio com os gases contendo fluoretos libertados pelo processo de acordo com a
reacção:
3𝐻𝐹 + 𝐴𝑙(𝑂𝐻)3 → 𝐴𝑙𝐹3 + 3𝐻2 𝑂
Para os gases que só contém uma quantidade de fluoreto de hidrogénio (tal como os
gases das células electrolíticas) a eficiência da reacção dos fluoretos pode ser inferior
a 60%. Uma solução rica em 𝐴𝑙𝐹3 pode também ser produzida quando a criolita e
precipitada por uma solução rica em fluoreto de sódio com sulfato de alumínio a um
pH controlado, e isto pode ser usado para recuperar o 𝐴𝑙𝐹3 .

Quando a concentração do trifluoreto de alumínio na célula electrolítica é muita alta,


a sua neutralização e feita usando soda caustica. Esta reacção é também usada
porque produz mais banho:

4𝐴𝑙𝐹3 (𝐵𝑎𝑡ℎ) + 3𝑁𝑎2 𝐶𝑂3 → 2𝑁𝑎3 𝐴𝑙𝐹6 (𝐵𝑎𝑡ℎ) + 𝐴𝑙2 𝑂3 (𝐵𝑎𝑡ℎ) + 3𝐶𝑂2 (𝑔)

Welch Barry. J. Pag2-20.


1

22
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

Tabela 2. Características do trifluoreto de alumínio

Cor Branco
Cheiro Odourless
Ponto de ebulição 1537°C
Densidade relativa 2.88g
Solubilidade em água Solúvel
Ponto de fusão 1291°C
Estabilidade Estável

Vantagens e desvantagens do trifluoreto de aluminio

O principal aditivo no banho e o 𝐴𝑙𝐹3 que para alem de vantagens, apresenta


desvantagens, sendo por essa razão que se deve optimizar o seu consumo.

 Influência do AlF3 na eficiência da corrente

O excess do 𝐴𝑙𝐹3 facilita a transferência do alumínio para o cátodo, fazendo com que
a probabilidade de se recombinar com o oxigénio seja reduzida.

A densidade do banho diminui ligeiramente com o aumento do excesso do 𝐴𝑙𝐹3 ,


facilitando a sua separação com o metal líquido.

 Influência do AlF3 na temperatura de operação

A temperatura baixa do banho limita as perdas de calor e como consequência


aumenta a eficiência da corrente.

A adição do 𝐴𝑙𝐹3 reduz o ponto de solidificação do banho e consequentemente da


temperatura de operação.

23
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

Sem o 𝐴𝑙𝐹3 a celula opera a cerca de 1000℃. A adição desta substância faz com que
a celula atinja uma temperatura de cerca de 960℃.

AlF3 Excess vs Temperature

990

985

980

975

970
TEMPERATURE

965

960

955

950

945

940

935

930
PERCENTAGE AlF3 EXCESS
Temp.Th_5.7 Temp+ Temp-

Graphic1. Composição do trifluoreto de alumínio em função da temperatura da célula


Este gráfico mostra a zona optima de operação em termos do excesso de 𝐴𝑙𝐹3 no
banho e da temperatura do mesmo banho.

Quando a temperatura da célula se encontra do fora do setpoint que é de 960℃, as


correcções que se fazem adicionando o 𝐴𝑙𝐹3 , vão de acordo com o seguinte gráfico:

24
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

AlF3 addition table

30
Addition ( kg/day )

20

10

0
-15 -10 -5 0 5 10 15 20 25
-10

-20
Temp ( deviation from setpoint )

Grafico 2. Massa de 𝐴𝑙𝐹3 por adicionar para corrigir a temperatura

 Influência do AlF3 resistividade do banho

A resistividade aumenta por cerca de 0.003 µ.cm por cada aumento na percentagem
de excesso do 𝐴𝑙𝐹3 . Devido a este fenómeno, existe um limite em que o 𝐴𝑙𝐹3 pode ser
adicionado.

 Influência do AlF3 na dissolução da alumina

Quanto mais 𝐴𝑙𝐹3 no banho faz com que a dissolução da alumina reduza.
Dependendo da qualidade da alumina usada, os problemas de dissolução podem
ocorrer acima dos 12% de excesso de 𝐴𝑙𝐹3 . A solubilidade do banho diminui com a
temperatura.

O 𝐴𝑙𝐹3 facilita a separação do aluminio líquido recentemente produzido e o oxigénio


proveniente da alumina.

8.2. BALANÇO DOS FLUORETOS

8.2.1. Consumo do 𝑨𝒍𝑭𝟑 pelas impurezas da alumina

O processo BAYER usado para produzir alumina introduz quantidades de óxidos de


sódio e de cálcio na alumina. Essas quantidades variam de 2000 a 7000 ppm. Quando

25
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

a alumina é adicionada ao banho, o sódio reage com o 𝐴𝑙𝐹3 produzindo mais banho
de acordo com a reacção:
3𝑁𝑎2 𝑂(𝑎𝑙𝑢𝑚𝑖𝑛𝑎) + 4𝐴𝑙𝐹3 (𝐵𝑎𝑡ℎ) → 𝐴𝑙2 𝑂3 (𝐵𝑎𝑡ℎ) + 2(3𝑁𝑎𝐹𝐴𝑙𝐹3 )𝐵𝑎𝑡ℎ

Por outro lado, quando o óxido de cálcio reage com o excesso de 𝐴𝑙𝐹3 forma uma
substância que é também usada para reduzir o ponto de fusão da criolita, o fluoreto
de cálcio:
3𝐶𝑎𝑂(𝑎𝑙𝑢𝑚𝑖𝑛𝑎) + 2𝐴𝑙𝐹3 (𝐵𝑎𝑡ℎ) → 𝐴𝑙2 𝑂3 (𝐵𝑎𝑡ℎ) + 3𝐶𝑎𝐹2 (𝐵𝑎𝑡ℎ)

8.2.2. Emissões das células electrolíticas


2As emissões das células electrolíticassão devidas aos seguintes processos: hidrólise
que produz HF e partículas, vaporização e arrastamento do banho.

Figura 8. Emissões das células electrolíticas

 Volatilização do banho
A maior contribuição das emissões na forma de partículas é devido a vaporização do
banho. O 𝐶𝑂 e o 𝐶𝑂2 formados durante a reacção evaporam mantendo e a sua
pressão parcial de vapor em equilíbrio com os componentes voláteis do banho.
Quando a temperatura baixa o vapor condensa formando as partículas contendo
fluoretos.

A vaporização dos fluoretos depende principalmente do equilíbrio térmico e da


efectividade da cobertura dos ânodos. A velocidade das perdas dos fluoretos por

Haupin W; Kvande H. Pag.7-30.


2

26
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

vaporização aumenta rapidamente se o banho for aquecido muito acima da sua


temperatura de fusão.
Medições laboratoriais mostram uma pressão parcial de vapor relativamente alta para
o sódio metálico e uma pressão parcial baixa para o 𝐴𝑙𝐹3 do banho em contacto com
o aluminio, mas essas espécies não aparecem nas emissões das células electrolíticas
provavelmente porque são oxidadas pelo 𝐶𝑂2 na interface entre o banho e os gases
formados por baixo dos ânodos sendo depois redissolvidos no banho.

 Banho arrastado
O banho líquido arrastado na célula electrolítica pelos gases condensa tornando-se
em partículas assim que o gás arrefece. O arrastamento do banho é directamente
proporcional à velocidade do gás e à razão (𝜌𝐺 )/(𝜌𝐿 − 𝜌𝐺 ) e inversamente
proporcional à tensão superficial do banho.

A crosta age como filtro dificultando a libertação do banho arrastado, sendo por essa
razão e também devido ao balanço térmico da célula que ela deve ser mantida e
renovada através do material da cobertura dos ânodos que se mistura com as poeiras
do carbono.

 Formação do fluoreto de hidrogénio por hidrólise


Os fluoretos gasosos são produzidos pela hidrólise do banho e as partículas pela
hidrólise dos vapores ou fumos das células electrolíticas.

Hidrólise do banho:

2𝐴𝑙𝐹3(𝑛𝑜 𝑏𝑎𝑛ℎ𝑜) + 3𝐻2 𝑂(𝑔) → 6𝐻𝐹(𝑔) + 𝐴𝑙2 𝑂3 (𝑛𝑜 𝑏𝑎𝑛ℎ𝑜)

A humidade reage com o 𝐴𝑙𝐹3 mais rapidamente que com a criolita or qualquer outro
componente presente no banho porque a constante de equilíbrio é quase mil vezes
superior para o 𝐴𝑙𝐹3 .

Hidrólise dos fumos da célula:

Outra fonte dos fluoretos gasosos é proveniente da hidrólise do 𝑁𝑎𝐴𝑙𝐹4 na fase


gasosa pela humidade do ar:

27
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

3𝑁𝑎𝐴𝑙𝐹4 (𝑔) + 3𝐻2 𝑂(𝑔) → 𝐴𝑙2 𝑂3 (𝑛𝑜 𝑏𝑎𝑛ℎ𝑜) + 6𝐻𝐹(𝑔) + 𝑁𝑎3 𝐴𝑙𝐹6 (𝑛𝑜 𝑏𝑎𝑛ℎ𝑜)

A hidrólise dos vapores ou fumos das células apenas muda a razão entre os gases e
as partículas, não alterando a quantidade total das emissões dos fluoretos.

8.2.3. Contaminação do cátodo

A superfície catódica feita de grafite adsorve alguma percentagem de fluoretos e sódio


provenientes do banho. Essa adsorção diminui com a quantidade de produtos ja
adsorvidos e torna-se negligenciável depois dos 18 meses de operação. A adsorção
do sódio resulta num aumento do excess do 𝐴𝑙𝐹3 no banho, sendo por essa razão que
nos primeiros dias de operação da célula electrolítica o ATFD é mantido parado.
3A interacção entre o sódio e a grafite do cátodo ocorre a cerca de 400℃ formando
uma intercalação de compostos com os átomos de sódio sendo inseridos entre os
interstícios dos átomos de carbono. A migração do sódio para o carbono é geralmente
bastante rápida. Mecanismos propostos para explicar esta migração incluem o
mecanismo de transporte do vapor e de difusão através dos poros ou capilares do
carbono do cátodo.

8.2.4. Adições

O ATFD alimenta o trifluoreto de alumínio em intervalos de tempo calculados pelo


nível 2 de acordo com as condições operatórias. Cada shot contém 1100 g de
trifluoreto de alumínio.

Welch B. J. Pag.5-10 and 5-11


3

28
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

8.2.5. Perdas

As perdas dos fluoretos podem ser devido as emissões. Essas perdas podem ocorrer
durante o start up, durante operações onde os hoods são removidos (troca dos
ânodos, cobertura dos ânodos, etc) ou ainda quando os hoods estão em péssimas
condições.

Outras perdas ocorrem porque quando o ânodo gasto é removido, o material de


cobertura dos ânodos fica retido entre os blocos anódicos.

8.2.6. Central de tratamento dos gases (GTC)

O GTC é responsável por tratar os gases antes de os emitir para a atmosfera. Os


gases emitidos pelas células electrolíticas contem fluoreto de hidrogénio que é perigo
para o homem, para os animais assim como para o ambiente.

Os gases emitidos pelas células electrolíticassão succionados por uma tubagem


localizada na parte de traz de cada célula. Esses gases são adsorvidos pela alumina
num reactor. Os fluoretos ficam retidos na alumina e outros gases tais como o 𝐶𝑂2
são emitidos para a atmosfera. O passo seguinte consiste em remover a alumina do
fluxo dos gases por meio de filtros tornando-se alumina fluorinatada que retorna
depois ao potroom e é depositada nos semi-silos dos CAFD de cada célula
electrolítica. Essa adsorção dos fluoretos pela alumina limpa os gases que são depois
emitidos para a atmosfera.

29
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

Figura 9. GTC

8.2.7. Fluoretos na alumina fluorinatada

A alumina fluorinatada (tabela 4) contém fluoretos cuja quantidade é mais ou menos


igual a quantidade desses fluoretos provenientes das emissões (cerca de 2% F).
Esses fluoretos na alumina provêem do GTC.

8.3. EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS


 Colheres
 Panelas
 Frascos para recolher amostras
 Contentor de lixo
 Martelo
 Empilhadora
 Boreal laser
 Isokinectic

30
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

8.4. BALANÇO MASSICO


As 3 células electrolíticas seleccionadas são: B105, B106, B107. Em cada célula, as
entradas e saídas são:

Figura 10. Balanço massico na célula electrolítica

Este balanço massico será feito considerando um período de 24 horas, começa no


instante em que se faz a troca dos ânodos e termina no mesmo instante em que se
faz a cobertura desses mesmos ânodos.

𝑬𝒏𝒕𝒓𝒂𝒅𝒂 + 𝑮𝒆𝒓𝒂çã𝒐 = 𝒔𝒂𝒊𝒅𝒂 + 𝒄𝒐𝒏𝒔𝒖𝒎𝒐 + 𝒂𝒄𝒖𝒎𝒖𝒍𝒂çã𝒐

Reorganizando os termos do balanço massico com vista a determinar as


necessidades do trifluoreto de alumínio na célula e fazer uma comparação com a
quantidade que o nível 2 calcula e alimenta, teremos:

31
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

𝑨𝑻𝑭𝑫 = (𝒂𝒍𝒖𝒎𝒊𝒏𝒂 𝒇𝒍𝒖𝒐𝒓𝒊𝒏𝒂𝒕𝒂𝒅𝒂 + 𝒄𝒐𝒃𝒆𝒓𝒕𝒖𝒓𝒂 𝒅𝒐𝒔 â𝒏𝒐𝒅𝒐𝒔 + 𝒈𝒆𝒓𝒂çã𝒐)


− (𝒆𝒏𝒕𝒓𝒂𝒅𝒂 𝒅𝒐 𝑮𝑻𝑪 + 𝒆𝒎𝒊𝒔𝒔õ𝒆𝒔 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒂𝒕𝒎𝒐𝒔𝒇𝒆𝒓𝒂 + 𝒄𝒓𝒖𝒔𝒕 𝒃𝒊𝒏
+ 𝒎𝒂𝒕𝒆𝒓𝒊𝒂𝒍 𝒓𝒆𝒕𝒊𝒅𝒐 𝒏𝒐 â𝒏𝒐𝒅𝒐 𝒈𝒂𝒔𝒕𝒐 + 𝒄𝒐𝒏𝒔𝒖𝒎𝒐)

8.4.1. Critério de seleção das 3 células electrolíticas

O grupo das 3 celulas electroliticas deve estar localizado por baixo dos equipamentos
que medem as emissões dos fluoretos (boreal laser e isokinectic). A localização
destes equipamentos é: norte do roomB e sul do roomC.

Outro aspecto a ter em conta, tem a ver com o programa da troca dos ânodos e a sua
correspondente cobertura. As 3 células electrolíticas devem estar a operar
normalmente, isto é, devem estar estáveis, não devem estar em start up.

Assim, de acordo com estas condições, as células electrolíticas seleccionadas são:


B105, B106 e B107.

8.4.2. Descrição de cada componente do balanço massico para B105


 GTC
O grupo das 3 células electrolíticas seleccionadas estão localizadas no Broom, então
o GTC responsável pela sucção, tratamento e reciclagem dos gases contendo
fluoretos é o GTC2.
As emissões totais de fluoretos pelas células electrolíticas são de 36.15 𝐾𝑔 𝑑𝑒 𝐹/
𝑡𝑜𝑛 𝐴𝑙 (tabela 5), então, a quantidade emitida por célula dependerá como se pode ver
da quantidade de alumínio produzido. Assim:
36.15 𝐾𝑔 𝑑𝑒 𝐹
𝑚𝐺𝑇𝐶 =
𝑡𝑜𝑛 𝐴𝑙
𝐴𝑙 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑜 = 8.053 × 358.5 × 0.94 = 2.72 𝑡𝑜𝑛
logo:
36.15 𝐾𝑔 𝑑𝑒 𝐹
𝑚𝐺𝑇𝐶 = × 2.72 𝑡𝑜𝑛 = 98.33 𝐾𝑔 𝑑𝑒 𝐹
𝑡𝑜𝑛 𝐴𝑙

32
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

A contribuição do 𝐴𝑙𝐹3 nesses fluoretos é:


3 × 19 𝑔 𝑑𝑒 𝐹 − 84 𝑔 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝐹3
98.33 𝐾𝑔 − 𝑋
𝑋 = 144.91 𝐾𝑔 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝐹3

 Alumina fluorinatada
Para a célula electrolítica B105 o CAFD deu para o período de tempo seleccionado
para o balanço massico 5410 shots, sendo que cada shot contém cerca de 930 g de
alumina. Logo a quantidade de alumina alimentada nesta célula foi de:
930 𝑔
× 5410 𝑠ℎ𝑜𝑡𝑠 = 5031.3 𝐾𝑔
𝑠ℎ𝑜𝑡
A composição da alumina fluorinatada proveniente do GTC2 é de 1.6% de fluoretos,
então a quantidade desses fluoretos na alumina fluorinatada será de:
5031.3 𝐾𝑔 × 0.016 = 80.5 𝐾𝑔

A contribuição do 𝐴𝑙𝐹3 nesses fluoretos é:

3 × 19 𝑔 𝑑𝑒 𝐹 − 84 𝑔 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝐹3
80.5 𝑘𝑔 𝑜𝑓 𝐹 − 𝑋
𝑋 = 118.63 𝐾𝑔 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝐹3
 ATFD
A célula electrolítica B105 deu para o período de tempo considerado 69 shots de
trifluoreto de alumínio, cada shot contendo 1100 g. Então a quantidade total
alimentada foi de:
1100 𝑔
× 69 𝑠ℎ𝑜𝑡𝑠 = 75.9 𝐾𝑔
𝑠ℎ𝑜𝑡

 Geração
Como vimos anteriormente os fluoretos podem ser gerados na célulaprincipalmente
porque o 𝑁𝑎 contido na criolita (3𝑁𝑎𝐹𝐴𝑙𝐹3 ) é adsorvido nos poros ou capilares abertos
da graphite que constitue o cátodo, libertando como podemos ver fluoretos. Os
mecanismos de absorção não são ainda muito bem compreendidos, recorrendo-se à
analises do cátodo quando a célula electrolítica está parada ou quando atinge o seu

33
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

tempo de vida útil. 4Estima-se que cerca de 15 Kg de fluoretos sejam emitidos por
célula por dia.
Assim, de acordo com isto, a contribuição desses fluoretos na geração do 𝐴𝑙𝐹3 nas
celulas é de:
3 × 19 𝑔 𝑑𝑒 𝐹 − 84 𝑔 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝐹3
15 𝐾𝑔 𝑑𝑒 𝐹 − 𝑋
𝑋 = 22.11 𝐾𝑔 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝐹3

 Cobertura dos ânodos


A Capacidade do depósito do material de cobertura dos ânodos do PTA é de 12000
Kg. Com esta massa o PTA consegue fazer a cobertura de 6 a 8 ânodos, então, para
se conhecer a massa usada para cobrir cada ânodo, basta dividir a capacidade total
pelo numero de ânodos cobertos. Neste caso, o PTA cobriu 8 ânodos, logo a massa
por ânodo coberto é de 1500 Kg.
Para se conhecer a composição do 𝐴𝑙𝐹3 neste material, uma amostra foi colhida e
analisada pelo laboratório. Para se recolher a amostra, os seguintes procedimentos
devem ser seguidos:

 Abrir apenas um hood do ânodo em questão


 Usando a colher metálica colher a amostra
 Fechar o hood do ânodo
 Introduzir a amostra numa panela metálica para deixar arrefecer
 Introduzir a amostra no frasco de amostragem

A analise laboratorial mostra que esta substância contém 9% de 𝐴𝑙𝐹3 .

4 Fonte: Mozal

34
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

Figura 11. Cobertura dos ânodos

Figura 12. Frasco de amostragem

Crosta que cai no banho e é introduzida no crust bin

Quando a troca dos ânodos ocorre, algum material de cobertura dos ânodos e a crosta
que se forma em volta do ânodo caem e são misturadas com o banho e são de
seguida removidos pelo PTA e introduzidos no crust bin. Em cada crust bin são
introduzidas cerca de 3.3 toneladas destes materiais resultantes da sua remoção em
3 células electrolíticas. Assim sendo, em cada célula electrolítica remove-se cerca de
1.1 tonelada.

35
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

Crosta remanescente no ânodo gasto

Quando o ânodo gasto é removido algum material de cobertura dos ânodos fica retido
nos blocos anódicos.

Figura 13. Material de cobertura dos ânodos retido no ânodo gasto

Figura 14. Ânodo gasto depois da remoção do material de cobertura

36
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

Para medir a quantidade deste material retido, primeiro deve-se esperar arrefecer, de
segunda deve-se remove-lo usando a empilhadora para o quebrar e a parte
remanescente remove-se usando um martelo. A massa assim obtida é introduzida
num contentor que é transportado usando a empilhadora até a balança, onde é
pesada. Todo este processo excepto a remoção do ânodo da célula electrolítica foi
realizado no rodding shop. A massa retida em cada ânodo é muito variável e a média
é 350 Kg.

 Análise das emissões para a atmosfera

Os gases emitidos pelas células electrolíticas são analisados por um dispositivo


denominado boreal laser, enquanto que as partículas são analisadas pelo isokinectic.

A média dos gases emitidos é:

Roof Vent B 14-20 October 13


Boreal Laser Fluoride Readings
Average: 1.03 kg/tAl [F] @72pots (Kg F/T Al)
6
5
4
Kg/tAl

3
2
1
0
10:57:40

10:07:37
00:01:23
05:03:49
09:57:53
14:52:00
19:46:21
00:40:17
05:34:01
10:27:54
15:21:55
20:15:51
01:09:37
06:03:40

17:52:50
22:46:54
03:40:58
08:34:55
13:29:11
18:23:51
23:17:58
04:11:55
09:05:53
14:01:18
18:55:11
23:49:34
04:43:26
09:37:08
14:31:24
19:25:39
00:19:55
05:13:58

15:01:14
19:53:25

Sampling Time

Grafic1. Análise das emissões pelo boreal laser5

1.03 𝐾𝑔 𝑑𝑒 𝐹
𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐴𝑙 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑜

𝐴𝑙 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑜 = 8.053 × 𝐼 × 𝐶𝐸

5Fonte: Mozal

37
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

A amperagem que a Mozal usa é de 358.5 𝐾𝐴 e a eficiência da corrente é de 94%.


Então:

𝐴𝑙 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑜 = 8.053 × 358.5 × 0.94 = 2.72 𝑡𝑜𝑛

1.03 𝐾𝑔 𝑑𝑒 𝐹
× 2.72 𝑡𝑜𝑛 𝐴𝑙 = 2.8 𝐾𝑔 𝑑𝑒 𝐹
𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐴𝑙 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑜

A contribuição do trifluoreto de alumínio é:


3 × 19 𝑔 𝑑𝑒 𝐹 − 84 𝑔 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝐹3
2.8 𝐾𝑔 − 𝑋
𝑋 = 4.13 𝐾𝑔 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝐹3

A média das partículas emitidas (tabela 7) é de:

0.1944 𝐾𝑔 𝑑𝑒 𝐹
𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐴𝑙 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑜

0.1944 𝐾𝑔 𝑑𝑒 𝐹
× 2.72 𝑡𝑜𝑛 𝐴𝑙 = 0.523 𝐾𝑔 𝑑𝑒 𝐹
𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐴𝑙 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑜

Logo a contribuição do trifluoreto de alumínio será:


3 × 19 𝑔 𝑑𝑒 𝐹 − 84 𝑔 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝐹3
0.523 𝐾𝑔 − 𝑋
𝑋 = 0.77 𝐾𝑔 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝐹3

𝑒𝑚𝑖𝑠𝑠õ𝑒𝑠 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑖𝑠 = 4.13 + 0.77 = 4.9 𝐾𝑔 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝐹3

 Consumo
Como vimos anteriormente o 𝐴𝑙𝐹3 é consumido basicamente pelos óxidos de sódio e
de cálcio contidos na alumina.
3𝑁𝑎2 𝑂(𝑎𝑙𝑢𝑚𝑖𝑛𝑎) + 4𝐴𝑙𝐹3 (𝐵𝑎𝑡ℎ) → 𝐴𝑙2 𝑂3 (𝐵𝑎𝑡ℎ) + 2(3𝑁𝑎𝐹𝐴𝑙𝐹3 )𝐵𝑎𝑡ℎ
A composição do óxido de sódio na alumina é de 0.44% (tabela 6), logo:

38
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑁𝑎2 𝑂 = 0.0044 × 5031.3 𝑘𝑔 = 22.14 𝐾𝑔

4 × 84 𝑔 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝐹3 − 3 × 62 𝑔 𝑑𝑒 𝑁𝑎2 𝑂

𝑘 − 22.14 𝐾𝑔

𝑘 = 40 𝑘𝑔 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝐹3

3𝐶𝑎𝑂(𝑎𝑙𝑢𝑚𝑖𝑛𝑎) + 2𝐴𝑙𝐹3 (𝐵𝑎𝑡ℎ) → 𝐴𝑙2 𝑂3 (𝐵𝑎𝑡ℎ) + 3𝐶𝑎𝐹2 (𝐵𝑎𝑡ℎ)


A composição do óxido de cálcio na alumina é de 0.018% (tabela 6), logo:
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑂 = 0.00018 × 5031.3 𝑘𝑔 = 0.91 𝐾𝑔

2 × 84 𝑔 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝐹3 − 3 × 56 𝑔 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑂

𝑘 − 0.91 𝐾𝑔

𝑘 = 0.91 𝑘𝑔 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝐹3

𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 40 + 0.91 = 40.91 𝐾𝑔 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝐹3

O balanço massico para a célula electrolítica B105 é:


𝐴𝑇𝐹𝐷 = (118.63 + 135 + 22.11) − (4.9 + 144.91 + 32.9 + 119.9 + 40.91)
𝐴𝑇𝐹𝐷 = −67.78 𝐾𝑔 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝐹3

Como podemos ver, a célula electrolítica precisa de 67.78 𝐾𝑔 de 𝐴𝑙𝐹3 e o nível 2


calculou e alimentou pelo ATFD 75.90 𝐾𝑔.

39
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

Tabela 3. Resumo do balanço massico para B105

Célula
Massa AlF3
electrolítica AlF3 (%) F(Kg)
total (Kg)
B105
Entradas Alumina fluorinatada (Kg) 5031.3 118.63 80.5
Cobertura dos ânodos (Kg) 1500 9 135
ATFD (Kg) nível 2 75.9 100 75.9
ATFD (Kg) balanço massico 67.78 100 67.78
Geração (Kg)
Saídas Emissões (Kg F/ton Al) 1.12 4.49 3.05
Entrada do GTC (Kg F/ton Al) 36.15 144.91 98.33
Material retido no ânodo
350 9.4 32.9
gasto (Kg)
Crust bin (Kg) 1100 10.9 119.9
Consumo (Kg) 40.91

O mesmo balanço mássico foi feito para as duas outras células electrolíticas (B106 e
B107) e os resultados encontram-se resumidos nas tabelas 3, 4 e 5.

Importa referir que neste balanço mássico não se considerou a quantidade de banho
adicionada ou removida (succionada) pelo facto de esta operação não ter decorrido
durante o período de tempo considerado.

40
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

Tabela 4. Resumo do balanço massico para B106

Célula
Massa AlF3
electrolítica AlF3 (%) F (Kg)
total (Kg)
B106
Entradas Alumina fluorinatada (Kg) 7701.33 181.59 123.22
Cobertura dos ânodos (Kg) 1500 9 135
ATFD (Kg) nível 2 14.3 100 14.3
ATFD (Kg) balanço massico 22.12 100 22.12
Geração (Kg)
Saídas Emissões (Kg F/ton Al) 1.12 4.49 3.05
Entrada do GTC (Kg F/ton
36.15 144.91 98.33
Al)
Material retido no ânodo
350 7.2 25.2
gasto (Kg)
Crust bin (Kg) 1100 11.2 123.2
Consumo (Kg) 62.61

Balanço massico para a célula B106:


𝐴𝑇𝐹𝐷 = (181.59 + 135 + 22.11) − (4.9 + 144.91 + 25.2 + 123.2 + 60.02)
𝐴𝑇𝐹𝐷 = −22.12 𝐾𝑔 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝐹3

Como se pode ver pelo balanço massico, a célula precisa de 22.12 𝐾𝑔 de 𝐴𝑙𝐹3 , e o
nível 2 calculou e alimentou pelo ATFD 14.30 𝐾𝑔.

41
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

Tabela 5. Resumo do balanço massico para B107

Célula
Massa AlF3
electrolítica AlF3 (%) F(Kg)
total (Kg)
B107
Entradas Alumina fluorinatada (Kg) 6363.1 150.04 101.81
Cobertura dos ânodos (Kg) 1500 9 135
ATFD (Kg) nível 2 62.7 100 62.7
ATFD (Kg) balanço massico 40.09 100 40.09
Geração (Kg)
Saídas Emissões (Kg F/ton Al) 1.12 4.49 3.05
Entrada do GTC (Kg F/ton
36.15 144.91 98.33
Al)
Material retido no ânodo
350 8 28
gasto (Kg)
Crust bin (Kg) 1100 10.7 117.7
Consumo (Kg) 51.73

Balanço massico para a célula B107:

𝐴𝑇𝐹𝐷 = (150 + 135 + 22.11) − (4.9 + 144.91 + 28 + 117.7 + 51.73)


𝐴𝑇𝐹𝐷 = −40.09 𝐾𝑔 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝐹3

Como podemos ver pelo balanço massico, a célula precisa de 40.09 𝐾𝑔 de 𝐴𝑙𝐹3 e o
nível 2 calculou e alimentou pelo ATFD 62.70 𝐾𝑔.
De forma a analisar melhor os resultados, far-se-á a média para as 3 células
electrolíticas:

42
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

Tabela 6. Media dos balanços massicos para as 3 células seleccionadas

Média dos 3
Massa total AlF3 (%) AlF3 (Kg) F (Kg)
balanços
Entradas Alumina fluorinatada (Kg) 6365.24 150.09
Cobertura dos ânodos (Kg) 1500 9 135

ATFD (Kg) nível 2 50.97 100 50.97

ATFD (Kg) balanço massico


43.29 100 43.29
Geração (Kg) 22.11
Saídas Emissoes (Kg F/ton Al) 1.12 4.49 3.05
Entrada do GTC (Kg F/ton
36.15 144.91 98.33
Al)
Material retido no ânodo
350 8.2 28.7
gasto (Kg)
Crust bin (Kg) 1100 10.93 120.23
Consumo (Kg) 51.75

Balanço massico médio:


𝐴𝑇𝐹𝐷 = (150.09 + 135 + 22.11) − (4.9 + 144.91 + 28.7 + 120.23 + 51.75)
𝐴𝑇𝐹𝐷 = −43.29 𝐾𝑔 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝐹3

Como podemos ver 43.29 𝐾𝑔 de 𝐴𝑙𝐹3 são necessários, e o nível 2 calculou e alimentou
pelo ATFD 50.97 𝐾𝑔 de 𝐴𝑙𝐹3 .

43
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

Relacionando a quantidade da alumina fluorinatada e a do trifluoreto de alumínio


alimentadas às células electrolíticas pelos CAFD e ATFD respectivamente, teremos:

Gráfico 2. Relação entre o número de shots do ATFD e do CAFD

44
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

9. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
Como se pode observar pelo balanço mássico médio para as 3 células electrolíticas
seleccionadas (tabela 6), o ATFD alimentou uma quantidade de 𝐴𝑙𝐹3 maior em relação
as necessidades da célula de acordo com o balanço massico em cerca de 8 Kg. Isto
pode ser explícito por varios factores:

As razões que fazem com que a necessidade do 𝐴𝑙𝐹3 seja menor são: a geração
desta substância na célula, a sucção e reciclagem os fluoretos gasosos pelo GTC, o
material da cobertura dos ânodos que cai no banho. Por outro lado, o nível 2 pode
estar alimentando mais 𝐴𝑙𝐹3 mais que as necessidades porque provavelmente a
quantidade alimentada possa não estar a entrar no banho, ficando acumulada na
crosta protectora e consequentemente a composição do 𝐴𝑙𝐹3 no banho será baixa o
fará com que o ATFD alimente mais 𝐴𝑙𝐹3 .

Outro aspecto é porque a célula electrolítica édinâmica e o balanço mássico efectuado


considera condições estáticas. Assim sendo, o nível 2 calcula a quantidade de 𝐴𝑙𝐹3
requerida de acordo com as condições operatórias. Por exemplo a celula B106 teve
três efeitos anódicos e um dos quais foi efeito anódico impossível (figura.13 nos
anexos) e durante esses efeitos anódicos a resistência aumentou e
consequentemente a temperatura também aumentou (efeito Joule) e como resultado
disso as emissões dos fluoretos também aumentaram, fazendo com que o ATFD
aumentasse a quantidade de 𝐴𝑙𝐹3 alimentada com vista a compensar essas perdas.

A quantidade do 𝐴𝑙𝐹3 alimentada pelo ATFD depende muito da quantidade da alumina


fluorinatada alimentada pelo CAFD, como podemos ver pelo gráfico 2. Assim, com
vista a optimizar o consumo do 𝐴𝑙𝐹3 , a eficiência do GTC na reciclagem dos fluoretos
emitidos é extremamente importante.

A crosta que cai no banho e é removida e a massa da cobertura dos anos que resta
por cima dos ânodos são muito variáveis, dai que esses valores médios usados
podem ter influenciado o balanço mássico.

45
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

Quando a camada protectora derrete, o excesso do 𝐴𝑙𝐹3 no banho diminui. Quando a


camada protectora solidifica e cresce o 𝐴𝑙𝐹3 no banho aumenta. Estes aspectos
também influenciam nas necessidades do 𝐴𝑙𝐹3 nas células electrolíticas.

A humidade do ar e da alumina são importantes porque reagem com o 𝐴𝑙𝐹3 e com os


gases evaporados contribuindo muito nas emissões dos fluoretos.
As emissões dos gases variam diariamente (grafico1) dependendo basicamente das
operações e das condições operatórias das células electrolíticas. As operações que
mais contribuem nas emissões dos fluoretos são: a troca dos ânodos, a cobertura dos
ânodos, a sucção do metal e do banho.
Quando o efeito anódico ocorre, gases como 𝐶𝐹4 são emitidos contribuindo também
nas emissões dos fluoretos.
A velocidade das perdas dos fluoretos aumenta rapidamente quando o banho se
encontra a temperaturas muito elevadas (muito para além da sua temperatura de
fusão) aumentando o consumo do 𝐴𝑙𝐹3.

46
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

10. RECOMENDAÇÕES
 ATFD e o CAFD devem ser verificados periodicamente;
 Para reduzir o arrastamento do banho pelos gases libertados pelas células
electrolíticas a cobertura dos ánodos deve ser feita correctamente;
 Instalar equipamentos para medir a humidade do ar;
 Medir a humidade da alumina;
 A cobertura dos ânodos deve ser feita apenas quando a crosta e formada em
volta do ânodo com vista a suportar o peso do material de cobertura. Se este
procedimento não for respeitado o material irá cair no banho causando
precipitação na superfície do cátodo, e depois da sua dissolução a
concentração do 𝐴𝑙𝐹3 na célula electrolítica aumenta.
 Quando operações tais como a sucção do metal e do banho ocorrem, a crosta
próxima da porta onde se faz a sucção destes (tapping door) é quebrada ou
aberta para permitir a sua sucção. A abertura desta crosta permite a emissão
dos gases formados e para reduzir essas emissões deve-se fechar de imediato
a porta de sucção.
 Quando operações tais como a troca e cobertura dos ânodos ocorrem, os
hoods devem ser fechados de imediato após o seu termino.
 Após o tratamento de um efeito anódicoimpossível o green pole deve ser
introduzido dentro da célula electrolítica e logo de seguida deve-se fechar a
porta de sucção para reduzir as emissões e só depois é que deve-se verificar
os alimentadores da alumina um por um.
 Se o ATFD não tem spout deve ser parado e trocado porque o 𝐴𝑙𝐹3 pode estar
caindo não no banho mas sim na crosta protectora, ficando ai acumulada.

47
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 GRJOTHEIM, K.; KROHN, C.; MALINOVSKY, M.; MATIASOVSKY, K. and


THONSTAD, J. (1982): Aluminium Electrolysis – Fundamentals of the Hall –
Heroult Process. 2nd edition. Aluminium Verlag. Dusseldorf.
 Haupin W; Kvande H. PROCESS METALLURGY OF ALUMINIUM-Fluoride
evolution and emission. Department of Chemistry, NTNU Trondheim, Norway
2000.
 Welch B. J. THE THEORY ALUMINIUM SMELTER TECHNOLOGY AND
PRACTICE.

Material de treino e BOP usados


 Best Operations Procedure: BO-RA-0001:Anode change Mozal (2011):
 Best Operations Procedure: BO-RA-0002: Metal tapping Mozal (2011):
 Best Operations Procedure: BO-RA-0003: 24 hours anode covering
Mozal (2011):
 Best Operations Procedure: BO-RA-0008: 4 hours Anode covering
Mozal (2011):
 Best Operations Procedure: BO-RA-0010: Bath tapping Mozal (2011)
 Module R.1.1. Introduction to Potlines Mozal
 Module R.3.1. Anode change Mozal
 Module R.3.2.Metal tapping Mozal:
 Module R.3.19.Measurement for shift measurement operations Mozal:
 Module: Bath regulation Mozal:
 Module: Thermal Regulation

48
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

12. ANEXOS
12.1. ANEXO I
Tabela 7. GTC2

GTC2
%F Na

01-Oct 1.93 0.629

02-Oct 1.36 0.484

03-Oct 1.48 0.519

04-Oct 1.23 0.604

05-Oct 1.52 0.499

06-Oct 1.16 0.503

07-Oct 1.48 0.516

08-Oct 1.41 0.522

09-Oct 1.67 0.548

10-Oct 1.62 0.512

11-Oct 1.83 0.701

12-Oct 1.68 0.533

13-Oct 1.78 0.549

14-Oct 1.52 0.515

15-Oct 1.69 0.608

16-Oct 1.59 0.538

17-Oct 1.49 0.504

49
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

Tabela 8. Entrada dos gases no GTC2

GTC 2 GTC 2 AVERAGE


INLET NORTH INLET NORTH GTC 2 INLET
Sample date 14-Oct-13 16-Oct-13
Fg mg/Nm3 436.237 333.428 384.83
Fp mg/Nm3 267.182 301.487 284.33
Ft mg/Nm3 703.419 634.915 669.17
Dust mg/Nm3 2063.184 2101.613 2 082.40

Production tAl 1500 1500 1 500


Number days 1 1 1

Fg kg/tAl 17.29328 23.31997 20.31


Fp kg/tAl 10.59162 21.08602 15.84
Ft kg/tAl 27.8849 44.40599 36.15
Dust kg/tAl 81.78863 146.98702 114.39

Tabela 9. Composição das impurezas na alumina

Impurezas na alumina
SiO2 (%) 0.007
Fe2O3 (%) 0.005

Na2O (%) 0.44


CaO (%) 0.018
TiO2 (%) 0.0040

V2O5 (%) 0.001


ZnO (%) 0.001
P2O5(%) 0.001

50
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

Tabela 10. Dados do isokinectic

POTROOM B

Roof vent B
Sample
Fg mg 38.1
Fp mg 12.2
Ft mg 50.3
Dust mg 78.4

Fg mg/Nm3 0.807
Fp mg/Nm3 0.259
Ft mg/Nm3 1.066
Dust mg/Nm3 1.662

production tAl 1500


number days 1

Fg kg/tAl 0.71
Fp kg/tAl 0.19441
Ft kg/tAl 0.90441
Dust kg/tAl 1.24929

Tabela 11. Massa de trifluoreto de alumínio e de alumina fluorinatada alimentada

Massa de Massa total


Número de shots cada shot (Kg)
ATFD Célula B105 69 1100 75.9
Célula B106 13 1100 14.3
Célula B107 57 1100 62.7
Alumina fluorinatada (Kg) Célula B105 5410 930 5031.3
CélulaB106 8281 930 7701.33
Célula B107 6842 930 6363.1

51
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

Tabela 12. Composição do banho

Célula Composição do banho


electrolítica AlF3(%)
B105 10.9
B106 11.2
B107 10.7

Tabela 13. Propriedades físico-químicas do banho

Adição de
Propriedades fisico-químicas do
banho Alumina Trifluoreto de aluminio Fluoreto de cálcio
Temperatura

Densidade

Viscosidade

Resistividade

Solubilidade

Evaporação

Solubilidade do Al

52
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

Tabela 14. Massas moleculares

Substância Massa molecular (g/mole)


𝐶 12
𝐴𝑙 27
𝑂 16
𝑁𝑎 23
𝐶𝑎 40
𝐹 19
𝐻 1
𝐻𝐹 20
𝐴𝑙𝐹3 84
𝐴𝑙2 𝑂3 102
3𝑁𝑎𝐹𝐴𝑙𝐹3 420
𝑁𝑎2 𝑂 62
𝐶𝑎𝑂 56

12.2. ANEXO II

Figura 15. Copo de amostragem

53
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

Figura 16. Panela

Figura 17. Colher

54
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

Figura 18. Célula electrolítica B105 em operação

55
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

Figura 19. Célula electrolítica B106 em operação

Figura 20. Sucção dos gases da célula electrolítica para o GTC

56
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

Figura 21. Localização dos GTC’s no potline

57
OPTIMIZAÇÃO DO CONSUMO DO TRIFLUORETO DE ALUMÍNIO

Figura 22. Sistema de alimentação da célula electrolítica

Figura 23. Potmicro

58

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