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Aula 11

Cisalhamento em Vigas: Dimensionamento dos estribos

Como já estudamos anteriormente, uma viga submetida a cargas


transversais está sujeita a momentos fletores e forças cortantes. Em cada ponto da
viga esses esforços causam tensões normais (𝜎𝑥 ) e tensões de cisalhamento ( 𝜏 ),
a partir das quais obtêm-se as tensões principais. As direções das tensões principais
numa viga feita de material homogêneo estão representadas na Figura 11.1, onde
se observam tensões de tração ao longo do bordo inferior e tensões de compressão
ao longo do bordo superior, paralelas a esses bordos (trecho central da viga). Na
alma da viga, as tensões principais são inclinadas; ao longo do eixo baricêntrico essa
inclinação é de 45° (trechos entre a carga e o apoio).

Numa viga de concreto armado, a fissuração ocorre quando as tensões


principais de tração excedem a resistência à tração do concreto (Fig. 11.2). Dois
tipos de fissuras podem ser observados. As verticais são denominadas fissuras de
flexão, que são causadas pelas tensões normais de flexão. Essas fissuras são as
primeiras a surgirem e se iniciam no bordo tracionado da viga. As fissuras inclinadas
são devidas à combinação das tensões de cisalhamento e tensões normais, e são
denominadas fissuras de cisalhamento. Após a formação das fissuras, as tensões
de tração, antes suportadas pelo concreto, são transferidas para as armaduras que,
preferencialmente, são dispostas perpendicularmente à provavel direção das
fissuras. Assim, ao longo do bordo inferior da viga representada na Figura 11.2
haverá uma armadura longitudinal, denominada armadura de flexão, cuja função é
combater os momentos fletores. Na alma da viga, onde as fissuras são inclinadas,
deve-se dispor de uma armadura transversal, ou armadura de cisalhamento, com a
função de combater as forças cortantes.
Esta Aula trata da verificação do estado limite último de vigas sujeitas
força cortante. Inicialmente são descritos os mecanismos de transferência da força
cortante e os modos de ruptura, estabelecendo-se assim as situações
correspondentes ao esgotamento da capacidade resistente à força cortante. Em
seguida são formulados os métodos de cálculo preconizados em norma para o
dimensionamento.

7.2 – Tensão de cisalhamento na viga fissurada

Da Resistência dos Materiais,sabemos que o esforço cortante é


numericamente igual à derivada do momento fletor.
𝒅𝑴
𝑽= Eq. 11.1
𝑫𝒙
Seja um trecho de uma viga de concreto armado situado entre duas
fissuras, tal como o representado na Figura 11.3

Em um lado atuam as forças C de compressão e T de tração, causadas


pelo momento fletor M. No outro lado atuam as forças C+∆C e T+∆T , causadas pelo
momento fletor M+∆M. O diagrama de corpo livre da região abdc mostra que, para
haver o equilíbrio deste corpo, é necessário que ∆T seja transferida para o concreto
de tal forma que :
A tensão de cisalhamento (𝜏) atua não apenas no plano horizontal,
mas também no plano vertical, de acordo com a lei da reciprocidade das tensões de
cisalhamento. Essa tensão se distribui conforme o indicado na Figura 11.3, quando
a viga já está fissurada.

7.3 – Modos de ruptura por força cortante

Os dois principais modos de ruptura por força cortante são


(Figura 11.4):

 Ruptura por tração diagonal, ou por força cortante-tração, que ocorre em


vigas sem armadura transversal ou com armadura transversal insuficiente;
 Ruptura por compressão diagonal, ou por força cortante-compressão, que
ocorre devido ao esmagamento da diagonal comprimida de concreto; este
modo de ruptura é mais comum em vigas com alma esbelta (seções T, I etc).

11.4 – Analogia da treliça clássica de Mörsch

Ainda no início do século XX foi idealizado um modelo de cálculo para


vigas sujeitas a momento fletor e força cortante, e tal modelo ainda é hoje o que
melhor retrata o comportamento de vigas de concreto armado. Trata-se do modelo
da treliça de Ritter-Mörsch, o qual sofreu alguns ajustes ao longo do tempo, de modo
a levar em conta os resultados de ensaios mais recentes. Este modelo de cálculo
também é utilizado por grande número de normas estrangeiras e internacionais .

O modelo de treliça proposto por Mörsch permite reproduzir o


comportamento de uma viga solicitada por momento fletor e força cortante depois de
fissurada.
O modelo é constituído de uma barra horizontal, comprimida pela
flexão, na parte superior da treliça, e um tirante tracionado, também horizontal,
representando a armadura longitudinal requerida. Barras inclinadas, com um ângulo
de 45º com a horizontal, representam as bielas comprimidas de concreto. Na alma,
outras barras, com ângulo que pode variar (45º ≤ 𝛼 ≤ 90º), representam a armadura
transversal.

A partir do equilíbrio de forças nos nós da treliça, podemos obter os


esforços e as tensões nas diagonais comprimidas de concreto (bielas) e nas
diagonais tracionadas, assim como a quantidade de armadura transversal
necessária.

O modelo da treliça clássica de Mörsch ainda é a base para o


dimensionamento à força cortante, porque é relativamente simples e conduz a
resultados satisfatórios. Entretanto, faz-se necessário pequeno ajuste, de modo que
haja maior convergência com os resultados de ensaios à ruptura de modelos em
laboratório, pois ficou comprovado que a armadura transversal calculada com o
modelo da treliça clássica de Mörsch é maior que a efetivamente necessária.

11.5 – Dimensionamento a esforço cortante segundo a NBR 6118/2014

O cálculo de vigas para resistir a esforço cortante é tratado nos itens


17.4 (dimensionamento no estado limite último) e 18.3.3 (armadura transversal para
esforço cortante) da norma.
As prescrições do item 17.4 se aplicam a elementos lineares armados
ou protendidos, submetidos a forças cortantes, eventualmente combinadas com
outros esforços solicitantes. Não se aplicam a elementos de volume, lajes, vigas-
parede e consolos curtos, que têm tratamento específico diverso. Dentre outras
considerações, a norma permite que se adote um ângulo entre 30º e 45º para as
bielas comprimidas.

11.5.1 – Verificação do Estado Limite Último

11.5.1.1 – Cálculo da resistência do elemento estrutural

A resistência do elemento estrutural, em uma determinada seção


transversal, deve ser considerada satisfatória, quando verificadas simultaneamente
as seguintes condições (item 17.4.2.1 da norma):

Esta parcela (Vc), que se soma àquela resistida pela armadura, e que
é denominada “parcela devida a mecanismos complementares da treliça” tem como
origem os seguintes fenômenos (vide também a figura a seguir):
 Na faixa de concreto do banzo superior da viga, comprimido pela flexão,
surgem tensões cisalhantes que contribuem para a resistência ao esforço
cortante.
 O banzo comprimido não é horizontal, mas sim inclinado, à medida que se
aproxima do apoio, região dos maiores cortantes; sendo inclinada, uma
componente vertical contribui para a resistência ao esforço cortante.
 As bielas de concreto possuem certo engastamento no banzo superior
comprimido.
 Há um engrenamento promovido pelo agregado graúdo ao longo das fissuras
inclinadas.
 A armadura longitudinal tracionada tende a ser desviada de sua retilineidade
na fissura, mas, tendo em vista seu diâmetro, opõe reação a este movimento
(efeito de pino).

Os valores a serem utilizados para esta parcela (Vc) foram obtidos a


partir de inúmeros ensaios à ruptura de vigas sem armadura transversal.
A norma prevê a possibilidade de utilização de dois diferentes modelos
de cálculo, dependendo da inclinação das diagonais comprimidas do elemento
estrutural (inclinação que pode variar de 30º a 45º), como será visto a seguir.
11.5.1.2 – Modelo de cálculo I

O modelo de cálculo I (item 17.4.2.2) supõe as diagonais comprimidas


com um ângulo 𝜃 = 45º com o eixo da peça, ou seja, seguindo o modelo clássico de
Mörsch. Admite este modelo que a parcela complementar Vc tenha valor constante,
independentemente de Vsd. Neste caso tem-se:

 Verificação da tensão na biela de concreto

Para assegurar que não ocorre ruptura por compressão diagonal no


concreto, o cortante deve ser limitado a :

O baixo valor de tensão de compressão na biela admitida pela norma


se deve ao fato de que na diagonal comprimida há a atuação concomitante de
tensões de tração no outro sentido (tensões principais de tração, combatidas pela
armadura transversal), ou seja, há um estado múltiplo de tensões, e com tensões de
tração.
Logo, mesmo que a armadura transversal seja de aço CA-60 (tipo de
aço que tem fios de pequeno diâmetro, usual em estribos), o cálculo será efetuado
como se fosse aço CA-50, tendo em vista a limitação de tensão imposta pela norma.
Exercício 1

Seja uma viga contínua, com dois vãos de 7,0 metros, carregamento uniforme de
41,3 KN/m. Calcular a armadura para esforço cortante na seção mais solicitada.

Dados:

Concreto classe C30 Aço CA-50


Seção da viga 15x70 cm2 Adotar modelo de cálculo I, estribos verticais

Exemplo : Segue abaixo o Diagrama de esforços da viga V2, do exercício proposto


na aula 9, vamos dimensionar os estribos para esta viga.
Dados : 𝑏𝑤 = 15 𝑐𝑚 𝑑 = 36 𝑐𝑚 𝑓𝑐𝑘 = 20 𝑀𝑃𝑎 𝐴ç𝑜 𝐶𝐴 50
1º Passo : Verificação da Biela de Compressão do Concreto

𝑽𝒔𝒅 ≤ 𝑽𝑹𝒅𝟐
𝑉𝑠𝑑 = 1,4 . 𝑉𝑘 = 1,4 . 37,5 = 𝟓𝟐, 𝟓 𝑲𝑵
20000
𝑉𝑅𝑑2 = 0,27 . 𝛼𝑣2 . 𝑓𝑐𝑑 . 𝑏𝑤 . 𝑑 = 0,27 . 0,92 . . 0,15. 0,36 = 191,62 𝐾𝑁
1,4

𝑓𝑐𝑘 20
𝛼𝑣2 = 1 − =1− = 0,92
250 250
Como
𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑2
52,2 𝐾𝑁 ≤ 191,62 𝐾𝑁
Biela de compressão OK !
2º Passo : Cálculo da armadura transversal

𝑉𝑐 = 𝑉𝑐𝑜 = 0,6 . 𝑓𝑐𝑡𝑑 . 𝑏𝑤 . 𝑑


𝑉𝑐 = 0,6 . 1105,20 . 0,15 . 0,36 = 35,80 𝐾𝑁(Cortante resistida pelo concreto)

2 2
0,7 . 0,3 . 𝑓𝑐𝑘 3 0,7 . 0,3 . 20 3
𝑓𝑐𝑡𝑑 = = 1,1052 𝑀𝑃𝑎 = 1105,20 𝐾𝑁/𝑚²
1,4 1,40

Vc = Vco = 0,6 . fctd . bw . d (flexão simples e flexo-tração com LN cortando a seção)

 Cortante resistida pelo Aço

𝑉𝑠𝑤 = 𝑉𝑠𝑑 − 𝑉𝑐
𝑉𝑠𝑤 = 52,5 − 35,80
𝑉𝑠𝑤 = 16,7 𝐾𝑁
 Estribos verticais

𝐴𝑠𝑤 𝑉𝑠𝑤 16,7


= = = 1,19 𝑐𝑚2 / 𝑚
𝑠 0,9 . 𝑑 𝑓𝑦𝑤𝑑 50
0,9 . 0,36 .
1,15
Quantidade de barras por metro :

∅ 5𝑚𝑚 𝑎 𝑐𝑎𝑑𝑎 15 𝑐𝑚

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