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Escola Estadual Celso Machado

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Disciplina: Gestão em Saúde


Professora: Renata Curvelana de Moura

UNIDADE I – SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA

Brasil Colônia
 No Brasil colônia, as ações de saúde pública praticamente não existiam.
 O governo se limitou a tentar controlar a comercialização de alimentos e saneamento dos
portos por onde saíam os produtos para Portugal.
 A assistência de saúde individual era rara, somente os que tinham condições financeiras de
pagar eram atendidos por médicos; quem não tinha recorria aos curandeiros e benzedeiras.

República Velha (1889 à 1930)


 Com a proclamação da República em 1889, houve um aumento da ocorrência de doenças no
país e, por isso, as pessoas não queriam vir ao Brasil.
 Diante do grande número de doentes e mortes, por volta de 1900 o governo iniciou um
programa de saneamento e higienização dos portos, e fundaram-se institutos de pesquisa para o
desenvolvimento de vacinas. Os problemas sanitários nessa época impediam que pessoas de
outros países viessem para cá ou que comprassem produtos brasileiros.
 As campanhas de vacinação se iniciam no fim do século XIX/início do século XX e são
obrigatórias. Em 1904, ocorreu a Revolta da Vacina, uma reação do povo contra o programa de
vacinação em massa.

A Revolta da Vacina foi uma reação violenta da população contra a vacinação imposta pelo
Estado. Isso ocorreu em novembro de 1904, no Rio de Janeiro. O povo acusava o governo
autoritário de devassar a propriedade alheia com interdições, desinfecções, da derrubada
maciça dos bairros pobres, de arrombamentos de casas para nelas entrarem.

 A década de 1910 pode ser considerada como o momento do início efetivo de políticas de
saúde no Brasil. Viagens importantes aconteceram no intuito de sanear o sertão, foi criada a
liga Pró-saneamento e a elite brasileira começou a se conscientizar sobre a importância da
questão sanitária.
 Em 1923, com a Lei Elói Chaves são criadas as Caixas de Aposentadorias e Pensões
(CAPs), que previam assistência médica aos trabalhadores formais. O modelo de assistência
médica e aposentadoria criado excluía cidadãos que não trabalhassem de carteira assinada.

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Era Vargas (1930 à 1945)
 No primeiro governo de Getúlio Vargas nos anos 1930, ele transformou as CAPs em
Institutos de Aposentadoria e Pensões – IAPs.
 Em 1943, com a Consolidação das Leis Trabalho (CLT), o trabalhador obteve novos ganhos
como: salário mínimo, jornada de trabalho de oito horas/dia, férias remuneradas, horas extras,
direito à licença-maternidade remunerada, etc. A assistência previdenciária e a assistência
médica foram expandidas aos familiares dos operários. Neste período observou-se um avanço
das doenças infectocontagiosas, entre elas doença de Chagas, tuberculose, lepra, tracoma,
esquistossomose, etc

1946 à 1984
 Apenas em 1953 criou-se o Ministério da Saúde. As ações na área da saúde pública se
ampliaram a ponto de exigir uma estrutura administrativa própria, mas a maioria dos recursos
ainda ficava com o Ministério da Educação.
 A criação do Instituto Nacional de Previdência Social – INPS – aconteceu em 1966; assim,
todos os IAPs foram unificados.
 As ações de saúde continuavam divididas e excludentes: ao Ministério da Saúde, a
prevenção; a assistência médica vinha do INPS, mas apenas para os trabalhadores formais.

República Nova (1985 à 1990)


 Em 1986, o Ministério da Saúde convocou a VIII Conferência Nacional da Saúde, como
marco para a participação da sociedade civil ao processo preparatório que envolveu
profissionais da área da saúde, usuários, intelectuais, partidos políticos e sindicatos. Tendo como
foco o controle social, econômico e ambiental, debatendo-se a reformulação do sistema
nacional de saúde (Reforma Sanitária) com o início da criação de um Sistema Único de Saúde.
 Em 1987, foi dado um passo importante na história da saúde com a criação do Sistema
Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), cujo objetivo era a consolidação das AIS
(Ações Integradas de Saúde), reforçando a descentralização dos serviços e indo ao atendimento
das necessidades da população, onde elas vivem, adoecem e morrem. Porém, a implementação
do SUDS dependia do grau de compromisso dos governantes.
 Em 1988, foi promulgada a nova Constituição Federal garantindo saúde como direito do
cidadão e dever do Estado. O artigo 196 reza que “A saúde é um direito de todos e dever do
Estado e deve ser garantida por políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de
doenças e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua
promo- ção, proteção e recuperação”.
 Em 19 de setembro de 1990, a Lei 8080 dispõe sobre as condições para a promoção,
proteção e recuperação da saúde, regulamentando em todo o território nacional o SUS,
juntamente com suas ações e serviços de saúde, executados isolada ou conjuntamente, em
caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito público ou privado.

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1.2 SUS COMO UMA CONQUISTA DE DIREITOS
Como pudemos aprender na aula anterior, as políticas sociais de saúde foram estabelecidas
no Brasil no século XX. Elas foram implementadas seguindo uma lógica em que fica clara a
preferência pelo crescimento econômico em prejuízo do desenvolvimento da saúde da
população e das questões sociais. Mas a verdade é que, desde o início das ações voltadas
para a saúde, a assistência médica e o acesso a serviços de saúde eram privilégio de alguns
grupos de pessoas, apenas aqueles que estivessem formalmente empregados.
A parte da população que não tivesse carteira assinada não tinha seus direitos à assistência e
saúde reconhecidos. Para essas pessoas, restavam as casas de misericórdia, que eram
mantidas graças às doações e, muitas vezes, a esmolas. A maioria da população cuidava de
seus problemas de saúde com tratamentos tradicionais como benzeções, chás de ervas,
garrafadas etc.

Como surgiu o SUS


No início da década de 70, os serviços públicos de saúde eram centrados na atenção às
medidas curativas e não às preventivas; priorizavam os interesses da área privada, e eram
organizados sem a participação da população. A partir daquela década, na busca de
soluções, os municípios começaram a estruturar atividades de assistência à saúde
implantando Postos de Saúde (PS). A sociedade se organizou através do movimento da
“Reforma Sanitária”, revendo a estrutura dos serviços oferecidos pela União, Estado e
Município.

A Reforma Sanitária é, portanto, a proposta de democratização da Saúde no Brasil.

Em 1986, no fórum de debates sobre a saúde, a 8ª Conferência Nacional de Saúde


elaborou propostas de mudanças que passaram a constar na Constituição Federal de 1988.
O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado pela Constituição Federal de 1988, e
regulamentado pelas Leis n.º 8080/90 e nº 8.142/90, os quais definem a integração de
ações, atividades e serviços de saúde prestados pelos órgãos e instituições públicas
federais, estaduais e municipais e, de forma complementar, as entidades de iniciativa
privada. Os serviços integram uma rede organizada por regiões com diferentes níveis de
complexidade.

1.3 PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS


A ideia de saúde defendida pelo SUS é a primeira e maior novidade que o sistema apresenta.
Esse conceito incorpora e iguala saúde às condições de vida, ao definir os elementos
condicionantes da saúde, que agrupam:
 Meio físico: condições geográficas, água, alimentação, habitação etc.
 Meio socioeconômico e cultural: emprego, renda, educação, habitação etc.
 A garantia de acesso aos serviços de saúde responsáveis pela promoção, proteção e
recuperação da saúde.
O SUS permite atendimento a todos os cidadãos e é financiado com recursos arrecadados
através de contribuições sociais e impostos pagos pela população e compõe os recursos
tripartite governo federal, estadual e municipal. Quando necessário, soma-se o serviço

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privado, que ao assinar um contrato ou convênio para realização de serviços deve
funcionar como se fosse público.

As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que


integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes
previstas no art. 198 da Constituição Federal:

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e
hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes
diretrizes:
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo
dos serviços assistenciais;
III - participação da comunidade.

Na Constituição de 1988, a saúde é então definida como resultante de políticas sociais e


econômicas, como direito do cidadão e dever do Estado, como parte de seguridade social,
cujas ações e serviços devem ser providos por um Sistema de Saúde organizado segundo
os princípios:

 Descentralização: significa compartilhar o poder, isto é, distribuir o poder e recursos


além de redefinir as atribuições de competência de cada esfera do governo. Assim, o
município passa a assumir uma série de ações e serviços que antes eram feitas pelo
governo do estado ou pelo governo federal.
 Atendimento integral: o princípio da integralidade se baseia na com- preensão de que
os usuários têm o direito de serem atendidos em todas as suas necessidades. Deve haver
integração entre as ações preventivas e curativas, com maior atenção para as preventivas.
 Universalidade: todas as pessoas têm acesso garantido às ações e serviços de saúde
com igualdade. É de responsabilidade do poder público oferecer condições para o
exercício deste direito. Isso acontecerá mediante a implantação do SUS.
 Direito às informações: todas as pessoas têm acesso garantido às in- formações sobre
a situação de saúde, assim como à condição de saúde da comunidade, organizações dos
serviços bem como a forma de sua utilização.
 Equidade: não é a mesma coisa que igualdade. É o respeito às diferentes condições e
necessidades da população. O sistema de saúde deve estar sempre atento às
desigualdades, utilizando a realidade de cada comunidade para definir as prioridades na
destinação de recursos e na orientação de programas a serem desenvolvidos.
 Participação da comunidade: toda a sociedade tem direito de participar no
planejamento, na avaliação e na fiscalização dos servidores de saúde de forma
organizada, através de conselhos municipais, regionais e locais.

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1.4 FINANCIAMENTO
O desafio do financiamento do sistema de saúde é sempre fonte de discussão entre os que
debatem e analisam o sistema de saúde brasileiro. Dizem que a saúde pública no Brasil
vai mal e que os investimentos na saúde deve- riam ser maiores e com mais qualidade.
Os recursos aplicados no SUS vêm de diferentes fontes, como impostos e contribuições.
Por exemplo: quando pagamos o IPTU, quando compramos uma mercadoria e pagamos
ICMS e de contribuições como o desconto do INSS.
Financiamento Tripartite
A Constituição Federal de 1988 determina que as três esferas de governo – federal, estadual
e municipal – financiem o Sistema Único de Saúde (SUS), gerando receita necessária para
custear as despesas com ações e serviços públicos de saúde. Planejar este financiamento,
promovendo arrecadação e repasse necessários de forma a garantir a universalidade e
integralidade do sistema, tem se mostrado, no entanto, uma questão bem delicada. As
restrições orçamentárias para o setor – sobretudo a falta de recursos nos municípios – e a
necessidade premente de superá-las fazem com que as discussões sobre o financiamento
ocupem constantemente a agenda dos movimentos sociais e políticos que atuam em defesa do
SUS.
Os percentuais de investimento financeiro dos municípios, estados e União no SUS são
definidos atualmente pela Lei Complementar nº 141, de 13 de janeiro de 2012, resultante da
sanção presidencial da Emenda Constitucional 29. Por esta lei, municípios e Distrito Federal
devem aplicar anualmente, no mínimo, 15% da arrecadação dos impostos em ações e
serviços públicos de saúde cabendo aos estados 12%. No caso da União, o montante
aplicado deve corresponder ao valor empenhado no exercício financeiro anterior,
acrescido do percentual relativo à variação do Produto Interno Bruto (PIB) do ano
antecedente ao da lei orçamentária anual.
Diversas instituições organizadas reivindicam, no entanto, que a União destine pelo menos
10% das receitas correntes brutas para a saúde pública brasileira, o que não se consolidou com
a sanção da Lei Complementar nº 141. Diante disso, organizou-se o Movimento Nacional em
Defesa da Saúde Pública, Saúde + 10, com o objetivo de coletar assinaturas para um projeto
de lei de iniciativa popular que assegure o repasse deste percentual, alterando a legislação
vigente.

1.5 ORGANIZAÇÃO EM NÍVEIS DE ATENÇÃO


Os serviços devem ser organizados seguindo níveis de complexidade (desde
exames/atendimentos mais simples até outros mais complexos), dentro de uma
determinada área geográfica.
No caso das unidades com serviços menos frequentes, não é aceitável ociosidade: elas
não podem ficar paradas só porque ninguém procura aquele serviço, têm de atender com
serviços mais simples, se for preciso.
Seguindo essa lógica de organização do sistema de saúde, podemos perceber que não é
necessário (nem viável!) que todos os hospitais ou centros de atendimento tenham todos
os tipos de procedimentos. Assim, dentro da hierarquização temos alguns exemplos de
atendimento, dependendo do nível de complexidade:

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 Rede de atenção primária: fazem parte as Unidades Básicas de Saúde que prestam
atendimentos, como: vacinação, controle de pressão, curativos, pré-natal, inalações,
injeções, atendimento odontológico e clínica médica básica (clínica geral, pediatria e
ginecologia).
 Rede de atenção secundária: divide-se em serviços ambulatoriais e hospitalares. Os
serviços ambulatoriais prestam atendimento em especialidades como: dermatologia,
cardiologia, oftalmologia, etc. Os serviços hospitalares realizam ações de baixa
complexidade como urgências/ emergências, partos normais e cirurgias de pequeno e
médio porte.
 Rede de atenção terciária: são os serviços ambulatoriais e hospitalares que realizam
atendimento de grande complexidade e que, muitas vezes, necessitam de equipamentos
sofisticados como cirurgia de coração, hemodiálise, tomografia, quimioterapia, etc.
Para que você entenda melhor os níveis de complexidade, podemos dizer que, a cada vez
que o nível aumenta, é porque depende de uma tecnologia maior para ministrar a
assistência ao paciente!

Alta
complexidade

Média
complexidade

Atenção
básica

Fonte: Apostila Gestão em Saúde I – Rede e-Tec

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