REFERÊNCIA: SCHMIDT, Bento B. A Espanha e a América no final do século XV: o descobrimento e a conquista. In: WASSERMAN, Claudia (coord.). História da América Latina: cinco séculos. Ped. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 2000. p.11-25.
Após 500 anos do “descobrimento” da América, a partir das Grandes
Navegações, discussões e perguntas a respeito desse acontecimento surgiram. Esse “descobrimento”, favoreceu somente os europeus, enquanto os indígenas só foram prejudicados, tendo milhares de perdas, foram escravizados, suas terras foram exploradas, sua cultura fora tomada, entre outras crueldades as quais foram submetidos. Para entendermos o acontecimento, precisamos observar o que levou a ele, os motivos, as circunstâncias e principalmente, como? Uma das circunstâncias foi a transição do sistema feudal para o sistema capitalista, que resultou de uma crise geral do feudalismo europeu. O esgotamento dos locais de extração de minérios decorreu na procura de metais preciosos, na maioria das vezes o Oriente era o local procurado pelos europeus, esse setor mercantil fez com que vários se atrevessem a navegar e se arriscar por essas trocas comerciais, o que adicionou muita experiência de navegação. A busca do fortalecimento dos Estados, fez com que os monarcas investissem nas navegações e comércios. O espírito cruzadista também influenciou nas grandes navegações, pois todos buscavam novos territórios para a Igreja. A Reconquista da Península Ibérica contribuiu para a evolução dos exércitos, formação de reinos autônomos, os nobres queriam a expansão da fé católica. A Espanha mediterrânea, sofreu com os diversos surtos de peste, principalmente no comércio. Porém, o sucesso nas batalhas da Reconquista ajudou a reerguer o comércio, o qual se expandiu até às praças africanas do norte, aonde concorria com Portugal as rotas da África Ocidental. O metalismo foi a principal característica econômica do Estado espanhol. O casamento de Isabel de Castela e Fernando de Aragão efetivou a União Dinástica. Porém, os reinos espanhóis, mas não houve uma padronização. A Coroa utilizou a religião católica para manter a unidade do Estado. Os reis católicos colocaram em prática a Santa Inquisição, convertendo os não católicos, e julgando os conversos. A Reconquista teve seu fim em 1492, com a tomada de Granada, uma unidade religiosa fora construída. A América antes da chegada dos europeus era habitada por tribos nômades e impérios organizados. A maior parte do continente era povoada por povos nômades, os quais praticavam a coleta, caça, pesca e tinham uma agricultura primitiva. Outra parte do continente possuía uma lata densidade populacional, 35 a 40 habitantes por quilômetro quadrado, a agricultura já era mais evoluída, em alguns casos a irrigação já era utilizada, esta parte do território pré-colombiano deu origem aos grandes impérios: a Confederação Asteca no México Central e o Império Inca na região andina. Ambas as organizações tinham grandes concentrações populacionais, e uma vida urbana bem desenvolvida, o poder era centralizado, Tenochtitlán para os astecas, e Cusco para os incas eram os “chefes de Estado”. [...]o chamado “império” asteca – na verdade um mosaico de alianças, confederações, relações tributárias, implicando povos numerosos, heterogêneos e imperfeitamente submetidos – era um bloco complexo, pouco coerente e descontínuo (haviam enclaves não-submetidos e hostis, como o Reino Tarasco e o senhorio de Tlaxcala). Expedições punitivas e para garantir as rotas comerciais. CARDOSO (1987, p.77).
As rivalidades internas da confederação Asteca foi uma brecha utilizada pelos
espanhóis. Ao contrário dos Incas, que tinham um poder centralizado. Porém, a sucessão não era algo definido para os incas, o que resultou em sua conquista, após o falecimento do Inca -governante supremo- Huayna Capac, houve uma disputa de poder entre seus dois filhos. A pimenta, feijão e milho era a base alimentar dos Astecas. Os Incas consumiam batata, milho, quinoa e oca, as lhamas eram utilizadas como meio de transporte. A hierarquia dos Incas e Astecas era dividia em duas, a elite com funções administrativas, religiosas e de chefia militar, e a massa camponesa. Em 3 de agosto de 1492, Colombo queria descobrir uma nova rota que ligasse às Índias. Ele foi enviado por Isabel de Castela. Antes de Isabel, Colombo pediu para D. João II, que o apoiasse em sua jornada, porém, João II recusou. Colombo assinou as Capitulações de Santa Fé, documento que caso alguma terra fosse descoberta, ela automaticamente pertenceria à Coroa, Colombo iria receberia títulos. Os comerciantes foram os maiores patrocinadores da viagem de Colombo. Em 12 de outubro, Colombo chega a São Domingos, aonde constrói um forte. Em 1494 ocorreu o Tratado de Tordesilhas, o qual delimitou a soberania espanhola no ultramar. Colombo realizou mais três viagens, porém, não cumpriu seu objetivo e perdeu seus privilégios.