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Todos os direitos reservados. Copyright © 2000 para a língua portuguesa da Casa
Publicadora das Assembléias de Deus. Aprovado pelo Conselho de Doutrina.
ISBN: 85-263-0255-8
1a edição/2000
Ao Gru~o ae A~oio Nova t~~eran~al da rir~t
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GoSTARÍAMOS DE AGRADECER:
AJornada de Curt
Estava a ponto de entrar numa faculdade de pós-graduação para
cumprir o que pensava ser a vontade de Deus para a minha
vida: trabalhar como conselheiro familiar. Numa noite, enquanto
conversava com um amigo, senti meu coração bater mais forte.
Minha mente começou a correr em disparada, como se eu tivesse
ingerido algum tipo de droga que me lançou para o hiperespaço.
Senti meu corpo apertado, meu rosto ficou tenso e minhas mãos
tremiam. Tentei sair porque estava transpirando bastante. Pensei
que estivesse morrendo ou ficando louco. Será que era uma
experiência extracorpórea? Será que isso nunca iria acabar?
De repente parou. Mas a partir de então, retornava com
freqüência. Lutei para entender o que estava acontecendo comigo.
Afinal, estava tentando viver uma vida saudável. Freqüentava a
igreja, cantava no coral, lia a Bíblia e orava regularmente.
Depois de o médico ter investigado meu caso à procura de
possíveis causas físicas para tais sintomas, concluiu que
provavelmente eu estava tendo ataques de pânico. Tinha medo
de contar isso aos crentes, imaginando que eles pensariam que
eu possuía algum distúrbio mental. Então passei a espiritualizar
o problema. Imaginei que tivesse algum terrível pecado em
minha vida, e assim pedi perdão. Ficava a ouvir programas
evangélicos pelo rádio o tempo todo, a fim de me tornar mais
espiritual. Seguia os conselhos das pessoas que me diziam para
"declarar a vitória", mas todas as vezes a vitória se esquivava
de mim.
AJornada de jan
Imagine por um momento uma jovem excepcionalmente
brilhante, esposa de pastor, que dá estudos bíblicos, é responsável
pelos adolescentes, canta um contralto sofrível no coral da igreja
e oferece conselhos práticos. Essa era eu. Certo dia, uma líder
do ministério feminino me disse: "Você tem muitas
responsabilidades nas mãos! Sem dúvida, você intimida as
esposas dos outros pastores do ministério".
Imagine também uma esposa e mãe exigente e impaciente,
que não consegue se agüentar. Essa também era eu. Eu sabia
que essas duas pessoas existiam, mas não tinha a menor idéia
do que fazer com qualquer uma delas. Não gostava de ser duas
pessoas, mas nada parecia ajudar. Sentia-me tão desesperada
que, às vezes, cheguei a ponderar meios de acabar com a vida.
Queria a todo custo ser a mesma pessoa o tampo todo, mas
lutava para saber por que não conseguia.
O que mais me confundia era o fato de as minhas intenções
serem boas. Amava a Deus e adorava servi-lo, mas não suportava
as pessoas por muito tempo. Queria ser gentil e amável, mas era
como se um terrível fantasma me perseguisse e me forçasse a
ser alguém que eu não queria ser. Não sabia como resolver os
problemas ou como trabalhar meus sentimentos. Só sabia chorar
e berrar.
• I •.
I "li
Revelando Quem Somos / 13
Ajornada de Susanna
Ao cair daquele crepúsculo, quando minha amiga e eu nos
sentamos em sua cama e ela passou a falar sobre o amor, a
alegria e a paz que recebemos ao aceitar Jesus, eu soube que
era isso que desejava. Além do mais, receberia a vida eterna.
Como ela podia saber - não podia - que na noite anterior
eu tinha feito planos para cometer suicídio? Se tivesse levado a
• ., ~ l J I lL «
o Progresso de Três Peregrinos / 19
contar aos meus amigos que suas sugestões não estavam dando
certo. Podia ser que não me considerassem uma crente espiritual.
Decidi que a resposta para meu problema seria trabalhar num
país de condições ainda mais difíceis, por isso alistei-me para ir
a uma nação hindu, onde qualquer um que fosse pego tentando
converter alguém receberia uma sentença de sete anos de prisão.
Ser mártir era duplamente atrativo para mim: faria Deus ficar
orgulhoso de mim e, por tabela, eu morreria também, o que
aliviaria a constante dor emocional que ficava indo e vindo.
Depois de três anos, uma doença forçou-me o retorno para
os Estados Unidos. Fiquei tão deprimida que fui parar no escritório
de um conselheiro cristão.
"Como era sua vida em casa, na sua infância?", perguntou-me ele.
"Meu pai é alcoólatra, mas no meu caso isso é uma
vantagem", expliquei. "Sou mais forte e tenho mais compaixão
para com as pessoas por causa de minha formação. Diferente
de outras pessoas, tenho facilidade em me adaptar a qualquer
situação, porque nunca soube o que iria acontecer quando
crescesse" .
O conselheiro sorriu e calmamente passou a explicar-me como
uma família, onde um de seus membros tem problemas com a
bebida, desenvolve maior probabilidade de aumentar a tendência
de nossa cultura à rejeição, culpa, ódio e isolamento. Concluiu
dizendo que minha depressão estava enraizada nessas tendências.
Fiquei olhando fixamente para ele, boquiaberta. Parecia-me
que estava falando grego. Não dava para acreditar. Então, deu-
me o endereço de uma reunião de grupo de apoio numa igreja
ali perto e sugeriu que eu fosse.
A reunião me chocou. Pessoas que pareciam tão unidas e
tinham tanto conhecimento das Escrituras sentiam-se tão
desanimadas como eu. Enquanto contavam suas histórias, chorei.
Mesmo não tendo parado de chorar, ninguém agiu como se eu
tivesse feito algo de errado ou fosse uma tola. Após o
encerramento, várias pessoas vieram falar comigo.
AJornada de Matt
"É porque você finge que está tudo bem", desafiou-me Marcia,
minha irmã. "Posso ver a dor em seus olhos. O tremor em sua
voz. Você está nervoso".
Não soube que resposta dar a minha irmã. Tínhamos acabado
de ter uma conversa séria a respeito do meu medo mais do que
o normal de encontrar-me com uma garota.
Ela abrandou a voz e disse: "Matt, vejo esse medo em você,
porque também sou assim. Mas não temos de agir dessa maneira.
Não temos de viver para agradar as pessoas".
Não gostei do que ela disse, nem do que era mostrado.
"Confie em mim", disse ela gentilmente. "Tenho sido a causa
de grandes problemas em meu casamento, porque não falo com
22 / Curando as Feridas da Alma
AJornada de Donna
"Na infância, como era sua vida em casa?", perguntou-me o
meu patrão.
Fiquei ofendida. Tudo o que fiz foi pedir seu conselho sobre
um problema com meu filho adolescente, e agora ele, um pastor,
estava insinuando que eu vinha de uma família que tinha
problemas.
"Por que pergunta?", repliquei, mantendo meus modos
habitualmente calmos e diplomáticos de secretária de igreja.
"Porque muitos dos sentimentos que você descreve se
enquadram muito bem com o livro que estou lendo, que trata
da maneira como as pessoas que crescem em famílias com
problemas ligados ao álcool reagem à vida".
"Isso é bobagem", disse, menosprezando-o com um sorriso
polido. "Meus pais não eram alcoólatras. Disso não há a menor
dúvida". Comecei a perder a paciência. Sabia do que ele estava
falando porque lhe datilografara alguns textos.
À medida que o dia gradualmente passava, comecei a
lembrar-me de meu pai falando do quanto meu avô costumava
beber. Mais tarde, enquanto tirava algumas cópias na
copiadora, inquiri meu pastor/patrão/amigo: "Será que eu seria
afetada de alguma maneira se meu avô bebesse muito?"
26 / Curando as Feridas da Alma
I J • I I." j J ,. I , ~ I .... ~. J J ~ t. J
o Progresso de Três Peregrinos / 29
Reflexão Pessoal
• O que você mais gostaria de dizer aos seus pais hoje, mas
talvez não se sinta à vontade para dizê-lo?
30 / Curando as Feridas da Alma
..
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ICAPtruLo TRfs I
Perguntas nas Encruzilhadas da Vtda
Fases de Despertamentos
Para muitos, é como se a dor e a frustração do passado muito
bem ocultas estivessem constantemente enchendo, pouco a
pouco, um tanque de contenção. De repente, o tanque explode,
talvez de uma das seguintes maneiras:
Divórcio
Alguns ficam surpresos com o próprio divórcio. "Sempre soube
que o meu casamento precisava de ajuda", dizem. "Mas por que
será que minha esposa repentinamente quis sair da relação?
Quando foi que o nosso relacionamento se deteriorou até esse
ponto? Por que num dia ela estava contente, e no outro
plenamente decidida a largar mão de tudo? O que foi que só eu
não vi?"
Enquanto isso, ela desabafa com o pastor: "Em casa, ele é
uma pessoa diferente. Eu o amo, mas não consigo mais viver
com ele. Por muitos anos tenho suportado seu mau humor, mas
hoje estou farta".
Em outras vezes, um cônjuge sairá de casa, dizendo: "Estou
cansado de estar casado com alguém que não conheço. Às vezes,
Comportamentos compulsivos
Quando não nos sentimos bem acerca de nós mesmos, qualquer
.coisa - até uma coisa boa - torna-se um tipo de vício, quando
é usado para servir de estímulo ao nosso esmorecido amor-
próprio. O que começa como um inocente impulso de querer
parecer decente numa roupa de banho, converte-se num sério
distúrbio alimentar. Tomar alguns goles de cerveja constitui-se
na única maneira possível de relaxar. Algumas pessoas podem
dar-se conta de que estão gastando dinheiro em demasia, lendo
pornografia ou furtando qualquer produto de pouco valor de
alguma loja, sempre que se sentem tristes ou aborrecidos, ou
porque necessitam de uma pequena recompensa.
Às quatro e meia da tarde era a melhor hora do dia para Rick.
Depois de responder os anúncios de emprego encontrados no
jornal, finalmente poderia se plantar em frente da televisão para
assistir aos jogos de basquetebol. Em dias particularmente
deprimentes, ia com amigos a uma pizzaria para assistir os jogos
pelo telão.
A partir daí, assistir televisão tornou-se uma constante fuga.
Começou então a assistir filmes tarde da noite e a dormir no dia
seguinte. O pouco dinheiro que de vez em quando ganhava era
gasto em livros e vídeos, ao invés de servir para amenizar as
dificuldades financeiras da família. A poltrona em frente à 1V
passou a ser o único lugar onde ele realmente queria estar, e era
ali que sempre ficava. Estava cônscio de que usava a televisão
como subterfúgio, mas não tinha a mínima idéia do que fazer a
respeito. Não se surpreendeu quando a esposa, Linda, confrontou-
o: "Às vezes, fico me perguntando se você realmente está
34 / Curando as Feridas da Alma
procurando emprego. Parece que você não faz outra coisa a não
ser assistir televisão".
"Não posso pagar as contas", respondeu-lhe Rick. "Não consigo
arranjar emprego. Se eu estivesse empregado, então seria errado
agir como ajo. Assisto televisão para me ajudar a esquecer de
tudo".
"Mas você acaba esquecendo de mim, dos garotos e de suas
responsabilidades, até da sua saúde", desafiou Linda. "Você nem
sequer vai ao médico".
"É uma fuga", explicou Rick. "Sei que você vai me perguntar
como é que poderei achar emprego desse jeito. Sei que não terei
nada a dizer e que minha resposta parecerá sem sentido. Sinto-
me tão mal que mal posso encarar você. É mais fácil olhar a
televisão" .
O problema de Rick piorou antes que melhorasse. Levou muito
tempo para que se conscientizasse de que sua dependência da
televisão e da leitura de livros era um sinal de haver alguma coisa
errada dentro dele. Sua dor interna era enorme, não só pelo fato
de estar procurando emprego, mas também porque estava
mascarando o sentimento de nunca ser bom o suficiente. Vozes
do passado vinham para assombrá-lo - "Você nunca se esforça!
Você é preguiçoso! Sempre se envolve em dificuldades!" Era o
que lhe, diziam quando estava no 2° grau, mas nunca havia
procurado saber se tais declarações eram verdadeiras ou não.
Fracasso no emprego
Às vezes, quando as pessoas perdem uma promoção ou até o
emprego, é porque os sentimentos do passado começam a
adentrar no ambiente de trabalho. Talvez não estejam tendo o
destaque que deveriam ter. Ou, pelo contrário, pode ser que
estejam sobrepujando os outros no esforço de tentar alcançar
metas, mas de qualquer forma tais indivíduos são incapazes de
lidar com o próprio temperamento, sobretudo no que diz respeito
°
ao pessoal necessário para atingir sucesso no trabalho. Quando
Perguntas nas Encruzilhadas da Vida / 35
são despedidos, dizem que não sabem como é que aquele ramo
de atividade ou o antigo patrão conseguirá obter sucesso sem
eles. Ou talvez suspirem de alívio por ter fracassado, porque o
sucesso estava exaurindo suas forças físicas e emocionais.
Doenças
Hoje em dia, alguns médicos dão a seus pacientes questionários
acerca do histórico familiar, porque muitas das doenças (talvez
80%) estão relacionadas com o estresse.' Ele aumenta a
susceptibilidade do corpo a alergias, asma, erupções cutâneas,
artrite, câncer, infecções, problemas na articulação da mandíbula,
doenças do sistema imunológico e as colagenoses, que é a
denominação geral de algumas doenças em que existem áreas de
degeneração de tecido colágeno, como o lúpus eritematoso. Alguns
sintomas, como dores de cabeça, constipação, diarréia, tensão
muscular e insônia, podem ser avisos de que algo está errado.
Atualmente, os médicos recomendam grupos de apoio e
terapia quando suspeitam que a doença do paciente tenha origens
em estresses do passado. Por exemplo: no tratamento da anorexia,
os médicos indicam grupos de apoio e terapia para toda a família,
porque só o tratamento médico em si não basta.
Síndrome do pânico
A síndrome do pânico é a resposta física à dor que já não se
consegue mais reprimir. De repente, a pessoa experimenta
palpitações no coração, falta de ar, tontura, transpiração ou vômito.
Os pensamentos surgem à mente numa seqüência muito mais rápida
do que se possa lidar com eles. Por exemplo, os agorafóbicos
(pessoas que têm medo mórbido e angustiante de estar em lugares
públicos ou situações que, física ou psicologicamente, apresentem
saída difícil) muitas vezes experimentam ataques de pânico em
espaços abertos, sobretudo se for um lugar onde esteja abarrotado
de gente. Quando o paciente da síndrome do pânico passa por
situações parecidas com aquelas ocorridas em seu passado, o corpo
reproduz a mesma dor e impotência nessa forma exterior.
o Desejo Impaciente
Para alguns, o tanque de contenção cheio de dores e frustrações
ocultas não explode, mas vagarosamente começa a vazar, a ponto
de essas pessoas descobrirem que estão caminhando sobre um solo
que nãolhes fornece a sustentação necessária para o viver quotidiano.
Tristeza profunda
Períodos de tristeza profunda freqüentemente ocorrem em
adultos que, quando crianças, por alguma razão ficaram com
grande ódio. Essa raiva ferve dentro deles e parece não haver
solução para isso. Às vezes, direcionam essa ira para o interior
de si mesmos e tornam-se profundamente deprimidos. Essa "raiva
congelada" está profundamente enterrada dentro deles e pode
ser difícil reconhecê-la e tratá-la.
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Perguntas nas Encruzilhadas da Vida / 39
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Perguntas nas EncnlziJhadas da Vida / 43
Reflexão Pessoal
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ICAPhlJw QuATIlO I
ADesvantagem de Sermos Humanos
pessoal: ganhar a vida (lavrar a terra) e dar à luz filhos (Gn 3.16-
19). Esta primeira família da história foi se desintegrando à medida
que seus membros reagiram com negação, culpa, isolamento e
atos de ira. Por muitas gerações essas quatro tendências têm
sido transmitidas às famílias da terra até penetrar em cada lar e
em cada cultura.
Negação
"Escondeu-se Adão e sua mulher da presença do Senhor
neus:
Temos a tendência a pensar que a maioria dos problemas da
vida é como soluços - se os ignorarmos por bastante tempo,
passam. Essa atitude pode transformar-se em negação - agindo
como se os acontecimentos penosos nunca tivessem ocorrido,
fingindo estar tudo bem quando não está. O comportamento de
Adão e Eva ilustra três regras básicas para a negação,' as quais
os levou ao fracasso e ao desapontamento.
.Não fale
Depois que nossos primeiros pais desobedeceram a Deus
comendo da árvore da ciência do bem e do mal, nenhum dos
dois buscou a Deus em arrependimento e contrição. Não se
aproximaram de Deus como filhos que confiam no que seus
pais fazem, dizendo: "Veja o que fizemos. Estamos arrependidos.
E agora, o que vamos fazer?" Em vez disso, esconderam-se (Gn
3.8). Quando Deus os confrontou, não admitiram culpa ou
pediram perdão.
Não confie
Quando a serpente disse que Adão e Eva não morreriam se
comessem da árvore da ciência do bem e do mal, ela contradisse
as palavras de Deus (Gn 3.4,5). Adão e Eva acreditaram na
Não sinta
Ainda que Adão e Eva possam ter ficado extremamente tristes,
nada foi registrado na Bíblia. Nem está escrito que eles tenham
apelado a Deus para que os deixasse ficar no jardim. O único
sentimento mencionado é o medo de Adão: "Ouvi a tua voz
soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me" (Gn
o bom
A negação parece ser expediente útil para as crianças, à medida
que as ajuda momentaneamente a não fazer caso das experiências
dolorosas. As que foram abusadas física ou sexualmente agem
no sentido de bloquear a lembrança da memória. Na realidade,
essas experiências ficam armazenadas no subconsciente, que se
torna um tipo de tanque de contenção para a dor. Talvez Deus
em sua misericórdia permita esse retardamento na reação, porque
as crianças não estão preparadas para enfrentar a dor. Essa ferida
permanece dormente até que, como adultos amadurecidos,
possam confrontá-la e tratá-la.
Mesmo nas circunstâncias mais costumeiras, as crianças são
encorajadas a negar seus sentimentos, quando lhes é dito: "Não
pareça tão triste!" ou "Mantenha a cabeça erguida!" Pode ser até
que tenhamos sido moldados no tipo de "criança boazinha",
que sempre se esforça o bastante para ser elogiada pelos pais e
professores - "Como você é uma criança boa!" Se, quando
crianças, aprendemos a fazer o necessário para parecermos bons
Ornai
A negação perde suas características boas quando os adultos
teimam em bloquear as experiências dolorosas e a armazená-
las no tanque de contenção do subconsciente. Por exemplo, o
esposo de Donna (Capítulo 2) disse-lhe repetidas vezes que a
maneira crítica de ela reagir a situações adversas estava matando-
o por dentro. Ela demonstrou ter boa vontade quando orou a
respeito por um ou dois dias, quando ocorreu outra crise na
qual ela deu vazão à raiva criticando-o.
o feio
Quando os adultos continuam a ignorar a verdade acerca do
que sentem, o tanque de contenção do subconsciente fica tão
cheio de feridas, que começa a vazar na forma de crises e
desejos impacientes. Encarar as dores é tarefa difícil e envolve
examinar padrões e papéis desempenhados na infância e
levados para a fase adulta. Não é fácil admitir esses erros,
achar perdão e desenvolver novos padrões. Não nos sentimos
bem ao fazer essas coisas, mas é bom para nós. Fornece-nos
acesso para vivermos diante de Deus e do mundo de maneira
mais autêntica.
Culpa
''Foi culpa dela) SENHOR Deus ".
Adão lançou a culpa dos seus pecados em Eva. Eva culpou a
serpente e a primeira cadeia de culpas se formou (Gn 3.12,13).
Ambos tentaram parecer bons aos olhos de Deus - como se as
pessoas pudessem manipular a opinião de Deus a respeito de si
mesmas. A tendência humana de nos desvencilharmos de
qualquer responsabilidade está em ação quando dizemos:
Isolamento
"Temi) porque estava nu) e escondi-me ".
Quando Adão e Eva ouviram que Deus andava no jardim,
esconderam-se, ao invés de irem andar com Ele (Gn 3.8-10).
Isolaram-se de Deus, deixando de buscar o seu conforto, que
era (e é) mais do que capaz de dá-lo. .
54 / Curando as Feridas da Alma
Atos de Ira
"Irou-se Caim fortemente e descaiu-lhe o. seu semblante".
Quando o sacrifício de Caim não foi tão aceitável como o do
seu irmão Abel, Caim zangou-se. Deus reconheceu os
sentimentos normais de raiva que Caim sentia, mas exortou-o a
fazer o que era certo (Gn 4.6,7) - que preparasse outro sacrifício.
Mas em vez disso, Caim matou seu irmão (Gn 4.1-9), preferindo
agir de acordo com sua raiva.
O sucesso das outras pessoas pode ser ameaçador e até o
convençe de que você nunca será bom o suficiente. Se você abriga
esse tipo de pensamento, fica com raiva e permite que a ira se
manifeste em explosões inadequadas. Se tem acessos de raiva,
como Caim, talvez chegue a mentir para encobri-los. Quando lhe
foi perguntado onde estava Abel, Caim mentiu a Deus: "Não sei",
respondeu ele. "Sou eu guardador do meu innão?" (Gn 4.9).
Negação
Livros e seminários nos incentivam a impressionar as pessoas
com pouca consideração ao que acontece em nosso interior.
Dizem-nos para empregarmos nossos melhores esforços em
qualquer coisa, ainda que os outros saiam feridos e sofram.
56 / Curando as Feridas da Alma
Culpa
Nassa cultura nos ensina que nada está resolvido até que
tenhamos achado um culpado. O baderneiro real das brigas do
pátio da escola (como se houvesse apenas um) deve ser
descoberto e devidamente punido. Quando ocorre um desastre
de avião, o público fica obcecado em saber de quem foi a culpa.
Enquanto as companhias de aviação avaliam a culpa a fim de
evitar outros acidentes, o público procura um bode expiatório.
Isolamento
Com o aumento da facilidade dos meios de transporte, muitos
sentem-se solitários e sem um lugar ao qual pertencer. Não temos
histórias de relacionamentos de amizade envolvendo nossos
vizinhos ou irmãos da igreja. Ao invés de confiarmos naqueles
que nos fazem vizinhança, os desconhecemos. Mesmo as pessoas
que têm muitos amigos e que fazem parte de diversos grupos,
podem vir a descobrir que não são verdadeiramente próximos
de ninguém.
,, .. l li. J
A Desvantagem de Sermos Humanos / 61
Reflexão Pessoal
Os Cuidadores
Na família com um "nenê rei", o outro cônjuge e os filhos o
suportam e chegam até a mimá-lo. São os cuidadores de "sua
majestade", que aceitam como recompensa o fato de serem vistos
como os "bonzinhos" da família. São eles que dão um jeito nas
coisas, negociam com o "nenê rei" e instigam qualquer mentira
ou atitude dissimulada necessária para evitar incomodá-lo.
Eis como tipicamente se sente o cônjuge que assume a
responsabilidade de cuidar do outro:
Jeffsentia que tinha uma dioida para com a mãe, visto que ela
construirá sua existência ao redor dele. Considerando que
nenhum dos'pais dava atenção às necessidades deJeff, eleestava,
em certo sentido, criando-se sozinho.
I i i. l ~
Padrões que Bloqueiam. Nosso Crescimento / 75
Reflexão Pessoal
Responda as perguntas a seguir o mais honestamente possível.
Mas antes faça uma breve oração a Deus, pedindo que Ele
revele qualquer coisa que você precise saber.
76 / Curando as Feridas da Alma
I,. lã j I J I; IiJ
Padrões que Bloqueiam Nosso Crescimento / 77
A .- .-
I TOTAL
expenencia:
I·' .~
o Modo como as Famílias Tendem a Ser / 79
Fronteiras Violadas
Às vezes os pais invadem o espaço dos filhos e tomam conta
do seu mundo. Constroem a vida ao redor dos filhos e ficam
o Modo como as Famílias Tendem. a Ser / 81
l 1.1.11 I
o Modo como as Famílias Tendem a Ser / 83
Falta de Comunicação
"Não se fala sobre esse assunto em nossa casa", é a declaração
que comumente se aplica a conversas sobre sexo, dinheiro ou a
verdadeira causa da doença que matou a vovó. Se os filhos
fazem perguntas a respeito desses assuntos, é lhes dito que não
precisam saber das respostas. O filho encontra a mãe chorando
no quarto, mas ela lhe diz que não há nada de errado. Tias e
tios podem estar vivendo num asilo ou um irmão ou irmã pode
ter morrido no parto, mas nada disso é contado às crianças. Os
pais sempre estão tentando protegê-las, mas isso traz como
conseqüência a negação, porque elas sentem que há uma tristeza
no ar e consideram-se a causa.
Manter tantos assuntos às ocultas significa que as
conversas são cheias de códigos e significados secretos. As
pessoas tendem a falar passiva ou agressivamente, mas sem
convencer.
Tensão
O palco para um desenvolvimento capenga é formado na
infância, se os pais "nenês reis" se enclausurarem em suas
próprias tensões e deixarem de tratar os filhos com carinho.
Mesmo sendo pequeninos, os bebês captam as tensas mensagens
emocionais. Essa tensão, por sua vez, rouba das crianças as
tendências infantis de serem inquietas, brincalhonas e curiosas.
É como se deixassem de fazer os cursos básicos da vida -
Jardim I e Jardim II - e fossem empurradas prematuramente
para a fase adulta. Uma maneira de dissimular essa tensão é agir
como "crianças boazinhas".
Quando esses bebês tornam-se adultos, sobejam em
nervosismos. Empenham-se em agradar os outros e parecer
perfeitos. Tentam agir da maneira como acham que os adultos
Baixa Auto-Estima
Às vezes as crianças estão irritadas ou amarguradas, porque os
pais não as afirmam e elas nunca experimentam senso de
realização. Um pai pode até advertir o filho que recebeu alguma
distinção na escola: "Agora, não deixe que isso te suba à cabeça,
certo?" Alguns, todavia, depreciam ou criticam os filhos, porque
pensam que isto fará com que se esforcem mais. Não percebem
que aquelas pequenas palavras de encorajamento - "Bom
trabalho!" - são as peças que formarão o senso de realização
da criança. Sem isso, tornar-se-á um adulto sem a confiança
necessária para cumprir as metas e os sonhos que Deus colocou
em seu coração.
Outras vezes, as crianças desenvolvem um baixo conceito de
si mesmas, porque os pais nunca dizem nada. Eles permanecem
distantes, porque estão muito envolvidos em seus próprios
problemas ou porque não se sentem confiantes como pais. Não
sabem como abraçar ou disciplinar os filhos e têm medo de
cometer erros, por isso não tentam. Ainda há os que não se
prendem aos filhos, porque estes não estão entre as primeiras
prioridades de suas vidas. Os filhos praticamente se criam
sozinhos.
Se o humor dos pais varia excessivamente, do mesmo modo
é inconstante o desejo dos filhos em atingir um fim proposto.
Danielle recorda que sua infância - e sua auto-estima - eram
cheias de altos e baixos:
Desenvolvimentos Atrasados
Crescer numa família cheia de desavenças pode afetar o
desenvolvimento emocional, intelectual e social. Por exemplo,
crianças criadas em famílias alcoólatras apresentam maiores
problemas relacionados à disposição de espírito, conformismo,
relacionamentos, capacidade de liderança e estabilidade
emocional.' Outros estudos mostram um aumento da depressão,"
o Modo como as Famílias Tendem a Ser / 87
Vislumbres da Graça
Um sistema familiar aberto permite que os filhos tenham um
visl umbre de como as outras famílias vivem. As crianças ficam
chocadas quando vão pernoitar na casa de amigos e descobrem
que as outras famílias falam e riem. Mal conseguem entender
um mundo que seja assim tão genuinamente cheio de paz ou
divertimento. Freqüentemente procuram passar mais tempo com
esses amigos para descobrir que há fronteiras mais adequadas
na vida - aquilo que é pessoal demais, aquilo que é ofensivo.
Outras vezes, as crianças ficam por algum tempo com a família
de um parente ou de um vizinho, que as leva para passear e as
recebe em casa. Quando as crianças experimentam esta interação
familiar sadia, têm a vontade despertada para fazer as coisas de
90 / Curando as Feridas da Alma
II.k j I
o Modo como as Famílias Tendem a Ser / 91
Reflexão Pessoal
Responda as perguntas a seguir o mais honestamente
possível. Mas antes faça uma breve oração a Deus, pedindo
que Ele revele qualquer coisa que você precise saber. Se
você estiver participando de um grupo ou estiver
compartilhando as respostas com um amigo, escolha as
perguntas que você se sente mais confortável para responder
em grupo.
•
• Com que tipo de pessoa você se sente mais à vontade?
Por que você acha que isso é assim? Será que não tem
nada a ver com sua infância?
o Responsável
Em meio ao caos, eu me esforçarei ao máximo, e
assim as pessoas me amarão.
o Criador de Casos
Em meio ao caos, eu serei o problema, e
assim as pessoas me notarão.
o Ajustador
Em meio ao caos, eu me desligarei das pessoas, e
assim não me incomodarão.
o Apaziguador
Em meio ao caos, eu farei com que as pessoas se sintam melhor,
assim irão me amar.
Descobrindo o Verdadeiro Eu
Compreender os papéis que desempenhamos na infância e ainda
desempenhamos hoje ajuda-nos a descobrir por que tratamos
as pessoas deste ou daquele modo e por que interpretamos mal
os propósitos de Deus para nós, se tais propósitos entram em
conflito com o nosso papel. Os criadores de casos não fazem
nichos para nós mesmos, que ficamos presos neles. Veja como
Dan fez isso:
Reflexão Pessoal
• De que maneira você diria que seu papel tem servido de estorvo
em seus relacionamentos? No seu lugar de trabalho? Com Deus?
Desconfiança
Nossa cultura procura incentivar as pessoas a fingir ser aquilo
que não são. O funcionário do serviço ao consumidor pergunta:
"Posso ajudá-lo?", quando de preferência não desejaria ajudar. Os
anúncios tentam nos persuadir que, para termos todas as respostas,
podemos confiar nos políticos, médicos ou em conselheiros com
espírito de iniciativa. Mas eles, em geral, não têm a resposta. Se
você acrescentar todas essas influências aos padrões de negação
desenvolvidos na infância, verá que a desconfiança é gerada. As
pessoas se protegem através dos seguintes meios:
I I ,.i. ~ • I
Lutando Para Sermos Adultos / 111
Autocondenação
Julgando-nos sem piedade
Os adultos criados num lar em que um dos pais era "nenê rei"
ou cuidador descobrem que são extremamente leais a qualquer
pessoa que, na opinião deles, seja cuidadora. Isto pode significar
a permanência em relacionamentos péssimos e situações de
emprego difíceis, quando outros não ficariam. A história de
Belinda fala sobre este problema:
Alienação
Sentindo-nos inferiores aos outros
Alguma vez você já teve a sensação de que todo o mundo
conhece os segredos de sua vida? Às vezes parece que os outros
têm uma vida divertida e sabem o que estão fazendo, enquanto
que você "perambulá" pela vida. Em outros momentos, parece
que todos estão entendendo a graça de uma piada, mas você
não. Bem no fundo, você talvez sinta o medo de que seja o
motivo da piada.
Se, quando criança, os adultos se comunicavam com você
através de palavras, ações ou expressões faciais indicando que
as outras coisas eram mais importantes do que você, pode ser
que interiormente acredite não ter muito valor, ainda que nunca
tenha dito isso em voz alta. Talvez esses adultos não tivessem
essa pretensão, mas sentiam-se frustrados, pressionados ou
desesperados em suas próprias circunstâncias difíceis. Quando
a falta de valorização se torna um sentimento familiar, a vergonha
nos assalta mesmo quando cometemos erros pequenos. Essa
vergonha pode nos levar a manter certa distância das pessoas,
, I • ~ I i I i •. I ~. Ü. I L ;. ~ I li I ... I II H1__ I
Lutando Para Sermos Adultos /115
I J. i I ~ I I1 "... ,.. l j,L" , ,,' I1 ~. '" I " I " , I 1'" 1& I 111111
Lutando Para Sermos Adultos / 117
Temendo o abandono
Não é preciso que você tenha sido deixado à porta de uma casa
quando bebê, para se sentir abandonado. Com a queda de Adão
e Eva no jardim do Éden, veio um sentimento de abandono que
não é satisfeito até que cheguemos ao céu. Aqui na terra, as
pessoas com quem nos importamos têm seus próprios problemas
e, às vezes, sem o perceberem, elas nos abandonam
emocionalmente. Quando precisamos de alguém para nos apoiar,
ou para nos dar uma palavra amiga, não encontramos ninguém.
Por isso, quanto mais acontecem esses-abandonos, mais profundo
se torna o sentimento de que seremos esquecidos, de que
ninguém virá em nosso auxílio quando precisarmos.
Se o medo de sermos abandonados for muito forte, pode ser
que nos apeguemos àqueles que amamos a ponto de os
sufocarmos. Margaret nos conta sua perspectiva:
Tensão
A ira e hostilidade em nossa cultura nos dizem que é sábio estarmos
sempre alertas. Você nunca sabe quando será atrevidamente
abordado na rua. Alguns de nós protegem-se emocionalmente
agindo como se todo acontecimento fosse uma catástrofe em
potencial e, depois, ficam agradavelmente deliciados quando as
coisas dão certo. A tensão se apresenta das seguintes maneiras.
Reflexão Pessoal
Comida
Compulsão em comer e fazer dietas
Comer compulsivamente é usar a comida e O ato de comer
como um agente calmante, assim como os alcoólatras usam
o álcool. Os comedores compulsivos gastam muito tempo e
energias pensando e lidando com comida (e corncndol).
Anseiam ardentemente por comer, sobretudo quando estão
sozinhos. Pode ser que comam salada quando se encontram
com um amigo para almoçar, mas logo após se separarem
atacam firme no sorvete. Alguns chamam essa compulsão
em comer de "o pecado dos crentes", porque com as comidas
caseiras servidas na igreja, os eventos destinados a angariar
fundos e os encontros sociais para degustar sorvete, é difícil
evitar não comer.
Considerando que as revistas, os filmes e a televisão nos
passam a mensagem de que ser magro é tornar-se atraente, as
pessoas sentem-se compelidas a emagrecer. A compulsão em
III J'
Amortecendo a Dor / 129
A Mídia
Assistir televisão por horas a fio e ler livros nos quais as fantasias
se realizam, parecem proporcionar satisfação quando a vida é
por demais estressante para ser enfrentada.
Trabalho
Ser viciado em trabalhar não é amar o trabalho pesado; é trabalhar
compulsivamente por razões que pouco têm a ver com trabalho. As
pessoas tomam-se viciadas em prcxiutividade porque precisam sentir-
se úteis, precisam ter o controle de algo ou porque precisam ter a
sensação de que realizaram alguma coisa para sentir-se valorizadas.
".L • I ,. J I j; ~ •
Amortecendo a Dor / 131
Dependência Religiosa
Todos os tipos de crenças têm seus viciados em religião, mas
vamos examinar como este vício se manifesta nos círculos cristãos.
Dependência Química
Álcool
Ainda que o indivíduo não chegue ao ponto de ficar embriagado,
a dependência do álcool evidencia-se em fazer o que for
, . , ~ I i .
, 1,1. oi. j .
Amortecendo a Dor / 135
Drogas
Tecnicamente falando, a nicotina, o açúcar e a cafeína são drogas,
porque, ao serem consumidas, alteram a estrutura ou função do
corpo. Produzem sensações de euforia e depressão no corpo da
maioria das pessoas. Tornam-se em compulsão quando são
usadas regularmente para controlar a dor, dar energia ou relaxar.
Os remédios prescritos com o propósito de aliviar a dor física
chegam a viciar quando são usados para mascarar a dor
emocional. O "viciado" vai então de médico em médico, em
busca de mais um alívio rápido. Mesmo as drogas ilegais são
mais comuns em círculos cristãos nos EUA do que se imagina.
As crianças nascidas nos anos 60, na época dos hippies que
fumavam maconha, hoje são homens feitos que usam terno e
gravata e em casa têm momentos de descontração praticando o
mesmo hábito. Certa mulher queixava-se de seu marido:
Dependência Sexual
De acordo com o psicólogo Patrick Carnes,3 o amortecimento
da dor por meio da atividade sexual ocorre em três níveis.
Nível Um: Masturbação, repetidos relacionamentos
promíscuos, pornografia e shows de strip-tease, prostituição e
homossexualidade.
Nível Dois: Exibicionismo, voyeurismo, telefonemas obscenos
e liberdades.
Nível Três: Molestamentos, incesto, estupro, violência sexual.
Muitos viciados em sexo foram abusados sexualmente quando
crianças. Em sua solidão e alienação, revivem essas experiências
traumáticas. As boas notícias são que há cada vez mais
conselheiros especializando-se nesse campo de estudo e mais
literatura que aborda com propriedade o tema.
Renunciando os Impulsos
Nosso propósito é ajudá-lo a examinar os artifícios que você
usa para se proteger e, por isso, este capítulo foi designado a
investigar seus pensamentos. Muitos livros excelentes e grupos
de apoio oferecem ajuda no que tange aos tópicos abordados
aqui. Apresentamos a seguir algumas perguntas que o auxiliarão
a determinar se o seu comportamento é compulsivo ou não:
Reflexão Pessoal
Escolha três ou quatro destas perguntas a seguir e compartilhe
as respostas com um grupo ou amigo.
,
COMO DEUS REALMENTE E A MANEIRA COMO O VEMOS
Amoroso e prestativo Irado e indiferente
Bom e misericordioso Intratável e inflexivel
Inabalável e confiável Imprevisivel e indigno de confiança
Graça incondicional Aprovação condicional
Presente e acessivel Ausente quando precisamos dEle.
Doador de coisas boas Tira-nos as coisas boas,
"desmancha-prazeres"
Sustenta-nos e satisfaz nossa Critico e antipático
necessidade de auto-afirmação
Acolhe-nos Rejeita-nos
Santo, justo e imparcial Iniquo, injusto e parcial
Crentes "Bonzinhos"
Se você cresceu numa respeitável família cristã com um pai ou
mãe "nenê rei", a distorção relacionada com Deus pode ser
ainda maior. Talvez você tenha sentido que a igreja aprovou
esse comportamento egoísta, mesmo que seus pais
desconhecessem o quão radical era tal procedimento. Isto só
serviu para confirmar seus piores temores de que a igreja era
exatamente como sua família: um lugar inseguro para falar,
confiar ou sentir.
Não obstante a dimensão dessa distorção, o resultado é que
agimos como se Deus não fosse alguém com quem
verdadeiramente pudéssemos falar, confiar ou sentir. Quando
144 / Curando as Feridas da Alma
Distorcendo as Escrituras
Sendo bonzinho
I_.L j I l I It J I. W. l ILl,'.1
Visão Espiritual Embaçada / 147
Fórmulas legalistas
Como mestres da autocondenação, servimo-nos de versículos
bíblicos para nos martirizar. jan costumava se sentir culpada,
quando lia a passagem de Filipenses citada há pouco:
justiça instantânea
Outra idéia escriturística que pode nos confundir é o ser a "nova
criatura" em Cristo. Segunda Coríntios 5.17 diz: "Assim que, se
alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já
passaram; eis que tudo se fez novo". Cristãos bem-intencionados
sugerem que esta Escritura significa estarmos libertos de nossa
natureza pecaminosa,. da influência decorrida de nossa cultura
e de tudo o que tenha acontecido no passado.
Tornar-se nova criatura em Cristo não é um processo
instantâneo. Este procedimento demorado está descrito em João
8.32: "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará". O Dr.
Lawrence Richards, mestre da Bíblia, faz um comentário sobre
este versículo: "Conhecer a verdade não é compreendê-la
intelectualmente, mas vivenciá-la. Conhecer a verdade não é
concentrar nossas atenções em um conjunto do conhecimentos,
mas viver em contato com a realidade como Deus a conhece"."
Esta experiência de viver na realidade de Deus é algo no
qual crescemos, à medida que vamos desenvolvendo nosso
relacionamento com Ele. Uma pequena parte desse processo
abrange romper com a negação e admitir o quanto nosso
passado nos afetou. Quanto mais formos crescendo em nosso
entendimento de que Deus nos ama e nos transforma, tanto
mais livres estaremos para nos tornar novas criaturas em
Cristo.
150 / Curando as Feridas da Alma
Promessas quebradas
Alguma vez você já olhou com suspeita os versículos bíblicos
que prometem a proteção de Deus? Talvez você tenha
questionado versículos como estes: "Porque aos seus anjos dará
ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus
caminhos. Eles te sustentarão nas suas mãos, para que não
tropeces com o teu pé em pedra" (SI 91.11,12). Alguns já
pensaram consigo mesmos: Se estes versículos fossem de fato
verdadeiros, um adulto que na infância tenha sido abusado
sexualmente poderia perguntar: "Onde estavam esses anjos
quando precisei deles? Por que minha infância foi tão cheia de
temores?"
Estes versículos estão nos dizendo que Deus fornece proteção
angélica em certas ocasiões. Aqui não há a promessa de que os
crentes nunca terão problemas ou que nunca irão sofrer
injustamente (o que muitas vezes queremos que signifiquem).
Se estes versículos realmente prometessem proteção total, não
haveria um crente sequer que tropeçasse em pedra alguma! Esta
conclusão é não somente ridícula, mas também sabemos que
muitos dos cristãos primitivos foram perseguidos (At 8.1-3) e ao
menos um apóstolo, Tiago, foi decapitado (At 12.2).
Parte de nosso problema com versículos como os do Salmo
91.11,12 é querermos saber por que Deus faz o que faz. Isto faz
parte do esforço humano em entender Deus e suas decisões, o
que não é um objetivo recomendável ou prático. "Porque os
meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os
vossos caminhos, os meus caminhos, diz o SENHOR. Porque,
assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os
meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os
meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos"
(Is 55.8,9). Deus sabe de tudo, nós não, e ficamos frustrados
nessa tentativa (Is 40.13). Em vez disso, nossa meta deveria ser
aceitar Deus, buscar conhecê-lo e amá-lo. Esse conhecimento
Visão Espiritual Embaçada / 151
Reflexão Pessoal
"desmancha-prazeres"
necessidade de auto-afirmação
Acolhe-nos Rejeita-nos
Se por algum momento você age feliz, quando por dentro se sente
miserável, você entende o que significa ter um eu verdadeiro e um eu
"igreja". Pode ser que você tenha ignorado seu eu real por tanto tempo,
que parece não existir mais. Para sermos verdadeiros com Deus e com
os outros, temos de nos familiarizar de novo com o eu real.
Vivendo Conscientemente
Quando o eu verdadeiro fica soterrado por muito tempo, as
pessoas esquecem como viver a vida conscientemente. Elas se
158 / Curando as Feridas da Alma
• Como me sinto?
• O que penso?
• O que fareü
Como Me Sinto?
Se você se manteve no piloto automático por muitos anos, esta pergunta
JXXie ser difícil de responder. Talvez você não esteja acostumado a
perceber os sentimentos e não faça idéia de como o é. Ou você JXXie
ter vivido sob o dever de ser "completamente feliz o tempo todo" e
sentir que está muito distante desta meta, de fonna que não dá a
:mínima ao que sente. Se durante anos sufocou seus sentimentos, este
é o momento de pedir a Deus que os mostre e ajude você a identificá-
los. Apresentamos a seguir uma lista de sentimentos comuns a fím de
ajudá-lo a identificar o que acontece em seu interior.
o Que Penso?
Logo que sabemos o que sentimos, recuamos e procuramos a
razão para o sentimento e o que ele tem a ver com nosso
comportamento. Estou furioso por causa do que alguém me
disse no telefone hoje de manhã? Sou obstinado porque sempre
quero ter razão? Sou tímido porque no trabalho me afasto dos
outros, o que faz parte do meu papel familiar de ajustador?
Depois que nos imaginamos em nossos sentimentos e os ligamos
com nosso comportamento, podemos fazer aquela pergunta que nossa
cultura é rápida em fazer: Como este sentimento se enquadra com a
realidade? É útil reprisar o evento em nossas mentes a fim de nos
assegurar de que estamos nos lembrando como de fato aconteceu, e
não relatando de maneira parcial e injusta. Tendemos a torcer os fatos
- mesmo aqueles que aconteceram há um segundo. Por exemplo, se
penso que todo o mundo que me olha torto está bravo comigo, posso
chegar à conclusão de que alguém está com raiva de mim.
, .. ~ • I I I, , I .~L .. L J I I j~ I I W. I Il JliL i
A Vida sob Exame / 163
o Que Farei?
O que a verdade exige que você faça para ir até ao fim sem
fraquejar? Às vezes temos de pedir mais .informação. Por exemplo,
se você não está certo de ter interpretado alguém de maneira
164 / Curando as Feridas da Alma
Como me sinto?
Com ódio! Para mim é dificil admitir a raiva, porque minhas
irmãs não mostram a raiva que sentem. Mas eu estoufervendo!
Preciso expressar esta raiva, mas estou sozinha no carro, não
o que penso?
Comecei a sentir raiva quando saí do trabalho. O que
aconteceu lá? Será que estou com raiva porque meu chefe
me ignorou, embora eu tivesse feito um trabalho excelente
para oprojeto?Pensei que isto nãofosse me aborrecer, mas
baseado no modo como estou dirigindo, estou com ódio
de algo e acho que é isso.
Este é um padrão para mim? Sim. Freqüentemente fico
com raiva quando aspessoas me ignoram - especialmente
os homens. Por que ajo assim? Costumava ficar com raiva,
quando meu pai me ignorava. Hoje manipulo os homens
para chamar a atenção ou obter a aprovação que perdi.
Como é que isso se enquadra com a realidade? Meu pai
me ignorava, é verdade, mas agora entendo que ele tinha
seus próprios problemas. Ele administrava dois negócios,
suas campanhaspolíticas e seu programa de rádio. Talvez
estivesseprovando a si mesmo que era melhor do que o pai
dele. Falei com ele sobre a sua infância e a minha epercebo
que ele me amava tanto quanto podia.
Não sei o que meu paipensa de mim agora. Entretanto,
ao refletir sobre isso, ele conta aos seus amigos sobre o
meu trabalho e o quanto estou me saindo bem. Minha
ânsia para que meu pai me notasse pode explicar minha
necessidade insaciável de ser notada. Sempre faço coisas
que me envergonham apenas para chamar a atenção.
o quefarei?
Preciso falar com alguém sobre isso. Vou chamar minha
amiga que luta com seus sentimentos sobre o pai dela.
166 / Curando as Feridas da Alma
Processo Diário
Sentimentos fortes são apenas uma situação na qual este exame
de consciência acontece. Ao término do dia, podemos refletir no
modo como interagimos com os outros. Também podemos pedir
a Deus que nos mostre nosso progresso: Em que momento do dia
fiquei calmo, quando costumava ficar agitado? Quando foi que
esqueci de minha costumeira obsessão por mim e ouvi alguém,
genuinamente absoruendo as palavras que a outra pessoa dizia?
Não vemos este processo como repreensão de Deus, mas
como estágios suaves no modo como Ele nos transforma.
Entendemos que Deus é como o pai na parábola do filho pródigo,
que por anos esperou que seu filho voltasse - não para
repreendê-lo, mas para sair correndo ao encontro do rapaz
arrependido e saudá-lo (Lc 15.20). Toda vez que descobrimos
uma verdade desagradável sobre nós, recebemos esta
conscientização com gratidão e caímos nos braços do Pai.
Gentilmente a entregamos enquanto Deus trabalha em nós. À
medida que assim damos atenção a nós mesmos, vivemos com
mais autenticidade diante de Deus e das outras pessoas.
, .. I, I •L ,I, ~ , w. I I.i
A Vida sob Exame / 169
Reflexão Pessoal
Clamores Internos
Nossos pensamentos mais íntimos podem parecer tolos e
egocêntricos, mas não são mais estranhos do que os clamores
angustiados dos salmistas. Às vezes seus clamores faziam sentido;
às vezes, não. Em algumas ocasiões, eram bonitos e poéticos;
em outras, eram cheios de vingança e autopiedade. Enquanto
que por vergonha escondemos nossos mais profundos clamores,
os salmistas dirigiam esses clamores a Deus. Os judeus julgaram
apropriado incluir estes salmos extremamente emocionais e às
vezes severos em seu hinário de adoração, fato que confunde
muitos cristãos hoje em dia.
Alguns de nossos clamores interiores são pueris, refletindo a
humildade e franqueza das crianças, qualidades que Jesus nos
aconselhou buscar: "Se não vos converterdes e não vos fizerdes
I I.". ~ I I I I I. i J. I, I.d .A. ,I I • .1. I L a.I. .L _. I .1 r I., Li'" I Ili i Il j~&i ~ I oH.
Ouvindo-nos a Nós Mesmos / 173
Clamores Infantis
Embora Deus, como nosso Pai, nos encoraje a irmos a Ele com
nossos clamores infantis, estes também exigem atenção. Se formos
honestos conosco mesmos, verificaremos que tais clamores podem
ser egoístas. Às vezes, nos preocupamos com nossas necessidades
e não com as metas que Deus tem em mente para nós.
Alguns de nossossentimentos reais parecem infantis, porque refletem
a impaciência de crianças que nunca aprenderam a adiar a satisfação.
Queremos o que queremos quando o queremos. Talvez tenhamos
tirado essa atitude de nossa cultura, que é impaciente com o fracasso,
ou de um pai ou mãe que exigiu demais: "Arrume de novo a cama e
desta vez faça direito!" Hoje, quando adultos, ficamos horrorizados ao
sentirestas atitudes de "nenê rei" explodirem dentro de nós. Tentamos
encobri-las com o eu "igreja" e fingimos ser uma criança boazinha,
que se comporta com toda a perfeiçãoe respeitabilidade de um fariseu.
Podemos manter o "nenê rei" cuidadosamente em segredo até que,
de repente, um assunto particularrnente doloroso surge no trabalho
ou na reunião ministerial da igreja e então explcx:limos. As pessoas
nos olham com surpresa e se perguntam o que aconteceu.
Nosso lado "nenê rei" está em ação quando nossos clamores
mais profundos se assemelham a estes.
Reflexão Pessoal
'"~ j"j,. , ,.,.1 ~.,Il,~ . , I,. I "1' l' I 11111<1 I' ~II
ICmo TRflE I
Precisamos das Pessoas
Segurança
A confidência - não contar a ninguém o que ouvimos
assegura-nos que podemos revelar nossos piores segredos
pessoais sem vê-los divulgados alhures. A confiança não se
desenvolve a menos que todos os comentários sejam mantidos
em segredo.
Ouvir com segurança também envolve nos ouvirmos uns aos
outros até o fím, sem nos fixarmos uns nos outros. Não damos
opiniões ou fazemos minissermões. Temos o cuidado de nos
concentrar em verdadeiramente ouvir a pessoa e não em dar
conselhos. Podemos contar como Deus trabalhou em nossas vidas,
mas não oferecemos métodos práticos a ninguém. O Espírito Santo
convence as pessoas sem que alguém diga: "Você é crente. Você não
pode se sentir assim". Alguns grupos praticam o ouvir com segurança
seguindo a regra de "não interromper" (ninguém se manifesta durante
o tempo reservado para a pessoa falar). Esta rotina também ajuda
aqueles que ouvem, sobretudo se são pessoas que desempenham o
papel de cuidador (Capítulo 5) ou o de apaziguador (Capítulo 7).
Elas aprendem a ouvir os outros respeitosamente.
A segurança de tais relacionamentos e grupos permite-nos
experienciar sentimentos que há muito enterramos. No papel
familiar do ajustador (veja o Capítulo 7), Anita nunca ficava
182 / Curando as Feridas da Alma
Honestidade
Muitas das conversas feitas antes e depois do horário dos cultos
dizem respeito às últimas notícias, ao tempo e às variedades:
"Assistiu aquele programa ontem?", ou: "Gosto do seu vestido
novo". Todos achamos difícil falar sobre nossa fé e sentimentos.
Fazer comentários sobre confusão e raiva pode ser interessante,
mas às vezes nos parece chocante e ofensivo. As histórias das
pessoas desafiam nossa rotina mental - estamos nos debatendo
com o mesmo assunto que nos choca? Curt fala a respeito de uma
de suas primeiras experiências num grupo de apoio:
Procure honestidade e fé
Quando Cynthia descobriu que seu marido de vinte anos tinha
sido secretamente bissexual, ela o odiou. Cynthia precisou
192 / Curando as Feridas da Alma
Teste as águas
Revele algo menos importante e veja como as pessoas reagem.
Quando Patty participou pela primeira vez de um grupo de
apoio, ela não acreditava que as pessoas viessem a aceitá-la.
Assim, mencionou o quanto se sentia mal por ter gritado com
os filhos na manhã daquele dia, e observou o comportamento
dos membros do grupo. Eles não sabiam, mas ela estava testando-
os. Eles "passaram" no teste de diversas maneiras. Uma delas foi
que quando as pessoas falavam, mencionando suas dificuldades
com determinado problema, o que pensavam que fosse a origem
dele e o que estavam fazendo a respeito. Ela também reparou
que depois da reunião, ninguém disse: "Patty, se você ler este
livro..." Antes que saísse, ela e outra mãe concordaram em orar
uma pela outra e falar por telefone com o intuito de encorajarem-
se mutuamente.
J 11 lll. I
Admitindo Quem Somos / 193
Reconhecendo a Culpa
Outra razão para não admitirmos facilmente nossos erros é que
a culpa não tem boa impressão. Também pode ser difícil entender
exatamente de que sentir-se culpado. Aqueles de nós que são
cuidadores presumem que muito do que acontece é nossa culpa.
Ao admitir nossos erros, precisamos assumir a responsabilidade
pelo que fizemos de errado e não nos preocuparmos com o
restante. Limpo meu lado da rua, por assim dizer, mas não posso
limpar o lado da rua da outra pessoa. Por exemplo, se alguém
se irrita com você, você é responsável pelo modo como vai
reagir. Se você responde sem ser rude (embora com firmeza),
não tem de assumir a responsabilidade pela outra pessoa ter-se
irritado. Se você implicou com ela até que se irritou, precisa
admitir que foi insistente e se desculpar. Contudo, você não é
responsável pelo fato de ela ter se irritado.
Assumir a responsabilidade pelo que não fizemos é falsa
culpa. A verdadeira culpa nos fala o que realmente fizemos de
errado e pelo que precisamos pedir perdão. A falsa culpa (ou
vergonha) é o desprezível sentimento que nos diz que somos
totalmente errados. Explica-se com pensamentos como: Eu não
apenas cometi um erro, eu sou o erro, se algo sai errado, devo
ser a causa. Além de pôr a pique a nossa auto-estima, a falsa
culpa aguça o papel da verdadeira culpa. Se estamos tomados
pela vergonha, não somos convencidos pela verdadeira culpa,
nem a confessamos e pedimos perdão. Não há suspensão
temporária da execução da sentença por vergonha.
Quando confessamos, tratamos da parte pela qual somos
culpados. Se não estamos certos de qual seja, podemos falar
sobre a situação com um amigo e pedir a Deus que nos mostre
nossa parte. Então confessamos nossa falta sem mencionar a
194 / .Curando as Feridas da Alma
Prestação de Contas
Uma vantagem preciosa em confessar nossas faltas a alguém
que confiamos é que existe uma suave prestação de contas.
Confessamos em alto e bom som que o exagero de nossas
realizações mencionadas no currículo, que nos xingamos de
"burro" por derrubar a caneta, que mantemos a distância a pessoa
que amamos porque tememos ser abandonados por ela. Ainda
que o ouvinte de nossa confissão nos aceite, pensamos duas
vezes antes de repetir o erro. Agora temos um companheiro em
nossa jornada espiritual com quem podemos contar. Também é
razoável supor que não confessaríamos esta mesma falta outra
vez à mesma pessoa ou grupo. Sentimos o leve dever de prestar
contas a eles.
Podemos até escolher prestar contas a uma pessoa ou grupo:
"Se me sentir fraco ... ligarei para você". Quando queremos prestar
contas, é sensato propor medidas razoáveis e práticas para
vencermos comportamentos. Charlotte conta sua história:
j 1..Il. . ~ ~ I I " 11" • I.~ Li I • ..I .11. li , I i" I 'o "~I, » I li II~I '
Admitindo Quem Somos / 197
Medo da mágoa
Avançamos lentamente, sendo pacientes com o que podemos
revelar. Talvez tenhamos de nos reassegurar repetidas vezes que
sobreviveremos.
Medo da rejeição
O grande medo ao confessarmos uma falta, sentimento oculto ou
hábito asqueroso é que o ouvinte venha a ter menos respeito por
nós. Contudo, muitos têm os mesmos sentimentos que nós e se
sentem aliviados ao descobrir que os outros têm as mesmas falhas
de caráter. Temos a crença errônea de que os outros levam suas
vidas em ordem e só nós que não. Quanto mais transparentes
formos, mais provável será que as pessoas confiem em nós.
A rejeição é inevitável. Nós a enfrentamos admitindo nossa
mágoa. Quando falamos com alguém a esse respeito,
conseguimos ver o que fizemos de errado ou, talvez, que a
avaliação daquele que nos rejeitou não foi precisa. Além disso,
ainda temos a reafirmação daqueles em quem estamos
aprendendo a confiar.
jan nos conta como o fato de ser ouvinte crítica a condenou:
• l LO i l. ÜI , j _i ,. ~ • I. I W; l J I lL&. 1
Admitindo Quem Somos / 199
Reflexão Pessoal
Chorando livremente
Embora as lágrimas sejam tabu em nossa cultura de individualistas
fortes e rudes, a humildade do exame de consciência nos
proporciona a liberdade de chorar. Nossa cultura diz que chorar
significa que somos fracos, instáveis e pessoas sem controle, mas
na realidade chorar dá força e estabilidade, à medida que
abandonamos as frustrações. Pesquisadores que estudam o choro
descobriram que as lágrimas são um dos sistemas do controle de
excreção do corpo, o que explica porque chorar nos liberta da
tensão e nos impede de passar dos limites. 1 Um bom choro libera
a pressão de nosso tanque de contenção e permite que a mágoa,
a raiva e o medo escapem. Quebra a intensidade de nosso trabalho
de exame de consciência e até alivia enxaquecas e tensões
musculares. Chorar é um passo preliminar para rir e confiar.
Com freqüência as lágrimas são um sinal de que nossos
sentimentos estão revivendo outra vez. São boas para a alma, porque
podem ser orações - as orações mais honestas que muitos de nós
jamais fizemos. Expressam sentimentos que não podemos exprimir.
Enquanto muitos preferem chorar em particular, compartilhar
lágrimas pode ser como um perfume. Sua fragrância curativa
alcança outros que também são tocados e libertos. As lágrimas
que derramamos sozinhos na presença de Deus celebram nosso
reatamento com Ele, caso tenhamos nos distanciado.
Escrevendo um diário
Diários são lugares seguros para confessar e trabalhar as respostas
às perguntas: "Como me sinto? O que penso? O que farei?" Na
privacidade de um diário admitimos nossos verdadeiros
sentimentos. Por não haver ninguém a ofender, falamos com
honestidade. Podemos até desejar endereçar todo ou parte do
diário a Deus. Considerando que nossos pensamentos estão
escritos, podemos relê-los para verificar se culpamos alguém ou
206 / curando as Feridas da Alma
Oração no Espírito
É erro presumir que a oração é uma pequena oferta de palavras
bem escolhidas. Porquanto esse tipo de oração seja valioso,
também o são as orações que fazem pouco sentido para os
outros. Considere Ana, cujas palavras eram tão inarticuladas e
os gestos tão exagerados, que o sacerdote Eli, do Antigo
Testamento, a confundiu com uma bêbada. Como ela, podemos
encontrar alívio em derramar a nossa alma perante o Senhor (1
Sm 1. 15b). Podemos revelar nossos sentimentos repulsivos e
conclusões forçadas.
20S / Curando as Feridas da Alma
I oi ••. , i II I .,
Criando Lugares Seguros I 209
Buscas criativas
Cindy não se considera artista, mas na solidão do seu divórcio,
ela fazia esboços de quadros, quando teve o impulso de comprar
um romance. Muitas vezes ela desenhou uma mulher sentada
numa cadeira, num canto, sozinha. "Ainda que me sentisse
completamente só, tentei retratar a verdade através da lapisada
de uma névoa ao redor da mulher para representar Deus. Isto
me ajudou a ver que Deus me ama e tem um propósito para
mim. Preciso saber disso".
I ;,\L J, ~ ~
Criando Lugares seguros / 211
Brinque
Use objetos de estimação da infância
Em certa ocasião, participantes do grupo de apoio ao qual Curt
pertencia traziam ursinhos de pelúcia às reuniões. A princípio,
os outros participantes acharam um tanto estranho. Curt
finalmente falou com elas a esse respeito.
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Criando Lugares Seguros / 213
Ajuda Profíssíonal
Aqueles que em relação aos seus sentimentos procuram ser
transparentes, mas não têm um sistema de apoio fidedigno,
podem precisar de ajuda profissional para entender os efeitos
214 / Curando as Feridas da Alma
Reflexão Pessoal
Exaustão física
Durante tempos de estresse, o corpo fica exaurido de energias.
Renovamos nossos corpos mediante as horas de sono adequadas
e os efeitos curativos de chorar, rir e fazer exercícios. Se queremos
nos levar muito a sério, precisamos rir às gargalhadas e perder a
compostura completamente.
Ao primeiro sinal de crise ou transição de vida, checamos
nosso equilíbrio - estamos nos cuidando e usando nossas
ferramentas? Nos dias em que parece não fazermos nada direito,
devemos responder quatro perguntas decisivas: "Estou com fome?
Com raiva? Solitário? Ou cansado?" Foi assim que Ileana se cuidou:
Presos na raiva
A raiva pode ser motivadora, sobretudo quando nos força a
sair da negação. Mas quando reprisamos em nossas mentes os
eventos do passado e ficamos presos a eles, nossa raiva nos
usa em vez de a usarmos. Então nos desesperamos e sentimos
que Deus não pode nos ajudar a vencer os sentimentos e
padrões destrutivos. Agarrarmo-nos à raiva reduz a velocidade
de nosso progresso, porque colocamos nela a energia que
deveria ser canalizada na busca de Deus (Ef 4.26,31). Para
evitarmos essa situação, devemos expressar nossa raiva de
maneira segura, chorando, escrevendo um diário, fazendo
exercícios, gritando onde seja seguro fazê-lo, conversando com
um amigo compreensivo, escrevendo cartas sem as enviar -
o que quer que nos ajude a trabalhar nossa raiva sem prejudicar
os outros.
Platôs de medo
Se precisamos dar um passo à frente, mas nos acovardamos, é
provável que fiquemos sentados à beira da estrada de nossa
jornada. Talvez seja hora de sermos afirmativos em um
relacionamento, perdoar o amigo, enfrentar hábitos de gastos
incontroláveis, mas isto parece muito difícil. Quando usamos
nossas ferramentas para trabalhar a coragem de assumir o risco
necessário, quebramos a inércia do platô.
Culpando a Família
Vivendo a vida cheia de "Se minha mãe não tivesse..." e "É
culpa do meu irmão que hoje eu...", nos impede de assumirmos
a responsabilidade pessoal por nosso crescimento. Esta atitude
nos encarcera na amargura e na imaturidade.
Além disso, culpar os pais é injusto, porque eles muitas vezes
agiram bem, apesar da cultura e criação que tiveram. Se
soubéssemos os dilemas que enfrentaram quando crianças,
ficaríamos surpreendidos com o quanto se deram bem na vida.
Com freqüência os alcoólatras recuperados falam em reuniões
dos Alcoólicos Anônimos sobre o quanto tentaram ser bons pais,
mas o quanto foram mal sucedidos. Amam os filhos e o seu
desejo é eles tivessem recebido melhor educação (o que é um
sentimento familiar a todos os pais). Quiçá estes pensamentos
também sejam os pensamentos de seus pais. Isto não apaga os
efeitos do comportamento deles em nós, como adultos, mas
significa na verdade que a culpa não lhes é adequada.
No empenho de fazer a coisa certa, os crentes podem se
obrigar a perdoar os pais. Mas esta atitude contra-explode, porque
a raiva volta. Essa situação ajuda a ver o perdão como uma
meta e um processo. Reconhecemos que estamos no processo
de perdão, quando pedimos a Deus que nos ajude a alcançar a
meta do perdão. Pomo-nos em direção à essa meta e entendemos
que o perdão é, muitas vezes, um subproduto de trabalhar os
222 / Curando as Feridas da Alma
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Movendo-se em Direção À Estabilidade / 223
que você faça. Sem saber nada acerca da sua luta, distanciamento
de Deus ou emoções reprimidas, eles podem pressioná-lo a
esquecer o passado, assumir o controle de sua vida e ir em
frente antes que você esteja preparado. Por isso, se continuarem
pressionando-o, diga: "Estou trabalhando em algumas questões
de minha vida que estão me ajudando a me entender melhor".
A prestimosidade é a medida do quanto dizer. Se falar com os
pais ajuda de algum modo o seu relacionamento com eles, considere
a opção. Jeanette queria falar com seus pais, mas não sabia como.
Ela foi falando com eles um pouco de cada" vez. Quando eram
insistentes em pedir que ela os ajudasse, mas ao mesmo tempo não
pedia aos outros filhos, ela explicava: "Vou ajudar, mas, mãe, eu não
sou a salvadora da família. Os outros filhos desta família também
pcx:lem ajudar". Quando sua mãe tentou fazer com que ela falasse
com seu irmão para que este se reconciliasse com a esposa, Jeanette
disse: "Eu não sou mais a mediadora entre a senhora e ele. Se quer
lhe dizer algo, telefone para ele e diga". Ela amava muito sua mãe e
achava difícil dizer-lhe estas coisas, mas descobriu que respirar fundo
e usar um tom de voz gentil ajudava imensamente.
Algumas pessoas, especialmente aquelas que foram física ou
sexualmente abusadas, acham que é importante confrontar os pais
sobre os comportamentos passados. Motivos para agir dessa maneira
podem ser difíceis de determinar. Às vezes tal ação é feita com
sutis sentimentos de vingança: Eles meferiram, agora eu vou feri-
los. Procurar vingança mostra que estamos presos na raiva e não
nos concentrando no nosso lado da ma. Precisamos perguntar: Por
que estou fazendo isso? O que espero obter com isso?
Aqueles que são de famílias nas quais os problemas foram
particularmente discretos, também podem achar que a
confrontação é proveitosa, embora seja um pouco mais difícil.
Talvez a família fosse publicamente respeitada e admirada, ou
uma criança foi abusada por um dos pais, mas ninguém o admitiu.
Isto ajuda o indivíduo a sair da negação e acreditar que ele
precisa examinar o passado.
226 / Curando as Feridas da Alma
Reflexão Pessoal
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Construindo Relacionamentos Seguros
Não era um bom dia nem era um mal dia. Assim que entrei na
igreja,Jenniferme disse: "Oi.fan! Como vai?"Ela acenou e sorriu.
236 / Curando as Feridas da Alma
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Construindo Relacionamentos Seguros / 241
Reflexão Pessoal
Granito Aramado
246 / Curando as Feridas da Alma
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Mitos que Sabotam o Crescimento Espiritual / 249
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Mitos que Sabotam o Crescimento Espiritual / 257
Reflexão Pessoal
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Restauradores Feridos como Líderes de Igreja
Formando Pessoas
Como líder, você pode dar o tom da vulnerabilidade das seguintes
maneiras.
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Restauradores Feridos como Líderes de Igreja / 263
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Restauradores Feridos como Líderes de Igreja / 265
Mágoas ocultas
Pastores que são "crianças boazinhas" têm de esconder suas
mágoas mais profundas. Se não tomarem cuidado, elas aparecem
em comentários sarcásticos feitos durante os anúncios no
domingo ou mediante técnicas direcionadas a incitar a vergonha
para recrutar uma equipe de limpeza. Às vezes, o lado da pessoa
que imita o pai ou mãe "nenê rei" pode ter autoridade absoluta
sobre os membros da igreja; em outros momentos, o lado pai
ou mãe cuidadora pode querer agradar a todos.
Ensinamentos filtrados
Até os pastores que se empenham para ser eruditos ou imparciais
descobrem que eles filtram os ensinamentos bíblicos através de
suas experiências pessoais. Se tais experiências estiverem repletas
de negação, culpa, isolamento e reações iradas, a congregação
sentirá os resultados. Quando os pastores não entendem suas
distorções acerca de Deus e dos mitos culturais, eles podem estar
emitindo a verdade de maneira parcial e injusta para o povo.
Igrejas doentes
As características alistadas nos Capítulos 4 e 5 também aplicam-se
a igrejas. Sem se dar conta, um pastor pode estar reforçando na
igreja as mesmas tendências que existiam na família na qual ele
foi criado. Talvez você queira fazer estas perguntas aos seus líderes:
"Os limites das famílias individuais são ultrapassados pela liderança
da igreja? As pessoas confiam uma na outra? Há reforço consistente?
Os sentimentos sempre são expressos e, nesse caso, o são de
maneira apropriada? Sua igreja é um sistema aberto ou fechado?
Idéias novas e pensadores independentes são bem-vindos?"
Reflexão Pessoal
• Quem é Deus?
• Ele me ama?
• Se Ele me ama, como foi que isso pôde acontecer?
o Problema
Quer estejamos enterrados em crises ou infestados por hábitos
doentios, podemos nos achar fazendo e dizendo coisas que
nunca pensamos ser capazes. Sentimentos de raiva, decepção e
medo surgem e não sabemos como tratar deles.
Ainda que gostássemos de reclamar, culpar e colocar a culpa
nos outros, não o fazemos. Ao invés disso, optamos olhar dentro
de nós mesmos e admitir nossos hábitos e padrões doentios de
nos relacionar com as pessoas, e até a nossa decepção com
Deus.
Temos ludibriado muitos dos nossos sentimentos e, às vezes,
encontramos dificuldade em sentir ou expressar emoções
negativas, porque elas doem muito. Também pode ser difícil
expressar os sentimentos positivos, como alegria ou felicidade.
Deslizamos pela vida seguindo estas três regras não escritas:
Não fale, não confie, não sinta.
Às vezes nos identificamos com uma ou mais destas
tendências:
276 / Curando as Feridas da Alma
Desconfiança
• Reagindo exageradamente ante circunstâncias
incontroláveis.
• Mentindo, quando seria fácil dizer a verdade.
• Tomando decisões com base em capricho ou intensa
análise.
Autocondenação
• Julgando-nos sem piedade.
• Procurando aprovação e auto-afirmação.
• Sendo leais, mesmo àqueles que nos ferem.
Alienação
• Sentindo-nos inferiores aos outros.
• Lutando com relacionamentos mais íntimos.
• Temendo sermos abandonados.
• Sentindo-nos menos adequados do que os outros.
Tensão
• Trabalhando para nos divertir.
• Levando-nos muito a sério.
• Agindo irresponsavelmente ou super-responsavelmente.
• Criando caos aonde quer que estejamos.
A Meta
Estamos aprendendo a ver Deus, nosso Pai celeste, como o
Iniciador de nossa nova vida. Ele nos dirige para uma vida de
inteireza e cura do passado. Aprendemos que não precisamos
ser governados pelas crises ou ficar presos pelo passado.
Estas são algumas metas a escolher:
Recursos
Hoje, o Grupo de Apoio Nova Esperança oferece recursos como o
Vídeo Nova Esperança, um manual de treinamento dos auxiliares, guias
de estudo característicos e uma lista intemadonal de grupos de apoio
de filhos adultos cristãos de famílias com disfunção. Solidte produtos ou
tabela de preços por este endereço, escrevendo em inglês para:
Confident Kids
Linda Kondracki, Diretora Executiva
721 West Whittier Boulevard, Suite H
La Habra, CA 90631
Estados Unidos
00-1 (310) 697-6201
Rapha, Incorporated
12700 North Featherwood 250
Houston, TX 77034
Estados Unidos
00-1 (880) 383-4673
Rede de grupos de apoio, materiais impressos e treinamento
de liderança.
Rancho Capistrano
Beth Funk, Diretora
28251 Camino Capistrano
San juan Capistrano, CA 92675
Estados Unidos
00-1 (714) 347-7864
j I.... I i I I l" • I.iiL ' .. 1 I . ..~i, ..• iL M.., , , ~ I ~. fJ·', ,.... ~ lIU"~
Apêndice B / 287
Emotions Anonymous
P. O. Box 4245
St. Paul, MN 55104
Estados Unidos
00-1 (612) 647-9712
Rede de grupos de apoio e informaçao impressa.
Overeaters Anonymous
P. O. Box 92870
Los Angeles, CA 90009
Estados Unidos
00-1 (213) 542-8363
Rede de grupos de apoio e informaçao impressa.
Workaholícs Anonymous
P. O. Box 289
288/ Curando as Feridas da Alma
I. i I I, J. ..L j ... I •
Apêndice C / 291
Os Doze Passos
Quando os membros dos grupos dos Doze Passos falam sobre
"trabalhar um programa", referem-se a pôr em prática os Doze
Passos dos AA. Relacionamos abaixo os Doze Passos dos
Alcoólicos Anônimos, reformulados pelo Grupo de Apoio Nova
Esperança para os Filhos Adultos de Família com Disfunção.
As Doze Tradições
Algumas das Doze Tradições que os AA e outros grupos de
Doze Passos usam transferem diretamente para um grupo de
apoio ligado à igreja. Outros não o fazem, porque muitas igrejas
exigem que um líder designado seja responsável perante a igreja.
Estas tradições revelam o espírito no qual a organização dos
Alcoólicos Anônimos foi desenvolvida e mostra como evitou
ficar emaranhada em qualquer propósito que não seja a
recuperação dos alcoólatras.
Os Doze Passos
1. Admitimos que éramos impotentes perante o álcool - que tínhamos
perdido o domínio sobre nossas vidas.
2. Viemos a acreditar que um Poder Superior a nós mesmos poderia
devolver-nos à sanidade.
3. Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de Deus,
na forma em que o concebíamos.
4. Fizemos minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.
5. Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e perante outro ser
humano, a natureza exata de nossas falhas.
6. Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos
esses defeitos de caráter.
7. Humildemente rogamos a Ele que nos livrasse de nossas imperfeições.
8. Fizemos uma relação de todas as pessoas a quem tínhamos prejudicado
e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados.
300 / Curando as Feridas da Alma
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Notas / 303
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