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Uma das opções para a produção de energia, a baixo custo que vem apresentando resultados
favoráveis e já difundido em vários países é o biogás. Apesar de ser conhecido há muito tempo, só
mais recentemente os processos de obtenção de biogás vêm se desenvolvendo sem objetivos
práticos em maior amplitude, objetivando sua utilização como energético.
Na prática a produção de biogás é possível com a utilização de um equipamento denominado
de biodigestor.
As vantagens de usar o biodigestor em propriedades rurais e mesmo em residências, é que
ele pode ajudar a diminuir a poluição através da conversão de biomassa em biofertilizante, e captar o
gás metano que poderia ser disperso na natureza para uso como fonte de energia.
Abaixo se alistam alguns dos resultados possíveis desse tipo de geração:
Possibilidade de participação do mercado de carbono;
Redução à dependência de adubos químicos;
Redução à dependência de energia térmica para os diversos usos;
Redução da poluição causada por armazenamento/tratamentos dos dejetos em locais
inapropriados como lagos e lagoas;
Diminuição do impacto ambiental e agregação de valor.
Quaisquer que sejam as práticas produtivas utilizadas deve haver preocupações no sentido
de minimizar os impactos sobre o meio ambiente.
3.3.2 Chinês
Os principais componentes de um biodigestor modelo Chinês são os seguintes: caixa de
carga, tubo de carga, câmara de biodigestão cilíndrica com fundo esférico, gasômetro em formato
esférico, galeria de descarga e caixa de descarga.
Sendo assim uma melhor descrição do modelo chinês mostrado na Figura abaixo seria que o
mesmo é confeccionando sob a forma de uma câmara de fermentação cilíndrica em alvenaria (tijolo
ou blocos), com teto impermeável, destinado ao armazenamento do biogás. Este biodigestor
funciona com pressão hidráulica, onde o aumento de pressão em seu interior resulta no acúmulo do
biogás na câmara de fermentação, induzindo-o para a caixa de saída. O biodigestor é constituído
quase que totalmente em alvenaria, dispensando o uso de gasômetro com chapa de aço, obtendo
uma redução de custos, porém podem ocorrer problemas com vazamento do biogás caso a estrutura
não seja bem vedada e impermeabilizada. Neste tipo de biodigestor uma parte do biogás produzido
na caixa de saída é liberada na atmosfera, reduzindo em parte a pressão interna do gás e devido a
isso, o mesmo não é indicado para instalações de grande porte.
Este modelo de biodigestor é mais recente e apresenta uma tecnologia bem mais moderna e
avançada, porém menos complexa. É um modelo tipo horizontal, apresentando uma caixa de carga
em alvenaria e com a largura maior que a profundidade, possuindo, portanto, uma área maior de
exposição ao sol, o que possibilita grande produção de biogás, evitando o entupimento. Durante a
produção de biogás, a cúpula do biodigestor infla porque é feita de material plástico maleável (PVC),
podendo ser retirada.
O biodigestor de fluxo tubular é amplamente difundido em propriedades rurais e é, hoje, a
tecnologia mais utilizada dentre as demais. Neste tipo de biodigestor, o biogás pode ser enviado para
um gasômetro separado, permitindo maior controle.
Embora o biodigestor descrito apresente a vantagem de ser de fácil construção, possui
menor durabilidade, como no caso da lona plástica perfurar e deixar escapar gás.
3.3.4 Caseiro
A construção é feita a partir de um tambor metálico de 200 litros (0,2 m3), facilmente
encontrado a preço reduzido, de fácil construção e montagem, garantindo o baixo custo final.
O projeto consistiu na construção de biodigestores que pudessem ser adquirido ou feito por
pessoas de baixo poder aquisitivo, pois o material utilizado na construção do biodigestor foram dois
tambores de 200 L cada, dois registros de 1/2”, mangueira de gás e dois pinos de panela de pressão e
o filtro foi construído com cano de PVC de ½”, conexões, palha de aço. A matéria orgânica utilizada
foi o esterco de animais .
4 – Funcionamento Do Biodigestor
O biodigestor deverá ser localizado de forma, levando em consideração três pontos: fácil
acesso do local de acumulo de esterco, fácil acesso aos locais de aplicação do biofertilizante,
proximidade ao local de uso do biogás. Em biodigestores de manta, o biogás terá pouca pressão e
poderá ser conduzido até, no máximo, 50 metros. Quando for possível, aproveite a declividade
natural do terreno para facilitar a carga e a descarga do biodigestor. Instale o biodigestor longe de
arvores, pois as raízes, com o tempo poderão crescer e furar o biodigestor. Como medida de
segurança, mantenha uma distância de no mínimo de 10 metros entre o biodigestor e quaisquer
edificações.
4.2 – Dimensão
𝑽𝑩 = 𝑽𝑪 ∗ 𝑻𝑯𝑹
Onde:
VB = Volume do Biodigestor (m3)
VC = Volume da carga diária (dejetos+água) (m3/dia)
THR = Tempo de Retenção Hidráulico (dias)
4.3 – Instalação
Escavar um buraco no solo, com as medidas definidas de acordo com o dimensionamento,
como mostra a figura 4.2. Já a figura 4.3 mostra dois orifícios um para a entrada dos dejetos e outro
para a saída do biofertilizante que irá para outro local de armazenagem, a saída do biogás será
através de uma tubulação situada na parte superior do biodigestor. Então o biodigestor será
revestido internamente com uma manta plástica de PVC como mostra a figura 4.4.
A figura 4..5 mostra o biodigestor pronto para ser usado, inclusive com a tubulação por onde
sairá o biogás, como mostra a figura 4.6.
O biodigestor só apresenta risco de explosão quando o biogás esta misturado com oxigênio
no seu interior. Esta situação acontece no inicio da operação. Por isso, é de fundamental importância
que a produção inicial de biogás seja liberada, e não queimada. Prossiga da seguinte maneira:
Mantenha o registro de saída de biogás fechado durante a operação inicial. Uma vez
que a manta esteja inflada.
Abrir o registro de gás e liberar todo o conteúdo (que é uma mistura de biogás e ar),
fechando o registro em seguida.
Manter o registro fechado até que o biodigestor infle novamente.
A partir desse momento, o biogás poderá ser usado em segurança, e desde que o
biodigestor continue em operação, não entrará mais ar no seu interior.
Por estar o biogás sob pressão, mesmo havendo pequeno vazamento através da manta, o ar
não entrará no interior do biodigestor. De qualquer forma, é importante ficar atento a vazamentos e
concerta-los assim que forem detectados.
Para conduzir o gás na linha principal, usa-se tubo de plástico flexível de parede grossa
(mangueira preta) ou rígido PVC colável. Não improvise a tubulação de gás porque é perigoso por ser
explosivo. Todas as emendas rígidas devem ser com selante (cola ou fita branca) ou quando flexível,
com braçadeiras. Faça o teste de vazamento banhando todas as junções com água e sabão. Junto
com o biogás sempre existe vapor de água. Este por condensação se deposita nos pontos mais baixos
e com tempo impede a passagem do gás. Por isso, toda a tubulação de gás deve ter aclives e
declives. Em todo o ponto baixo, deve existir um dreno, feito com uma conexão “T” do fundo do qual
sai um pedaço de tubo ou mangueira que deve ser mergulhado em água dentro de uma garrafa ou
uma caixa de concreto, mais fundo do que a pressão do biogás.
Tabela 4.2: mostra a relação dejetos de animais (kilos) por água (litros)
Observação:
O esterco de caprinos e ovinos pode entupir o biodigestor, por ser um material de difícil
degradação. Recomenda-se então, no caso desse dejeto, um pre-tratamento antes de dar carga no
biodigestor, coletar o esterco fresco, porém já pisoteado pelos animais deixar o esterco de molho de
um dia para o outro no tonel ou caixa de entrada mexer periodicamente e descartar material que
flutuar para a superfície, mexer novamente e liberar para o biodigestor.
Para ter mais segurança devem-se seguir algumas orientações importantes como:
O resultado das reações que ocorre no Biodigestor é a produção de biogás não só esses mais
de outros derivados, onde o biogás pode ser utilizado como combustível. Sua utilização é muito
ampla, desde uso doméstico, como substituto da lenha ou GLP (gás liquefeito de petróleo), ou
alternativa de geração de energia por meio do acionamento de geradores e motores.
O biogás, também conhecido como gás dos pântanos é o resultado da decomposição de
matérias orgânicas, em meio anaeróbio, por bactérias denominadas metagogênicas, sendo uma
mistura, onde seus principais componentes são o gás metano, com valores médios na ordem de 55 a
65%, e o dióxido de carbono com aproximadamente 35 a 45% de sua composição.
A produção do biogás é naturalmente encontrada em pântanos, aterros e esgotos entre
outros.
Um facto curioso está ligado ao antigo costume de se enterrar o lixo em buracos nos
quintais, bastante comum ainda hoje onde não se tem serviço de coleta de lixo. Após aterrado o
material orgânico no meio anaeróbico formado, sob a ação das bactérias metagogênicas, passava a
produzir gás metano, em alguns casos o volume retido alcançava altas pressões produzindo
rompimento do solo e frequentemente a combustão espontânea, desprendendo enormes chamas
com duração de alguns minutos.
Essas enormes chamas algumas vezes era erroneamente associado, por desconhecimento
das pessoas surpreendidas, a fenômenos sobrenaturais ou manifestações de seres místicos e
folclóricos.
Atualmente, em vários países o biogás é produzido em aterros sanitários e aplicado como
fonte energética em processos sanitários, e em alguns casos existe até a comercialização do biogás
para uso nas indústrias. Em São Paulo o biogás chegou a ser utilizado, experimentalmente, em
caminhões de coleta de lixo.
Em processos mais elaborados as usinas de açúcar e álcool estão conseguindo produzir
biogás a partir do vinhoto, o produto obtido, depois de tratado e engarrafado, pode ser usado como
combustível em varias aplicações nas próprias usinas, além disto a decomposição do vinhoto resulta
em fertilizante de excelente qualidade, evitando-se assim, a poluição de rios e mananciais pelo
lançamento direto do vinhoto, que é originalmente um resíduo tóxico.
Um dos sistemas de obtenção do biogás dos mais conhecidos é o biodigestor para aplicação
rural, existindo grande número de unidades instaladas, principalmente nos países originários dos
modelos mais difundidos, Índia (com aproximadamente 300 mil ) e a China ( com mais de 8 milhões ).
O biogás pode ser usado em fogões, motores, lâmpadas e geladeiras a gás, podendo ser
considerado uma das fontes energéticas mais econômicas e de fácil aquisição pelas pequenas
propriedades rurais. A utilização do biogás é mostrado na figura 5.1, a seguir.
Saúde em Geral
Saúde humana
A utilização do Biodigestor faz com haja a diminuição de doenças entre os ribeirinhos, pois
estes defecavam nos rios, sendo que este serve de banho para tais ribeirinhos, e também tal rio é
utilizado para consumo em seus alimentos.
Por tanto, havendo a redução das doenças, consequentemente haverá a diminuição pela
busca por hospitais, com isso os gastos com a saúde diminui.
Saúde Animal
Uma vantagem ecológica é que com a queima do gás armazenado no Biodigestor ocorre à
destruição do metano, esse é muito prejudicial ao meio ambiente. Logo o metano queimado se
transforma no dióxido de carbono, esse é 20 vezes menos agressivo ao meio ambiente, com isso vai
ocorrer um ganho ambiental.
O Brasil é um grande produtor de produtos agrícolas, os quais geram uma grande quantidade
de resíduos, onde esses podem, e muitas vezes são utilizados como fontes energéticas. Alguns desses
resíduos como: plantas, animais e seus derivados, são chamados biomassa. Sua utilização pode ser
de diversas maneiras e estado para obtenção das mais variadas formas de energia.
Como vantagem da biomassa em substituição aos combustíveis fósseis, podemos citar o
maior emprego da mão-de-obra, a menor poluição atmosférica global e localizada, e a estabilidade
do ciclo de carbono. Assim, a crescente preocupação da sociedade com questões ambientais deve
fluir as decisões dos responsáveis dentro destes aspectos, os combustíveis fósseis são os mais
criticados devido à produção de uma quantidade de CO2 que o planeta não tem condições de
assimilar em longo prazo, causando o chamado efeito estufa.
Acrescentando a isso, tem-se também a redução do desmatamento, pois com a utilização do
biogás não será mais necessário à utilização de madeira para sua queima no fogão a lenha, pois a
partir da utilização do biodigestor os ribeirinhos utilizarão o biogás.
5.2-Aspectos negativos
Custo no abastecimento
Esse aspecto negativo de se utilizar o biodigestor, é que para se produzir em larga escala
biogás, biofertilizantes, e principalmente energia elétrica. É preciso de muitos dejetos de animais,
não só esses mais outras fontes, como palhas, sobras de cultivo, esgoto doméstico, resto industriais
de alimento, entre outros.
Para ter muito dejetos (fontes de energia) é preciso investimento, ou seja, para que o
biodigestor continue funcionando será preciso investir em ração e alimentos para esses animais
poderem defecar, e com isso se ter dejetos suficientes para ser utilizado para a biodigestão. A figura
5.3 abaixo mostra uma base de quantos dejetos de animais é produzido por ano.
Figura 5.3 – Mostra uma base de quantos dejetos (esterco) é produzido por ano.
Perigo de Explosão
Outro aspecto negativo é que há o perigo de explosão do Biodigestor, pois esse só apresenta
risco de explosão quando o biogás esta misturado com oxigênio no seu interior. Esta situação
acontece no inicio da operação. Por isso, é de fundamental importância que a produção inicial de
biogás seja liberada, e não queimada.
Prossiga da seguinte forma – mantenha o registro de saída de biogás fechado durante a
operação inicial. Uma vez que a manta esteja inflada, abrir o registro de gás e liberar todo o
conteúdo (que é uma mistura de biogás e ar), fechando o registro em seguida. Manter o registro
fechado até que o biodigestor infle novamente. A partir desse momento, o biogás poderá ser usado
em segurança, e desde que o biodigestor continue em operação, não entrará mais ar no seu interior.
Observação: por estar o biogás sob pressão, mesmo havendo pequeno vazamento através da
manta, o ar não entra no interior do biodigestor. De qualquer forma, é importante ficar atento a
vazamentos e concerta-los assim que forem detectados.
O biogás é um combustível e quando misturado com o ar, como todos os combustíveis
gasosos, torna-se explosivo. Portanto devem-se ter todas as precauções para evitarem-se acidentes,
sendo importante o acompanhamento de um professor. O manuseio com o esterco deve ser cercado
com os cuidados sanitários necessários, sendo imprescindível o uso de luvas entre outros. Mais uma
vez lembramo-nos da necessidade de descarte das duas primeiras cargas do gasômetro.
Atenção
Um aspecto negativo é que muitas vezes as pessoas quando fazem a manutenção do
equipamento não prestam a devida atenção.
O esterco de caprinos e ovinos pode entupir o biodigestor, por ser um material de difícil
degradação. Recomenda-se então, no caso desse dejeto, um pré-tratamento. Logo antes de dar
carga no biodigestor, deve:
5.3 – Conclusão
O cálculo para obter a quantidade de biogás necessário por dia foi baseado no número de
moradores em uma residência, sendo que nela residem 5 pessoas, foi feita uma média aproximada
da quantidade necessária de biogás. Para isso, utilizamos um simulador de consumo elétrico da
COPEL e chegamos em um o consumo elétrico de aproximadamente 200 kWh/mês, sendo que nesta
casa consta os seguintes itens da tabela 6.1.
Com todas essas considerações chegamos a uma quantidade necessária para geração de
140m³ de biogás.
MATERIAL QUANTIDADE
Bovino 3496,5 kg
Suíno 1678,32 kg
Galinha 699,3 kg
Resíduos Vegetais 3496,5 kg
Lixo 2797,2 kg
Tabela 6.4 - Quantidade Necessária para geração de 140m³ de BIOGÁS
Por se tratar de uma grande quantidade de dejetos por espécie, chegamos à conclusão de
que a grande vantagem para as famílias que residem no lago da hidrelétrica de Tucuruí seria a
mesclagem dos diversos tipos de dejetos, resultando em uma iniciativa de criação de animais e
reaproveitamento de resíduos vegetais e lixo orgânico que até então não tem participação ativa na
vida destas pessoas. Nesse processo de mesclagem chegamos a uma meta familiar de que cada uma
dessas famílias tem que manter uma criação de 10 a 15 Suínos + 10 a 20 Aves + a agregação de
resíduos vegetais e Lixo para o suprimento energético necessário por mês que é de 200 kWh/mês.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
<<http://www.catolica-to.edu.br/portal/portal/downloads/docs_gestaoambiental/projetos2009-1/1-
periodo/O_biodigestor_como_principio_de_sustentabilidade_de_uma_propriedade_rural.pdf>>
www.custoseagronegocioonline.com.br
Site: www.winrock.org.br