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27/03/2019 às 11:25 .
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE
LENÇÓIS PAULISTA/SP.
, sob
53A8A96.
1001084-71.2019.8.26.0319 e código 67A9818.
27/06/2019
emliberado 15:06em
nosàsautos
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1024342-46.2019.8.26.0114
Justicadedo
deEstado Estado
Sao Sao Paulo,
protocolado
Paulo,de
ROGGER JULIANO FERRAZ, brasileiro, casado, autônomo, portador da
Justica do
Cédula de Identidade RG nº 46.253.443 SSP/SP, devidamente inscrito no CPF/MF sob nº 387.421.348-03,
e Tribunal edeTribunal
residente e domiciliado na Av. Marino de Santis, nº 423, Jardim Itamaraty, CEP: 18.682-330, Lençóis
Paulista/SP, por intermédio de seu advogado e bastante procurador que esta subscreve, com
MAXIMIANO
estabelecimento profissional na Av. Pe. Salústio Rodrigues Machado, nº 1282, Jardim Ubirama, CEP 18.683-
471, Lençóis Paulista/SP, fone (0**14) 3264-7948, e-mail: alexandre@advmaximiano.com.br, onde desde já
MAXIMIANO
indicam como lugar hábil para receber as devidas e necessárias intimações dos atos processuais, vêm
DALGESSO
respeitosamente perante Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS
DALGESSO
MORAIS C.C. REPETIÇÃO DE INDÉBITO em face de NUTRI MUNDO FRANQUIA LTDA, o e fa tasia Nut i
por ALEXANDRE
Mu do , de ida e te i s ita o CNPJ/MF so º . . /0001-00, com filial Av. Orozimbo Maia, nº
1515, sala 02, Cambui, CEP 13024-035, Campinas/SP, pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas.
por ALEXANDRE
I. PRELIMINARMENTE
digitalmente
consumo, sendo, portanto, amparado pela Lei nº 8078/90 (Código de Defesa do Consumidor), por cuidar
assinado
27/03/2019 às 11:25 .
[...]
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu
, sob
53A8A96.
1001084-71.2019.8.26.0319 e código 67A9818.
favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
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hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
nosàsautos
Com efeito, o legislador conferiu ao arbítrio do juiz, de forma subjetiva, a
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emliberado
incumbência de, presente o requisito da verossimilhança das alegações ou quando o consumidor for
Sao Paulo,
protocolado
Assim, presente a verossimilhança do direito alegado, além da
Paulo,de
hipossuficiência do autor, requer e dá como certo o deferimento da inversão do ônus da prova.
Estado
Sao
I.B – DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
Justicadedo
deEstado
O requerente, desde já, manifesta interesse para que seja designada
audiência prévia de conciliação em Juízo, conforme estipula o artigo 319, VII, do Código de Processo Civil,
Justica do
e Tribunal edeTribunal
indicando possibilidade de composição com a parte contrária.
MAXIMIANO
II. DOS FATOS
O auto , e de ja ei o de , efetuou a o p a de dois pi e
MAXIMIANO
he p otei o e t ate a a a g , u pi e he p otei o e t ate au ilha g e1
DALGESSO
u pi e he p otei o e t ate ho olate g ju to e p esa pelo site
www.nutrimundo.com.br, com pagamento no cartão de crédito de sua esposa, no valor de R$ 273,48 em
DALGESSO
duas parcelas, conforme documentos 10, 11 e 12 anexos.
mais de quatorze dias da aquisição, o produto não foi entregue, obrigando o autor a buscar resposta da
digitalmente
empresa ré.
digitalmente
Todavia, após vários contatos realizados pelo telefone indicado no site (19
assinado
99381-2687), conforme comprova o documento 13 anexo, o autor não obteve qualquer retorno.
assinado
original,
original,
dinheiro para isso, pois efetuou o pagamento integral da compra, sentindo-se lesado e sem qualquer
cópia
documentoé écópia
posicionamento da empresa ré, buscou aconselhamento jurídico para ter resguardados os seus direitos,
Este documento
Este
o número 10243424620198260114.
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razão pela qual intenta, mais de sessenta dias após a aquisição e não recebimento dos produtos, a
presente demanda.
, sob
53A8A96.
1001084-71.2019.8.26.0319 e código 67A9818.
15:06em
nosàsautos
III. DO DIREITO
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Conforme narrado, trata-se de compra de produto não entregue, apesar de
emliberado
devidamente cobrado e quitado, que demonstra ter a empresa ré agido sem qualquer precaução e controle
Sao Paulo,
protocolado
Frise-se que diante de abusos e descumprimentos de contratos
Paulo,de
consumeristas, o Magistrado deve ser combativo para frear o ímpeto daqueles que disseminam práticas
Estado
lesivas no mercado, em especial as que atingem o consumidor, em geral arraigadas de falta de lealdade.
Sao
Justicadedo
deEstado
O Código de Defesa do Consumidor assim dispõe em seu artigo 14:
Justica do
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela
e Tribunal edeTribunal
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços,
bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
MAXIMIANO
E mais, no artigo 39 do mesmo Código estão elencadas, de modo
exemplificativo, práticas abusivas que são vedadas ao fornecedor. Tratando-se de previsão legislativa
MAXIMIANO
numerus apertus, a e es la e e ue, po de o ia lógi a ao i iso XII do e io ado a tigo XII -
DALGESSO
deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a
seu e lusi o it io , deixar de cumprir prazo estipulado para o cumprimento de sua obrigação é
DALGESSO
por ALEXANDRE
também uma prática abusiva vedada ao fornecedor.
seduzido por ofertas não cumpridas e, no presente caso, chega a esbarrar nas esteias da má-fé. A empresa
digitalmente
ré, através de endereço eletrônico, oferta e anuncia diversos produtos, cujos valores são vantajosos aos
digitalmente
consumidores. O autor, verificando o suposto custo-benefício da aquisição, efetiva a compra dos produtos,
realizando pagamento no cartão de crédito, e aguarda a entrega dos mesmos dentro do prazo estipulado
assinado
assinado
pela empresa ré. Passados meses, já desacreditado com a compra, frustrado em seu ânimo por ter sido
original,
enganado, tendo realizado o pagamento total dos bens adquiridos e não recebidos, o autor busca
original,
conselhos jurídicos, desencadeando a presente ação, para efetivação de seus direitos através da tutela
dodo
jurisdicional.
Este documento
Este cópia
documentoé écópia
o número 10243424620198260114.
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Configurada a falha no serviço, nasce o dever de indenizar, que no
presente caso é consubstanciado nos valores pagos por produtos que nunca foram entregues, cumulado
, sob
53A8A96.
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com as despesas com advogado, e indenização pelos danos morais, conforme preconiza os artigos 186, 187
nosàsautos
e 927 do Código Civil.
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Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e
emliberado
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Sao Paulo,
protocolado
costumes.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.
Paulo,de
Estado
Afinal, trata-se de proteção expressamente prevista no Código de Defesa
Sao
do Consumidor, que assegura, dentre os direitos básicos do consumidor, os seguintes:
Justicadedo
deEstado
Art. 6º. São direitos básicos do consumidor:
[...]
Justica do
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou
e Tribunal edeTribunal
desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de
produtos e serviços;
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua
MAXIMIANO
revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e
difusos;
MAXIMIANO
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de
DALGESSO
danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica,
administrativa e técnica aos necessitados.
DALGESSO
Tratando-se, portanto, de ato ilícito, tem-se por necessária a defesa estatal
por ALEXANDRE
do consumidor hipossuficiente, com o reconhecimento da abusividade, ilicitude e o dever de indenizar.
por ALEXANDRE
inclusive com a inversão do ônus da prova, quando for verossímil a alegação ou quando for o consumidor
hipossuficiente (artigo 6º, VIII, do Código de Defesa do Consumidor). Assim, basta que o consumidor
assinado
de consumo, pois não tem a capacidade técnica de comprovar os enlaces que envolvem a relação;
cópia
documentoé écópia
desconhece, ainda, os dados técnicos acerca do que contratou, sabendo apenas a superficialidade do que
Este documento
Este
o número 10243424620198260114.
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lhe fora ofertado pela empresa fornecedora e contratado com a mesma, tendo total desconhecimento de
quaisquer quesitos de maior complexidade, que são de alçada do fornecedor.
, sob
53A8A96.
1001084-71.2019.8.26.0319 e código 67A9818.
15:06em
nosàsautos
É por esta razão que o Código de Defesa do Consumidor determinou a
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facilitação da defesa dos direitos do consumidor, com a inversão do ônus da prova. Com efeito, a maioria
emliberado
das relações de consumo envolve questões específicas, cujo entendimento evoca conhecimento técnico
Sao Paulo,
protocolado
navegação intuitiva, como são desenvolvidos todos os sites de compra online disponíveis no mundo
cibernético. O consumidor, detentor de conhecimento comum do homem médio, realiza a compra dos
Paulo,de
e s ue lhe o , sele io a do os p odutos, adi io a do o a i ho de o p as e ealiza do o
Estado
pagamento ao final, o que gera (através de sistema da empresa ré e de total desconhecimento técnico do
Sao
Justicadedo
consumidor) um número de chamado e uma data estipulada pelo fornecedor para entrega dos produtos
deEstado
adquiridos. O consumidor não tem meios de saber a logística, o funcionamento do sistema e quaisquer
Justica do
circunstâncias de âmbito de gestão e organização do fornecedor.
e Tribunal edeTribunal
Outrossim, destaca-se que a verossimilhança do alegado é cabalmente
MAXIMIANO
comprovada através dos documentos anexos, que demonstram a) estar o site da empresa ré ativo, com o
anúncio dos produtos adquiridos em valor promocional, não havendo qualquer meio de contato diverso do
MAXIMIANO
telefone indicado no canto superior da tela, da página inicial; b) ter sido a compra efetivamente faturada
DALGESSO
no cartão de crédito, com pagamento integral; c) as diversas tentativas do autor em contatar a empresa ré
DALGESSO
para obter informações quanto ao prazo de entrega estipulado e não cumprido.
por ALEXANDRE
Portanto, fatalmente cabível a inversão do ônus da prova, diante da
por ALEXANDRE
verossimilhança do alegado e da hipossuficiência, pois presentes todos os elementos legais.
digitalmente
as medidas possíveis para evitar quaisquer equívocos ou danos ao consumidor, seja na conferência da
assinado
documentação fornecida para qualquer contratação, seja dispondo de sistemas de gestão e controle mais
original,
Código de Defesa do Consumidor, pela qual independe de comprovação da culpa, a reparação dos danos
Este documento
Este
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causados aos consumidores.
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1001084-71.2019.8.26.0319 e código 67A9818.
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O Desembargador Sérgio Cavalieri Filho, ao tratar do tema, destaca:
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"Todo aquele que se disponha a exercer alguma atividade no mercado de consumo tem o dever
de responder pelos eventuais vícios ou defeitos dos bens e serviços fornecidos,
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independentemente de culpa. Esse dever é imanente ao dever de obediência às normas técnicas
emliberado
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1024342-46.2019.8.26.0114
e de segurança, bem como aos critérios de lealdade, quer perante os bens e serviços ofertados,
quer perante os destinatários dessas ofertas. A responsabilidade decorre do simples fato de
Sao Paulo,
dispor-se alguém a realizar atividade de produzir, estocar, distribuir e comercializar produtos ou
protocolado
executar determinados serviços. O fornecedor passa a ser o garante dos produtos e serviços que
oferece no mercado, respondendo pela qualidade e segurança dos mesmos" (Programa de
Paulo,de
Responsabilidade Civil, 8ª ed., Atlas S/A)
Estado
Nessa toada, a responsabilidade da empresa ré é objetiva, ou seja,
Sao
Justicadedo
independe de culpa, motivo pelo qual deverá responder pelos danos causados ao autor.
deEstado
III.C – DOS DANOS PELO DESVIO PRODUTIVO
Justica do
e Tribunal edeTribunal
Trata-se necessária a consideração dos danos causados pela perda do
tempo útil (desvio produtivo) do consumidor.
MAXIMIANO
Conforme disposto nos fatos iniciais, o autor consumidor teve que
MAXIMIANO
desperdiçar seu tempo útil para solucionar problemas que foram causados pela empresa ré, a qual não
DALGESSO
demonstrou qualquer intenção de resolver a lide, obrigando o ingresso da presente ação.
DALGESSO
por ALEXANDRE
Este desgaste fica perfeitamente demonstrado pela simples razão de ter
ealizado a o p a o li e o ue auto ati a e te i fe e ue o auto ão te te po h il pa a fi a
por ALEXANDRE
procurando os melhores preços e condições em lojas físicas); efetuado o pagamento dos produtos sem,
contudo, tê-los em sua posse imediata, havendo já a necessidade de esperar o prazo informado pela
digitalmente
empresa ré (de cinco dias); após decorrer o prazo estipulado pela ré (findo em 30 de janeiro de 2019,
digitalmente
contando-se em dias úteis) sem qualquer contato pela mesma e sem a entrega dos produtos, tentar
assinado
contatá-la por diversas vezes e em diversos horários, no único meio de comunicação que a mesma
assinado
disponibilizou aos consumidores, sem sucesso; procurar, em tempo útil ao trabalho ou ao lazer, consulta
original,
perda do tempo útil, pois afeta diretamente a rotina do consumidor e, obviamente, causa angústia e
Este documento
Este
o número 10243424620198260114.
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estresse.
, sob
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Humberto Theodoro Junior leciona de forma simples e didática sobre o
nosàsautos
tema, aplicando-se perfeitamente ao presente caso:
27/06/2019
[...] casos há em que a conduta desidiosa do fornecedor provoca injusta perda de tempo do
emliberado
consumidor, para solucionar problema de vício do produto ou serviço. [...] O fornecedor, desta
Sao Paulo,
protocolado
do dano moral, na medida em que ofende a dignidade da pessoa humana e outros princípios
modernos da teoria contratual, tais como a boa-fé objetiva e a função social: [...] é de se convir
que o tempo configura bem jurídico valioso, reconhecido e protegido pelo ordenamento
Paulo,de
ju ídi o, azão pela ual, a o duta ue i azoavel e te o viole p oduzi á u a ova espé ie
Estado
de da o existe ial, ual seja, da o te po al justifi a do a i de ização. Esse tempo perdido,
Sao
desta te, ua do viole u pad ão de azoa ilidade sufi ie te e te asse tado a so iedade ,
Justicadedo
não pode ser enquadrado noção de mero aborrecimento ou dissabor (THEODORO JÚNIOR,
deEstado
Humberto. Direitos do Consumidor. 9ª ed. Forense: 2017)
Justica do
Nesse sentido:
e Tribunal edeTribunal
Então, a perda injusta e intolerável do tempo útil do consumidor provocada por desídia,
despreparo, desatenção ou má-fé (abuso de direito) do fornecedor de produtos ou serviços
deve ser entendida como dano temporal (modalidade de dano moral) e a conduta que o
MAXIMIANO
provoca classificada como ato ilícito. Cumpre reiterar que o ato ilícito deve ser colmatado pela
usurpação do tempo livre, enquanto violação a direito da personalidade, pelo afastamento do
MAXIMIANO
dever de segurança que deve permear as relações de consumo, pela inobservância da boa-fé
DALGESSO
objetiva e seus deveres anexos, pelo abuso da função social do contrato (seja na fase pré-
contratual, contratual ou pós-contratual) e, em último grau, pelo desrespeito ao princípio da
dignidade da pessoa humana. (GASPAR, Alan Monteiro. Responsabilidade civil pela perda
DALGESSO
indevida de tempo útil do consumidor. Revista Síntese: Direito Civil e Processual Civil, nº 104, nov-
por ALEXANDRE
dez/2016, p. 62)
Trata-se de notório desvio produtivo caracterizado pela perda do tempo por ALEXANDRE
que lhe seria útil ao descanso, lazer ou de forma produtiva, que acaba sendo destinado na solução de
digitalmente
prestação do serviço não constitui mero aborrecimento do cotidiano, mas verdadeiro impacto negativo em
assinado
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efetivamente pago pelo consumidor, sendo-lhe negado atendimento e qualquer explicação acerca do
descumprimento do prazo estipulado de entrega e do não recebimento dos bens adquiridos, evidenciando
, sob
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a existência de má-fé por parte da empresa requerida.
nosàsautos
27/06/2019
O total descaso em solucionar o "equívoco" cometido deve ser suficiente
emliberado
para a repetição do indébito dos valores indevidamente recebidos pela ré, nos termos do parágrafo único
Sao Paulo,
protocolado
É o entendimento dos nossos E. Tribunais, vejamos:
Paulo,de
COMPRA E VENDA. Não entrega de produto adquirido no prazo acordado. Consumidor entrou
Estado
em contato inúmeras vezes com a ré para receber o produto, mas, ainda assim, não foi
Sao
entregue. Após, buscou o cancelamento do contrato por meio de diversos contatos telefônicos,
Justicadedo
mas também não obteve sucesso. Mesmo sem entregar o produto, a ré debitou no cartão de
deEstado
crédito do autor o valor da compra. Repetição em dobro do indébito. Inteligência do artigo 42
do CDC. Dano moral caracterizado. (TJSP APL 0011027922014826000, 28ª Câmara de Direito
Justica do
Privado, rel. Gilson Delgado Miranda, dj: 25/05/2016)
e Tribunal edeTribunal
BEM MÓVEL. COMPRA E VENDA. Ação de rescisão contratual c.c. indenização por danos morais.
Procedência. Produto adquirido via internet não entregue. Parcelas debitadas no cartão de
MAXIMIANO
crédito do cliente. Repetição de indébito determinada. A inércia da requerida constitui atitude
desrespeitosa e abusiva frente ao consumidor, capaz de causar frustração e sentimento de
MAXIMIANO
tristeza que ultrapassam meros aborrecimentos do cotidiano. (TJSP APL
00039672720118260177, 28ª Câmara de Direito Privado, rel. Cesar Lacerda, dj: 26/05/2015)
DALGESSO
AUSÊNCIA DE ENTREGA. REPETIÇÃO DO INDÉBITO. Hipótese em que o valor a ser repetido em
DALGESSO
dobro ao autor é o referente ao efetivo pagamento, conforme consta na fatura de cartão de
por ALEXANDRE
crédito e não do anúncio da mercadoria. Sentença reformada. DANO MORAL CONFIGURADO.
Comprovado nos autos o ilícito da ré que, em nítida quebra do princípio da confiança e ofensa às
por ALEXANDRE
regras norteadoras das relações de consumo, agiu com indiferença em relação a não entrega de
mercadoria adquirida pelo autor, o qual foi obrigado a ajuizar a presente demanda para obter a
devolução do valor pago pelo produto, resta caracterizado o danum in re ipsa e, por conseguinte,
digitalmente
71004715322, 1ª Turma Recursal Cível, rel. Roberto José Ludwig, dj: 18/02/2014)
original,
dodo
de solucionar a questão, dispendendo o autor de tempo útil ao seu lazer, ao descanso e à produção.
Este documento
Este
o número 10243424620198260114.
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A empresa ré agiu de forma negligente e imprudente ao dispor no mercado
um serviço falho que pudesse causar o presente constrangimento ao consumidor. Tal prática demonstra a
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conduta leviana da empresa ré, configurando a má fé pela simples ocorrência da prática abusiva, sendo
nosàsautos
devida a repetição de indébito.
27/06/2019
emliberado
Portanto, inequívoca a responsabilidade e dever da ré no pagamento em
Sao Paulo,
protocolado
583,78).
Paulo,de
III.E. DO QUANTUM INDENIZATÓRIO
Estado
Conforme demonstrado pelos fatos narrados e prova que junta no
Sao
Justicadedo
presente processo, a empresa ré deixou de cumprir com sua obrigação primária de cautela e prudência na
deEstado
atividade, causando constrangimentos indevidos à autora.
Justica do
e Tribunal edeTribunal
O entendimento jurisprudencial é claro quanto à configuração de danos
morais pela ausência de entrega de produto adquirido.
MAXIMIANO
AUSÊNCIA DE ENTREGA. REPETIÇÃO DO INDÉBITO. Hipótese em que o valor a ser repetido em
dobro ao autor é o referente ao efetivo pagamento, conforme consta na fatura de cartão de
MAXIMIANO
crédito e não do anúncio da mercadoria. Sentença reformada. DANO MORAL CONFIGURADO.
Comprovado nos autos o ilícito da ré que, em nítida quebra do princípio da confiança e ofensa
DALGESSO
às regras norteadoras das relações de consumo, agiu com indiferença em relação a não
entrega de mercadoria adquirida pelo autor, o qual foi obrigado a ajuizar a presente demanda
DALGESSO
para obter a devolução do valor pago pelo produto, resta caracterizado o danum in re ipsa e,
por ALEXANDRE
por conseguinte, a obrigação de indenizar. Fatos que ultrapassam a esfera do mero
aborrecimento. Sentença reformada. [...] Apelação Provida. (TJRS Apelação Cível nº
por ALEXANDRE
70055481097, 10ª Câmara Cível, rel. Paulo Roberto Lessa Franz, dj: 01/08/2013)
a gerar indenização por dano extrapatrimonial, a não entrega do produto e a retenção do valor
pago, em razão de direito, por prazo excessivo, não pode ser considerado mero dissabor, pois
assinado
inegável o abalo emocional para a pessoa tratada com indiferença. 2. Para o arbitramento da
assinado
reparação pecuniária por danos morais, o juiz deve considerar circunstâncias fáticas e
repercussão do ato ilícito, condições pessoais das partes, razoabilidade e proporcionalidade. A
original,
27/03/2019 às 11:25 .
Com efeito, a reparação de danos morais exerce função diversa daquela dos danos materiais.
Enquanto estes se voltam para a reposição do patrimônio ofendido, [...], aqueles procuram
, sob
53A8A96.
1001084-71.2019.8.26.0319 e código 67A9818.
oferecer compensação ao lesado, para atenuação do sofrimento havido. De outra parte, quanto
15:06em
ao lesante, objetiva a reparação impingir-lhe sanção, a fim de que não volte a praticar atos
nosàsautos
lesivos à personalidade de outrem (BITTAR, Carlos Alberto. Reparação Civil por Danos Morais. 4ª
ed. Saraiva: 2015)
27/06/2019
emliberado
É também a lição dos nossos E. Tribunais, ao disciplinar o tema:
Sao Paulo,
o seu prudente arbítrio, seja compatível com a reprovabilidade da conduta ilícita, a intensidade e
protocolado
duração do sofrimento experimentado pela vítima, a capacidade econômica do causador do
dano, as condições sociais do ofendido e outras circunstâncias mais que se fizerem presentes [...].
Paulo,de
Co ple e ta do tal e te di e to, Ca los Al e to Bitta , elu ida ue a indenização por danos
Estado
morais deve traduzir-se em montante que represente advertência ao lesante e à sociedade de
que não se aceita o comportamento assumido ou o evento lesivo advindo. Consubstancia-se,
Sao
Justicadedo
portanto, em importância compatível com o vulto dos interesses em conflito, refletindo-se, de
modo expresso, no patrimônio do lesante, a fim de que sinta, efetivamente, a resposta da
deEstado
ordem jurídica aos efeitos do resultado lesivo produzido. Deve, pois, ser quantia
economicamente significativa, em razão das potencialidades do patrimônio do lesante
Justica do
e Tribunal edeTribunal
(Reparação Civil por Danos Morais, RT, 1993, p. 220). TUTELA-SE, ASSIM, O DIREITO VIOLADO.
(TJSC Recurso Inominado nº 0302581-94.2017.8.24.0091, 1ª Turma de Recursos, rel. Des. Cláudio
Eduardo Regis de Figueiredo e Silva, dj: 15/03/2018)
MAXIMIANO
(...) Por óbvio que em aplicação a normas comezinhas de hermenêutica jurídica não se pode
solucionar o presente caso, considerando-o mera falha na prestação de serviço tão-somente
MAXIMIANO
com a exclusiva aplicação do instituto da repetitio indebit, previsto no parágrafo único do art.
DALGESSO
42 da Lei 8078/90. Para Carlos Maximiliano, a "hermenêutica jurídica tem por objeto o estudo e a
sistematização dos processos aplicáveis para determinar o sentido e o alcance da norma". (...)
DALGESSO
Desta forma o consumidor cobrado em quantia indevida, tem direito à repetição do indébito, por
valor igual ao dobro do que pagou, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese
por ALEXANDRE
de engano justificável. Interpretação em sentido contrário, de que a singela aplicação da
condenação em dobro pela cobrança de dívidas que não foram contratadas pelo consumidor
repararia o dano sofrido, fomentaria ain totum continuidade da abusividade por parte dos por ALEXANDRE
fornecedores de serviço de telefonia, posto que o critério custo/benefício (de meter a mão no
bolso do consumidor sem o seu consentimento) seria justificado em relação às outras centenas
digitalmente
contratados, que resultou no Enunciado 1.8, que dispõe: cobrança de serviço não solicitado - dano
original,
moral- devolução em dobro. A disponibilização e cobrança por serviços não solicitados pelo
original,
usuário caracteriza prática abusiva, comportando indenização por dano moral e, se tiver havido
pagamento, restituição em dobro, invertendo-se o ônus da prova, nos termos do art. 6º, VIII, do
dodo
CDC, visto que não se pode impor ao consumidor a prova de fato negativo. (...). Os danos
cópia
documentoé écópia
advindos destas práticas são vários e fomentam a prática abusiva, em face do critério
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Este
o número 10243424620198260114.
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custo/benefício amparado pela banalização dos direitos do consumidor (...). Diante desta
situação, parece claro que a simples reparação do dano não se mostra suficiente (como não
, sob
53A8A96.
1001084-71.2019.8.26.0319 e código 67A9818.
tem se mostrado), para dissuadir o ofensor da reiteração da conduta danosa, há, a título de
15:06em
exemplo, o caso em que o custo da indenização é inferior ao custo de evitá-la ou, por outro
nosàsautos
lado, quando o proveito obtido com o ato danoso supera o prejuízo resultante da reparação do
dano. Não são raras as vezes que algumas empresas, visando tão somente o lucro, não hesitam
27/06/2019
em desconsiderar contratos e/ou normas legais, certas de que a sanção reparatória por
emliberado
ventura imposta configura um montante mais que satisfatório pela possibilidade de obter
Sao Paulo,
assim, a liberdade contratual. Diante de tal sanção desestimuladora, tem-se, por consequência,
protocolado
o caráter preventivo, em virtude de que o ofensor, responsabilizado e obrigado a pagar o valor,
irá procurar, logicamente, evitar futuros pagamentos dessa natureza, da mesma forma que
terceiros terão como exemplo tal fato" (TJPR - 0013282-27.2015.8.16.0045, rel. Siderlei Ostrufka
Paulo,de
Cordeiro, DJ: 10/02/2017)
Estado
Sao
Ou seja, enquanto o papel jurisdicional não fixar condenações que sirvam
Justicadedo
igualmente ao desestímulo e inibição de novas práticas lesivas, situações como estas seguirão se repetindo
deEstado
e tumultuando o judiciário.
Justica do
e Tribunal edeTribunal
Portanto, cabível a indenização por danos morais (que englobem a
frustração e o sentimento de insignificância do consumidor, os danos pelo desvio produtivo e os danos
MAXIMIANO
econômicos que levaram ao pedido da repetição de indébito), e nesse sentido, a indenização deve
MAXIMIANO
representar para a vítima uma satisfação capaz de amenizar de alguma forma o abalo sofrido e para o
DALGESSO
lesante, infligir sanção e alerta para que não volte a repetir o ato, uma vez que fica evidenciado completo
descaso aos transtornos causados.
DALGESSO
por ALEXANDRE
No que tange ao quantum indenizatório propriamente dito, a hodierna
jurisprudência pátria tem decidido, em casos semelhantes, por valores próximos a R$ 5.000,00. Vejamos: por ALEXANDRE
APELAÇÃO. COMPRA E VENDA. PRODUTO ADQUIRIDO E NÃO ENTREGUE. Tentativa de solução
do problema junto à ré. Dano moral. Desgaste psicológico vivenciado pelos autores, diante do
digitalmente
longo trajeto que teve que percorrer na busca da solução para o problema. Fixação em R$
digitalmente
na prestação de serviço, uma vez que a demandada, ora apelante, deveria ter comprovado o
efetivo recebimento da mercadoria mencionada na inicial pelo demandante, de modo a cumprir o
dodo
cópia
comando inserto no art. 333, II, do CPC, bem como diante do instituto da inversão do ônus da
documentoé écópia
prova, em razão da relação jurídica que ora se discute submir-se aos ditames do Código de Defesa
Este documento
Este
o número 10243424620198260114.
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do Consumidor. Aplicação da teoria do risco do empreendimento. Danos morais caracterizados
e devidamente arbitrados em R$ 4.000,00. Sentença mantida. Seguimento negado, com base no
, sob
53A8A96.
1001084-71.2019.8.26.0319 e código 67A9818.
art. 557, do CPC. (TJRJ APL 03525922320128190001, 12ª Câmara Cível, rel. Cherubin Helcias
15:06em
Schwartz Junior, dj: 17/07/2013)
nosàsautos
Assim, estipula-se, com a devida vênia, o montante de R$5.000,00 (cinco
27/06/2019
emliberado
mil reais), valor este que não trará enriquecimento sem causa à autora e também, por longe, não trará a
Sao Paulo,
protocolado
IV. DOS PEDIDOS
Paulo,de
Ante todo o exposto, requer:
Estado
1. A concessão, nos termos do artigo 6º, VIII, do Código de Defesa do
Sao
Consumidor, da inversão do ônus da prova em favor do autor;
Justicadedo
deEstado
2. A citação do representante legal da requerida, para, querendo,
Justica do
e Tribunal edeTribunal
apresentar contestação no prazo legal;
MAXIMIANO
3. Condenar a requerida ao pagamento:
a) a título de indenização por danos morais, de cunho
MAXIMIANO
compensatório e punitivo, tudo conforme fundamentado alhures, em valor pecuniário justo e condizente
DALGESSO
com o caso apresentado em tela, do montante de R$ 5.000,00 (cinco mil reais);
DALGESSO
b) da repetição de indébito, cujo valor, atualizado de acordo com a
por ALEXANDRE
determinação legal, perfaz o montante de R$ 583,78 (quinhentos e oitenta e três reais e setenta e oito
centavos); por ALEXANDRE
digitalmente
rescindir o contrato de compra e venda, além de indenizar o autor em razão os danos morais e efetuar o
pagamento dos valores a título de repetição de indébito, bem como ao pagamento das custas processuais e
assinado
honorários advocatícios;
assinado
original,
original,
27/03/2019 às 11:25 .
sejam realizadas em nome do patrono que esta subscreve, na forma do artigo 272, do Código de Processo
Civil, sob pena de nulidade.
, sob
53A8A96.
1001084-71.2019.8.26.0319 e código 67A9818.
15:06em
nosàsautos
Requer, também, a produção de todas as provas em Direito admitidas,
27/06/2019
especialmente o depoimento pessoal do representante legal da requerida, sob pena de revelia e confissão,
emliberado
oitiva de testemunhas arroladas, perícias, avaliações, juntada de documentos e outras provas que se
Sao Paulo,
protocolado
Dá-se à causa o valor de R$ 5.583,78 (cinco mil, quinhentos e oitenta e três
Paulo,de
reais e setenta e oito centavos).
Estado
Sao
Justicadedo
Lençóis Paulista/SP, 27 de março de 2019.
deEstado
Justica do
e Tribunal edeTribunal
ALEXANDRE DALGESSO MAXIMIANO
OAB/SP 328.505
documentoé écópia
Este documento
Este dodo
cópia original,
original, assinado
assinado digitalmente
digitalmente por ALEXANDRE
por ALEXANDRE DALGESSO
DALGESSO MAXIMIANO
MAXIMIANO