Obj. Jurídico - administração publica compreendida de forma ampla. suj. Ativo – O crime será próprio. É importante identificar quem será o funcionário publico para fins penais e conforme art. 327, ainda que a pessoa esteja vinculada a administração de forma voluntaria e sem remuneração ela também será considerada um funcionário publico, por exemplo, o estagiário. Suj. Passivo - Conduta - peculato apropriação – Nesta circunstancia o agente publico se apossua da posse que possui sobre o bem no intuito de utilizá-lo para atender o seu interesse particular. Ex: alimentação que ao chegar à escola para atender a merenda e desviada em favor do diretor. peculato desvio – Há uma alteração na finalidade daquele bem ou verba Ex: alimentação que ao chegar a escola para atender a merenda e desviada em favor do Diretor. peculato furto – Ocorre quando o agente se aproveita da sua condição de funcionário publico para subtrair algum bem da administração publica sobre a qual não tenha a posse. peculato culposo – Ocorre quando o agente publico de forma negligente ou imprudente concorre para a pratica do crime de outrem. Ex: vigilante que dorme durante o turno de serviço, e em razão disto outra pessoa subtrai o local que esta sendo vigiado. peculato estelionato – (mediante erro de outrem) Ocorre quando funcionário publico se aproveita do erro do particular para se apropriar de valores indevidos, por exemplo, um medico que recebe do paciente uma quantia em dinheiro pela consulta no posto de saúde. OBS: se o funcionário solicitar o crime será do art. 317.
Peculato eletrônico – (Art. 313-A e 313-B) - É a inserção de dados falsos em
sistema de informações. Obj. Jurídico – Protege idoneidade das informações de um sistema publico. Suj. Ativo – Crime próprio, pois alem de ser funcionário publico, o agente deve possuir a capacidade de alterar o sistema de dados. Suj. Passivo – O Estado. Conduta – Consiste em inserir, facilitar ou alterar dados corretos do sistema informatizado em troca de uma vantagem indevida. Ex: acrescentar uma categoria diferente para o motorista dirigir outros veículos alem do que lhe é permitido. Tipo subjetivo – É o dolo especifico, porque o agente busca algum tipo de vantagem, principalmente econômica. Consumação – No exato momento da inserção dos dados falsos independentemente do proveito de alguém. De igual forma não será exigido o recebimento da vantagem indevida por parte do agente público. Ação penal – Pública incondicionada.
Art. 313 B – Modificação
Obj. Jurídico – Moralidade do sistema público de informações. Suj. Ativo – O funcionário público. Suj. Passivo – O próprio Estado. Conduta – Consiste em modificar ou alterar o sistema de informações sem a intenção de obter vantagem patrimonial indevida Tipo subjetivo – Dolo genérico. Consumação – no momento que ficar caracterizada a alteração a ser demonstrada por pericia. Ação penal – publica incondicionada.
Art. 315 – Emprego irregular de verbas públicas
Neste crime o ordenador de despesas destina a verba publica para uma finalidade diversa. Ex: ao invés de investir na saúde, ele investe na educação. Entretanto, se ele desviar essa verba ao seu favor o crime será o de peculato, Art. 312. OBS: O prefeito não se enquadra neste artigo, mas sim no decreto lei 201/67.
Art. 316 – Concussão
Obj. Jurídico – Moralidade administrativa. Sujeito Ativo – Será o funcionário publico, incluindo ainda aquele que não esteja no exercício de sua função ou estando apenas nomeado sem ter ainda entrado em exercício. Suj. Passivo – Será o Estado e o particular vitima da agressão psicológica. Conduta – O agente público de forma ríspida exige uma vantagem indevida para realizar o ato de oficio ou ate mesmo deixar de realizá-lo. Ex: O policial que exige uma quantia para não prender o indivíduo. Tipo subjetivo – Crime doloso Consumação – No momento em que o agente público realiza a cobrança indevida não sendo necessário o recebimento de tal quantia. Ação penal – Pública incondicionada. excesso de exação: Haverá uma cobrança exatoria de um tributo indevido ou não.
Art. 317 – Corrupção passiva
Obj. Jurídico – Moralidade administrativa. Suj. ativo – funcionário publico. Quando o particular praticar o ato de corrupção haverá o crime do Art. 333(corrupção ativa). Suj. Passivo – O Estado e o particular (vítima) quando não praticar alguma das condutas do Art. 333. Conduta – Na corrupção passiva, o agente público não irá utilizar de violência psicológica para obter a vantagem indevida, pois aqui, ele fará apenas um pedido. Tipo subjetivo – Dolo, pois o agente irá buscar uma vantagem indevida, na maioria das vezes econômica. Consumação – O crime de corrupção estará consumado, desde a solicitação não sendo necessário o recebimento da vantagem indevida. Corrupção privilegiada – Ocorre quando o agente público deixa de fazer determinada conduta de oficio para atender o pedido de outra pessoa, sem vantagem econômica. Ação penal – Publica incondicionada.
Art. 319 – Prevaricação
Obj. Jurídico – Moralidade administrativa. Suj. ativo – Funcionário público. Suj. Passivo – O Estado. Conduta – O agente público deixa de realizar o seu trabalho para atender o seu interesse pessoal, seja ela qual for. Ressalta-se que ele adota esta conduta sem ser incentivado por outrem. Tipo subjetivo – Dolo. Consumação – No momento em que fica evidenciado a não realização de seu oficio. Ex: Ele nega o atendimento para uma pessoa, para ficar em seu celular no instagram. Ação penal – Pública incondicionada.
Art. 319 – A – Prevaricação imprópria
A nomenclatura deste delito foi idealizada pela doutrina, pois, o tipo penal está próximo ao da conduta prevista no Art. 319 de prevaricação. O Particular que praticar essa conduta ele será responsabilizado pelo crime previsto no Art. 349-A. Obj. Jurídico – Visa proteger a segurança prisional. Suj. Passivo – Funcionário da unidade prisional. Somente irá cometer o crime aquele que possui a qualidade de agente penitenciário e que também atue na unidade prisional onde foi entregue o aparelho celular. Caso contrário haverá a conduta do Art. 349-A. O preso que for encontrado dentro da unidade prisional com aparelho telefônico não cometerá crime, mas sim falta grave prevista na Lei 7.21084, Art.54, VII. Suj. Passivo – O Estado. Conduta – consiste em um crime omissivo, pois, o agente deixa de realizar o seu dever profissional, entretanto, se ao realizar essa conduta ele vier a obter uma vantagem indevida haverá o concurso de crimes entre corrupção passiva e a prevaricação imprópria. Tipo subjetivo – Dolo. Consumação – O crime se consuma no momento em que fica demonstrada a conduta de ingresso ilegal do aparelho, ainda que o objeto não chegue ao seu destinatário. Ação penal – Publica incondicionada.
Art. 325 – Violação do sigilo profissional
Obj. Jurídico – Visa resguardar a segurança das informações que administração dispõe. Suj. ativo – Funcionário público que possui a competência para manter tais informações. Ex: Um juiz, promotor, policial. OBS: No caso do particular a conduta será a prevista no Art. 154. Ex: Gerente de banco, médico, Líder religioso. Suj. Passivo – Primeiro o Estado e possivelmente o particular também. Conduta – Consiste em revelar indevidamente informação que em razão do cargo deveria manter em sigilo. Tipo Subjetivo – Dolo. consumação – No momento em que a informação chegue a publico, não cabe tentativa. Ação penal – Pública incondicionada.
Art. 328 – Usurpação de função
Obj. Jurídico – Visa proteger a moralidade administrativa. Suj. Ativo – qualquer pessoa. Suj. Passivo – Administração pública. Conduta – O crime ocorre quando o particular que dolosamente assumi as funções de um funcionário público para criar ou modificar alguma situação jurídica. Ex: O estagiário que pratica um ato inerente de seu superior. Tipo Subjetivo – Dolo, porém, se a conduta for culposa não haverá crime e ainda sim o ato eventualmente praticado poderá ser convalidado. Ação penal – Publica incondicionada. Consumação – Se consuma quando o particular realiza algum ato de que não tem competência, admiti-se a tentativa.
Art. 329 – Resistência
Obj. Jurídica – Tutela a autoridade administrativa. Suj. Ativo – Qualquer pessoa. Suj. Passivo – Primeiro o Estado e na ocorrência de lesão o agente também será vítima. Conduta – A resistência será praticada com grave ameaça ou violência, o agente também será responsabilizado pela lesão que provocar. Tipo subjetivo – O dolo. Consumação – Ocorre no momento em que a grave ameaça ou a violência chega a ser executada. Resistência qualificada – Ocorre quando o ato deixa de ser realizado por causa da resistência. Ação penal – Pública incondicionada.
Art. 330 – Desobediência
Ocorre o crime quando a ordem emitida pelo funcionário público deixa de ser atendida de forma injustificada quando ele possuía o dever de atendê-la. Ex: Furara uma blitz, desobediência dolosa.
Art. 331 – Desacato
O desacato ocorre quando a ofensa é realizada contra o funcionário público no exercício da sua função ou em razão dela. Este crime é de ação penal incondicionada. OBS: Se a ofensa for realizada fora destas situações haverá os crimes de difamação ou injuria caso em que a ação penal será privada.
Art. 333 – Corrupção Ativa
Obj. Jurídico – Moralidade da administração pública. Suj. Ativo – É o particular (crime comum), quando for funcionário público será o crime do Art. 317(corrupção passiva). Suj. Passivo – Primeiro o Estado e segundo o agente público. Conduta – Consiste em oferecer ou prometer alguma vantagem indevida não necessariamente econômica para um funcionário público no intuito deste deixar de realizar ou praticar um ato de oficio, por exemplo, particular que oferece dinheiro, pertences pessoais para obter um beneficio. Tipo Subjetivo – Dolo. Consumação e tentativa – No momento em que ocorre a proposta, não sendo necessário o recebimento da vantagem indevida, por exemplo, individuo que faz uma promessa para obter a habilitação. OBS: Uma primeira corrente doutrinaria entende que a tentativa é possível na forma escrita, por exemplo, interceptação de mensagem. Já uma corrente majoritária entende que neste crime não será admitida tentativa. A pena aqui aumente de 1/3 se o funcionário público realizar o ato, porém, este aumento é apenas para o particular, o funcionário somente respondera pelo Art. 317. Ação penal – Pública incondicionada.
Art. 334 – Descaminho
Obj. Jurídico – Administração pública. Suj. Ativo – A principio o crime será comum, pois, qualquer um pode praticar. OBS: Se o funcionário público facilitar a entrada da mercadoria proibida ele responderá pelo crime do Art. 318. Suj. Passivo – O Estado. Conduta – Consiste em adentrar em um país com mercadoria licita sem recolher o referido imposto sobre o bem. Tipo subjetivo – Dolo, será permitido ao autor realizar o pagamento do imposto devido para não cometer este crime. Consumação e tentativa – O crime se consuma no momento em que a mercadoria passa pela alfândega sem pagar o imposto, aqui admiti-se a tentativa. Ação penal – Pública incondicionada e por haver interesse da união a competência será da justiça federal.
Art. 334-A – Contrabando
Obj. Jurídico - Administração tributaria e também a segurança da coletividade. Suj. Ativo – O crime pode ser cometido por qualquer pessoa (crime comum). Suj. Passivo – O Estado. Conduta – Consiste em importar ou exportar mercadoria proibida, para saber o caráter ilícito do produto será necessário consultar a lista de itens considerados proibidos que seja expedida pela receita federal. Trata-se, portanto de uma norma penal em branco. Ex: Arma de fogo, medicamentos, cigarros, etc. Tipo subjetivo – Dolo. Consumação e tentativa – O crime se consuma no momento em que a mercadoria proibida entra ou sai do país, não sendo necessário chegar ao seu destino (crime de consumação antecipada), admite-se tentativa. Ação penal – Pública incondicionada, por haver interesse da união o crime será de competência da justiça federal.
Art. 342 – Falso testemunho
Obj. Jurídico – Visa proteger a administração da justiça. Suj. Ativo – É o crime que pode ser cometido apenas pela pessoa que tenha condição de testemunhar. Tal crime é de mão própria, pois, não admite co- autoria. Ex: O advogado que induz a testemunha a mentir. Suj. Passivo – A justiça. Conduta – Consiste em realizar declaração falsa em um processo judicial ou arbitral e em inquéritos policiais. Também haverá este crime na hipótese de laudos periciais falsos. Tipo Subjetivo – Dolo. Consumação – No depoimento ou da juntada do laudo. Extinção de punibilidade – Haverá a extinção da punibilidade se a testemunha se retratar antes da sentença a ser proferida. Pode ser no processo principal ou no processo em que ela é acusada. Ação penal – Pública incondicionada.