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(VJ Estratégia CONCURSOS Aula 02 Nogées de Direito Constitucional p/ PC-DF (Agente) Com videaulas Professores: Nadia Carolina, Ricardo Vale Aula 02 - Prof* Nadia / AULA 02 DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS — PARTE 02 Sumario Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (Parte 02)... ‘Questdes Comentadas.. Lista de Questées Gabarito .. Ola, amigos do Estratégia Concursos, tudo bem? Na aula anterior, nés demos inicio ao estudo dos direitos e deveres individuais e coletivos. Hoje, continuaremos a tratar desse tema que, como ja dissemos, é um dos mais cobrados em prova. Vocé veré que ha muitos detalhes a serem memorizados, por isso é importante resolver todos os exercicios da lista! Nao deixe, também, de assistir aos videos do professor Ricardo Vale, ja disponiveis na sua area do aluno! Depois de ler nosso material, resolver as questées e assistir aos videos, néo tem como n&o gabaritar a prova! © Que tal comegarmos nossos estudos? Um grande abraco, Nadia e Ricardo Para tirar duvidas e ter acesso a dicas e conteddos gratuitos, acesse nossas redes sociais: Facebook do Prof. Ricardo Vale: https://www.facebook,com/profricardovale Facebook da Prof’. Nadia Carolina: https://www.facebook.com/nadia.c.santos, 16?fref=ts Canal do YouTube do Ricardo Vale: https://www.youtube.com/channel/UC32LIMyS96biplI715yzS9Q www.estrategiaconcursos.com.br Aula 02 - Prof* Nadia / www.estrategiaconeursos.cor 2de 155 Aula 02 - Prof* Nadia / Direitos e Deveres Ind e Coletivos (Parte 02) Nosso estudo comeca do ponto em que paramos na aula passada. Nela, haviamos estudado o art. 5°, inciso I até o art. 5°, inciso XXXI. XXXII - 0 Estado promovera, na forma da lei, a defesa do consumidor; Ao inserir esse inciso no rol de direitos fundamentais, 0 constituinte destacou a importancia do direito do consumidor para os cidaddos. Essa importancia fica ainda mais evidente quando se verifica que no art. 170, V, CF/88 a defesa do consumidor foi elevada a condic&o de principio da ordem econémica. © inciso XXXII é uma tipica norma de eficacia limitada, uma vez que é necesséria a edicdo de uma lei que determine a forma pela qual o Estado fara a defesa do consumidor. Essa lei ja existe: é 0 Cédigo de Defesa do Consumidor. Segundo o STF, as instituicées financeiras também séo alcangadas pelo Cédigo de Defesa do Consumidor.? Além disso, 0 referido Cédigo é aplicavel aos casos de indenizagdo por danos morais e materiais por ma prestacdo de servico em transporte aéreo. XXXII - todos tém direito a receber dos érgaos publicos informagoes de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que seréo prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindivel 4 seguranga da sociedade e do Estado; Essa norma traduz o direito a informago que, combinado com 0 principio da publicidade, obriga a todos os orgdos e entidades da Administracéio Publica, direta e indireta (incluindo empresas pliblicas e sociedades de economia mista), a dar conhecimento aos administrados da conduta interna de seus agentes. Com efeito, todos os cidados tam o direito de receber dos érgéos pliblicos informagées de interesse particular ou de interesse coletivo ou geral. O principio da publicidade evidencia-se, assim, na forma de uma obrigagao de transparéncia. Todavia, os érg&os ptblicos nao precisam fornecer toda e qualquer informagao de que disponham. As informacées cujo sigilo seja imprescindivel a seguranca da sociedade e do Estado nao devem ser fornecidas. Também sdo imunes ao acesso as informacées pessoais, que est&o protegidas pelo art. 5°, X, da CF/88 que dispde que “sao invioléveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenizagéo pelo dano material ou moral decorrente de sua violacao". 1 STF, ADI n° 2.591/DF, Rel. Min. Cezar Peluso. DJe: 18.12.2009 ® STF, RE 575803-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, De: 18.12.2009 www.estrategiaconcursos.com.br Aula 02 - Prof* Nadia / A regulamentac&o do art. 5°, inciso XXXII, é feita pela Lei n° 12.527/2011, a conhecida Lei de Acesso a Informacdo. E ela que define o procedimento para a solicitacdo de informages aos érgdos e entidades publicas, bem como os prazos e as formas pelas quais 0 acesso a informacao sera franqueado aos interessados. Em 2008, antes mesmo da Lei de Acesso a Informag&o, o Municipio de Séo Paulo, buscando dar maior transparéncia publica, determinou a divulgacao na Internet da remuneracdo de seus servidores. O caso foi levado ao STF, que entendeu que essas informagdes (remunerac’o bruta, cargos, funcdes, érgios de lotacio) sdo de interesse coletivo ou geral, expondo-se, portanto, a divulgaco oficial. No entendimento da Corte, “nao cabe, no caso, falar de intimidade ou de vida privada, pois os dados objeto da divulgagéo em causa dizem respeito a agentes publicos enquanto agentes publicos mesmos; ou, na linguagem da propria Constituicéo, agentes estatais agindo ‘nessa qualidade’ (§ 6° do art. 37).2 Ainda nessa linha de garantir o acesso a informacg&o, o STF determinou que fossem fornecidas a pesquisador documentos impressos e arquivos fonograficos das sessées ptiblicas e secretas realizadas pelo STM (Superior Tribunal Militar) realizadas durante o periodo dos governos militares. Para a Corte, o direito & informagéo e a busca pelo conhecimento da verdade integram o patriménio juridico de todos os cidadéos, sendo um dever do Estado assegurar os meios para o exercicio desses direitos.* No caso de lesdo ao direito a informacao, o remédio constitucional a ser usado pelo particular é 0 mandado de seguranga. Nao é o habeas data! Isso porque se busca garantir 0 acesso a informagées de interesse particular do requerente, ou de interesse coletivo ou geral, e néo aquelas referentes & sua pessoa (que seria a hipétese de cabimento de habeas data). (TRF 5° Regido — 2015) Deve ser resguardado o nome do servidor plblico na publicitagdo dos dados referentes a sua remunerac&o, porquanto tal divulgacéo viola a protecdo constitucional intimidade. Hd iisican Comentarios: A divulgacéo do nome e da remuneracéo dos servidores ptblicos é de interesse coletivo ou geral e, portanto, nao ha que se falar em violac&o da intimidade. Questo errada. * STF, MS, 3.902 ~ AgR, Rel. Min. Ayres Britto. DJE de 03.10. 2011 * Rcl 11949/RJ, Rel. Min. Carmen Lucia, 15.03.2017 www.estrategiaconcursos.com.br Aula 02 - Prof* Nadia / TITULARES: PESSOAS FISICAS OU JURIDICAS, NACIONAIS OU ESTRANGEIRAS: INFORMAGAO AMBIIO DE PROTECAO; INFORMAQOES DE INTERESSE PARTICULAR OU DE INTERESSE COLETIVO OU GERAL /EXCEGOES: INFORMAGOES IMPRESCINDIVEIS A SEGURANCA DA| SOCIEDADE OU DO ESTADO PROTEGIDO VIA MANDADO DE SEGURANCA DIREITO A XXXIV — séo a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) 0 direito de petico aos Poderes Publicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtencéo de certidées em reparticées publicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situagées de interesse pessoal; Esse dispositivo constitucional prevé, em sua alinea “a, o direito de peticao e, na alinea “b”, 0 direito a obtengao de certidées. Em ambos os casos, assegura-se 0 nao pagamento de taxas, por serem ambas as hipédteses essenciais ao préprio exercicio da cidadania. Para facilitar a compreenséo, traduzirei em palavras simples o que é peticao e 0 que é certiddo. Petic&o 6 um pedido, uma reclamaco ou um requerimento enderecado a uma autoridade puiblica. Trata-se de um instrumento de exercicio da cidadania, que permite a qualquer pessoa dirigir-se ao Poder Publico para reivindicar algum direito ou informagao. Por esse motivo, o impetrante (autor da peticao) pode fazer um pedido em favor de interesses préprios, coletivos, da sociedade como um todo, ou, até mesmo, de terceiros. Nao necessita de qualquer formalismo: apenas se exige que o pedido seja feito por documento escrito. Exemplo: um servidor ptblico pode, por meio de peticSo, pedir remocio para outra localidade, para tratar de sua satide. Jé a certidao é um atestado ou um ato que dé prova de um fato. Dentro da linguagem juridica, € uma cépia auténtica feita por pessoa que tenha fé publica, de documento escrito registrado em um processo ou em um livro. Exemplo: certid’o de nascimento. www.estrategiaconcursos.com.br Aula 02 - Prof* Nadia / E muito comum que as bancas examinadoras tentem confundir 0 candidato quanto as finalidades do direito de peticao e o direito de obter certidao. 1) 0 direito de peticdo tem como finalidades a defesa de direitos e a defesa contra ilegalidade ou abuso de poder, Pie 2) 0 direito a obtengdo de certidées tem como Kewatento! | finalidades a defesa de direitos e o esclarecimento de situagées de interesse pessoal. Ele nado serve para esclarecimento de interesse de terceiros. Como se vé, ambos servem para a defesa de direitos. Entretanto, a peticéo também é usada contra ilegalidade ou abuso de poder, enquanto as certidées tém como segunda aplicagao possivel o esclarecimento de situagdes de interesse pessoal. O direito de peticfo € um remédio administrativo, que pode ter como destinatério qualquer érgao ou autoridade do Poder Publico, de qualquer um dos trés poderes (Executivo, Legislativo e Judicidrio) ou até mesmo do Ministério Publico. Todas as pessoas fisicas (brasileiros ou estrangeiros) e pessoas juridicas sao legitimadas para peticionar administrativamente aos Poderes Publicos. Por ser um remédio administrativo, isto é, de natureza no-j icional, o direito de petic&io € exercido independentemente de advogado. Em outras palavras, n&o é obrigatéria a representagéo por advogado para que alguém possa peticionar aos Poderes Publicos. Nesse sentido, é importante deixar claro que o STF faz nitida distingdo entre o direito de peticionar e o direito de postular em juizo.’ 0 direito de postular em juizo, ao contrario do direito de petigéo, necesita, para ser exercido, de representacéo por advogado, salvo em situagdes excepcionais (como é 0 caso do habeas corpus). Portanto, para o STF, ndo é possivel, com base no direito de peticdo, garantir a qualquer pessoa ajuizar acéio, sem a presenca de advogado. Com efeito, o ajuizamento de aco esté no campo do “direito de postular em juizo”, 0 que exige advogado. Quando se exerce 0 direito de petic&o ou, ainda, quando se solicita uma certidéo, hd uma garantia implicita a receber uma resposta (no caso de petico) ou a obter a certidéo. Quando ha omisséo do Poder Publico (falta de © STF, Petiggo n° 762/BA AgR . Rel. Min. Sydney Sanches. Didrio da Justica 08.04.1994 www.estrategiaconcursos.com.br 6de Aula 02 - Prof* Nadia / resposta a peticéo ou negativa ilegal da certido), o remédio constitucional adequado, a ser utilizado na via judicial, é 0 mandado de seguranca. Sobre o direito de certidao, o STF jé se pronunciou da seguinte forma: "o direito 4 certidéo traduz prerrogativa juridica, de extragao constitucional, destinada a viabilizar, em favor do individuo ou de uma determinada coletividade (como a dos segurados do sistema de previdéncia social), a defesa (individual ou coletiva) de direitos ou o esclarecimento de situacdes, de tal modo que a injusta recusa estatal em fornecer certidées, néo obstante presentes os pressupostos legitimadores dessa pretensdo, autorizaré a utilizagdo de instrumentos processuais adequados, como 0 mandado de seguranca ou como a prépria ago civil publica, esta, nos casos em que se configurar a existéncia de direitos ou interesses de cardter transindividual, como os direitos difusos, os direitos coletivos e os direitos individuais homogéneos”. As bancas examinadoras adoram dizer que o remédio constitucional destinado a proteger o direito de certiddo € o habeas data. Isso esta errado! O remédio constitucional que protege o direito de certid’o € 0 mandado de seguranca. O habeas data 6 utilizado, como estudaremos mais a frente, quando néo se tem acesso a informacgdes pessoais do impetrante ou quando se deseja retificd-las. Quando alguém solicita uma certidao, j4 tem acesso as informagées; 0 que quer é apenas receber um documento formal do Poder Publico que ateste a veracidade das informacdes. Portanto, é incabivel o habeas data. (PC / GO - 2015) Todos tém direito a obter certidées em repartigées puiblicas para esclarecimento de situacées de interesse pessoal, mediante pagamento de taxa. Raesrtican, Comentarios: © direito & obtenc&o de certidées para defesa de direitos e esclarecimento de situagdes de interesse pessoal independe do pagamento de taxas. Questo errada. °RE STF 472.489/RS, Rel. Min. Celso de Mello, 13.11.2007. www.estrategiaconcursos.com.br Aula 02 - Prof* Nadia / XXXV — a lei no excluiré da apreciagao do Poder Judiciario lesdo ou ameaca a direito; No Brasil, adota-se o sistema inglés de jurisdig&0, que é 0 sistema de jurisdicfo una, Nesse modelo, somente o Poder Judicidrio pode dizer o Direito de forma definitiva, isto ¢, somente as decisées do Judiciario fazem coisa julgada material. Contrapondo-se a esse modelo, esta o sistema francés de jurisdicdo (contencioso administrativo), no qual tanto a Administrac&io quanto 0 Judiciério podem julgar com carater definitivo. © art. XXXV, ao dizer que “a lei no excluiré da apreciagao do Poder Judiciério lesSo ou ameaca a direito”, ilustra muito bem a adog&o do sistema inglés pelo Brasil. Trata-se do principio da inafastabilidade de jurisdigao, segundo o qual somente o Poder Judicidrio podera decidir uma lide em definitivo. E claro que isso nao impede que o particular recorra administrativamente ao ter um direito seu violado: ele podera fazé-lo, inclusive apresentando recursos administrativos, se for o caso. Entretanto, todas as decisées administrativas estéo sujeitas a controle judicial, mesmo aquelas das quais no caiba recurso administrativo. Cabe destacar que qualquer litigio, estejam eles concluidos ou pendentes de solug&o na esfera administrativa, podem ser levados ao Poder Judiciério. No Ultimo caso (pendéncia de solucdo administrativa), a deciséo administrativa restaré prejudicada. O processo administrativo, consequentemente, seré arquivado sem deciséo de mérito. Em razdo do principio da inafastabilidade de jurisdicéo, também denominado de principio da universalidade de jurisdigéo, nao existe no Brasil, como regra geral, a “jurisdigdo condicionada” ou “instancia administrativa de curso forgado”. Isso quer dizer que 0 acesso ao Poder Judicidrio independe de processo administrativo prévio referente & mesma questéo. O direito de ag&o n&o esta condicionado a existéncia de procedimento administrativo anterior; uma vez que seu direito foi violado, o particular pode recorrer diretamente ao Poder Judiciario. Ha, todavia, algumas excegdes, nas quais se exige o prévio esgotamento da via administrativa para que, s6 ent&o, o Poder Judiciério seja acionado. Sao elas: a) habeas data: um requisito para que seja ajuizado o habeas data & a negativa ou omissdo da Administracéio Publica em relacdo a pedido administrative de acesso a informacées pessoais ou de retificagdo de dados. www.estrategiaconcursos.com.br Aula 02 - Prof* Nadia / b) controvérsias desportivas: o art. 217, § 1° , da CF/88, determina que “o Poder Judicidrio s6 admitir agées relativas a disciplina e as competigées desportivas apés esgotarem-se as instaéncias da justica desportiva, regulada em lei.” ¢) reclamacao contra o descumprimento de Simula Vinculante pela Administracdo Publica: o art. 7°, § 19, da Lei n° 11.417/2006, dispde que “contra omissdo ou ato da administrag&o publica, 0 uso da reclamaco sé seré admitido apés esgotamento das _ vias administrativas”. A reclamacéo é ago utilizada para levar ao STF caso de descumprimento de enunciado de Sumula Vinculante (art. 103-A, §3°). Segundo o STF, a reclamagao esta situada no Ambito do direito de petigao (e nao no direito de ac&o); portanto, entende-se que sua natureza juridica néo é a de um recurso, de uma aco e nem de um incidente processual.’ d) requerimento judicial de beneficio previdenciario: antes de recorrer ao Poder Judiciério para que Ihe conceda um beneficio previdencirio, faz-se necessario o prévio requerimento administrativo ao INSS. Sem o prévio requerimento administrative, néo haverd interesse de agir do segurado. O art. 5°, XXXV, da CF/88, representa verdadeira garantia de acesso ao Poder Judiciario, sendo um fundamento importante do Estado Democratico de Direito. Todavia, por mais relevante que seja, nao se trata de uma garantia absoluta: 0 direito de acesso ao Poder Judiciario deve ser exercido, pelos jurisdicionados, por meio das normas processuais que regem a matéria, no constituindo-se negativa de prestacéo jurisdicional cerceamento de defesa a inadmissdo de recursos quando n&o observados os procedimentos estatuidos na normas instrumentais.® Com efeito, o art. 5°, inciso XXXV no obsta que o legislador estipule regras para o ingresso do pleito na esfera jurisdicional, desde que obedecidos os principios da razoabilidade e da proporcionalidade. Quando este fixa formas, prazos e condigées razoaveis, no ofende a Inafastabilidade da Jurisdicéo. Destaque-se que o principio da inafastabilidade de jurisdiggo ndo assegura a gratuidade universal no acesso aos tribunais, mas sim a garantia de que 0 Judicidrio se prestara a defesa de todo e qualquer direito, ainda que contra os poderes ptblicos, independentemente das capacidades econémicas das partes. E claro que se o valor da taxa judiciéria for muito elevado, isso poderé representar verdadeiro obstaculo ao direito de ado. Nesse sentido, entende o STF que viola a garantia constitucional de acesso a jurisdicéo a taxa 7 STF, ADI n° 2.212/CE. Rel. Min, Ellen Gracie, DJ. 14.11.2003 ° STF, Ag.Rg. n° 152.676/PR. Rel. Min. Mauricio Corréa. DJ 03.11.1995. wwweestrategiaconcursos.com.br Aula 02 - Prof* Nadia / judiciaria calculada sem limite sobre o valor da causa (Simula STF n® 667). Com efeito, ha que existir uma equivaléncia entre o valor da taxa judicidria e o custo da prestag&o jurisdicional; uma taxa judicidria calculada sobre o valor da causa pode resultar em valores muito elevados, na hipdtese de o valor da causa ser alto. Por isso, é razoAvel que a taxa judiciaria tenha um limite; assim, causas de valor muito elevado nao resultarao em taxas judicidrias desproporcionais ao custo da prestacao jurisdicional. A garantia de acesso ao Poder Judiciério é, como dissemos, um instrumento importante para a efetivagéo do Estado democrético de direito. Dessa forma, 0 direito de ac&o nao pode ser obstaculizado de maneira desarrazoada. Seguindo essa linha de raciocinio, 0 STF considerou que "é inconstitucional a exigéncia de depésito prévio como requisito de admissibilidade de ago judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributario”® (Sumula Vinculante n® 28). Segundo a Corte, a necessidade do depésito prévio limitaria 0 préprio acesso a primeira instancia, podendo, em muitos casos, inviabilizar o direito de aco. Outro ponto importante, relacionado a garantia de acesso ao Poder Judicidrio, é sobre o duplo grau de jurisdic&o. Elucidando o conceito, explica-se que o duplo grau de jurisdiggo é um reexame da matéria decidida em juizo, ou seja, trata-se de uma nova apreciacéio jurisdicional (reexame) por um orgao diverso e de hierarquia superior aquele que decidiu em primeira instancia. Segundo o STF, 0 duplo grau de jurisdigéo nao consubstancia principio nem garantia constitucional, uma vez que séo varias as previsdes, na propria Lei Fundamental, do julgamento em instancia Unica ordindria.‘° Em outras palavras, a Constituigéo Federal de 1988 nao estabelece obrigatoriedade de duplo grau de jurisdicao. E de se ressaltar, todavia, que o duplo grau de jurisdico € principio previsto na Conveng&o Americana de Direitos Humanos, que é um tratado de direitos humanos com hierarquia supralegal regularmente internalizado no ordenamento juridico brasileiro.? Assim, parece-nos que a interpretacéo mais adequada é a de que, embora 0 duplo grau de jurisdicéo exista no ordenamento juridico brasileiro (em razio da incorporacao ao direito doméstico da Convengaio Americana de Direitos Humanos), ndo se trata de um principio absoluto, eis que a ° Samula Vinculante n° 28: E inconstitucional a exig&ncia de depésito prévio como requisito de admissibilidade de agéo judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributario. * RHC 79785 RJ; AgRg em Agi 209.954-1/SP, 04.12.1998. 1 Q art. 8°, n° 2, alinea h, da Convencdo Americana de Direitos Humanos dispde que toda pessoa tem “o direito de recorrer da sentenga para juiz ou tribunal superior”. www.estrategiaconcursos.com.br 10 de Aula 02 - Prof* Nadia / Constituig&o estabelece varias excegdes a ele.'? Nesse sentido, ndo cabe recurso da deciséo do Senado que julga o Presidente da Republica por crime de responsabilidade; ou, ainda, é irrecorrivel a deciséo do STF que julga o Presidente e os parlamentares nas infracées penais comuns. XXXVI - a lei ndo prejudicara o direito adquirido, o ato juridico perfeito © a coisa julgada; © direito adquirido, 0 ato juridico perfeito e a coisa julgada so institutos que surgiram como instrumentos de seguranga juridica, impedindo que as leis retroagissem para prejudicar situagdes juridicas__consolidadas._Eles representam, portanto, a garantia da irretroatividade das leis, que, todavia, no é absoluta. 0 Estado néo é impedido de criar leis retroativas; estas sero permitidas, mas apenas se beneficiarem os individuos, impondo-lhes situacdo mais favoravel do que a que existia sob a vigéncia da lei anterior. Segundo o STF, “o principio insculpido no inciso XXXVI do art. 5° da Constituigéo nao impede a edicéo, pelo Estado, de norma retroativa (lei ou decreto), em beneficio do particular". ° A Sumula STF n° 654 dispde o seguinte: “A garantia da irretroatividade da lei, prevista no art. 5°, XXXVI, da Constituigéo da Republica, nao é invocavel pela entidade estatal que a tenha editado.” Vamos as explicagdes... Suponha que a Unido tenha editado uma lei retroativa concedendo um tratamento mais favoravel aos servidores ptiblicos do que o estabelecido pela IN lei anterior. Por ser benigna, a lei retroativa pode, sim, ser mais fundo | aplicada mesmo face ao direito adquirido. Agora vem a pergunta: poderé a Unido (que editou a lei retroativa) se arrepender do beneficio que concedeu aos seus servidores e alegar em juizo que a lei ndo é aplicével em razo do principio da irretroatividade das leis? Nao poderd, pois a garantia da irretroatividade da lei nao é invocavel pela entidade estatal que a tenha editado. Vamos, agora, entender os conceitos de direito adquirido, ato juridico perfeito e coisa julgada. © STF, 28 Turma, AI 601832 AgR/SP, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJe 02.04.2009. © STF, 3° Turma, RExtr, n° 184.099/DF, Rel. Min. Octavio Gallotti, RT] 165/327. www.estrategiaconcursos.com.br Md Aula 02 - Prof* Nadia / a) Direito adquirido é aquele que ja se incorporou ao patriménio do particular, uma vez que ja foram cumpridos todos os requisitos aquisitivos exigidos pela lei ent&o vigente. E o que ocorre se vocé cumprir todos os requisitos para se aposentar sob a vigéncia de uma lei X. Depois de cumpridas as condigées de aposentadoria, mesmo que seja criada lei Y com requisitos mais gravosos, vocé tera direito adquirido a se aposentar. O direito adquirido difere da “expectativa de direito”, que néo é alcangada pela protec&o do art. 5°, inciso XXXVI. Suponha que a lei atual, ao dispor sobre os requisitos para aposentadoria, Ihe garanta o direito de se aposentar daqui a 5 anos. Hoje, vocé ainda nao cumpre os requisitos necessarios para se aposentar; no entanto, daqui a 5 anos os teré todos reunidos. Caso amanha seja editada uma nova lei, que imponha requisitos mais dificeis para a aposentadoria, fazendo com que vocé s6 possa se aposentar daqui a 10 anos, ela nao estard ferindo seu direito. Veja: vocé ainda nao tinha direito adquirido 4 aposentadoria (ainda ndo havia cumprido os requisitos necessdrios para tanto), mas mera expectativa de direito. b) Ato juridico perfeito é aquele que reune todos os elementos constitutivos exigidos pela lei 14; é 0 ato j4 consumado pela lei vigente ao tempo em que se efetuou.’? Tome-se como exemplo um contrato celebrado hoje, na vigéncia de uma lei X. ¢) Coisa julgada compreende a deciséio judicial da qual n&io cabe mais recurso. E importante destacar que, no art. 5°, inciso XXXV, 0 vocdbulo “lei” esta empregado em seus sentidos formal (fruto do Poder Legislativo) e material (qualquer norma juridica). Portanto, inclui emendas constitucionais, leis ordinarias, leis complementares, resolugées, decretos legislativos e vérias outras modalidades normativas. Nesse sentido, tem-se o entendimento do STF de que a vedac&io constante do inciso XXXVI se refere ao direito/lei, compreendendo qualquer ato da ordem normativa constante do art. 59 da Constitui¢ao.'* Também é importante ressaltar que, segundo 0 STF, © principio do direito adquirido se aplica a todo e qualquer ato normativo infraconstitucional, “ MORAES, Alexandre de. Constituicéo do Brasil Interpretada e Legislacéo Constitucional, 9° edicao. Séo Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 241. * Cf. art. 69, §19, da LINDB. “STF, ADI 3.105-8/DF, 18.08.2004. www.estral \concursos.com.br Aula 02 - Prof* Nadia / sem qualquer disting&o entre lei de direito puiblico ou de direito privado, ou entre lei de ordem publica e lei dispositiva. ” Ha, todavia, certas situacdes nas quais ndo cabe invocar direito adquirido. Assim, n&o existe direito adquirido frente a: a) Normas constitucionais origindrias. As normas que “nasceram” com a CF/88 podem revogar qualquer direito anterior, até mesmo o direito adquirido. b) Mudanga do padrao da moeda. ¢) Criag&o ou aumento de tributos. d) Mudanga de regime estatutario. XXXVIT - no haverd juizo ou tribunal de excegao; NAO HA DIREITO ADQUIRIDO CONTRA LIII - ninguém seré processado nem sentenciado sendo pela autoridade competente; Contrariando um pouco a ordem em que estéo dispostos na Constituigéo, analisaremos esses dois incisos em conjunto. Isso porque ambos traduzem o principio do “juizo natural” ou do “juiz natural”. Esse postulado garante ao individuo que suas acdes no Poder Judiciério seréo apreciadas por um juiz imparcial, o que é uma garantia indispensavel @ administracao da Justica em um Estado democratico de direito. O principio do juiz natural impede a criacdo de juizos de excegdo ou “ad hoc”, criados de maneira arbitraria, apés o acontecimento de um fato. Na “RE 204967 RS, DJ 14-03-1997. www.estral \concursos.com.br 13.4 Aula 02 - Prof* Nadia / histéria da humanidade, podemos apontar como exemplos de tribunais de excegdo 0 Tribunal de Nuremberg e 0 Tribunal de Téquio, instituidos apés a Segunda Guerra Mundial; esses tribunais foram criados pelos “vencedores” (da guerra) para julgar os “vencidos” e, por isso, so téo duramente criticados. O principio do juiz natural deve ser interpretado de forma ampla. Ele nao deve ser encarado apenas como uma vedaciio a criacdo de Tribunais ou juizos de excegéio; além disso, decorre desse principio a obrigacao de respeito absoluto as regras objetivas de determinacado de competéncia, para que ndo seja afetada a independéncia e a imparcialidade do érg&0 julgador.® Todos os juizes e drgaos julgadores, em consequéncia, tém sua competéncia prevista constitucionalmente, de modo a assegurar a seguranca juridica. E importante que vocé saiba que o STF entende que esse principio nado se limita aos érgéos e juizes do Poder Judiciario. Segundo o Pretério Excelso, ele alcanca, também, os demais julgadores previstos pela Constituigé0, como 0 Senado Federal, por exemplo. Além disso, por sua natureza, o principio do juiz natural alcanca a todos: brasileiros e estrangeiros, pessoas fisicas e pessoas juridicas. Em um Estado democratico de direito, todos tém, afinal, o direito a um julgamento imparcial, neutro. XXXVILI - é reconhecida a instituigéo do juri, com a organizagao que Ihe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) 0 sigilo das votagées; ©) a soberania dos veredictos; d) a competéncia para 0 julgamento dos crimes dolosos contra a vida; Esse inciso deve ser memorizado. Geralmente é cobrado em sua literalidade! Decore cada uma dessas “alineas”! © tribunal do juri é um tribunal popular, composto por um juiz togado, que o preside, e vinte e cinco jurados, escolhidos dentre cidad&os do Municipio (Lei n° 11.689/08) e entre todas as classes sociais. Segundo a doutrina, é visto como uma prerrogativa do cidado, que deverd ser julgado pelos seus semelhantes."° O tribunal do juri possui competéncia para julgamento de crimes dolosos contra a vida. Crime doloso é aquele em que o agente (quem pratica o crime) * MORAES, Alexandre de, Constituicée do Brasil Interpretada e Legislacao Constitucional, 9° edicao. Séo Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 245 - 246, * MORAES, Alexandre de, Constituicée do Brasil Interpretada e Legislacao Constitucional, 92 edicdo. So Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 249-254. www.estrategiaconcursos.com.br 4de Aula 02 - Prof* Nadia / prevé o resultado lesivo de sua conduta e, mesmo assim, pratica a aco, produzindo o resultado. Exemplo: 0 marido descobre que a mulher o esta traindo e, intencionalmente, atira nela e no amante, causando a morte dos dois. Trata-se de homicidio doloso, que é, sem diivida, um crime doloso contra a vida; 0 julgamento sera, portanto, da competéncia do tribunal do juri. Sobre a competéncia do tribunal do juri, destacames, a seguir algumas jurisprudéncias que podem ser cobradas em prova: 1) A competéncia constitucional do Tribunal do Juri (art. 5°, XXXVIII) néo pode ser afastada por lei estadual, nem usurpada por vara criminal especializada, sendo vedada, ainda, a alteracao da forma de sua composigS0, que deve ser definida em lei nacional. *° No caso, o STF apreciou lei estadual que criava vara especializada para processar e julgar crimes praticados por organizacées criminosas. Essa vara especializada julgaria, inclusive, os crimes dolosos contra a vida. Dessa forma, por invadir a competéncia do tribunal do juri, foi & INDO considerada inconstitucional. ais fundo 2) A competéncia para o processo e julgamento de latrocinio € do juiz singular, e nao do Tribunal do Juri (Stimula STF n° 603). © latrocinio é um crime complexo, no qual estéo presentes duas condutas: o roubo e o homicidio. Em outras palavras, 0 latrocinio é um roubo qualificado pela morte da vitima. E considerado pela doutrina como um “crime contra o patriménio” (e n&o como “crime contra a vida”), ficando, por isso, afastada a competéncia do tribunal do juri. A competéncia do tribunal do juri para julgar os crimes dolosos contra a vida nao é absoluta. Isso porque nao alcanga os detentores de foro especial por prerrogativa de fungdo previsto na Constituicéo Federal. E o caso, por exemplo, do Presidente da Reptiblica e dos membros do Congresso Nacional, que ser&o julgados pelo STF quando praticarem crimes comuns, ainda que dolosos contra a vida. Em outras palavras, o foro por prerrogativa de func&o prevalece sobre a competéncia do tribunal do juri, desde que esse foro especial decorra diretamente da Constituicéio Federal. °° STF, ADI n° 4414/AL, Rel. Min. Luiz Fux, Deciséo 31.05.2012 www.estrategiaconcursos.com.br 154 Aula 02 - Prof* Nadia / A pergunta que se faz diante dessa ultima afirmacéio é a seguinte: e quando o foro especial ndo decorrer de previsdo da Constituigéo Federal, mas sim da Constituigao Estadual? Para responder a esse questionamento, o STF editou a Stimula Vinculante n° 45, que assim dispde: “A competéncia constitucional do Tribunal do Juri prevalece sobre o foro por prerrogativa de fung&o estabelecido exclusivamente pela Constituicao estadual". Jé decidiu o STF, com base nesse entendimento, que procuradores estaduais e defensores ptiblicos estaduais que possuam foro por prerrogativa de func&o derivado de Constituicéo Estadual serao julgados pelo tribunal do juri se cometerem crimes dolosos contra a vida. Isso se explica pelo fato de que a competéncia do tribunal do juri prevaleceré sobre foro por prerrogativa de funcdo estabelecido exclusivamente pela Constituigéo Estadual (como é 0 caso dos defensores publics e procuradores publicos estaduais). O mesmo se aplica a vereadores que, caso cometam crimes dolosos contra a vida, sero julgados pelo tribunal do juri. 7" A Constituigéo Federal estabelece, ainda, tribunal do juri: i) a plenitude de defesa 0 sigilo das votacées, és importantes principios pai a soberania dos veredictos; A plenitude de defesa é uma variante do principio da ampla defesa e do contraditério (art. 5°, LV), que permite ao acusado apresentar defesa contra aquilo que lhe é imputado. Sua concretizagdo pressupée que os argumentos do réu tenham a mesma importancia, no julgamento, que os do autor. Em consequéncia, néo devem existir prioridades na relagdo processual e deve o réu ter a possibilidade de usar todos os instrumentos processuais na sua defesa. Também decorre da plenitude de defesa o fato de que os jurados so das diferentes classes sociais. Segundo o STF, “implica prejuizo 4 defesa a manutengao do réu algemado na sesso de julgamento do Tribunal do Juri, resultando 0 fato na insubsisténcia do veredicto condenatério".”* No que se refere & soberania dos veredictos, também assegurada ao tribunal do juri pela Carta Magna, destaca-se que esta tem a finalidade de evitar que a deciséo dos jurados seja modificada ou suprimida por decisdo judicial. Entretanto, nao se trata de um principio absoluto, sendo possivel a sua relativizacdo. A soberania dos veredictos no confere ao tribunal do jari © exercicio de um poder incontrastavel e ilimitado. 7° °! STF, HC n° 80.477/PI, Rel. Min. Néri da Silveira. Deciso 31.10.2000 » STF, HC n° 91.952, Rel. Min. Marco Aurélio, Decisio 19.12.2008, ® STF, HC n° 70.193-1/RS, Rel. Min. Celso de Mello, D3 06.11.2006. www.estrategiaconcursos.com.br 164 Aula 02 - Prof* Nadia / E possivel, sim, que existam recursos das decisées do tribunal do juri; nesse sentido, é possivel haver a revisdo criminal ou mesmo o retorno dos autos ao juri, para novo julgamento.”* Segundo o STF, a soberania dos veredictos do tribunal do juri nao exclui a recorribilidade de suas decisdes, quando manifestamente contrarias 4 prova dos autos.”° Assim, nesse caso, seré cabivel apelacio contra decisdes do tribunal do juri. Por fim, cabe destacar que o STF entende que a competéncia do Tribunal do Juri, fixada no art. 5°, XXVIII, “d”, da CF/88, quanto ao julgamento de crimes dolosos contra a vida é passivel de ampliacdo pelo legislador ordinario.”” Isso significa que pode a lei determinar o julgamento de outros crimes pelo tribunal do juri. (MPE-RS - 2014) Lei ordindria que amplie a competéncia do Tribunal do Juri néo ofende o art. 5°, XXXVIII, letra “d", nem a cldusula pétrea do § 4° do art. 60, ambos da Constituic&o Federal. Comentarios: Segundo o STF, é possivel que lei ordinéria amplie a competéncia do tribunal do juri, ou seja, ndo ha qualquer ofensa & CF/88. Questéo correta. XXXIX - no hd crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominagéo legal; © art. 5°, inciso XXXIX, da CF/88, estabelece um importante principio constitucional do direito penal: o principio da legalidade. Segundo o Prof. Cezar Roberto Bitencourt, “pelo principio da legalidade, a elaboracéo de normas incriminadoras & fungo exclusiva da lei, isto é, nenhum fato pode ser considerado crime e nenhuma penalidade criminal pode ser aplicada sem que antes da ocorréncia deste fato exista uma lei definindo-o como crime e cominando-Ihe a sang&o correspondente”. © principio da legalidade se desdobra em dois outros principios: 0 principio da reserva legal e o principio da anterioridade da lei penal. O principio da reserva legal determina que somente lei em sentido estrito (lei formal, editada pelo Poder Legislativo) podera definir crime e cominar penas. Nem mesmo medida proviséria poderé definir um crime e cominar ™ STF, HC 70.742-4/ RJ, Rel. Min. Carlos Velloso. DJ 30.06.2000. * STF, HC 70.742-4/ RJ, Rel. Min. Carlos Velloso. DJ 30.06.2000. HC 101542 SP, DJe-096, 28-05-2010. www.estrategiaconcursos.com.br 74 Aula 02 - Prof* Nadia / penas, eis que essa espécie normativa no pode tratar de direito penal (art.62, § 10, I, “b”). A exigéncia de que lei formal defina o que é crime e comine suas penas traz a garantia de se considerarem crime condutas aceitas pela sociedade como tais e de que essas condutas sejam punidas da maneira considerada justa por ela. Com isso, quem define o que é crime e as respectivas penas é 0 povo, por meio de seus representantes no Poder Legislativo. Jé pensou se, por exemplo, o Presidente da Republica pudesse definir 0 que & crime por medida proviséria? Ou até mesmo dobrar a pena de determinado ilicito por tal ato normativo? Teriamos uma ditadura, ndo? E por isso que o inciso XXXIX do art. 5° da CF/88 é tao importante! ‘As normas penais em branco sdo aquelas que tipificam a conduta criminosa, mas que dependem de complementacao em outra norma. Um exemplo de norma penal em branco € o crime de contrabando, que consiste em “importar ou exportar mercadoria proibida" (art. 334-A, Cédigo Penal) A definig&o do crime de contrabando depende de uma INDO complementac&o, uma vez que o Cédigo Penal nao ais fundo —_| define quais sdéo as mercadorias proibidas. E a legislagéo extrapenal que o fara. Assim, 0 crime de contrabando & uma norma penal em branco. Para o estudo do Direito Constitucional, interessa-nos saber que a doutrina majoritéria considera que as normas penais em branco no violam o principio da reserva legal. © principio da anterioridade da lei penal, por sua vez, exige que a lei esteja em vigor no momento da pratica da infracdo para que o crime exista. £m outras palavras, exige-se lei anterior para que uma conduta possa ser considerada como crime. Esse principio confere seguranca juridica as relagées sociais, ao determinar que um fato so sera considerado crime se for cometido apos a entrada em vigor da lei incriminadora. Quer um exemplo? Se amanha for editada uma lei que considere crime beijar 0 namorado (ou namorada) no cinema, nenhum de nés sera preso. S6 podera ser considerado culpado quem 0 fizer apés a entrada em vigor da lei. Aproveitemos, entao, a liberdade de namorar, antes que tal lei seja editada! Mas nao agora, é hora de estudar Direito Constitucional...© www.estrategiaconcursos.com.br 18 de Aula 02 - Prof* Nadia / Do principio da anterioridade da lei penal, deriva a irretroatividade da lei penal, que esta previsto no art. 5°, XL, que estudaremos a seguir. XL - a lei penal nao retroagira, salvo para beneficiar o réu; Retroagir significa “voltar para tras”, “atingir o passado”. Portanto, diz-se que retroatividade é a capacidade de atingir atos pretéritos; por sua vez, irretroatividade é a impossibilidade de atingi-los. E comum, também, em textos juridicos, encontrarmos as expressdes “ex tunc” e “ex nunc”. “Ex tunc” & aquilo que tem retroatividade; “ex nunc” é 0 que é irretroativo. Lembre-se de que quando vocé diz que “NUNCa” mais fard alguma coisa, esse desejo so valeré daquele instante para frente, nao & mesmo? Sinal de que fez algo no passado de que se arrepende, mas que néo pode mudar. J4 0 T de TUNC pode fazé-lo lembrar de uma maquina do TEMPO, atingindo tudo o que ficou para TRAS... EX TUNC = MAQUINA DO TEMPO, ATINGE O QUE FICOU PARA TRAS EX NUNC = NUNCA MAIS, A PARTIR DE AGORA Depois dessa “viagem", voltemos ao inciso XL. Ele traz o principio da irretroatividade da lei penal, que, conforme j4 comentamos, deriva do principio da anterioridade da lei penal. Uma conduta somente sera caracterizada como crime se, no momento da sua ocorréncia, ja existia lei em vigor que a definia como tal. Portanto, em regra, a lei penal nao atinge o passado. Imagine que hoje vocé beba uma garrafa de vodka no bar, conduta licita e nao tipificada como crime. No entanto, daqui a uma semana, € editada uma nova lei que estabelece que “beber vodka” sera considerado crime. Pergunta-se: vocé podera ser penalizado por essa conduta? E claro que ndo, uma vez que a lei penal, em regra, ndo atinge fatos pretéritos. Todavia, é importante termos em mente que a lei penal poderd, em certos casos, retroagir. Eo que se chama de retroatividade da lei penal benigna: www.estrategiaconcursos.com.br 19.4 Aula 02 - Prof* Nadia / a lei penal poderd retroagir, desde que para beneficiar o réu. Dizendo de outra forma, a “novatio legis in mellius” retroagira para beneficiar o réu. Ha um tipo especial de “novatio legis in mellius", que € a conhecida “abolitio criminis”, assim considerada a lei que deixa de considerar como crime conduta que, antes, era tipificada como tal. Um exemplo seria a edigdo de uma lei que descriminalizasse 0 aborto. A “abolitio criminis", por ser benéfica ao réu, ir retroagir, alcancando fatos pretéritos e evitando a punicdéo de pessoas que tenham cometido a conduta antes considerada criminosa. A lei penal favoravel ao réu, portanto, sempre retroagiré para_beneficid-lo, mesmo que tenha ocortido transito em julgado de sua condenacdo. Por outro lado, a lei penal mais gravosa ao individuo (que aumenta a penalidade, ou passa a considerar determinado fato como crime) sé alcancara fatos praticados apés sua vigéncia. E a irretroatividade da lei penal mais grave: a “novatio legis in pejus" nao retroage. No que diz respeito & retroatividade da lei penal mais benigna, entende o Supremo que nao é possivel a combinagao de leis no tempo, pois caso se agisse dessa forma, estaria sendo criada uma terceira lei ("lex tertia"). De acordo com o Pretério Excelso, extrair alguns dispositivos, de forma isolada, de um diploma legal, e outro dispositivo de outro diploma legal implica alterar por completo o seu espirito normativo, criando um conteddo diverso do previamente estabelecido pelo legislador’”. XLT - a lei punird qualquer discriminacao atentatéria dos direitos e liberdades fundamentais. XLII - a pratica do racismo constitui crime inafiangdvel e imprescritivel, sujeito & pena de reclusao, nos termos da lel; XLII - a lei consideraré crimes inafiangévels e insuscetiveis de graga ou anistia a pratica da tortura, o tréfico ilicito de entorpecentes e drogas afins, 0 terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitd-los, se omitirem; XLIV - constitui crime inafiangdvel e imprescritivel a ago de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democratico; Em todos esses dispositivos, é possivel perceber que o legislador constituinte n&o buscou outorgar direitos individuais, mas sim estabelecer normas que determinam a criminalizag&o de certas condutas. 7 E o que a doutrina denomina “mandados de criminalizacéo”, que caracterizam-se por serem 27HC 98766 MG, DJe-040, 04-03-2010. ®° MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 62 edicdo. Editora Saraiva, 2011, pp. 534-538 www.estrategiaconcursos.com.br 20 de Aula 02 - Prof* Nadia / normas direcionadas ao legislador, o qual se vé limitado em sua liberdade de atuag3o. Segundo o Prof. Gilmar Mendes, os mandados de criminalizacéo estabelecidos por esses dispositivos traduzem outra dimenséo dos direitos fundamentais: a de que o Estado néo deve apenas observar as investidas do Poder Ptblico, mas também garantir os direitos fundamentais contra agress4o propiciada por terceiros.”° O inciso XLI estabelece que “a /ei punird qualquer discriminagao atentatéria dos direitos e liberdades fundamentais”. Como é possivel observar, trata-se de norma de eficacia limitada, dependente, portanto, de complementacdo legislativa. Evidencia um mandato de criminalizac3o que busca efetivar a protegao dos direitos fundamentais. © inciso XLII, por sua vez, estabelece que “a pratica do racismo constitui crime inafiangavel e imprescritivel, sujeito 4 pena de reclusdo, nos termos da lei”. E claro que ha muito a ser falado sobre o racismo; no entanto, ha dois pontos que sao muito cobrados em prova: a) O racismo é crime inafiangavel e imprescritivel. Imprescritivel é aquilo que no sofre prescrigdo. A prescrigfo é a extingéo de um direito que se dé apés um prazo, devido a inércia do titular do direito em protegé-lo. No caso, ao dizer que o racismo é imprescritivel, 0 inciso XLII determina que este ndo deixard de ser punido mesmo com o decurso de longo tempo desde sua pratica e com a inércia (omissao) do titular da agdo durante todo esse periodo. Inafiangével € 0 crime que n&o admite o pagamento de fianga (montante em dinheiro) para que o preso seja solto. b) © racismo é punivel com a pena de reclusdo. As bancas examinadoras vao tentar te confundir e dizer que o racismo é punivel com detengo. No é! O racismo é punivel com recluséio, que é uma pena mais gravosa do que a detencio. Apenas para que vocé nao fique viajando, qual a diferenga entre a pena de reclusio e a pena de detencdo? A diferenca entre elas esté no regime de cumprimento de pena: na reclusao, inicia-se 0 cumprimento da pena em regime fechado, semiaberto ou aberto; na detengdo, o cumprimento da pena inicia-se em regime semiaberto ou aberto. * MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 62 edicao. Editora Saraiva, 2011, pp. 534-538. www.estrategiaconcursos.com.br 21 de Aula 02 - Prof* Nadia / O STF j& teve a oportunidade de apreciar o alcance da expresséo “racismo”. No caso concreto, bastante famoso por sinal, Siegfried Ellwanger, escritor e dono de livraria, havia sido condenado por ter escrito, editado e comercializado livros de contetido antissemita, fazendo apologia de ideias discriminatérias contra os judeus. A questo que se impunha ao STF decidir era a seguinte: a discriminacao contra os judeus seria ou nao crime de racismo? O STF decidiu que a discriminag&o contra os judeus €, sim, considerada racismo e, portanto, trata-se de crime imprescritivel. Dessa forma, “escrever, editar, divulgar e comerciar livros ‘fazendo apologia de ideias preconceituosas e discriminatérias’ contra a comunidade judaica (Lei 7.716/1989, art. 20, na redacao dada pela Lei 8.081/1990) constitui crime de racismo sujeito as clausulas de inafiancgabilidade e imprescritibilidade (CF, art. 5°, XLII). Finalizando 0 comentério desse inciso, vale a pena mencionar o posicionamento do STF nesse mesmo julgamento, dispondo que “o preceito fundamental de liberdade de expressio n&o consagra o direito 4 incitagao a0 racismo, dado que um direito individual no pode constituir-se em salvaguarda de condutas ilicitas, como sucede com os delitos contra a honra. (...) A auséncia de prescrigéo nos crimes de racismo justifica-se como alerta grave para as geracées de hoje e de amanhé, para que se impeca a reinstauragao de velhos e ultrapassados conceitos que a consciéncia juridica e histérica no mais admitem."3! © inciso XLIII, a seu turno, dispde sobre alguns crimes que sao inafiangaveis e insuscetiveis de graca ou anistia. Bastante atenc&o, pois a banca examinadora tentaré te confundir dizendo que esses crimes s&o imprescritiveis. Nao séo! Qual o macete para nao confundir? Simples, guarde a frase mneménica seguinte: 3T + hediondos nao tém graca! 3 T? Sim, Tortura, Trafico ilicito de entorpecentes e drogas afins e Terrorismo, Esses crimes, assim como os hediondos, s&o insuscetiveis de °° STF, Pleno, HC 82.424-2/RS, Rel. originario Min. Moreira Alves, rel. p/ acérdao Min, Mauricio Corréa, Diario da Justiga, Secao I, 19.03.2004, p. 17. °\ STF, Pleno, HC 82.424-2/RS, Rel. originario Min. Moreira Alves, rel. p/ acérdao Min, Mauricio Corréa, Diario da Justia, Seco I, 19.03.2004, p. 17. www.estrategiaconcursos.com.br Bde Aula 02 - Prof* Nadia / graca ou anistia. Isso significa que no podem ser perdoados pelo Presidente da RepUblica, nem ter suas penas modificadas para outras mais benignas. Além disso, assim como o crime de racismo e a acéo de grupos armados contra 0 Estado democratico, sdo inafiancaveis. O inciso XLIV trata ainda de mais um crime: a agéo de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado democratico. Esse crime, assim como o racismo, sera inafiancavel e imprescritivel. Para que vocé néio erre esses detalhes na prova, fizemos o esquema abaixo! Sé uma observacao para facilitar: perceba que todos os crimes dos quais falamos s&o inafiancdveis; a diferenga mesmo esta em saber que o “3TH néo tem graca”! © IMPRESCRITIVEIS +RACISMO +ACAO DE GRUFOS ‘ARMADOS, CIVIS OU MILITARES, CONTRA A ‘ORDEM CONSIITUCIONALE 0 ESTADO DEMOCRATICO INAFIANCAVEIS INSUSCETIVEIS DE “RACISMO GRACA OU ANISIIA or or *HEDIONDOS: *HEDIONDOS +ACAO DE GRUPOS ARMADOS, CIVIS OU MILITARES, CONTRA A. ‘ORDEM CONSTITUCIONAL EO ESTADO DEMOCRATICO. (TJ — MG — 2015) A tortura e a agao de grupos armados contra ordem constitucional sdéo crimes inafiangdveis e imprescritiveis. Comentarios: A tortura é um crime inafiancavel e insuscetivel de graca ou anistia. A CF/88 néo determina que a tortura’ seja imprescritivel. Questo errada. (Policia Civil / CE - 2015) A pratica_do_racismo_constitui www.estrategiaconcursos.com.br Bde Aula 02 - Prof* Nadia / crime inafiangavel € imprescritivel, sujeito @ pena de detengao. Comentarios: A pratica do racismo esté sujeita & pena de reclusdo. Questiio errada. XLV - nenhuma pena passaré da pessoa do condenado, podendo a obrigacéo de reparar o dano e a decretagao do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patriménio transferido; Esse dispositive consagra o principio da intranscendéncia das penas, também denominado pela doutrina de principio da intransmissibilidade das penas ou, ainda, personalizacéo da pena. A Constituicéo garante, por meio dessa norma, que a pena nao passara da pessoa do condenado; em outras palavras, ninguém sofrera os efeitos penais da condenagao de outra pessoa. Suponha que Jodo, pai de Lucia e Felipe, seja condenado a 5 anos de reclus&o em virtude da pratica de um crime. Apés 2 meses na “cadeia”, Jodo vem a falecer. Devido & intranscendéncia das penas, ficara extinta a. punibilidade. Lucia e Felipe ndo sofrerao quaisquer efeitos penais da condenacao de Joao. No que diz respeito & obrigacdo de reparar o dano e a decretagao do perdimento de bens, a légica é um pouco diferente, ainda que possamos afirmar que o principio da intranscendéncia das penas se aplica a essas situagées. Suponha que Joao morre deixando uma divida de R$ 1.500.000,00 (obrigagao de reparar dano). Ao mesmo tempo, deixa um patriménio de R$ 900.000,00 para seus sucessores (Lucia e Felipe). A obrigagao de reparar o dano ira se estender a Lucia e Felipe, mas apenas até o limite do patriménio transferido. Em outras palavras, 0 patriménio pessoal de Lucia e Felipe no sera afetado; sera utilizado para o pagamento da divida o patriménio transferido (R$ 900.000,00). O restante da divida “morre” junto com Joao. Assim, a obrigagao de reparar o dano e a decretacdo do perdimento de bens podem ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, mas apenas até o limite do valor do patriménio transferido. ®* Outra nomenclatura utilizada pela doutrina é principio da incontagiabilidade da pena. www.estrategiaconcursos.com.br 24 d Aula 02 - Prof* Nadia / XLVI - a lei regularé a individualizacao da pena e adotaré, entre outras, as seguintes: a) privacao ou restricdo da liberdade; b) perda de bens; ) multa; d) prestacao social alternativa; e) suspensao ou interdicéo de direitos; O inciso XLVI prevé o prinefpio da individualizacao da pena, que determina que a aplicacéio da pena deve ajustar-se a situagdo de cada imputado, levando em consideragéo o grau de reprovabilidade (censurabilidade) de sua conduta e as caracteristicas pessoais do infrator. Trata-se de principio que busca fazer com que a pena cumpra sua dupla finalidade: prevengéo e represséo.” A Constituigéio Federal prevé um rol ndo-exaustivo de penas que podem ser adotadas pelo legislador. Sao elas: i) a privacio ou restricéo de liberdade; ii) a perda de bens; ili) multa; iv) prestac&o social alternativa; e v) suspensdo ou interdic&o de direitos. Como se trata de um rol meramente exemplificativo, poder a lei criar novos tipos de penalidade, desde que estas nao estejam entre aquelas vedadas pelo art. 5°, XLVII, da CF/88, que estudaremos na sequéncia. Ressaltamos mais uma vez que, ao estabelecer que “a /ei reguiaré a individualizagéo da pena”, o constituinte determinou que a lei penal devera considerar as caracteristicas pessoais do infrator. Dentre essas, podemos citar os antecedentes criminais, 0 fato de ser réu primério, etc. Nesse sentido, o STF considerou inconstitucional, por afronta ao principio da individualizagao da pena, a vedacdo absoluta 4 progressao de regime trazida pela Lei 8.072/1990, que trata dos crimes hediondos.™ A referida lei estabelecia que a pena pelos crimes nela previstos seria integralmente cumprida em regime fechado, sendo vedada, assim, a progressao de regime. Entendeu a Corte que, ao nao permitir que se considerem as particularidades de cada pessoa, sua capacidade de reintegragdo social e esforgos de ressocializac&o, o dispositivo torna inécua a garantia constitucional e, portanto, é invalido (inconstitucional). Com base nesse entendimento, o STF editou a Simula Vinculante n° 26: * MORAES, Alexandre de, Constituic#o do Brasil Interpretada e Legislacao Constitucional, 92 edicdo. Séo Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 274-275. % STF, HC n° 82.959/SP. Rel. Min. Marco Aurélio. Decisao 23.02.2006. www.estrategiaconcursos.com.br Aula 02 - Prof* Nadia / "Para efeito de progress de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juizo da execuc&o observaré a inconstitucionalidade do art. 2° da Lei n° 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuizo da avaliar se 0 condenado preenche, ou néo, os requisitos objetivos e subjetivos do beneficio, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realizagao de exame criminolégico.” XLVII - néo haveré penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de cardter perpétuo; ¢) de trabalhos forgados; d) de banimento; e) cruéis; © art. 5°, XLVII, estabeleceu um rol exaustivo de penas inaplicdveis no ordenamento juridico brasileiro. Trata-se de verdadeira garantia de humanidade atribuida aos sentenciados, impedindo que lhes sejam aplicadas penas atentatérias dignidade da pessoa humana.”” Com efeito, as penas devem ter um carater preventive e repressivo; elas néo podem ser vingativas. A pena de morte é, sem duivida a mais gravosa, sendo admitida téo-somente na hipétese de guerra declarada. Evidencia-se, assim, que nem mesmo o direito a vida € absoluto; com efeito, dependendo do caso concreto, todos os direitos fundamentais podem ser relativizados. Como exemplo de aplicagdo da pena de morte (que ocorreré por fuzilamento), temos a pratica do crime de deserc&o em presenca de inimigo. ‘As bancas examinadoras adoram dizer que a pena de morte ene n&o é admitida em nenhuma situacdo no ordenamento aten juridico brasileiro. A questo, ao dizer isso, esta errada. A pena de morte pode, sim, ser aplicada, desde que na hipétese de guerra declarada. A pena de banimento, também inadmitida pela Constituicéo Federal, consistia em impor ao condenado a retirada do territério brasileiro por toda sua vida, bem como a perda da cidadania brasileira. Consistia, assim, em verdadeira “expulsdo de nacionais”. Cabe destacar que a pena de banimento nao se confunde com a expulsao de estrangeiro do Brasil, plenamente admitida pelo nosso ordenamento °° CUNHA JUNIOR, Dirley da. Curso de Direito Constitucional. 6° edicéo. Ed. Juspodium, 2012. www.estrategiaconcursos.com.br 26 Aula 02 - Prof* Nadia / juridico. A expuls&o é forma de exclus&o do territério nacional de estrangeiro que, dentre outras hipéteses, atentar contra a seguranga nacional, a ordem politica ou social, a tranquilidade ou moralidade publica e a economia popular, ou cujo procedimento o torne nocivo a conveniéncia e aos interesses nacionais (Lei 6.815/80). No que concerne a pena de carater perpétuo, vale destacar o entendimento do STF de que o maximo penal legalmente exequivel, no ordenamento positivo nacional, é de 30 (trinta) anos, a significar, portanto, que o tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade nao pode ser superior a esse limite, imposto pelo art. 75, "caput", do Codigo Penal. (CNMP — 2015) Em nenhuma circunstancia havera penas crugis ou de morte, de cardter perpétuo, de trabalhos forcados e de banimento. Hdiisicn Comentarios: Em caso de guerra declarada, admite-se a pena de morte. Questo errada. PENAS VEDADAS PENAS ADMITIDAS DE MORTE, SALVO EM CASO DE PRIVACAO OU RESTRICAO DA GUERRA DECLARADA LIBERDADE DE CARATER PERPETUO PERDA DE BENS. DE TRABALHOS FORGADOS MULTA, DE BANIMENTO PRES TA 0 SOCIAL NATIVA, i SUSPENSAO OU INTERDIGAO DE CRUEIS DIREITOS XLVIII - 2 pena sera cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; XLIX - é assegurado aos presos 0 respeito 4 integridade fisica e moral; “HC 84766 SP, DJe-074, 25-04-2008. www.estrategiaconcursos.com.br 27 de Aula 02 - Prof* Nadia / L- as presididrias serao asseguradas condicées para que possam permanecer com seus filhos durante 0 periodo de amamentagio; O inciso XLVIII determina que a execucdo penal seja realizada de maneira individualizada, levando-se em consideragéo a natureza do delito, a idade e 0 sexo do apenado. E com base nesse comando constitucional que as mulheres e€ os maiores de sessenta anos devem ser recolhidos a estabelecimentos préprios. © inciso XLIX, ao assegurar aos presos o respeito a integridade fisica e moral, busca garantir que os direitos fundamentais dos sentenciados sejam observados. E claro, quando esté na pris&o, 0 individuo nao goza de todos os direitos fundamentais: ha alguns direitos fundamentais, como, por exemplo, a liberdade de locomogao (art. 5°, XV) e a liberdade profissional (art. 5°, XI) que so incompativeis com sua condig&o de preso. O inciso L, por sua vez, estabelece uma dupla garantia: ao mesmo tempo em que assegura as mées o direito 4 amamentagao e ao contato com o filho, permite que a crianca tenha acesso ao leite materno, alimento natural tao importante para o seu desenvolvimento. Segundo a doutrina, retirar do recém-nascido o direito de receber o leite materno poderia ser considerado uma espécie de “contdgio” da pena aplicada & mae, violando o principio da intranscendéncia das penas. >” Vamos continuar o estudo do art. 5°, da ConstituigSo Federal... LI - nenhum brasileiro seré extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalizagéo, ou de comprovado envolvimento em tréfico ilicito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; LII ~ no seré concedida extradicéo de estrangeiro por crime politico ou de opiniao; A extradic&io € um instituto juridico destinado a promover a cooperacdo penal entre Estados. Consiste no ato de entregar uma pessoa para outro Estado onde esta praticou crime, para que la seja julgada ou punida. De forma mais técnica, a extradic&o é “o ato pelo qual um Estado entrega a outro Estado individuo acusado de haver cometido crime de certa gravidade ou que %” MORAES, Alexandre de. Constitui¢ée do Brasil Interpretada e Legislacao Constitucional, 92 edicéo. Sao Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 285 www.estrategiaconcursos.com.br 28 de Aula 02 - Prof* Nadia / 48 se ache condenado por aquele, apés haver-se certificado de que os direitos humanos do extraditando sero garantidos."** Ha casos bastante conhecidos, que podem exemplificar muito bem o que é a extradig&o. Se vocé 6 do nosso tempo, deve se lembrar do “Baldo Magico” (banda ‘infantil muito conhecida nos anos 80). Um dos integrantes do “Baldo Magico” era o Mike, que era filho de Ronald Biggs, inglés que realizou um assalto a um trem e, depois, fugiu para o Brasil. A Inglaterra pediu ao Brasil a extradig&o, sem obter sucesso. Um caso mais recente é 0 do italiano Cesare Battisti, acusado pela pratica de varios crimes na Italia, Cesare Battisti, apds viver um tempo na Franca, fugiu para o Brasil. A Italia também solicitou a extradicao ao Brasil, também sem sucesso. Dados esses exemplos, voltemos ao tema... Hé 2 (dois) tipos de extradig&o: i) a extradig&o ativa; e ii) a extradic&o passiva. A extradicao ativa aconteceré quando o Brasil requerer a um outro Estado estrangeiro a entrega de um individuo para que aqui seja julgado ou punido; por sua vez, a extradic&o passiva ocorreré quando um Estado estrangeiro requerer ao Brasil que Ihe entregue um individu. Iremos focar 0 nosso estudo, a partir de agora, na extradicéio passiva: quando um Estado solicita que o Brasil Ihe entregue um individuo. De inicio, vale destacar que a Constituicéo Federal traz, no art. 5°, LI e LII, algumas limitagdes importantes a extradic&o. © brasileiro nato (que é o brasileiro “de berg”, que recebeu sua nacionalidade ao nascer) nao poder ser extraditado; trata-se de hipdtese de vedacdo absoluta a extradicao. Baseia-se na légica de que o Estado deve proteger (acolher) os seus nacionais. Caso 0 brasileiro nato perca a sua nacionalidade pela Cin 40 | @duisisao voluntéria de outra nacionalidade, ele estara sujeito extradicéo. Perceba que, nesse caso, ele ndo se enquadra mais na condig&o de brasileiro nato. Por sua vez, o brasileiro naturalizado (que é aquele que nasceu estrangeiro e se tornou brasileiro), podera ser extraditado. No entanto, isso somente sera possivel em duas situagdes: * ACCIOLY, Hildebrando; SILVA, G.E do Nascimento & CASELLA, Paulo Borba, Manual de Direito Internacional Publico, 17 Ed. Séo Paulo: Saraiva, 2009, pp. 499 - 502. www.estrategiaconcursos.com.br 294 Aula 02 - Prof* Nadia / a) no caso de crime comum, praticado antes da naturalizacao. Perceba que existe, aqui, uma limitag&o temporal. Se o crime comum tiver sido cometido apés a naturalizag3o, o individuo néo poderé ser extraditado; a extradic&o somente sera possivel caso o crime seja anterior 4 aquisicdo da nacionalidade brasileira pelo individuo. b) em caso de comprovado envolvimento em trafico ilicito de entorpecentes e drogas afins. Nessa situagSo, nao ha qualquer limite temporal. O envolvimento com tréfico ilicito de entorpecentes e drogas afins dar ensejo extradic&o quer ele tenha ocorrido antes ou apés a naturalizacdo. Vale ressaltar que as regras de extradig&o do brasileiro naturalizado também se aplicam ao portugués equiparado.” ; NATO: JAMAIS! HIPOTESES DE EXTRADICAO DO BRASILEIRO NATURALIZADO: -Cometimento de crime comum antes da naturalizagio; - Comprovado envolvimento em trafico ilicito de entorpecentes ‘¢ drogas afins, na forma da lei Os estrangeiros podem ser extraditados com maior liberdade pelo Estado brasileiro, desde que cumpridos os requisitos legais para a extradig&o. Cabe destacar, todavia, que ndo se admite a extradicio de estrangeiro por crime politico ou de opinido. Essa é uma pratica usual nos ordenamentos constitucionais de outros paises e tem por objetivo proteger os individuos que forem vitimas de perseguigao politica. A definigéo de um crime como sendo um delito politico é tarefa dificil e que compete ao Supremo Tribunal Federal. E no caso concreto que a Corte Suprema ira dizer se o crime pelo qual se pede a extradic&o é ou nao politico.” Esse entendimento do STF é bastante importante porque permite resolver alguns problemas de dificil solucdo. E possivel que o Brasil extradite asilado politico? Pode um refugiado ser extraditado? Vamos aos poucos... O asilo politico, que é um dos principios do Brasil nas relagdes internacionais (art. 4°, X), consiste no acolhimento de estrangeiro por um Estado que ndo seja o seu, em virtude de persegui¢&o politica por seu préprio pais ou por ® Portugués equiparado é o portugués que, por ter residéncia permanente no Brasil, terd um tratamento diferenciado, possuindo os mesmos direitos dos brasileiros naturalizados, * Ext 615, Rel. Min. Paulo Brossard. DJ. 05.12.1994. www.estrategiaconcursos.com.br 30 de Aula 02 - Prof* Nadia / terceiro. Segundo o STF, nao ha incompatibilidade absoluta entre o instituto do asilo e o da extradic&o passiva. Isso porque a Corte nao esta vinculada ao juizo formulado pelo Poder Executive na concessao do asilo politico.”* Em outras palavras, mesmo que o Poder Executive conceda asilo politico a um estrangeiro, 0 STF poderd, a posteriori, autorizar a extradigao. Quanto ao refugio, trata-se de instituto mais geral do que o asilo politico, que serd reconhecido a individuo em razéo de fundados temores de perseguicéio (por motives de raga, religido, nacionalidade, grupo social ou opiniées politicas). Apesar de a lei dispor que “o reconhecimento da condig&o de refugiado obstard o seguimento de qualquer pedido de extradicao baseado nos fatos que fundamentaram a concessao de refuigio”, entende o STF que a decisio adi trativa que concede o reftigio nao pode obstar, de modo absoluto @ genérico, todo e qualquer pedido de extradicéo apresentado & Corte Suprema.*’ No caso concreto, apreciava-se a extradigéo de Cesare Battisti, a quem 0 Ministro da Justiga havia concedido o status de refugiado. O STF, ao analisar 0 caso, concluiu pela ilegalidade do ato de concessao do refiigio. Agora que jé falamos sobre as limitacdes, vamos entender como funciona o processo de extradicao. O Estatuto do Estrangeiro (Lei n° 6.815/80) prevé trés etapas para a extradig’o passiva. A primeira é€ uma etapa administrativa, de responsabilidade do Poder Executivo. Nessa fase, o Estado requerente solicita a extradigéo ao Presidente da Republica por via diplomdtica. Destaque-se que o pleito extradicional devera ter como fundamento a existéncia de um tratado bilateral entre os dois Estados ou, caso este no exista, uma promessa de reciprocidade (compromisso de acatar futuros pleitos). Sem um tratado ou promessa de reciprocidade, a extradic&o nao serd efetivada. Ao receber o pleito extradicional, ha duas situagdes possiveis: a) O Presidente podera indeferir a extradigéo sem apreciacao do STF, 0 que se denomina recusa priméria. b) O Presidente poderé deferir a extradicgdo, encaminhando a solicitagéo ao STF, ao qual caberé analisar a legalidade e a procedéncia do pedido (art. 102, I, "g”, CF). Nesse caso, passaremos & etapa judicidria. Segundo o STF, nem mesmo a concordancia do * Ext 524, Rel.: Min. Celso de Mello, Julgamento: 31/10/1990, Orgao Julgador: Tribunal Pleno. * Lei 9.474/97 ~ art. 33. * Ext 1085, Rel. Min. Cezar Peluso, DJe 16.04.2010 www.estrategiaconcursos.com.br 31d Aula 02 - Prof* Nadia / extraditando em retornar ao seu pais impede que a Corte analise o caso, uma vez tendo recebido comunicacéo por parte do Poder Executivo™. Na etapa judiciaria, 0 STF ira analisar a legalidade e a procedéncia do pedido de extradiggo. Um dos pressupostos da extradicéio 6 a existéncia de um processo penal. Cabe destacar, todavia, que a extradigéio sera possivel tanto apés a condenacao quanto durante o processo. Ha necessidade, ainda, que exista o que a doutrina chama “dupla tipicidade”: a conduta que a pessoa praticou deve ser crime tanto no Brasil quanto no Estado requerente. Quando o fato que motivar o pedido de extradig&o nao for considerado crime no Brasil ou no Estado requerente, néo ser concedida a extradi¢ao. Ao analisar a extradic&o, o STF verifica se os direitos humanos do extraditando serdo respeitados. Nesse sentido: a) Nao seré concedida a extradigSo se o extraditando houver de responder, no Estado requerente, perante juizo ou tribunal de excec&o. E 0 jé conhecido principio do “juiz natural”. b) Caso a pena para o crime seja a de morte, o Estado requerente deverd se comprometer a substitui-la por outra, restritiva de liberdade (comutag&o da pena), exceto, claro, naquelé Gnico caso em que a pena de morte é admitida no Brasil: guerra declarada. c) Caso a pena para o crime seja de carater perpétuo, o Estado requerente deveré se comprometer 4 comutacdo dessa pena em prisdo de até 30 anos, que é 0 limite tolerdvel pela lei brasileira.*? Por fim, ha outra etapa administrativa, em que o Presidente da Republica, na condig3o de Chefe de Estado, entrega ou nao o extraditando ao pais requerente. Novamente, ha duas situagdes possiveis: a) O STF nega a extradig&0. Nesse caso, a decisdo iré vincular o Presidente da Reptblica, que ficaré impedido de entregar o extraditando. b) O STF autoriza a extradic&o. Essa deciséo nao vincula o Presidente da Republica, que é a autoridade que detém a competéncia para decidir sobre a efetivacdo da extradic&o. “Ext, 643, STF, Pleno, Rel. Min, Francisco Rezek, j 19.12.1994, “Ext 855, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 26-8-2004, Plenario, DJ de 1°-7-2005. www.estrategiaconcursos.com.br 2 Aula 02 - Prof* Nadia / Esse entendimento (o de que a autorizacéio do STF nao vincula o Presidente) ficou materializado no caso da extradic&o do italiano Cesare Battisti. Segundo a Corte, a ultima palavra sobre a entrega ou ndo do extraditando cabe ao Presidente da Republica, que tem liberdade para decidir sobre a efetivacdo da extradigao, obedecidos os termos do tratado bilateral porventura existente entre o Brasil e o Estado requerente. A decisdo de efetivar a extradicao é, assim, um ato politico, de manifestacao da soberania. (13 7 MG - 2015) O brasileiro naturalizado sera extraditado por envolvimento comprovado em trafico ilicito de entorpecentes e drogas afins, independente de ter sido praticado antes da naturalizagao. Fhe: Comentario: raticar! No caso de envolvimento comprovado em trafico ili entorpecentes e drogas afins, nao hd qualquer limitagao temporal a extradic&o de brasileiro naturalizado. Assim, no interessa se o envolvimento ocorreu antes ou apds a naturaliza¢&o. Questo correta. LIV — ninguém sera privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; © principio do devido processo legal (due process of law) é uma das garantias constitucionais mais amplas e relevantes“°; trata-se de um conjunto de prdticas juridicas previstas na Constituigio e na_legislacdo infraconstitucional cuja finalidade é garantir a concretizagSo da justica. © devido processual legal € garantia que concede dupla protecdo ao individuo: ele incide tanto no ambito formal (processual) quanto no Ambito material. No Ambito formal (processual), traduz-se na garantia de que as partes poderdo se valer de todos os meios juridicos disponiveis para a defesa de seus interesses. Assim, derivam do “devido processo legal” o direito ao contraditério e a ampla defesa, o direito de acesso a justica, 0 direito ao juiz natural, o direito a ndo ser preso sendo por ordem judicial ¢ o direito a ndo ser processado e julgado com base em provas ilicitas. “” *® MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 6° edicao. Editora Saraiva, 2011, pp. 592-594, “MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet, Curso de Direito Constitucional. 62 edicao. Editora Saraiva, 2011, pp. 592-594. www.estrategiaconcursos.com.br 33.de Aula 02 - Prof* Nadia / No ambito material (substantivo), por sua vez, o devido processo legal diz respeito a aplicacdo do principio da proporcionalidade (também chamado de principio da razoabilidade ou da proibig&io de excesso). O respeito aos direitos fundamentais ndo exige apenas que o processo seja regularmente instaurado; além disso, as decisées adotadas devem primar pela justica, equilibrio e pela proporcionalidade.** E possivel afirmar, portanto, que o principio da proporcionalidade tem sua sede material no principio do devido processo legal, considerado em sua acepcéo substantiva, n&o simplesmente formal.*? Em outras palavras, o principio da proporcionalidade, que n&o esté expressamente previsto na Constituigdo, tem como fundamento o devido processo legal substantivo (material). © principio da proporcionalidade esté implicito no texto constitucional, dividindo-se em 3 (trés) subprincipios: a) Adequacao: a medida adotada pelo Poder Puiblico devera estar apta para alcangar os objetivos almejados. b) Necessidade: a medida adotada pelo Poder Publico deveré ser indispensdvel para alcancar o objetivo pretendido. Nenhuma outra medida menos gravosa seria eficaz para 0 atingimento dos objetivos. Cc) Proporcionalidade em sentido estrito: a medida seré considerada legitima se os beneficios dela resultantes superarem os prejuizos. © STF tem utilizado o principio da proporcionalidade como fundamento de varias de suas decisées, especialmente no que diz respeito ao controle de constitucionalidade de leis. Com efeito, leis de carater restritivo deveréo observar o principio da proporcionalidade. Segundo a Corte: ".,. 0 principio da proporcionalidade visa a inibir e a neutralizar 0 abuso do Poder Publico no exercicio das fungdes que Ihe s&o inerentes, notadamente no desempenho de atividade de cardter legislativo e regulamentar. Dentro dessa perspectiva, 0 postulado em questéo, enquanto categoria fundamental de limitacéo dos excessos emanados do Estado, atua como verdadeiro paraémetro de aferi¢éo da prépria constitucionalidade material dos atos estatais”.*° * CUNHA JUNIOR, Dirley da. Curso de Direito Constitucional. 6° edic3o. Ed. Juspodium, 2012, pp. 740 ~ 742. *” ALEXANDRINO, Marcelo & PAULO, Vicente. Direito Constitucional Descomplicado, 54 edig&o. Ed. Método, 2010. pp. 172-175. © STF, MS 1.320-9/DF, Rel. Min. Celso de Mello, D} 14.04.1999. www.estrategiaconcursos.com.br 34d Aula 02 - Prof* Nadia / LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral séo assegurados 0 contraditério e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; As garantias do contraditério e da ampla defesa sao corolarios do principio do devido processo legal, isto é, dele decorrem diretamente. A ampla defesa compreende o direito que 0 individuo tem de trazer ao processo todos os elementos licitos de que dispuser para provar a verdade, ou, até mesmo, de se calar ou se omitir caso isso Ihe seja benéfico (direito a no- autoincriminagao). Jé o contraditério é 0 direito dado ao individuo de contradizer tudo que for levado ao processo pela parte contréria. Assegura, também, a igualdade das partes do processo, ao equiparar o direito da acusac&io com 0 da defesa.*! A ampla defesa e 0 contraditério s&o principios que se aplicam tanto aos processos judiciais quanto aos processos administrativos, sejam estes Ultimos referentes a aplicagéo de punigées disciplinares ou a restriggo de direitos em geral. © termo “litigantes” deve, portanto, ser compreendido na acepcio mais ampla possivel, no se referindo somente aqueles que estejam envolvidos em um processo do qual resulte ou possa resultar algum tipo de penalidade. Todavia, entende o STF que a ampla defesa e 0 contraditério nao se aplicam na fase do inquérito policial ou civil. Por esse motivo, é nula a sentenca condenatéria proferida exclusivamente com base em fatos narrados no inquérito policial. O juiz pode usar as provas colhidas no inquérito para fundamentar sua deciséo; entretanto, por nao ter sido garantida a ampla defesa € 0 contraditério na fase do inquérito, as provas nele obtidas no poderao ser os Unicos elementos para motivar a decisdo judicial. © inquérito é fase pré-processual, de natureza administrativa, consistindo em um conjunto de diligéncias realizadas para a apuracdo de uma infracdo penal e sua autoria, a fim de que o titular da aco penal (Ministério PUblico ou 0 ofendido) possa ingressar em juizo. Somente ai é que terd inicio a fase processual, com as garantias constitucionais da ampla defesa e do contraditério devendo ser respeitadas. Cabe destacar que, apesar de a ampla defesa e o contraditério néo serem garantias na fase do inquérito, o indiciado possui, mesmo nessa fase, certos direitos fundamentais que lhe devem ser garantidos. Dentre eles, ® ALEXANDRINO, Marcelo & PAULO, Vicente. Direito Constitucional Descomplicado, 5¢ edigo. Ed. Método, 2010. pp. 176. ® STF, RE 481.955 — AgR. Rel. Min Carmem Liicla. DJe: 26.05.2011 www.estrategiaconcursos.com.br 35de Aula 02 - Prof* Nadia / podemos citar o direito a ser assistido por um advogado, o de nfo se autoincriminar e o de manter-se em siléncio.** Vejam bem: na fase do inquérito, o individuo pode ser assistido por advogado; todavia, nado é obrigatéria a assisténcia advocaticia nessa fase. E com base nessa légica que o STF entende que n&o ha ofensa ao contraditério e a ampla defesa quando do interrogatério realizado pela autoridade policial sem a presenca de advogado. Sobre os direitos do indiciado na fase do inquérito, o STF editou a Stimula Vinculante n° 14, muito cobrada em concursos publicos: "E direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, jé documentados em procedimento investigatério realizado por érgéo com competéncia de policia judicidria, digam respeito ao exercicio do direito de defesa". Por meio dessa simula, o STF garantiu a advogados o acesso a provas ja documentadas em autos de inquéritos policiais que envolvam seus clientes, inclusive os que tramitam em sigilo. Observe, entretanto, que a stimula somente se aplica a provas ja documentadas, nao atingindo demais dilig€ncias do inquérito, as quais 0 advogado nao tem direito a ter acesso prévio. Com isso, caso sinta necessidade, a autoridade policial esté autorizada a separar partes do inquérito. Também existe uma fase pré-processual que antecede os processos administrativos disciplinares: a sindicAncia. Segundo o STF, na sindicancia preparatéria para a abertura do processo administrativo disciplinar (PAD) nao é obrigatéria a obediéncia aos principios do contraditério e da ampla defesa. Esses principios somente so exigidos no curso do processo administrativo disciplinar (PAD). Ressalta-se que a razéo disso é que a sindicdncia que precede a abertura do PAD, assim como o inquérito policial, caracteriza-se pela coleta de informages, que sero apuradas em fases futuras dentro de um proceso. Caso a sindicancia, entretanto, nao resulte em abertura do PAD, mas se traduza em aplicacéo de penalidade (adverténcia, por exemplo)”*, ha sim, necessidade de obediéncia ao contraditério e a ampla defesa como requisito de validade da pena aplicada. © STF, HC 82.354, Rel. Min. Septlveda Pertence, DJ 24.09.2004. * Segundo 0 art. 145, da Lei n° 8.112/90, da sindicdncia poderd resultar: i) arquivamento do processo; ii) aplicagao de penalidade de adverténcia ou suspensao de até 30 (trinta) dias; ili) instauragéo de processo disciplinar. www.estrategiaconcursos.com.br 36 de Aula 02 - Prof* Nadia / O STF entende que, nos processos administrativos disciplinares, a ampla defesa e 0 contraditério podem ser validamente exercidos independentemente de advogado. Dessa forma, em um PAD instaurado para apurar infragdo disciplinar praticada por servidor, nado € obrigatéria a presenca de advogado. Com base nesse entendimento, 0 STF editou a Stimula Vinculante n° 5: “A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar nao ofende a Constitui¢S0.” Como forma de garantir a ampla defesa, é bastante comum que a legislacao preveja a existéncia de recursos administrativos. No entanto, em muitos casos, a apresentacéio de recursos exigia o depésito ou arrolamento prévio de dinheiros ou bens. Em outras palavras, para entrar com recurso administrativo, o interessado precisava ofertar certas garantias, o que, em ndo raras vezes, inviabilizava, indiretamente, 0 exercicio do direito de recorrer. Para resolver esse problema, o STF editou a Sumula Vinculante n° 21: “E inconstitucional a exigéncia de depdsito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.” Dessa forma, sera inconstitucional qualquer lei ou ato normativo que estabeleca a necessidade de depésito ou arrolamento prévio de dinheiro ou bens como requisito de admissibilidade de recurso administrativo. Nessa mesma linha, o STF entende que ndo se pode exigir depésito prévio como condigéo para se ajuizar, junto ao Poder Judicidrio, agéo para se discutir a e: lade de crédito tributa Foi editada, entaéo, a Stimula Vinculante n° 28: "“E inconstitucional a exigéncia de depésito prévio como requisito de admissibilidade de ag&o judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributario.” (PC/DF — 2015) O advogado tem direito, no interesse de seu cliente, a ter acesso aos elementos de prova que, jé documentados em procedimento investigatério realizado pela policia, digam respeito ao exercicio do direito de defesa. °° Na ADIN 1.074-3, 0 STF considerou inconstitucional o art. 19, da Lei 8.870/94 que estabelecia que "as acées judiciais, inclusive cautelares, que tenham por objeto a discussao de débito para com o INSS serao, obrigatoriamente, precedidas do depésito preparatério do valor do mesmo, monetariamente corrigido até a data de efetivacdo, acrescido dos juros, multa de mora e demais encargos”. www.estrategiaconcursos.com.br 37 de Aula 02 - Prof* Nadia / ‘Comentai Essa questio esta baseada na SV n® 14. Questo correta. (PC/DF - 2015) Nao é inconstitucional a exigéncia de depésito ou arrolamento de bens para admissibilidade de recurso administrativo. Comentarios: Essa questdéo esté baseada na SV n® 21, que considera inconstitucional a exigéncia de depésito ou arrolamento de bens para admissibilidade de recurso administrativo. Quest&o errada. LVI - so inadmissiveis, no processo, as provas obtidas por meios ilicitos; © devido processo legal tem como uma de suas consequéncias a inadmissibilidade das provas ilicitas, que n&o poderio ser usadas nos processos administrativos e judiciais. Segundo o STF: "E indubitével que a prova ilicita, entre nds, néo se reveste da necesséria idoneidade juridica. como meio de formacéo do convencimento do julgador, razéo pela qual deve ser desprezada, ainda que em prejuizo da apuragao da verdade, em prol do ideal maior de um processo justo, condizente com o respeito devido a direitos e garantias fundamentais da pessoa humana, valor que se sobreleva, em muito, a0 que é representado pelo interesse que tem a sociedade em uma eficaz repressao aos delitos.’”° As provas ilicitas, assim consideradas aquelas obtidas com violac&o ao direito material, deverdo ser, portanto, expurgadas do processo; serao elas imprestaveis a formagao do convencimento do magistrado.*” Ha que se destacar, todavia, que a presenga de provas ilicitas ndo é suficiente para invalidar todo o processo, se nele existirem outras provas, licitas e auténomas (obtidas sem a necessidade dos elementos informativos revelados pela prova ilicita).°* Uma vez que seja reconhecida a ilicitude de prova constante dos autos, esta deverd ser imediatamente desentranhada &° STF, Acdo Penal, 307-3-DF. Rel. Min. Ilmar Galvao, DJU 13.10.1995 * MORAES, Alexandre de. Constituicéo do Brasil Interpretada e Legislacao Constitucional, 92 edi¢ao. So Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 324-332 °° STF, HC 76.231/R3, Rel. Min. Nelson Jobim, DJ: 29.09.1995. www.estrategiaconcursos.com.br 38 de Aula 02 - Prof* Nadia / (retirada) do processo. ® As outras provas, Iicitas e independentes da obtida ilicitamente, sao mantidas, tendo continuidade o processo. Vejamos, a seguir, importantes entendimentos do STF sobre a licitude/ilicitude de provas: 1) E ilicita a prova obtida por meio de interceptacéo telefénica sem autorizacdo judicial. A interceptacdo telefénica, conforme ja estudamos, depende de autorizacao judicial. 2) Sao ilicitas as provas obtidas por meio de interceptacdo telefénica determinada a_ pai apenas de dentncia anénima, sem_ investigagdo preliminar. Com efeito, uma dentncia anénima nao é suficiente para que o juiz determine a interceptacéo telefénica; caso ele o faca, a prova obtida a partir desse procedimento seré ilicita. 3) Sao ilicitas as provas obtidas mediante gravacao de conversa informal do indiciado com policiais, por constituir-se tal pratica em “interrogatério sub- repticio”, realizado sem as formalidades legais do interrogatorio no inquérito policial e sem que o indiciado seja advertido do seu direito ao siléncio. 4) Sao ilicitas as provas obtidas mediante confissio durante prisdo ilegal. Ora, se a prisdo foi ilegal, todas as provas obtidas a partir dela também o serdo. 5) E licita a prova obtida mediante gravacao telefénica feita por um dos interlocutores sem a autorizacéo judicial, caso haja investida criminosa daquele que desconhece que a gravag3o esté sendo feita. Nessa situag3o, tem-se a legitima defesa. 6) E licita a prova obtida por gravacéo de conversa telefénica feita por um dos interlocutores, sem conhecimento do outro, quando ausente causa legal de sigilo ou de reserva da conversacao.” ® STF, Embargos de Declaragao em Inquérito. Rel. Min. Néri da Silveira, 07.06.1996 © STF, HC 80.949. Rel, Min. Sepulveda Pertence, DJ 30.10.2001 ©! STF, RE 630.944 ~ AQR. Rel. Min. Ayres Brito. DJ 25.10.2011 www.estrategiaconcursos.com.br 39 Aula 02 - Prof* Nadia / 7) E Iicita a prova consistente em gravacgao ambiental realizada por um dos _ interlocutores sem o conhecimento do outro. Muito conhecida na doutrina é a Teoria dos Frutos da Arvore Envenenada (“Fruits of the Poisonous Tree”), que se baseia na ideia de que uma arvore envenenada ira produzir frutos contaminados! Seguindo essa légica, uma prova ilicita contamina todas as outras que dela derivam. E o que a doutrina denomina ilicitude por derivagaio; pode-se dizer também que, nesse caso, haveraé comunicabilidade da ilicitude das provas ilicitas a todas aquelas que dela derivarem. € importante destacar, porém, que a t&o sé existéncia de prova reconhecidamente ilicita no processo ndo basta para que a condenacao seja considerada nula, ou seja, a prova ilicita nado contamina todo o processo. Nesse sentido, segundo o STJ, “nao se aplica a Teoria da Arvore dos Frutos Envenenados quando a prova considerada como ilicita é independente dos demais elementos de conviccéo coligidos nos autos, bastantes para fundamentar a condenagao. ® (SEFAZ-MT — 2014) As provas provenientes de quebra irregular de sigilo bancério ou fiscal sdo nulas para fins de responsabilizagéo administrativa e civel, mas nao criminal. Rbsriican, Comentarios: As provas ilicitas née podem ser usadas, também, nos processos penais (criminais). Elas seréo nulas. Questéo errada. LVII - ninguém seré considerado culpado até o transito em julgado de sentenga penal condenatéria; Trata-se do principio da presungao de inocéncia, que tem por objetivo proteger a liberdade do individuo frente ao poder de império do Estado. Somente a partir do transito em julgado (decisdéo da qual nao caiba mais nenhum recurso) de sentenca penal condenatéria é que alguém podera ser considerado culpado. €, afinal, o transito em julgado da sentenca que faz coisa julgada material. © STF, RE 583.937-QO-RG, Rel. Min. Cezar Peluso, DJ 19.11.2009. APR 20050810047450 DF, Rel. Vaz de Mello, j. 07.02.2008. \concursos.com.br 40 www.estral Aula 02 - Prof* Nadia / Da presungéio de inocéncia, deriva a obrigatoriedade de que o é6nus da prova da pratica de um crime seja sempre do acusador. Assim, nao se pode exigir que o acusado produza provas em seu favor; caberé 4 acusagéo prover, inequivocamente, a culpabilidade do acusado. A jurisprudéncia do STF considera que as prisées cautelares (priséo preventiva, priséio em flagrante e priséo temporéria) sfo compativeis com o principio da presungao de inocéncia. Assim, é plenamente possivel, no ordenamento juridico brasileiro, que alguém seja preso antes de sentenca penal condenatéria transitada em julgado. Em fevereiro de 2016, o STF adotou importantissima decisdo relacionada ao principio da presung&o de inocéncia. Desde 2009, o entendimento do STF era o de que a execugao da sentenca somente seria possivel apés o transito em julgado da condenagéo. Um exemplo pode nos ilustrar como era o entendimento antigo da Corte. Suponha que André seja julgado e condenado na primeira instancia. Em seguida, efetua a apelacéo para o Tribunal de Justica, onde a sentenca é mantida. Nessa hipétese, ainda poderia ser cabivel recurso especial (para o STJ) e recurso extraordindrio (para o STF). Até que esses recursos fossem julgados, André ndo poderia ser considerado culpado, uma vez que ainda no estariamos diante do transito em julgado de uma sentenca penal condenatéria. Consequentemente, André nao poderia ser preso. Mas qual o novo entendimento do STF? Agora, o STF entende que a deciséo condenatéria em segunda instancia ja permitira a execugdo proviséria do acérddo. Ora, se um individuo foi condenado em primeira insténcia e, em seguida, teve a condenag&o confirmada por um Tribunal (érgéo de natureza colegiada), néo se pode presumir que ele seja inocente. Ao contrério, j4 hé uma declarac3o forte acerca da sua culpabilidade. Dessa forma, a execugdo do acérddo penal condenatério nao precisa aguardar o julgamento de eventuais recursos extraordinario ou especial. No julgamento, o STF deixou clara a necessidade de que exista um equilibrio entre o principio da presung’o de inocéncia e a efetividade da jurisdigdo penal. Comentou-se, inclusive que, “em pais nenhum do mundo, depois de observado o duplo grau de jurisdicéo, a execugéo de uma condenag&o fica suspensa aguardando referendo da Suprema Corte". Dessa forma, o STF fixou o seguinte entendimento: "A execugo proviséria de acérd&o penal condenatério proferido em grau de apelacéo, ainda que sujeito a recurso especial ou www.estrategiaconcursos.com.br ad Aula 02 - Prof* Nadia / extraordindrio, nao compromete 0 principio constitucional da presungao de inocéncia”. °* A presung&o de inocéncia também jé serviu de fundamento para outra importante jurisprudéncia, agora relacionada a concursos publicos. Segundo o STF, “viola o principio constitucional da presungao de inocéncia, previsto no art. 5°, LXVII, da CF, a exclus3o de candidato de concurso puiblico que responde a inquérito ou ago penal sem transito em julgado da sentenca condenatoria”.”? Ora, se ainda nfo houve o transito em julgado da sentenca penal, 0 individuo nao pode ser considerado culpado. Ao exclui-lo do concurso, a Administrago Publica agiu como se ele assim devesse ser considerado, 0 que viola a presungo de inocéncia. (Policia Civil / CE - 2015) Ninguém sera considerado culpado até o transite em julgado de sentenca penal condenatéria, salvo o preso em flagrante delito. Rdsirhican, Comentarios: Pegadinha! Mesmo aquele que for preso em flagrante delito somente poderé ser considerado culpado apés o transito em julgado de sentenca penal condenatéria. Questo errada. LVIII - 0 civilmente identificado nao sera submetido a identificagdo criminal, salvo nas hipéteses previstas em lei; Tem-se, aqui, norma constitucional de eficdcia contida: na falta de lei dispondo sobre os casos de identificagao criminal excepcional, esta jamais seria exigivel. © que é identificacdo civil? E a regra: carteira de identidade, de motorista, de trabalho... E a criminal? E a impress&o digital (processo datiloscpico) e a fotografica. Aposto que vocé se lembrou daquelas cenas de filmes, em que 0 preso é fotografado de frente e de perfil pela policia, né? Assim, lei pode prever, excepcionalmente, hipéteses de identificagéo criminal mesmo quando o individuo ja foi identificado civilmente. A Lei n® 12.037/2009 dispde sobre os casos de identificacéo criminal do civilmente identificado. “HC n® 126.292/SP, Rel. Min. Teori Zavascki, 17.02.2016. © STF, RE 559.135-AgR. Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 20.05.2008. wwweestral \concursos.com.br Aula 02 - Prof* Nadia / LIX - sera admitida ago privada nos crimes de agdo publica, se esta nao for intentada no prazo legal; Como vocé sabe, em regra, € o Ministério Pdblico que provoca o Poder Judiciario nas acgées penais ptiblicas, de cujo exercicio é titular, com o fim de obter do Estado o julgamento de uma pretensdo punitiva. Entretanto, em alguns casos, o particular podera exercer essa prerrogativa, de maneira excepcional. Trata-se dos casos de aco penal privada subsidiaria da ptiblica, quando esta n&o é intentada no prazo legal. Nesse tipo de aco, a titularidade da persecuc&o criminal era, inicialmente, do Ministério Publico. Entretanto, diante da omissao deste, ela passou para o particular. Destaca-se, todavia, que néo possivel acéio penal privada subsididria da publica quando © Ministério Publico solicitou ao juiz o arquivamento do inquérito policial por falta de provas. Isso porque, nesse caso, no se caracteriza inércia do Ministério Publico. LX - a lei sé poder restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou 0 interesse social 0 exigirem; A compreensdo desse inciso é bastante simples. A regra é a publicidade dos atos processuais. A excecdo é a restricéio a essa publicidade, que so poderd ser feita por lei e em 2 (duas hipdteses): defesa da intimidade ou interesse social. LXI - ninguém sera preso sen&o em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciéria competente, salvo nos casos de transgresséo militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; LXVI - ninguém seré levado a priséo ou nela mantido, quando a lei admitir 2 liberdade provisdria, com ou sem fianca; O direito a liberdade é uma regra prevista na Constituigéo, que somente em situagdes excepcionais e taxativas poderd ser violada. O inciso LXI do art. 5° da Constituic&o traz as hipéteses em que é possivel a prisdo: a) em flagrante delito. Nesse caso, ndo haverd necessidade de ordem judicial. Nos termos do Cédigo de Processo Penal, qualquer do povo poderd e as autoridades policiais e seus agentes deverdo prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. b) em caso de transgresséo militar ou crime propriamente militar, definidos em lei. Nesse caso, também é dispensada ordem judicial. www.estrategiaconcursos.com.br 43d Aula 02 - Prof* Nadia / c) por ordem de juiz, escrita e fundamentada. A deciséo judicial é necessdria para a decretacdo de prisdo cautelar ou para a denegacdo de liberdade provisoria. A priséo, por tudo o que jé comentamos, tem natureza excepcional. Nesse sentido, 0 inciso LXVI dispde que se a lei admitir a liberdade proviséria, com ou sem fianga, ninguém sera levado a priséo ou nela mantido. Isso porque o direito & liberdade € um dos direitos humanos mais basicos e importantes. FLAGRANTE DELITO SRE RUBE IPOSSIVEL A PRISAO (CNMP - 2015) Ninguém seré levado & prisdo ou nela mantido quando a lei admitir a liberdade proviséria, desde que mediante pagamento de fianca. Rbsiehican, Comentarios: O art. 5°, LXVI estabelece que “ninguém seré levado a priséo ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade proviséria, com ou sem fianga”. Questo errada. LXII - a priséo de qualquer pessoa e o local onde se encontre seréo comunicados imediatamente ao juiz competente e a familia do preso ou & pessoa por ele indicada; LXIII - 0 preso seré informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-Ihe assegurada a assisténcia da familia e de advogado; LXIV - 0 preso tem direito 4 identificag3o dos responsdveis por sua priséo ou por seu interrogatério policial; LXV - a prisdo ilegal seré imediatamente relaxada pela autoridade judiciéria; Esses dispositivos enunciam os direitos do preso, que Ihe devem ser garantidos imediatamente quando de sua priséo. www.estrategiaconcursos.com.br 44 de Aula 02 - Prof* Nadia / Nos termos do inciso LXIT, a prisio de qualquer pessoa e o local onde se encontre sero comunicados imediatamente ao juiz competente e a familia do preso ou a pessoa por ele indicada. O objetivo é assegurar-Ihe a assisténcia familiar e permitir que o juiz analise a legalidade da priséo, relaxando-a se tiver sido ilegal. Destaque-se que nao ocorrerd descumprimento do art. 5°, LXII, se 0 preso, voluntariamente, no indica pessoa a ser comunicada de sua prisao.°* O inciso LXIII, por sua vez, consagra o direito ao siléncio (direito a ndo- autoincriminagao), que se baseia na ldgica de que ninguém pode ser obrigado a produzir provas contra si mesmo (“nemo tenetur se detegere”). O preso devera ser informado sobre seu direito de permanecer em siléncio, assim como do fato de que o exercicio desse di fo nao ira trazer-Ihe nenhum prejuizo. Em outras palavras, o siléncio do réu no interrogatorio néo pode ser interpretado como se fosse uma confissao da pratica do crime. O direito ao siléncio esté presente quando o indiciado ou acusado presta depoimento ao Poder Judiciario, ao Poder Executivo ou ao Poder Legislativo (no 4mbito de CPI, por exemplo). Segundo o STF, 0 preso deve ser informado de seu direito ao siléncio, sob pena de nulidade absoluta de seu interrogatério. Importa destacar ainda que, para o Supremo Tribunal Federal, o direito de permanecer em siléncio insere-se no alcance concreto da clausula constitucional do devido processo legal. Nesse direito ao siléncio, esta incluida, implicitamente, a prerrogativa processual de o acusado negar, ainda que falsamente, perante a autoridade policial ou judiciaria, a pratica da infragao penal. ®” Essa garantia conferida ao acusado, entretanto, no lhe permite mentir indiscriminadamente. N&o pode ele, com base nesse direito, criar situagdes que comprometam terceiros ou gerem obstdculos a apuraco dos fatos, impedindo que a Justiga apure a verdade. O inciso LXIV, por sua vez, garante ao preso o direito de conhecer a identidade dos responsaveis por sua prisio ou por seu interrogatério policial. O objetivo é evitar arbitrariedades da autoridade policial e de seus agentes que, uma vez tendo sido identificadas pelo preso, poderao ser responsabilizadas, a posteriori, no caso de ilegalidades ou abuso de poder. Ja o inciso LXV determina que a prisdo ilegal sera imediatamente relaxada pela autoridade judicidria. O relaxamento da prisdo é, portanto, um ato por meio do qual o juiz torna sem efeito a restrig&o de liberdade. Trata-se, como se pode verificar, de uma protegao aos individuos contra prisées ilegais ou arbitrarias. & STF, HC 69.630. Rel. Min. Paulo Brossard. DJ: 04.12.1992. "STF, Primeira Turma, HC 68929 SP, Rel. Min. Celso de Mello, j. 22.10.1991, DJ 28-08-1992. www.estrategiaconcursos.com.br 45 de Aula 02 - Prof* Nadia / Um entendimento importante do STF, relacionado ao respeito dos direitos do preso, é a Simula Vinculante n° 11, que trata do uso de algemas. "S6 € licito 0 uso de algemas em caso de resisténcia e de fundado receio de fuga ou de perigo 4 integridade fisica prépria ou alhela, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da priséo ou do ato processual a que se refere sem prejuizo da responsabilidade civil do Estado.” Com a edic&o da Simula Vinculante n° 11, a utilizacdo de algemas somente pode ser utilizada em casos excepcionais (resisténcia, fundado receio de fuga ou perigo a integridade fisica), jus icados por escrito. A desobediéncia a essa regra implicara em responsabilidade do agente ou da autoridade, bem como na nulidade da prisdo. & Desisicar (Policia Civil 7 CE — 2015) A prisdo de qualquer pessoa eo local onde se encontre sero comunicados, imediatamente, ao juiz competente e a familia do preso ou & pessoa por ele indicada. Comentarios: Ea literalidade do art. 5°, LXII, CF/88. Questdo correta. (Policia Civil / CE - 2015) A priséo ilegal seré imediatamente relaxada pela autoridade policial. Comentarios: Pegadinha! £ a autoridade judicial (e ndo a autoridade policial!) que relaxaré a prisdo ilegal. Questo errada. (Policia Federal - 2014) Um agente da Policia Federal foi escalado para atuar em operacéo para cumprimento de mandado judicial de prisdio e de busca e apreensdo, durante o dia, de documentos no escritdrio profissional do investigado. Mesmo que o investigado ofereca resisténcia a ordem de prisdo, néo seré possivel o uso de algemas para conduzi-lo, uma vez que a CF garante que nenhum cidadéo sera submetido a tratamento desumano ou degradante. Comentarios: A Stimula Vinculante n° 11 autoriza a utilizagéo de algemas em caso de resisténcia a prisdo. Logo, na situago descrita, seré possivel 0 uso de algemas. Questo errada. www.estrategiaconcursos.com.br 46d Aula 02 - Prof* Nadia / LXVII - ndo haveré prisdo civil por divida, salvo a do responsével pelo inadimplemento voluntério e inescusdvel de obrigag&o alimenticia e a do depositério infiel; A partir deste artigo, de “memorizago” obrigatéria para sua prova, pode-se concluir que: a) Em regra, nao ha priséo civil por dividas. b) Aquele que nao paga pensdo alimenticia sé pode ser preso se deixar de pagar porque quer (inadimplemento voluntario) e sem justificativa plausivel (inadimplemento inescusavel). c) Se levarmos em conta apenas o texto da Constituicdo, iremos concluir que 0 depositario infiel também pode ser preso. No entanto, o entendimento atual do STF é 0 de que a Unica prisdo civil por divida admitida no ordenamento juridico brasileiro é a resultante do inadimplemento voluntério e inescusdvel de obrigac3o alimen' Vamos explicar 0 porqué disso, comegando com o conceito de “depositério infiel”. O conceito nao é cobrado em prova, mas fica bem mais facil entender o espirito da norma quando este é explicado. O depositario é a pessoa a quem uma autoridade entrega um bem em depésito. Essa pessoa assume a obrigagéo de conservar aquele bem com diligéncia e de restitui-lo assim que a autoridade o exigir. Quando assim ndo procede, é chamada depositério infiel. A infidelidade, portanto, é um delito. E 0 caso de uma pessoa que teve mercadoria apreendida pela Receita Federal, mas que recebe do Auditor-Fiscal autorizagéo para guardéd-la, por falta de espaco no depésito da unidade aduaneira, por exemplo. Caso o bem ndo seja entregue assim que requerido, o depositério torna-se infiel. Pela literalidade da Constituigéo, 0 depositario infiel pode ser preso. No entanto, trata-se de autorizacio (e n&o imposig&0) constitucional. Hd necessidade de uma norma infraconstitucional que ordene a priséo. Com efeito, a Constituicéo apenas autoriza a priséo; quem deve determinar a priséo do depositério infiel uma lei (norma infraconstitucional). Essa lei que determina a priséio do depositério infiel até existe, mas como explicarei a seguir, esté com a eficdcia suspensa. © Brasil é signatdrio da Convencéio Americana de Direitos Humanos (Pacto de San Jose da Costa Rica), que somente permite a prisdo civil por nado wwrw.estrategiaconcursos.com.br ard Aula 02 - Prof* Nadia / Ppagamento de obrigacao alimenticia. Segundo o STF, esse tratado, por ser de direitos humanos, tem “status” supralegal, ou seja, esté abaixo da Constituigéo e acima de todas as leis na hierarquia das normas. Assim, ele néo se sobrepde a Constituic&io, ou seja, permanece valida a autorizag&o constitucional para que o depositario infiel seja preso. No entanto, a Conveng&o Americana de Direitos Humanos, por ter status supralegal, suspendeu toda a eficdcia da legislac3o infraconstitucional que regia a prisio do depositdrio infiel. Segundo o STF, 0 Pacto de San José da Costa Rica produziu um “efeito paralisante” sobre toda a legislagéo infraconstitucional que determinava a prisdo do depositério infiel. °° Dessa forma, néo houve revogacio do texto constitucional. A Constituicgo continua autorizando a priséo do depositario infiel; no entanto, a legislagao infraconstitucional est4é impedida de ordenar essa modalidade de priséo, em razo da Convencgéio Americana de Direitos Humanos, cuja hierarquia é de norma supralegal. Para sanar qualquer divida sobre o tema, o STF editou a Stimula Vinculante n° 25: ten E ilicita a prisdo civil do depositario infiel, qualquer que Peis en seja a modalidade de depésito. Para finalizar, quero que vocés se lembrem, ainda, de que os tratados sobre direitos humanos também podem ter “status” de emenda constitucional, desde que aprovados obedecendo ao rito préprio dessa espécie normativa. Assim, necessitam ser aprovados em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por trés quintos dos votos dos respectivos membros. Essa previsdo estd no art. 5°, § 3° da CF/88, incluido 4 Constituigéo pela EC 45/04. Continuemos no estudo do art. 5°, da Constituicao Federal! XV - é livre a locomogao no territério nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; Por meio desse dispositive, a CF/88 garante a liberdade de locomocio, no territério nacional, nos tempos de paz e nos termos da lei. Observe que se trata de norma constitucional de eficacia contida, que poderd sofrer © RE 466.343-1/SP, Rel. Min. Cezar Peluso, D) 03.12.2008 www.estrategiaconcursos.com.br 48d Aula 02 - Prof* Nadia / restriges referentes ao ingresso, saida e circulac&o interna de pessoas e patriménio. E 0 caso, por exemplo, das restrigdes impostas por normas referentes ao ingresso de estrangeiros no pais. Outro tépico bastante interessante sobre esse dispositivo é que a liberdade de locomocao sé é assegurada a qualquer pessoa (brasileira ou ndo) em tempos de paz. Isso significa que, em tempos de guerra, a liberdade de entrada, saida e permanéncia no pais podera sofrer duras restricées, principalmente no que se refere a estrangeiros. Por fim, cabem algumas consideragdes sobre o direito de locomocao. Locomover significa andar, correr, passear, parar, ir, vir, ficar, estacionar, transitar... Em sentido amplo, é 0 mesmo que circular. Nesse sentido, nao pode o Poder Publico cercear o livre transito de pessoas, salvo em situagdes excepcionais. © remédio constitucional adequado para proteger a liberdade de locomogao € 0 “habeas corpus”: LXVIIE - conceder-se-4 "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameagado de sofrer violéncia ou coacéo em sua liberdade de locomogéo, por ilegalidade ou abuso de poder; O “habeas corpus" é uma garantia fundamental. Trata-se de uma forma especifica de garantia, a que a doutrina chama “remédio constitucional”. “Ih...Agora complicou! 0 que é remédio constitucional, Nadia?” Calma, aluno (a)... O remédio constitucional é um meio que a ConstituigSo da ao individuo de proteger seus direitos contra a ilegalidade ou abuso de poder cometido pelo Estado. Ao contrério da maioria das garantias, ndo é uma proibig&o ao Estado, mas um instrumento a favor do individuo. Bem, voltando ao “habeas corpus”, temos que ele é remédio constitucional que protege o direito de locomocao. Sua finalidade é, por meio de ordem judicial, fazer cessar a ameaga ou coacdo A liberdade de locomocao do iindividuo. © “habeas corpus" tem natureza penal, procedimento especial (é de decisdo mais rapida: rito sumario), 6 isento de custas (gratuito) e pode ser repressivo (liberatério) ou preventivo (salvo-conduto). Se repressivo, busca devolver ao individuo a liberdade de locomog&o que j4 perdeu (sendo preso, por exemplo); quando preventivo, resguarda 0 individuo quando a perda dessa liberdade é apenas uma ameaca. Ha, ainda, 0 “habeas corpus” suspensivo, utilizado quando a prisdo ja foi decretada, mas o mandado de priséio ainda esta pendente de cumprimento. www.estrategiaconcursos.com.br 49 4 Aula 02 - Prof* Nadia / Pode 0 “habeas corpus” ser impetrado por qualquer pessoa fisica ou juridica, nacional ou estrangeira, ou, ainda, pelo Ministério Publico e pela Defensoria Publica. Todos esses so, portanto, sujeitos ativos do “habeas corpus”. Trata-se de uma acio com legitimidade universal, que pode, inclusive, ser concedida de oficio pelo prdprio juiz. Tamanho é seu caréter universal que 0 “habeas corpus” prescinde, até mesmo, da outorga de mandado judicial que autorize o impetrante a agir em favor de quem estaria sujeito, alegadamente, a constrangimento em sua liberdade de locomogao. N&o pode o “habeas corpus”, contudo, ser impetrado em favor de pessoa juridica. Somente as pessoas fisicas (os seres humanos) podem ser pacientes de “habeas corpus”. Ja viu pessoa juridica (“empresa”) se locomovendo? Ou, ainda, 6 possivel que pessoa juridica seja condenada a priséo? Nao, né? Por isso mesmo, o “habeas corpus” S6 pode ser impetrado a favor de pessoa natural, jamais de pessoa juridica. Guarde bem isso! pateni Pessoa juridica pode impetrar habeas corpus, mas sempre a favor de pessoa fisica. Nao ha necessidade de advogado para impetragdo de “habeas corpus", bem como para interposig&o de recurso ordindrio contra decisdo proferida em “habeas corpus". A doutrina considera, por isso, que o “habeas corpus” é uma verdadeira aco penal popular. No que se refere a legitimidade passiva no “habeas corpus”, tem-se que este se dirige contra a autoridade coatora, seja ela de carater ptiblico ou um particular. Por autoridade coatora entende-se aquela que determinou a pris&o ou a restri¢&o da locomogao do paciente, ou seja, da pessoa que sofreu a lesdo ou ameaca de lesdo. Um exemplo tipico de “habeas corpus" contra particular 6 aquele impetrado contra hospitais, que negam a liberacéio de seus pacientes, caso estes nao paguem suas despesas. Pela importancia do direito que busca responder (liberdade de locomogao), 0 habeas corpus 6 acao de procedimento especial (rito sumario), sendo decidida de maneira bem célere. Mesmo assim, pode haver medida liminar em “habeas corpus", desde que presentes seus pressupostos (fumus boni iuris e periculum in mora). “Nadia, 0 que é liminar?” A liminar € uma ordem judicial proferida pronta, suméria (rito breve) e precariamente (nao é definitiva). Visa proteger direito que esteja sendo discutido em outra acSo, e que, sem a liminar, poderia sofrer danos de www.estrategiaconcursos.com.br Aula 02 - Prof* Nadia / dificeis reparaées, devido 4 demora na prestagio jurisdicional. A liminar, portanto, tem dois pressupostos: a) 0 “fumus boni juris”, ou “fumaca do bom direito”, que significa que o pedido deve ter plausibilidade juridica; b) 0 “periculum in mora” (risco da demora), que significa que deve haver possibilidade de dano irreparavel ou de dificil reparacéo se houver demora na prestaco jurisdicional. Outra coisa importante: é cabivel “habeas corpus” mesmo quando a ofensa ao direito de locomocao é indireta, ou seja, quando do ato impugnado possa resultar procedimento que, ao final, termine em detengSo ou recluséo da pessoa. E 0 caso do uso desse instrumento para proteger o individuo contra quebra de sigilo bancdrio que possa levar & sua prisio em um processo criminal, por exemplo®. Esse é 0 entendimento do STF. Entretanto, caso a quebra do sigilo fiscal se desse em um processo administrative, nao caberia “habeas corpus". Isso porque esse tipo de processo jamais leva a restrig&o de liberdade. O remédio constitucional adequado, nesse caso, seria o mandado de seguranga. Resta, ainda, destacar que o “habeas corpus” pode ser concedido de officio pelo juiz”, ou seja, por sua iniciativa, sem provocac&o de terceiros. Isso ocorrera quando, no curso do processo, a autoridade judiciaria verificar que alguém sofre ou esta na iminéncia de sofrer coagio ilegal. Além disso, entende o STF que o 6rgao competente para julgamento do habeas corpus esta desvinculado 4 causa de pedir (fundamento do pedido) © aos pedidos formulados. Assim, havendo conviccdo sobre a existéncia de ato ilegal nado mencionado pelo impetrante, cabe ao Judicidrio afasta-lo, ainda que isso implique concessao de ordem em sentido diverso do pleiteado”?. © “habeas corpus” também ndo serve como meio de dilagao probatéria”, para reparar erro do Judiciério, devido a sua indole sumarissima”’. A coagéo ilegal deveré ser demonstrada de plano pelo impetrante: exige-se, no “habeas corpus", prova pré-constituida. Como a fase de dilacdo probatéria 6 demorada, relativamente longa, entende o STF que é incabivel na via de “habeas corpus", devido a seu rito sumarissimo. O bem juridico tutelado (a liberdade de °"0 habeas corpus é medida idénea para impugnar decisdo judicial que autoriza a quebra de sigilos fiscal e bancario em procedimento criminal, haja vista a possibilidade destes resultarem em constrangimento a liberdade do investigado” (AI 573623 QO/RJ, rel. Min. Gilmar Mendes, 31.10.2006). STF, HC 69.172-2/R3, DJ, 1, de 28.08.1992. ZISTF, HC 69.421/SP, DJ, 1, de 28.08.1992. * Por dilagéo probatoria entende-se o prazo concedido as partes para a producdo de provas no processo. "STF, HC 68.397-5/DF, DJ 1, 26.06.1992. www.estrategiaconcursos.com.br 51 de Aula 02 - Prof* Nadia / locomociio) requer 0 afastamento da ilegalidade o mais répido possivel, o que no se daria caso houvesse uma fase probatéria. cabivel Uma pergunta importante que se deve fazer é a seguinte: quando é 0 “habeas corpus"? a) Nao cabe “habeas corpus" para impugnar decisées do STF (Plenério ou Turmas). Nao é cabivel habeas corpus, inclusive, contra deciséo monocratica proferida por Ministro do STF. A impossibilidade de impetrag&o do “habeas corpus” contra decisées do STF decorre do principio da “superioridade de grau", em virtude do qual somente a autoridade imediatamente superior & autoridade coatora é que teria competéncia para conhecer e decidir sobre essa ago. Nesse sentido, nenhum juiz pode conceder “habeas corpus” contra ato do préprio juizo; 0 habeas corpus € sempre impetrado junto a autoridade superior daquela que tomou decis&o que viola a liberdade de locomocao. b) Nao cabe “habeas corpus” para impugnar determinagéo de suspensdo dos direitos politicos. ©) Ndo cabe “habeas corpus” para impugnar pena em processo administrative disciplinar: adverténcia, suspensao, demisséo etc. d) Nao cabe “habeas corpus” para impugnar pena de multa ou relativa a processo em curso por infracdo penal a que a pena pecuniaria seja a Unica cominada. (Stimula STF n° 643) Perceba que as penas de multa, de suspensao de direitos politicos, bern como disciplinares néo resultam em cerceamento da liberdade de locomocao. Logicamente, ndo cabe “habeas corpus” para impugné-las. e) N&o cabe “habeas corpus” para impugnar quebra de sigilo bancario, fiscal ou telefénico, se dela n&o puder resultar condenag&o & pena privativa de liberdade. Se a quebra de sigilo bancério, fiscal ou telefénico puder resultar em condenago a pena privativa de liberdade, entende-se que ha violacao indireta a liberdade de locomogao. Nesse caso, sera cabivel o “habeas corpus". f) Nao cabe “habeas corpus” quando ja extinta a pena privativa de liberdade. (Sumula STF n° 695) Desconstituido 0 objeto do “habeas corpus”, por julgada extinta a pena em face do seu integral cumprimento, resta prejudicado 0 pedido”. Isso significa HC 105959/DF. Rel. Min. Luiz Edson Fachin. 17.02.2016. www.estral \concursos.com.br Aula 02 - Prof* Nadia / que a extingdo da pena torna incabivel a utilizagao do “habeas corpus”. A légica é simples: 0 “habeas corpus” visa a tutela do direito a locomocao0, nao se justificando quando esse direito na@o mais se encontra limitado ou ameacado. 9) Nao cabe “habeas corpus” para discutir o mérito de punigdes disciplinares militares (art. 142, § 2°, CF). Segundo o STF, é cabivel “habeas corpus” para discutir a legalidade de punigées disciplinares militares (por exemplo, a competéncia do agente e concesso de ampla defesa e contraditério). h) Nao cabe “habeas corpus” contra a imposigéio de pena de exclusdo de militar ou de perda de patente ou de fungao publica. Destaca-se, ainda, que em caso de estado de defesa (art. 136, CF) ou estado de sitio (art. 139, CF), 0 ambito do “habeas corpus” podera ser restringido. Contudo, jamais poderd ser suprimido. (Ta 7 SP — 2015) Nao possivel a concessdo de habeas corpus quando alguém se ache ameacado de sofrer vio- léncia ou coagéo em sua liberdade de locomoc&o, por ilegalidade ou abuso de poder, devendo a violéncia ou coaggo estarem concretizadas. Comentarios: A violéncia ou coagdo & liberdade de locomocéo nao precisam estar concretizadas para que se conceda habeas corpus. Isso porque existe a figura do habeas corpus preventivo, utilizado quando a perda da liberdade ainda é braticar! | uma ameaga. Questéo errada. (FUB - 2015) A legitimidade para impetrac&o de habeas corpus é universal, abrangendo a pessoa juridica e também aqueles que nao possuem capacidade civil plena. Comentarios: Qualquer pessoa fisica ou juridica, nacional ou estrangeira, poderé impetrar. mandado ‘de seguranca. Portanto, a legitimidade para impetraco de habeas corpus € universal. Questo correta. *HC 34826 RS 2004/0051531-1, DJe 06/10/2008. www.estrategiaconcursos.com.br 53.de Aula 02 - Prof* Nadia / (TEM 7 GO — 2015) Conceder-se-d habeas corpus sempre que alguém estiver submetido as decisées ilegais que impliquem condenagéo em pena privativa de direitos, privativa de liberdade ou de multa. Comentarios: Nao cabe habeas corpus para impugnar pena privativa de direitos ou pena de multa. O bem juridico tutelado pelo habeas corpus é a liberdade de locomoc&o. Portanto, ele é cabivel para impugnar decisées ilegais que impliquem condenagéo em pena privativa de liberdade. Questiio errada. Cardter preventive ou repressive HABEAS CORPUS Sim Finalidade Proteger a liberdade de locomogao Tegitimados | Qualquer pessoa fisica ou juridica, nacional ou estrangeira. Sé pode alivos ser impetrado a favor de pessoa natural, jamais de pessoa juridica. Tegitimados ‘Autoridade publica e pessoa privada passivos Natureza Penal Tsengao de custas Sim Medida liminar Possivel, com pressupostos “fumus boni juris” e “periculum in mora” Observacoes Penas de multa, de suspensao de direitos politicos, bem como disciplinares nao resultam em cerceamento da liberdade de locomogio. Por isso, ndo cabe “habeas corpus” para impugné-las LXIX- conceder-se-é mandado de seguranga para proteger direito liquido e certo, néo amparado por “habeas corpus” ou habeas data, quando o responsével pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade publica ou agente de pessoa juridica no exercicio de atribuicées do Poder Publico; O mandado de seguranca é ac&o judicial, de rito sumario especial, prépria para proteger direito liquido e certo de pessoa fisica ou juridica, nado protegido por “habeas corpus” ou “habeas data”, que tenha sido violado www.estrategiaconcursos.com.br 54 de Aula 02 - Prof* Nadia / por ato de autoridade ou de agente de pessoa privada no exercicio de atribuicdo do Poder Puiblico. Quando se fala que 0 mandado de seguranca protege direito liquido e certo “n&o amparado por “habeas corpus” ou habeas data”, determina-se que este tem carter residual. Assim, essa aco judicial s6 é cabivel na falta de outro remédio constitucional para proteger © direito violado. Como exemplo, o mandado de seguranca é 0 remédio constitucional apto a proteger o direito de reuni&o caso haja lesio ou ameaga de leséo a esse direito por alguma ilegalidade ou arbitrariedade por parte do Poder Publico. Outra caracteristica importante é que o mandado de seguranca tem natureza e é cabivel contra o chamado “ato de autoridade”, ou seja, contra agdes ou omissées do Poder Ptiblico e de particulares no exercicio de funco ptiblica (como o diretor de uma universidade, por exemplo). Destaque-se que, mesmo sendo acg&o de natureza civil, o mandado de seguranca podera ser usado em processos penais. Assim, a violagSo de direito Iiquido e certo n&o protegido por “habeas corpus” ou “habeas data” daré ensejo a utilizacdo do mandado de seguranca. Direito liquido e certo, segundo a doutrina, é aquele evidente de imediato, que no precisa de comprovacdo futura para ser reconhecido. A existéncia desse direito é impossivel de ser negada. Por esse motivo, nado ha dilagdo probatéria (prazo para producdo de provas) no mandado de seguranca. As provas, geralmente documentais, séo levadas ao processo no momento da impetrac&o da acéio, ou seja, quando se requer a tutela jurisdicional. Sao provas pré-constituidas. De acordo com a jurisprudéncia do STF, 0 conceito de direito liquide e certo esté mesmo relacionado a prova pré-constitufda, a fatos comprovados documentalmente na exordial (peticao inicial do processo). Nao importa se a questéo juridica é dificil, complexa ou controvertida. Nesse sentido, dispde a Stmula 625 do STF que “controvérsia sobre matéria de direito nao impede concessao de mandado de seguranga". O que se exige & que 0 fato esteja claro, pois o direito seré certo se o fato a ele correspondente também o for. E importante frisar que 0 mandado de seguranga é cabivel contra atos discricionérios ou contra atos vinculados. Reza a Constituigéo que os individuos utilizam 0 mandado de segurancga para se defenderem tanto da ilegalidade quanto do abuso de poder. Por ilegalidade, entende-se a situagdo em que a autoridade coatora ndo age em conformidade com a lei. Trata-se de vicio préprio dos atos vinculados. Por abuso de poder, por outro lado, entende-se a situacdo em que a autoridade age fora dos limites de sua competéncia. Trata-se de vicio préprio dos atos discricionarios. Assim, a Constituigéo, de acordo com a doutrina, ao se referir a ilegalidade como www.estrategiaconcursos.com.br 55d Aula 02 - Prof* Nadia / hipdtese de cabimento de mandado de seguranca, reporta-se aos atos vinculados, ao se referir ao abuso de poder, reporta-se aos discricionérios. No que diz respeito a legitimidade ativa, podem impetrar mandado de seguranga: a) Todas as pessoas fisicas ou juridicas, nacionais ou estrangeiras, domiciliadas ou n&o no Brasil; b) As universalidades (que no chegam a ser pessoas juridicas) reconhecidas por lei como detentoras de capacidade processual para a defesa de seus direitos, como a massa falida e o espélio, por exemplo; ¢) Alguns érgaos ptiblicos (érgaos de grau superior), na defesa de suas prerrogativas e atribuicdes; d) O Ministério Publico. H& um prazo para a impetrac&o do mandado de seguranga: 120 (cento e vinte) dias a partir da data em que o interessado tiver conhecimento oficial do ato a ser impugnado (publicagSo desse ato na imprensa oficial, por exemplo). Segundo o STF, esse prazo é decadencial (perde-se o direito ao mandado de seguranca depois desse tempo), nao passivel de suspensdo ou interrup¢do. Também segundo a Corte Suprema, é constitucional lei que fixe 0 ptazo de decadéncia para a impetragaio de mandado de seguranga (Stimula 632 do STF). E se eu perder o prazo, Nadia? Bem, nesse caso, vocé até poderé proteger seu direito, mas com outra ago, de rito ordinario, normal. Jamais por mandado de seguranca! Uma vez concedida a seguranca (deferido, “aceito” o pedido), a sentenca estaré sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdigéo (reexame necess4rio). Significa dizer que, uma vez tendo sido concedida a seguranca pelo juiz de primeira instancia, ela necessariamente deverd ser reexaminada pela instancia superior. Destaque-se, todavia, que a sentenca de primeiro grau (primeira instancia) pode ser executada provisoriamente, n&o havendo necessidade de se aguardar o reexame necessério. Pode haver liminar em mandado de seguranca? Presentes os requisitos (fumus boni juris e periculum in mora), € possivel liminar em mandado de seguranga. Entretanto, ha excecées, para as quais mesmo existindo esses requisitos, a lei néo admite liminar em mandado de seguranca: a) A compensago de créditos tributérios; www.estrategiaconcursos.com.br Aula 02 - Prof* Nadia / b) A entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior; c) A reclassificacéo ou equiparacéo de servidores ptiblicos e a concess&o de aumento ou a extenséio de vantagens ou pagamento de qualquer natureza. “Por que a lei faz isso, Nadia”? Ora, trata-se de matérias muito importantes, que ndo podem ser decididas precariamente por medida liminar. Na compensagéo de créditos tributdrios, por exemplo, a Unido (ou outro ente federado) “perdoa” um débito do contribuinte utilizando um crédito que ele tenha com ela. Exemplo: um contribuinte deve imposto de renda, mas tem um crédito de COFINS. Ele usa, ento, esse crédito para “quitar” a divida, o famoso “elas por elas”. Pense bem, caro (a) aluno (a). Vocé acha que perddo de débito tributario é matéria a ser discutida precariamente? E claro que nao! Por isso a lei protege essa matéria ao impedir que seja tratada por medida liminar em mandado de seguranca. © mesmo ocorre com a entrega de mercadorias ou bens provenientes do exterior. Eles séo a maior garantia que a Receita Federal tem de que o contribuinte pagaré seus tributos aduaneiros. Por isso, ndéo podem ser entregues precariamente, por medida liminar. Além do mais, 0 risco de se entregar uma mercadoria que cause prejuizo @ sociedade é muito maior que o de se prejudicar alguma empresa pela retengdo indevida de seus bens importados. Essas sdo as razées pelas quais a lei resguarda decisdo tao importante contra medida liminar em mandado de seguranga: ha interesses muito grandes envolvidos. “Nadia, é possivel que o impetrante desista do mandado de seguranga?” De acordo com o STF, a resposta € sim. O impetrante do mandado de seguranga pode desistir dessa acdo constitucional a qualquer tempo, ainda que proferida deciséo de mérito a ele favoravel, e sem anuéncia da parte contréria. Entende a Corte que o mandado de seguranga, enquanto acao constitucional, com base em alegado direito liquido e certo frente a ato ilegal ou abusivo de autoridade, no se revestiria de lide, em sentido material. Eventual ma-fé do impetrante que desistisse seria coibida com instrumental proprio”. Vejamos, agora, as situagdes em que é incabivel o mandado de seguranga. a) Nao cabe mandado de seguranga contra decisdo judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 7 RE 669367, Rel Luiz Fux, p. 13.05.2013. www.estrategiaconcursos.com.br 574 Aula 02 - Prof* Nadia / b) Nao cabe mandado de seguranga contra ato administrativo do qual caiba recurso com efeito suspensivo. Nessas duas hipéteses, havendo possibilidade de recurso suspensivo (ou seja, recurso que garante que nenhuma situacao juridica poderé ser modificada até a deciséo) descabe 0 uso de mandado de seguranga, uma vez que o direito ja esta protegido pela prépria suspensdo. Cabe destacar, porém, que a Stimula n° 429/STF dispée que “a existéncia de recurso administrativo com efeito suspensivo néo impede o uso do mandado de seguranca contra omissao de autoridade”. Dessa forma, mesmo existindo recurso administrativo com efeito suspensivo, se houver omiss&o ilegal ou stracdo, sera cabivel mandado de seguranca. c) N&o cabe mandado de seguranga contra decisdo judicial transitada em julgado; Contra esse tipo de decisdo no cabe mais recurso, por isso é descabido 0 uso de mandado de seguranca. d) Nao cabe mandado de seguranca contra lei em tese, exceto se produtora de efeitos concretos; © que é lei em tese? E aquela de efeitos gerais e abstratos, ou seja, que apresenta generalidade e abstracao. A generalidade esté presente quando a lei possui destinatdrios indeterminados e indeterminaveis (uma lei que proteja o meio ambiente, por exemplo). J4 a abstracao ocorre quando a lei disciplina abstratamente (e nao concretamente) as situagdes que est&o sujeitas ao seu comando normativo. Somente leis de efeitos concretos (semelhantes a atos administrativos, como uma lei que modifica o nome de uma rua, por exemplo) podem ser atacadas por mandado de seguranca. Isso porque as demais leis em tese no resultariam numa situacdo de fato, com violagdo ao direito liquido e certo do impetrante. @) Nao cabe mandado de seguranca contra ato de natureza jurisdicional, salvo situago de absoluta excepcionalidade, quando a decisdo for equivocada, seja por manifesta ilegalidade, seja por abuso de poder’; Caso haja essa excepcionalidade, deve o impetrante demonstrar, além da violagéo de direito liquide e certo, a inexisténcia de recurso com efeito suspensivo e que o provimento do recurso cabivel n&o seria suficiente a VagRg no MS 14561 DF 2009/0155213-1, 29/06/2010. wwwestrategiaconcursos.com.br 58 de Aula 02 - Prof* Nadia / reparacggo do dano. Isso porque ndo pode o mandado de seguranca, de acordo com o STF, ser utilizado como sucedaneo recursal, sob pena de se desnaturar a sua esséncia constitucional. © que é um sucedaneo recursal? E todo meio de impugnagao” de decisdo judicial que no seja recurso nem acéio, como é 0 caso, por exemplo, do pedido de reconsideracéio. No pedido de reconsideragao, que nao deriva de lei, mas apenas do bom senso, diante de uma decisdo visivelmente equivocada do juiz, a parte pede para que este reconsidere a deciséio. Voltando anélise da jurisprudéncia do STF, vimos que o mandado de seguranca ndo pode ser usado como sucedaneo recursal. Isso porque, havendo possibilidade de recurso ou correigéo, a acéo nao pode ser cabivel, por ter cardter residual. f) Nao cabe mandado de seguranga contra decisées jurisdicionais do STF, inclusive as proferidas por qualquer de seus Ministros, salvo situagdes excepcionais; Esses decisées, entende a Corte, tém a possibilidade de ser reformadas por via dos recursos admissiveis, ou, em se tratando de julgamento de mérito com transito em julgado, por meio de ac&o resciséria’” (MS 30836 RJ, 06/10/2011). Novamente, a impossibilidade de emprego do mandado de seguranca se da pelo fato de que ele nao tém cardter recursal. g) Nao cabe mandado de seguranga para assegurar direito liquido e certo 4 insubmisséo a certa modalidade de tributacaéo, na hipdtese de o ato coator apontado se confundir com a propria adog’o de Medida Provisoria editada pelo Chefe do Poder Executivo; Trata-se de situagéo analoga a impetracgdo contra lei em tese (Sumula 266/STF), situacéio em que é incabivel 0 mandado de seguranca. Em matéria tributdria, segundo o Supremo, a cobranca das obrigacées fiscais ganha concregao com o lancamento ou com os atos de constituigéo desempenhados pelo prdprio contribuinte, quando a legislacéo de regéncia assim determinar®”, A mera edicg&o de medida provisoria pelo Chefe do Executivo nao resulta numa situagdo de fato em que haja violagdo ao direito liquide e certo do impetrante da aco. Por fim, vale destacar que, no processo de mandado de seguranca, ndo ha condenagéo ao pagamento dos honorarios advocaticios (énus de 7° Impugnago é quando, no Direito, ndo se concorda com algum ato. 7 Aco resciséria € aquela que visa @ desconstituir, com base em vicios que as tornem anulaveis, efeitos de sentencas transitadas em julgado, contra as quais nao caiba mais recursos, Em outras palavras, aquelas sentengas que seriam “a ultima palavra” do Judiciario. ®°STR, MS-ED 25265 / DF - DISTRITO FEDERAL, Julg. 28/03/2007, DJ 08/06/2007. www.estrategiaconcursos.com.br 59 de Aula 02 - Prof* Nadia / sucumbéncia). Isso quer dizer que se o impetrante (o requerente) for derrotado, ndo seré condenado a pagar as despesas com advogado da outra parte. NDADO DE SEGURANGA INDIVIDUA Carter preventive ou Sim repressivo Finalidade | Pfoteger diteito liquido e certo, nao amparado por “habeas corpus” ou “habeas data” Legitimados Todas as pessoas fisicas ou juridicas, as universalidades reconhecidas por lei como detentoras de capacidade processual, alguns érgaos ativos piblicos e o Ministério Piblico Tegitimados Poder piiblico e particulares no exercicio da fungao piiblica passivos Natureza Gwvil Isento de custas Nao Medida timinar | P°5'*e1, com pressupostos “fumus bond juris” e “periculum in mora”, mas hd excegdes (DPE / MG — 2014) A controvérsia sobre matéria de direito impede a concessio de mandado de seguranca, instituto de defesa de direito certo e incontestavel. Comentarios: Segundo a Stimula n° 625 / STF, “controvérsia sobre matéria de direito nao impede concessao de mandado de seguranga”. Questéo errada. (DPE / MG - 2014) E inconstitucional a estipulac&o de prazo decadencial para a impetracio de mandado de seguranga. Comentarios: © STF considera constitucional lei que estipule prazo decadencial para a impetrac&o de mandado de seguranca. O prazo decadencial do mandado de seguranga é de 120 dias. Questo errada. www.estrategiaconcursos.com.br 60 de Aula 02 - Prof* Nadia / LXX - 0 mandado de seguranca coletivo pode ser impetrado por: a) partido politico com representagao no Congresso Nacional; b) organizag&o sindical, entidade de classe ou associago legalmente constituida e em funcionamento hé pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; © mandado de seguranga coletivo serve para proteger direitos coletivos ¢ individuais homogéneos contra ato, omissdo ou abuso de poder por parte de autoridade. S6 quem pode impetra-lo (legitimados ativos) séo essas pessoas previstas nas alineas “a” e b”. Destaca-se que a exigéncia de um ano de constituic¢go e funcionamento da alinea “b” aplica-se apenas as associagées, jamais as entidades sindicais ¢ de classe. Nesse sentido, entende o STF que nem mesmo os entes da federacao podem impetrar mandado de seguranca coletivo, em favor dos interesses de sua populacdo. Para a Corte, “ao Estado-membro néo se outorgou legitimag&o extraordindria para a defesa, contra ato de autoridade federal no exercicio de competéncia privativa da Unido, seja para a tutela de interesses difusos de sua populacéo - que é restrito aos enumerados na lei da agao civil publica (Lei 7.347/1985) -, seja para a impetragdo de mandado de seguranga coletivo, que é objeto da enumeracao taxativa do art. 5°, LXX, da Constituicao. Além de néo se poder extrair mediante construg&o ou raciocinio analégicos, a alegada legitimagao extraordindria néo se explicaria no caso, porque, na estrutura do federalismo, 0 Estado-membro néo é 6rgéo de gestao, nem de representac&o dos interesses de sua populacdo, na érbita da competéncia privativa da Unio". N&o cabe mandado de seguranca coletivo para proteger direitos difusos. Isso porque essa agao tem cardter residual, e os direitos difusos j4 séo amparados por outros instrumentos processuais, como, por exemplo, a acao civil publica. Além disso, seu carater sumario exige prova documental, algo que os direitos difusos ndo apresentam de forma incontroversa. Com isso, encontram-se obstaculos para comprovar sua fluidez e certeza. Lembra-se quando falamos de substituicdo processual? No mandado de seguranca coletivo, aplica-se esse instituto. O interesse invocado pertence a uma categoria, mas quem é parte do processo é o impetrante (partido politico, por exemplo), que nao precisa de autorizacaéo expressa dos titulares do direito para agir. E importante destacar que o STF entende que os direitos defendidos pelas entidades da alinea “b" ndo precisam se referir a TODOS os seus membros. Podem ser o direito de apenas parte deles (exemplo, quando o sindicato www.estrategiaconcursos.com.br 61d Aula 02 - Prof* Nadia / defende direito referente & aposentadoria, que beneficia apenas seus filiados inativos). Outro importante entendimento da Corte Suprema é o de que o partido politico nao esta autorizado a valer-se do mandado de seguranca coletivo para, substituindo todos os cidad@os na defesa de interesses individuais, impugnar majoracao de tributo. Isso porque, para o STF, uma exigéncia tributdria configura interesse de grupo ou classe de pessoas, sé podendo ser impugnada por eles préprios, de forma individual ou coletiva. MANDADO DE SEGURANGA COLETIVO. Carater preventivo ou sim repressivo Finalidade Proteger direitos liquidos e certos coletivos ou individuais homogéneos, no amparados por HC ou HD (cardter residual) Tegitimados * Partido politico com representacaio no Congreso Nacional; ativos + Organizagao sindical e entidade de classe; + Associacao legalmente constituida e em funcionamento ha elo menos 01 ano. Legitimados ‘Autoridade publica ou agente de pessoa juridica no exercicio de passivos atribuigdes do poder publico ‘Natureza Civil Tsento de custas Nao| Medidaliminar | — Possivel, com pressupostos “fumus boni juris” e “periculum in mora” Observagoes Substituigao processual (FUB - 2015) O mandado de seguranca coletivo impetrado por sindicato dispensa autorizacéo prévia de sindicalizados. Comentarios: Nao hé necessidade de autorizacio expressa dos SDicor! sindicalizados para que © sindicato impetre mandado de seguranca coletivo. Aplica-se, aqui, 0 instituto da substituic&0 processual. Questo correta. (FUB - 2015) Uma entidade de classe que estiver em funcionamento ha apenas seis meses nao possui, por essa raz&o, legitimidade para impetracio de mandado de seguranca_coletivo em defesa_de interesse_de seus www.estrategiaconcursos.com.br 62de Aula 02 - Prof* Nadia / membros. Comentarios: A exigéncia de um ano de funcionamento aplica-se apenas as associagées, jamais as organizacées sindicais e entidades de classe. Portanto, uma entidade de classe que tenha apenas 6 meses de funcionamento poderd impetrar mandado de seguranga coletivo, Quest&o errada. (IF / RS - 2015) O mandado de seguranga coletivo pode ser impetrado por quaisquer partidos politicos e pelas organizagées sindicais, entidade de classe ou associacao legalmente constituida e em funcionamento ha, pelo menos, um ano. Comentarios: Pegadinha! Nao é qualquer partido politico que pode impetrar mandado de seguranca coletiva. Apenas poderao fazé-lo partidos politicos com representagdo no Congresso Nacional. Questéio errada. LXXI - conceder-se-4 mandado de injungéo sempre que a falta de norma regulamentadora torne invidvel o exercicio dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes 4 nacionalidade, a soberania e 4 cidadania; © mandado de injung&o foi disciplinado pela Lei n° 13.300/2016. Trata-se de um remédio constitucional disponivel para qualquer pessoa prejudicada pela falta de norma regulamentadora que inviabilize o exercicio dos direitos e das prerrogativas inerentes a nacionalidade, soberania e cidadania. Isso visa garantir que a Constituigéo no se tornaré “letra morta”, evitando a omisséo do legislador infraconstitucional. © mandado de injuncéo é aplicdvel diante da falta de regulamentacdo de normas constitucional de eficdcia limitada. A titulo de recordagéo, normas de eficécia limitada sd aquelas que dependem de regulamentacéo para produzirem todos os seus efeitos. Segundo o STF, “o direito individual & atividade legislativa do Estado apenas se evidenciaré naquelas estritas hipéteses em que 0 desempenho da fung&o de legisiar refletir, por efeito de exclusiva determinagao constitucional, uma obrigago juridica indeclindvel www.estrategiaconcursos.com.br 63d Aula 02 - Prof* Nadia / imposta ao Poder Puiblico”. *' Em outras palavras, o direito a legislacéio (que 6 um direito individual a ser resguardado por mandado de injungéo) somente seré cabivel diante de normas de eficdcia limitada de cardter impositivo. © mandado de injungao é cabivel no sé para omissées de cardter absoluto ou total como também para as omissées de carater parcial. Isso porque a omiss&o inconstitucional, ainda que parcial, ou seja, derivada da insuficiente concretizacéo, pelo Poder Publico, do conteido material da norma constitucional, deve ser repelida, pois a inércia do Estado é um processo informal de mudanca da Constituic&o. Mesmo néo alterando a letra da Constituigé0, 0 legislador infraconstitucional modifica-Ihe o alcance, ao paralisar sua aplicago. Essa paralisacéio, ndo desejada nem prevista pelo constituinte, é inconstitucional. Qualquer pessoa, fisica ou juridica, que se veja impossibilitada de exercer direito constitucional por falta de norma regulamentadora é legitimada a impetrar mandado de injungdo. Essa é, afinal, uma das diferencas entre o mandado de injung&o e a ago direta de inconstitucionalidade por omissao. O STF ja reconhecia, mesmo diante do siléncio da Constituig&0, a possibilidade de impetragéo de mandado de injun¢&o coletivo, Com a edic&o da Lei n° 13.300/2016, passou a existir previséo expressa para esse instrumento. Cabe ressaltar que os direitos, as liberdades e as prerrogativas protegidos por mandado de injungéo coletivo séo os pertencentes, indistintamente, a uma coletividade indeterminada de pessoas ou determinada por grupo, classe ou categoria. Sao legitimados a impetrar mandado de injungo coletivo: a) Partido politico com representacéo no Congresso Nacional: para assegurar 0 exercicio de direitos, liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a finalidade partidaria. b) Organizacao sindical, entidade de classe ou associacgéo legalmente constituida e em funcionamento ha pelo menos um ano: para assegurar 0 exercicio de direitos, liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na forma de seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto, autorizag&o especial. d) Ministério Piblico; quando a tutela requerida for especialmente relevante para a defesa da ordem juridica, do regime democratico ou dos interesses sociais ou individuais indisponiveis. “MI 3316 / DF, Rel. in. Celso de Mello. Julg. 09.04.2014. www.estrategiaconcursos.com.br Aula 02 - Prof* Nadia / e) Defensoria Pdblica: quando a tutela requerida for especialmente relevante para a promoco dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados. Uma novidade importante trazida pela ae 30 13.300/2016 foi a previséo que o Ministério PU Defensoria P&blica sejam legitimados a impetrar mandado de injunco coletivo. Um tépico muito importante: 0 mandado de injung&o nao € gratuito, sendo necesséria a assisténcia de advogado para sua impetracao. O mandado de injunggo visa solucionar um caso concreto. Sao, portanto, trés pressupostos para o seu cabimento: a) Falta de norma que regulamente uma norma constitucional programatica propriamente dita ou que defina principios institutivos ou organizativos de natureza impositiva; b) Nexo de causalidade entre a omisséo do legislador e a impossibilidade de exercicio de um direito ou liberdade constitucional ou prerrogativa inerente a nacionalidade, a soberania e a cidadania; c) O decurso de prazo razoavel para elaboracéo da norma regulamentadora (retardamento abusivo na regulamentacdo legislativa). E quando é que descabe mandado de injunc&o? Segundo a jurisprudéncia do STF, nas seguintes situagdes: a) N&o cabe mandado de injungéo se ja houver norma regulamentadora do direito constitucional, mesmo que esta seja defeituosa. Ora, se jé existe norma regulamentadora, nao faz sentido falar-se em mandado de injungéo, que tem como’ pressuposto a auséncia de regulamentagao de norma constitucional. b) Nao cabe mandado de injungao se faltar norma regulamentadora de direito infraconstitucional. © mandado de injungo somente repara falta de regulamentagao de direito previsto na Constituicao Federal. A auséncia de regulamentagao de uma lei nao da ensejo a utilizagao do mandado de injuncao. \concursos.com.br www.estral Aula 02 - Prof* Nadia / ) Nao cabe mandado de injung&o diante da falta de regulamentacgaéo de medida proviséria ainda ndo convertida em lei pelo Congresso Nacional. © mandado de injung&o tem como um de seus pressupostos a auséncia de regulamentago de direito constitucional. d) N&o cabe mandado de injungéo se néo houver obrigatoriedade de regulamentagao do direito constitucional, mas mera faculdade. Nesse caso, o legislador tem liberdade para regulamentar ou n&o a norma constitucional. N&o cabe mandado de injuncdo: ) Se j4 houver norma regulamentadora ) Se faltar norma regulamentadora de direito pone. e! infraconstitucional decor ) Se faltar regulamentagao de medida proviséria ainda do convertida em lei pelo Congreso Nacionalidade }) Se ndo houver obrigatoriedade de regulamentagao Segundo 0 STF, nao é cabivel medida liminar em mandado de injunggo. Isso porque o Poder Judicidrio jamais poderia resolver liminarmente o caso concrete, agindo como poder legislativo, a fim de evitar o prejuizo oriundo da demora da decis&o (“periculum in mora"), um dos pressupostos da liminar. O mandado de injuncéo se destina ao reconhecimento, ou nao, pelo Poder Judicidrio, da demora da elaborag&o da norma regulamentadora do direito constitucional. Um dos aspectos mais relevantes sobre 0 mandado de injungdo é entender qual a eficdcia da decisdo. No que se refere ao tema, duas teses juridicas relevantes foram construidas pela doutrina: a nao concretista e a concretista. A corrente nao concretista entende que cabe ao Poder Judiciério apenas reconhecer a inércia do Poder Publico e dar ciéncia de sua de 6rgao competente para que este edite a norma regulamentadora. Nao pode 0 Judicidrio suprir a lacuna, assegurar ao lesado o exercicio de seu direito e tampouco obrigar o Poder Legislativo a legislar. Essa posig&o era a seguida pelo STF até poucos anos atras. Hoje, essa Corte adota a corrente concretista, que estudaremos a seguir. www.estrategiaconcursos.com.br Aula 02 - Prof* Nadia / A corrente concretista determina que sempre que estiverem presentes os requisitos exigidos constitucionalmente para o mandado de injungdo, o Judiciério deveré no sé reconhecer a omissdo legislativa, mas também a efetiva concretizagao do direito. Essa posicéo se subdivide }) concretista geral e ii) concretista individual. a) Na concretista geral, a deciséo do Judicidrio deveria ter efeito sobre todos os titulares do direito lesado (efeito “erga omnes"), até ser expedida a norma regulamentadora daquele. b) Na concretista individual, a deciséo produziria efeitos somente sobre 0 autor do mandado de injuncao (eficdcia “inter partes", ou entre as partes do proceso). A posigéo concretista individual também se subdivide: pode ser direta ou intermediaria. Aquela determina que o Judicidrio, ao julgar procedente o mandado de injungdo, concretiza direta e imediatamente a eficdcia da norma constitucional para o autor da ac&o. Ja esta (a intermedidria) determina que o Judiciério, apés julgar © mandado de injuncéo procedente, n&o concretiza imediatamente a eficdcia da norma constitucional para o autor da acdo. Este Poder apenas dé ciéncia ao érgdo omisso, dando-lhe um prazo para regulamentar aquela norma. Sé em caso de permanéncia da omissdo & que o Judicidrio fixard as condicées necessdrias para o exercicio do direito pelo autor do mandado de injungao. O STF tem, atualmente, adotado a posigéo concretista, cumprindo, muitas vezes, 0 papel do legislador omisso, com o objetivo de dar exequibilidade as normas constitucionais. Exemplo disso é que, ao analisar mandados de injuncao referentes a falta de norma regulamentadora do direito de greve dos servidores publicos civis (art. 37, VII, CF), a Corte n&o sé declarou a omisso do legislador, mas também determinou a aplicagdo temporaria ao servidor publico, no que couber, da lei de greve aplicdvel ao setor privado (Lei n° 7.783/1989), até que aquela norma seja editada (MI 712/PA). O STF ja chegou até mesmo a editar Stimula Vinculante para combater omisséo legislativa. Foi o que ocorreu em relacéo a concesséo de aposentadoria especial para servidores publicos. A CF/88 exige lei complementar para a definic&o de regras para a concess&o de aposentadoria aos servidores “cujas atividades sejam exercidas sob condigées especiais que prejudiquem a satide ou a integridade fisica" (art. 40, § 4°, III). Como essa I complementar ainda nao foi editada, “pipocaram” mandados de injungéo no STF. Para resolver o problema, o STF editou a Stimula Vinculante n° 33, determinando o seguinte: Stimula Vinculante n° 33 - Aplicam-se ao servidor publico, no que couber, as regras do regime geral da previdéncia social sobre www.estrategiaconcursos.com.br 67 4 Aula 02 - Prof* Nadia / aposentadoria especial de que trata o artigo 40, § 49, inciso III da Constituic&o Federal, até a edicgo de lei complementar especifica. A Lei n& 13.300/2016 adotou, explicitamente, a teoria concretista individual, ao dispor que, em mandado de injung3o, “a decisSo tera eficdcia subjetiva limitada as partes e produzira efeitos até o advento da norma regulamentadora” (art. 9°, caput). E possivel, entretanto, que seja conferida eficacia ultra partes ou erga omnes a deciso, quando isso for inerente ou indispensdvel ao exercicio do direito, liberdade ou da prerrogativa objeto da impetraco (art. 9, § 1°). Observe que a lei regulamentadora do mandado de injungéo reafirmou a jurisprudéncia do STF, dando maior seguranca juridica ao processo e julgamento desse remédio constitucional. Agora, fica claro que o érgao julgador nao ira se limitar a declarar a mora legislativa. Ao contrario, uma vez reconhecida a mora legislativa, 0 mandado de injungao sera deferido para: a) determinar prazo razo4vel para que o impetrado promova a edigdo da norma regulamentadora; b) estabelecer as condigdes em que se dar4 o exercicio dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for © caso, as condigées em que poder o interessado promover aco prépria visando a exercé-los, caso nao seja suprida a mora legislativa no prazo determinado. Por fim, resta uma pergunta: a quem cabe julgar 0 mandado de injungdo? Depende de qual autoridade se omitiu quanto 4 proposicao da lei. Assim, a competéncia é determinada em razéo dessa pessoa (“ratione personae"). A competéncia para julgar mandado de injungéo dependera de quem for a autoridade inerte. Seré o STF caso a elaboragéo da norma regulamentadora seja atribuicao do Presidente da Republica, do Congresso Nacional, da Camara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de qualquer das Casas Legislativas, do TCU, de qualquer dos Tribunais Superiores ou do proprio STF. Por outro lado, sera o STJ se a elaboracéo da norma regulamentadora for atribuicéo de érg&o, entidade ou autoridade federal, da administracéio direta ou indireta, excetuados os casos de competéncia do STF e dos 6rgiios da Justiga Militar, Eleitoral, do Trabalho ou Federal. Finalidade Suprir a falta de norma regulamentadora, que torne invivel o www.estrategiaconcursos.com.br 68 de Aula 02 - Prof* Nadia / exercicio de direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes A nacionalidade, a soberania ¢ a cidadania. Legitimados ativos Qualquer pessoa fisica ou juridica, nacional ou estrangeira. Legitimados assivos ‘Autoridade que se omitiu quanto & proposicao da lei Natureza Gvil Tsento de custas Nao Medida liminar Nao Observagées __| Pressupostos para cabimento: a) falta de regulamentacao de norma constitucional programAtica propriamente dita ou que defina princ{pios institutivos ou organizativos de natureza impositiva; b) nexo de causalidade entre a omissao do legislador e a impossibilidade de exercicio de um direito ou liberdade constitucional ou prerrogativa inerente a nacionalidade, & soberania e a cidadania e ¢) 0 decurso de prazo razoavel para elaboragao da norma regulamentadora. (TEM / GO — 2015) 0 direito a ser resguardado por mandado de injung&o somente se evidencia nos casos em que a func&o de legislar refletir uma obrigag&o juridica indeclinavel imposta ao poder publico. Comentai © mandado de injung&o é cabivel diante de omissdo do Estado naqueles casos em que a funcdo de legislar for uma obrigag&o juridica indeclindvel. E 0 que ocorre no caso das normas de eficdcia limitada de cardter impositivo. Questo correta. (DPE / PE - 2015) A jurisprudéncia do STF acerca do mandado de injung&o evoluiu para admitir que, além de declarar omisso o Poder Legislative, o proprio tribunal edite a norma geral de que depende 0 exercicio do direito invocado pelo impetrante Comentai Em varias de suas decisdes, 0 STF vem adotando, para 0 mandado de injunc&o, a posigéo coneretista geral. Assim, 0 Tribunal n&o se limita apenas a declarar a omissdo legislativa, mas busca concretizar o direito para todos os seus titulares. Ha certa polémica em dizer www.estrategiaconcursos.com.br 69 de Aula 02 - Prof* Nadia / qué o STF “edita norma geral”. Porém, analisando-se o caso da aposentadoria especial de servidores publics, é possivel perceber que mandados de injunc&o impetrados no STF resultaram na edic&o de verdadeira “norma” pela Corte: a Simula Vinculante n° 33. Por isso, a questo foi considerada correta. (MPE / RJ - 2014) O mandado de injung&o é uma aga constitucional, tida como garantia fundamental, oponivel diante de omissdes de Poder Publico respectivo em regulamentar matérias que viabilizem o exercicio de direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas concernentes a nacionalidade, 4 soberania e a cidadania. Comentarios: © mandado de injunggo é remédio constitucional que pode ser utilizado sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviével 0 exercicio dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes & nacionalidade, soberania e a cidadania. Questo correta. LXXII - conceder-se-a "habeas-data": a) para assegurar 0 conhecimento de informagées relativas & pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de carter publico; b) para a retificagéo de dados, quando nao se prefira fazé-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; © habeas data é remédio constitucional de natureza civil e rito sumério, possuindo duas finalidades principais: a) garantir acesso a informagées relativas a pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de cardter ptiblico; b) retificagdo de dados, quando néo se prefira fazé-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo. Essa é uma segunda finalidade do “habeas data”, que muita gente esquece em prova. O “habeas data” também pode ser usado para retificar dados do impetrante, constantes de banco de dados de carater puiblico. www.estrategiaconcursos.com.br 704 Aula 02 - Prof* Nadia / © habeas data poderé ser ajuizado por qualquer pessoa, fisica ou juridica, brasileira ou estrangeira. Trata-se de acdo personalissima, que jamais poder ser usada para garantir acesso a informacées de terceiros. No pélo passivo do “habeas data”, podem estar pessoas de direito ptiblico ou privado. Quanto as Ultimas, a condig&o é que sejam detentoras de banco de dados de cardter ptiblico. Isso se deve ao fato de que as informacées pessoais do impetrante as quais se busca ter acesso constam de registro ou banco de dados de carater ptiblico, O “habeas data” nao pode ser usado para que se tenha acesso a banco de dados de carter privado. O “habeas data”, para que seja impetrado, exige a comprovacéo da negativa da autoridade administrativa de garantir o acesso aos dados relativos ao impetrante. Trata-se de uma hipdtese de “jurisdigao condicionada”, prevista no ordenamento juridico nacional. Sobre isso, destaca-se a posigao do STF de que o acesso ao “habeas data” pressupde, dentre outras condigdes de admissibilidade, a existéncia do interesse de agir. Ausente o interesse de agir, torna-se invidvel o exercicio desse remédio constitucional. A prova do anterior indeferimento do pedido de informagdes de dados pessoais, ou da omisséo em atendé-lo, constitui requisito indispensavel a concretizagéo do interesse de agir em sede de “habeas data". Sem que se configure situaco prévia de pretenso resistida, ha caréncia da acao constitucional do “habeas data” (STF, HD 75; DF, DJU de 19.10.2006). © “habeas data” é, assim como 0 “habeas corpus", acao gratuita. No entanto, é imprescindivel a assisténcia advocaticia’ para que essa agéo seja impetrada (ao contrério do “habeas corpus”, que dispensa advogado). A impetragéo de habeas data ndo se sujeita a decadéncia ou prescricéo. Ademais, os processos de “habeas data” terao prioridade sobre todos os atos judiciais, exceto habeas-corpus e mandado de seguranga. Guarde bem essa informagao! No RE 673.707/MG, de 17 de junho de 2015, o STF decidiu que "o habeas data € a garantia constitucional adequada para a obtengao, pelo préprio contribuinte, dos dados concernentes ao pagamento de tributos constantes de sistemas informatizados de apoio 4 arrecadagao dos érgaos administracao fazendaria dos entes estatais”. A Corte entendeu que os contribuintes tém o direito de conhecer informagées que Ihe digam respeito e que constem de bancos de dados pUblico ou de carater ptiblico, em raz&o do direito de preservar o status do seu nome, seu planejamento empresarial, sua estratégia de investimento e www.estrategiaconcursos.com.br Aula 02 - Prof* Nadia / principalmente a recuperacio de tributos pagos indevidamente, entre outras finalidades. * (DPE / RO — 2015) Dentre as garantias fundamentais, a Constituiggo da Replica Federativa do Brasil previu a existéncia do habeas data. Esse instrumento pode ser utilizado para retificar dados. Comentarios: © habeas data pode ser utilizado para a retificagao de dados, quando nao se prefira fazé-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo. Questo correta. (TCM / GO - 2015) Segundo o regime juridico das agdes constitucionais, é correto afirmar que permite que se utilize ohabeas datapara obtengdo de vista de processos administrativos. Comentarios: A obtenco de vista de processos administrativos pode ser garantida mediante mandado de seguranga (e no habeas data). O habeas data seré concedido para “assegurar o conhecimento de informagées relativas 4 pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caréter ptiblico”. Questiio errada. AVC DLV EL Finalidade | Proteger direito relativo a informagao e retificagao sobre a pessoa do impetrante constante de registros ou bancos de dados Legitimados Qualquer pessoa fisica ou juridica, nacional ou estrangeira ativos Legitimados | Entidades governamentais ou pessoas juridicas de carater publico passivos que tenham registros ou bancos de dados, ou, ainda, pessoas juridicas de direito privado detentoras de banco de dados de cardter puiblico ‘Natureza Civil Isento de custas Medida liminar © RE 673.707/MG. Rel. Min. Luiz Fux. 17.06.2015. www.estral Aula 02 - Prof* Nadia / Observagies | Destina-se a garantir o acesso a informagoes relativas & pessoa do impetrante, ou seja, do requerente, solicitante. Jamais para garantir acesso a informagées de terceiros! Sé pode ser impetrado diante da negativa da autoridade administrativa de garantir 0 acesso aos. dados relatives ao impetrante. Sua impetragao nao se sujeita a decadéncia ou prescrigao. TXXIII - qualquer cidadao € parte legitima para propor ado popular que vise a anular ato lesivo ao patriménio publico ou de entidade de que o Estado participe, 4 moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patriménio histérico e cultural, ficando 0 autor, salvo comprovada mé-fé, isento de custas judiciais e do énus da sucumbéncia; O inciso LXXIII do art. 5° da Constituigéo traz mais um remédio constitucional: a agao popular. Trata-se uma acdo de natureza coletiva, que visa anular ato lesivo ao patriménio publico, a moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patriménio histérico e cultural. E, portanto, uma forma de controle, pelos cidad&os, dos atos do Poder Publico, por meio do Judiciério. “Quem pode impetrar essa ago, Nédia?” Boa pergunta! Este 6 0 “peguinha” mais famoso nos concursos, envolvendo a ago popular: s6 pode impetrar a acgdo o cidadao, pessoa fisica no gozo de seus direitos civis e politicos. E a acdo pode ser usada de maneira preventiva (quando impetrada antes da pratica do ato lesivo ao patriménio ptiblico) ou repressiva (quando o dano ja foi causado). E quais os sujeitos passivos da acdo popular, ou seja, quem pode sofrer a agao? a) Todas as pessoas juridicas em nome das quais o ato ou contrato lesivo foi (ou seria) praticado; b) Todas as autoridades, os administradores e os servidores e empregados ptiblicos que participaram do ato ou contrato lesivo, ou que se omitiram, permitindo a lesao; ©) Todos os beneficiarios diretos do ato ou contrato lesivo. E importante destacarmos, também, 0 papel do Ministério Publico (MP) na aco popular. 0 MP pode atuar das seguintes formas: a) Como parte piblica auténoma, velando pela regularidade do processo e pela correta aplicagSo da lei, podendo opinar pela www.estrategiaconcursos.com.br 7a Aula 02 - Prof* Nadia / procedéncia ou improcedéncia da ago. Nesse caso, exerce o papel de fiscal da lei, ou “custos legis”. b) Como érg4o ativador da producio de prova e auxiliar do autor popular. Todavia, a fungéo de auxiliar do autor da acgéo popular nado implica em uma atividade secundaria do Parquet. Ele néo é um mero ajudante do autor da ac&o; ao contrario, possui uma_atividade auténoma. Uma observagéo. Vocé percebeu que “Parquet” € Ministério Publico s&o sinénimos? Parquet € uma expresso francesa que designa o MP, em atencao ao pequeno estrado (parquet) onde ficam os agentes do MP quando de suas manifestagées processuais. c) Como substituto do autor. Aqui, tem-se a palavra substituto empregada em sentido vulgar, como alguém que age no caso da omissao de outrem. Ocorre quando o autor da ac&o popular (cidadao) ainda é parte no processo, mas é uma parte omissa. O Ministério Piiblico, entéo, age em seu lugar, cumprindo dnus processuais imputados ao autor, que nao os realizou. d) Como sucessor do autor. Ocorre, em regra, quando o autor da acéo desiste desta, quando, ent&o, 0 Ministério Publico tem a faculdade de prosseguir com a ago popular, quando houver interesse pUblico. Nesse caso, é vedado ao Ministério Publico desistir da acao popular. Seu poder de escolha refere-se ao impulso inicial (suceder ou nao 0 autor). Depois disso, ndo pode mais voltar atras. “Nossa, Nadia! E se o cidadao nunca impetrar a ac&o popular? O Ministerio Publico pode impetré-la originariamente?” NAO! © Ministério Publico nao possui legitimidade para intentar a agdo popular. Sé 0 cidadao possui tal prerrogativa. Outro tépico importante. Nao se exige, para o cabimento da ac&o popular, a comprovacao de efetivo dano material, pecuniario. O STF entende que a lesividade decorre da ilegalidade: basta esta para que se configure o dano. Também é bastante cobrado em prova o entendimento do STF de que nao cabe acao popular contra ato de contetido ju onal, praticado por membro do Poder Judiciério no desempenho de sua funcéo tipica (decisées judiciais). Isso porque a acdo popular sé incide sobre a atuagéo administrativa do Poder Publico%. Assim, imagine que uma decis&o judicial seja lesiva ao © STF, Petico n° 2.018-9/SP, Rel. Ministro Celso de Mello, de 29/06/2000. www.estrategiaconcursos.com.br 74d Aula 02 - Prof* Nadia / patriménio publico, Cabe aco popular contra esse ato? Nao!!! Essa decisio devera ser atacada por meio de outro tipo de acdo. Nao ha foro por prerrogativa de fung&o em aco popular. Dessa forma, uma ago popular contra o Presidente da Reptiblica ou contra um parlamentar (deputado ou senador) serd julgada na primeira instancia (e nao perante o STF). Quando uma sentenca julgar improcedente aco popular, ela estaré sujeita, obrigatoriamente, ao duplo grau de jurisdicdo (reexame necessério). Em outras palavras, uma decisdo judicial que nega provimento a acéio popular deveré ser reexaminada pela instancia superior. A improcedéncia de ag&o popular nao gera para o autor, salvo comprovada ma f€, a obrigacdo de pagar custas judiciais e o énus da sucumbéncia (pagamento dos honordrios advocaticios da outra parte). (DPE / PA — 2015) A acdo popular poderd ser intentada por cidad&o e por partido politico com representagdo no Congresso Nacional. Comentarios: Os partidos politicos néo tém legitimidade para ajuizar acéo popular. Questo errada. LXXIV - 0 Estado prestara assisténcia juridica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiéncia de recursos; Essa previsdo constitucional visa garantir a todos 0 acesso a Justiga. Em concursos, vocé deve ficar atento ao fato de que a assisténcia juridica integral e gratuita sé é devida aos pobres, aos que comprovarem insuficiéncia de recursos. LXXV - 0 Estado indenizaré 0 condenado por erro judiciario, assim como 0 que ficar preso além do tempo fixado na sentenca; Tem-se, nesse inciso, a previséo da responsabilidade civil do Estado quanto & condenac&o por erro judiciério ou a manutencdo de uma pessoa presa por mais tempo que o fixado na sentenga judicial. Tudo bem, aluno (a)... J4 vou dizer o que é responsabilidade civil. Trata-se de uma obrigago de indenizar que surge a partir de um dano.. No caso, a responsabilidade do Estado é do tipo objetiva, pois independe de ter havido www.estrategiaconcursos.com.br 7a Aula 02 - Prof* Nadia / dolo ou culpa por parte dos agentes publicos, cuja acéo foi imputada ao Estado, Assim, quem sofreu condenagiio penal indevida (por erro judiciério) ou ficou preso além do tempo determinado pelo juiz (erro da Administracéo) tem direito a indenizagdo. Eo que prevé o inciso acima. LXXVI - so gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) 0 registro civil de nascimento; b) a certidao de dbito; Quais os possiveis “peguinhas” relativos a esse inciso? Primeiramente, s6 os reconhecidamente pobres, na forma da lei, tém direito a gratuidade de que trata a norma constitucional. Entretanto, 0 STF julgou constitucional lei que prevé gratuidade do registro da nascimento, do assento de obito, bem como da primeira certidao respectiva a todos os cidadaos (e nao so para os pobres). Entendeu-se inexistir conflito da lei impugnada com a Constituig&o, a qual, em seu inciso LXXVI do art. 5° apenas estabelece o minimo a ser observado pela lei, néo impedindo que esta gratuidade seja estendida a outros cidadaos. Considerou-se, também, que os atos relativos ao nascimento e ao dbito séo a base para o exercicio da cidadania, sendo assegurada a gratuidade de todos os atos necessdrios ao seu exercicio (CF, art. 5°, LXXVII). Finalmente, a gratuidade sé diz respeito ao registro de nascimento e @ certidéo de 6bito. Nada de cair em “peguinhas” que estendam esse direito a certidao de casamento, por exemplo. LXXVII - so gratuitas as agdes de “habeas-corpus" e "habeas-data”, e, na forma da lei, os atos necessérios ao exercicio da cidadania. Ja falamos do “habeas corpus” e do “habeas data”, acima. Nao vale a pena repetir. Peco apenas que se lembre de que também s&o gratuitos os atos necessdrios ao exercicio da cidadania, na forma da lei. S6 a lei formal, portanto, podera determinar quais atos sao esses. E um caso de reserva legal. www.estrategiaconcursos.com.br 76 Aula 02 - Prof* Nadia / HABEAS CORPUS E HABEAS DATA GRA: NAO PODEM SER INCOPORADOS, FORMALMENTE AO PROCESSO. DOCUMENTOS PRODUZIDOS PELO ACUSADO| AGOES NECESSARIAS AO EXERCICIO DA CIDADANIA |ASSISTENCIA JUR(DICA GRATUITA| LXXVIII - 2 todos, no ambito judicial € administrativo, sdo assegurados @ razodvel duraco do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitagao. AO: RECONHECIDAMENTE. POBR INSUFICIENCIA DE RECURSOS. Esse dispositivo constitucional traduz o principio da celeridade processual. Foi incorporado a Carta Magna com o objetivo de garantir aos cidadaos o direito de verem julgados seus processos em um prazo razoavel, sendo aplicdvel tanto aos processos administrativos quanto aos judiciais. Analisemos, agora, os paragrafos do art. 5° da Constituico Federal... § 1° - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais tém aplicagao imediata. Desse comando constitucional, depreende-se que as normas que definem direitos e garantias fundamentais (néo sé aquelas do art. 5° da CF, mas também as constantes de outros artigos da Constituicio) devem ser interpretadas de modo a terem a maior eficdcia possivel, mesmo quando ainda n&o regulamentadas pelo legislador ordinario. Isso porque, como vocé percebeu, varios direitos e garantias fundamentais estéo previstos em normas ‘de eficdcia limitada, dependendo de regulamentagéo para a producdio de todos os seus efeitos. § 2° - Os direitos e garantias expressos nesta Constituicéo ndo excluem outros decorrentes do regime e dos principios por ela adotados, ou dos www.estrategiaconcursos.com.br 77 de Aula 02 - Prof* Nadia / tratados internacionais em que a Republica Federativa do Brasil seja parte. Como se deduz do paragrafo acima, os tos e garantias fundamentais previstos na Constituigéo tém enumeracdo aberta (rol exemplificativo). Podem, portanto, haver outros, decorrentes dos principios constitucionais ou da assinatura de tratados internacionais pela Reptblica Federativa do Brasil. Consagrou-se, no Brasil, um sistema aberto de direitos fundamentais. Desse modo, para que um direito seja considerado como fundamental, nao é necess4rio que ele seja constitucionalizado (incorporado formalmente ao texto constitucional). Os direitos serio fundamentais em razdo da sua esséncia, do seu contetdo normativo. Surge, assim, a ideia de “fundamentalidade material” dos direitos fundamentais, que permite a abertura do sistema constitucional a outros direitos fundamentais no previstos no texto da Constituicao. Ha que se ressaltar que a fundamentalidade material é uma nocéo que depende da existéncia de clausula de abertura material inserida no texto da Constituig0, 0 que no caso brasileiro foi feito pelo art. 5°, § 2°, CF/88. Em outras palavras, é a Constituic&o formal que abre a possibilidade para o fenémeno da “fundamentalidade material”. § 3° Os tratados e convengées internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por trés quintos dos votos dos respectivos membros, sero equivalentes as emendas constitucionais. Por meio desse pardgrafo, a Constituigéo determina que alguns tratados e convengées internacionais tm forca de emenda constitucional, atendidos os requisitos: a) Devem tratar de direitos humanos; b) Devem ter sido aprovados de acordo com o rito préprio das emendas constitucionais: trés quintos dos membros de cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos de votagao. E os tratados sobre direitos humanos que n&o sdo aprovados por esse rito especial? Como dissemos anteriormente, caro (a) aluno (a), 0 Supremo Tribunal Federal (STF), em deciséo recente (2008), firmou entendimento de que esses tratados tém hierarquia supralegal, situando-se abaixo da Constituicéo e acima da legislaco interna. § 4° 0 Brasil se submete 4 jurisdicao de Tribunal Penal Internacional @ cuja criag&o tenha manifestado adesao. www.estrategiaconcursos.com.br 78 Aula 02 - Prof* Nadia / © Tribunal Penal Internacional constitui-se no primeiro tribunal de natureza permanente destinado a apurar a responsabilidade de individuos por crimes perpetrados contra os direitos humanos, concretizando grande avanco do processo de internacionalizacao dos direitos humanos e de humanizacao do direito internacional. (MPU - 2015) A CF traz uma enumeracao taxativa dos direitos fundamentais. Comentarios: © rol de direitos fundamentais previsto na CF/88 é meramente exemplificativo. Podem existir outros direitos fundamentais previstos em tratados internacionais ou decorrentes do regime e dos principios adotados pela CF/88. Questo errada. (MPE - GO - 2014) A fundamentalidade material é uma nogéo que permite a abertura a outros direitos fundamentais nao previstos expressamente no texto constitucional, e essa mesma nogao se da por meios que prescindem da Constituic&o formal. Comentarios: 0 erro esta na parte final da assertiva. A abertura do sistema constitucional a outros direitos fundamentais depende de expressa previsio na Constituic¢éo formal. Questao errada. ere ure tel 1. (CESPE/ Escrivao PC-GO - 2016) A respeito dos direitos e garantias fundamentais previstos na Constituigao Federal de 1988, assinale a opcao correta. a) De acordo com a lei, a pratica da tortura é considerada crime inafiancdvel e insuscetivel de graca ou anistia, por ele respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evita-lo, se omitirem. b) A prisdo em flagrante deve ser imediatamente relaxada pela autoridade judicidria, devido ao fato de ser vedado levar pessoas @ prisdo ou manté-las na prisdo nas situagSes em que a lei admitir a liberdade proviséria. c) Nas hipéteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigacao criminal ou instrug&io processual penal, permite-se que ordem judicial afaste a inviolabilidade do sigilo da correspondéncia. www.estral concursos.com.br Aula 02 - Prof* Nadia / d) Constituem crimes inafiangdveis e imprescritiveis o terrorismo e os definidos como crimes hediondos; a acdo de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado democratico. e) E permitida a extradic’o de brasileiro naturalizado, em caso de crime comum praticado apés a naturalizagdo ou de comprovado envolvimento em trafico ilicito de entorpecentes e drogas afins. Comentarios: Letra A: correta. Segundo o art. 5°, XLII, CF/88, “a ler consideraré crimes inafiancaveis e insuscetiveis de graga ou anistia a pratica da tortura, 0 tréfico ilicito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evité-los, se omitirem”. Letra B: errada. A priséo ilegal sera imediatamente relaxada pela autoridade judicidria (art. 5°, LXV). Letra C: errada. O art. 5°, XII, CF/88, prevé que © sigilo das comunicagées telefénicas poderd ser afastado por ordem judicial, nas hipéteses e na forma que a lei estabelecer, para fins de investigacdo criminal ou instrug&o processual penal. Letra D: errada. O terrorismo e os crimes hediondos s&o inafiangdveis e insuscetiveis de graca ou anistia. Por outro lado, a acéo de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado democratico, é crime inafiangdvel e imprescritivel. Letra E: errada. E possivel a extradig&o de brasileiro naturalizado em duas hipéteses: i) crime comum praticado antes da naturalizagdo ¢; ii) comprovado envolvimento com trafico ilicito de entorpecentes e drogas afins. O gabarito ¢ a letra A. 2. (CESPE / TCE-PR - 2016) A luz da jurisprudéncia do STF, assinale a opgdo correta acerca de habeas corpus. a) Ohabeas corpus é instrumento vidvel para a revisdo de stimulas de tribunais se o teor da simula atentar abstratamente contra o direito a liberdade de locomogao. b) A utilizac&o do habeas corpus como mecanismo judicial para salvaguarda do direito & liberdade de locomog&o é limitada no tempo, sujeitando-se a preclusao e decadéncia. www.estrategiaconcursos.com.br Aula 02 - Prof* Nadia / c) A inadmissibilidade de impetracdo sucessiva de habeas corpus, ou seja, de apreciag&o de um segundo habeas corpus quando ainda néo definitivamente julgado o anteriormente impetrado, é relativizada se se tratar de ilegalidade flagrante e prontamente evidente. d) O habeas corpus & meio idéneo para impugnar ato de sequestro ou confisco de bens em processo criminal. e) O afastamento de cargo puiblico é impugnavel por habeas corpus. Comentarios: Letra A: errada. O habeas corpus nao é instrumento adequado para que se proceda a revisdes de stimulas de tribunais. Por exemplo, as simulas vinculantes do STF j4 tém um procedimento préprio para edig&o, reviséo e cancelamento. Letra B: errada. Segundo 0 STF, 0 habeas corpus nao esta sujeito aos institutos da prescricio, decadéncia e precluséo (HC 88.672, Rel. Min. Marco Aurélio).. Letra C: correta. 0 STF considera inadmissivel a impetragdo sucessiva de habeas corpus, ou seja, de apreciagéo de um segundo habeas corpus quando ainda néo foi definitivamente julgado o anterior. No entanto, essa proibicdo & flexibilizada em situagées excepcionais, caso haja ilegalidade flagrante e prontamente evidente. Letra D: errada. O sequestro ou confisco de bens nao resulta em violacéio & liberdade de locomoco. Portanto, é incabivel habeas corpus diante de tais medidas (HC 103.823, Rel. Min, Marco Aurélio). Letra E: errada. O afastamento de cargo ptiblico nao implica em violagao a liberdade de locomogao. Logo, nao cabe habeas corpus. O gabarito é a letra C. 3. (CESPE / TCE-PA - 2016) Como o habeas data n&o pode ser utilizado por pessoa juridica, deve ser reconhecida a ilegitimidade ativa na hipétese de pessoa juridica ajuizar habeas data para obter informagées de seu interesse constante de dados de determinada entidade governamental. Comentarios: O habeas data pode ser impetrado por pessoas fisicas e pessoas juridicas. O art. 5°, LXXII, versa sobre as hipéteses de cabimento de habeas data: www.estrategiaconcursos.com.br 81d Cons Aula 02 - Prof Nadia / Art. 5° (...) LXXII - conceder-se-é habeas data: a) para assegurar 0 conhecimento de informagées relativas & pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caréter publico; b) para a retificago de dados, quando néo se prefira fazé-lo por proceso sigiloso, judicial ou administrativo; Questo errada. 4. (CESPE / TCE-PA - 2016) Entre os direitos fundamentais incluem-se os remédios constitucion: como, por exemplo, o mandado de injungao, criado pela Constituigéo Federal de 1988 e que tem por finalidade suprir a falta de norma regulamentadora que iabilize o exer io dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes a nacionalidade, a soberania e a cidadania. Comentarios: © mandado de injunc&o 0 remédio constitucional que visa combater as “omissées inconstitucionais”. Segundo o art. 5°, LXXI, CF/88, LXXI “conceder-se-4 mandado de injungéo sempre que a falta de norma regulamentadora torne invidvel o exercicio dos direitos e |iberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes 4 nacionalidade, a soberania e 4 cidadania”. Quest&o correta. 5. (CESPE / TCE-PA - 2016) © direito de peticéo configura instrumento de controle admi por meio dele, assegura-se a qualquer pessoa a defesa de individuais ou coletivos, bem como o direito de peticionar contra ilegalidade ou abuso de poder, perante autoridade administrativa competente de qualquer dos poderes constituidos. Comentarios: O direito de peticao é um remédio administrative, utilizado em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder. O direito de petigéo pode ser exercido perante autoridade administrativo de qualquer dos poderes do Estado. Questéio correta. 6. (CESPE/ PC-PE - 2016) Os direitos e garantias fundamentais tem aplicagéo imediata, razSo por que nenhum dos direitos individuais elencados na CF necessita de lei para se tornar plenamente exequivel. www.estrategiaconcursos.com.br 82de Aula 02 - Prof* Nadia / Comentarios: E necessdria a regulamentac&o de varios direitos fundamentais previstos em normas de eficacia limitada. Questao errada. 7. | (CESPE/ PC-PE - 2016) O mandado de seguranga coletivo pode ser impetrado por sindicatos, entidades de classe e associagées, mas nao por partidos politicos, pois se destinam 4 defesa de interesses coletivos comuns a determinada coletividade de pessoas. Comentarios: © mandado de seguranga coletivo pode, sim, ser impetrado por partido politico, desde que este tenha representacéo no Congresso Nacional. Questo errada. 8. (CESPE / TRE-PI - 2016) Gravacdo de conversa telefénica sem autorizagéo judicial, registrada por um dos interlocutores, é considerada prova ilicita, ante o sigilo das comunicagées telefénicas, constitucionalmente assegurado. Comentarios: A gravagio telefénica é feita por um dos interlocutores do didlogo, sem o consentimento ou ciéncia do outro. Nem sempre é ilicita. De acorde com o STF, é “inconsistente e fere 0 senso comum falar-se em violagao do direito & privacidade quando interlocutor grava didlogo com sequestradores, estelionatérios ou qualquer tipo de chantagista”. Nesse caso, percebe-se que a gravacdo clandestina foi feita em legitima defesa, sendo, portanto, legitima. Questo errada. 9. (CESPE / TRE-PI - 2016) A instauragéo de processo administrativo disciplinar contra servidor pdblico para apuracéo de irregularidade funcional garante ao servidor o direito de impetrar habeas corpus para impedir o prosseguimento do processo administrativo. Comentarios: Nao cabe habeas corpus contra instauragéo de processo administrativo disciplinar, uma vez que o direito de locomog&o nao se encontra ameacado. Questo errada. 10. (CESPE / TRE-PI - 2016) Nao podera ser conhecido habeas corpus impetrado em beneficio alheio por individuo destituido de sanidade mental que néo esteja representado ou assistido por outrem. www.estrategiaconcursos.com.br 83 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / Comentarios: A legitimidade do habeas corpus é universal. Por isso, pode, sim, ser impetrado até mesmo por individuo destituido de sanidade mental, em beneficio proprio ou alheio. Questo errada. 11. (CESPE / TJDFT - 2016) O Ministério PUblico, havendo comprometimento de interesse social qualificado, possui legitimidade ativa para propor acdo popular. Comentarios: © Ministério Publico nao tem legitimidade para propor aco popular. A acao popular somente pode ser proposta pelo cidadao. Questo errada. 12. (CESPE / TJDFT - 2016) O direito ao duplo grau de jurisdicao é assegurado expressamente na CF, decorre da protecdo judicidria efetiva e nao admite ressalvas, salvo a preclusio decorrente da prépria inacao processual. Comentarios: A CF/88 nao prevé expressamente o principio do duplo grau de jurisdic&o. Ademais, hé vdrias ressalvas a esse principio, como o julgamento do Presidente da Republica, dos Deputados e Senadores no STF, pela pratica de crimes comuns. Nesses casos, ndo se aplica o duplo grau de jurisdig&0, pois nao ha uma instancia superior ao STF. Questao errada. 13. (CESPE / TJDFT - 2015) A atuag&o das associacées na defesa de seus associados em mandado de seguranca coletivo independe de autorizacao. Comentarios: A impetragéo de mandado de seguranca coletivo por associagdes independe de autorizagao, pois trata-se de substituicdo processual. Questo correta. 14, (CESPE / TRE-RS - 2015) Previsto expressamente na CF, o principio do devido processo legal assegura o contraditério e a ampla defesa aos litigantes em processo judicial, mas nao em processo administrativo. Comentarios: A ampla defesa e 0 contraditério decorrem do principio do devido processo legal, aplicando-se nos processos judiciais e administrativos. Questo errada. www.estrategiaconcursos.com.br 84 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 15. (CESPE / TJDFT - 2015) O habeas data no é meio de solicitacso € obtencdo de informagées de terceiros, uma vez que tem como objetivo assegurar o conhecimento de informagées relativas ao préprio impetrante. Comentarios: © habeas data é utilizado para assegurar 0 conhecimento de informagées relativas 4 pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de cardter publico. Assim, o habeas data ndo é cabivel para que se tenha acesso a informacdes de terceiros. Questo correta. 16. (CESPE / TRE-RS - 2015) A vedacao 4 existéncia de tribunais de excec¢do, bem como a admiss&o de foro por prerrogativa de funcdo, séo reflexos, em certa medida, do principio da isonomia em sua dimensdo material. Comentarios: O principio da isonomia se reflete em varias normas constitucionais. A vedagéo a existéncia de tribunais de excecao, por exemplo, garante que todos tenham um julgamento imparcial. A existéncia de foro por prerrogativa de fungdo também é reflexo do principio da isonomia, embora a primeira vista possa se pensar o contrério. O foro por prerrogativa de fungéo é concedido a determinados agentes politicos que, pela posig&o que ocupam, precisam receber um tratamento diferenciado, a fim de que possam exercer suas atribuicées com liberdade. Vale destacar que o tratamento diferenciado se justica pelo principio da isonomia material, que consiste em tratar com igualdade os iguais e com desigualdade os desiguais, na medida de suas desigualdades. Questao correta. 17. (CESPE / DPE-RN - 2015) A determinacao de foro justificada por prerrogativa de funcdo, ainda que instituida exclusivamente por Constituigéo estadual, prevalece sobre a competéncia do tribunal de juri. Comentarios: Segundo a Sumula Vinculante n° 45, a competéncia constitucional do Tribunal do Juri prevalece sobre o foro por prerrogativa de fungSo estabelecido exclusivamente pela Constituigo estadual". Quest&o etrada. www.estrategiaconcursos.com.br 85 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 18. (CESPE / DPE-RN - 2015) Por ferir o direito 4 privacidade, & ilegitima a publicacdo, em qualquer tipo de veiculo, dos nomes de servidores da administragéo publica e do valor dos vencimentos e vantagens pecuniarias por eles recebidos. Comentarios: Em respeito ao principio da transparéncia, é possivel a publicacéio dos nomes de servidores e de seus vencimentos e vantagens pecuniérias. Nao ha violagdo ao direito a privacidade. Questo errada. 19. (CESPE / Procurador de Salvador - 2015) O fato de o direito a Privacidade ser assegurado a todos faz que seja inconstitucional lei municipal que determine a publicagéo dos nomes dos servidores do municipio acompanhados dos valores de seus subsidios. Comentarios: Em virtude do principio da transparéncia, possivel que lei municipal determine a publicagéo dos nomes dos servidores do municipio acompanhados dos valores de seus subsidios. Questo errada. 20. (CESPE / Procurador de Salvador — 2015) E pacifica a orientagdo jurisprudencial segundo a qual ndo se admite mandado de segurancga contra lei em tese; essa compreensado, todavia, nao impede a impetragao contra atos infralegais, tais como regulamentos e portarias, ainda que estes sejam dotados de abstracéo e generalidade. Comentarios: Segundo 0 STF, ndo cabe mandado de seguranca contra lei em tese. Os atos infralegais que sejam dotados de abstracéo e generalidade podem ser considerados “lei em tese” e, portanto, néo podem ser atacados por mandado de seguranca. Questo errada. 21. (CESPE / Procurador de Salvador - 2015) A competéncia do juri Para o julgamento de crimes dolosos contra a vida nao é absoluta e pode ser excepcionada por regra da propria CF, como, por exemplo, o julgamento de prefeitos pelo TJ. Comentarios: De fato, a competéncia do tribunal do juri para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida nao é absoluta. Isso porque ela nao alcanga os detentores de foro especial por prerrogativa de funcéo previsto na Constituigao Federal. Questao correta. www.estrategiaconcursos.com.br 86 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 22. (CESPE / Procurador de Salvador - 2015) Desde que prevista em lei, € constitucional, em processo administrativo, a exigéncia de depésito ou de arrolamento prévio de bens e de direitos como pressuposto de admissibilidade de recurso administrativo. Comentarios: A Sumula Vinculante n° 21 estabelece que "é inconstitucional a exi depésito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.” Questéo errada. 23. (CESPE/ TCU - 2015) No Brasil, é vedada a pena de morte em quaisquer situacées. Comentarios: No Brasil, admite-se, excepcionalmente, a pena de morte no caso de guerra declarada (art. 5°, XLVII, “a”, CF). Questo errada. 24. (CESPE / STJ - 2015) A CF somente admite a pena de morte em caso de guerra declarada. Comentarios: No ordenamento juridico brasileiro, a pena de morte somente é admitida em caso de guerra declarada. Questdo correta. 25. (CESPE / STJ - 2015) O preso tem direito a identificagao dos responsaveis por sua prisdo, somente havendo sigilo em caso de necessidade de protecdo da seguranca dos agentes publicos envolvidos no caso. Comentarios: Segundo 0 art. 5%, LXIV, CF/88, “o preso tem direito 4 identificacéo dos responsdveis por sua priséo ou por seu interrogatério policial". Nao ha ressalvas a essa regra. Questdo errada. 26. (CESPE / STJ - 2015) Ao advogado de uma pessoa sob investigagéo é permitido o acesso aos autos do inquérito policial, mesmo que estes sejam clasificados como sigilosos, por ser este um direito garantido ao investigado. Comentarios: www.estrategiaconcursos.com.br 87 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / A Stmula Vinculante n° 14 prevé que "é direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, jé documentados em procedimento investigatério realizado por 6rgéo com competéncia de policia judiciéria, digam respeito ao exercicio do direito de defesa". Questo correta. 27. (CESPE / MPOG - 2015) O direito do cidadaéo de receber dos 6rgéos plblicos informagées de interesse coletivo inclui também aquelas imprescindiveis 4 seguranga da sociedade. Comentarios: As informacées cujo sigilo seja imprescindivel & seguranca da sociedade e do Estado ndo devem ser fornecidas pelos érgaos publicos, Questo errada. 28. (CESPE / MPOG - 2015) O direito adquirido, entendido como aquele que ja se incorporou ao patriménio do seu titular, nao podera ser prejudicado por lei posterior. Comentarios: © art. 5°, XXXVI, CF/88, estabelece que a lei nao prejudicard o direito adquirido. Assim, uma lei posterior no pode afetar direito adquirido. Questao correta. 29. (CESPE / FUB - 2015) Em nenhuma circunstancia havera penas cruéis ou de morte, de cardter perpétuo, de trabalhos forgados e de banimento. Comentarios: Em caso de guerra declarada, a CF/88 autoriza que haja pena de morte. Questéo errada. 30. (CESPE / FUB - 2015) Nos processos judiciais, sio assegurados aos litigantes os direitos fundamentais do contraditério e da ampla defesa. Entretanto, diante do principio da autotutela ad essa garantia é inaplicavel aos processos administrativos. Comentarios: Segundo o art. 5°, LV, CF/88, “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral s&0 assegurados 0 contraditério e ampla defesa, com os meios € recursos a ela inerentes”. Questo errada. 31. (CESPE / Advogado Telebras - 2015) O habeas data é recurso previsto no texto constitucional cuja finalidade é assegurar ao www.estrategiaconcursos.com.br 88 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / individuo o conhecimento de informacées, relativas 4 sua pessoa, que estejam armazenadas em bancos de dados de_ entidades governamentais, ou banco de dados privados de interesse publico. Comentarios: © habeas data tem como uma de suas fungdes assegurar ao individuo o conhecimento de informagées, relativas & sua pessoa, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de cardter publico. Questdo correta. 32. (CESPE/ TJDFT - 2015) Decai o mandado de seguranga impetrado no TJDFT contra ato de autoridade coatora que deveria ser processada na justica federal se o processo nao for remetido ao juizo competente em até cento e vinte dias apés a ocorréncia do ato. Comentarios: Nao cabe falar em decadéncia nesse caso, uma vez que o impetrante buscou os seus direitos no Judiciario dentro do prazo. A demanda ja foi submetida ao Judiciério, 0 que afasta a decadéncia. Questio errada. 33. (CESPE/ TJDFT - 2015) A atuacdo das associacées na defesa de seus associados em mandado de seguranca coletivo independe de autorizacao. Comentarios: E 0 que prevé a Sumula 629 do STF, segundo a qual “a impetragéo de mandado de seguranca coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorizaco destes”. Trata-se do instituto da substituig&o processual. Questéo correta. 34, (CESPE/ TJDFT - 2015) As associacées possuem | para deduzir interpelacao judicial como medida preparaté penal em defesa da honra de seus associados. itimidade de acao Comentarios: Segundo o STF, as associagées no tém legitimidade para promover interpelagdo judicial em defesa da honra de seus associados, por se tratar de um direito personalissimo de quem foi atingido em sua honra®. Questo errada. “PET n® 1.249/DF-AgR, Pleno, Rel. Min. Celso de Mello, DJ de 09/04/99. www.estrategiaconcursos.com.br 89 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 35. (CESPE / Procurador de Salvador - 2015) A impetragéo de mandado de seguranca coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorizacao destes. Comentarios: E isso mesmo! A impetragdo de mandado de seguranca coletivo por entidade de classe independe da autorizago dos associados. Questao correta. 36. (CESPE / AGU - 2015) De acordo com o atual entendimento do STF, a decis&o proferida em mandado de injuncéo pode levar a concretizag3o da norma constitucional despida de plena eficdcia, no tocante ao exercicio dos direitos e das liberdades constitucionais e das prerrogativas relacionadas 4 nacionalidade, a soberania e a cidadania. Comentarios: © STF vem adotando a corrente concretista acerca dos efeitos do mandado de injung&o. Nesse sentido, a Corte nao tem se limitado a declarar a mora legislativa; ao contrdrio, as decisdes do STF buscam coneretizar a norma constitucional pendente de regulamentacao. Questao correta. 37. (CESPE / MPOG - 2015) A aco popular deve ser proposta somente por partido politico com representagdo no Congresso Nacional. Comentarios: A acio popular n&o pode ser proposta por partido politico. Ela deve ser proposta por cidadéo, assim considerado aquele que esta no pleno gozo dos direitos politicos. Questao errada. 38. (CESPE / TCU - 2015) 0 mandado de seguranca coletivo pode ser impetrado por partido politico que tenha representagao no Congresso Nacional. Comentarios: Isso mesmo! © partido politico com representaco no Congresso Nacional é legitimado para impetrar mandado de seguranca coletivo. Questo correta 39. (CESPE / FUB - 2015) Uma entidade de classe que estiver em funcionamento ha apenas seis meses néo possui, por essa razdo, www.estrategiaconcursos.com.br 90 cle Cons Aula 02 - Prof* Nadia / legitimidade para impetrag&o de mandado de seguranca coletivo em defesa de interesse de seus membros. Comentarios: As associacdes (e nao as entidades de classe!) é que sé podem impetrar mandado de seguranga coletivo apés 1 (um) ano de funcionamento. Questo errada. 40. (CESPE/ TRE-GO - 2015) Qualquer associacg’o legalmente constituida e em funcionamento ha pelo menos um ano é€ parte legitima para propor ag3o popular que vise a anulagdo de ato lesivo ao patriménio publico ou ao meio ambiente. Comentarios: Somente 0 cidadao é parte legitima para propor aco popular. Questdo errada. 41. (CESPE/ TRE-GO - 2015) O cidadao brasileiro, nato ou naturalizado, com capacidade eleitoral ativa, tem legitimidade para propor acdo popular. Comentarios: De fato, qualquer cidad&o tem legitimidade para propor ac&o popular, nos termos do art. 5°, LXXIII, da CF/88: LXXIII - qualquer cidadao é parte legitima para propor ac&o popular que vise a anular ato lesivo ao patriménio publico ou de entidade de que o Estado participe, 4 moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patriménio histérico e cultural, ficando 0 autor, salvo comprovada mé-fé, isento de custas Judiciais e do énus da sucumbéncia (...). Questéo correta. 42. (CESPE/ DPU - 2015) N&o viola a clausula do devido processo legal a exigéncia de arrolamento prévio de bens para fins de admissibilidade de recurso administrativo. Comentarios: ‘A questo cobra 0 conhecimento da Suimula Vinculante n° 21 do STF, segundo a qual * é inconstitucional a exigéncia de depésito ou arrolamento prévios de www.estrategiaconcursos.com.br 91 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.” Tal exigéncia viola, sim, 0 devido processo legal. Questo errada. 43. (CESPE/ DPE-PE - 2015) A jurisprudéncia do STF acerca do mandado de injung&éo evoluiu para admitir que, além de declarar omisso o Poder Legislativo, o préprio tribunal edite a norma geral de que depende o exercicio do direito invocado pelo impetrante. Comentarios: © examinador “forgou a barra” ao dizer que o tribunal pode editar norma para regular a Constituigéo, dando a impresséo de que o Judiciério passou a assumir a fungo legiferante, tipica do Poder Legislative. Todavia, a questo foi considerada correta. Isso porque atualmente o STF tem adotado a posicao coneretista no julgamento dos mandados de injuncéio, suprindo a lacuna legislativa diante da omissao do legislador. 44, (CESPE/Camara dos Deputados - 2014) A CF determina que os crimes de racismo, a pratica da tortura e o terrorismo sao imprescritiveis, inafiancaveis e insuscetiveis de graga ou anistia. Comentarios: © enunciado cobra 0 conhecimento dos incisos XLII e XLIII do art. 5° da Constituig&0. O crime de racismo é inafiancavel e imprescritivel, mas a Constituicao nao prevé que ele seja objeto de graga ou de anistia. Ja a tortura € 0 terrorismo sao crimes inafiancaveis e insuscetiveis de graca e anistia, mas sujeitos & prescrig&o. Questo errada. 45. (CESPE/Policia Federal - 2014) O terrorismo, 0 racismo, a tortura e 0 trafico ilicito de entorpecentes s&o crimes hediondos, inafiancaveis insuscetiveis de graca e anis' Comentarios: Ha dois erros no enunciado: a) Os crimes hediondos so um rol de crimes elencados em legislac&o prépria (rol taxativo) e nao pela Constituicao. b) 0 racismo é inafiancavel e imprescritivel, mas a CF/88 ndo prevé que ele seja objeto de graga ou anistia. Questéo errada. 46. (CESPE/MPE-AC - 2014) A CF admite em situacées especificas, como as que envolvam acao de grupos armados, civis ou militares, www.estrategiaconcursos.com.br 92 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / contra a ordem constitucional e o Estado democratico, que alguém possa ser julgado por érg4o judicial constituido ex post facto. Comentarios: A criagéo de um érg&o judicial constituido “ex post facto” - ou tribunal de excecio! - é vedada pela Carta Magna em qualquer circunstancia (art. 5°, XXXVII, CF). Questo errada. 47. (CESPE/ TJ-SE - 2014) No julgamento de crimes dolosos contra a vida, a competéncia do tribunal do juri deve prevalecer 4 de eventual foro por prerrogativa de fungio fixado por constituicdo estadual. Comentarios: A questéo cobra a Sumula n° 721, segundo a qual “a competéncia constitucional do Tribunal do Juri prevalece sobre o foro por prerrogativa de fungéio estabelecido exclusivamente pela Constituigéo estadual’. Questo correta. 48. (CESPE/ TJ-DF - 2014) O foro por prerrogativa de funcéo, mesmo quando estabelecido exclusivamente por constituigéo estadual, prevalece sobre a competéncia do tribunal do juri, prevista na CF. Comentarios: E 0 contrdrio. O STF entende que a competéncia constitucional do Tribunal do Juri prevalece sobre o foro por prerrogativa de fungdo estabelecido exclusivamente pela Constituigdo estadual (Sumula n° 721). Questéo errada. 49. (CESPE / FNDE - 2012) A CF assegura a todos o direito de receber dos érgdos piiblicos informagées de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindivel 4 seguranca da sociedade e do Estado, ndo se incluindo entre érgaos ptiblicos, para os fins desse dispositivo, sociedades de economia mista e empresas ptiblicas. Comentarios: Reza a Constituic&o que todos tém direito a receber dos érgéos publicos informagGes de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serdo prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindivel & seguranca da sociedade e do Estado (art. 5°, XXXII). Isso se aplica a todos os drgiios e entidades da administragdo publica, direta e indireta (inclusive as empresas pUblicas e sociedades de economia mista). Questo errada www.estrategiaconcursos.com.br 93 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 50. (CESPE / PREVIC - 2011) Independentemente do pagamento de taxas, 6 assegurada a todos, para a defesa e esclarecimento de situagées de interesse pessoal e de terceiro, a obtengdo de certidées em repartigées publicas. Comentarios: © direito a obtencao de certidées sé é possivel para situacdes de interesse pessoal. Ele nao abrange interesse de terceiros. Questo errada. 51. (CESPE / Juiz Federal TRF 34 Regido - 2011/) O direito de petigéo é direito fundamental de carter universal, assegurado a generalidade das pessoas fisicas, brasileiras ou estrangeiras, de modo individual ou coletivo, mas nao as pessoas juridicas, que nao dispéem de legitimidade para valer-se desse instrumento de defesa de interesses préprios ou de terceiros contra atos ilegais ou praticados com abuso de poder. Comentarios: As pessoas juridicas tém, sim, direito de peticio. Trata-se de direito assegurado a todas as pessoas: fisicas ou juridicas, brasileiras ou estrangeiras. Além disso, a petigo é instrumento de defesa n&o s6 de interesses préprios, como de terceiros, contra ilegalidade ou abuso de poder. Questo errada. 52. (CESPE / TRT 12 Regido - 2010) O principio da da jurisdigéo tem aplicacgdo absoluta no sistema jut ° qual nao contempla a hipétese de ocorréncia da denominada jurisdicao condicionada, Comentarios: Entende-se por jurisdigfo condicionada a exigéncia de que 0 acesso ao Judiciério se dé apenas apés 0 esgotamento da via administrativa. A CF/88 adotou_o principio da inafastabilidade da jurisdicdo, mas previu algumas situages excepcionais de jurisdicao condicionada, tais como as questées pertinentes & justia desportiva (art. 217, § 1°, CF/88) e o “habeas data” (art. 58, LXXII). Quest&o errada. 53. (CESPE / MPU - 2013) A lei regular a individualizagéo da pena, proibidas, em qualquer situagéo, a pena de morte, a de carater perpétuo, a de trabalhos forcados, a de banimento e a cruel. Comentarios: www.estrategiaconcursos.com.br 94 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / © erro do enunciado é que a pena de morte nao é proibida em qualquer situagdo, uma vez que € permitida no caso de guerra declarada. Questao errada. 54. (CESPE / DPE-PI - 2009) Qualquer pessoa, seja fisica ou juridica, nacional ou estrangeira, tem le idade para exercer o 0 de peticéo, apresent: reclamagées a qualquer autoridade legislativa, executiva ou jurisdicional, contra ilegalidade ou abuso de poder. Comentarios: © enunciado esta perfeito. Todas as pessoas, fisicas ou juridicas, tém direito de petic&o. Questo correta 55. (CESPE / MPPE-PR - 2008) £ assegurada a todos, mediante o pagamento de taxa, a obtencdo de certidées em reparticées publicas, para defesa de direitos e esclarecimentos de situagées de interesse pessoal. Comentarios: A obtengio de certidées em repartigdes publicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situacdes de interesse pessoal, independe do pagamento de taxas. Questo errada. 56. (CESPE / TER-GO - 2009) A CF garante a obtencao de certidées em repartigées publicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situagées de interesse pessoal, mediante o pagamento das respectivas taxas. Comentarios: Trata-se de direito assegurado pela Constituicgéo, independentemente do pagamento de taxas. Questo errada. 57. (CESPE / INSS - 2008) Em 2007, Lucio requereu aposentadoria por tempo de servico perante o INSS por ter atingido a idade minima exigida para o beneficio e 35 anos de contribuigéo. O INSS indeferiu o requerimento porque nao considerou o periodo trabalhado em XY Comércio Ltda., tempo de servico reconhecido e anotado na carteira de trabalho de Lucio por forga de sentenca trabalhista transitada em julgado. Ante tal indeferimento, o trabalhador solicitou ao INSS cépia do processo administrative em que constava o indeferimento ou certidéo circunstanciada de inteiro teor do processo, mas o servidor que o atendeu recusou-se a Ihe fornecer a documentacio solicitada. E direito de Lucio o recebimento da certidéo, que deve retratar fielmente os fatos ocorridos no processo de requerimento de aposentadoria. www.estrategiaconcursos.com.br 95 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / Comentarios: A CF/88 assegura a todos, independentemente do pagamento de taxas, o direito & obtengao de certidées em repartices publicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situagdes de interesse pessoal. Portanto, Lticio tem, sim, direito ao recebimento da certid3o, que deverd retratar todos os fatos ocorridos no processo. Questo correta. 58. (CESPE / AGU - 2010) A CF assegura a todos, independentemente do pagamento de taxas, a obtencdo de certidées em reparticoes pUblicas, para a defesa de direitos e esclarecimentos de situagées de interesse pessoal. Nesse sentido, ndo sendo atendido o pedido de certiddo, por ilegalidade ou abuso de poder, o remédio cabivel sera o habeas data. Comentarios: © direito & obtencdo de certidées para defesa de direitos e esclarecimento de situagdes de interesse pessoal é liquido e certo. Eventual violacdo a esse direito devera ser sanada por mandado de seguranca. Questo errada. 59. (CESPE / Juiz TRF 3? Regido - 2011) O texto constitucional determina que a lei ndo pode excluir da apreciagSo do Poder Judiciario lesdo ou ameaga a direito, seja ela proveniente de acao ou omissao de organizagées ptiblicas, seja originada de conflitos privados; como corolario do principio da inafastabilidade do controle judicial, a CF garante, de modo expresso, 0 direito ao duplo grau de jurisdicdo em todos os feitos e instancias. Comentarios: © duplo grau de jurisdig&o nao é uma garantia prevista no texto constitucional. Questéo errada. 60. (CESPE / Juiz TRF 3 Regido - 2011) A jurisprudéncia do STF considera que o principio do di adquirido se impée a leis de direito rivado, mas no a leis de ordem publica, pois estas se aplicam de imediato, alcancando os efeitos futuros do ato juridico perfeito ou da coisa julgada. Comentarios: Segundo o STF, esse principio constitucional se aplica a todo e qualquer ato hormativo infraconstitucional, sem qualquer disting’o entre lei de direito ptiblico ou de direito privado, ou entre lei de ordem publica e lei dispositiva. Questo errada. www.estrategiaconcursos.com.br 96 cle Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 61. (CESPE / INSS - 2008) O principio constitucional segundo o qual a lei nova no prejudicara o ato juridico perfeito nao se aplica as normas infraconstitucionais de ordem publica. Comentarios: Nao é esse o entendimento do STF, conforme acabamos de comentar na resoluco da questo anterior. Questo errada. 62. (CESPE / INSS - 2008) Os servidores ptiblicos de autarquias que Ppromovem intervencdo no dominio econémico tém direito adquirido a regime juridico. Comentarios: O STF entende que nao ha direito adquirido a regime juridico. Com base nisso, 6 possivel 0 reenquadramento do servidor em outro nivel da carreira, ainda que tenha se aposentado no ultimo nivel desta; ou mesmo a modificac&o da composic&o de seus vencimentos, desde que nao haja decesso remuneratério e varias outras mudangas em sua vida funcional. Questéio errada. 63. (CESPE / TRE-PA - 2007) O servidor piblico tem direito adquirido ao regime juridico, sendo defeso alterar as disposicées legais existentes no momento do inicio do exer: do cargo. Comentarios: De acordo com o STF, n&o ha direito adquirido a regime juridico. Por isso, poderd o Poder Publico alterar, sim, as disposicdes legais existentes no momento do inicio do cargo. Muita atencéo a palavra “defeso”, que significa “proibido”, “vedado”. Questo errada. 64. (CESPE / STM - 2011) A imparcialidade do Poder Judiciario e a las pelo io do juiz natural, que € assegurado a todo e qualquer individuo, estrangeiro, abrangendo, inclusive, pessoas jurfdicas. Comentarios: De fato, a imparcialidade do Poder Judicidrio e a seguranca do povo contra o arbitrio do Estado se estendem a todas as pessoas fisicas (brasileiras ou estrangeiras) e juridicas. Questo correta. 65. (CESPE / TRE-MT - 2010) A CF permite que seja constituido tribunal penal especial para o julgamento de crimes hediondos que causem grande repercussdo na localidade em que foram cometidos. www.estrategiaconcursos.com.br 97 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / Comentarios: A Constituigéo nao admite a criagéo de tribunal de excegao, em qualquer hipstese. Questdo errada. 66. (CESPE / MPE-RR - 2008) Os tribunais de excecdo sdo criados em determinadas situagdes excepcionais, tais como o julgamento de crimes de genocidio. Comentarios: Nossa Carta Magna veda a criagéio de tribunais de excegdo. Em qualquer hipstese. Questao errada. 67. (CESPE / PM-DF - 2010) Em casos de crimes que causem grande comogao nacional, como no caso de genocidio, a CF permite que seja constituido tribunal penal especial para julga-los. Comentarios: E 0 CESPE repete a questiio... A vedagao criagdo de tribunais de excegéo pela Constituic&o n&o comporta excecées, por pior que seja o crime. Questo errada. 68. (CESPE / SEAD-SE - 2009) Célio é analista administrativo da Secretaria de Estado da Administracgéo de estado da federacéo ha 5 anos, Em janeiro de 2009, ele foi convocado para integrar 0 corpo de jurados do tribunal do juri da capital do seu estado. Célio encaminhou expediente ao juiz titular do tribunal, alegando a impossibilidade de participar do corpo de jurados em razéo de as votagées serem pUblicas, néo havendo sigilo, o que Ihe deixaria em uma posic’o de exposicdo pessoal na cidade em que reside. Nessa situacao, Célio equivocou-se ao encaminhar 0 expediente ao magistrado, uma vez que a CF assegura o sigilo das votacées no tribunal do jari. Comentarios: © enunciado é enorme, mas a questo ¢ facil! A CF, de fato, assegura o sigilo das votacées (art. 5°, XXXVIII, CF). Célio se equivocou. Questo correta. 69. (CESPE / TRE-BA - 2010) A competéncia do jari é para julgamento dos crimes contra a vida, sejam eles dolosos ou culposos. Comentarios: A competéncia do tribunal do juri é apenas para julgamento dos crimes dolosos contra a vida. Questdo errada. www.estrategiaconcursos.com.br 98 ce Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 70. (CESPE / STF - 2008) O julgamento dos crimes dolosos contra a vida € de competéncia do tribunal do juri, mas a CF ndo impede que outros crimes sejam igualmente julgados por esse érgao. Comentarios: O STF entende que a competéncia do Tribunal do Juri, fixada no art. 5°, XXXVIII, “d", da CF/88, quanto ao julgamento de crimes dolosos contra a vida é passivel de ampliagSo pelo legislador ordindrio. Em outras palavras, a CF n&o impede que outros crimes sejam julgados por esse érgéo. Questo correta. 71. (CESPE / OAB - 2009) E correto afirmar que a lei penal: a) nao retroagira, salvo para beneficiar o réu. b) retroagir4, salvo disposig&o expressa em contrério. c) no retroagiré, salvo se o fato criminoso ainda n&o for conhecido. d) retroagira, se ainda nao houver proceso penal instaurado. Comentarios: Determina o art. 5°, XL, que a lei penal nao retroagird, salvo para beneficiar o réu. A letra A é 0 gabarito. 72. (CESPE / STJ - 2008) No Brasil, o terrorismo e 0 racismo séo imprescritiveis, inafiancaveis e insuscetiveis de graca ou an Comentarios: O terrorismo e o racismo tém uma disciplina constitucional diferente. O racismo é inafiangdvel e imprescritivel, ao passo que o terrorismo & inafiangavel e insuscetivel de graca ou anistia. Questao errada. 73. (CESPE / SEJUS-ES - 2007) Por forcga constitucional, séo inafiangaveis os crimes de racismo e de tortura. Comentarios: O enunciado esté perfeito! Questo correta. 74, (CESPE / SEJUS-ES - 2007) Respondem pelo crime de tortura tanto as pessoas que a praticam quanto as que, podendo evita-la, se omitem. www.estrategiaconcursos.com.br 99 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / Comentarios: Segundo a CF/88, respondem pelo crime de tortura os mandantes, os executores e os que, podendo evitd-los, se omitirem. Questao correta. 75. (CESPE / OAB - 2007) Sado inafiangaveis os crimes de racismo, tortura, trdfico ilicito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os cometidos por grupos armados, civis e militares, contra a ordem constitucional e@ 0 estado democratico. Mas em relagéo aos crimes hediondos, legislador autorizado a excluir ou nao a Comentarios: Os crimes hediondos seguem a mesma regra dos 3 T (tortura, trafico ilicito de drogas e terrorismo), conforme o art. 5°, XLII, da CF/88. Ou seja, os crimes hediondos so inafiangaveis e insuscetiveis de graga e anistia. Questo errada. 76. (CESPE / BRB - 2010) Conforme expressa disposicao constitucional, 0 trafico ilicito de substancias entorpecentes e drogas afins é considerado crime inafiangdvel e imprescritivel. Comentarios: O tréfico ilicito de substancias entorpecentes ¢ drogas afins € inafiancavel, porém ndo é imprescritivel. Questao errada 77. (CESPE / Policia Civil - PB - 2009) O crime de tortura é afiancavel, mas sera insuscetivel de graca ou anistia ou de liberdade proviséria. Comentarios: © crime de tortura é inafiangavel, sendo, também, insuscetivel de graca ou anistia. Questao errada. 78. (CESPE / MPE-RO - 2010) Segundo jurisprudéncia do STF, é constitucional norma legal que vede a progressdo do regime de cumprimento de pena para os crimes hediondos. Comentarios: O STF considerou jinconstitucional, por afronta ao principio da individualizagao da pena, a vedacao absoluta a progressao de regime trazida pela Lei 8072/1990, que trata dos crimes hediondos. Questéo errada. www.estrategiaconcursos.com.br 100 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 79. (CESPE / MPU - 2010) O ordenamento constitucional veda o envio compulsério de brasileiros ao exterior, que caracterizaria a pena de bai ento, assim como proibe a retirada coativa de estrangeiros do territorio nacional, que caracterizaria a pena de expulsao. Comentarios: De fato, 0 banimento é pena vedada pela CF/88. Entretanto, a expulsao de estrangeiros do territério nacional é autorizada pelo ordenamento juridico brasileiro. Questo errada. 80. (CESPE / TRE-MA - 2009) Inexiste pena de morte, no Brasil, em qualquer hipétese. Comentarios: A pena de morte é possivel sim, no Brasil, no caso de guerra declarada. Questéo errada. 81. (CESPE / TRT 5® Regido - 2008) E proibida a instituigéo de pena de morte no Brasil por forca de mandamento constitucional. Comentarios: A vedag&o nao é absoluta, como o enunciado nos leva a crer. Hé uma excecio: & possivel a instituic&o de pena de morte no caso de guerra declarada. Questo errada. 82. (CESPE / OAB -SP - 2009) Segundo a CF, pode ser instituida pena: a) de carater perpétuo. b) de trabalhos forcados. c) de perda de bens. d) de banimento Comentarios: A pena de perda de bens é permitida pela CF/88 (art. 5°, XLVI, “b”). Todas as demais so vedadas (art. 5°, XLVI). A letra C é 0 gabarito. 83. (CESPE / TRT 1? Regido - 2008) Se, em sentenca judicial transitada em julgado, José for condenado ao perdimento de bens importados ilegalmente e, durante o curso do processo, ocorrer o www.estrategiaconcursos.com.br 101 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / falecimento de José, nessa situagdo, os sucessores dele receberéo 0 patriménio, j4 que é pétrea a determinacao de que nenhuma pena pode ser estendida aos sucessores do condenado. Comentarios: Nesse caso, a obrigagéo de reparar o dano e a decretagdo do perdimento de bens poderdo ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patriménio transferido. Questo errada. 84. (CESPE / SEJUS-ES - 2007) O Estado brasileiro deve assegurar as presidi4rias as condigées necessdrias para que possam permanecer com os seus filhos durante o periodo de amamentacao. Comentarios: © Estado brasileiro deve, sim, assegurar as presididrias as condigées necessérias para que possam permanecer com os seus filhos durante 0 periodo de amamentacao. Trata-se de um direito ndo sé da me como da crianca também! Questo correta. 85. (CESPE/TJ-CE - 2014) A publicidade dos atos processuais é restrita as partes e aos seus advogados. Comentarios: A regra é a publicidade dos atos processuais. De acordo com o art. 5°, LX, da Constituiggo, a leisé poderé restringira publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem. Questéo errada. 86. (CESPE/TJ-CE - 2014) Os presos federais ndo tém direito a identificagado dos responsaveis por sua prisdo. Comentarios: O art. 5°, inciso LXIV, da Constituig&0, prevé que o presotem direito a identificagdo dos responsdveis por sua prisdo ou por seu interrogatério policial. Questo errada. 87. (CESPE/TJ-CE - 2014) A priséo ilegal sé sera imediatamente relaxada pela autoridade judicidria quando decorrente de prova ilicita. Comentarios: www.estrategiaconcursos.com.br 102 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / A prisio ilegal sempre seré imediatamente relaxada pelo juiz, independentemente de ter decorrido de prova ilicita. Nao ha tal ressalva na Constituiggo (art. 5°, LXV, CF). Questo errada. 88. (CESPE/MPE-AC - 2014) Em se tratando de crimes de acéo publica, o oferecimento da acdo penal é de competéncia privativa do MP, nao se admitindo a acao privada, ainda que aquela nao seja proposta no prazo legal. Comentarios: O inciso LIX do art. 5° da Carta Magna prevé que “seré admitida aco privada nos crimes de aco publica, se esta ndo for intentada no prazo legal”. Questéo errada. 89. (CESPE/MPE-AC - 2014) Consoante o STF, configura expresséo do direito de defesa o acesso de advogado, no interesse do representado, aos elementos de prova produzidos por érgé0 com competéncia de policia judicidria, desde que ja estejam documentados em procedimento investigativo. Comentarios: Cobra-se © conhecimento da Sumula Vinculante n° 14, segundo a qual “é direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, j4 documentados em procedimento investigatorio realizado por érgao com competéncia de policia judicidria, digam respeito ao exercicio do direito de defesa". Questo correta. 90. (CESPE/ TCDF - 2014) No entendimento do STF, a garantia do devido processo legal nao torna obrigatéria a defesa técnica por advogado no 4mbito dos processos administrativos disciplinares que envolvam servidores publicos. Comentarios: E 0 que prevé a stimula vinculante n° 5 do STF, segundo a qual a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar ndo ofende a Constituicéo. Questo correta. 91. (CESPE / MPU - 2013) Nenhum brasileiro nato sera extraditado, salvo em caso de comprovado envolvimento em trafico internacional de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei. Comentarios: www.estrategiaconcursos.com.br 103 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / A vedagio a extradic&o de brasileiros natos é absoluta. Apenas o brasileiro naturalizado pode ser extraditado, caso tenha cometido crime comum antes da naturalizaggo ou tenha comprovado envolvimento em tréfico ilicito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei. Questo errada. 92. (CESPE / TCE-BA - 2010) A CF prevé que o estrangeiro nao pode ser extraditado por crime politico ou de opiniao. Comentarios: Determina 0 art. 5°, LIT da Constituig&o que no seré concedida extradigéo de estrangeiro por crime politico ou de opiniéo. Questao correta. 93. (CESPE / TRT 173 Regido - 2009) A CF prevé que nao se concede extradigaéo de estrangeiro por crime politi brasileiros naturalizados podem ser extraditados em caso de crime comum, praticado antes da naturalizacao. Comentarios: De fato, a CF/88 assegura que nao sera concedida extradig&o de estrangeiro por crime politico ou de opinigo (art. 5°, LII, CF) e que o naturalizado brasileiro poderé ser extraditado, em caso de crime comum praticado antes da naturalizagdo (art. 5°, LI, CF). Questao correta. 94. (CESPE / TRT 3? Regido - 2010) A doutrina e a jurisprudéncia dominantes entendem ser inaplicdvel a garantia do contraditério e da ampla defesa ao inquérito policial, uma vez que se néo tem aqui um processo compreendido como instrumento destinado a decidir litigio. Comentarios: O enunciado esté perfeito. E esse o entendimento do STF. Questéo correta. 95. (CESPE/ Juiz TRT 12 Regio - 2010) A CF assegura aos litigantes em processo judicial ou administrative e aos acusados em geral o contraditério e a ampla defesa, com os meios e recursos a eles inerentes, razéo pela qual, no 4mbito do processo administrativo disciplinar, é imprescindivel a presenga de advogado. Comentarios: A questo cobra 0 conhecimento da Stimula Vinculante n° 5 do STF, segundo a qual a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar n&o ofende a Constituigéo. A presenga do advogado é, portanto, prescindivel. Questo errada. www.estrategiaconcursos.com.br 104 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 96. (CESPE / MPU - 2010) Considerando que os direitos sejam bens e vantagens prescritos no texto constitucional e as garantias sejam os instrumentos que asseguram o exercicio de tais direitos, a gar: contraditério e da ampla defesa ocorre nos processos jud natureza criminal de forma exclusiva. Comentarios: A garantia do contraditério e ampla defesa se estende a todos os processos judiciais e administrativos. Questo errada. 97. (CESPE/ Policia Federal - 1997) Imagine que os meios de comunicacéo hajam realizado ampla cobertura jornalistica acerca de Guilherme, cidadao brasileiro suspeito de haver posto um artefato explosivo em um avido de carreira, apontando-o como efetivo respons4vel pelo ato que causou o pouso forcado da aeronave, com lesées corporais em dezenas de passageiros e duas mortes. Todas as noticias basearam-se nas apaixonadas declaragées que Luis, Delegado ia Federal, fez em publico, afirmando sua conviccdo pessoal quanto a culpabilidade de Guilherme, em razéo dos indicios de que dispunha até aquele momento. Guilherme, devido ao intenso burburinho que se formou em torno de sua pessoa, entrou em depressdo, foi demitido e seus filhos sofreram o reptidio dos colegas de escola. Alguns meses depois, quando a imprensa ja deixara de comentar 0 assunto, 0 inquérito policial chegou a termo e o delegado responsavel, Luis, apontou como verdadeiro culpado no relatério final, Anténio, outro passageiro do avido, que, alids, confessou o crime. Anténio foi denunciado pelo Ministério Publico Federal e acabou condenado pelo delito. Tendo em conta a situacéo acima e as normas constitucionais relativas aos direitos e garantias fundamentais, uma vez que a autoridade policial responsavel pela investigacio formasse sua intima convicgao acerca da culpabilidade de Guilherme, caberia a este provar a propria inocénci Comentarios: Reza o art. 5°, LVII da CF/88 que “ninguém seré considerado culpado até o transito em julgado de sentenca penal condenatéria”. Portanto, caberia & autoridade ‘policial provar a culpabilidade de Guilherme, sendo este presumido inocente até a prova em contrdrio. Questo errada. 98. (CESPE / TJ-DF - 2003) De acordo com a teoria dos frutos da arvore envenenada, a prova ilicita originaria contamina as demais provas dela decorrentes, sendo todas elas inadmissiveis no processo. Comentarios: www.estrategiaconcursos.com.br 105 ce Cons Aula 02 - Prof* Nadia / E exatamente isso que determina a teoria dos frutos da drvore envenenada. Todas as provas decorrentes de uma prova ilicita serao consideradas ilicitas e, portanto, inadmissiveis no processo. Questao correta. 99. (CESPE / AUGE-MG - 2009) Admite-se que a lei restrinja a publicidade dos atos processuais quando a defesa da i idade ou o interesse social 0 exigirem. Comentarios: A questo cobra o conhecimento do inciso LX do art. 5° da CF/88: LX - a lei sé poderé restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social 0 exigirem; A compreensao desse inciso é bastante simples. A regra é a publicidade dos atos processuais. A excecdo é a restricdo a essa publicidade, que so podera ser feita por lei e em duas hipéteses: defesa da intimidade ou interesse social. Questo correta. 100, (CESPE / PM-DF - 2009) O juiz de direito da vara criminal de uma cidade decretou a priséo preventiva de Joel, por este ter praticado trafico de drogas, crime equiparado a hediondo pela CF. O juiz determinou que a deciséo fosse cumprida pela PMDF. O mandado chegou a PMDF as 20 h e foi distribuido 4 equipe que se encontrava de plantéo naquela_ noite, comandada pelo capitéo Oliveira. Imediatamente, os poli dirigiram-se para a casa do acusado, bateram a porta e perguntaram por Joel, ouvindo de sua esposa que ele naéo estava. Oliveira determinou uma busca na_ residéncia, encontrando Joel escondido debaixo da cama do casal. O capitéo informou ao procurado o motivo de sua priso e que ele teria direito a um advogado. Os familiares de Joel indagaram para onde ele seria levado, tendo o policial respondido que essa informacdo s6 seria Passada ao advogado do preso no dia seguinte. Em seguida, Joel foi levado para o quartel da PMDF mais préximo. No dia seguinte, o capitéo Oliveira encaminhou documento ao juiz criminal com os seguintes dizeres: Exmo. Sr. Juiz. Missio cumprida. O traficante ja esta preso. Permanecemos 4 sua disposicao. iais agiram corretamente quanto as informagées passadas aos res e ao juiz, visto que tinham a obrigacdo de informar aos somente que a deciséo havia sido cumprida conforme determinado. Questées relativas ao local onde Joel estava detido séo de ordem www.estrategiaconcursos.com.br 106 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / meramente administrativa e inexiste necessidade de essa comunicacaéo ser feita ao juiz ou aos familiares. Comentarios: Comentemos, agora, a questo, Determina a Constituigao que tanto a priséo de uma pessoa quanto o local onde ela se encontre deverao ser comunicados imediatamente ao juiz competente e familia do preso ou 4 pessoa por ele indicada (art. 5°, LXII). Os policiais agiram de maneira errada. O local onde Joel se encontra deveria ter sido informado a sua familia. Questéo errada. 101, (CESPE / PM-DF - 2009) Os policiais que efetuaram a prisdéo de Joel tém direito ao anonimato, visando resguardar sua integridade e a de sua familia contra possiveis retaliagées. Comentarios: Pelo contrério! Com o objetivo de resguardar o preso, este tem direito constitucionalmente assegurado a identificagéo dos responsaveis por sua pris&o ou por seu interrogatério policial. Questo errada, 102. (CESPE / DPE-AL - 2009) Segundo entendimento do STF, é vedada a utilizagéo de algemas, sob pena de ofensa ao principio da dignidade da pessoa humana e do direito fundamental do cidadaéo de nao ser submetido a tratamento desumano ou degradante. Comentarios: A questo cobra o conhecimento da Simula Vinculante n° 11, que trata dos direitos do preso. A vedacdo ao uso de algemas na simula ndo é absoluta, como o enunciado faz pensar. Ha excegées: os casos de resisténcia e de fundado receio de fuga ou de perigo a integridade fisica prépria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros. Questdo errada. 103. (CESPE / Policia Civil - PB - 2009) O uso ilicito de algemas podera impor a responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e a nulidade da prisio ou do ato processual a que se refere. Comentarios: E 0 que determina a Sumula Vinculante n° 11. Questéo correta. 104. (CESPE / Policia Civil - TO - 2008) O preso tem o direito de saber os motivos de sua prisdo e a identificagdo das autoridades ou agentes www.estrategiaconcursos.com.br 107 de Aula 02 - Prof* Nadia / que a estéo efetuando, para que eventuais ilegalidades e abusos sejam apontados. Comentarios: Perfeito, 0 enunciado! A CF/88 garante esses direitos ao preso para proteger todas as pessoas contra possiveis abusos do Estado. Questao correta 105. (CESPE / SEJUS-ES - 2007) Enquanto dura a pena de reclusdo, ficam suspensos os direitos constitucionais do preso. Comentarios: De jeito nenhum! Lembre-se de que a dignidade da pessoa humana é um fundamento da Republica Federativa do Brasil. Esse principio, juntamente com 0 art. 5°, incisos, da CF/88, assegura ao preso a manutengéo de seus direitos, mesmo quando submetido @ pena de reclusao. E claro que alguns direitos como liberdade de locomocéo e liberdade de exercicio profissional restarao prejudicados. Questo errada. 106, (CESPE / SEJUS-ES - 2007) Para serem resguardados os agentes policiais e os delegados de policia contra eventuais retaliagées por Parte das pessoas que eles prendem, os presos nao tém direito a identificagado dos responsaveis pela sua prisao. Comentarios: Pelo contrario! Para prevenir abusos das autoridades estatais contra o Estado, a CF/88 assegura, no art. 5°, LXIV, que o preso tem direito identificagao dos responsaveis por sua priséo ou por seu interrogatério policial. Quest&o errada. 107. (CESPE / TRT 174 Regido - 2009) Diante dos requisitos legais, 0 juiz de direito de determinada comarca decretou a prisdo preventiva do vereador Galego, suspeito de trafico de drogas, bem como autorizou a realizagéo de busca e apreensdo em sua residéncia. A policia, de posse dos mandados judiciais, dirigiu-se até a camara municipal, ndo logrando éxito em encontrar o vereador. As 20 h, a policia localizou Galego em sua residéncia. Galego tem o direito constitucional a identificacio dos responsaveis por sua priséo ou por seu interrogatorio policial. Comentarios: Veja como esse tema é recorrente em provas. Mais uma vez: a Lei Fundamental garante, no art. 5°, LXIV, que o preso tem direito & identificacéo dos responsaveis por sua prisdo ou por seu interrogatério policial. Questéo correta. worw.estrategiaconcursos.com.br 108 dc Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 108, (CESPE / TJ-DF - 2003) Carlos foi preso, acusado de néo estar pagando pensdo alimenticia devida as suas filhas. Se nado houve flagrante, a prisdo de Carlos sera considerada ilegal. Comentarios: A CF/88 admite, como vimos, excepcionalmente, a prisio civil, no caso de inadimplemento voluntario e inescusdvel de penséo alimenticia (art. 5°, LXVII). Assim, essa prisdo serd legal, mesmo que no haja flagrante. Até porque esse € 0 tipo de infragéo em que, por sua natureza, nao cabe falar-se em flagrante. Questao errada. 109, (CESPE/Camara dos Deputados - 2014) A legitimidade ativa do habeas data, destinado a assegurar o conhecimento de informacées relativas ao impetrante constantes de registros ou banco de dados, esta adstrita as pessoas fisicas. Comentarios: © habeas data pode ser ajuizado tanto por pessoas fisicas como por pessoas juridicas. Questo errada. 110, (CESPE/TJ-CE - 2014) O mandado de seguranga coletivo pode ser impetrado sempre que alguém sofrer violéncia em sua liberdade de locomocao. Comentarios: © remédio constitucional adequado para proteger 0 direito de locomogao é 0 habeas corpus (art. 5°, LXVIII, CF). Questao errada 111. (CESPE/PM-CE - 2014) No ordenamento juridico brasi habeas corpus somente pode ser impetrado na forma repres: seja, somente no caso de alguém efetivamente ter sofrido violéncia que limite liberdade de locomocao, por ilegalidade ou abuso de poder. Comentarios: © habeas corpus pode ser impetrado, também, na forma preventiva (salvo conduto), quando 0 direito de locomogaio de alguém estiver sendo ameacado. Questiio errada. 112. (CESPE/MDIC-2014) Tera legitimidade para impetrar mandado de seguranga coletivo o partido politico que tenha, no minimo, um representante na Camara dos Deputados e um no Senado Federal. Comentarios: www.estrategiaconcursos.com.br 109 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / A Constituigg0 Federal exige que o partido politico tenha representante no Congresso Nacional (art. 5°, LXX, “a”, CF). Basta, portanto, que ele tenha uma vaga ocupada na Camara dos Deputados gy no Senado Federal. Nao é necessdrio ter representante em ambas as Casas. Questo errada. 113. (CESPE/TJ-CE - 2014) A todos os cidadaos é gratuita a acéo de habeas data. Comentarios: De fato, a Constituicéio assegura que as acées de habeas data so gratuitas (art. 5°, LXXVII, CF). Questo correta. 114. (CESPE/ TJ-SE - 2014) Entidade de classe somente pode impetrar mandado de seguranga coletivo em favor de seus associados se for por eles expressamente autorizada. Comentarios: A impetrac&o de mandado de seguranga coletivo por entidade de classe independe da autorizaco de seus associados. Trata-se de hipétese de substituig&o processual (simula 629 do STF). Questéo errada. 115. (CESPE/ Camara dos Deputados - 2014) Para que uma entidade de classe ajuize mandado de seguranca coletivo em favor de seus associados, além do prazo minimo de um ano de regular existéncia dessa entidade, é necess4rio que ela conte com autorizacio da respectiva assembleia. Comentarios: Para a impetracéo de mandado de seguranca coletivo, a Constituig&o Federal exige apenas que as associagdes estejam legalmente constituidas e em funcionamento ha pelo menos um ano. Essa exigéncia n&o se estende as entidades de classe (art. 50, LXX, “b”). Além disso, trata-se de hipétese de substituigéo processual, ndo havendo necessidade de autorizagdo da respectiva assembleia (stimula 629 do STF). Questo errada. 116. (CESPE/ MEC - 2014) O mandado de injuncdo é impréprio para pleitear em juizo direito individual liquido e certo decorrente de norma constitucional autoaplicavel. Comentarios: De fato, o STF entende que se o direito independe de norma regulamentadora que viabilize seu exercicio, ndo ocorre hipétese de mandado de injungéo, que sé & cabivel exatamente quando ‘a falta de norma regulamentadora torne wwrw.estrategiaconcursos.com.br 110 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / invidvel o exercicio dos direitos ¢ liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes nacionalidade, a soberania e a cidadania’ (art. 5°, LXXI). E impréprio, portanto,o uso do mandado de injung&o para o exercicio de direito decorrente de norma constitucional autoaplicavel. Questo correta. 117. (CESPE/ MEC - 2014) Para a retificagéo de informacées constantes de cadastros de registros piblicos ou banco de dados de entidades governamentais, é inadmissivel a impetracdo de habeas data, cuja funcaéo € assegurar apenas o conhecimento dessas informacées. Comentarios: De acordo com o inciso LXXII da CF/88, 0 “habeas data” € instrumento adequado, também, para a retificagdo de dados de cadastros de registros plblicos ou banco de dados de entidades governamentais, quando nao se prefira fazé-lo por processo sigiloso, judicial ou administrative. Quest&o errada. 118. (CESPE / MP-PI - 2012) Caracteriza-se como repressivo o “habeas corpus” impetrado por alguém que se julgue ameacgado de sofrer violéncia ou coacdo em sua liberdade de locomocéo por ilegalidade ou abuso de poder. Comentarios: Nesse caso, o “habeas corpus” é preventivo, no repressivo. Questo errada. 119. (CESPE / MP-PI - 2012) A jurisprudéncia do STF nado admite impetragdo de “habeas corpus” em favor de pessoa juridica, ainda que esta figure como ré em acao de crime contra o meio ambiente. Comentarios: © “habeas corpus", de fato, ndo pode ter como paciente pessoa juridica. Questao correta. 120. (CESPE / TJ-PI - 2012) A legitimidade para impetrar “habeas corpus” pertence apenas a pessoa natural afetada por qualquer medida que restrinja ou ameace restringir a sua liberdade de locomocao. °° MI 97-Q0, Rel. Min. Sydney Sanches, Plendrio, DJ de 23-3-1990. www.estrategiaconcursos.com.br M1 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / Comentarios: Tanto a pessoa natural quanto pessoa juridica pode impetrar “habeas corpus” a favor de outra que esteja sendo afetada por medida que restrinja ou ameace restringir sua liberdade de locomogao. Questao errada. 121. (CESPE / MP-PI - 2012) Segundo a jurisprudéncia dominante do STF, é cabivel “habeas corpus” contra deciséo condenatéria 4 pena de multa. Comentarios: Pelo contrario! O STF entende que, nesse caso, nao hé qualquer possibilidade de violac&o ao direito de locomocdo, sendo, por isso, descabido o “habeas corpus". Questo errada. 122. (CESPE / Procurador BACEN - 2013) & possivel a desisténcia de mandado de seguranga apés a sentenga de mérito, ainda que favoravel ao impetrante, sem a anuéncia do impetrado. Comentarios: A desisténcia do mandado de seguranca é possivel a qualquer tempo, mesmo apés sentenca de mérito favordvel ao impetrante. Questo correta. 123. (CESPE / AGU - 2012) De acordo com o entendimento do STF, 0 estado-membro néo dispée de legitimidade para propor, contra a Unido, mandado de seguranca coletivo em defesa de supostos interesses da populacdo residente na unidade federada. Comentarios: De fato, o Estado-membro ndo é, segundo a Corte, legitimado a impetrar mandado de seguranga coletivo contra a Unido, em defesa de sua populagao. Questo correta. 124. (CESPE / TJ-PI - 2012) 0 mandado de seguranga coletivo pode ser impetrado por organizacao sindical, entidade de classe ou associacao legalmente constituida e em funcionamento ha pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados, mas néo por partido politico, que néo possui representacdo para a defesa de direitos de categorias sociais em particular. Comentario: Os partidos politicos com representagao no Congresso Nacional podem impetrar mandado de seguranca coletivo. Questao errada. wurw.estrategiaconcursos.com.br lide Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 125. (CESPE / TJ-RR - 2012) O cidadéo que esteja impedido de exercer direito in idual em razéo da auséncia de norma regulamentadora poder valer-se do mandado de injungao. Comentarios: Versa a Constituicdo (art. 5°, LXXI) que conceder-se- mandado de injungdo sempre que a falta de norma regulamentadora torne invidvel 0 exercicio dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes a nacionalidade, & soberania e & cidadania. Questo correta. 126. (CESPE / TJ-RR - 2012) Considere que Anténio, preso politico durante a ditadura, pretenda obter informagées de seu interesse constantes de banco de dados de entidade governamental. Considere, ainda, que o pedido de Anténio seja indeferido na_ esfera administrativa. Nessa situacéo, Anténio deveraé impetrar “habeas corpus” junto ao Poder Judiciario a fim de obter as informacées desejadas. Comentarios: Reza a Constituigdo que 0 “habeas data” é remédio adequado para assegurar 0 conhecimento de informacGes relativas & pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de cardter publico (art. 5°, LXXII). Questo errada. 127. (CESPE / BACEN - 2013) Para o cabimento do habeas data, nao € necess4rio que o impetrante comprove prévia recusa do acesso a informagées ou de sua retificagao. Comentarios: Como vimos, é necessério, sim, que se comprove a negativa da autoridade administrativa em garantir 0 acesso aos dados relativos ao impetrante. E 0 que dispée a Lei 9.507/97 em seu art. 8°, pardgrafo Unico. Questo errada. 128. (CESPE / MPOG - 2013) Ohabeas data, importante acéo constitucional, assegura 0 conhecimento de informacées relativas a pessoa do impetrante, constantes de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de carater publico, mas veda ao impetrante a retificacéo desses dados. Comentarios: © habeas data é, sim, ac&o adequada para a retificacéo de dados, quando néo se prefira fazé-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo (art. 5°, LXXII, "b”, CF). Questo errada. www.estrategiaconcursos.com.br 113 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 129, (CESPE / TCE-RS - 2013) Para propor aco popular objetivando anular ato lesivo ao patriménio ptblico, nado é necessdrio que o \dividuo esteja no gozo de direitos que Ihe permitam participar da vida politica. Comentarios: Pelo contrario! E necessério, sim, que 0 individuo esteja em pleno gozo de direitos politicos, uma vez que sO 0 cidadae pode impetrar acdo popular. Questo errada. 130. (CESPE / TRT 8 Regido - 2013) Ao constatar que o esgoto produzido em uma edificagao que sediava um érgdo da administragao publica era lancado diretamente no principal rio da cidade, um cidadao local, inconformado com tal situagéo de descaso com o meio ambiente, decidiu pleitear, pela via judicial, a obtengdo de medida que protegesse o meio ambiente da agressdo constatada. Nessa situagao hipotética, para requerer a medida protetiva pretendida, 0 referido cidadao deveré impetrar: a) habeas corpus. b) aco popular. c) mandado de seguranca coletivo. d) habeas data. ‘e) mandado de injungao. Comentarios: A aco popular, como vimos, é 0 instrumento adequado a anular ato Jesivo ao patriménio ptiblico, & moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patriménio histérico e cultural. A letra B é 0 gabarito. 131. (CESPE / TJ-RR - 2012) Todas as pessoas fisicas ou juridicas sio partes legitimas para propor acao popular que vise anular ato lesivo ao patriménio publico ou de entidade de que o Estado participe, a moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrim6nio histérico e cultural. Comentarios: Apenas o cidadao é parte legitima para propor ag&o popular. Questao errada. www.estrategiaconcursos.com.br 4 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 132. (CESPE / TJ-RR - 2012) Embora apenas o cidadéo tenha legitimidade para o ajuizamento da acao popular, o Ministério Publico pode, na hipétese de desisténcia da acdo por parte do autor, promover © respectivo prosseguimento do feito. Comentarios: De fato, poder o Ministério Puiblico, nesse caso, ser sucessor do autor da ago popular. Questo correta. 133. (CESPE / TJ-RR - 2012) O direito a duracgéo razoadvel de processos, tanto no Ambito judicial quanto no administrativo, € um direito fundamental previsto expressamente na CF. Comentarios: De fato, trata-se de direito fundamental previsto no inciso LXXVIII do art. 5° da ConstituicSo Federal. Questo correta. 134. (CESPE / Juiz TRF 24 Regido - 2011) A liberdade de locomogao em tempo de paz, que engloba, em relacdo ao territério nacional, as situacées de acesso e ingresso, saida e permanéncia, assim como a possibilidade de deslocamento, constitui direito absoluto, que nao comporta limitagées. Comentarios: A liberdade de locomog&o em tempo de paz (art. 5°, XV), que engloba, em relacéo ao territério nacional, as situagdes de acesso e ingresso, saida e permanéncia, assim como a possibilidade de deslocamento, nao é direito absoluto. Ela podera sofrer restrigées, sendo uma norma constitucional de eficdcia contida. Questao errada. 135. (CESPE / Policia Federal - 2000) Os chamados remédios constitucionais, ou remédios do direito constitucional, constituem em meios a disposicéo do individuo para provocar a atuacgdo das autoridades competentes, com o fim de evitar ou sanar ilegalidade e abuso de poder em prejuizo de direitos e interesses individuais ou coletivos. Comentarios: Excelente definiggo de remédios constitucionais! Questo correta. 136. (CESPE / TRE-MT - 2010) 0 “habeas corpus” pode ser impetrado tanto contra ato emanado do poder piblico como contra ato de www.estrategiaconcursos.com.br 115 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / particular, sempre que alguém sofrer ou se achar ameacado de sofrer violéncia ou coacdo em sua liberdade de locomocao. Comentarios: Desde que haja leséio ou ameaga de lesdo ao direito de locomogao, é cabivel 0 “habeas corpus", seja contra ato do poder publico ou de particular. Questo correta. 137. (CESPE / DPE-PI - 2009) O sujeito passivo do “habeas corpus” sera a autoridade publica, pois somente ela tem a prerrogativa de restringir a liberdade de locomogdo individual em beneficio do interesse pGblico ou social, razio pela qual ndo se admite sua impetragao contra ato de particular. Comentarios: Também o particular pode ser sujeito passivo de “habeas corpus”. Questéo errada. 138. (CESPE / Policia Federal - 2000) Caso a sentencga penal condenatéria emanada de juiz militar imponha pena de exclusdo de militar ou de perda de patente, sera cabivel a utilizagdo do “habeas corpus”. Comentarios: Entende o STF que a imposico da pena acesséria de perda da graduagao e exclusdo do militar dos quadros da Corporagao, por ndo implicar, ainda que de forma indireta, atentado liberdade de locomogao do paciente, n&o comporta exame na via estreita do “habeas corpus”. Questo errada. 139. (CESPE / Pol Federal - 2000) Ainda que ja extinta a pena privativa de liberdade, é cabivel a utilizacdo de “habeas corpus” para pedido de reabilitacdo de paciente. Comentarios: © entendimento do STF é 0 de que, desconstituide o objeto do “habeas corpus", por julgada extinta a pena em face do seu integral cumprimento, resta prejudicado o pedido. Isso significa que a extincdo da pena torna incabivel a utilizagéo do “habeas corpus”. Isso porque o “habeas corpus” visa a tutela do direito a locomogdo, nao se justificando quando esse direito no mais se encontra limitado ou ameacado. Questéo errada. 140. (CESPE / Policia Federal - 2000) Caso ocorra, ao fim de um processo penal, a fixasdo de pena de multa em sentensa penal Wwwrw.estrategiaconcursos.com.br 116 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / condenatéria, ficara prejudicada a utilizagéo do “habeas corpus”, haja vista a sua destinacéo exclusiva a tutela do direito de ir e vir. Comentarios: Segundo 0 STF, ndo cabe habeas corpus contra decisdo que fixa pena de multa, uma vez que no haverd ofensa a liberdade de locomociio. Questao correta. 141. (CESPE / TJ-PB - 2010) Séo legitimados para impetrar mandado de seguranca a pessoa fisica, nacional ou estrangeira, e a pessoa juridica privada, mas n4o a publica, visto o mandado de seguranca ter como funcéo garantir direito liquido e certo contra ato de autoridade pablica. Comentarios: As pessoas juridicas de direito puiblico também podem impetrar mandado de seguranca. Questo errada. 142. (CESPE / TRT 1? Regido - 2010) E cabivel a impetracéo de mandado de seguranga contra ato jurisdicional das turmas do STF. Comentarios: A orientagao jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal ¢ firme no sentido de n&o admitir, salvo em situacdes excepcionais, mandado de seguranga contra as suas préprias decisées jurisdicionais, inclusive as proferidas por qualquer de seus Ministros, uma vez que esses atos sé podem ser reformados por via dos recursos admissiveis, ou, em se tratando de julgamento de mérito com transito em julgado, por meio de ac&o resciséria (MS 30836 RJ, 06/10/2011). Questao errada. 143. (CESPE / MCT-FINEP - 2009) Sera cabivel, em qualquer circunstancia, manejo de mandado de seguranca para proteger direito liquido e certo quando o responsavel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade publica ou agente de pessoa juridica no exercicio de atribuigées do poder publico. Comentarios: © mandado de seguranca é uma ago residual, sendo cabivel apenas quando o direito no for protegido nem por “habeas corpus” nem por “habeas data’. Questéo errada. www.estrategiaconcursos.com.br 117 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 144, (CESPE / TRE-MT - 2010) O mandado de seguranga pode ser interposto mesmo contra ato adi istrativo do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caucao. Comentarios: Pelo contrério! Nao cabe mandado de seguranca nesses casos (Lei 2016/09, art. 5°, IT). Questo errada. 145. (CESPE / DPE-PI - 2009) 0 mandado de seguranca pode ser impetrado por pessoas naturais, mas néo por pessoas juridicas, em defesa de direitos individuais. Comentarios: © mandado de seguranca pode ser impetrado tanto por pessoas naturais quanto por pessoas fisicas, na defesa de direito liquido e certo. Questdo errada. 146. (CESPE / OAB - 2010) A auséncia de deciséo administrativa em razoavel ndo enseja mandado de seguranca, pois o Poder rio ndo pode fixar prazo para decisées do Poder Executivo. A razoavel duracio do processo é garantida constitucionalmente (art. 5°, LXXVIII, CF), sendo direito liquido e certo do interessado, no ambito do processo administrativo. Cabe, portanto, mandado de seguranga contra a morosidade da Administrag&o. Questao errada. 147. (CESPE / OAB - 2010) Estrangeiro residente no exterior néo pode impetrar mandado de seguranga no Brasil. Comentarios: Pode sim! So legitimadas a impetrar mandado de seguranga todas as pessoas, fisicas ou juridicas, nacionais ou estrangeiras, domiciliadas ou néo no Brasil. Questo errada. 148. (CESPE / Senado Federal - 2002) O partido politico com representacéo nacional pode impetrar mandado de seguranga coletivo contra ilegalidade ou abuso de poder. Comentarios: Para ser legitimado a impetrar mandado de seguranca coletivo o partido politico precisa ter representago no Congresso Nacional. Questao errada. www.estrategiaconcursos.com.br 118 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 149, (CESPE / MPE-SE - 2010) Diferentemente das organizacées sindicais, das entidades de classe e das associacées, os partidos politicos nao tém legitimidade para impetrar mandado de seguranga coletivo. Comentarios: Os partidos politicos podem, sim, impetrar mandado de seguranga coletivo, desde que tenham representacao no Congresso Nacional. Questo errada. 150. (CESPE / TRE-MT - 2010) O mandado de seguranga coletivo pode ser impetrado por pessoas juridicas, ptiblicas ou privadas, como as organizacgées sindicais e as entidades de classe legalmente constituidas, mas nao por partidos politicos. Comentarios: Os partidos politicos podem impetrar mandado de seguranga coletiva, quando tem representagao no Congresso Nacional. Questo errada. 151. (CESPE / TRF 58 Regido - 2008) Qualquer partido politico pode impetrar mandado de seguranca coletivo para protecéo de direito liquido e certo. Comentarios: Para que seja legitimado a impetrar mandado de seguranca coletivo, é necessério que o partido politico tenha representag&o no Congresso Nacional. Questo errada. 152. (CESPE / Juiz TRT 12 Regido - 2010) De acordo com a CF, 0 mandado de injungdo é remédio destinado a suprir lacuna ou auséncia de regulamentacéo de direito previsto na CF e em norma infraconstitucional. Comentarios: © STF entende que 0 mandado de injunc&o sé é cabivel para suprir lacuna ou auséncia de regulamentacéo de direito previsto na CF. Nao cabe mandado de injungéo para suprir a falta de regulamentacéo de norma infraconstitucional. Questo errada. 153. (CESPE / TRT 17? Regido - 2009) Segundo a CF, deve ser concedido habeas data sempre que a auséncia de norma regulamentadora torne invidvel o exercicio dos direitos e das liberdades constitucionais e das prerrogativas jinerentes a nacionalidade, 4 soberania e a cidadania. worw.estrategiaconcursos.com.br 19 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / Comentarios: O instrumento adequado a sanar a lesividade da omissao do legislador, nesse caso, é 0 mandado de injunc&o, no o “habeas data” (art. 5°, LXXI, CF). Questdo errada. 154. (CESPE / IBRAM - 2009) O STF adota a posicéo de que o mandado de injuncaéo nao tem funcao concretista, porque nao cabe ao Poder Judiciario conferir disciplina legal ao caso concreto sob pena de violacdo ao principio da separacdo dos poderes. Comentarios: O STF tem adotado a posic&o concretista, conferindo 20 mandado de injungao © papel de superar, nos casos concretos, as consequéncias lesivas da inércia do Legislative. Questao errada. 155. (CESPE / TCE-TO - 2009) O STF passou a admitir a adocao de solugées normativas para a decisdo judicial como alternativa legitima de tornar a protecdo judicial efetiva por meio do mandado de injuncao. Comentarios: De fato, o STF passou a adotar a posic&o concretista em seus julgados, como forma de dar efetividade a protegao judicial. Questao correta. 156. (CESPE / TRE-MT - 2010) O mandado de injungéo tem como objeto o nado cumprimento de dever constitucional de legislar que, de alguma forma, afete direitos constitucionalmente assegurados, sendo pacifico, na jurisprudéncia do Supremo Tribunal Federal (STF), que ele 6 é cabivel se a omiss&o tiver carater absoluto ou total, e nao parcial. Comentarios: © mandado de injung&o, segundo o STF, é cabivel ndo sé para omissées de carater absoluto ou total como também para as omissdes de carater parcial. Questo errada. 157. (CESPE / Juiz TRF 2? Regido - 2011) O “habeas data” pode ser impetrado contra qualquer 6rgao do Estado, seja ele do Poder Executivo, do Poder Legislativo ou do Poder Judiciaério, mas nao contra pessoas juridicas de direito privado. Comentarios: O “habeas data” pode, sim, ser impetrado contra pessoas juridicas de direito privado, desde que detentoras de dados de carater publico. Questao errada. wwrw.estrategiaconcursos.com.br 120.de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 158. (CESPE / PM-DF - 2010) A CF prevé, entre outras garantias fundamentais, 0 mandado de injungéo como instrumento para assegurar 0 conhecimento de informagées relativas A pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de carater publico. Comentarios: E 0 “habeas data" (e ndo o mandado de injungo!) 0 instrumento para assegurar 0 conhecimento de informacées relativas a pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de carater piblico, Questo errada. 159. (CESPE / TRE-MT - 2009) Segundo a CF, cabe mandado de injungao para assegurar o conhecimento de informagées relativas 4 pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de carater publico. Comentarios: O instrumento adequado, nesse caso, € o “habeas data”. Questiio errada. 160. (CESPE / Juiz TRT 12 Regiéo - 2010) Como a garantia constitucional do habeas data tem por fin: lade disciplinar o direito de acesso a informagées constantes de registros ou banco de dados de entidades governamentais ou de carater publico relativo a dados pessoais pertinentes a pessoa do impetrante, a pessoa juridica nado tem legitimidade para 0 ajuizamento desse tipo de acao. Comentarios: Tanto a pessoa fisica quanto a juridica tém legitimidade para impetrar “habeas data”. Questao errada. 161. (CESPE / MPE-SE - 2010) Habeas data é 0 remédio constitucional adequado para o caso de recusa de fornecimento de certidées para defesa de direitos e esclarecimento de situacées de interesse pessoal, proprio ou de terceiros, assim como para o caso de recusa de obtengao de informagées de interesse particular, coletivo ou geral. Comentarios: © habeas data é remédio constitucional que se destina a garantir 0 acesso a informacées relativas 4 pessoa do impetrante, jamais de terceiros. Questo errada. www.estrategiaconcursos.com.br 121 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 162. (CESPE / DPF - 2009) Conceder-se-4 habeas data para assegurar © conhecimento de informacées relativas 4 pessoa do impetrante ou a de terceiros, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de carater publico. Comentarios: N&o cabe “habeas data” para conhecimento de informagées relativas a terceiros. Questao errada. 163. (CESPE / TRE-MT - 2010) O habeas data destina-se a assegurar 0 conhecimento de informagées pessoais constantes de registro de bancos de dados de entidades governamentais ou de carater publico, desde que geridas por servidores do Estado. Comentarios: Nao ha necessidade de que as informagdes constantes do registro de dados sejam geridas por servidores do Estado. Nao ha tal condicéo no ordenamento juridico. Questéo errada. 164. (CESPE / DETRAN-DF - 2009) Maria protocolou junto ao DETRAN requerimento com a finalidade de conhecer as informacgées acerca de sua pessoa constantes no banco de dados daquele érgao. O pedido foi negado pelo diretor, com base em portaria do érgéo que proibia o acesso pretendido por Maria, apesar de as informagoes nao serem de uso exclusivo do DETRAN. Para ter acesso as informagées, Maria podera valer-se do mandado de injuncdo. Essa aco constitucional destina-se a assegurar 0 acesso a informacées relativas 4 pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de carater publico. Comentarios: O instrumento adequado, nesse caso, seria o “habeas data", néo 0 mandado de injungao. Questo errada. 165. (CESPE / TRT 21? Regidio - 2010) Na impetracao do habeas data, © interesse de agir configura-se diante do binémio utilidade- necessidade dessa aco constitucional, independentemente da apresentacéo da prova negativa da via administrativa. Comentarios: A negativa da autoridade administrativa 6 requisite para a impetracéio do habeas data. Questo errada. www.estrategiaconcursos.com.br 122 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 166. (CESPE / OAB - 2009) O habeas data pode ser impetrado ao Poder Judiciario, independentemente de prévio requerimento na esfera administrativa. Comentarios: E necessario, sim, que tenha havido prévio requerimento na esfera administrativa. Ndo havendo tal requerimento, sera tido como inexistente o interesse de agir. Esse € 0 entendimento do STF, que exige o prévio esgotamento da via administrativa para que o “habeas data” possa ser impetrado. Questo errada. 167. (CESPE / ANATEL - 2009) Qualquer cidadao podera impetrar habeas data no Poder Ju rio para assegurar 0 conhecimento de informagées relativas a sua pessoa disponiveis na Agéncia Nacional de Telecomunicagées (ANATEL), independentemente de ter formulado o pedido diretamente na agéncia. Comentarios: Qualquer pessoa poderd impetrar “habeas data” no Poder Judicidrio, cumpridos os requisitos constitucionais e legais. Um desses requisitos é a prévia negativa administrativa. Questdo errada. 168. (CESPE / MPS - 2010) A nacionalidade brasileira é condigao necesséria e suficiente para propor acdo popular visando 4 declaracao de nulidade de ato lesivo ao patriménio histérico e cultural. Comentarios: A cidadania & condicéo necessdria e suficiente para propor acéo popular. Questao errada. 169. (CESPE / TCE-BA - 2010) A ac&o popular, que tem como legitimado ativo 0 cidadao brasileiro nato ou naturalizado, exige, para seu ajuizamento, o prévio esgotamento de todos os meios administrativos e juridicos de prevencdo ou repressdo aos atos ilegais ou imorais lesivos ao patriménio publico. Comentarios: Nao hé tal exigéncia para a agéo popular, Questo errada. 170. (CESPE / TCE-TO - 2009) 0 mandado de injungdo é o remédio constitucional adequado para anular ato lesivo ao patriménio publico ou de entidade de que o Estado participe, 4 moralidade administra a0 meio ambiente € ao patriménio histérico e cultural, ficando 0 autor, wwrw.estrategiaconcursos.com.br 123.de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / salvo comprovada méa-fé, isento de custas judiciais e do énus da sucumbéncia. Comentarios: E a acgdo popular (néo o mandado de injungdo) o remédio constitucional adequado para anular ato lesivo ao patriménio publico ou de entidade de que o Estado participe, A moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patriménio histérico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada méa-fé, isento de custas judiciais e do énus da sucumbéncia. Questo errada. 171. (CESPE / MPE-SE - 2010) Se o autor da acdo popular dela desistir, 0 MP podera, entendendo presentes os devidos requisitos, dar-the prosseguimento. Comentarios: © Ministério Publico podera, nesse caso, atuar como sucessor do autor. Questao correta. 172. (CESPE / TRT 5? Regido - 2008) Para propositura de acéo popular, o autor deve demonstrar a plenitude do exercicio de seus direitos politicos. Comentarios: De fato, somente o cidad&o pode ser autor de aco popular. Questo correta. 173. (CESPE / OAB - 2008) O Estado deve prestar assisténcia juridica integral e gratuita a todos. Comentarios: Segundo o art. 5°, LXXIV, da CF/88, “o Estado prestaré assisténcia juridica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiéncia de recursos”. Essa previsdo constitucional visa a garantir a todos o acesso a Justiga. Em concursos, vocé deve ficar atento ao fato de que a assisténcia juridica integral e gratuita sé é devida aos pobres, aos que comprovarem insuficiéncia de recursos. Questao errada. 174. (CESPE / Juiz TRT 23? Regiéo - 2011) O Estado indenizaraé o condenado por erro judicidrio, ou seja, apenas quando a condenacao fizer com que alguém fique preso além do tempo fixado na sentenca. Comentarios: www.estrategiaconcursos.com.br 124 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / ‘A quest&o cobra o conhecimento do inciso LXXV do art. 5° da CF/88, segundo © qual o Estado indenizaré o condenado por erro judicidrio, assim como 0 que ficar preso além do tempo fixado na sentenga. Questo errada. 175. (CESPE / TJ-SC - 2011) E gratuita a certiddo de ébito para os reconhecidamente pobres na forma da lei. Comentarios: Cobra-se, na questiio, 0 inciso LXXVI do art. 5°, segundo o qual sao gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei o registro civil de nascimento e a certidao de dbito. Questo correta. 176. (CESPE / MPS - 2010) Para aqueles que sao, nos termos da lei, reconhecidamente pobres, 0 Estado deve prover gratuitamente a certidao do registro civil de nascimento, de casamento e de ébito. Comentarios: Sao gratuitos, para os reconhecidamente pobres, na forma da lei, a certidao de dbito e o registro civil de nascimento. O individuo, portanto, nasce e morre de graca, se for pobre. No intervalo entre nascimento e morte, paga tributos (risos)... A certidéo de casamento nao tem o mesmo tratamento constitucional que as de nascimento e ébito. Por isso, a questo é errada. 177. (CESPE / MCT - FINEP - 2009) As acées de “habeas corpus” e habeas data sao gratuitas. Comentarios: © enunciado cobra o conhecimento do inciso LXXVII do art. 5° da CF/88, que dispde que s&o gratuitas as acées de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atos necessérios ao exercicio da cidadania. Questo correta. 178. (CESPE / TRE-MT - 2009) O direito 4 duracaéo razoavel do processo, tanto no ambito judicial quanto no ambito administrativo, € um direito fundamental previsto expressamente na CF. Comentarios: Exige-se, aqui, 0 conhecimento do inciso LXXVIII do art. 5° da CF/88, incluido pela Emenda Constitucional n° 45, de 2004, segundo o qual a todos, no ambito judicial e administrativo, so assegurados a razodvel duragSo do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitacao. Questo correta. www.estrategiaconcursos.com.br 125 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 179, (CESPE / DETRAN-DF - 2009) Entre os direitos fundamentais previstos expressamente na CF esta o direito 4 duracdo razoavel dos processos, tanto no ambito judicial quanto no administrativo. Comentarios: Questéo correta, com base no art. 5°, LXXVIII, da CF/88. 180. (CESPE / TJ-PA - 2002) Considerando o disposto na norma constante do § 1.° do art. 5.°: "as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais tém aplicacéo imediata", é correto afirmar que as normas de direitos fundamentais nao estado condicionadas a atuagéo reguladora do legislador. Comentarios: De fato, conforme afirma 0 § 1° do art. 5° da CF/88, as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais tém aplicagdo imediata. Desse comando constitucional, depreende-se que as normas que definem direitos e garantias fundamentais (nao so aquelas do art. 5° da CF, mas também as constantes de outros artigos da Constituicéo) devem ser interpretadas de modo a terem a maior eficdcia possivel, mesmo quando ainda nao regulamentadas pelo legislador ordinario. No entanto, hé vdrios direitos e garantias fundamentais previstos em normas de eficdcia limitada, dependendo de regulamentacéo para a producéio de todos os seus efeitos. Portanto, a questo estd errada. 181. (CESPE / TRE-MT - 2009) Os direitos e garantias fundamentais estdo previstos de forma taxativa na CF. Comentarios: Vejamos 0 que determina 0 § 2° do inciso 5° da CF/88: § 2° - Os direitos e garantias expressos nesta Constituigé0 ndo excluem outros decorrentes do regime e dos principios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a Republica Federativa do Brasil seja parte. Como se deduz do pardgrafo acima, os direitos e garantias fundamentais previstos na Constituicgéo tém enumeragdo aberta (rol exemplificativo). Pode, portanto, haver outros, decorrentes dos principios constitucionais ou da assinatura de tratados internacionais pela Reptblica Federativa do Brasil. Questéo errada. www.estrategiaconcursos.com.br 126 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 182. (CESPE / STM - 2011) Os direitos e as garantias expressos na Constituigéo Federal de 1988 ( CF ) excluem outros de carater constitucional decorrentes do regime e dos principios por ela adotados, uma vez que a enumeracao constante no artigo 5.° da CF é taxativa. Comentarios: Pelo contrério! S6 para fixar, reza 0 § 20 do inciso 5° da CF/88 que os direitos e garantias expressos na Constituicéo nao excluem outros decorrentes do regime e dos principios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a Republica Federativa do Brasil seja parte. Questéio errada. 183. (CESPE / MMA - 2009) Os direitos e garantias fundamentais encontram-se destacados exclusivamente no art. 5.° do texto constitucional. Comentarios: Os direitos e garantias fundamentais encontram-se dispersos em todo o ordenamento juridico, podendo, inclusive, resultar da assinatura de tratados internacionais. Questao errada 184. (CESPE / AUGE-MG - 2009) Nosso sistema constitucional estabelece um rol exaustivo de direitos e garantias fundamentais, razao pela qual eles nado podem ser ampliados além daqueles constantes do art. 5.° da CF. Comentarios: Nada disso! O rol estabelecido pela Constituicéo é apenas exemplificativo. Questao errada. 185. (CESPE / MPE-RO - 2010) Os tratados de direitos humanos, ainda que aprovados apenas no Senado Federal, em dois turnos e por maioria qualificada, equiparam-se as emendas constitucionais. Comentarios: Dispde 0 § 3° do art. 5° da CF/88 que os tratados e convengées internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por trés quintos dos votos dos respectivos membros, serdo equivalentes s emendas constitucionais. Quest&o errada. 186. (CESPE / PM-DF - 2010) Se o Congresso Nacional aprovar, em cada uma de suas casas, em dois turnos, por trés quintos dos seus votos dos respectivos membros, tratado internacional que verse sobre wwrw.estrategiaconcursos.com.br 127 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / direitos humanos, esse tratado sera equivalente as emendas constitucionais. Comentarios: Como vimos, a Lei Fundamental dispde que os tratados e convengdes internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por trés quintos dos votos dos respectivos membros, serao equivalentes as emendas constitucionais. Questo correta. 187. (CESPE / TJ-RR - 2012) Caso 0 Congresso Nacional aprove, em dois turnos, por trés quintos dos votos dos respectivos membros, tratado internacional sobre direitos humanos, este tera forca de normativa equivalente as emendas constitucionais. Comentarios: E 0 que determina 0 § 3° do art. 5° da CF/88. Questdo correta. 188. (CESPE / TRT 174 Regido - 2009) O Bra: se submetera4 a jurisdigéo de Tribunal Penal Internacional a cuja criagéo manifestar adesao. Comentarios: Chegamos ao ultimo paragrafo do art. 5° da Constituigfo! Veja o que ele determina: § 4° 0 Brasil se submete & jurisdic&o de Tribunal Penal Internacional a cuja criag&o tenha manifestado adeséo. © examinador praticamente se limitou a transcrever o texto da CF/88. Questo correta (e facil, também). 189, (CESPE / TRF 52 Regido - 2008) O Brasil se submete a jurisdicao de tribunal penal internacional a cuja criagéo manifeste adesao. Comentarios: Questo correta. Nao hd nem o que comentar! www.estrategiaconcursos.com.br 128 de Aula 02 - Prof* Nadia / PEM mel eed 1. (CESPE/ Escrivéo PC-GO - 2016) A respeito dos direitos e garantias fundamentais previstos na Constituigaéo Federal de 1988, assinale a opcao correta. a) De acordo com a lei, a pratica da tortura é considerada crime inafiangdvel e insuscetivel de graca ou anistia, por ele respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitd-lo, se omitirem. b) A priséo em flagrante deve ser imediatamente relaxada pela autoridade judicidria, devide ao fato de ser vedado levar pessoas a prisio ou manté-las na prisdo nas situagdes em que a lei admitir a liberdade proviséria. c) Nas hipéteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigacéo criminal ou instrug&io processual penal, permite-se que ordem judicial afaste a inviolabilidade do sigilo da correspondéncia. d) Constituem crimes inafiangaveis e imprescritiveis 0 terrorismo e os definidos como crimes hediondos; a acdo de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado democratico. e) E permitida a extradicéo de brasileiro naturalizado, em caso de crime comum praticado apés a naturalizagdo ou de comprovado envolvimento em trafico ilicito de entorpecentes e drogas afins. 2. (CESPE / TCE-PR - 2016) A luz da jurisprudéncia do STF, assinale a opcéo correta acerca de habeas corpus. a) Ohabeas corpus é instrumento vidvel para a revisio de stmulas de tribunais se o teor da sumula atentar abstratamente contra o direito a liberdade de locomoggo. b) A utilizaggo do habeas corpus como mecanismo judicial para salvaguarda do direito & liberdade de locomoc&o é limitada no tempo, sujeitando-se a preclusdo e decadéncia. c) A inadmissibilidade de impetrac&io sucessiva de habeas corpus, ou seja, de apreciagéo de um segundo habeas corpus quando ainda nao definitivamente julgado 0 anteriormente impetrado, é relativizada se se tratar de ilegalidade flagrante e prontamente evidente. d) O habeas corpus € meio idéneo para impugnar ato de sequestro ou confisco de bens em processo criminal. ¢) O afastamento de cargo publico é impugndvel por habeas corpus. www.estral concursos.com.br Cons Aula 02 - Prof* Nadia / (CESPE / TCE-PA - 2016) Como o habeas data n&éo pode ser ado por pessoa juridica, deve ser reconhecida a ilegitimidade ativa na hipétese de pessoa juridica ajuizar habeas data para obter informagées de seu interesse constante de dados de determinada entidade governamental. 4. (CESPE / TCE-PA - 2016) Entre os direitos fundamentais incluem-se os remédios constitucionais, como, por exemplo, o mandado de injuncao, criado pela Constituigdo Federal de 1988 e que tem por finalidade suprir a falta de norma regulamentadora que iabilize o exercicio dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes 4 nacionalidade, 4 soberania e a cidadania. 5. (CESPE / TCE-PA - 2016) O direito de peticéo configura instrumento de controle administrativo: por meio dele, assegura-se a qualquer pessoa a defesa de os, individuais ou coletivos, bem como 0 direito de peticionar contra ilegalidade ou abuso de poder, perante autoridade administrativa competente de qualquer dos poderes constituidos. 6. (CESPE/ PC-PE - 2016) Os direitos e garantias fundamentais tem aplicagéo imediata, razdo por que nenhum dos direitos individuais elencados na CF necessita de lei para se tornar plenamente exequivel. 7. (CESPE/ PC-PE - 2016) 0 mandado de seguranga coletivo pode ser impetrado por sindicatos, entidades de classe e associacées, mas nao por partidos politicos, pois se destinam a defesa de interesses coletivos comuns a determinada coletividade de pessoas. 8. (CESPE / TRE-PI - 2016) Gravacao de conversa telefénica sem autorizagao judicial, registrada por um dos interlocutores, é considerada prova ilicita, ante o sigilo das comunicacées telefénicas, constitucionalmente assegurado. 9. (CESPE / TRE-PI - 2016) A instauragdo de processo administrativo disciplinar contra servidor pblico para apuragéo de irregularidade funcional garante ao servidor o direito de impetrar habeas corpus para impedir o prosseguimento do _ processo administrativo. 10. (CESPE / TRE-PI - 2016) Nao podera ser conhecido habeas corpus impetrado em beneficio alheio por individuo destituido de sanidade mental que nao esteja representado ou assistido por outrem. 11. (CESPE / TJDFT - 2016) O Mi comprometimento de interesse social qu: ativa para propor aco popular. www.estrategiaconcursos.com.br 130 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 12. (CESPE / TJDFT - 2016) O direito ao duplo grau de jurisdicio & assegurado expressamente na CF, decorre da protecdo judiciaria efetiva e n&o admite ressalvas, salvo a precluséo decorrente da propria inacao processual. 13. (CESPE / TJDFT - 2015) A atuacao das associacées na defesa de seus associados em mandado de seguranca coletivo independe de autorizagao. 14, (CESPE / TRE-RS - 2015) Previsto expressamente na CF, o principio do devido processo legal assegura o contraditério e a ampla defesa aos litigantesem processo judicial, mas néo em processo administrativo. 15. (CESPE / TJDFT - 2015) 0 habeas data nao € meio de solicitacéo e obtencdéo de informacées de terceiros, uma vez que tem como objetivo assegurar o conhecimento de informacées relativas ao proprio impetrante. 16. (CESPE / TRE-RS - 2015) A vedacdo a existéncia de tribunais de excecgdo, bem como a admiss&o de foro por prerrogativa de funcgdo, séo reflexos, em certa medida, do principio da isonomia em sua dimensdo material. 17. (CESPE / DPE-RN - 2015) A determinacdo de foro justificada por prerrogativa de funcdo, ainda que instituida exclusivamente por Constituigéo estadual, prevalece sobre a competéncia do tribunal de juri. 18. (CESPE / DPE-RN - 2015) Por ferir o direito a privacidade, € ilegitima a publicagéo, em qualquer tipo de vefculo, dos nomes de servidores da administragéo publica e do valor dos vencimentos e vantagens pecuniarias por eles recebidos. 19. (CESPE / Procurador de Salvador — 2015) O fato de o direito a Privacidade ser assegurado a todos faz que seja inconstitucional lei municipal que determine a publicagdo dos nomes dos servidores do municipio acompanhados dos valores de seus subsidios. 20. (CESPE / Procurador de Salvador - 2015) & pacifica a orientagao jurisprudencial segundo a qual néo se admite mandado de seguranca contra lei em tese; essa compreensdo, todavia, néo impede a impetragdo contra atos infralegais, tais como regulamentos e portarias, ainda que estes sejam dotados de abstracdo e generalidade. 21. (CESPE / Procurador de Salvador - 2015) A competéncia do juri para o julgamento de crimes dolosos contra a vida néo é absoluta e www.estrategiaconcursos.com.br 131 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / pode ser excepcionada por regra da prépria CF, como, por exemplo, 0 julgamento de prefeitos pelo TJ. 22. (CESPE / Procurador de Salvador - 2015) Desde que prevista em lei, € constitucional, em processo administrativo, a exigéncia de depésito ou de arrolamento prévio de bens e de direitos como pressuposto de admissibilidade de recurso administrativo. 23. (CESPE/ TCU - 2015) No Brasil, é vedada a pena de morte em quaisquer situacées. 24, (CESPE / STJ - 2015) A CF somente admite a pena de morte em caso de guerra declarada. 25. (CESPE / STJ - 2015) O preso tem direito 4 identificagéo dos responsdveis por sua priséo, somente havendo sigilo em caso de necessidade de protecio da seguranca dos agentes publicos envolvidos no caso. 26. (CESPE / STJ - 2015) Ao advogado de uma pessoa sob investigagéo € permitido o acesso aos autos do inquérito policial, mesmo que estes sejam classificados como sigilosos, por ser este um direito garantido ao investigado. 27. (CESPE / MPOG - 2015) O direito do cidadado de receber dos 6rgaos ptblicos informacgées de interesse coletivo inclui também aquelas imprescindiveis a seguranca da sociedade. 28. (CESPE / MPOG - 2015) 0 direito adquirido, entendido como aquele que ja se incorporou ao patriménio do seu titular, ndo podera ser prejudicado por lei posterior. 29. (CESPE / FUB - 2015) Em nenhuma circunstancia havera penas cruéis ou de morte, de carater perpétuo, de trabalhos forgados e de banimento. 30. (CESPE / FUB - 2015) Nos processos judiciais, sao assegurados aos litigantes os direitos fundamentais do contraditério e da ampla defesa. Entretanto, diante do principio da autotutela administrativa, essa garantia é inaplicavel aos processos administrativos. 31. (CESPE / Advogado Telebras - 2015) O habeas data é recurso previsto no texto constitucional cuja finalidade é assegurar ao duo o conhecimento de informacées, relativas 4 sua pessoa, que estejam armazenadas em bancos de dados de_ entidades governamentais, ou banco de dados privados de interesse publico. www.estrategiaconcursos.com.br 132.de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 32. (CESPE/ TJDFT - 2015) Decai o mandado de seguranca impetrado no TJDFT contra ato de autoridade coatora que deveria ser processada na justica federal se o processo nao for remetido ao juizo competente em até cento e vinte dias apés a ocorréncia do ato. 33. (CESPE/ TJDFT - 2015) A atuacdo das associacées na defesa de seus associados em mandado de seguranca coletivo independe de autorizacao. 34. (CESPE/ TJDFT - 2015) As associagées possuem legitimidade para deduzir interpelacao judicial como medida preparatéria de agdo penal em defesa da honra de seus associados. 35. (CESPE / Procurador de Salvador - 2015) A impetracio de mandado de seguranca coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorizacdo destes. 36. (CESPE / AGU - 2015) De acordo com o atual entendimento do STF, a decis&o proferida em mandado de injunc&éo pode levar a concretizacio da norma constitucional despida de plena eficdcia, no tocante ao exercicio dos direitos e das liberdades constitucionais e das prerrogativas relacionadas 4 nacionalidade, 4 soberania e a cidadania. 37. (CESPE / MPOG - 2015) A aco popular deve ser proposta somente por partido politico com representacéo no Congresso Nacional. 38. (CESPE / TCU - 2015) © mandado de seguranga coletivo pode ser impetrado por partido politico que tenha representagao no Congresso Nacional. 39. (CESPE / FUB - 2015) Uma entidade de classe que estiver em funcionamento ha apenas seis meses n&o possui, por essa razao, legitimidade para impetracéo de mandado de seguranga coletivo em defesa de interesse de seus membros. 40. (CESPE/ TRE-GO - 2015) Qualquer associagéo legalmente constituida e em funcionamento ha pelo menos um ano é parte legitima para propor ado popular que vise a anulaco de ato lesivo ao patriménio publico ou ao meio ambiente. 41. (CESPE/ TRE-GO - 2015) O cidadéo brasileiro, nato ou naturalizado, com capacidade eleitoral ativa, tem legitimidade para propor acao popular. www.estrategiaconcursos.com.br 133 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 42. (CESPE/ DPU - 2015) N&o viola a clausula do devido processo legal a exigéncia de arrolamento prévio de bens para fins de admissibilidade de recurso administrativo. 43. (CESPE/ DPE-PE - 2015) A jurisprudéncia do STF acerca do mandado de injung&éo evoluiu para admitir que, além de declarar omisso o Poder Legislativo, o préprio tribunal edite a norma geral de que depende o exercicio do direito invocado pelo impetrante. 44, (CESPE/Camara dos Deputados - 2014) A CF determina que os crimes de racismo, a pratica da tortura e o terrorismo sido imprescritiveis, inafiangaveis e insuscetiveis de graga ou anistia. 45. (CESPE/Policia Federal - 2014) 0 terrorismo, o racismo, a tortura € 0 trafico ilicito de entorpecentes sao crimes hediondos, inafiancaveis e insuscetiveis de graca e anistia. 46. (CESPE/MPE-AC - 2014) A CF admite em situagées especificas, como as que envolvam acdéo de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e 0 Estado democratico, que alguém possa ser julgado por érg4o judicial constituido ex post facto. 47. (CESPE/ TJ-SE - 2014) No julgamento de crimes dolosos contra a vida, a competéncia do tribunal do juri deve prevalecer a de eventual foro por prerrogativa de funcio fixado por constituicéo estadual. 48. (CESPE/ TJ-DF - 2014) O foro por prerrogativa de funcéo, mesmo quando estabelecido exclusivamente por constituigéo estadual, prevalece sobre a competéncia do tribunal do juri, prevista na CF. 49. (CESPE / FNDE - 2012) A CF assegura a todos o direito de receber dos érg&os ptiblicos informacées de seu interesse particular, ou de teresse coletivo ou geral, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindivel 4 seguranca da sociedade e do Estado, nao se incluindo entre érgdos publicos, para os fins desse dispositivo, sociedades de economia mista e empresas piblicas. 50. (CESPE / PREVIC - 2011) Independentemente do pagamento de taxas, € assegurada a todos, para a defesa e esclarecimento de situagdes de interesse pessoal e de terceiro, a obtencao de certidées em repartigées puiblicas. 51. (CESPE / Juiz Federal TRF 32 Regido - 2011/) 0 direito de peticéo é direito fundamental de cardter universal, assegurado a generalidade das pessoas fisicas, brasileiras ou estrangeiras, de modo individual ou coletivo, mas ndo as pessoas juridicas, que nao dispéem de les jidade para valer-se desse instrumento de defesa de interesses www.estrategiaconcursos.com.br 134.de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / préprios ou de terceiros contra atos ilegais ou praticados com abuso de poder. 52. (CESPE / TRT 12 Regido - 2010) O principio da inafastabilidade da jurisdicao tem aplicacdo absoluta no sistema juridico vigente, o qual nao contempla a hipétese de ocorréncia da denominada jurisdicao condicionada. 53. (CESPE / MPU - 2013) A lei regulard a individualizagao da pena, proibidas, em qualquer situacéo, a pena de morte, a de carater perpétuo, a de trabalhos forgados, a de banimento e a cruel. 54, (CESPE / DPE-PI - 2009) Qualquer pessoa, seja fisica ou j nacional ou estrangeira, tem legitimidade para exercer o di peticéo, apresentando reclamacgées a qualquer autoridade legislativa, executiva ou jurisdicional, contra ilegalidade ou abuso de poder. 55. (CESPE / MPPE-PR - 2008) E assegurada a todos, mediante o pagamento de taxa, a obtencdo de certidées em reparticées publicas, para defesa de direitos e esclarecimentos de situagées de interesse Pessoal. 56. (CESPE / TER-GO - 2009) A CF garante a obtencdo de certidées em reparticées publicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situagées de interesse pessoal, mediante o pagamento das respectivas taxas. 57. (CESPE / INSS - 2008) Em 2007, Liicio requereu aposentadoria por tempo de servico perante o INSS por ter atingido a idade minima exigida para o beneficio e 35 anos de contribuicao. O INSS indeferiu o requerimento porque ndo considerou o perfodo trabalhado em XY Comércio Ltda., tempo de servico reconhecido e anotado na carteira de trabalho de Lucio por forga de sentenca trabalhista transitada em julgado. Ante tal indeferimento, o trabalhador solicitou ao INSS cépia do processo administrativo em que constava o indeferimento ou certiddo circunstanciada de inteiro teor do processo, mas o servidor que o atendeu recusou-se a Ihe fornecer a documentagio solicitada. E direito de Lucio o recebimento da certidéo, que deve retratar fielmente os fatos ocorridos no processo de requerimento de aposentadoria. 58. (CESPE / AGU - 2010) A CF assegura a todos, independentemente do pagamento de taxas, a obtengdo de certidées em reparticées pUblicas, para a defesa de direitos e esclarecimentos de situagées de interesse pessoal. Nesse sentido, ndo sendo atendido o pedido de certiddo, por ilegalidade ou abuso de poder, o remédio cabivel sera o habeas data. www.estrategiaconcursos.com.br 135 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 59. (CESPE / Juiz TRF 34 Regido - 2011) O texto constitucional determina que a lei nao pode excluir da apreciacao do Poder Judiciario leséo ou ameaca a direito, seja ela proveniente de aco ou omissao de organizagées piblicas, seja originada de conflitos privados; como corolario do principio da inafasta garante, de modo expresso, o di todos os feitos e instancias. 0 ao duplo grau de jurisdigao em 60. (CESPE / Juiz TRF 3 Regido - 2011) A jurisprudéncia do STF considera que o principio do direito adquirido se impée a leis de direi privado, mas néo a leis de ordem publica, pois estas se aplicam de imediato, alcangando os efeitos futuros do ato juridico perfeito ou da coisa julgada. 61. (CESPE / INSS - 2008) 0 principio constitucional segundo o qual a lei nova n&o prejudicara o ato juridico perfeito nado se aplica as normas infraconstitucionais de ordem publica. 62. (CESPE / INSS - 2008) Os servidores publicos de autarquias que promovem intervengao no dominio econémico tém direito adquirido a regime juridico. 63. (CESPE / TRE-PA - 2007) O servidor ptblico tem direito adquirido ao regime juridico, sendo defeso alterar as disposigées legais existentes no momento do inicio do exer do cargo. principio do juiz natural, que é assegurado a todo e qualquer individuo, brasileiro e estrangeiro, abrangendo, inclusive, pessoas juridicas. 65. (CESPE / TRE-MT - 2010) A CF permite que seja constituido tribunal penal especial para o julgamento de crimes hediondos que causem grande repercussdo na localidade em que foram cometidos. 66. (CESPE / MPE-RR - 2008) Os tribunais de excecdo séo criados em determinadas situagdes excepcionais, tais como o julgamento de crimes de genocidio. 67. (CESPE / PM-DF - 2010) Em casos de crimes que causem grande comocao nacional, como no caso de genocidio, a CF permite que seja constituido tribunal penal especial para julga-los. 68. (CESPE / SEAD-SE - 2009) Célio é analista administrativo da Secretaria de Estado da Administragdo de estado da federagéo ha 5 anos. Em janeiro de 2009, ele foi convocado para integrar o corpo de jurados do tribunal do juri da capital do seu estado. Célio encaminhou ‘expediente ao juiz titular do tribunal, alegando a impossi www.estrategiaconcursos.com.br Cons Aula 02 - Prof* Nadia / Participar do corpo de jurados em razéo de as votacgées serem pUblicas, nao havendo sigilo, o que Ihe deixaria em uma posicdo de exposigao pessoal na cidade em que reside. Nessa situacéo, Célio equivocou-se ao encaminhar o expediente ao magistrado, uma vez que a CF assegura o sigilo das votagées no tribunal do juri. 69. (CESPE / TRE-BA - 2010) A competéncia do juri é para julgamento dos crimes contra a vida, sejam eles dolosos ou culposos. 70. (CESPE / STF - 2008) O julgamento dos crimes dolosos contra a vida é de competéncia do tribunal do juri, mas a CF ndo impede que outros crimes sejam igualmente julgados por esse érgdo. 71. (CESPE / OAB - 2009) E correto afirmar que a lei penal: a) nao retroagira, salvo para beneficiar o réu. b) retroagiré, salvo disposic&o expressa em contrario. c) nao retroagir, salvo se o fato criminoso ainda nao for conhecido. d) retroagira, se ainda néo houver proceso penal instaurado. 72. (CESPE / STJ - 2008) No Brasil, o terrorismo e o racismo séo imprescritiveis, inafiancaveis ¢ insuscetiveis de grasa ou anis' 73. (CESPE / SEJUS-ES - 2007) Por forga constitucional, sdo inafiangaveis os crimes de racismo e de tortura. 74, (CESPE / SEJUS-ES - 2007) Respondem pelo crime de tortura tanto as pessoas que a praticam quanto as que, podendo evita-la, se omitem. 75. (CESPE / OAB - 2007) Sao inafiancaveis os crimes de racismo, tortura, trafico ilicito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e 0s cometidos por grupos armados, e militares, contra a ordem constitucional e o estado democratico. Mas em relagéo aos crimes hediondo: fica. o legislador autorizado a excluir ou néo a inafiangabilidade. 76. (CESPE / BRB - 2010) Conforme expressa disposicao constitucional, o trafico ilicito de substancias entorpecentes e drogas afins € considerado crime inafiangavel e imprescritivel. 77. (CESPE / Policia Civil - PB - 2009) O crime de tortura é afiangavel, mas sera insuscetivel de gracga ou anistia ou de liberdade provisoria. www.estrategiaconcursos.com.br 137 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 78. (CESPE / MPE-RO - 2010) Segundo jurisprudéncia do STF, é constitucional norma legal que vede a progressdo do regime de cumprimento de pena para os crimes hediondos. 79. (CESPE / MPU - 2010) O ordenamento constitucional veda o envio compulsério de brasileiros ao exterior, que caracterizaria a pena de bai ento, assim como proibe a retirada coativa de estrangeiros do territorio nacional, que caracterizaria a pena de expulsao. 80. (CESPE / TRE-MA - 2009) Inexiste pena de morte, no Brasil, em qualquer hipétese. 81. (CESPE / TRT 5? Regido - 2008) E proibida a instituigao de pena de morte no Brasil por forga de mandamento constitucional. 82. (CESPE / OAB -SP - 2009) Segundo a CF, pode ser instituida pena: a) de carater perpétuo b) de trabalhos forgados. c) de perda de bens. d) de banimento 83. (CESPE / TRT 1? Regido - 2008) Se, em sentenga judicial transitada em julgado, José for condenado ao perdimento de bens importados ilegalmente e, durante o curso do processo, ocorrer o falecimento de José, nessa situacdo, os sucessores dele receberdo o patriménio, ja que é pétrea a determinacéo de que nenhuma pena Pode ser estendida aos sucessores do condenado. 84, (CESPE / SEJUS-ES - 2007) O Estado brasileiro deve assegurar as presidiarias as condicées necessarias para que possam permanecer com os seus filhos durante o periodo de amamentacao. 85. (CESPE/TJ-CE - 2014) A publicidade dos atos processuais é restrita as partes e aos seus advogados. 86. (CESPE/TJ-CE - 2014) Os presos federais néo tém direito a identificagdo dos responsaveis por sua prisdo. 87. (CESPE/TJ-CE - 2014) A prisdo ilegal sé sera imediatamente relaxada pela autoridade judiciaria quando decorrente de prova ilicita. 88. (CESPE/MPE-AC - 2014) Em se tratando de crimes de acéo publica, o oferecimento da acdo penal é de competéncia privativa do www.estrategiaconcursos.com.br 138 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / MP, n&o se admitindo a acdo privada, ainda que aquela néo seja proposta no prazo legal. 89. (CESPE/MPE-AC - 2014) Consoante o STF, configura expresséo do direito de defesa o acesso de advogado, no interesse do representado, aos elementos de prova produzidos por érgéo com competéncia de policia judicidria, desde que ja estejam documentados em procedimento investigativo. 90. (CESPE/ TCDF - 2014) No entendimento do STF, a garantia do devido processo legal nao torna obrigatéria a defesa técnica por advogado no ambito dos processos administrativos disciplinares que envolvam servidores publicos. 91. (CESPE / MPU - 2013) Nenhum brasileiro nato sera extraditado, salvo em caso de comprovado envolvimento em trafico internacional de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei. 92. (CESPE / TCE-BA - 2010) A CF prevé que o estrangeiro nao pode ser extraditado por crime politico ou de opiniao. 93. (CESPE / TRT 17 Regido - 2009) A CF prevé que nao se concede extradicéo de estrangeiro por crime politico ou de oj jo, porém os brasileiros naturalizados podem ser extraditados em caso de crime comum, praticado antes da naturalizacao. 94, (CESPE / TRT 3? Regido - 2010) A doutrina e a jurisprudéncia dominantes entendem ser inaplicavel a garantia do contraditério e da ampla defesa ao inquérito policial, uma vez que se ndo tem aqui um processo compreendido como instrumento destinado a decidir litigio. 95. (CESPE/ Juiz TRT 1? Regido - 2010) A CF assegura aos litigantes em processo judicial ou administrative e aos acusados em geral o contraditério e a ampla defesa, com os meios e recursos a eles inerentes, razao pela qual, no ambito do processo administrativo disciplinar, € imprescindivel a presenga de advogado. 96. (CESPE / MPU - 2010) Considerando que os direitos sejam bens e vantagens prescritos no texto constitucional e as garantias sejam os instrumentos que asseguram o exercicio de tais direitos, a garantia do contraditério e da ampla defesa ocorre nos processos judiciais de natureza criminal de forma exclusiva. 97. (CESPE/ Policia Federal - 1997) Imagine que os meios de comunicacgaéo hajam realizado ampla cobertura jornalistica acerca de Guilherme, cidadao brasileiro suspeito de haver posto um artefato explosive em um avido de carreira, apontando-o como efetivo responsavel pelo ato que causou 0 pouso forcado da aeronave, com www.estrategiaconcursos.com.br 139 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / lesées corporais em dezenas de passageiros e duas mortes. Todas as noticias basearam-se nas apaixonadas declaragées que Luis, Delegado de Policia Federal, fez em pUblico, afirmando sua conviccdo pessoal quanto a culpabilidade de Guilherme, em razéo dos indicios de que dispunha até aquele momento. Guilherme, devido ao intenso burburinho que se formou em torno de sua pessoa, entrou em depressdo, foi demitido e seus filhos sofreram o reptidio dos colegas de escola. Alguns meses depois, quando a imprensa ja deixara de comentar 0 assunto, o inquérito policial chegou a termo e o delegado responsdvel, Luis, apontou como verdadeiro culpado no relatério final, Anténio, outro passageiro do avido, que, alias, confessou o crime. Anténio foi denunciado pelo Ministério Publico Federal e acabou condenado pelo delito. Tendo em conta a situacdo acima e as normas constitucionais relativas aos direitos e garantias fundamentais, uma vez que a autoridade policial responsavel pela investigacao formasse sua intima convicc&o acerca da culpabilidade de Guilherme, caberia a este provar a prépria inocénci: 98. (CESPE / TJ-DF - 2003) De acordo com a teoria dos frutos da 4rvore envenenada, a prova ilicita originaria contamina as demais provas dela decorrentes, sendo todas elas inadmissiveis no processo. 99. (CESPE / AUGE-MG - 2009) Admite-se que a lei publicidade dos atos processuais quando a defesa da i interesse social o exigirem. restrinja a imidade ou o 100. (CESPE / PM-DF - 2009) 0 juiz de direito da vara criminal de uma cidade decretou a priséo preventiva de Joel, por este ter praticado trafico de drogas, crime equiparado a hediondo pela CF. O juiz determinou que a decisdo fosse cumprida pela PMDF. O mandado chegou a PMDF as 20 h e foi distribuido 4 equipe que se encontrava de plantao naquela noite, comandada pelo capitao Oliveira. Imediatamente, os policiais dirigiram-se para a casa do acusado, bateram & porta e perguntaram por Joel, ouvindo de sua esposa que ele néo estava. Oliveira determinou uma busca na_residéncia, encontrando Joel escondido debaixo da cama do casal. O ca informou ao procurado o motivo de sua prisdo e que ele teria direito a um advogado. Os familiares de Joel indagaram para onde ele seria levado, tendo o policial respondido que essa informacgdo sé seria passada ao advogado do preso no dia seguinte. Em seguida, Joel foi levado Para o quartel da PMDF mais préximo. No dia seguinte, o ira encaminhou documento ao juiz criminal com os seguintes dizeres: Exmo. Sr. Juiz. Misséo cumprida. 0 traficante j4 esta preso. Permanecemos a sua disposicao. jais agiram corretamente quanto as informagées passadas aos res e ao juiz, visto que tinham a obrigacdo de informar aos www.estrategiaconcursos.com.br 140 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / familiares apenas o motivo da priséo de Joel e, ao juiz, informar tao somente que a decisdo havia io cumprida conforme determinado. Questées relativas ao local onde Joel estava detido séo de ordem meramente administrativa e inexiste mecessidade de essa comunicacéo ser feita ao juiz ou aos familiares. 101. (CESPE / PM-DF - 2009) Os po! que efetuaram a prisio de Joel tém direito ao anonimato, visando resguardar sua integridade e a de sua familia contra possiveis retaliagées. 102. (CESPE / DPE-AL - 2009) Segundo entendimento do STF, é vedada a utilizagéo de algemas, sob pena de ofensa ao principio da dignidade da pessoa humana e do direito fundamental do cidadao de nao ser submetido a tratamento desumano ou degradante. 103. (CESPE / Policia Civil - PB - 2009) O uso ilicito de algemas podera impor a responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e a nulidade da priséo ou do ato processual a que se refere. 104, (CESPE / Policia Civil - TO - 2008) O preso tem o direito de saber os motivos de sua prisdo e a identificagao das autoridades ou agentes que a estao efetuando, para que eventuais ilegalidades e abusos sejam apontados. 105. (CESPE / SEJUS-ES - 2007) Enquanto dura a pena de reclusio, ficam suspensos os direitos constitucionais do preso. 106. (CESPE / SEJUS-ES - 2007) Para serem resguardados os agentes policiais e os delegados de policia contra eventuais retaliagées por parte das pessoas que eles prendem, os presos nao tém direito a identificagao dos responsaveis pela sua prisdo. 107. (CESPE / TRT 178 Regio - 2009) Diante dos requisitos legais, o juiz de direito de determinada comarca decretou a prisdo preventiva do vereador Galego, suspeito de trafico de drogas, bem como autorizou a realizacéo de busca e apreensdio em sua residéncia. A policia, de posse dos mandados judiciais, dirigiu-se até a camara municipal, nado logrando éxito em encontrar o vereador. As 20 h, a policia localizou Galego em sua residéncia. Galego tem o direito constitucional a identificacao dos responsaveis por sua priséo ou por seu interrogatério policial. 108. (CESPE / TJ-DF - 2003) Carlos foi preso, acusado de nao estar pagando pensdo alimenticia devida as suas filhas. Se nado houve flagrante, a prisdo de Carlos sera considerada ilegal. www.estrategiaconcursos.com.br 141 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 109, (CESPE/Camara dos Deputados - 2014) A legitimidade ativa do habeas data, destinado a assegurar o conhecimento de informacées relativas ao impetrante constantes de registros ou banco de dados, esta adstrita as pessoas fisicas. 110. (CESPE/TJ-CE - 2014) O mandado de seguranca coletivo pode ser impetrado sempre que alguém sofrer violéncia em sua liberdade de locomogao. 111. (CESPE/PM-CE - 2014) No ordenamento juridico brasileiro, 0 habeas corpus somente pode ser impetrado na forma repressiva, ou seja, somente no caso de alguém efetivamente ter sofrido violéncia que limite liberdade de locomocao, por ilegalidade ou abuso de poder. 112. (CESPE/MDIC-2014) Tera legitimidade para impetrar mandado de seguranca coletivo o partido politico que tenha, no minimo, um representante na Camara dos Deputados e um no Senado Federal. 113. (CESPE/TJ-CE - 2014) A todos os cidaddos é gratuita a acdo de habeas data. 114. (CESPE/ TJ-SE - 2014) Entidade de classe somente pode impetrar mandado de seguranga coletivo em favor de seus associados se for por eles expressamente autorizada. 115, (CESPE/ Camara dos Deputados - 2014) Para que uma entidade de classe ajuize mandado de seguranca coletivo em favor de seus associados, além do prazo minimo de um ano de regular existéncia dessa entidade, é necess4rio que ela conte com autorizacio da respectiva assembleia. 116. (CESPE/ MEC - 2014) O mandado de injungao é impréprio para pleitear em juizo direito individual liquido e certo decorrente de norma constitucional autoaplicavel. 117. (CESPE/ MEC - 2014) Para a retificagéo de informagées constantes de cadastros de registros publicos ou banco de dados de entidades governamentais, é inadmissivel a impetracéo de habeas data, cuja fungéo € assegurar apenas o conhecimento dessas informagées. 118. (CESPE / MP-PI - 2012) Caracteriza-se como repressivo o “habeas corpus” impetrado por alguém que se julgue ameacgado de sofrer violéncia ou coacdo em sua liberdade de locomocao por ilegalidade ou abuso de poder. www.estrategiaconcursos.com.br 142 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 119. (CESPE / MP-PI - 2012) A jurisprudéncia do STF nao admite impetracgao de “habeas corpus” em favor de pessoa juridica, ainda que esta figure como ré em aco de crime contra o meio ambiente. 120. (CESPE / TJ-PI - 2012) A legitimidade para impetrar “habeas corpus” pertence apenas a pessoa natural afetada por qualquer medida que restrinja ou ameace restringir a sua liberdade de locomogao. 121. (CESPE / MP-PI - 2012) Segundo a jurisprudéncia dominante do STF, é cabivel “habeas corpus” contra deciséo condenatéria 4 pena de multa, 122. (CESPE / Procurador BACEN - 2013) E possivel a desisténcia de mandado de seguranca apés a sentenca de mérito, ainda que favoravel ao impetrante, sem a anuéncia do impetrado. 123. (CESPE / AGU - 2012) De acordo com o entendimento do STF, 0 estado-membro néo dispée de legitimidade para propor, contra a Unido, mandado de seguranga coletivo em defesa de supostos interesses da populag&o residente na unidade federada. 124, (CESPE / TJ-PI - 2012) O mandado de seguranga coletivo pode ser impetrado por organizacéo sindical, entidade de classe ou associag4o legalmente constituida e em funcionamento ha pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados, mas no por partido politico, que ndo possui representacdo para a defesa de direitos de categorias sociais em particular. 125. (CESPE / TJ-RR - 2012) © cidaddo que esteja impedido de exercer direito individual em razéo da auséncia de norma regulamentadora podera valer-se do mandado de injungao. 126. (CESPE / TJ-RR - 2012) Considere que Anténio, preso politico durante a ditadura, pretenda obter informacgées de seu interesse constantes de banco de dados de entidade governamental. Considere, ainda, que o pedido de Anténio seja indeferido na esfera administrativa. Nessa situacgéo, Anténio devera impetrar “habeas corpus” junto ao Poder Judicidrio a fim de obter as informagées desejadas. 127. (CESPE / BACEN - 2013) Para o cabimento do habeas data, nao é necessario que o impetrante comprove prévia recusa do acesso a informagées ou de sua retificacao. 128. (CESPE / MPOG - 2013) Ohabeas data, importante aco constitucional, assegura o conhecimento de informagées relativas a pessoa do impetrante, constantes de registro ou banco de dados de www.estrategiaconcursos.com.br 143 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / entidades governamentais ou de carater publico, mas veda ao impetrante a retificagdo desses dados. 129. (CESPE / TCE-RS - 2013) Para propor aco popular objetivando anular ato lesivo ao patriménio ptblico, nado é necessdrio que o individuo esteja no gozo de direitos que Ihe permitam participar da vida politica. 130. (CESPE / TRT 8? Regido - 2013) Ao constatar que o esgoto produzido em uma edificacgéo que sediava um é6rgao da administragao publica era lancado diretamente no principal rio da cidade, um cidadao local, inconformado com tal situagéo de descaso com o meio ambiente, decidiu pleitear, pela via judicial, a obtengao de medida que protegesse o meio ambiente da agressdo constatada. Nessa situacgéo hipotética, para requerer a medida protetiva pretendida, o referido cidaddo devera impetrar: a) habeas corpus. b) aco popular. c) mandado de seguranga coletivo. d) habeas data. e) mandado de injuncao. 131. (CESPE / TJ-RR - 2012) Todas as pessoas fisicas ou juridicas sao partes legitimas para propor acdo popular que vise anular ato lesivo ao patriménio ptiblico ou de entidade de que o Estado participe, a moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patriménio histérico e cultural. 132. (CESPE / TJ-RR - 2012) Embora apenas o cidadéo tenha legitimidade para o ajuizamento da acdo popular, o Ministério Publico pode, na hipétese de desisténcia da acéo por parte do autor, promover © respectivo prosseguimento do feito. 133. (CESPE / TJ-RR - 2012) © direito a duracdéo razoavel de processos, tanto no 4mbito judicial quanto no administrativo, € um direito fundamental previsto expressamente na CF. 134, (CESPE / Juiz TRF 2? Regido - 2011) A liberdade de locomocéo em tempo de paz, que engloba, em relacao ao territério nacional, as situacgées de acesso e ingresso, saida e permanéncia, assim como a possibilidade de deslocamento, constitui direito absoluto, que nao comporta limitagées. www.estrategiaconcursos.com.br 144 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 135. (CESPE / Policia Federal - 2000) Os chamados remédios constitucionais, ou remédios do direito constitucional, constituem em meios a disposicfo do individuo para provocar a atuacdo das autoridades competentes, com o fim de evitar ou sanar ilegalidade e abuso de poder em prejuizo de direitos e interesses individuais ou coletivos. 136. (CESPE / TRE-MT - 2010) 0 “habeas corpus” pode ser impetrado tanto contra ato emanado do poder piiblico como contra ato de particular, sempre que alguém sofrer ou se achar ameacado de sofrer violéncia ou coacao em sua liberdade de locomacao. 137. (CESPE / DPE-PI - 2009) O sujeito passivo do “habeas corpus” sera a autoridade pUblica, pois somente ela tem a prerrogativa de restringir a liberdade de locomocéo individual em beneficio do interesse pUblico ou social, razéo pela qual n’o se admite sua impetragao contra ato de particular. 138. (CESPE / Policia Federal - 2000) Caso a sentenca penal condenatéria emanada de juiz militar imponha pena de exclusdo de militar ou de perda de patente, sera cabivel a utilizagéo do “habeas corpus”. 139. (CESPE / Policia Federal - 2000) Ainda que ja extinta a pena privativa de liberdade, é cabivel a utilizagdo de “habeas corpus” para pedido de reabilitacao de paciente. 140. (CESPE / Policia Federal - 2000) Caso ocorra, ao fim de um processo penal, a fixacéo de pena de multa em sentenca penal condenatoria, ficara prejudicada a utilizagao do “habeas corpus”, haja vista a sua destinacdo exclusiva a tutela do direito de ir e vir. 141. (CESPE / TJ-PB - 2010) Sido legitimados para impetrar mandado de seguranca a pessoa fisica, nacional ou estrangeira, e a pessoa juridica privada, mas no a publica, visto o mandado de seguranga ter como funcdo garantir direito liquido e certo contra ato de autoridade publica. 142. (CESPE / TRT 12 Regido - 2010) E cabivel a impetragdo de mandado de seguranga contra ato jurisdicional das turmas do STF. 143. (CESPE / MCT-FINEP - 2009) Sera cabivel, em qualquer circunstancia, manejo de mandado de seguranga para proteger direito liquido e certo quando o responsavel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade publica ou agente de pessoa juridica no exercicio de atribuicées do poder piiblico. www.estrategiaconcursos.com.br 145 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 144, (CESPE / TRE-MT - 2010) O mandado de seguranga pode ser interposto mesmo contra ato adi istrativo do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caucao. 145. (CESPE / DPE-PI - 2009) 0 mandado de seguranca pode ser impetrado por pessoas naturais, mas néo por pessoas juridicas, em defesa de direitos individuais. 146. (CESPE / OAB - 2010) A auséncia de deciséo administrativa em prazo razodvel néo enseja mandado de seguranga, pois o Poder Judicidrio ndo pode fixar prazo para decisées do Poder Executivo. 147. (CESPE / OAB - 2010) Estrangeiro residente no exterior ndo pode impetrar mandado de seguranga no Brasil. 148. (CESPE / Senado Federal - 2002) © partido politico com representacao nacional pode impetrar mandado de seguranga coletivo contra ilegalidade ou abuso de poder. 149. (CESPE / MPE-SE - 2010) Diferentemente das organizacgées sindicais, das entidades de classe e das associagées, os partidos politicos nao tém legitimidade para impetrar mandado de seguranca coletivo. 150. (CESPE / TRE-MT - 2010) O mandado de seguranga coletivo pode ser impetrado por pessoas juridicas, piblicas ou privadas, como as organizacgées sindicais e as entidades de classe legalmente constituidas, mas n&o por partidos politicos. 151. (CESPE / TRF 5? Regido - 2008) Qualquer partido politico pode impetrar mandado de seguranga coletivo para protecio de direito liquido e certo. 152. (CESPE / Juiz TRT 1? Regido - 2010) De acordo com a CF, o mandado de injungdo é remédio destinado a suprir lacuna ou auséncia de regulamentacéo de direito previsto na CF e em norma infraconstitucional. 153. (CESPE / TRT 17 Regido - 2009) Segundo a CF, deve ser concedido habeas data sempre que a auséncia de norma regulamentadora torne inviavel o exercicio dos direitos e das liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes a nacionalidade, a soberania e a cidadania. 154, (CESPE / IBRAM - 2009) O STF adota a posicéo de que o mandado de injungdo nao tem funcao concretista, porque nao cabe ao Poder Judiciario conferir disciplina legal ao caso concreto sob pena de violagdo ao principio da separacao dos poderes. www.estrategiaconcursos.com.br 146 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 155. (CESPE / TCE-TO - 2009) O STF passou a admitir a adocdo de solucées normativas para a decisdo judicial como alternativa legitima de tornar a proteco judicial efetiva por meio do mandado de injuncgdo. 156. (CESPE / TRE-MT - 2010) O mandado de injungéo tem como objeto o néo cumprimento de dever constitucional de legislar que, de alguma forma, afete direitos constitucionalmente assegurados, sendo pacifico, na jurisprudéncia do Supremo Tribunal Federal (STF), que ele s6 é cabivel se a omissao tiver carater absoluto ou total, e nao parcial. 157. (CESPE / Juiz TRF 2? Regido - 2011) O “habeas data” pode ser impetrado contra qualquer 6rg4o do Estado, seja ele do Poder Executivo, do Poder Legislativo ou do Poder Judiciario, mas nao contra pessoas juridicas de direito privado. 158. (CESPE / PM-DF - 2010) A CF prevé, entre outras garantias fundamentais, 0 mandado de injungéo como instrumento para assegurar o conhecimento de informagées relativas a pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de cardter publico. 159. (CESPE / TRE-MT - 2009) Segundo a CF, cabe mandado de injung&o para assegurar o conhecimento de informacées relativas 4 pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de carater publico. 160. (CESPE / Juiz TRT 1@ Regidéo - 2010) Como a garantia constitucional do habeas data tem por finalidade disciplinar 0 direito de acesso a informacées constantes de registros ou banco de dados de entidades governamentais ou de carater publico relativo a dados pessoais pertinentes 4 pessoa do impetrante, a pessoa juridica nao tem legitimidade para o ajuizamento desse tipo de acao. 161. (CESPE / MPE-SE - 2010) Habeas data é 0 remédio constitucional adequado para o caso de recusa de fornecimento de certidées para defesa de direitos e esclarecimento de situacées de interesse pessoal, préprio ou de terceiros, assim como para o caso de recusa de obtengo de informagées de interesse particular, coletivo ou geral. 162. (CESPE / DPF - 2009) Conceder-se-4 habeas data para assegurar © conhecimento de informagées relativas 4 pessoa do impetrante ou a de terceiros, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de carater ptblico. 163. (CESPE / TRE-MT - 2010) 0 habeas data destina-se a assegurar 0 conhecimento de informacées pessoais constantes de registro de bancos de dados de entidades governamentais ou de carater publico, desde que geridas por servidores do Estado. www.estrategiaconcursos.com.br 47 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 164, (CESPE / DETRAN-DF - 2009) Maria protocolou junto ao DETRAN requerimento com a finalidade de conhecer as informagées acerca de sua pessoa constantes no banco de dados daquele érgao. O pedido foi negado pelo diretor, com base em portaria do érgaéo que proibia o acesso pretendido por Maria, apesar de as informagées nao serem de uso exclusive do DETRAN. Para ter acesso as informacées, Maria podera valer-se do mandado de injungdo. Essa acao constitucional destina-se a assegurar 0 acesso a informacoes relativas 4 pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de carater publico. 165. (CESPE / TRT 21 Regido - 2010) Na impetragao do habeas data, o interesse de agir configura-se diante do binémio utilidade- necessidade dessa acéo constitucional, independentemente da apresentagdo da prova negativa da via administrativa. 166. (CESPE / OAB - 2009) O habeas data pode ser impetrado ao Poder Judiciario, independentemente de prévio requerimento na esfera administrativa. 167. (CESPE / ANATEL - 2009) Qualquer cidaddo podera impetrar habeas data no Poder Judicidrio para assegurar 0 conhecimento de informagées relativas a sua pessoa disponiveis na Agéncia Nacional de Telecomunicagées (ANATEL), independentemente de ter formulado o pedido diretamente na agéncia. 168. (CESPE / MPS - 2010) A nacionalidade brasileira é condicéo necesséria e suficiente para propor acdo popular visando a declaracado de nulidade de ato lesivo ao patriménio histérico e cultural. 169, (CESPE / TCE-BA - 2010) A ac&o popular, que tem como legitimado ativo 0 cidad&o brasileiro nato ou naturalizado, exige, para seu ajuizamento, o prévio esgotamento de todos os meios administrativos e juridicos de prevencgdo ou repressio aos atos ilegais ou imorais lesivos ao patriménio publico. 170. (CESPE / TCE-TO - 2009) O mandado de injungéo é o remédio constitucional adequado para anular ato lesivo ao patriménio publico ou de entidade de que o Estado pai e, 4 moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patriménio histérico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada méa-fé, isento de custas judiciais e do énus da sucumbéncia, a (CESPE / MPE-SE - 2010) Se o autor da acéo popular dela , © MP poderd, entendendo presentes os devidos requisitos, he prosseguimento. aon www.estrategiaconcursos.com.br 148 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 172. (CESPE / TRT 5? Regido - 2008) Para propositura de acéo popular, o autor deve demonstrar a plenitude do exercicio de seus direitos politicos. 173. (CESPE / OAB - 2008) O Estado deve prestar assisténcia juridica integral e gratuita a todos. 174, (CESPE / Juiz TRT 234 Regido - 2011) O Estado indenizaré o condenado por erro judiciario, ou seja, apenas quando a condenacéo fizer com que alguém fique preso além do tempo fixado na sentenca. 175. (CESPE / TJ-SC - 2011) E gratuita a certid’o de 6bito para os reconhecidamente pobres na forma da lei. 176. (CESPE / MPS - 2010) Para aqueles que sao, nos termos da lei, reconhecidamente pobres, 0 Estado deve prover gratuitamente a certidao do registro civil de nascimento, de casamento e de obito. 177. (CESPE / MCT - FINEP - 2009) As acées de “habeas corpus” e habeas data sao gratuitas. 178. (CESPE / TRE-MT - 2009) © direito 4 duracdo razodvel do processo, tanto no Ambito judicial quanto no Ambito administrativo, é um direito fundamental previsto expressamente na CF. 179. (CESPE / DETRAN-DF - 2009) Entre os direitos fundamentais previstos expressamente na CF esta o direito a duracdo razoavel dos processos, tanto no ambito judicial quanto no administrativo. 180. (CESPE / TJ-PA - 2002) Considerando o disposto na norma constante do § 1.° do art. 5.°: "as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais tém aplicacdo imediata", é correto afirmar que as normas de direitos fundamentais nao estao condicionadas 4 atuacao reguladora do legislador. 181. (CESPE / TRE-MT - 2009) Os direitos e garantias fundamentais estdo previstos de forma taxativa na CF. 182. (CESPE / STM - 2011) Os direitos e as garantias expressos na Constituicéo Federal de 1988 ( CF ) excluem outros de carater constitucional decorrentes do regime e dos principios por ela adotados, uma vez que a enumeracao constante no artigo 5.° da CF é taxativa. 183. (CESPE / MMA - 2009) Os direitos e garantias fundamentais encontram-se destacados exclusivamente no art. 5.° do texto constitucional. www.estrategiaconcursos.com.br 149 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 184, (CESPE / AUGE-MG - 2009) Nosso sistema constitucional estabelece um rol exaustivo de direitos e garantias fundamentais, razio pela qual eles nado podem ser ampliados além daqueles constantes do art. 5.° da CF. 185. (CESPE / MPE-RO - 2010) Os tratados de direitos humanos, ainda que aprovados apenas no Senado Federal, em dois turnos e por maioria qualificada, equiparam-se as emendas constitucionai 186. (CESPE / PM-DF - 2010) Se o Congresso Nacional aprovar, em cada uma de suas casas, em dois turnos, por trés quintos dos seus votos dos respectivos membros, tratado internacional que verse sobre direitos humanos, esse tratado sera equivalente as emendas constitucionais. 187. (CESPE / TJ-RR - 2012) Caso o Congresso Nacional aprove, em dois turnos, por trés quintos dos votos dos respectivos membros, tratado internacional sobre direitos humanos, este tera forga de normativa equivalente 4s emendas constitucionais. 188. (CESPE / TRT 17 Regido - 2009) O Brasil se submetera a jurisdigdo de Tribunal Penal Internacional a cuja criacéo manifestar adesao. 189. (CESPE / TRF 5? Regido - 2008) 0 Brasil se submete a jurisdicio de tribunal penal internacional a cuja criagdo manifeste adesdo. www.estrategiaconcursos.com.br 150 de Cons Aula 02 ~ Prof* Nadia / Gabarito LETRA A LETRA C ERRADA CORRETA CORRETA ERRADA ERRADA ERRADA ERRADA\ ERRADA ERRADA ERRADA CORRETA ERRADA CORRETA CORRETA ERRADA ERRADA ERRADA ERRADA CORRETA ERRADA\| ERRADA CORRETA ERRADA CORRETA ERRADA CORRETA ERRADA ERRADA CORRETA ERRADA CORRETA ERRADA CORRETA CORRETA ERRADA 38. CORRETA 39. ERRADA\ 40. ERRADA 41. CORRETA www.estrategiaconcursos.com.br 151 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 42. ERRADA 43. CORRETA ERRADA ERRADA ERRADA CORRETA ERRADA| ERRADA ERRADA ERRADA ERRADA\ ERRADA CORRETA ERRADA ERRADA CORRETA ERRADA ERRADA ERRADA ERRADA ERRADA ERRADA CORRETA ERRADA\| ERRADA ERRADA CORRETA ERRADA| CORRETA LETRA A ERRADA CORRETA CORRETA ERRADA ERRADA ERRADA ERRADA| ERRADA ERRADA ERRADA LETRA C ERRADA CORRETA www.estrategiaconcursos.com.br 152.de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 85. ERRADA 86. ERRADA ERRADA ERRADA 89. CORRETA 90. CORRETA 91. ERRADA| 92. CORRETA 93. CORRETA 94. CORRETA 95. ERRADA\ 96. ERRADA 97. ERRADA 98. CORRETA 99. CORRETA 100. ERRADA 101. ERRADA 102. ERRADA 103. CORRETA 104. CORRETA 105. ERRADA 106. ERRADA 107. CORRETA 108. ERRADA\| 109. ERRADA 110. ERRADA iii. ERRADA 112. ERRADA| 113. CORRETA 114. ERRADA 115. ERRADA 116. CORRETA 117. ERRADA 118. ERRADA 119. CORRETA ERRADA ERRADA| 122. CORRETA 123. CORRETA 124. ERRADA 125. CORRETA 126. ERRADA 127. ERRADA www.estrategiaconcursos.com.br 153 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 128. ERRADA 129. ERRADA 130. LETRA B 131. ERRADA 132. CORRETA 133. CORRETA 134. ERRADA| 135. CORRETA 136. CORRETA 137. ERRADA 138. ERRADA\ 139. ERRADA 140. CORRETA 141. ERRADA 142. ERRADA 143. ERRADA 144. ERRADA 145. ERRADA 146. ERRADA 147. ERRADA 148. ERRADA 149. ERRADA 150. ERRADA 151. ERRADA\| 152. ERRADA 153. ERRADA 154. ERRADA 155. CORRETA 156. ERRADA 157. ERRADA 158. ERRADA 159. ERRADA 160. ERRADA 161. ERRADA 162. ERRADA 163. ERRADA ERRADA| ERRADA ERRADA ERRADA ERRADA\ ERRADA ERRADA www.estrategiaconcursos.com.br 154 de Cons Aula 02 - Prof* Nadia / 171. CORRETA 172. CORRETA 173. ERRADA 174. ERRADA 175. CORRETA 176. ERRADA 177. CORRETA 178. CORRETA 179. CORRETA 180. ERRADA 181. ERRADA\ 182. ERRADA 183. ERRADA 184. ERRADA 185. ERRADA 186. CORRETA 187. CORRETA 188. CORRETA 189. CORRETA www.estrategiaconcursos.com.br 155 de

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