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LADÁRIO/MS
2016
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SUMÁRIO
1. CONTROLE DAS DOENÇAS VETORIAIS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 3
1.1 INTRODUÇÃO
2. DESCENTRALIZANDO O CONTROLE DAS ENDEMIAS E 3
REORIENTANDO OS SERVIÇOS
3. NOÇÕES BÁSICAS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE 3
4. BIOLOGIA DOS VETOR AEDES sp. 3
4.1. AEDES aegypti e albopictus
5. 4.2. OVO 4
6. LARVA 4
7. PUPA 5
8. ADULTO 5
9. TIPOS DE CONTROLE DOS VETORES DA DENGUE, FEBRE AMARELA, 6
ZIKA VÍRUS, FEBRE CHIKUNGUNYA, LEISHMANIOSE, CHAGAS,
MALARIA E OUTRAS DOENÇAS VETORIAIS
10. TIPOS DE TRATAMENTO 7
11. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO 7
12. ROTINA DE TRABALHO NO CONTROLE DA DENGUE 8
ATRIBUIÇÕES DO AGENTE DE ENDEMIAS PARA O CONTROLE DA
DENGUE/ SISPNCD/ PNEM
13. A VISITA DOMICILIAR 8
14. MATERIAL DE CAMPO 8
UNIFORME
15. RECONHECIMENTO GEOGRÁFICO (RG) 9
QUARTEIRÃO
16. PESQUISA EM PONTOS ESTRATÉGICOS (PE) 9
17. CRIADOUROS E DEPÓSITOS 9
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIADOUROS
18. TIPOS DE DEPOSITOS TRABALHADOS 10
19. NOÇÕES SOBRE DENGUE, FEBRE AMARELA, ZIKA VIRUS E FEBRE 10
CHIKUNGUNYA, CHAGAS E MALARIA
20. DENGUE: CICLO DE TRANSMISSÃO DA DENGUE 11
21. FEBRE AMARELA: CICLO EPIDEMIOLÓGICO 11
22. ZIKA VÍRUS: ONDE SURGIU 13
23. ZIKA: RELAÇÃO VIRUS ZIKA E MICROCEFALIA 14
24. ZIKA: CUIDADOS E CONSEQUENCIAS DO VIRUS PARA GESTANTES 15
25. FEBRE CHIKUNGUNYA: PROXIMO DESAFIO 16
26. DIFERENÇAS DE SINTOMATOLOGIA ENTRE AS TRES DOENÇAS 17
VETORIAIS
27. CONTROLE DAS LEISHMANIOSES: OS INSETOS 17
TRANSMISSORES
28. LEISHMANIOSE: CICLO EPIDEMIOLÓGICO E VETORES 22
29. CHAGAS: SINTOMAS, FORMA DE TRANSMISSÃO E CICLO 24
EPIDEMIOLÓGICO
30. MALARIA: PREVENÇÃO, CICLO EPIDEMIOLÓGICO E 26
CONTROLE QUIMICO E MANEJO AMBIENTAL
31. REFERENCIAS CONSULTADAS 28
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1. CONTROLE DAS DOENÇAS VETORIAIS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
1.1 INTRODUÇÃO
Na construção de um novo modelo de atenção à saúde, é preciso que o Agente de Saúde construam
também uma nova prática que enxergue o individuo como um ser humano integral, vivendo dentro
de uma família, dentro da comunidade no contexto socioeconômico, cultural e ambiental. Essa nova
prática requer uma compreensão do homem e sua família em função das realidades, dos fatores que
interferem de maneira positiva e/ou negativa em suas vidas e, consequentemente, na saúde. Para
que essa nova prática apresente resultados satisfatórios, é preciso que você, agente, assim como
todos os outros profissionais assumam o compromisso com a promoção da saúde, a prevenção de
agravos, o tratamento e a reabilitação não só da pessoa, mas de toda a coletividade.
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Colômbia, já foi localizado em zonas rurais, provavelmente transportado de áreas urbanas em vasos
domésticos, onde se encontravam ovos e larvas (OPAS/OMS).
Os mosquitos se desenvolvem através de metamorfose completa, e o ciclo de vida do Aedes aegypti
compreende quatro fases: ovo, larva (quatro estágios larvários), pupa e adulto.
4.2. OVO
Os ovos do Aedes aegypti medem, aproximadamente, 1mm de comprimento e contorno alongado e
fusiforme (Forattini, 1962). São depositados pela fêmea, individualmente, nas paredes internas dos
depósitos que servem como criadouros, próximos à superfície da água. No momento da postura os
ovos são brancos, mas, rapidamente, adquirem a cor negra brilhante (Figura 1).
Figura 01
4.3. LARVA
Como o Aedes aegypti é um inseto holometabólico, a fase larvária é o período de alimentação e
crescimento. As larvas passam a maior parte do tempo alimentando-se principalmente de material
orgânico acumulado nas paredes e fundo dos depósitos (Figura 2).
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temperatura e escassez de alimento, o 4º estágio larvário pode prolongar-se por várias semanas,
antes de sua transformação em pupa.
A larva do Aedes aegypti é composta de cabeça, tórax e abdômen. O abdômen é dividido em oito
segmentos. O segmento posterior e anal do abdômen tem quatro brânquias lobuladas para regulação
osmótica e um sifão ou tubo de ar para a respiração na superfície da água. O sifão é curto, grosso e
mais escuro que o corpo. Para respirar, a larva vem à superfície, onde fica em posição quase
vertical. Movimenta-se em forma de serpente, fazendo um “S” em seu deslocamento. É sensível a
movimentos bruscos na água e, sob feixe de luz, desloca-se com rapidez, buscando refúgio no fundo
do recipiente (fotofobia).
Na pesquisa, é preciso que se destampe com cuidado o depósito e, ao incidir o jato de luz, percorrer,
rapidamente, o nível de água junto à parede do depósito. Com a luz, as larvas se deslocam para o
fundo. Tendo em vista a maior vulnerabilidade nesta fase, as ações de controle devem,
preferencialmente, atuar na fase larvária.
4.4. PUPA
As pupas não se alimentam. É nesta fase que ocorre a metamorfose do estágio larval para o adulto.
Quando inativas se mantêm na superfície da água, flutuando, o que facilita a emergência do inseto
adulto. O estado pupal dura, geralmente, de dois a três dias. A pupa é dividida em cefalotórax e
abdômen. A cabeça e o tórax são unidos, constituindo a porção chamada cefalotórax, o que dá à
pupa, vista de lado, a aparência de uma vírgula (Figura 3). A pupa tem um par de tubos respiratórios
ou “trompetas”, que atravessam a água e permitem a respiração.
4.5. ADULTO
O adulto de Aedes aegypti representa a fase reprodutora do inseto. Como ocorre com grande parte
dos insetos alados, o adulto representa importante fase de dispersão. Entretanto, com o Aedes
aegypti é provável que haja mais transporte passivo de ovos e larvas em recipientes do que
dispersão ativa pelo inseto adulto.
O Aedes aegypti é escuro, com faixas brancas nas bases dos segmentos tarsais e um desenho em
forma de lira no mesonoto. Nos espécimes mais velhos, o “desenho da lira” pode desaparecer, mas
dois tufos de escamas branco-prateadas no clípeo, escamas claras nos tarsos e palpos permitem a
identificação da espécie. O macho se distingue essencialmente da fêmea por possuir antenas
plumosas e palpos mais longos.
Logo após emergir do estágio pupal, o inseto adulto procura pousar sobre as paredes do recipiente,
assim permanecendo durante várias horas, o que permite o endurecimento do exoesqueleto, das asas
e, no caso dos machos, a rotação da genitália em 180º.
Dentro de 24 horas após, emergirem, podem acasalar, o que vale para ambos os sexos. O
acasalamento geralmente se dá durante o vôo, mas, ocasionalmente, pode se dar sobre uma
superfície, vertical ou horizontal. Uma única inseminação é suficiente para fecundar todos os ovos
que a fêmea venha a produzir durante sua vida.
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As fêmeas se alimentam mais freqüentemente de sangue, servindo como fonte de repasto a maior
parte dos animais vertebrados, mas mostram marcada predileção pelo homem (antropofilia).
O repasto sangüíneo das fêmeas fornece proteínas para o desenvolvimento dos ovos. Ocorre quase
sempre durante o dia, nas primeiras horas da manhã e ao anoitecer. O macho alimenta-se de
carboidratos extraídos dos vegetais. As fêmeas também se alimentam da seiva das plantas.
Em geral, a fêmea faz uma postura após cada repasto sangüíneo. O intervalo entre a alimentação
sangüínea e a postura é, em regra, de três dias, em condições de temperatura satisfatórias. Com
freqüência, a fêmea se alimenta mais de uma vez, entre duas sucessivas posturas, em especial
quando perturbada antes de totalmente ingurgitada (cheia de sangue). Este fato resulta na variação
de hospedeiros, com disseminação do vírus a vários deles.
A oviposição se dá mais freqüentemente no fim da tarde. A fêmea grávida é atraída por recipientes
escuros ou sombreados, com superfície áspera, nas quais deposita os ovos. Prefere água limpa e
cristalina ao invés de água suja ou poluída por matéria orgânica.
A fêmea distribui cada postura em vários recipientes. É pequena a capacidade de dispersão do
Aedes aegypti pelo vôo, quando comparada com a de outras espécies. Não é raro que a fêmea passe
toda sua vida nas proximidades do local de onde eclodiu, desde que haja hospedeiros. Poucas vezes
a dispersão pelo vôo excede os 100 metros. Entretanto, já foi demonstrado que uma fêmea grávida
pode voar até 3Km em busca de local adequado para a oviposição, quando não há recipientes
apropriados nas proximidades.
A dispersão do Aedes aegypti a grandes distâncias se dá, geralmente, como resultado do transporte
dos ovos e larvas em recipientes. Quando não estão em acasalamento, procurando fontes de
alimentação ou em dispersão, os mosquitos buscam locais escuros e quietos para repousar. A
domesticidade do Aedes aegypti é ressaltada pelo fato de que ambos os sexos
são encontrados em proporções semelhantes dentro das casas (endofilia).
O Aedes aegypti quando em repouso é encontrado nas habitações, nos quartos de dormir, nos
banheiros e na cozinha e, só ocasionalmente, no peridomicílio. As superfícies preferidas para o
repouso são as paredes, mobília, peças de roupas penduradas e mosquiteiros.
Quando o Aedes aegypti está infectado pelo vírus do dengue ou da febre amarela, pode haver
transmissão transovariana destes, de maneira que, em variável percentual, as fêmeas filhas de um
espécime portador nascem já infectadas (OPAS/OMS).
Os adultos de Aedes aegypti podem permanecer vivos em laboratório durante meses, mas, na
natureza, vivem em média de 30 a 35 dias. Com uma mortalidade diária de 10%, a metade dos
mosquitos morre durante a primeira semana de vida e 95% durante o primeiro mês.
O Aedes albopictus é uma espécie que se adapta ao domicílio e tem como criadouros recipientes de
uso doméstico como jarros, tambores, pneus e tanques. Além disso, está presente no meio rural, em
ocos de árvores, na imbricação das folhas e em orifícios de bambus. Essa amplitude de distribuição
e capacidade de adaptação a diferentes ambientes e situações determina dificuldades para a
erradicação através da mesma metodologia seguida para o Aedes aegypti. Além de sua maior
valência ecológica, tem como fonte alimentar tanto o sangue humano como de outros mamíferos e
até aves. Ademais disso, é mais resistente ao frio que o Aedes aegypti.
É necessário que se promovam levantamentos regulares para a detecção de sua presença e o
aprofundamento de estudos sobre hábitats naturais e artificiais. Recomenda-se ainda o
desenvolvimento de estudos para avaliação da capacidade de dispersão da espécie, incluindo a
competitividade com outros vetores, propagação passiva, capacidade vetorial e de sua participação
na transmissão.
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5.1 MECÂNICO: Caracterizado por envolver ações de saneamento básico com resultados
permanentes. Exemplo: a coleta e destinação adequada de lixo e a destruição de criadouros
temporários.
5.2 BIOLÓGICO: Consiste na repressão de pragas utilizando inimigos naturais específicos, como
predadores, parasitas ou patógenos.
5.3 LEGAL: Uso de instrumentos jurídicos (leis e portarias).
5.4 QUÍMICO: Uso de produto químico para eliminar ou controlar as pragas. É a última alternativa
de controle.
5.5. EDUCAÇÃO EM SAÚDE: A grande contribuição da educação em saúde consiste na
possibilidade de envolver as pessoas no processo de construção de uma vida com ações que possam
evitar doenças, epidemias e óbitos.
6. TIPOS DE TRATAMENTO
6.1 RESIDUAL: Atua por contato com o inseto e consiste na aplicação de grandes partículas do
inseticida que ofereça estabilidade química. O objetivo é atingir o mosquito adulto que pousar na
área tratada (FIG. 4).
6.2 ESPACIAL: Consiste em colocar gotículas pulverizadas do inseticida na massa de ar (FIG.5).
6.3 FOCAL: Refere-se às ações de eliminação de larvas em criadouros, usando larvicida (FIG. 6).
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FIGURA 4 - Ilustração de tratamento residual
FIGURA 5 - Ilustração de tratamento espacial
FIGURA 6 - Ilustração tratamento de focal.
7. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
São chamados Equipamentos de Proteção Individual – EPI, todo o objeto que possa proteger o
trabalhador, evitando o contato com agentes tóxicos, exposição a ruídos, objetos perfurantes etc.
Podem ser equipamentos ou vestuários (FIG. 7).
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8. ROTINA DE TRABALHO NO CONTROLE DA DENGUE
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• inseticida, em quantidade suficiente, para o trabalho de um dia;
• lápis de cera, azul ou preto;
• lápis grafite com borracha;
• lanterna de três elementos em boas condições;
• lixa para madeira;
• manual de instruções;
• medidas para uso do temephós (abate), colher das de sopa 20g e colher das de café 5g;
• prancheta;
• pipeta tipo conta-gotas;
• sacos plásticos com capacidade para 1kg para guardar o pesca-larvas;
• tabela para emprego de temephós (abate);
• tubitos e etiqueta para focos;
• três pilhas.
BANDEIRA: é colocada pelos agentes de saúde e supervisores na porta, janela, portão ou grade, à
esquerda da sua entrada, de modo que fique perpendicular à fachada da casa, para que os
supervisores gerais possam localizá-la mais facilmente.
8.3. UNIFORMES:
Os uniformes para o trabalho, tanto na cidade como em área rural, obedecerão a modelos
previamente aprovados. Os agentes devem portar um relógio de sua propriedade, para registrar no
formulário horário das visitas domiciliares.
Para facilitar seu encontro nos locais de trabalho, o servidor de campo deve dispor de, cujas cores e
combinações variam de acordo com a atribuição do servidor. Devem ser colocadas em prédios e
embarcações sob inspeção ou tratamento, enquanto os servidores neles permanecerem.
8.5. QUARTEIRÃO: deve ser entendido como o espaço determinado por um agrupamento de
imóveis limitados por ruas, avenidas, caminhos, rios, córregos, estradas, linhas férreas, outros.
Podem ser regulares ou irregulares. O regular é aquele que se pode circundar totalmente; o
irregular, pelo contrário, é aquele que não é possível circundá-lo em função de algum tipo de
impedimento físico, topográfico ou outro.
Ponto estratégico é o local onde há grande concentração de depósitos preferenciais para a desova do
Aedes aegypti, ou seja, local especialmente vulnerável à introdução do vetor (ex: borracharias,
oficinas mecânicas, cemitérios etc).
9. CRIADOUROS E DEPÓSITOS
9.1 CLASSIFICAÇÃO DOS CRIADOUROS
“Criadouro” é todo recipiente utilizado para finalidade específica, que armazene ou possa vir a
armazenar água, seja pela ação da chuva ou pela ação do homem, e que esteja acessível à fêmea do
Aedes aegypti para postura dos seus ovos. Também são caracterizados como criadouros ralos,
calhas, piscinas, tanques em obras, em borracharias, em floriculturas etc.
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9.1.1 Criadouros vinculados ao armazenamento de água
São classificados em dois subgrupos em função da sua importância para o controle do vetor e pela
necessidade da adoção de intervenções específicas para cada um dos subgrupos. Em um subgrupo
estão incluídas as caixas d’água elevadas ligadas à rede pública e/ou sistema de abastecimento
particular (poço, cisterna, mina). No outro subgrupo estão incluídos todos os demais recipientes
utilizados para armazenamento da água destinada a suprir o consumo doméstico.
4 doenças, 1 MOSQUITO
Figura 8: 4 doenças, 1 Mosquito
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10.1. DENGUE: É doença febril aguda caracterizada, em sua forma clássica, por dores musculares
e articulares intensas. Tem como agente um arbovírus do gênero Flavivírus da família Flaviviridae,
do qual existem quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A infecção por um deles
confere proteção permanente para o mesmo sorotipo e imunidade parcial e temporária contra os
outros três. Trata-se, caracteristicamente, de enfermidade de áreas tropicais e subtropicais, onde as
condições do ambiente favorecem o desenvolvimento dos vetores. Várias espécies de mosquitos do
gênero Aedes podem servir como transmissores do vírus do dengue. No Brasil, duas delas estão
hoje instaladas: Aedes aegypti e Aedes albopictus.
A transmissão(Figura9) ocorre quando a fêmea da espécie vetor se contamina ao picar um indivíduo
infectado que se encontra na fase virêmica da doença, tornando-se, após um período de 10 a 14 dias,
capaz de transmitir o vírus por toda sua vida através de suas picadas. As infeções pelo vírus do
dengue causam desde a forma simples (sintomática ou assintomática) à dengue com complicações.
Na forma simples é doença de baixa letalidade, mesmo sem tratamento específico. No entanto,
incapacita temporariamente as pessoas para o trabalho. Dengue com complicações a febre é alta,
com manifestações hemorrágicas, hepatomegalia e insuficiência circulatória. A letalidade é
significativamente maior do que na forma clássica, dependendo da capacidade de atendimento
médico-hospitalar da localidade.
CICLO DE TRANSMISSÃO
DENGUE
Período Período
de incubação de incubação
extrínseco intrínseco
Viremia Viremia
0 5 8 12 16 20 24 28
DIAS
Doença Doença
Ser humano 1 Ser humano 2
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Figura10: Vacina Febre Amarela
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10.3 VIRUS ZIKA
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Figura 16: Epidemia Zika Ilha Polinésia
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Figura 19: Circunferência crânio do bebe com Microcefalia
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10.4. FEBRE CHIKUNGUNYA
Tanzânia – Africa
2007 – Brasil
2014 – Soldados Haiti
2015-Corumbá
Figura22: Origem e sintomas
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10.5. DIFERENÇAS SINTOMATOLOGIA ENTRE AS DOENÇAS VETORIAIS CAUSADAS
PELO VETOR Aedes.
Quem são?
Os flebotomíneos são pequenos insetos responsáveis pela transmissão de algumas doenças aos
humanos e animais, como a bartonelose, que é restrita aos altiplanos andinos, e váriasarboviroses
com ocorrência inclusive no Brasil. Porém, de maior importância, pela distribuição geográfica e
número de casos, são as leishmanioses. Estes insetos pertencem à ordem Diptera, mesmo grupo das
moscas, mosquitos, borrachudos e maruins. Apresentam um par de asas e um par de pequenas
estruturas, chamados de halteres ou balancins, responsáveis pela estabilidade do vôo e zumbido
característico dos dípteros. Os flebotomíneos apresentam um vôo curto. Na realidade eles saltitam
na superfície de pouso e mantém as asas eretas, ou seja, levantadas para cima. No Brasil, são
conhecidos por diferentes nomes de acordo com sua ocorrência geográfica, como tatuquira,
mosquito palha, asa dura, asa branca, cangalhinha, birigui, anjinho, entre outros.
Onde vivem?
Os flebotomíneos têm preferência por viver em locais com muita umidade e são vistos geralmente
nas horas sem luminosidade e pouca movimentação de ar. Devido ao seu pequeno tamanho e sua
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fina cutícula, normalmente são encontrados em ambientes protegidos como fendas de pedra,
buracos no solo, grutas de animais, ocos de árvore; e também em ambientes modificados pela ação
humana, tais como: abrigos de animais domésticos (galinheiros, chiqueiros e currais). Sua atividade
se dá em geral no crepúsculo noturno (final da tarde), mas em algumas situações específicas podem
ocorrer durante as horas claras do dia, principalmente em locais associados à extensa cobertura
florestal, como na Floresta Amazônica, ou restritas áreas da Mata Atlântica.
Os flebotomíneos são insetos muito sensíveis às mudanças ambientais, dessa forma, sua criação em
laboratório torna-se extremamente laboriosa e difícil. Tal fato, porém, não significa que, assim
como outros dípteros, eles não possam se adaptar aos ambientes modificados, uma vez que algumas
espécies estão adaptadas para freqüentaráreas próximas ao ambiente domiciliar ou peridomiciliar
humanos.
Vale ressaltar que a probabilidade de transmissão da doença vai depender das condições de
exposição dos humanos aos flebotomíneos, assim como ao contexto eco-epidemiológico do
ambiente. (Figura25)
Ciclo de vida
Diferente dos mosquitos, a fêmea de flebotomíneo põe seus ovos no solo das florestas ou em
ambientes modificados pela ação humana. O ciclo de vida de um flebotomíneo compreende as
seguintes fases: ovo, larva, pupa e adulto, por isso os flebotomíneos são classificados como insetos
holometábolos. Os ovos são pequenos, quase microscópicos, e uma vez eclodidos, geram larvas,
que são de difícil visualização a olho nu. As larvas alimentam-se da matéria orgânica presente no
solo e passam por quatro estádios (fases), que no decorrer do desenvolvimento aumentam seu
metabolismo e tamanho. Posteriormente, as larvas transformam-se em pupas, que se fixam no
substrato e não se alimentam. Começa então a fase da metamorfose que resultará no inseto
adulto.(Figura26 e 27)
Para compreender e conhecer seus aspectos biológicos, a solução, portanto, consiste em trazer os
adultos vivos para o laboratório, e criá-los em local especializado (insetário), no sentido de se
manter uma produção para usá-los em pesquisas experimentais.
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Controle
A incidência das leishmanioses tegumentares é cíclica, podendo haver um número alto de registros
em um ano, baixo no outro e alto novamente no seguinte. Na última década, o registro de casos
confirmados tem variado entre 30 mil e 40 mil por ano, no Brasil. Segundo dados da Secretaria de
Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde, o maior coeficiente de detecção da doença se
dá na Região Norte, onde ela atinge quase cem habitantes para cada cem mil. Em seguida, há as
regiões Centro-Oeste, com 41,85, e Nordeste, com 26,50 casos para cada cem mil pessoas.
Apesar dos números acima, a letalidade das leishmanioses tegumentares é inexpressiva, ocorrendo
somente em casos esporádicos, como quando surgem infecções secundárias, ou quando ocorrem
problemas na medicação do paciente. Muitos casos, inclusive, não são sequer registrados, ou porque
o infectado não desenvolve a doença (tornando-se apenas um portador), ou porque o enfermo
simplesmente não procura um serviço médico.
Os ciclos no número de ocorrências explicam-se por fatores sociais e climáticos. Por exemplo, tais
registros podem ser influenciados, de um lado, pelo desmatamento ou período de seca, por outro por
algum processo de ocupação desordenada. Enfim, cada região apresentará características próprias, o
que colabora para que os padrões de transmissão das leishmanioses tegumentares sejam de
definição complexa. Ainda assim, tais padrões podem ser descritos em três linhas gerais: a
transmissão florestal, a rural e a urbana.
A transmissão florestal ocorre ao se penetrar nas matas. Por isso, ela atinge especialmente homens
que se dedicam a profissões que exigem o contato silvestre, como a abertura de estradas, a coleta de
produtos naturais, o garimpo, o turismo ecológico ou a extração de madeira. Os flebotomíneos
envolvidos nesse primeiro padrão são essencialmente silvestres, assim como os animais que servem
de reservatório para o agente causador (preguiças, tamanduás, gambás etc). Por isso, os casos por
transmissão florestal concentram-se predominantemente na região Amazônica e no Centro-Oeste.
O mosaico formado por pequenas porções florestais e áreas de baixa densidade demográfica servirá
de ambiente perfeito para a transmissão rural. Neste caso, há espécies de flebotomíneos adaptadas
tanto às matas quanto às áreas próximas aos domicílios. A infecção pode ocorrer em casa ou até
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mesmo quando uma criança vai para escola e passa por um pequeno bosque. Áreas rurais de
ocupação antiga, sobretudo em estados como Ceará, Minas Gerais e Paraná, servem como exemplo.
No segundo caso, o vetor transmissor da doença já está adaptado ao espaço próximo aos domicílios.
Angra dos Reis e diversas localidades de Paraty, ao sul do Estado do Rio de Janeiro, são exemplos
clássicos, onde as transmissões urbanas são mais comuns. A presença das leishmanioses
tegumentares, porém, em bairros completamente urbanos é praticamente impossível. No máximo,
ela pode ocorrer em bairros periféricos com presença de matas alteradas, como em Jacarepaguá, na
cidade do Rio de Janeiro.
O combate à transmissão das leishmanioses tegumentares é difícil. O tratamento precoce dos casos
ainda deve permanecer como prioridade do programa de controle desta endemia. Quanto às ações
preventivas, é necessário haver uma adequação das atividades de controle às condições de cada
local atingido pela doença. As pesquisas e a política de enfrentamento contra a enfermidade devem
ser adaptadas para cada região, não existindo uma fórmula geral. Contudo, uma coisa é certa: o
alastramento do mal está intimamente ligado ao desequilíbrio ambiental, tema que deve ser sempre
tratado como prioridade.
Assim como nas tegumentares, a ocorrência da leishmaniose visceral é cíclica. De acordo com a
SVS, mais de 70% dos casos ainda concentram-se no Nordeste. Em todo o país, entre cinco e dez
mil indivíduos são atingidos anualmente, dos quais cerca de 10% não sobrevivem. Certamente, a
mortalidade não seria tão alta se a doença fosse diagnosticada e tratada mais precocemente. No
entanto, de acordo com Sabroza, além de seu início lento e mal definido (o que dificulta o
diagnóstico), os serviços de saúde ainda não se encontram suficientemente mobilizados para
enfrentá-la, havendo, portanto, escassez de informação sobre a moléstia.(Figura 29 e 30)
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sobrevivência ao que pesquisadores denominam de peridomicílio (as regiões ao redor das casas,
como jardins, parques, bosques, hortas ou quintais). Além disso, até agora, não há vacina de
eficácia comprovada e nem cura para a leishmaniose canina, de modo que a única alternativa é a
eliminação do animal infectado - tanto como medida de controle da moléstia, quanto para evitar o
seu sofrimento. No entanto, a população nem sempre se dispõe a eliminar seus bichos de estimação,
o que mais uma vez ressalta a necessidade de um amplo trabalho de conscientização.
Esporadicamente, os gatos também servem de reservatório para o protozoário.
Para sanar tal situação, urge que o problema da leishmaniose visceral seja encarado como de alta
prioridade. Sabroza recomenda a completa integração entre profissionais de saúde do sistema
privado e público, o envolvimento dos meios de comunicação em um movimento de
conscientização, em conjunto com campanhas de esclarecimento e a conseqüente colaboração da
população. A constituição de uma inteligência epidemiológica em locais endêmicos, diagnóstico e
tratamento precoce e o diagnóstico e eliminação de cães infectados são outras medidas necessárias.
Por fim, o controle da moléstia passa também por um controle vetorial, tema de trato extremamente
complexo, exigindo a presença de profissionais especializados no assunto.
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Figura 25: Vetor Leihmaniose L. longipalpis
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Figura 27: Ciclo leishmaniose
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Figura29: Sintomas Leishmaniose tegumentar
10.7. CHAGAS
Figura31: Chagas
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Figura32 e 33: transmissão Chagas
Figura 33
25
Figura34: Ciclo Chagas
10.8. MALARIA
Figura35: Malaria
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prevenção da malária.
ou orientar a comunidade quanto ao uso de mediadas de proteção individual e
ordenamento do meio ambiente para combater o vetor na fase imatura:
_ Drenagem de pequenos criadouros;
_ Aterro de criadouros;
_ Aumento do fluxo da água;
_ Limpeza da vegetação aquática.
tratamento e encaminhá-la
para leitura, conforme estratégia local.
conduta recomendada
pelo supervisor.(Figura36)
10.9.3 NA NOTIFICAÇÃO E NO CONTROLE
conforme estratégia local.
de atividade diária.
10.9.4 NO PLANEJAMENTO E NA AVALIAÇÃO
Participar das reuniões de planejamento e avaliação dos resultados das ações de controle da malária
no seu município.
10.9.5. AÇÕES DE CONTROLE DA MALÁRIA
Para combater o mosquito anofelino adulto, usam-se dóis tipos de borrifação com inseticidas
químicos, porém, esta só vai ser executada em
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locais previamente selecionados pela entomologia, levando-se em conta:
BORRIFAÇÃO INTRADOMICILIAR
10.9.6. Objetivo
Proteger as pessoas do risco de adoecer em decorrência da picada do mosquito transmissor da
malária, dentro de suas próprias residências por meio da técnica da borrifação intradomicilar, na
qual o inseticida é aplicado nas paredes das casas, os mosquitos têm contato com o inseticida e
morrem.
11. REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. CONTROLE DE VETORES – Procedimento de Segurança 1. Ed.,
Brasília: Ministério da Saúde: Fundação Nacional de Saúde, 2001.
BRASIL. Ministério da Saúde. DENGUE: instruções para pessoal de combate ao vetor: manual de
normas técnicas. 3. Ed., rev. Brasília: Ministério da Saúde:Fundação Nacional de Saúde, 2001.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Fundação Nacional de Saúde.
AÇÕES DE CONTROLE DE ENDEMIAS: malária manual para Agentes Comunitários de Saúde e
Agentes de Controle de Endemias. Brasília, Ministério da Saúde, 2002.
LEVY, et al. Educação em Saúde: histórico, conceitos e propostas. Ministério da Saúde. Diretoria
de Programas de Educação em Saúde.
FUNASA. 2001. Dengue. Instruções para Pessoal de Combate ao Vetor. Manual de Normas
Técnicas. Ministério da Saúde. Brasília.
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