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I

QUEM PÔS AQUI O SEU PEZINHO?

Um grupo de alunos efectuou uma saída de campo ao Cabo Mondego (Figueira da Foz).
Numa das arribas, encontrou estruturas curiosas, muito parecidas com as pegadas de um animal (figura
1). Na figura 2, está representada a pegada de uma ave actual numa areia de praia.

Levaram as fotos dessas estruturas para a aula de Biologia e Geologia, onde o professor incentivou o
grupo a desenvolver um trabalho de pesquisa centrado nas questões-problema:
“Que fenómenos estiveram na origem das estruturas X e Y, observadas no afloramento do Cabo
Mondego?” E “Que animal deixou as marcas observadas no afloramento?”

Para responder às questões-problema, os alunos realizaram uma pequena investigação, na qual


recorreram à consulta de bibliografia e a trabalho laboratorial. Sintetizaram todo o trabalho
desenvolvido num “V” de Gowin parcialmente representado na figura 3.
II
TIPICIDADE VULCÂNICA DO ARQUIPÉLAGO AÇORIANO

I. Entre as latitudes 36º 55´ e 39º 43´N e as longitudes 24º 46´ e 31º 16´W, a uma distância de cerca de
1600km de Portugal Continental, distribuem-se as nove ilhas do arquipélago dos Açores e alguns
pequenos ilhéus. O seu posicionamento relativo permite considerar os grupos ocidentais – Flores e
Corvo; central – Faial Pico, São Jorge, Terceira e Graciosa e São Miguel e Santa Maria (Fig. 1).

II. Sob o ponto de vista geotectónico a região dos Açores localiza-se na proximidade do ponto triplo,
assim designado por corresponder à zona de confluência de três importantes placas litosféricas:
Euroasiática, Americana e Africana ou Núbia. O jogo de tensões resultantes desta situação peculiar
gerou um complexo sistema de estruturas tectónicas (…). Entre as grandes estruturas que
interactuam nesta região, salienta-se a Crista Média-Atlântica, a Zona de Fractura Norte dos Açores, a
Zona de Fractura Este dos Açores, a Zona de Fractura Oeste dos Açores e o Rift da Terceira. (…) Este
cenário complexo e conturbado imprime à região uma dinâmica específica que se traduz na
sismicidade e vulcanismo actuantes nestas ilhas, bem como, de certa forma, nas características
petrológicas e geoquímica das lavas emitidas pelos seus vulcões.

III. Fazendo uma viagem pelo arquipélago de certo que qualquer pessoa se apercebe das semelhanças e
dissemelhanças existentes. Em todas elas se observam:
(1) rochas basálticas s.l. de cor escura, algumas vezes com belos cristais de
olivina, plagioclase e piroxena;
(2) depósitos estratificados constituídos por materiais finamente pulverizados;
(3) inúmeros pequenos cones vulcânicos alinhados ou isolados formados por
lapilli (localmente conhecidos por bagacinas) e bombas, de cores negras e
vermelhas a acastanhadas;
(4) zonas basálticas aplanadas, encordoadas (lavas pahoehoe); ou, de aspecto
áspero, espinhoso, de espessura mais acentuada do que as anteriores,
intercaladas por material fragmentado (lavas aa com clinker). Percorrendo,
no entanto, as ilhas do Pico, São Jorge e Santa Maria não se encontram
traquitos, ignimbritos, pedra-pomes, caldeiras ou domos.. (…)

IV. Neste contexto, e em termos de sistematização, podem-se separar, no caso específico dos Açores,
três grandes grupos de tipos de vulcanismo:

(1) efusivo; (2) explosivo e (3) explosivo hidromagmático. No primeiro caso assiste-se,
fundamentalmente, à construção de cones de escórias ou de piroclastos (lapilli: 2-64mm, bombas:
>64mm, cinzas: <2mm, etc) ou à emissão de lavas do tipo pahoehoe ou aa, associadas a lavas de baixa
viscosidade (fluidas). No que concerne ao segundo grupo, as erupções são caracterizadas pela emissão
de grandes colunas eruptivas, de gases e de cinzas, que colapsando podem originar fluxos piroclásticos
(nuvens ardentes), bem como pela construção de domos, estruturas convexas resultantes da
acumulação da lava muito viscosa na “boca” da conduta magmática. As particularidades destas lavas
foram adquiridas durante a permanência do magma em reservatórios (câmaras magmáticas) existentes
sob grandes aparelhos vulcânicos (estratovulcões ou vulcões compósitos). Na realidade, o magma ao
ascender directamente de zonas terrestres profundas, até à superfície, é genericamente de natureza
basáltica, bastante fluído. No entanto, se durante o seu trajecto de ascensão permanece em câmaras
magmáticas poderá sofrer modificações químicas complexas que lhe vão conferindo graus progressivos
de viscosidade, factor determinante no processo eruptivo consequente. No caso específico do terceiro
tipo, as erupções hidromagmáticas, em que a água interactua directamente com o magma dentro da
conduta magmática, constata-se a presença de enormes colunas de vapor de água em simultânea
emissão com material vulcânico altamente pulverizado.
Após a análise de todos os aspectos vulcânicos observáveis no arquipélago dos Açores é possível
destacar a existência de (1) um grupo de ilhas com morfologias vulcânicas que traduzem a existência de
câmaras magmáticas subjacentes a estratovulcões (por exemplo, caldeiras) e (2) outro, onde tais
estruturas estão ausentes.

Adaptado de FRANÇA, Z. (2009). In: Comunicação apresentada na Academia da Marinha.

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