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FORTALEZA – 2003
Curso de Educação Teológica das Assembléias de Deus – CETAD
Ética Pastoral, a Prática do Ministério Pastoral
SUMÁRIO
1. QUALIFICAÇÃO DO PASTOR......................................................
2. CARACTERÍSTICAS DO PASTOR................................................
3. O PASTOR E SUA VIDA PARTICULAR........................................
4. A VIDA PESSOAL...........................................................................
5. A VIDA EMOCIONAL.....................................................................
6. A VIDA FAMILIAR.........................................................................
7. O PASTOR E SEUS ESTUDOS.......................................................
8. O PASTOR E O REBANHO............................................................
9. CLÍNICA PASTORAL......................................................................
10. O PASTOR COMO ADMINISTRADOR.........................................
11. O PASTOR COMO LÍDER..............................................................
12. CÓDIGO DE ÉTICA PASTORAL...................................................
13. BIBLIOGRAFIA...............................................................................
1. QUALIFICAÇÕES DO PASTOR
Deus, com mão forte, tirou o povo de Israel da terra do Egito (Ex
12.37; 13.8; 14.8; 15.6);
Elias, Eliseu, Davi e tantos outros forma usados de maneira
poderosa e cheios do Espírito;
O próprio Senhor Jesus Cristo foi ungido para libertar os homens
(Lc 3.22; At 10.38), porque Deus era com Ele. Essa é razão por que os
milagres e maravilhas acompanharam o seu ministério (Mt 4.23-25; 11.4-
6; Jo 5.36; 10.25,38; 14.10,11). Tanto os discípulos quanto aqueles que são
chamados para o ministério são exortados a buscar o poder do Espírito
Santo (Lc 24.49; At 1,4,5,8) e os acompanharão grandes sinais (Mc
16.17,18).
2. CARACTERÍSTICAS DO PASTOR
Ter cuidado de si mesmo e da doutrina (I Tm 4.16), porque assim
fazendo, salvará tanto a si mesmo quanto aos que o ouvem. Se
negligenciarmos este princípio, sofreremos as terríveis consequências.
Ser irrepreensível, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para
ensinar, não ser cobiçoso, ser de torpe ganância, e não ser avarento (I Tm
3.2,3).
Obediente, humilde e sábio, como Epafrodito, companheiro de
Paulo (Fp 2.25), homem com três qualidades essenciais para o bom
ministro: fraternidade, espírito de cooperação e espírito de
companheirismo.
Governar bem a sua própria casa, e ter os seus filhos em sujeição,
com toda modéstia (1o Tm 3.4).
Ter bom testemunho dos que estão de fora. Onésimo era “um irmão
fiel” (Cl 4.9).
Ter uma grande capacidade de perdoar. O pastor conhece as
fraquezas de suas ovelhas e sabe perdoá-las (Jo 4 e 8).
Ter uma grande capacidade de autodomínio. No exercício do seu
ministério, deve o pastor dominar-se a si mesmo para merecer grande
confiança e ilimitado respeito da comunidade.
Ter uma grande capacidade de formar obreiros. O evangelista funda
igrejas. O mestre edifica vidas através do ensino. O pastor forma obreiros.
Não apenas isto, mas também isto. Jesus preparou doze, depois preparou
mais setenta, depois continuou preparando. O pastor deve preparar os seus
auxiliares, os seus cooperadores, o seu substituto. (At 16.3a).
O bom ministro:
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Ética Pastoral, a Prática do Ministério Pastoral
a) ama (I Co 11.11);
b) trabalha (I Co 9.16; II Tm 4.2);
c) dá sua vida pela obra (II Tm 4.6-8);
d) é cheio do Espírito Santo (At 4.31);
e) fala o que convém a sã doutrina (Tt 2.1);
f) ser estudioso;
g) ser sincero e bondoso;
h) ter boas relações com Deus;
i) entusiasta;
j) intensamente humano;
k) ser de oração.
(II Tm 1.9), isto é, ele é separado com um propósito santo. Deve ser santo,
vivendo em paz com os seus irmãos na fé (Hb 12.14).
Deus exige santidade:
Exigiu Deus, no princípio, de Abraão, mesmo com a idade de
noventa e nove anos (Gn 17.1); de Israel, quando fez o povo subir da terra
do Egito, foi uma exigência (I Pe 1.15,16). E, por estar a palavra
“santificação” ligada às palavras “pureza”, “sem mancha”,
“irrepreensível”, “sem ruga”, é que o pastor precisa de uma santificação
geral:
a) Do espírito, da alma e do corpo (I Ts 5.23);
b) Do coração (Mt 5.8; Sl 24.4);
c) Do pensamento (Fp 4.8; Cl 3.1,2)
d) Dos lábios (Cl 3,8,9; Sl 141.3; Ef 5.4);
e) Dos olhos (I Jo 2.15-17; Mt 5.28);
f) Das mãos (Sl 24.4; Hb 12.12; I Tm 2.8);
g) Dos pés (Ef 6.15; Ec 5.1);
h) Dos ouvidos (Dt 28.62; Pv 21.13; Is 50.4,5);
i) Outras referências: Sl 93.5; II Co 7.1; Ef 1.7; 4.24; I Ts 3.13;
4.3,4; I Tm 2.5; Hb 12.14; II Ts 2.13; I Pe 1.15.
Sendo santificado, o pastor produzirá aqueles aspectos
transcendentais do fruto espiritual, nascido por atuação do princípio
divino, isto é, o fruto do Espírito: amor, gozo, longanimidade, benignidade,
bondade, fé, mansidão, temperança, humildade, misericórdia, fidelidade e
paciência.
“Para que o homem de Deus seja perfeito...” (II Tm 3.17). Para
servir no Evangelho com pureza espiritual, como os sacerdotes da antiga
aliança, o pastor não pode apresentar nenhuma deformidade, está descrito
em Lv. 21.18-20.
Estas imperfeições são caracterizadas espiritualmente:
3.2. Pecados da Língua
Tiago, irmão de Jesus Cristo, dedicou quase que um capítulo inteiro
de sua epístola (cap. 3) ao domínio da língua. Reconhece a verdade de que
“todo tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o
tal varão é perfeito, e poderoso para também refrear todo o corpo” (Tg
3.2).
Vejamos mais alguns tropeços que o pastor pode incorrer ao longo
de seu ministério, utilizando-se da língua:
ocasião de transmitir graça àqueles que o ouvem. Essa deve ser a atitude
do pastor sempre que entrar no campo da conversação.
3.2.2. Crítica
“Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo
com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes
medido vos hão de medir a vós” (Mt 7.1,2). As palavras do Senhor Jesus
não se traduzem em tolerância para o mal, mas que é nosso dever sondar
sempre os erros de nossa própria vida. A crítica tem duas facetas:
a) Faculdade de julgar com conhecimento; e
b) Condenação ou censura desfavorável.
Biblicamente, isto é traduzido pelo apóstolo Paulo como “pecado
da malícia” (I Pe 2.1), e que denominamos suavemente “crítica”. Existe a
crítica construtiva e a destrutiva, que esboçam grandes diferenças entre si.
Pastores há que usam a “vara” para ajudar a ovelha, sem machucá-la,
sendo isto prova de cuidado, assim como o pai, que com amor critica seu
filho, sem que cesse sua afeição por ele. Outros, porém, são tão críticos
que deixam marcas profundas de desgosto em suas ovelhas, e os pais em
seus filhos, matando a afeição que sentem.
Quando o ministro deixa o espírito de crítica apossar-se de si, é
porque oculta-se em seu interior a “podridão dos ossos”, proverbialmente
traduzida por “inveja” (Pv 14.30). O cristão verdadeiro e humilde,
revestido de submissão, de brandura, de mansidão, de docilidade, de
espírito e de procedimento. Não enche a sua boca de linguagem imunda
contra os filhos de Deus “ sob a capa de santidade”, mas tem modo e
comportamento terno e afável, como recomenda Paulo: “Revesti-vos, pois,
como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia,
de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade” (Cl 3.12).
Carlos R. Padilha apresenta vinte princípios importantes que, se aplicados
adequadamente, ajudarão o pastor a controlar o seu ímpeto crítico,
tornando saudável suas observações:
f) exasperação;
g) ressentimento;
h) paixão;
i) mau gênio;
j) ira;
k) ódio;
l) raiva;
m) fúria;
Quando Paulo diz “irai-vos e não pequeis” (Ef 4.26), não está nos
autorizando a que nós nos iremos, e também não quis dizer que, , se nos
irarmos, de modo algum cometeremos pecado, contanto que abafemos
nossa ira antes do cair da noite. A Bíblia está cheia de advertência contra a
ira, e muitos pastores têm atribuído o seu mau gênio aos nervos,
transformando com isso uma falta grave em simples enfermidade. É muito
melhor admitir a falta, arrepender-se e confessá-la, abandonando-a e
pedindo humildemente perdão por ela. Deus pode conceder-nos vitórias ao
longo das linhas das nossas maiores derrotas. Podemos transformar, pelo
domínio próprio, o mau gênio; torná-lo gênio bom não importa na ausência
de têmpera. Uma pessoa que saiba dominar o seu temperamento pode
alcançar muito mais do que um indivíduo sem qualquer reserva de espírito.
Vejamos como a Bíblia nos fala a esse espírito:
Sl 37.8: “Deixa a ira, e abandona o furor; não te indignes para fazer
o mal.”
Pv. 15.1: “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura
suscita a ira.”
Pv. 19.11: “O entendimento do homem retém a sua ira, e sua glória
é passar sobre a transgressão.”
Pv. 19.19: “Homem de grande ira tem de sofrer o dano.”
Pv. 21.19: “Melhor é morar numa terra deserta do que com a
mulher rixosa e iracunda.”
Pv. 22.24: “Não te acompanhes com o iracundo, nem andes com o
homem colérico.”
Pv. 27.4: “Cruel é o furor e a ira é impetuosa.”
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Profanação do falar:
Em Êxodo 20.7, o Senhor Deus adverte: “Não tomarás o nome do
Senhor teu Deus em vão...”. o homem espiritual, aquele que nasceu de
novo, pode perfeitamente eliminar de seu coração a linguagem pesada e
profana, evitando assim, a aparência do mal. “Não saia da vossa boca
nenhuma palavra torpe, e, sim, unicamente a que for boa para edificação,
para que dê graça aos que a ouvem”, Ef. 4.29, é a generalização de Paulo
para os santos do Senhor. O pastor que se dá à vulgaridade, ao sacrilégio, à
blasfêmia ou ao juramento enganoso (Mt 5.34-37) estará revelando mau
caráter, e contaminando a atmosfera em que vive, causando desgosto
profundo às pessoas de bons sentimentos e ofendendo a Deus. Quando o
ministro não consegue dominar a sua própria língua (Tg 3.8,10; 1.26), não
conseguirá também dominar toda a sua personalidade, e ela o fará
imiscuir-se às rodas do escárnio, das piadas blasfemas, do vocabulário
tolo, dos trocadilhos dúbios ou ambíguos. Isto lhe fará cair na linha do
descrédito perante a Igreja, que colocará em dúvida sua própria chamada.
Profanação da doutrina:
A recomendação de Paulo a Timóteo para ter cuidado de si mesmo
e da doutrina (I Tm 4.16) incluía, entre outras coisas, condenar as coisas
do mundo que estavam entrando na Igreja, bem como exercer autoridade e
zelar pela doutrina, para que a sua má explicação não viesse a se tornar
uma profanação ao Senhor. Eis aí a razão porque disse Tiago: “Meus
irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais
duro juízo” (Tg 3.1). Muitos obreiros querem ensinar hoje em dia sem se
preocuparem em estudar sistematicamente a Palavra de Deus, seja como
autodidata ou em instituições de ensino teológico. O desastre se faz sentir
logo adiante: erros grosseiros de interpretação doutrinária e que conduzem
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Leviandade
O leviano procede sem seriedade, irrefletidamente, com
precipitação e com imprudência. Paulo traduz nas palavras de Ef 5.4 a
conversação torpe, as chocarrices e palavras vãs como leviandade. O
gracejo ou a chocarrice sempre são inconvenientes, pois consistem num
riso a custa de outro. Muitos têm caído neste pecado condenado pela
Palavra de Deus, e ao contrário do bom humor que pode exercer uma
influência benéfica numa reunião cristã, a tolice põe uma reunião em
debandada.
Mentira
Jesus caracterizou o Diabo como mentiroso, porque “quando ele
profere a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da
mentira” (Jo 8.44). A queda do homem foi consequência de uma mentira
bem formulada pela serpente. Deus ordenou a Moisés e aos filhos de Israel
diretamente: “Não mentireis nem usareis de falsidade cada um com o seu
próximo” (Lv 19.11). Paulo, em Colossenses 3.9, reafirma este
ensinamento “Não mintais uns aos outros...’e, “pelo que, deixai a mentira e
falai cada um a verdade com o seu próximo” (Ef 4,25). A mentira é um
pecado muito sério, e é reprovada nos Salmos e nos Provérbios; os
profetas e os apóstolos fizeram sérias advertências contra esse pecado (Sl
5.6; Pv 15.5,9; 13.5; Jo 2.21; I Tm 4.2; Ap 21.27).
Quando o ministro se entrega à mentira, é prenúncio de que parte
de sua vida já pertence a Satanás, e torna-se seu aliado, não sendo digno de
crédito (Jo 8.44), e passa a ser inimigo de Deus, porque é verdade, e nEle
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Murmuração
É um outro pecado da língua, e se constitui um hábito que trai uma
condição espiritual. Aos filipenses, Paulo exortou: “Fazei todas as coisas
sem murmurações nem contendas” (Fp 2.14), e, Pedro, em sua primeira
epístola, aconselha-nos a deixar toda malícia, todo o engano, todo o
fingimento, toda a inveja, e todas as murmurações (I Pe 2.1). Moisés,
quando conduziu o povo de Israel através do deserto, sofreu muito por
causa desse problema: “Tendo ouvido as murmurações dos filhos de
Israel”, disse o Senhor (Nm 14.27). A murmuração é falar mal de alguém
ou alguma coisa; são as queixas de pessoas descontentes, e, portanto, é
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3.3.1. Dinheiro
O pastor deve ser um ganhador de almas por excelência (Mt 4.19),
mas, lidando com aquilo que é material, deve fazê-lo com muita prudência.
A Palavra de Deus diz que as riquezas vêm de Deus (I Cr 29.12), e a Ele
pertence o ouro e a prata e tudo quanto existe na terra (Ag 2.8). Se o pastor
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3.3.2. Egoísmo
O egoísmo é uma das doenças ligadas ao ego. É uma inclinação
humana que se tem feito sentir em todas as coisas, e que domina o palco
das atividades hodiernas. Refere-se ao apego excessivo a si mesmo e ao
que se faz em detrimento dos interesses dos outros e nos incomoda quando
a posição que ocupamos é ameaçado pelo surgimento de alguém que
procura ombrear-se conosco. O perigo do egoísmo pode florescer bem
cedo no coração do pastor, pois, na luta pela sobrevivência e pelo
desenvolvimento, sempre são galardoados os mais esforçados e os mais
capazes. A solução para o pastor que se vê diante desse problema é o
desenvolvimento do espírito de compreensão e de solidariedade. Talvez
alguns, pelos anos de ministério que têm, esqueceram-se de que a
humildade é uma qualificação daquele que conseguiu galgar as escadas do
sucesso, e hoje, infelizmente, estão doentes com enfermidades ligadas ao
ego, como:
egocentrismo; É a tendência a monopolizar a atenção para a sua
própria personalidade, desprezando as opiniões alheias. Só ele está certo.
Egolatria; É a adoração ao próprio eu, o culto do eu. É o clímax de
todas as doenças. É o caso do homem do pecado (II Ts 2.4).
3.3.3. Falsidade
3.3.4. Imoralidade
Deve o pastor resguardar-se de cair na imoralidade, cujas
consequências são a vergonha para a sua família e para a Igreja de nosso
Senhor Jesus Cristo. O seu modo de vida irá definir o sucesso de seu
ministério e assim como Cristo a si mesmo se entregou pela Igreja (Ef
5.25), o despenseiro deverá achar-se fiel ao Senhor e à sua companheira, e
com ela conviver em harmonia, providenciando o seu bem-estar e
dignificando-a. A promessa de Deus ao homem que teme ao Senhor é ser
abençoado (Sl 128), pois “comerá do trabalho de suas mãos, feliz será e
lhe irá bem”. Mas como os demais crentes, o pastor precisa lembrar-se de
que tem suas próprias tentações e não estará livre delas a não ser quando
passar para a eternidade, salvo. A mais poderosa arma do inimigo é
destruir, escandalizar e envergonhar a autoridade dos filhos de Deus. E
muitos obreiros estão caindo no pecado da prostituição, seja ela mental
(Mt 5.28), carnal (Ex 20.14) ou espiritual (Tg 4.4), desonrando o nome de
Jesus.
3.3.5. Inveja
“O coração tranquilo é a vida da carne; a inveja porém, é a
podridão dos ossos.”(Pv 14.30). A pessoa invejosa não sabe amar, sabe
apenas dominar, possuir. A inveja fez com que o “sumo sacerdote e todos
os que estavam com ele” lançassem os apóstolos na prisão (At 5.17),
também, “os patriarcas, movidos de inveja, venderam a José para o Egito”.
Caim assassinou seu irmão movido de inveja profunda, descaindo-lhe o
semblante (Gn 4.6).
“O coração alegre serve de remédio...” (Pv 17.22a), mas a inveja,
pela depressão moral que determina, acarreta uma lenta deterioração física.
A inveja oculta-se, por vezes, atrás de uma tela de boa vontade. Reveste-se
de palavras, como: “Sim, ele fez bem, mas...,” e a chama irrompe. “Não
gosto de dizer isto dele, mas...,” e nova chama irada surge. A inveja é
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A inveja religiosa
Gn 4.3-5: “E aconteceu ao cabo de dias que Caim trouxe do fruto
da terra uma oferta ao Senhor. E Abel também trouxe dos primogênitos das
suas ovelhas, e da sua gordura, e atentou o Senhor para Abel e para a sua
oferta. Mas para Caim e para a sua oferta não atentou. E irou-se Caim
fortemente, e descaiu-lhe o seu semblante.”
Sl 106.16: “E tiveram inveja de Moisés no acampamento, e de
Arão, o Santo do Senhor.” (Nm 16.1-50).
Mc 15.10: “Porque, ele, bem sabia que por inveja os principais dos
sacerdotes o tinham entregado.”
At 5,17,18: “E levantando-se o sumo sacerdote, e todos os que
estavam com ele, encheram-se de inveja, e lançaram mão dos apóstolos, e
os puseram na prisão pública.”
3.3.6 Orgulho
“A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda”
(Pv 16.18). o orgulho pode se manifestar na vida do obreiro de várias
formas, e por ser uma condenável exaltação do ego, o qual se delicia com
o pensamento de ser superior a todos os seus semelhantes, torna-se
“abominação ao Senhor” (Pv 16.5). As formas de orgulho são:
a) o espiritual;
b) o intelectual;
c) o material;
d) o social.
Todas essas formas de pecado têm procedência mundana, e não do
Pai (1o Jo 2.16). a soberba ou orgulho busca apenas a glorificação própria,
o culto ao próprio “eu”, que emana do coração onde se fixa uma
desvairada paixão egoísta de viver superior aos outros, com lazer e
conforto excessivos, ostentando melhores vestimentas, olhando altivo,
levando uma vida social regalada ou uma vida de vanglória, de presunção,
de desejo pelo louvor e pela deferência, pelo deleite de ser considerado
importante, de exercer autoridade sobre outros, de estar em primeiro plano;
possui as vaidades vazias da moda e dos costumes, dos títulos e ofícios;
dos uniformes e posição, das pequenas imposturas esnobes, nas quais
coisas os homens caem, não lhes importando que perante Deus nada disso
menos letradas e perante os oprimidos. Não foi assim com Jesus Cristo,
“que sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus”
(Fp 2.6). Que sentimento! Antes, aniquilou-se a si mesmo, tomando a
forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens” (v. 7). Aquele que
estava com o Arquiteto do universo, quando este era projetado (Pv 8.22-
31), não se jactava de seus feitos na presença dos oprimidos (Mt 8.4),
porque a soberba é inimiga do Evangelho. Sua confiança estava em Deus
(Jo 11.41). o sábio intelectual estriba-se no seu próprio entendimento (Pv
8.5), e o pastor que é “sábio aos seus próprios olhos” esquece-se de que
sua capacidade de entendimento e saber vêm de Deus (I Rs 3.12; Tg 1.5).
Orgulho Material
A soberba proveniente dos bens materiais pode levar o homem a
esquecer-se de Deus, à ruína e à perdição, como disse Paulo a Timóteo:
“Os que querem tornar-se ricos, caem em tentação e em laço, e em muitos
desejos insensatos e nocivos, os quais arrastam os homens à ruína e à
perdição” (I Tm 6.9). Mas o perigo não está em ser rico neste mundo:
Abraão, Jó, Salomão e muitos outros o foram, mas em colocar o coração
na riqueza (Mt 8.21; Lc 12.20). O verdadeiro sentimento de ser rico é
“possuindo tudo, como nada tendo,” “como pobres, mas enriquecendo a
muitos” (II Co 6.10), porque na soberba trazido por bens materiais,
entroniza-se o ego em vez de Deus ,as coisas secundárias são exaltadas a
um lugar de primeira importância, e a vida se desequilibra. Então,
concentra-se naquilo que tem e não naquilo que é, aos olhos de Deus. A
soberba material tende a levar o homem para a cobiça.
3.3.7. Preguiça
A recomendação do apóstolo Paulo ao jovem Timóteo foi para que
ele procurasse apresentar-se a Deus como “obreiro aprovado” (II Tm 2.15)
e aos romanos, que apresentassem seus corpos “em sacrifício vivo” (Rm
12.1), pois a felicidade do ministério, em grande parte, é determinada pelo
que o pastor faz com o seu corpo e o seu intelecto. A preguiça, como um
dos pecados capitais, destrói a oportunidade e mata a alma, pois significa
aversão ao trabalho, indolência, vadiagem, negligência, ociosidade,
descuido.
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Ética Pastoral, a Prática do Ministério Pastoral
Consequências da preguiça
4. A VIDA PESSOAL
4.1. O CORPO
apetite ou saciar a sua sede, mas come, bebe e vive para o cumprimento de
sua missão neste mundo. É necessário, ainda, que o pastor tome o devido
cuidado com o corpo, a fim de que tenha boas condições de saúde e,
consequentemente, a disposição espiritual no desempenhar de sua missão.
O corpo merece o maior cuidado na sua preservação, devendo ser
mantido nas melhores condições possíveis para o desempenho de sua
missão, mesmo porque ele “é o templo do Espírito Santo, que habita em
nós proveniente de Deus” (I Co 6.19).
A limpeza
A pele exerce função de alta importância no corpo. O banho diário
é imprescindível, pois os poros precisam ficar desimpedidos e em bom
funcionamento. A negligência a esse princípio, isto é, a falta de higiene,
pode acarretar o surgimento de algumas moléstias, e, por isto mesmo,
insiste a ética no banho diário, essencial à limpeza e ao bom
funcionamento do corpo.
Exercício físico
Sem o exercício físico, o corpo pode perder o calor e a abundância
de vida tão necessária ao homem no cumprimento do seu dever. O corpo é
uma máquina que se enferruja quando não é usada. Enfraquecido por falta
de exercício, ele se torna cada dia mais susceptível às doenças, e muita
vezes morre, não tanto pela própria moléstia, mas pela sua condição física.
A impossibilidade do pastor na prática de exercícios diários, face à sua
condição física, ambiental ou mesmo funcional, deve levá-lo a evitar a
O Descanso
O corpo tem certos limites que precisam ser respeitados, o trabalho
esgota-lhe as energias, e o repouso é o que faz com que os danos causados
pelas horas de trabalho sejam reparados. Um automóvel nunca pode ser
consertado quando em movimento: é preciso que esteja parado.
Os reparos no corpo são feitos quando este está parado. As férias
são necessárias para o ministro, que, após um ano de constante agitação,
deve gozá-las. O pastor que não se afasta da igreja com receio de que seus
auxiliares venham a ocupar o seu lugar não deve estar muito seguro de que
a posição que ocupa tem aprovação divina. Feliz é o obreiro que sabe
preparar o seu substituto e desfruta da confiança de toda a igreja. Esta
reconhecerá o seu merecido descanso.
O Sono
O sono insuficiente é um dos fatores de perturbação da saúde. As
consequencias da falta de sono nem sempre se fazem sentir imediatamente,
mas é certo que aparecerão, mais cedo ou mais tarde.
Uns têm necessidade de mais horas de sono que outros, e,
geralmente, oito horas são suficientes para os adultos. Para se ter um bom
sono, as condições ambientais devem ser bem agradáveis, como uma cama
asseada e confortável, num local arejado, isto é, deve haver entrada para o
ar fresco e escoamento para o ar viciado. Uma fresta de janela em cada um
dos extremos do quarto é o bastante. As constantes e exaustivas viagens
empreendidas pelo pastor no exercício do ministério, e as noites de
vigílias, seja com o grupo de oração ou seja na tentativa de sair incólume
dos grandes problemas que lhe subtraem as horas de sono exigidas pelo
seu corpo, devem ser compensadas, a fim de que isto não contribua para o
seu desequilíbrio emocional com consequências para o rebanho que cuida.
A insônia
As principais causas da ausência de sono são a instabilidade, a
insegurança, a tensão e a ansiedade no homem moderno. Essas vítimas
travam, durante a noite, verdadeiras batalhas na hora de dormir. Existe a
insônia ocasional, que ataca em épocas particularmente difíceis, de
excepcional tensão, como a preocupação com dívidas a pagar,
aborrecimentos e problemas ou sérias dificuldades, viagens ou outras
situações. Isto é apenas um acontecimento extra na vida da pessoa,
cessando o motivo de suas preocupações, cessa também a insônia, e o sono
volta a ser tranqüilo.
Já a insônia crônica, aquela que ataca sistematicamente o indivíduo,
pode derivar-se de um grave problema emocional ou mesmo pode ter
origem física (disfunção do sistema nervoso), tornando-se um constante
incômodo na vida da pessoa. O uso de soníferos não deve ocorrer, de
forma alguma, sem receita médica.
Tipos de insônia:
a) de tensão: O sujeito vira e revira antes de cair no sono profundo;
b) de fadiga: O indivíduo adormece logo após a refeição, para acordar
pouco depois e passar o resto da noite em claro;
c) de aflição física: o sujeito não dorme devido a dores de cansaço;
d) flutuante: O sujeito dorme e acorda, flutuando entre os dois estados.
4.2. A ALIMENTAÇÃO
Embora o trabalho ministerial seja fatigante, não deve o ministro
deixar-se dominar pelo seu apetite, e tem de considerar a fome como um
meio e não um fim. A falta de restrição do apetite produz dois vícios
inteiramente opostos:
a) leva o homem a apetecer somente iguarias finas, muito
especiais;
b) leva-o a comer demais e de tudo.
5. A VIDA EMOCIONAL
A psicologia define a emoção como um estado psíquico cuja
principal característica é o forte grau de sentimento por uma atividade
motora quase sempre intensa, e se constitui como uma das fundamentais
experiências do ser humano.
a) Ansiedade
É um estado que desterra a alegria de viver e implanta a tristeza e a
depressão, que consequentemente pode gerar a ira, o medo e a revolta. E
qualquer pessoa que se permitir viver na angústia ou na aflição logo
admitirá que isso é a vontade de Deus para a sua vida. Não há problema
tão grave que mereça a complacência do Senhor. O salmista exortou
“Descansa no Senhor, e espera nele” (Sl 37.7) e, se temos um advogado
para com o Pai, as nossas causas passam a ser dele; porém, quando nos
expectamos pela falta de fé e assumimos a defesa, retirando o “processo”
de suas mãos, sentimos a angústia habitual saturando a alma, o que passa
para o físico, produzindo estados emocionais desagradáveis. A ansiedade
no corpo produz dor de cabeça, dores abdominais e estomacais, úlceras,
erupções na pele, alergia, males do coração, asma, vômitos, diarréia, prisão
de ventre, dispnéia, etc., o que pode deixar o angustiante paralisado. E isto
é satânico e não provém de Deus.
b) Estresse
Este tipo de tensão indica sempre angústia e ansiedade diante de
uma ameaça. Fisicamente, essa situação provoca uma libertação de
substância, como a adrenalina, acima do normal. Elas aumentam os
batimentos cardíacos e a transpiração, preparando o corpo para enfrentar
um perigo. Emocionalmente, a situação de ameaça vem acompanhada de
irritação e de um estado de desconforto intenso. Assim, o estresse é tensão
mental, física e emocional que, perdurando, pode chegar ao esgotamento.
E não são poucos os pastores que evidenciam marcas de estresse em seu
corpo, sem se aperceberem disso. Alguns sinais, de sentidos, podem
revelar que a “máquina” precisa ser “reparada”, ou seja: depressão; dor
persistente; fadiga; falta de habilidade para dizer não às pessoas, mesmo
sabendo cumprir o prometido é quase impossível; perda das opções, isto é,
não há alternativas para soluções de problemas.
Se o estresse é um processo acumulativo, o que se deve fazer é
manter baixo o seu nível através de alguma providência cabível e
frequente, como descansar com frequencia, manter uma atitude positiva
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c) Fadiga
O estado de fadiga tem uma consequencia comum, ou seja, uma
diminuição da capacidade funcional. O ritmo humano, a pressão subjetiva,
a perseguição, a irritação, a pressa, o ruído, as aglomerações e os hábitos
sedentários da vida humana coadjuvam com a aparição da fadiga, e
esgotam a reserva de energia nervosa. A fadiga funcional torna-se crônica
porque se baseia em atitudes mentais de constante ansiedade.. esta destrói
o interesse e o entusiasmo, sem os quais existe pouca inclinação para o
trabalho.
Os distúrbios de caráter também comum, isto é, monotonia, são
bons indicadores da fadiga e, às vezes, são acompanhados de crises
nervosas e a depressão nervosa geram a hipersensibilidade e intolerância
aos ruídos. Em definitivo, assim como a fadiga pode atingir na sociedade
moderna o simples trabalhador e o executivo, muito mais poderá atingir o
que está operando o rebanho do Senhor Jesus.
d) Meditação
O pastor que, na sua agitação, não encontra reservas para estar a
sós com Deus, acabará por certo sendo dirigido pela razão e por suas
próprias conclusões, uma vez que o diálogo entre ele e Deus deixará de
existir. Descansar, orar, meditar e também cultivar a presença de Deus são
maneiras poderosas do ministro conservar-se forte para o desempenho de
sua missão. Feliz é o pastor que tem um recanto onde poder ver, de Deus, o
máximo para a sua vida de observação, que cavando a terra, plantando,
cultivando, quem na contemplação da natureza. Nesses momentos, muitas
respostas vêm dos céus ao inquieto coração ávido de resoluções na obra de
Deus. A meditação deve ser acompanhada do espírito de contrição e
reconhecimento da soberana vontade de Deus para a nossa vida e, nunca
no transe de nossos sucessos espirituais, do que fizemos ou do que somos.
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Muitos pastores preferem viver do passado, olhar para trás a olhar para a
frente, pelo simples fato de se lembrarem de onde já estiveram, em vez de
imaginarem o lugar onde Deus os deseja colocar à frente.
e) Velhice
A velhice é um processo fisiológico lento. Estudos têm
comprovado que o funcionamento ótimo dos órgãos do corpo é alcançado
entre os 20 e os 25 anos de idade sendo possível se estabilizar nesse nível
por longo tempo. Com o passar dos anos, esse funcionamento começa a
apresentar um acentuado declínio. Em alguns casos, pessoas com 70 anos
de idade ainda podem estar de posse de suas faculdades e ter os órgãos
funcionando como aos 30 anos, enquanto outros requerem cuidados
especiais constantes devido às doenças que atacam as pessoas idosas. Em
muitos casos, um regime alimentar inadequado e a falta de exercícios são
causas que fornecem as doenças associadas à velhice.
f) Evitando a Solidão
Os seres humanos têm a tendência de tornarem-se irritadiços com o
decorrer dos anos. Essa irritação os torna ranzinzas e mal-humorados, a tal
ponto que ninguém gosta de se aproximar deles. O pastor, mesmo no
exercício do seu ministério, será bem sucedido se conseguir controlar seus
nervos e consequentemente, manter sua calma na maioria dos casos. Mas
aquele pastor que planejou sabiamente a sua velhice será muito mais feliz
no outono da vida, e a sua vida intelectual e espiritual será mais rica e
preciosa, especialmente quando estiver examinando a sua Bíblia ou outros
livros, o que em tempos anteriores não pôde fazer.
Frutos na velhice
A principal função da vara da videira é dar fruto, e não produzir
madeira. Jesus deixou bem claro isto: que ele é a verdadeira videira e nós,
as varas (Jo 15.5). florescemos como a palmeira e crescemos como cedro
do Líbano. A palmeira é a concretização da graciosidade ereta; o cedro, da
força e da majestade. Floresce o justo, não como o ímpio, que “brota como
a erva para ser destruído para sempre” (Sl 92,7); mas para ocupar um lugar
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6. A VIDA FAMILIAR
6.1. O LAR
O lar foi instituído por Deus: “Portanto, deixará o homem o seu pai
e sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma só carne”. (Gn
2.24). Desta forma o casamento remonta ao Éden, e Deus o instituiu como
guardião do amor. É o casamento que protege o amor, o não o amor que
protege o casamento. Com Eva e Adão, foi Deus mesmo que ensinou a
significação do casamento. Assim, o casamento vem a ser um
compromisso definido de amar a pessoa com quem casamos. Esse
primeiro casamento foi contraído por um casal perfeito. Adão não tinha
cometido pecado quando Deus lhe deu uma esposa.
O Éden foi, então um lar recém saído das mãos de Deus, e o centro
de todo o tempo e o símbolo da eternidade. Ele surgiu com o próprio
homem. Tem o lar prioridade sobre o Estado, sobre a escola, sobre a Igreja
ou sobre qualquer outra instituição. O lar tem tido, naturalmente, os seus
dias sombrios. Os seus avessos. Os séculos revelam mudanças em suas
atitudes e relações, mas tem sempre existido esta procriação,
desenvolvimento e amor. E o plano de Deus para aqueles que Ele criou.
Participar na ereção de um lar cristão é estar em sociedade com Deus, e ter
uma oportunidade de colaboração com as forças do seu universo.
6.2. A ESPOSA
Convém lembrar que, quando Deus criou o homem, Ele se
preocupou com a solidão no Jardim do Éden e logo providenciou-lhe uma
companheira, cirando-a com as suas próprias mãos: “Não é bom que
homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele.”
(Gn 2.18). para o homem que Deus criou, não havia, entre todos os
animais, um que lhe servisse de companhia. Por meio de um processo que
a ciência chamaria “anestesia”, e que a Bíblia chama “sono”, pôde Deus
tirar um costela do homem e formar Eva. E bom notar que o ato de Adão
dar nome à sua mulher implica na sua autoridade sobre ela. Esse é um
ponto de vista essencialmente bíblico: “o marido é a cabeça da mulher” (Ef
5.23). O varão é a cabeça da mulher. Em I Coríntios 11.3, existe certa
ordem decrescente de autoridade; cada ser tem o seu “cabeça”. O cabeça,
como diretor do corpo, representa autoridade. Assim, de todas as famílias
do Céu e da Terra, Deus é a cabeça. O Filho estabeleceu o exemplo: Ele
declarou que o Pai é maior do que Ele mesmo (Jo 14.28), e foi em
obediência ao Pai que Ele cumpriu e está cumprindo a sua missão. Embora
haja igualdade entre as pessoas da Trindade, o Filho dá honra ao Pai.
Assim, apesar de o homem e a mulher serem seres iguais, deve a mulher
obedecer ao marido, deve dar-lhe honra, aceitando-o como cabeça nos
moldes da Palavra de Deus. O homem não é independente, porquanto nem
ao menos é o Senhor de seu próprio destino. A mulher nesta esfera terrena.
Feliz é o pastor que encontra no seu lar um abrigo e a plena cooperação de
uma boa companheira. Mesmo cabendo ao marido a responsabilidade de
direção do lar, há, entretanto, uma igualdade entre os dois perante Deus,
como veremos a seguir:
a) Submissão:
A mulher foi dada ao homem por ajudadora. Ela só era inferior a
Adão por ser derivada dele; em tudo mais era-lhe igual. A mulher nunca
deve procurar ser a mentora do homem. A verdadeira mulher não é a que
governa o marido, mas a que o ajuda. O verdadeiro marido não é o que
tem uma esposa só para a cozinha, mas para ser associada a ele em todos
os seus negócios, prazeres, tristezas, vitórias e derrotas.
Um velho pastor, já falecido, dizia: “A natureza vos fez mulheres, a
eleição vos fez esposas, mas só a graça vos fará submissas.” A submissão
que a Bíblia preconiza é o encorajamento da mulher na missão do marido,
é a aceitação da liderança dele como cabeça do casal, em obediência a
Deus, na certeza de que o Senhor sabe o que faz e de que, quando
atendemos à sua direção, Ele assume a responsabilidade integral pelas
consequencias. (Ef. 5.22-25; I Pedro 2.1,5,6). A Bíblia exige da mulher o
respeito ao marido (Ef 5.32) e do marido o amor à esposa.
maneiras de submissão:
a) não ensinando o marido (I Tm 2.12a );
b) não tendo autoridade sobre o marido (I Tm 2.12b);
c) aprendendo em silêncio (I Tm 2.12c);
d) obedecendo ao seu marido (Ef 5.22,24; I Pe 3.1);
e) não se separando do marido (I Co 7,10,11,13);
f) respeitando o marido (Ef 5.33);
g) esperando em Deus (I Pe 3.5); e,
h) aprendendo (Tt 2.2-5).
b) Amor:
Os laços de amor que unem o marido e a esposa são símbolos da
união entre Cristo e a Igreja. Ao marido cabe amar, como Cristo, quer sua
mulher seja submissa ou não, e o melhor que ele pode fazer para induzi-la
à submissão é ama-la intensamente. A mulher deve submeter-se ao marido
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mesmo que ele não a ame como Cristo ordena, ainda que ele seja
caprichoso e inconsequente.
c) Perdão:
A amargura é uma das barreiras para a comunicação entre um casal.
É mister que, como pessoas, o pastor e sua esposa tenham divergências em
sua vida. Os gênios de ambos podem levá-los à agressividade e
consequentemente ao caos matrimonial. Por temperamento, certos pastores
não conseguem dominar-se quando ficam irritados. Qualquer pequena
coisa os irrita, e despejam sua ira com impropérios sobre a esposa e sobre
os filhos. A mulher sábia, com brandura, aguardará que a “tempestade
passe”, pois, se reagir, o desrespeito vai se acentuando e as duras palavra s
proferidas deixarão profundas cicatrizes no coração de ambos, que não se
apagarão no futuro. Em outros casos há esposas de pastores muito
briguentas, e, mesmo que se esforcem, não conseguem disfarçar a zanga,
que é uma fraqueza de caráter, é má lapidação do temperamento, é falta de
maturidade espiritual, carnalidade e falta do controle do Espírito Santo.
Mas perdoar significa que podemos ter o mesmo relacionamento com a
pessoa, mesmo depois que ela nos ofenda. Quando a pessoa ofendida
perdoa o ofensor, não querendo desforrar-lhe e retribuir a ofensa, a dor
diminuirá à medida que a sua sensibilidade para com o ofensor aumenta.
A cura se dá quando a pessoa reconhece aquela situação como uma
experiência que Deus permitiu em sua vida para crescer espiritualmente,
vencendo alguma dificuldade íntima que possuía que pode ter sido o
orgulho, a falta de sensibilidade para com os outros ou o julgamento
precipitado. Enfim, se se perdoarem mutuamente, essas crises serão
superadas e o respeito mútuo voltará a reinar no lar, e o amor cristão fluirá
em todas as relações sociais do casal.
6.2.4. Os Filhos
Palavra de Deus, então continua verdadeira porque a vara que
castiga, ao mesmo tempo ama. “Porque o Senhor corrige o que ama, e
açoita a qualquer que recebe por filho” (Hb 12.6). Foi a correção com a
vara que gerou um amor de filho, refletido no caminho dos que lhe
trouxeram à vida.
Assim como os filhos insensatos desprezam seus pais (Pv 15.20) e
representam “grande miséria” para eles (Pv 19.13), muitos pais podem vir
a tornar-se os responsáveis pela insensatez dos filho! Muitos ministros do
Evangelho, ocupados demasiadamente com seus negócios, com viagens,
com a igreja e com o complexo eclesiástico, insensivelmente vão
permitindo que seus filhos vão ao cinema, à bailes, fumem e se enturmem
com grupos jovens ou mesmo mantenham um namoro impróprio sem lhes
cobrar horário deixando-os entregues a tudo.
Não raras vezes os filhos vão procurar na rua, entre amigos ímpios,
a conversa ou a distração que a casa paterna não lhe proporciona. Não são
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que nos foram dados pelo único Pastor” (Ec. 12.12). Ele considerava a
sabedoria acima de qualquer outra coisa, como “pregos bem fixados”.
A ferramenta do pastor é a Bíblia Sagrada, têm fraquejado no
ministério da pregação bíblica, por negligenciarem o estudo sistemático da
Palavra de Deus, estribando-se na falsa idéia de que a sua inspiração os
levará suficientemente à orientação do rebanho.
Triste engano! As profundas verdades incursas na Bíblia são
descobertas e entendidas quando os nossos conhecimentos abrangem
geografia, psicologia, história, sociologia, outras línguas e até mesmo os
nossos anseios espirituais. Ademais, o Espírito Santo de Deus nos “faria
lembrar...”, princípio que depreende de uma aprendizagem anterior.
Observando-se que a capacidade humana pode representar
conhecimento de todas as áreas, vemos que as bibliotecas não mais
comportam os volumes da sabedoria das mentes”. Na Europa, hoje, a
maior biblioteca do mundo, por exemplo, contém mais de vinte milhões de
livros. Em 1517, ela continha apenas mil livros. Na atualidade, milhares de
livros são impressos diariamente, e a forma total de conhecimentos triplica
a cada década. A velocidade de mudança está acelerada, cem vezes maior
que a precedente. E o que temos feito para acompanhar essa aceleração?
Quais são os nossos conhecimentos do mundo atual? Nossas pregações são
superficiais como um rio em época de seca ou são cheias de riquezas com
as águas profundas dos mares? E o que dizer de muitos de nossos pastores
que estagnaram no tempo e no espaço?... contentam-se apenas com a
simples leitura, sem reflexão, de alguns versículos bíblicos (quando o
tempo lhes permite), para extrair algum alimento para o rebanho do
Senhor! Além das Escrituras Sagradas, nossa única regra de fé, sem dúvida
alguma outros livros deveriam ser lidos por mês. Ao final do ano, nossa
gama de conhecimentos seria recompensada com os resultados de nossos
ensinamentos.
Reconhecemos, entretanto, que homens espirituais e iletrados,
porém consagrados e cheios do Espírito Santo, admiravelmente têm
sucesso na pregação do Evangelho de Jesus Cristo. O auxílio destes vem
quando há uma perfeita comunhão com Deus, e homens simples fizeram
parte do quadro de apóstolos de Jesus Cristo. Mas a incapacidade
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7.2. A BIBLIOTECA
É muito natural àquele que se dedica ao ministério ser amante de
livros. Aquele que soube, desde a sua chamada, formar uma biblioteca,
hoje, como a quem cabe a responsabilidade de dar substância sólida ao
rebanho do Senhor, estará em vantagem infinitamente maior ao que
negligenciou, voluntariamente ou por falta de condições, a formação de
material de estudo.
A biblioteca é uma bênção na vida do pastor, pois ela reflete a
personalidade daquele que a cria. Uma biblioteca em desordem e sem uso
não tem valor. Uma biblioteca desorganizada, quanto maior, menos serviço
prestará. Deve ser um local de ordem, pois ali o pastor, seus familiares e
outras pessoas autorizadas passarão parte do seu tempo em meditação e
estudo. Se é uma biblioteca de predominância evangélica, então é também
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8. O PASTOR E O REBANHO
8.1 NO PÚLPITO
No passado, quando Deus queria falar ao povo, usava os profetas
em algum lugar, e nem sempre isso era feito dentro de templo. Não havia
um púlpito, pois o serviço da Palavra não era incluído no culto oficial.
Mais tarde, com a Reforma Protestante, vemos o culto “visivo” ser
substituido pelo “auditivo” , com o desaparecimento dos altares, dando
lugar ao púlpito de sentido atual central, onde os pastores cumprem o seu
dever com dedicação e esforço. É interessante notar que Jesus não teve um
púlpito para pregar suas mensagens de ensino, de exortação e de salvação.
No seu primeiro sermão, na sinagoga de Nazaré,”segundo o seu
costume,levantou-se para ler”(Lc 4.16), e “...assentou-se”. Depois de
cerrar o livro (v.20). Não há menção da existência de um púlpito. O que se
lê a respeito de suas andanças é que usava um barco, assentado;
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dia: é o Senhor que abençoa, quem guarda, quem tem misericórdia e quem
dá paz ( Nm 6.24 – 26 ). A primeira bênção, araônica , foi ordenada por
Deus, no Antigo Testamento e, a Segunda, no Novo Testamento, é usada
ao final de alguns escritos: “ A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de
Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós. Amém” (II Co
13.13 ) .
terás louvor dela; visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem.
Entretanto, se faz mal, teme; porque não e sem motivo que ela traz a
espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o
mal. É necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa do temor
da punição, mas também por dever de consciência. Por este motivo
também pagais tributos: porque são ministros de Deus, atendendo
constantemente a este serviço. Pagais a todos o que lhes é devido: a quem
tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a
quem honra, honra” (Rm 13.11-7). Procedendo deste modo, cada um de
nós será sempre e sempre honrado pelas autoridades.
Com os Idosos
Outra classe social que o pastor terá pela frente é a velhice dentro e
fora da igreja. Como tratá-la? Paulo o diz claramente ao recomendar-nos: “
Não repreendas ao homem idoso, antes exorta-o como a pai; aos moços
como irmãos; às mulheres idosas como mães; às moças como irmãs, com
toda a pureza” (I Tm 5.1,2). A pessoa idosa, em qualquer lugar, merece um
tratamento honroso. Sabemos que a Bíblia recomenda isto tanto no Novo
quanto no Antigo Testamento.
Com os Jovens
O pastor, entretanto, diante de si a juventude, que requer muita
compreensão para poder ser útil na própria esfera do seu labor diuturno! O
jovem é uma rosa em botão, não pode ser forçado a desabrochar antes do
devido tempo, porque se o for, perecerá! Neste caso, devemos
compreendê-lo como jovem, imaturo, às vezes impetuoso e barulhento em
demasia. Porém, devidamente encaminhado o seu potencial exuberante,
ele poderá tornar-se um valor maravilhoso à igreja, como o foram Timóteo
e Tito. Diz-nos Paulo com respeito ao nosso trato com o jovem: “ Ninguém
despreze a tua mocidade: pelo contrário, torna-te padrão dos fiéis na
palavra, no procedimento, no amor , na fé, na pureza" (I Tm 4.12). Como
poderá o jovem exibir tais virtudes quando é tratado como um objeto mais
do que como um ser humano? Como poderá ele exibir estas virtudes,
repetimos, quando não se lhe dá oportunidades para provar de quanto é
capaz? Daí ser necessário ao pastor compreendê-lo como jovem, e dar-lhe
9 – CLÍNICA PASTORAL
Clínica é um termo moderno, porém sua aplicação é tão antiga
quanto o próprio cristianismo, sendo Jesus o modelo por excelência
àqueles que queriam usá-la na prática com proveito positivo. Jesus foi
pregador (Mt 4.23) e um terapeuta (Lc 4.18,19) e, para dar continuidade ao
seu ministério aqui na terra, chamou e vocacionou homens a quem deu o
nome de apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres (Ef 4.11 ; Jo
17,18;20.21 ; Lc 9.1,2).
Não será diferente para o pastor hoje estar às voltas com as três
facetas do ministério de Jesus: pregar, ensinar e curar (Mt 4.23). Porém,
muitos ministros modernos seguem o estilo dos oradores retóricos dentre
os filósofos dos tempos passados, que se localizam na maioria dos casos
num lugar, entre quatro paredes, tendo um púlpito como local de suas
atividades e um discurso engatilhado para proferir a um auditório
comodamente sentado para ouvi-lo. Jesus não era deste tipo de pregador,
Ele era o tipo do arauto, que corresponde melhor ao “kerigma” do Novo
Testamento, isto é, Ele era daqueles que não tinham púlpitos nem templos,
e que saíam proclamando as boas-novas a tempo e fora de tempo pelas
ruas, pelas praças, pelos mercados, à beira-mar, onde quer que estivessem
os ouvintes.
E, deste modo, eles tinham apenas um alvo: pregar a Palavra,
pregar o Evangelho, pregar a Cristo, o Salvador, apresentar o Mestre, o
Médico por excelência aos seus ouvintes. Esquecidos de si mesmos, eles
só se preocupam com o ministério recebido de Cristo, e em testemunho de
Cristo: “De testemunhar o evangelho da graça de Deus”. Não é para
admirar o êxito por eles obtido em seu tempo, quando, em apenas seis
meses de atividades, já haviam enchido conforme Jerusalém de sua
doutrina! Quando a Igreja crescia cotidianamente, e mesmo através de
perseguições cruéis, em apenas trinta anos, conforme o testemunho da
Epístola aos Colossenses, eles já haviam evangelizado todo o mundo então
conhecido. E não era para menos, porque eles não eram pregadores que
ficavam esperando as portas se abrirem, ao contrário, eles forçavam as
portas, considerando que elas foram abertas por Cristo e ninguém tinha
força para fechá-las!
Quão diferentes deles somos nós da atualidade que, ao invés de
pregarmos a Palavra, com exclusividade, usamos pregar a nós mesmos, as
nossas vitórias, nossas virtudes, nossos feitos notáveis, e de modo muito
enfático, a nossa vida passada de completa desgraça espiritual, como
exemplo ao modo miraculoso como fomos salvos...
Às vezes, estes relatos humanos são vazados em eloquência que
arrancam lágrimas àquelas que têm vocação para carpidores; mas, jamais
trazem alma e consciências cativas aos pés de Cristo para salvação! Talvez
o pastor pense que pregar não é exercer a clínica pastoral! Mas é, e no
verdadeiro estilo cristão! Quantos ébrios inveterados têm sido libertados
da embriaguez! Quantos toxicómanos têm sido transformados e
plenamente libertados pelo poder da pregação do evangelho! Quantos
corruptos, desajustados socialmente e mesmo enfermos, sofrendo de
doenças infecto-contagiosa têm sido curados pelo simples contato com o
Salvador, mediante a pregação de sua Palavra, que é espírito e vida!
Além de pregar, Jesus também ensinava, como parte de sua clínica
pastoral. Quantas vezes um toxicómano se chega a nós, carente apenas de
instrução diferente daquela a que tem estado afeito, e, depois de conduzido
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Ética Pastoral, a Prática do Ministério Pastoral
decisões aos seus subordinados é muito importante, para que não surjam
mal-entendidos e se crie um ambiente desagradável no próprio seio da
igreja.
Rejeição
É preciso que o líder tenha uma forte personalidade para ser capaz
de enfrentar a rejeição. Sempre há forte possibilidade de alguém ser
caluniado por sua fé. Também, às vezes, o pastor precisa ser capaz de
resistir ao louvor. As pessoas normais e ajustadas querem ser amadas. Seu
caminho pode tornar-se difícil de ser palmilhado, se o pastor sentir a
indiferença dos membros de sua igreja ou a falta de afeição. Muitas
pessoas rejeitadas só têm o reconhecimento de sua força depois de ter
deixado o cargo ou depois de ter morrido (Lc 4.16-29).
Solidão
O pastor deve ser capaz de aceitar amizades, mas deve ser suficientemente
amadurecido e ter bastante força interior para estar só, mesmo ante a
grande oposição (Mt 27.46).
Tempo para Pensar
Muitos estão ocupados (Lc 10.41) sem tempo para pensar. Um tempo deve
ser dedicado à meditação e ao pensamento criativo.
Tomar Decisões Agradáveis
O líder cristão muitas vezes tem problemas nessa questão, porque são
naturalmente relutantes em ferir as pessoas. Todos os líderes devem estar
bem dispostos a pagar este preço para o bem da igreja, mesmo frente ao
procedimento de disciplina do membro.
Utilização do Tempo
Há um preço a ser pago no uso de nosso tempo, porque parece que
nós, seres humanos, nascemos com preguiça congênita. Administrar o
nosso tempo significa administrar a nós mesmos. Deve existir um tempo
para estar a sós com Deus, para orar, para estudar a Palavra de Deus, para
examinar-se a si mesmo, para tomar decisões e para reanimar-se.
12.2.2 Familiar
1) O pastor deve buscar no matrimônio uma esposa apta para
auxiliá-la no ministério, considerando a ação permanente de Deus na vida
do lar (I Tm 2.1,2;Gn 24.1-4; Ef 5.23-28; I Tm 2.11).
2) O pastor deve agir honesta e corretamente com sua família,
dando-lhe o sustento adequado, o vestuário, a educação, a assistência
médica e espiritual, bem como o tempo que esta merece (I Tm 3.4,5; Tt
1.6,7; Lc 11.11-13; I Pe 3.7; Cl 3.19).
3) O pastor deve abster-se de tratar dos problemas eclesiásticos
diante dos filhos, mormente os de menor idade e nunca citar nomes de
pessoas envolvidas (I Tm 3.4; I Pe 5.7,8).
4) O pastor deve usar sempre uma linguagem sã, para com os
seus, nunca xingar seus filhos ou discutir com a esposa perante eles,
principalmente no que diz respeito a sua disciplina (I Tm 3,4; 2,11-15; I Pe
3.10 ; Tg 3.3; Ef 6.4b).
12.3 A ÉTICA NAS RELAÇÕES ECLESIÁSTICAS
12.3.1 Em Relação à Denominação
1) Uma vez que tendo abraçado a denominação a que pertence,
deve o pastor manter-se leal a ela ou cortar relações, se em boa consciência
nela não puder permanecer (Rm 14.22).
2) O pastor jamais deve criticar publicamente a sua denominação,
e, se assim desejar fazê-lo, usar a tribuna convencional e nunca ir a juízo
contra qualquer irmão (I Co 6.1-9).
3) O pastor deve esforçar-se por promover o desenvolvimento de
sua denominação, honrado-a com o seu próprio testemunho e auxiliando-a
nas grandes realizações (At 2.41-47).
4) O pastor deve conhecer a História de sua denominação, sua
origem não somente no Brasil, como também no exterior, e manter-se
informado como funciona, e extrair lições dos que fizeram a história.
TERMO DE COMPROMISSO
auxiliá-lo em oração para que cumpra até o fim, com fidelidade, sua
missão (Pv 14.20; Mc 15.10; At 5.17,18; I Ts 5.12,13).
19) O ministro não deve aceitar convites de interessados ou se
oferecer como candidato à vacância do pastorado de uma igreja, por
falecimento ou exclusão de seu titular, mas esperar o convite de quem de
direito (I Co 7.20; II Pe 1.10; I Co 1.26).
20) Quando criticar, voltar-se sempre para a ação do colega
criticado, sem ira, não em público, sem precipitação e quando tiver pleno
conhecimento da situação, que geralmente tem duas facetas.
21) Restituir, quando prejudicar o colega, não somente os bens
materiais como também os bens morais e os bens espirituais, como o bom
nome que desfruta na sociedade e na sua boa reputação no seio da igreja.
22) Perdoar o colega ofensor, mesmo que lhe seja de direito exigir
justificação daquele que o ofende, eliminando o ressentimento resultante
da ofensa e reatando as relações fraternais que existiam antes do ato
ofensivo (Mt 6.12; Ef 4.32; Mc 11.25,26; Cl 2.13; 3.13; Pv 18.19).
23) Não entrar em juízo contra um colega de ministério nem
contender com ele em Convenção, induzindo outros a uma acirrada
represália, quando o sentimento da própria dignidade foi atingido ou
desejar evidenciar o prazer da supremacia (I Co 6.1-5).
BIBLIOGRAFIA