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FATECE

Faculdade de Teologia do Ceará

SETAD
Seminário Teológico das
Assembléias de Deus
Ministério de Bela Vista
(MBV)

O PENTATEUCO
O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

Fortaleza - Ce

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 2


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

APRESENTAÇÃO

Prezado(a) irmão(ã) em Cristo.

A Faculdade de Teologia do Ceará – FATECE, órgão da


Assembléia de Deus – Ministério de Bela Vista, está
oferecendo a(o) amado(a) irmão(ã) a oportunidade de fazer
um curso de Teologia.
Para tanto, foi idealizado o SEMINÁRIO TEOLÓGICO
DAS ASSEMBLÉIAS DE DEUS – MBV, que tem por objetivo
aprimorar os conhecimentos bíblicos daqueles que servem
ao Senhor através dos vários e importantes ministérios
existentes na Igreja de Cristo.
Este curso teológico é direcionado a dirigentes de
Congregações, Professores de Escolas Dominicais,
Evangelistas, Pregadores, Missionários, enfim, a todos
aqueles que têm a responsabilidade de conduzir almas para
o Senhor e pregar a Sua Palavra.
Não é excesso de zelo lembrar que todos os obreiros,
principalmente os obreiros da nossa Assembléia de Deus de
Bela Vista, têm a obrigação diante de Deus, de conhecer
mais e melhor as Sagradas Escrituras, tanto para
desempenhar a contento o ministério para o qual foi
chamado, quanto para bem administrar o Altar e bem
conduzir o rebanho do Senhor.
A Palavra de Deus é lâmpada que ilumina o caminho (Sl.
119,105) e escudo para os que confiam em Deus (Pv. 30.5).
Na certeza de que esta semente está sendo lançada em
solo fértil, aguardamos no Senhor que seja ela infinitamente
multiplicada, para Sua Honra e para Sua Glória.

Saudações em Cristo Jesus,

José Teixeira Rêgo Neto


Pastor Presidente da Assembléia de Deus de Bela Vista
Presidente da Convenção de Ministros da Ass. de Deus de Bela Vista
Reitor da Faculdade de Teologia do Ceará - FATECE

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O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

Seminário Teológico das Assembléias de Deus


Rua 24 de Maio, 1162, Centro, CEP 60020-001, Fone: (0xx85)
3212.4296/3238.1689 Fortaleza – Ceará

INFORMACÕES NECESSÁRIAS
O Seminário Teológico das Assembléias de Deus (SETAD)
visa à preparação de crentes, homens e mulheres, para ampliar
seus conhecimentos bíblicos e assim servir, de maneira mais
eficaz, a Cristo nas Igrejas Evangélicas do Brasil. Muitas são as
pessoas que têm o desejo de estudar a Bíblia para serem mais
úteis no trabalho do Senhor, porém poucas têm a oportunidade
de se deslocarem a outra cidade para fazer um curso na sala de
um Instituto Bíblico. As 1ições do SETAD proporcionam a todos
os cristãos a oportunidade de se prepararem para toda boa obra
em sua própria localidade.
O SETAD utiliza o moderno método de ensino chamado
autodidático ou instrução programada, em que a Lição é
especialmente preparada e o professor leva o aluno, passo a
passo, a compreender as verdades da palavra de Deus. O estudo
pode ser feito em grupos, com um orientador, sem o auxílio do
professor. Ao final de cada Lição, o aluno responderá a um
questionário, o qual será corrigido e devolvido logo após a
correção. A nota mínima exigida para aprovação em cada lição é
6,0 (seis). O aluno que não atingir esta nota fará nova prova.
Para que o aluno conclua o SETAD é necessário que estude
16 (dezesseis) Lições diferentes. O Seminário Teológico tem
duração mínima de 2 (dois) anos, dependendo do interesse e da
disponibilidade do aluno, o curso poderá ser ministrado em
menos tempo. O Certificado de conclusão do SETAD será
outorgado pela FATECE, sem a discriminação de que o mesmo
foi conferido por correspondência. Para obter maiores
informações escreva para: Seminário Teológico, ou, se preferir,
ligue: 3212.4296/3238.1689.

INTRODUÇAO GERAL
O alcance dos assuntos abordados nesta Lição obedece aos
devidos limites de tempo e de espaço, conforme o método de
ensino teológico por correspondência adotado pelo SETAD. Esta
lição é parte de um todo, segundo um programa de conteúdo
devidamente coordenado.
Que cada aluno do SETAD tire o maior proveito possível

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O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

desta Lição, e que a mesma venha a contribuir para uma


assimilação mais profunda, no sentido de que sejam aplicados à
sua vida os princípios éticos e morais da palavra do Senhor.
O anelo e as orações da Diretoria do SETAD são para que
esta lição resulte em ricas bênçãos sobre todos os que dela se
utilizarem, uma vez que está baseada na viva e poderosa
palavra de Deus. Seja a graça do Senhor com cada um dos
alunos do SETAD.
COMO ESTUDAR ESTA LIÇÃO
Às vezes, estudamos muito e aprendemos pouco, ou nada.
Isto em parte acontece pelo fato de estudarmos sem ordem, nem
método. Embora em poucas palavras, o que passamos a expor
ser-lhe-á muito útil:
1) Primeiro, busque a orientação de Deus, ore a Ele
suplicando direção e iluminação do alto, nunca execute
qualquer tarefa de estudo ou trabalho, sem primeiro orar.
2) A seguir, seja organizado ao estudar, e ao primeiro
contato com a lição, procure obter uma visão geral da mesma.
Não sublinhe nada. Não escreva nada. Não procure referências
na Bíblia. Procure descobrir o que à lição pretende ensinar-lhe.
Passe então ao estudo da mesma.
1) Agora, à medida que for estudando, sublinhe palavras,
frases e trechos-chaves, faça anotações, olhe as referências
bíblicas.
2) Ao final do estudo da Lição, procure lembrar o que
estudou. Caso tenha alguma dificuldade, releia-a. O
aprendizado é um processo metódico e gradual. Não é algo
automático, em que se aperta um botão e a máquina trabalha!
Pergunte aos que sabem como foi que aprenderam!
3) Quando estiver seguro do seu aprendizado, passe ao
questionário. As respostas deverão ser dadas sem consultar a
lição. Observando estes itens você terá chegado a um final feliz
do seu estudo, tanto no aprendizado quanto no crescimento
espiritual. 2ªTm 2,15 FL 4.13.

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O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

SUMÁRIO

1. PENTATEUCO...............................................................07
1.1. Significado.....................................................................07
1.2. Autoria..........................................................................07
1.3. Divisão..........................................................................07
2. GÊNESIS.......................................................................08
2.1. Origem..........................................................................08
2.2. Significado Bíblico.........................................................08
2.3. Propósitos.....................................................................09
2.4. Conteúdo......................................................................09
2.5. Resumo.........................................................................10
3. UMA ANÁLISE DE GÊNESIS – A CRIAÇÃO.....................10
3.1. A Criação Primitiva........................................................11
3.1.1. Os agentes desse “Princípio”. . .........................................11
3.1.2.A Semana da Recriação....................................................12
3.1.3.A Formação de Homem....................................................14
4. ÊXODO..............................................................................33
4.1. Título de Êxodo.............................................................33
4.2. Autoria de Êxodo...........................................................34
4.3. Esfera de Ação do Êxodo................................................34
4.4. Tema de Êxodo..............................................................34
4.5. Propósito de Êxodo........................................................35
4.6. Divisão de Êxodo...........................................................35
5. UM RESUMO DE ÊXODO – A OPRESSÃO...........................35
5.1. A Estada no Egito..........................................................35
5.2. Sob o jugo da Escravidão...............................................36
5.3. O Nascimento de Moisés................................................36
6. O ÊXODO E A MARCHA PARA O SINAI...............................42
6.1. A Marcha ......................................................................42
6.2. Israel Defronte do Mar Vermelho....................................
42
6.3. O Maná e o que Ele nos Ensina......................................
43
6.4. As Jornadas até o Sinai.................................................43
6.5. A Entrega da Lei ou Concerto.........................................44
6.5.1.A Permanência no Sinai...................................................44
7. LEVÍTICO...........................................................................50
7.1. Título de Levítico...........................................................50
7.2. Autoria de Levítico.........................................................50
7.3. A Importância do levítico...............................................50
7.4. Data de Levítico.............................................................51
7.5. Propósito de Levítico......................................................51

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O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

7.6. Objetivo de Levítico........................................................51


7.7. Tema de Levítico............................................................52
7.8. A Divisão de Levítico......................................................52
7.9. O Valor Permanente de Levítico......................................
52
7.10. Ponto de Vista do Levítico..............................................53
8. A ESTRUTURA DE LEVÍTICO..............................................53
8.1. A Mensagem Central......................................................54
9. ESBOÇO DE LEVÍTICO.......................................................55
9.1. A Base da Comunhão “O Sacrifício”................................55
9.2. O Andar em Comunhão (A separação)............................55
10. UMA ANÁLISE DO LIVRO...................................................56
10.1. O Caminho Mediante os Sacrifícios................................56
10.2. A Lei do Sacerdócio........................................................58
10.3. A Limpeza do Povo.........................................................61
10.4. O Altar..........................................................................62
10.5. A Higiene do Povo..........................................................63
10.6. Os Sacerdócios..............................................................63
10.7. As Festas.......................................................................64
10.8. A Terra..........................................................................66
11. NÚMEROS..........................................................................68
11.1. Título de Números ........................................................68
11.2. O Caráter de Números...................................................69
11.3. O Ensino de Números....................................................69
11.4. A Divisão de Números....................................................70
11.5. Esboço de Números.......................................................70
11.6. Autoria de Números.......................................................71
11.7. Assunto de Números......................................................71
11.8. Período do Tempo abrangido por Números.....................71
11.9. A Natureza de Números.................................................72
11.10. A Importância de Números.............................................73
11.11. A Estrutura de Números................................................74
11.12. Acampamento de Israel..................................................77
11.13. Israel em Marcha...........................................................86
12. DEUTERONÔMIO ..............................................................107
12.1. Tema de Deuteronômio........................................ . ........107
12.2. Autor de Deuteronômio..................................................107
12.3. Propósitos de Deuteronômio. .........................................108
12.4. Assunto de Deuteronômio..............................................108
12.5. Esboço de Deuteronômio...............................................
108
13. BIBLIOGRAFIA...................................................................117

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O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

1. O PENTATEUCO
Significado – Autoria - Divisão
A palavra PENTATEUCO tem sua origem no idioma Grego
sendo formada pelos vocábulos, “penta” = cinco e “teuchos” =
livros, tomos, volumes.

1.1. Significado
Na linguagem bíblica significa os cinco primeiros livros do
Velho Testamento. Os judeus chamavam de Torá (do hebreu
Torah) a Lei Mosaica ou o livro que a encerra - o Pentateuco.
Este nome foi adotado, entre nós, por causa de uma
tradução do Antigo Testamento, feita do hebraico para o
grego, por hebreus de Alexandria, chamada “Septuaginta”.
Este fato teria acontecido por volta do século terceiro antes do
nascimento de Cristo.
Nós usamos, simplesmente, os nomes impostos pelos
gregos, que de maneira graciosa lhes caracterizaram pelo
conteúdo: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.

1.2. Autoria
Desde a mais remota antiguidade foi considerado seu
autor o próprio Moisés, sendo ainda, protagonista dos quatro
últimos livros. Várias citações nos livros posteriores, apontam
de maneira irrefutável, para o autor do Pentateuco: “Está
escrita na lei de Moisés” ou “no livro de Moisés” ou ainda “no
volume da lei de Moisés”, sem mencionar o livro de Josué que
é sua continuação imediata e seu complemento (Js.8,31;23,6;
II Rs 2,3; II Rs 14,6; 2Cr 23,18; 25,4; 35,12; Ed 3,2; 6,18; Dn
9,11).

1.3. Divisão
Como foi referido anteriormente, a divisão do Pentateuco
em cinco livros, se deu por ocasião da tradução chamada

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O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

“Septuaginta”, remetendo aos nossos dias o que adiante se


segue:
O Gênesis – Encerra a criação do universo (céus, terra,
água, ar) e do governo humano (Adão, Eva e sua
descendência, o povo hebreu até sua ida para o Egito) por
Deus, que se revela à sua criação, de forma onisciente,
onipresente e onipotente;
O Êxodo – Relato minucioso da libertação do povo hebreu
da escravidão no Egito, da sua condução até o sopé do Monte
Sinai onde Moisés recebe de Deus as Tábuas da Lei (religiosa e
civil) por meio de um pacto sagrado (testamento) para se
constituírem em povo eleito de Deus (Javé) e da sua
peregrinação pelo deserto em busca da terra prometida – a
Canaã;

O Levítico – Trata da regulamentação do culto religioso dos


hebreus no Tabernáculo à maneira de ritual, sendo a tribo dos
levitas separada por Deus para executar esse trabalho no
santuário.
O Números – Trata dos dois recenseamentos do povo
hebreu contidos na primeira parte, estendendo-se, depois em
referir fatos e providências legislativas correspondentes aos
quarenta anos de vida nômade no deserto.
O Deuteronômio – É a Segunda lei, emanada pelo fim da
grande jornada no deserto, onde Moisés retoma a legislação
precedente para adaptá-la às novas condições de vida
sedentária em que o povo de Deus viria a se encontrar com a
conquista iminente da Palestina.
Neste breve e conciso apanhado verifica-se num só lance
não só a unidade e a variedade do Pentateuco, mas, também a
sua fundamental importância para a religião antiga e para a
história do povo hebreu.

2. GÊNESIS
Origem – Significado Bíblico- Propósitos - Conteúdo
2.1. Origem
Gênesis, que em hebraico é “Bereshith”, significa
princípio, origem, começo, início. O nome vem da “Septuaginta”
a versão grega do Pentateuco.

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O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

2.2. Significado Bíblico


O Gênesis da Bíblia Hebraica é chamado dessa maneira
porque é exatamente disso de que trata o livro, ou seja, do
princípio, da origem, do início de todas as coisas. Nele está
contida a síntese da criação: “No princípio criou Deus o céu e a
terra”.
O Gênesis é, pois o princípio da Bíblia, seu prefácio ou
introdução, nele se revela a origem do universo como obra da
criação divina, a criação do homem à imagem e semelhança de
Deus, a origem da família e seu desenvolvimento em sociedade
nacional. Nele também, encontra-se a narrativa da queda do
homem pelo pecado da desobediência, a tentação de satanás, a
redenção pela expiação dos pecados e todos os princípios
basilares da revelação divina e da comunicação de Deus com a
sua criação, estabelecendo para si um povo.
2.3. Dos Propósitos
O livro de Gênesis, primeiro da Bíblia Sagrada, tem dentre
outros propósitos, relatar o princípio da criação do universo –
astros e estrelas, céus e terra, ar e água, vida irracional e
racional - pelo Senhor Deus, que criando todas coisas do
incriado ou seja do nada, deu origem ao homem e a sua
trajetória sobre a terra. Relata, com riqueza de pormenores, a
vida do homem no Éden, da perpetuação da raça humana, da
manifestação e da interferência do demônio na obra divina,
induzindo Adão e Eva a cometer o pecado da desobediência
comendo o fruto da árvore da Vida, também e principalmente,
ocupa-se da redenção do seu povo ao toma-lo como raça eleita.
Assim, vamos encontrar seu autor, Moisés, apresentando
em sua narrativa, não a história de toda a espécie humana que
habitava na terra, mas a odisséia do povo eleito de Deus,
concentrando toda a ênfase em Abraão, patriarca do povo
escolhido e início da história de Israel.
Por fim, vemos que o Gênesis, trata do mesmo assunto de
duas maneiras, uma geral e outra particular. A primeira diz
respeito ao princípio de todas as coisas, a criação divina
encerrada em si mesma, e, a segunda, fala especificamente dos
propósitos de Deus para com os seus eleitos – separa e
abençoa um povo para que seja o veículo de sua aliança e
concerto universal com toda a humanidade.
2.4. Do Conteúdo

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O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

O Gênesis abrange um período muito longo, desde Adão


até o estabelecimento de Israel no Egito, como nação, temos
aproximadamente três milênios, sem levar em conta as
primeiras origens de todas as coisas, tais como o firmamento e
seus astros, sol, lua etc.
Podemos dividir em duas partes a genealogia de que trata o
Gênesis, a primitiva (Caps. 1-11) e a patriarcal (Caps. 12-50).
Os primeiros capítulos tratam do preparo e da escolha de uma
família, os demais, por sua vez, traçam a história dessa
família que se inicia com a chamada de Abraão e vai até a
morte de José no Egito.
2.5. Resumo
O mundo antes de Abraão (Caps.1-11).
1 – Antes do Dilúvio (Caps. 1-5).
a – A criação do mundo (1.1; 2.3);
b – A criação do homem (1.26; 2.25);
c – A queda e o castigo (3.1; 24);
d – O crime de caim (4.1; 26);
e – O desenvolvimento das artes (4.1;26);
f – Os descendentes de sete (5.1;32).
2 – O Dilúvio (Caps. 6-9).
a – A corrupção da raça (6.1;8);
b – Noé faz a arca (6.9; 7.9);
c – O dilúvio (7.10;24);
d – As águas baixam (8.1;22)
e – A bênção e o pacto com Noé (9.1;29).
3 – Do Dilúvio a Abraão (Caps.10-11)
a – A posteridade de Noé (10.1;32);
b – A Torre de Babel (11.1;9);
c – A Genealogia de Abraão (11.10;32).
4 – De Abraão a José (Caps.12-50).
a – Abraão (12.1;25.11), 14 Capítulos;
b – Isaque (25.12;27.6), 3 Capítulos;
c – Jacó (28.1;35.29), 8 Capítulos;
d – Esaú (36.1;43), 1 Capítulo;
e – José (37.1;50.26),14 Capítulos.
3. UMA ANÁLISE DO GÊNESIS - A CRIAÇÃO
(Caps.1 e 2)
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3.1. – A Criação Primitiva (Gn 1.1)


O capítulo primeiro do Gênesis foi escrito tanto para
descrever o processo de criação, como também para mostrar
sua causa e propósito. A idéia principal e mais importante
contida no relato da criação é que há um Deus e por Ele todas
as coisas foram criadas. O nome de Deus domina todo o
primeiro capítulo da Bíblia e seu nome é citado vinte e nove
vezes em trinta e um versículos.
A afirmativa de que “No princípio criou Deus os céus e a
terra”, não é uma teoria humana, mas um testemunho
oriundo da comunhão dos homens com Deus, de cunho e
inspiração divinas – um axioma, ou seja, ponto de partida
(premissa) tão evidente que a doutrina Bíblica admite como
verdade universal absoluta sem exigência de demonstração.
Neste axioma está contida a primeira grande revelação de
Deus aos homens e o seu postulado nada mais é do que o
testemunho de uma revelação divina.
A teoria, através de método e disciplina, ao contrário do
axioma, trata da interpretação dos fatos enquanto realidade
observada por alguém, para explicá-los racionalmente. O
testemunho, no sentido Bíblico, traduz sentimentos e emoções
de alguém que é parte integrante de fatos ou acontecimentos
inusitados e peculiares para a realização da manifestação dos
desígnios de Deus.
O axioma aqui posto pelo testemunho do autor do Gênesis
- “No princípio criou Deus os céus e a terra” - estabelece a
primeira verdade bíblica universal a revelação da existência de
Deus e ao mesmo tempo contesta e nega:
1 – o ateísmo com doutrina da não existência de Deus;
2 – o politeísmo com a doutrina de vários deuses;
3 – o fatalismo com doutrina do acaso;
4 – a evolução com a doutrina de transformação infinita;
5 – o panteísmo com a doutrina da identificação de Deus
como universo ou natureza;
6 – o materialismo que proclama a eternidade da matéria.
Assim, este primeiro testemunho do Senhor não só é uma
declaração divina como também se revela repúdio ao erro
humano.

3.1.1. Os agentes desse “princípio”

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A palavra “criou” encontram-se apenas três vezes no


capítulo primeiro de Gênesis (1.21.27). Os estudiosos do
assunto referem-se à diferença no texto original entre o que
Deus “criou” e o que Deus “fez”. Dessa maneira, os mares foram
“feitos” da águas que já existiam (9.10). O sol e a lua foram
“feitos aparecer” através das espessas nuvens no quarto dia da
semana da recriação. Porém, o versículo 1º (Gn 1) é enfático,
abrange todo o cosmo.
O Versículo 2o diz: “A terra, porém, era sem forma e vazia...”.
O verbo “era” é também traduzido por “veio a ser”, dando assim
a idéia de que, originalmente, a terra não era sem forma e vazia.
Em Isaías 45.18 diz o Senhor “que criou os céus, o único Deus
que formou a terra, que a fez e a estabeleceu; que não a fez para
ser um caos, mas para ser habitada”. Portanto, se o segundo
versículo do primeiro capítulo de Gênesis declara que no
princípio a terra era sem forma e vazia (um verdadeiro caos),
deve Ter acontecido algo com ela, talvez um cataclismo,
levando-a a esse estado. Se isto é fato, deduzimos que houve um
grande espaço de tempo entre os fatos registrado no versículo 1 o
e os registrados no versículo 2o, períodos esses tão longos que
deixam motivos para especulações geológicas o que leva alguns
autores a afirmarem ter havido um extenso período entre a
criação propriamente dita e a formação do homem na terra.
“... e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas” (v.2 o). A
expressão “pairava sobre as águas” é interpretada por alguns
como um pássaro que está chocando ovos em seu ninho,
esperando o tempo de maturação, de gestação, para o
nascimento dos filhotes.
Águas, aqui, não significa, necessariamente, os oceanos e os
mares como os conhecemos hoje em dia, mas a condição da
massa gasosa de matéria incandescente que já existia antes
deles. O Espírito Santo, nos louvando na versão Almeida Revista
Corrigida da Bíblia, “se movia sobre as águas” e não “dentro”
dessas águas, indicando que Deus é um Ser próprio, separado
do seu trabalho.
3.1.2. A Semana da Recriação

A partir desse momento Moisés passa a descrever as


diferentes fases da ação divina que tem a duração de seis dias,
sendo três dias para a formação dos espaços habitáveis e outros
três dias para a obra do povoamento.
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1o Dia
“Disse Deus: haja luz, e, houve luz” (3). Deus começa sua
obra com a iluminação do seu campo de ação. A luz é elemento
essencial à vida. Não se trabalha no escuro, sem luz – condição
fundamental de toda a obra (cientificamente provado) tudo é
confuso. Antes reinava a escuridão, as trevas, a luz impôs
ordem ao caos. O versículo 3o revela relação entre o movimento
do Espírito (luz) sobre a matéria inerte (caos) e o efeito nela
produzido. É uma figura do que ocorre no milagre da conversão
operada no pecador pelo Espírito Santo.
2o Dia
“E chamou Deus ao firmamento céus” (6.8). Firmamento ou
expansão foi como Deus denominou o segundo elemento
criado; foi a separação da matéria gasosa da qual da qual
surgira a luz. O que Deus chama de “expansão” ou “céus”, não
significa somente a atmosfera em volta da terra, mas toda a
“grande câmara” universal onde o sol, a lua e as estrelas se
localizam.
O salmo 148.4, nos remete a “ céus dos céus, e as águas
que estão sobre os céus”, isto é matéria gasosa que está sobre
os céus conforme afirma o salmista e aquelas água “embaixo”,
que incluem as nuvens da atmosfera, bem como os mares e os
oceanos. Toada esta inexplicável beleza, proclama a glória de
um Criador que sabiamente dispôs todas estas coisas, tirando-
as do nada com um simples FAÇA-SE!
3o Dia
Aparecimento da terra firme (9.13). Surge agora o terceiro
dia. Neste dia o movimento está ligado a gravitação envolvendo
tudo e todas as demais forças que começam a concentrar
forças debaixo do firmamento à volta dos inúmeros centros, um
dos quais passa a ser o nosso globo – a Terra.
Outro trabalho vem se desenvolvendo, “pari passo” neste
terceiro dia: o surgimento das plantas (11,12).
Para que a terra pudesse receber seus habitantes Deus cria
as plantas, com sua inúmeras variedades e finalidades.
4o Dia
A organização do Sistema Solar (14.19). Desse período é a
organização do nosso sistema solar. Na primitiva astronomia
de Moisés, surgem o sol, a lua e as estrelas (englobando todos
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os demais astros do firmamento). A função primordial dos dois


astros principais sol e lua é controlar dias e anos estabelecendo
os calendários de marcação do tempo. O sol indica os dias e os
anos; a lua, as semanas e os meses; e, as estrelas, indicam as
estações.
5o Dia
O surgimento da fauna marinha (20.23). Neste quinto dia
surgem os habitantes das águas, os peixes grandes e pequenos
e também todas as variedades de aves.
6o Dia
A criação dos animais terrestres (24.25). Esses animais, à
semelhança dos demais, também fazem parte da criação de
Deus. Nascem na terra e na terra vivem. Dividem-se em três
grupos distintos: gado ou animais domésticos; feras ou animais
selvagens; e, répteis, que se arrastam o ventre pelo solo.
3.1.3. A Formação do Homem (26.31)
Neste momento necessário se torna um exame mais acurado
das expressões “haja luz”, “produza a terra”. O verbo “asah”
usado nestas frases vem do hebraico que quer dizer, faça-se,
seja feito, traduzindo, sem dúvida, uma ordem, um comando
imperativo para que alguma coisa surja do nada – FAÇA-SE!
Na criação do homem surge o mesmo verbo, mas desta feita, no
plural: FAÇAMOS! (v. 26). Donde, pode-se concluir que até aqui
tudo foi criado exclusivamente pela vontade e exclusividade de
Deus. Mas no que diz respeito ao homem, este não foi somente
criado, foi também formado ou gerado, sendo o resultado da
cooperação da Trindade, vista na forma plural de “façamos”.
Moisés nos oferece um duplo relato da origem do homem,
harmônicos entre si, o primeiro nos versículos já citados
(26.31) e o segundo também em Gênesis 2.7.
Partindo destes textos e de todo o contexto que trata da obra
da criação, quanto a criação do homem, chega-se a seguinte
conclusão:
I – A criação do homem foi precedida por um solene concerto
divino;
II – A criação do homem é um ato imediato de Deus;
III – O homem foi criado segundo um tipo divino;
IV – Os elementos da natureza humana se distinguem dos
demais seres;
V – O homem foi à coroação da criação de Deus.

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 15


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

 Teoria Bíblica e Teoria da Evolução


A teoria bíblica deixa claro em seus ensinamentos que a
criação levada a efeito por Deus foi uma criação especial, ou
seja, que Deus criou cada criatura “conforme a sua espécie”
(Gn.1.24). Isto quer dizer que cada criatura, seja o homem ou
os animais irracionais, foi criada como a conhecemos hoje.
No perpassar dos tempos, mais precisamente no século
atual, muitas vãs filosofias, falsos ensinos, pregações
falaciosas, teorias materialistas e fantasiosas, têm procurado
lançar dúvidas quanto ao relato bíblico da criação. Entre essas
teorias destaca-se a da evolução das espécies, concebida e
largamente difundida pelo naturalista inglês Charles Darwin,
que viveu entre 1809 e 1889. Não obstante Darwin, antes de
morrer, ter se retratado quanto a essa teoria que ele mesmo
ensinou ao longo dos seus anos, ainda hoje ela é muito
pregada e discutida nos meios e círculos acadêmicos.
A teoria propagada por Darwin, tem como fundamento a
evolução das espécies, afirmando que o homem e os animais
em geral possuem um princípio comum; isto é, tanto os
homens como os animais procedem de mesmo tronco comum e
que homens e animais são hoje a soma das mutações sofridas
no decorrer dos milênios. Em suma: o homem hodierno não era
homem no princípio. Desse raciocínio surgiu a corrente de
opinião de que o homem de hoje é o macaco de ontem, que se
desenvolveu plenamente através de muitos estágios.
À luz da revelação divina, o homem foi formado já adulto, à
imagem e semelhança de Deus (Gn.1.26). O que disto passar é
mera fantasia da cabeça dos que não têm Deus em suas
mentes e em seus corações.
7o Dia
“E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou” (2.3). O
sétimo dia da criação foi diferente dos demais, pois foi por
Deus santificado. O Senhor contemplou toda sua obra, em
profundidade e extensão, e, verificando que ser boa,
prazerosamente, descansou. O verbo descansar aqui, não
significa, o descanso do trabalhador comum da faina diária,
mas sim que o Senhor repousou sobre a magnitude da sua
obra, não por cansaço e sim por puro prazer de vê-la
concluída. Bendisse o dia que lhe proporcionou tamanho

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 16


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

comprazimento, distinguindo-o dos demais dias consagrando-o


ao repouso corporal e ao culto Divino.
 Jardim do Éden
Segundo os estudiosos e teólogos, que têm na Bíblia
Sagrada sua fonte de pesquisas, o jardim do Éden, ficava no
sudoeste da Ásia, ao sul da Mesopotâmia, bem próximo ao país
que hoje é chamado de Armênia, entre os rios Tigre e Eufrates.
Toda a nossa civilização tem sua origem e procede daquela
região. Após o aparecimento do pecado o jardim do Éden foi
completamente destruído e sua geografia estética modificada,
pois dos quatro rios que banhavam o Éden, somente dois
restaram conhecidos.
 A Árvore da Vida e a Árvore do Bem e do Mal
...”boa para se comer, agradável aos olhos”, é o que informa
o livro de Gênesis 3.6, revelando tratar-se de um espécime
vegetal imponente, majestoso e produtivo. No entanto seu fruto
não deveria ser consumido pelo homem por ordem de Deus. A
desobediência a esta expressa ordem divina representaria o
afastamento de Deus, a perda do seu estado de pureza e
sujeição à condição de mortal, tanto física como
espiritualmente.
 Eva
Vendo o Senhor que Adão estava triste e só, disse: “Não é
bom que o homem esteja só” (Gn.1.18) e providenciou-lhe uma
companheira, tirando-a do seu próprio corpo. Aqui
reproduzimos interessante nota a esse respeito: “A mulher não
foi tirada da cabeça de Adão, para não o dirigir; nem tampouco
dos pés de Adão, para este não a espezinhar; todavia Eva foi
tirada da sua costela, do seu lado, para que Adão a tivesse por
companheira, para que ambos se amassem, comungassem e
servissem um ao outro, em perfeita harmonia de vida”.
 Provação e Queda do Homem
Deus criou o homem puro e bom, com todas as qualidades
indispensáveis a uma vida feliz na terra; mas Deus também
dotou-o de inteligência e com ela a liberdade de escolha (o livre
arbítrio). O capítulo 3 de Gênesis nos mostra, justamente:
1 – A escolha do homem – desobediência a voz divina.
Transgressão que significou o repúdio à autoridade de Deus, a
disputa acerca de sua sabedoria e o desprezo à sua graça;
Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 17
O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

2 – A conseqüência dessa escolha – reprovação, condenação,


maldição e expulsão por parte de Deus. Deus não pode negar-se
a si mesmo. Assim o homem caiu;
3 – Redenção – a profecia divina logo após a queda é a prona
irrefutável do amor de Deus para com a humanidade: o homem
seria redimido do seu pecado. Gênesis 3.15, faz a primeira
alusão ao Redentor que havia de vir “E porei inimizade entre ti e
a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a
cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”.
 A Serpente
Para muitos estudiosos das Sagradas Escrituras, a serpente
não tinha esse aspecto repugnante, dos nossos dias; pelo
contrário era dotada de extrema beleza e andava ereta. A sua
cintilante beleza muito contribuiu para que Satanás a usasse
para tentar Eva. Através da indução da serpente, Adão e Eva
acreditaram que se comessem da árvore que estava no meio do
jardim, seriam iguais a Deus, conhecendo o bem e o mal. Ledo
engano! Satanás servindo-se da beleza de uma serpente,
astutamente, consegue executar o seu plano!
 Folhas de Figueira
Adão e Eva, despertados pelo pecado, temeram a Deus.
Dominados pela emoção da vergonha e do medo, tentaram fugir
da presença do Senhor; descobrindo a nudez, usaram do
artifício de cobrirem-se com folhas de figueira, na tentativa vã
de esconderem-se da ira do Senhor. A atitude de Adão e Eva
revela o descobrimento de uma nova, cruel e irreversível
realidade.
 Promessa de Livramento
O versículo 15 do capítulo 3 encerra a maior e mais gloriosa
promessa de Deus – um Redentor. Neste momento a luz da
esperança começou a brilhar. Todas demais promessas foram
feitas em conseqüência desta. Tudo que esta na Bíblia Sagrada,
todos os acontecimentos, giram em torno do cumprimento desta
profecia. A Bíblia contem a história do mundo, ou do homem,
mas sim a história da redenção do homem.
 A Semente da Mulher
Semente dá a idéia de uma unidade reprodutora. E assim
era. No versículo 15 a descendência (matriz) da espécie –
humana ou animal – é considerada como semente. Está lavrada
Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 18
O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

a sentença de Deus! Duas sementeiras, inimigas entre si!


Sementeira no sentido botânico e também popular é a árvore
devidamente preparada para fornecer sementes para
propagação da sua espécie. A semente do mal
(serpente/satanás) não iria prevalecer contra a semente do bem
(a mulher/humanidade), e dela, mulher (sementeira) viria a
vitória contra o pecado. A partir de Gênesis, Deus começa a
preparar a humanidade para receber o Redentor, Jesus Cristo,
que viria esmagar a cabeça da serpente - Satanás.
 A Sentença do Homem
De agora em diante (3.19) o homem dependeria do seu
próprio esforço para sobreviver. Teria que cultivar a terra e
extrair dela o pão de cada dia, o seu sustento. Antes do pecado
isso não acontecia! A terra produzia naturalmente os alimentos
para os nossos primeiros pais. O versículo 19 é claro: “No suor
do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes a terra; porque
dela foste tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás”. Assim,
apenas o corpo, a matéria vil, volta para a terra, todavia o
espírito volta para Deus, para o controle de Deus (Ec. 12.7).
 Caim - Abel - Sete
Os primeiros filhos de Adão e Eva foram Caim e Abel. Caim
é cultivador do solo e Abel, pastor de gado. Ambos fazem ofertas
a Deus, que conhecendo o coração de ambos, rejeita a oferta de
Caim e aceita a de Abel. Caim, irado, pratica o primeiro
homicídio (fratricídio) da história e contra seu próprio irmão.
Sete nasceu depois da morte de Abel. Seu nome significa
“substituto” ou “outra semente”. Os descendentes de Sete foram
homens de fé, em contrário aos descendentes de Caim, que
foram homens do mundo.
O capítulo 5 tem por introdução a linhagem de Sete, com a
intenção de nos conduzir a história de Noé, através da qual
surge a história da redenção. Nada fala de Caim, pois ele
“retirou-se da presença do Senhor”(4.16). Caim partiu com sua
mulher para a terra de Node, edificou uma cidade, suas
aspirações eram terrenas. Os descendentes de Caim
desenvolveram a primeira organização social:

1 – Jabal – foi o pai dos que habitam em tendas e têm gado;


2 – Jubal – o pai dos que tocam harpa e órgão;
3 – Tubalcaim – mestre de toda obra de cobre e ferro, artesão;

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O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

4 – Lameque – foi o primeiro a tomar duas mulheres em


casamento.
Abel não é mencionado porque não deixou descendência.
Curiosamente, nenhuma mulher é citada, ainda que a Bíblia se
refira aos filhos e filhas gerados por Adão. Também não há
referências quanto ao numero de filhos nascidos do casal
primeiro.
 Dilúvio
O capítulo 6 descreve a corrupção total do gênero humano.
O pecado assumiu proporções tão desastrosas a ponto de pesar
no coração de Deus ter posto o homem na terra (6.6), e, então,
Deus retribuindo, determinou a destruição do homem através
de um dilúvio, de cujas conseqüências seriam poupados Noé e
sua família, por ser homem íntegro que desfrutava da íntima
comunhão com Deus (6.9).
 Os Filhos de Deus
Os “filhos de Deus” seriam, naturalmente, aqueles em que
se via refletida a santidade divina, ao passo que “filhas dos
homens” seriam aquelas consideradas “corruptas”. Naquela
época haviam duas raças distintas: os descendentes de Sete e
os descendentes de Caim. Segundo alguns escritores de nossa
época, os “filhos de Deus” seriam os descendentes de Sete e as
“filhas dos homens” a descendência de Caim.
 A Arca de Noé
Deus na sua infinita misericórdia concedeu ao homem,
ainda um prazo de 120 anos, durante os quais a justiça Divina
foi pregada (2Pe 2.5), mas, sempre rejeitada. A arca foi
construída, o tempo cumpriu-se, as águas chegaram e então os
zombeteiros e os corruptos, do lado de fora da arca, pereceram
(Hb.11.7).
Após o dilúvio a arca pousou sobre um dos montes
armênios e foi descendo ao solo à medida que as águas
baixavam, parando no sopé do monte – o monte Ararate. Esse
lugar, segundo a tradição que lhe conservou a origem do fato, é
conhecido pelo nome de “Naxuana” – ou lugar da descida da
arca. E também, segundo a arqueologia, foi aí que se
reconstituiu a geração humana.
 Noé Agradece ao Senhor

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 20


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

“Sai da arca tu, e tua mulher, e teus filhos, e as mulheres de


teus filhos contigo”, falou o Senhor Deus a Noé (Gs 8.15).
Tão logo saíram da arca, Noé e sua família ergueram um
altar ao Senhor, em sinal de agradecimento por tê-los livrado de
tão grande cataclismo. Pela primeira vez aparece mencionado o
altar e especificado o gênero de sacrifícios oferecidos.
Holocausto era o sacrifício de adoração, na qual a vítima era
destruída inteiramente pelo fogo.
 Semeadura e Colheita
O Senhor abençoa a Noé e a sua descendência, “frutificai, e
multiplicai-vos, e enchei a terra”.
A ordem cósmica não será mais perturbada por outro
dilúvio (9.11). Isso era motivo de grande consolação para Israel,
cuja concepção cosmogônica (cosmogonia - ciência que trata da
origem e evolução do Universo) o levava a se considerar cercado
de água; por cima, o oceano celeste; em torno o oceano
terrestre; por baixo o oceano subterrâneo.
Noé torna-se o novo cabeça da humanidade que recomeça e
Deus renova na sua a pessoa as bênçãos dadas a Adão.
O homem é novamente constituído cabeça da criação, a qual
porém, lhe será hostil de agora em diante: “Criado à imagem e
semelhança de Deus, recebeu o homem a ordem de submeter a
si, a terra com tudo que contém, e de governar o mundo na
justiça e na santidade, e, reconhecendo Deus como criador
universal, orientar-se a si e ao universo para ele” (Gn 34).
Querendo Deus infundir nos homens o mais vivo horror pelo
derramamento de sangue humano, proíbe não só comer a carne
de animais sufocados, cujo sangue não saiu, mas diz que
punirá até os animais que derramarem sangue humano.
Portanto muito mais severamente punirá o homem. Era crença
que o sangue era a sede da vida, reservada unicamente a Deus,
donde a proibição de alimentar-se dele ou derramá-lo.
“E o arco estará nas nuvens...” O arco-íris preexistiu ao
dilúvio, mas Deus escolheu-o como sinal e lembrança visível da
promessa de não mais enviar aquele cataclismo. A aliança que
Deus estabelece com Noé abrange ainda toda a humanidade e
toda a criação, diferentemente da que, mais tarde, estabelecerá
com Abraão e Moisés.
 A Embriaguês de Noé e a Maldição de Canaã

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 21


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

Esta parte nos ensina que até mesmo o homem ricamente


abençoado por Deus pode ser vencido pelas tentações carnais.
Sem e Jafé demonstram moral elevada e louvável. Quanto ao
terceiro filho de Noé, Cão, vemos que a maldição não imputada
a si, mas sim a sua geração – os cananeus. Estes foram os
adversários do povo de Deus. Foram exterminados quando da
conquista de Canaã por Josué (Js 24.18).
Negar-se a si mesmo, subjugar a carne, abafar o egoísmo,
enfim vencer todo o pecado, é difícil ao homem! A embriaguês de
Noé, o adultério de Davi, a mentira de Pedro, mostram-nos que
nem sempre homens de Deus, como tais, submetem seus
poderes à vontade divina, e que nós ao descuidarmos disso,
estaremos impedindo em nós mesmos o desenvolvimento do
aperfeiçoamento cristão.
As maldições e as bênçãos dos profetas eram eficazes.
Cumpre, porém, entender essas palavras no ambiente histórico
em que foram escritas, quando os cananeus foram dominados
pelos israelitas (semitas), por Josué, depois de Moisés, portanto
muito tempo depois de Noé. Na aliança firmada entre Deus e
Noé, estão registrados três fatos referentes a seus filhos, no
sentido profético:
1 – Os descendentes de Sem (os semitas) preservariam o
conhecimento do verdadeiro Deus. Jesus, segundo a carne, vem
de Sem.
2 – De Jafé viriam às raças que dominariam a maior parte
do mundo e superariam as raças semíticas. O governo, a
ciência, a arte, têm saido geralmente de gente vinda de Jafé.
3 – Os descendentes de Cão, pela maldição de Noé, o mais
moço dos irmãos, seriam raças servís, “escravos do escravos de
seus irmãos”. Inegavelmente, a estirpe de Canaã, sempre teve o
ultimo lugar entre os povos.

 Posteridade dos Filhos de Noé


Este capítulo da Bíblia Sagrada nos apresenta uma história
em forma de tábua geanealógica, sucinta, dos povos que serão
depois deixados à parte, para concentrar a ação num só semita,
Abraão, com o qual começa a verdadeira história bíblica que é a
do povo eleito de Deus. Essas genealogias contêm nomes que
são mais geográficos que pessoais; agrupam mais os povos nas
suas relações históricas e geográficas do que étnicas:

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 22


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

1 – Os jafetitas ao norte, Ásia Menor e ilhas do


Mediterrâneo;
2 – Os camitas ao sul, Egito, Arábia, Etiópia;
3 – Os semitas ao leste, Elam, Assíria, Mesopotâmia.
 A Torre de Babel – Confusão das línguas e dispersão
dos povos.
“... tendo partido do oriente, encontraram uma planície na
terra de Senaar, e habitaram nela” (Gs 11.2). “Terra de Senaar”,
é uma região da antiga Mesopotâmia Inferior, hoje Iraque, onde
os dois rios Tigre e Eufrates, e aproximam até uns quarenta
quilômetros entre si antes de lançar suas águas no golfo
Pérsico. Nessa região foi que os homens tentaram construir uma
cidade e uma “torre cujo cimo chegasse até ao céu”. A
construção da torre de Babel representa o orgulho do homem,
sempre impelido a mirar a própria grandeza, esquecendo os
desígnios de Deus. Como castigo, Deus obriga os homens a se
dispersarem estabelecendo entre eles a confusão da linguagem.
A unidade será restaurada, não pela vontade do homem,
mas de Deus e não numa união política e natural, mas
sobrenatural, em Cristo Jesus e no milagre das línguas no
Pentecostes.
O verdadeiro significado da confusão das línguas encontra-
se no Salmo 54.10 “Precipita-os, Senhor, confunde as suas
línguas; porque eu vejo a injustiça e a contradição na cidade”.
Não se pense, equivocadamente, que foram aqui criadas novas e
distintas línguas. Ora, a língua serve para exprimir as idéias. O
desacordo das idéias é a causa mais profunda para os homens
já não se entenderem. Não podendo mais entender-se, os
homens dispersam-se. Consequentemente, a construção da
cidade e da torre é interrompida. Babel não deve ser confundida
com Babilônia. Aqui o nome significa confusão, ao passo que
Babilônia quer dizer porta do deus. O local onde se edificou a
torre ao invés de receber um nome que perpetuasse e celebrasse
a habilidade dos construtores, recebeu ao contrário, um nome
que lhe perpetuará a desonra.
 Deus chama a Abrão
A seu tempo Deus chama a Abrão a fim de fazer dele uma
grande nação, para que o reconhecessem como único e
verdadeiro Deus, Pai providente e justo Juiz, e, aguardassem o

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 23


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

Salvador prometido, preparando assim, através dos séculos, o


caminho para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.
Adão havia recebido de Deus a promessa de um Redentor,
ignorando-se, porém, ignorando-se, porém de qual estirpe de
seus descendentes sairia (Gn.3.15); após o dilúvio a promessa é
repetida para Sem (Gn.9.26), excluídos Cão e Jafé. Depois entre
todos de Sem, é escolhido Abraão, excluídos os demais. Assim,
mais preciso se torna de quem descenderá o Messias vindouro.
Abraão é um esplêndido exemplo de fé e obediência a Deus, e
será o exemplo dos chamados por Deus e cognominado pai dos
crentes. É também o núcleo de um novo povo, com missão
especial por destino. A promessa feita a Abraão orienta-se
essencialmente para o futuro e supõe um plano de salvação,
naquela ocasião, oculto na mente de Deus, porém, já
transparecendo, estender-se a todos os povos.
 Abraão em Canaã
Obedecendo as ordens de Deus, Abraão toma consigo sua
mulher Sarai e Lo (filho do seu irmão), todos os bens que
possuíam, e partem para a terra de Canaã. Sua obediência
incluiu deixar seu lar, sua pátria e confiar-se aos cuidados de
Deus, na sua orientação divina e nas suas promessas. Em
terras de Canaã, O Senhor vai ter com Abraão e diz-lhe: “A tua
semente darei esta terra”, naquele lugar edificou um altar ao
Senhor que lhe tinha aparecido, antes de passar dali para o
monte, que estava ao oriente de Betel, onde levantou a sua
tenda, tendo a mesma Betel ao ocidente. Outro altar edificou
nesse local para honra do Senhor e invocou o seu nome.

 Abraão desce ao Egito


Tangido pela fome que grassava naquela terra, Abraão,
dirigiu-se para o Egito com o intuito de garantir a sua
sobrevivência e a sobrevivência do seu povo. Quando estava
prestes a entrar no país do Faraó (Faraó quer dizer Casa
Grande. É o título que no Egito recebiam todos os soberanos,
como entre os romanos chamava-se César todo imperador),
temeroso de maus tratos por parte dos egípcios, Abraão, fez sua
mulher Sarai passar por sua irmã. “E trataram bem Abrão, por
causa dela; e ele teve ovelhas e bois, servos e servas, e
jumentas e camelos ”(Gn 12.16). Porém, não eram estes os
planos do Senhor, que investiu contra o Faraó e sua casa,
ferindo-os com enormes pragas por causa de Sarai.
Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 24
O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

Abraão mentiu a um soberano pagão, comprometendo sua


mulher, visando ganho fácil e garantia da própria vida. Logrou
êxito com sua astúcia.
Há quem sustente que Abraão não mentiu e sim calou um
lado da verdade. De fato, Sarai era sua mulher, mas também
era sua irmã pelo lado paterno. Naquela época era muito
comum o casamento entre membros da mesma família, sendo
muito comum, um patriarca gerar filhos em muitas mulheres,
esposas e escravas, pois havia um zelo muito acurado, no que
diz respeito à constituição de mão de obra e garantia da
posteridade numerosa.
 Abraão volta a Canaã
O Faraó, temendo a ira de Deus, devolveu Sarai a seu
marido Abraão e deu ordem a seus homens para leva-lo para
fora do Egito, “com sua mulher e com tudo o que possuía”.
Assim, Abraão deixou o Egito, com sua mulher Sarai, com
Ló, com todos os seus pertences e muito rico em ouro e prata,
dirigindo-se para a parte meridional, até ao lugar onde primeiro
tinha levantado a tenda e onde estava o altar que tinha
levantado antes; e aí invocou o nome do Senhor.
Enquanto a prosperidade representava, para Abraão,
bênçãos do Senhor, para Ló representava apenas conquistas
materiais; surgem desentendimentos entre os pastores de
Abraão e os pastores de Ló, a separação é inevitável. Ló era
sobrinho de Abraão, mas era tratado por irmão. Isto porque
entre os hebreus chamavam-se irmão a todos os parentes,
faltando a essa língua a palavra parentes para designar tais
pessoas.
 Melquisedeque abençoa Abraão
Você passará a conhecer agora um personagem que lhe
trará muita edificação. Leia vagarosamente, os versículos 18 a
14. Leia também Hebreus 7.3. Trata-se de uma figura bem
diferente das demais estudadas ate aqui. Seu nome
Melquisedeque sua origem (?) – Sem genealogia, sem pai, sem
mãe (registrados). Consta porem, que ele foi rei – rei de Salém
(v.18). O escritor aos Hebreus o apresenta como “semelhante ao
filho de Deus”. Note que ele foi um sacerdote do Senhor, um
homem crente e normal como qualquer outro. Comparando-se
Gêneses com Hebreus vê-se que ele foi um tipo semelhante ao
Senhor Jesus.

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 25


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

A ele coube abençoar Abraão, quando este voltava da


matança dos reis (18.20). Depois da bênção veio a tentação
através do rei de Sodoma. Abraão rejeita sua oferta. Note-se, por
este exemplo, que uma benção vem sempre seguida de uma
tentação. Cuidemos para não desprezarmos as bênçãos, diante
dos inúmeros “reis de Sodoma”, que vez por outra surgem à
nossa frente.
 Fé admirável de Abraão
Depois da batalha que derrotou os reis, Abraão ficou
preocupado e temeroso. Por isso, Deus lhe deu em uma visão a
certeza de que Ele mesmo era o escudo e o galardão de Abraão.
Em resposta a essas palavras de consolo, Abraão, relembrou a
Deus que não tinha filhos, e, portanto, nenhum herdeiro. Assim
sendo, ele adotaria um dos seus servos para se tornar o seu
herdeiro. O senhor rejeitou a idéia e prometeu a Abraão que “...
mas aquele que de ti será gerado, esse será o teu
herdeiro”(15.4); e teria uma descendência inumerável. A
grandeza de Abraão está no fato de ter tido fé em Deus. É essa
fé em Deus que lhe foi imputada por justiça (15.6). Era esse o
tipo de fé que Abraão tinha, confiante, obediente e submisso.
Deus viu a fé sincera de Abraão expressa naquela atitude e lha
imputou por justiça. O termo “justiça” significa estar num
relacionamento correto com Deus e com sua vontade (6.9;Jó
12.14 ss).
 Abraão – Sara – Agar
Abraão já estava com 90 anos, e, a promessa de Deus
“...de te farei uma grande nação!” (12.2), não se cumpria.
Persuadido por Sara, e na ansia de ver cumprida a promessa
que Deus lhe fizera de ver sua própria descendência, Abraão
toma Agar serva egípcia de sua esposa como concubina e com
ela gera um filho que foi chamado de Ismael. O nascimento de
Ismael gerou grande desarmonia e muita tribulação no seio da
família de Abraão. Hagar, vendo que tinha concebido desprezou
sua senhora. A atitude de Abraão tentando antecipar a vontade
de Deus gerou no Senhor aborrecimento. Por treze anos Abraão
não ouviu a voz de Deus. Abraão reconhecendo ter incorrido em
erro disse a Sarai “eis que tua serva está na tua mão; usa dela
como te aprouver”. Como Sarai a maltratasse, Hagar fugiu para
o deserto. Abraão jamais podia imaginar que aquela sua atitude
traria tanta luta sobre a terra. Os árabes descendem de Ismael e

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 26


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

os judeus de Isaque. A luta entre estes povos irmãos perdura


ate os nossos dias.
 Abrão passa a chamar-se Abraão
Tudo o que estudamos ate aqui sobre o homem que Deus
chamou, e de quem sairia uma grande nação, esta relacionado
ao personagem Abrão, cujo o nome significa “ pai da altura”. Do
capitulo 17 em diante, temos o mesmo personagem, apenas com
o nome alterado para Abraão, que quer dizer “pai de uma
grande nação”. O que motivou essa mudança foi o
arrependimento de Abraão, por Ter um dia procurado antecipar
o plano maravilhoso que Deus traçara para sua vida. Ei-lo
agora, ali, curvado, com o rosto em terra, na mais humilde
demonstração de arrependimento, adorando ao Senhor! Assim
continuaria ele, a partir daquele momento, uma nova pessoa,
com uma nova dimensão de vida tanto material quanto
espiritual.
 O nome Sara
Sara chamava-se, anteriormente, Sarai, que significa
“minha princesa”. Este era o seu nome quando da convocação
do seu marido. Sara recebeu seu nome na Mesopotâmia, muito
antes de qualquer chamada da parte de Deus e sem qualquer
revelação especial. Seu nome significa “princesa”. Paulo se
refere a Sara como a mãe dos filhos da promessa (Rm 9.9). O
escritor inclui Sara na lista dos fieis junto ao povo hebreu. Nos
países orientais a mudança de nome era praticada para revelar
de público algum acontecimento notável na vida do personagem
envolvido.
 Concerto da Circuncisão
O capítulo 17 de Gênesis constitui o único relato bíblico
sobre a origem da circuncisão entre os israelitas. Foi depois
incorporada ao sistema mosaico, juntamente com a Páscoa (Ex
12.44). Esse ritual permanece em vigor entre os judeus até os
dias de hoje. “Todo macho entre vós será circuncidado” (v.10);
até mesmo o escravo (v.12). Abraão foi circuncidado aos 99
anos. Estaria tão somente assim confirmando sua fé (Rm 4.11),
o que não aconteceu com Ismael (circuncidado aos 13 anos), e
Isaque, circuncidado aos 8 dias.

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 27


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

O concerto da circuncisão foi instituído como sinal do pacto


entre Deus e Abraão, assim como o sábado foi o sinal do pacto
entre Deus e a nação israelita já constituída (Ex 31. 16,17).
 Aparição de três anjos a Abraão
Existe uma corrente teológica que defende a tese de que os
três seres – “três homens” - que apareceram a Abraão, eram o
Senhor e dois anjos; outra corrente de pensamento, afirma que
teriam sido três anjos com aparências humanas. Neste “três
homens” e também pelo fato de Abraão se dirigir somente a um
deles, muitos estudiosos vêm o anúncio do mistério da trindade,
revelado muitos séculos depois no Novo Testamento.
Durante a visita que os três seres celestiais fazem a Abraão,
o Senhor anuncia novamente o nascimento de Isaque. Sara
duvida do Senhor e por Ele é repreendida “Há porventura
alguma coisa difícil a Deus?” (18.14).
 Senhor anuncia a destruição de Sodoma – Abraão
pede pelos justos
A partir do versículo 23, a Bíblia Sagrada, traz a lume o
comovente diálogo, em forma de oração intercessória, entre
Abraão e o Senhor Deus, que é, talvez, o trecho de maior beleza,
humildade, humanidade e demonstração de amor para com o
próximo, existente nas sagradas escrituras. O diálogo entre
criatura e Criador, focaliza e revela o grande valor da oração dos
justos, dos bons e dos santos para afastar as desgraças e os
castigos de Deus. Revela, também, o eterno problema do
sofrimento dos bons por causa dos maus, cuja solução só viria
com o sacrifício de Jesus Cristo, que sofre pelos maus e reveste
com o galardão da redenção os sofrimentos de seus seguidores.
 Deus castiga Sodoma e Gomorra
O Senhor fez chover enxofre e fogo sobre as duas cidades
pecaminosas, varrendo da face da terra todo mal que lá havia e
todo o país em sua volta. E quando Deus destruía as cidades
daquela região, lembrou-se de Abraão e livrou seu sobrinho Ló e
suas filhas da morte na grande catástrofe que se abateu sobre
aquelas cidades. A mulher de Ló, por desobediência a orientação
Divina, ao olhar para trás foi transformada em estátua de sal.
 O Nascimento de Isaque
Como havia prometido o Senhor, no tempo aprazado, Sara
deu à luz um filho na sua velhice. Abraão chamou-o de Isaque e
Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 28
O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

circuncidou-o no oitavo dia, como o Senhor havia ordenado,


tendo então a idade de cem anos.
O nome Isaque significa “riso”. “Assim foi chamado porque
Sara disse: Deus me deu um motivo de riso, e todo aquele que
ouvir a notícia do nascimento de Isaque, rirá juntamente
comigo”, e, acrescentou, “Quem acreditaria que Abraão havia de
ouvir dizer que Sara amamentaria um filho, que lhe havia de
dar à luz, sendo ele já velho?”
Vemos no capítulo 18 que Abraão estava com seu coração
pesaroso, pelo fato de também amar a Ismael e vê-lo partir,
mas, ao mesmo tempo, estava alegre com o nascimento de
Isaque e com o cumprimento da promessa do Senhor Deus,
”farei de ti uma grande nação...”.
No capítulo 21, além dos versículos de 9 a 12, tem destaque
especial o 11, onde se pode mensurar a angústia de Abraão,
“mui penoso aos olhos de Abraão”.
Tivesse ou não Sara razão para pedir que Abraão expulsasse
Agar de sua casa, o certo é que ela cooperou para os desígnios
de Deus, que queria continuar somente, através de Isaque, a
genealogia do futuro Messias.
 Isaque e Ismael – Tipologia
Agar tipifica o monte Sinai e tudo quanto a lei podia dar.
Dessa maneira, Ismael, nascido da carne I isto é da vontade de
Abraão em antecipar a obra de Deus), “tipifica as obras da Lei
(Gl 3.10)”. Isaque, ao contrário, é o fruto da fé. Nele foi revelado
todo o amor de Deus para com os homens.
 Deus prova a fé de Abraão
“Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas e vai-
te à terra de Mória; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos
montes que eu te mostrarei (v.2)”
A palavra do Senhor foi um verdadeiro desafio a Abraão. O
texto bíblico deixa claro que Abraão em nenhum momento
duvidou da ordem Divina, ou ainda, que teria rogado a Deus
uma ordem menos custosa. Pelo contrário, ele não hesitou,
seguiu em frente, com fé o caminho indicado por Deus.
A ordem que Deus dá a Abraão, fundamenta-se no domínio
reservado a Deus sobre os primogênitos. O episódio, porém, tem
o propósito de demonstrar, além da grande fé de Abraão, como
Deus repudia os sacrifícios humanos e sua vontade de resgatar

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 29


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

os primogênitos do homem. A fé de Abraão opõe-se a


infidelidade de Adão (Gn. 3.7).
 Três exemplos simbólicos de Isaque
1 – A submissão de Isaque é um perfeito tipo de obediência
de Cristo, até a morte;
2 – “Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro para o
holocausto (v.8). Naquele momento, Abraão proferiu uma
palavra profética, e o fez também ao denominar o lugar de “o
Senhor proverá (v.14)”. Era a anunciação do “Cordeiro de Deus
que tira os pecados do mundo (Jo 1.29)”;
3 – O carneiro “preso pelos chifres” (v.13), no mato, foi o
substituto do primogênito Isaque. Para o filho de Abraão Deus
providenciou um substituto, porém para o Seu filho unigênito,
não haveria substituto, o sacrifício haveria de ser consumado.
Na cruz estaria assegurada a salvação da humanidade.
 A morte de Sara e Abraão
O Capítulo 23 registra a morte de Sara, o grande amor de
Abraão. Sara foi companheira de todas as horas, esposa e
sementeira para a descendência de Abraão, viu sua chamada e
o crescimento da sua fé. Sara faleceu na cidade de Arbéia, que é
Hebron, na terra de Canaã, e Abrão veio para prantear e chorar
sua morte.
Os dias devida de Abraão foram de cento e setenta e cinco
anos. Morreu numa ditosa velhice e foi unir-se a seu povo.
Isaque e Ismael seus filhos, sepultaram-no na dupla caverna
situada no campo de Efron que Abraão havia adquirido aos
filhos de Het, aí foram sepultados Abraão e Sara sua mulher.
 O casamento de Isaque
Este capítulo registra mais um expressivo acontecimento
bíblico: o casamento de Isaque com Rebeca. Este evento, de
significativa importância, transmite até nossos dias verdades
inabaláveis e que jamais podem ser esquecidas. Vai aqui, em
resumo, o quadro simbólico deste acontecimento: Isaque conduz
sua noiva até a tenda que foi de sua mãe (24.62,67), e dá-lhe
condição de entrar para um lugar de destaque outrora ocupado
por sua sogra, Sara, com direitos exatamente iguais aos dela.
Tal como Isaque, conduzindo Rebeca a tenda de sua mãe,
outorgando-lhe direitos e privilégios iguais aos dos demais
membros da sua família, também a Igreja de Cristo reinará em
glória com Ele (Mt.19.28; 1Co.6.2; Cl 3.4; Ap.20.4,6).
Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 30
O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

Este quadro ilustra de maneira breve o tipo de união entre


Cristo e sua noiva, a Igreja.
Dessa união Isaque gerou a seguinte descendência: Esaú e
Jacó.
Rebeca, da mesma maneira que sua sogra Sara, era estéril,
não conseguia engravidar. Isaque orou ao Senhor por sua
mulher, Êle ouviu e permitiu que Rebeca concebesse. Acontece
que Rebeca concebeu a gêmeos e sentiu em seu ventre que as
crianças lutavam, e, ao consultar ao Senhor em oração, obteve a
resposta: “Duas nações estão no teu ventre, e dois povos se
dividirão do teu ventre, e um povo vencerá o outro, e o mais
velho servirá ao mais novo”.
Ao tempo de dar à luz, a criança que primeiro veio ao
mundo, era vermelha e toda peluda, do sexo masculino. Logo
em seguida, nasceu a segunda criança, e segurava o pé de seu
irmão com a mão, e, também era do sexo masculino.
Esaú, que foi o primogênito, significa “vermelho”, que em
hebraico é admoni, de onde resultou o nome Edom, dado depois
a Esaú e mais tarde a região habitada pelos seus descendentes
ao sul da Palestina.
Jacó parece ter sido chamado assim, por que nascera
segurando o pé do seu irmão, já no capítulo 27.36, o nome Jacó
parece significar a expressão “porque suplantou seu irmão”,
segundo alguns estudiosos, o nome Jacó, parece derivar de
Já’aqob-El, significando, “que Deus proteja”.
 Isaque em Gerar
No capítulo 26, vamos encontrar as várias semelhanças
havidas entre Abraão e seu filho Isaque. Por exemplo:
1 – havia fome sobre a terra (v.1);
2 – Isaque tinha uma formosa mulher;
3 – teve medo de ser morto;
4 – mentiu igualmente a Abraão (apresentou sua mulher
como sua irmã, v.7);
5 – é repreendido pelo rei (v.7);
6 – desentendimento por causa de um poço (Gn 21.25;
26.18).
Os filisteus sempre foram inimigos dos judeus, mas mesmo
assim Isaque habita entre eles – “o Senhor o abençoava (v.12)”.
Muitas foram às experiências que marcaram a passagem de
Isaque por Gerar.

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 31


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

Os versículos 26 e 31 relatam sobre o pacto entre


Abimeleque e Isaque e especificamente, nos versículos 28 e 29,
está a comprovação de que o Senhor realizaria seus propósitos
divinos, contidos na promessa feita a Abrão, através de Isaque.
 Jacó engana a seu pai - Isaque
Na época de Esaú e Jacó, grandes e importantes, eram os
direitos do primogênito. Dentre os mais importantes, destacava-
se a dupla parte na herança e a direção da tribo. Mas,
especialmente, entre os hebreus, havia a maior das heranças, a
promessa maior de ser antepassado do Messias.
Jacó, ajudado pela parcialidade de sua mãe Rebeca,
conseguiu enganar seu pai que já se encontrava velho e pouco
enxergava. Tomou o lugar de seu irmão, utilizando-se de um
estratagema urdido por sua mãe, obtendo as bênçãos de seu
pai, usurpando, assim, o direito de primogenitura, que por
direito pertencia a Esaú.
A história de Jacó ocupa praticamente quase a metade do
Gênesis, no capítulo 25 temos seu nascimento e no capítulo 50
a sua morte e seu sepultamento.
Resumo da trajetória de Jacó:
1 – Fugindo da ira de Esaú, Jacó chegou a Harã e fixou
residência com Labão;
2 – Depois de trabalhar sete anos para Labão para desposar
Raquel, Labão o engana e o faz casar com Lia, que era a filha
mais velha, e, era costume naquela época, só realizar o
casamento das filhas mais novas depois que a filha mais velha
tivesse casado;
3 – Jacó submete-se a mais sete anos de trabalho submisso
a Labão, e, dessa maneira conseguiu seu intento que era o de
casar-se com Raquel;
4 – Dos seus casamentos nasceram-lhe treze filhos;
5 – Jacó desentende-se com Labão e retorna a Canaã;
6 – No vale de Jaboque, Jacó encontra-se com o Senhor
Deus, e após lutar uma noite inteira para ser abençoado, o
Senhor deu-lhe o nome de Israel e este ficou sendo o nome dos
seus descendentes até os dias de hoje.
7 – Ao morrer Jacó abençoou seus filhos e traçou o perfil
psicológico de cada um deles. Moisés, posteriormente, confirma
as palavras de Jacó (Dt. 33.1-9).
 A vida de José

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 32


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

José foi o décimo primeiro filho de Jacó e o primeiro filho de


Raquel. Jacó teve predileção incontestável por este filho,
dedicando-lhe especial atenção e cuidados, presenteando-lhe
com uma capa de várias cores. O amor sem reservas que Jacó
demonstrava por José, gerou entre os seus irmãos, a inveja e o
ódio. Além do mais, os sonhos de José, contribuíam,
sobremaneira, para abalar a situação entre ele e seus irmãos.
Assim, José é vendido por seus irmãos a mercadores
ismaelitas, que vinham de Galaad com seus camelos carregados
de aromas, resinas e mirra, sendo levado para o Egito.
No Egito é tornado escravo. Habita na casa de Putifar,
eunuco do faraó e general do exército.
José promove bênçãos na casa de Putifar, multiplicando
todos os seus bens, tanto em casa, como no campo, porque o
Senhor estava com ele (v.2,3,22,23), chegando a ser o
administrador maior da casa deste egípcio.
Caluniado pela mulher de Putifar, foi preso injustamente,
mas o Senhor não o abandona, e José, passa a ser responsável
pela vigilância de todos os prisioneiros a pedido do governador
da prisão.
José passa a interpretar os sonhos dos prisioneiros e logo
sua fama chega ao conhecimento do Faraó, que vivia
atormentado por sonhos indecifráveis. Nem mesmo os sábios
mais renomados de sua corte ousavam interpretá-los. Mais uma
vez os desígnios do Senhor Deus comandam a vida de José, que
é levado a presença do Faraó, com a missão de interpretar os
sonhos daquele governante.
Faraó, ao ouvir a interpretação dos seus sonhos, o que eles
representavam para o Egito e que providencias deveriam ser
tomadas para solucionar o problema, fica sabendo, através das
explicações de José, que as interpretações não lhes pertenciam,
mas sim ao Senhor Deus. Maravilhado, o Faraó exclama:
“Acharíamos um varão como este, em quem haja o espírito de
Deus?”
Dessa maneira, José tornou-se muito importante no Egito,
chegando mesmo a ocupar o cargo de Governador.
José engrandeceu e foi engrandecido no reino do Egito, mas
jamais usou o poder para vingar-se dos seus irmãos.
Encontrando-se com eles, perdoou as ofensas, esqueceu as
injúrias e o sofrimento passados e humilhou-se perante seu pai

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 33


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

e seus irmãos “Assim não fostes vós que me mandaste para cá,
senão Deus (45.8)”.
Após abençoar seus filhos, morreu Jacó. Foi sepultado na
cova de Macpela que fora comprada aos filhos de Hete. Seu
corpo foi embalsamado pelos médicos egípcios. Do seu funeral
participaram tanto israelitas como egípcios. Em Macpela
estavam sepultados, Abraão, Sara, Raquel, Isaque e Léia. Neste
capítulo se lê a expressão: “foi reunido a seu povo”, denotando
que no Velho Testamento, havia, claramente, compreensão da
existência de outra vida além da morte.
 A morte de José
O caráter íntegro de José permanece até ao fim da sua
existência na terra. Noventa e três longos anos no Egito! Ao
término de sua carreira, não mais se vê preocupado com a
política, mas sim no seio da sua família. Por direito deveria ser
sepultado em lugar especial, separado, para então receber as
honrarias póstumas de um Faraó. Preferiu, porém, que seus
ossos fossem retirados do Egito, quando seus descendentes de
lá se retirassem. Assim, foi José sepultado em Siquém, em lugar
comprado por seu pai, Jacó.

4. ÊXODO
4.1. TITULO DE ÊXODO
Êxodo significa “saída”, enquanto o Gênesis registra em
seus últimos capítulos o estabelecimento das tribos de Israel no
Egito, a morte de Jacó e a morte de José, o livro de Êxodo
descreve a saída do povo hebreu do Egito, mostrando como
Deus tirou os filhos de Israel da escravidão. Relata a história da
redenção pelo sangue (caps. 12 e 13), e a entrega da Lei à
comunidade.
A Bíblia hebraica chama este livro de “shomot”, que
significa “nomes”, pois o livro começa relacionando os nomes
dos filhos de Israel. Já os tradutores da Septuaginta chamaram-
no de “Êxodo”, que significa “saída”, devido ao fato de seu tema
central tratar da saída do povo hebreu do Egito.

4.2. AUTORIA DE ÊXODO


Moisés foi o autor de Êxodo, e tudo indica que o escreveu no
deserto, durante a peregrinação, mais ou menos em 1.688 a.C.,

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O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

e, como no Gênesis, a autoria de Moisés é confirmada pela


estreita conexão e unidade com os livros restantes do
Pentateuco. O Êxodo é o elo indispensável que une de forma
inseparável o Pentateuco.
1. O Êxodo é a continuação da história do livro do
Gênesis;
2. Os assuntos do sistema sacerdotal e da lei de
santidade iniciados em Êxodo, por sua vez, se desenvolvem
em Levítico;
3. A história da caminhada de Israel para terra
prometida, a qual constitui a maior pane de Números,
encontra seu principio em Êxodo;
4. Êxodo acha-se repetido em Deuteronômio, a
repetição da Lei;
5. Por todas estas razões acima apresentadas, o livro
do Êxodo é chamado de: o coração do Pentateuco.
4.3. ESFERA DE AÇÃO DE ÊXODO
Os acontecimentos registrados no Êxodo abrangem um
período de 216 anos, de 1.706 a 1.490 a.C., isto é, da morte de
José à construção do Tabernáculo (Êx 1.6; 40.1-38), começado
com um povo escravo habitando na presença da idolatria
egípcia e terminado com um povo redimido habitando na
presença de Deus no Monte Sinai.
4.4. TEMA DE ÊXODO
No Gênesis lemos acerca do principio da Redenção e no
Êxodo lemos acerca do progresso da Redenção. No Gênesis a
Redenção é efetuada através de indivíduo e no Êxodo, é
efetuada através de uma nação inteira. Portanto, o assunto é:
Deus redime o seu povo e o transforma em uma nação, e, a
idéia central do livro do Êxodo é a Redenção pelo Sangue.
4.5. PROPÓSITO DE ÊXODO
O livro do Êxodo relata como a família escolhida no Gênesis
veio a ser uma nação e registra os dois acontecimentos
transcendentes da história de Israel:
1.Primeiro, o livramento dos israelitas do Egito; e,
2.Segundo a entrega da Lei de Deus aos israelitas no Monte
Sinai.

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O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

O livramento do Egito possibilitou o nascimento da nação, o


pacto, “a Lei” de Deus, modelava o caráter da nação a fim de
que fosse um povo santo.
O livro descreve em parte:
1. O desenvolvimento do antigo conserto com Abraão;
2. As promessas que Abraão recebeu de Deus, incluindo um
território;
3.Uma descendência numerosa que chegaria a ser um nação e
benção para todos os povos pôr meio de Abraão e da sua
descendência:
A - Primeiro Deus multiplica o seu povo no Egito;
B - Depois livra este povo da escravidão do Egito; e,
C - Por último, constituiu uma nação deste povo.
O Êxodo jorra luz sobre o caráter de Deus:
1. No livramento do seu povo, vê-se que Ele é misericordioso
e poderoso;
2. A Lei revela que Ele é santo; e,
3. O Tabernáculo revela que Ele é acessível mediante os
sacrifícios.
4.6. DIVISÃO DE ÊXODO
O livro do Êxodo divide-se em três partes:
1. A Opressão 1.1 - 12.36;
2. A Libertação 12.37 - 18.27; e,
3. A Entrega da Lei ou Concerto 19.1 - 40. 38.

5. UM RESUMO DE ÊXODO - A OPRESSÃO


(Caps.1.8-12.36)
5.1. A Estada no Egito. (Caps. l.1-2.24)
Quando Jacó e seus filhos desceram ao Egito, foi-lhes
designado uma “reserva especial' para morarem, e foram
enviados para uma província fértil no Delta do Nilo, chamada
Gosen (Gn 47. 6), no período dos Hícsos. Os Hícsos ou reis
pastores, da linhagem semítica, conquistadores vindos da Ásia,
eram parentes próximos dos hebreus, assediaram o Egito pelo
norte e se uniram aos governos do Egito e da Síria em cerca de
1.700 a.C., na 16a dinastia, porém, foram expulsos do Egito por

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 36


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

volta da 18a dinastia, e a atitude do governo egípcio mudou


para com o povo hebreu.
1. A estada dos hebreus no Egito foi longa, 430 anos (Êx
2.40), depois os Hícsos perderam o poder e a situação dos
israelitas mudou completamente, eles eram tratados como uma
minoria subversiva, uma ameaça à estabilidade política do
Egito.
5.2. Sob o Jugo da Escravidão. (Cap. l)
1 - “Depois levantou-se um Rei... que não conhecia José
(v.8)”, trata-se de um rei da 18 a dinastia, que a grandeza do
povo de Israel o amedrontava, e provavelmente foi esta a razão
que o levou a baixar três decretos:
a – Primeiro: “sujeitava os hebreus a trabalhos forçados” (v.
12). É que os israelitas eram numerosos e os egípcios tinham
medo que eles se juntassem a outras nações para os destruir;
b – Segundo: ”todos os meninos seriam mortos ao
nascer (v.15, 16)”. As parteiras se negaram a executar esta
ordem ainda que fosse do rei, por que eram tementes a Deus.
c – Terceiro: “Todos os meninos recém-nascidos, filhos de
hebreus, seriam atirados no rio Nilo (v.22)” - foi justamente o
local onde Deus veio em socorro dos hebreus.
2 - A opressão nunca corrigiu as questões raciais.
a - Deus defende os oprimidos (1. 8-22);
b - A morte das crianças, e o temor das parteiras (l.15-22);
c - Os israelita são levados a trabalhos forçados (1.9-14).

5.3. O Nascimento de Moisés. (Cap.2)


1.Com o nascimento de Moisés, a história do povo hebreu deixa
de ser geral para ser pessoal; deixa de ser sobre uma família,
para ser sobre uma pessoa.
2. O pai de Moisés chamava-se Anrão e sua mãe Joquebede, os
pais de Moisés eram da tribo de Levi (Ex 2.1 Nm 26. 59).
3 Moisés foi preservado pela providência divina ao ser salvo das
águas. Foi educado por sua mãe, e ainda menino, sua mãe o
entregou à princesa, filha de Faraó, que o educou em toda a
sabedoria dos egípcios (At 7.22).
4. Deus planeja e prepara o libertador do seu povo. (2.1- lo).
a - Ele usa uma boa mãe; Joquebede;
b - Ele usa uma boa irmã; Miriã;

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c - Ele usa uma boa princesa; provavelmente Hatsepute;


d - Ele usa uma boa educação; o lar de Joquebede;
e - Ele usa um bom preparo, o Egito. O próprio inimigo o
preparou.
5 - O Clamor do Povo
a - Deus atende ao clamor do seu povo e chama o seu servo à
guerra (2.23-4.31), no chamado de Moisés temos:
1. A visão de Deus na sarça ardente;
2. A visão dos escravos; e,
3. A visão de si mesmo.
b - “... a sarça não se consumia...”, era o povo de Deus que
“ardia no fogo” da escravidão com Deus ao seu lado.
6 - A Entrega de Moisés:
a - Moisés entregou tudo o que tinha a Deus;
b - A vara simbolizava a vocação divina, e, sendo usada
indicaria que Moisés receberia poder (4.1-17);
c - Tudo que temos e somos deve está nas mãos de Deus-(4.2-
4).
1. A viúva (1o Rs 17,8-16);
2. O rapaz (Jo 6.9); e, '
3. Paulo (At 9.5,6).
7 - A vida de Moisés:
1 - A vida de Moisés é dividida em três partes, de quarenta anos
cada parte, sendo assim distribuída:
a - 40 anos no Egito (At 7.23);
b - 40 anos no deserto aprendendo (At 7. 30); e,
c - 40 anos conduzindo o povo à terra prometida (Dt 34. 7).
2 - Os locais onde Moisés passou seus anos:
a - Os 40 anos no palácio. Nesse período recebeu a mais
rica e fina educação que o Egito podia fornecer; porém, a
cultura não pôde tirar do seu coração a fé que recebeu em sua
infância através de sua mãe, nem virar a cabeça para correntes
filosóficas, nem mudar a sua esperança e crença.
b - Os 40 anos no deserto aprendendo. Esse período serviu
para seu adestramento, a fim de enfrentar a oposição e a
austeridade, o que dificilmente conseguiria se estivesse no
palácio. Além disso, familiarizou-se com a região por onde, anos
depois, teria de conduzir Israel à terra prometida.

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c - Os 40 anos conduzindo o povo à terra prometida - Esse


período teve seu começo, quando Moisés, chamado por Deus,
libertou o povo hebreu da escravidão no Egito, iniciando a
caminhada em direção à Canaã. Durante esta jornada os
hebreus tiveram varias experiências com o Senhor.
3 - Estes três períodos da vida de Moisés podem ser assim
analisados:
“Nos primeiros 40 anos, na corte de Faraó, Moisés aprendeu
a ser alguém, uma pessoa instruída em toda a ciência do Egito”.
Nos 40 anos seguintes, no deserto de Midiã, ele aprendeu que
não era ninguém e nos 40 anos finais, reconheceu que Deus é
tudo.
8 - Moisés foge do Egito (v. l1, 12). Os motivos da fuga.
a – Primeiro - “Moisés, sendo já grande, recusou-se a ser
chamado filho da filha de Faraó “;
b – Segundo - “Sendo Moisés já grande, saiu a seus irmãos,
atentou para as suas cargas”;
c – Terceiro - Indignado por ver um egípcio maltratar um
varão hebreu, (seu compatriota), correu em defesa deste,
matando o egípcio, “Moisés fugiu de diante de Faraó (v.15)”,
fugindo Moisés foi parar na casa de um sacerdote chamado
Jetro, na terra de Midiã, onde encontrou asilo e permaneceu por
40 anos, e, neste tempo, casou-se com uma filha de Jetro
chamada Zípora (v 21).
9 - O Surgimento de um libertador (Caps. 2.23-2 5; 3.1,2)
A chamada divina - Quarenta anos eram decorridos desde a
fuga do Egito, e, junto ao monte Horebe (Sinai), ele recebeu a
chamada divina através de uma voz que falava dum arbusto que
ardia em fogo e não se consumia. Que visão maravilhosa!!
Curioso, Moisés dirigiu-se para o lugar onde a sarça ardia e
“Vendo Deus que Moisés se encaminhava ao lugar da
manifestação, dirigiu-lhe a palavra: Moisés! Moisés! Moisés
respondeu, e, depois de ouvir a recomendação de que deveria
tirar o calçado dos pês por ser santo aquele lugar, recebeu a
comissão divina “.
a - A comissão divina - Deus se apresenta como o Deus de
Abraão de Isaque e de Jacó (Ex 3.6), isto é, o Deus que aqueles
patriarcas adoravam, e, disse Deus: “Tenho visto a aflição do
meu povo... desci para livrá-los (3.7 8)”. Neste momento de
contemplação e reverência, Deus falou a Moisés chamou-o,
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dizendo: “Vem agora, pois eu te enviarei a Faraó, para que tires


o meu povo do Egito “ v. 10.
b - A Incapacidade humana - Moisés sentiu-se incapaz para
a missão. “Quem sou eu?” O Senhor, porém, está pronto a usar
aquele que humildemente se coloca em suas mãos, então diz o
Senhor: “Certamente eu serei contigo”.
10 - As Pragas. (Caps. 7.14-12.36)
A opressão de 430 anos termina com 10 pragas tremendas
sobre Faraó e seu povo. (Caps.5.1-12.36). Moisés e Arão,
apresentaram-se perante Faraó e pedem a liberdade para o povo
hebreu, diante da recusa, pesadas pragas vieram sobre o Egito,
a saber:
a – Primeira - Águas se tornado em sangue (7, 14-25),
b – Segunda - As rãs (8, 1-16),
c – Terceira - Os piolhos (8,16-19),
d – Quarta - As moscas (8. 20-32),
e – Quinta - A peste nos animais (9,1-7),
f – Sexta - As úlceras (9. 8-12),
g – Sétima - A saraiva (9,13-15),
h – Oitava - Os gafanhotos (lo,1-20) e,
i - Nona - As trevas (lo- 21-29).
As primeiras 9 pragas em ordem, e as suas finalidades:
a - As água do Nilo convertidas em sangue, foi um golpe contra
Hapi, o deus das inundações do Nilo. (7.4-25).
b - A terra ficou infestada de rãs, é que os egípcios relacionavam
as rãs com o deus Hapi, (8.1-15);
c - A praga do piolho do pó da terra, “Estende a tua vara e fere o
pó da terra, para que se torne em piolhos por toda a terra do
Egito... Então disseram os magos a Faraó: isto é o dedo de
Deus”. (8.16-19);
d - Enormes enxames de moscas encheram o Egito, isto foi um
tormento para todo o povo egipcio. (8. 20-32);
e - A morte do gado. É que os egípcios tinham Amom como o
deus sagrado em todo Egito. Amon se apresentava através de
uma imagem de carneiro, que era um animal sagrado no Egito
(9.1-7);
f - As cinzas que os sacerdotes egípcios espalhavam no ar como
sinal de benção, tomou-se em maldição e causaram úlceras
dolorosas. (9.8-12);

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 40


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

g - A tempestade de trovões, raios e saraiva que devastou a


vegetação, destruindo as colheitas de cevada e linho, matando
os animais. (9.13-35);
h - A praga dos gafanhotos trazida por um vento oriental
consumiu a vegetação que havia sobrado da tempestade de
saraiva. (lo-1-20); e,
i - As trevas que caíram sobre o Egito, foi um grande golpe
contra os deuses, especialmente contra Ra, o deus do solar.
(10.21-29).
j – Décima - Como estas nove pragas não convenceram Faraó a
libertar o povo hebreu, veio a décima e a mais punitiva - a morte
de todos os primogênitos. Para escapar dessa praga, todo
israelita deveria matar um cordeiro e aspergir o seu sangue nos
umbrais das portas de suas casas, e não sair até a meia-noite,
e, está preparado para partir logo a seguir. A noite em que
mataram o cordeiro pascal, foi esta, a última noite que
passaram no Egito como escravos. As pragas que se sucederam
durante um período relativamente curto, demonstraram o poder
do Deus dos hebreus, não somente para Faraó e os egípcios,
mas também, para os israelitas. O propósito das pragas, o que é
claramente revelado em Êxodo 9.16; “Era o de mostrar o poder
de Deus em favor de Israel”.
11- A Páscoa. (Caps.12.1-28)
A Páscoa foi ordenada e praticada antes da morte dos
primogênitos e era a maior solenidade festiva de Israel. O
vocábulo “Páscoa” significa em hebraico passar além ou passar
por cima, pois o Anjo passaria além e não faria mal algum.
1. A Páscoa, além de comemorativa, era também
representativa, significando a redenção e a santificação
(12.26,27). A morte de Cristo não somente salvou o homem
da morte, mas também deu origem a uma vida nova.
2. Examinemos os diversos elementos desta festa e seu
significado:
O Tempo - O dia determinado era 14 de Abibe ou Nisã que
corresponde ao nosso mês de Abril, e, por sete dias não
comeriam pão levedado (pão com fermento).
A Quantidade - Um cordeiro para cada família; no caso de uma
família ser pequena, deveria juntar-se a outra; a carne, não
podia ser levada para fora de casa ou guardada e havendo sobra
seria queimada, também não poderia ser cozida e nem comida
crua, mas assada ao fogo.
Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 41
O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

O Complemento - Pães Asmos (sem fermento). Os israelitas, ao


saírem apressadamente, não teriam tempo de esperar o pão ser
levedado (deveriam levar consigo o fermento e as amassadeiras
(Êx12.34), só poderiam cozer o pão em peregrinação e por outro
lado a fermentação produz corrupção (estado de decomposição)
Isto indica que onde Deus está, não pode haver imundície ou
corrupção.
O Tempero - O tempero era ervas amargas (v.8), pois além de
dar melhor sabor à carne adocicada do cordeiro, lembrava a
opressão do Egito.
O Sexo do Cordeiro - O Cordeiro seria macho, a fêmea não
serviria neste caso e isto prova que no plano da salvação não
existe medianeira.
O Memorial - Isso tornou-se em memorial para todas as
gerações, e todas vez que a família ou a nação celebrava esta
festa, seria mencionada pelos pais aos filhos a libertação por
Deus da escravidão egípcia.
A Tipologia - A festa da Páscoa é um tipo de Cristo como nosso
Redentor (1oCo 9.23 -27), o cordeiro era um protótipo do
cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, e como figura que
era, não podia ser cego, coxo, aleijado, ou ter qualquer defeito,
aos hebreus era impossível ver o Calvário na Páscoa do Egito,
mas para nós esta Páscoa fala dele bem claramente. A Páscoa
dos hebreus foi o centro e a circunferência da sua vida religiosa
e social; a nossa Páscoa, que é Cristo, deve ser também o centro
de nossa vida.
3 - A páscoa instruída e a décima praga.
A morte do primogênito. (Caps. l 1. 1-12.36)
O Egito havia oprimido o primogênito do Senhor, agora eles
próprios sofreriam a perda de todos os seus primogênitos.
4 - Em resumo as pragas cumpriram os seguintes
propósitos:
Demonstra que o Senhor é o Deus Supremo;
Derrotar as divindades egípcias;
Castigar os egípcios por haverem oprimido os israelitas e por
lhes haverem amargado tanto a suas vidas.
Efetuar o livramento de Israel, preparar os israelitas para viver
em obediência, temor, e fé.

6. O ÊXODO E A MARCHA PARA O SINAI


Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 42
O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

(Caps. 12.37-19,1)
6.1. A Marcha. (Caps.12.41,42)
Na noite em que mataram o cordeiro Israel (povo hebreu
descendentes de Abraão) partiu do Egito a toda pressa, e, ao
raia do novo dia, o povo já marchava para a terra de Canaã,
libertos da escravidão do Egito (Êx 12.41,42).
1. Agora temos Israel marchando para a terra prometida
O caminho direto é proibido (13.17), é que Israel, precisava
ser ensinado para receber a Lei de Deus, antes de entrar em
Canaã., a Lei iria regulamentar a vida da nação israelita quando
estivessem entrado em Canaã.
A - Um caminho mais longo. (caps.13.17-18.27)
B - Partida:
1. Israel partiu do Egito a toda pressa e não tomaram o
cominho habitual das caravanas que partiam para Canaã,
pois nem sempre o caminho mais curto é o mais acertado.
2. Então seguiram para o sul até o cume do Sinai
(Horebe). “E o Senhor ia diante deles (v.21)”, de dia, numa
coluna de nuvem para os proteger do sol, e de noite, numa
coluna de fogo, para alumiar-lhes o caminho.
3. A viagem até o Sinai levou uns três meses (v.9), após
esses meses de jornada, o povo de Israel alcançou o Sul da
província do Sinai.
6.2. Israel Defronte do Mar Vermelho. (13.18)
1 - A ordem de Deus: “fale aos filhos de Israel que marchem
(14.15)”;
2 - Como eles passaram pelo Mar? Confiando em Deus. O
Senhor, quando abriu a passagem pelo Mar Vermelho,
simbolizou a sepultura da escravidão para os israelitas, a
sepultura dos exércitos de Faraó, e também a punição para os
que haviam escravizado o povo de Deus (Êx14.15-31 1 o Co10-
1,2);
O cântico de vitória. (15.1-21).
3 - Deus supre a necessidade de Israel por 40 anos (15.25;
16.13-16).
4 - O povo de Deus deve sustentar as mãos dos seus servos com
oração e súplica, sempre que for preciso (17.8-16).

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 43


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

5 - Os servos de Deus devem repartir as suas responsabilidades


com outros fiéis, nunca fazer sozinho “o conselho de Jetro”.
(18.1-27).
6.3. O Maná e o Que Ele nos Ensina (cap. 16).
Ensina que Deus deseja que seu povo, pelo milagre do
Maná, aprenda a confiar inteiramente Nele como o provedor do
seu sustento diário, e, também aprenda que o dia de amanhã
pertence ao Senhor.
1. Ensina que não quer vê o seu povo sendo avarento ou
presunçoso, e nem tão pouco preguiçoso, por causa do maná;
2. Ensina que Deus queria que seu povo O obedecesse, por isso
lhes deu normas para comer o Maná;
3. Ensina que o Maná é um símbolo de Cristo, o verdadeiro pão
que desceu do céu. (Jo 6.32-35).
4. Observemos o maná sob três aspectos:
O maná oferecido - Ensina-nos que o deserto deste mundo
não pode alimentar as nossas almas. Cristo é que tem alimento
para alimentá-las e o seu fornecimento é diário e suficiente.
O maná colhido - Fala-nos do estudo da palavra de Deus.
Esta Palavra, guardada apenas na cabeça e não no coração
pode gerar contenda entre cristãos, pois foi assim com maná
que foi colhido e guardado e não foi comido, criou bichos e
cheirava mal.
O maná interpretado - O maná estava no deserto, mas não
era do deserto “era do céu”, o seu sabor não era terreno, e isto,
nos fala de Cristo em sua humilhação aqui na terra “Cristo o
verdadeiro pão do Céu” (Jo 3. 32).
6.4. As Jornadas até o Sinai
Mara - (15.23-27), o primeiro ponto de parada além do mar
Vermelho; foi em Mara que as águas amargas se tornaram doce,
potáveis.
Elin - (15.27), foi onde o povo descansou junto às fontes.
Sin - (16,1-36), onde Deus mandou o maná, foi um
verdadeiro milagre, o povo nunca vira antes coisa igual descer
dos céus. A palavra “maná” significa: que é isto? (v. 15).
Refedim - (17.1-7), foi aqui em Refedim o local onde a rocha
deu água, a rocha ferida deu a água desejada; Cristo ferido no
Calvário satisfaz nossa sede espiritual, aquela rocha tipifica
Cristo sendo ferido no Calvário.

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 44


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

O incidente contra Amaleque (17.8-16) - foi esta a primeira


tentativa do inimigo contra Israel, fora do Egito e em marcha
para Canaã, neste incidente Deus ordenou a Moisés que os
destruísse, logo que entrasse na terra, o que não foi feito (Dt
25.17-19).
A duração da viagem do Egito ao Sinai - três meses depois
de saírem do Egito, os israelitas chegaram ao pé do Monte Sinai
ou Horebe (19.1).
6.5. A Entrega da Lei ou Concerto
(Caps. 19.2-40.38)
6.5.1. A Permanência no Sinai. (Caps. 19.2-40.38)
A permanência do povo de Israel no Sinai foi de
aproximadamente de 1 ano e nove meses (Nm 10.11), e este foi
um dos episódios mais importante para a nação de Israel, pois
foi aqui no Sinai, onde o povo recebeu a Lei de Deus (Êx 20 Dt
5).
1. A Bíblia não separa a Lei dos mandamentos
recebidos de Deus por Moisés, entretanto, podemos dividir a
lei dada a Israel em duas partes:

a - A Lei Moral - Resumia-se nos Dez Mandamento (Êx 20;


Dt 5). Quatro mandamentos mostram as relações do homem
com Deus. Seis mandamentos, as relações do homem com o seu
próximo. A lei civil disciplina a vida social de Israel (Êx 21.1 -
24.11). As ordenanças regulamenta a vida religiosa (Êx 24.12 -
31,18); deram ao povo, na pessoa do sumo sacerdote, um
representante perante Deus, e todos esses elementos formavam
a Lei (Mt 5.17,18), pois aos mandamentos e as ordenanças
formavam um só sistema religioso.
b - A Lei Cerimonial - Falava sobre o culto, sacrifícios e festas;
mostrava o que é puro e o que é impuro, convém lembrar que no
contexto do Êxodo, destacou-se o projeto e a construção do
Tabernáculo, e, é bom lembrar que não há duas leis, mas uma
só, dividida em duas partes, conforme os fins a que se
destinava, sendo assim Cristo cumpriu a Lei, não um pedaço ou
uma seção da Lei, mas toda a Lei, e dela nada deixou por
cumprir.
2.As Finalidades da Lei - Os preceitos do Decálogo (Os dez
Mandamentos) adaptam-se a toda a humanidade e foram dados
para a instrução e governo de todos. Em todas os estados

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 45


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

modernas existe a carta do pacto social da Nação, conhecida,


também, por constituição do pais. Para regulamentar a vida
cotidiana dos cidadãos, existem, o código civil, o código
comercial, o código penal, etc., todos firmados na constituição
que é a base. Assim, mudando o que tem que ser mudado, os
Dez Mandamentos de Deus, são a base para as leis que lhe
seguiram.
3.A Lei como apoio até a vinda de Cristo, o livro de Gálatas
ensina-nos o paralelo entre a Lei e a Aliança Abraâmica (uma
aliança de Graça):
1) A Lei não pode anular essa aliança,
2) A Lei foi dada para convencer o homem de seu pecado,
3)A Lei era uma disciplina preparatória até que viesse a semente
prometida, a mulher e a Abraão.
4. A Divisão da Lei
Os primeiros cinco mandamentos contêm os preceitos
referentes à santidade de Deus e descrevem os deveres do
homem para com Deus e do homem para com o homem.
1. Do sexto ao décimo mandamento; esta parte
introduz claramente as obrigações morais, sociais e
econômicas entre os homens. Na primeira tábua está
revelada a santidade de Deus, já na segunda tábua está
revelada a santidade da vida.
2. Como nos aproximarmos do Deus santo. (19.2-25)
A - Pela Lei:
1) Devemos lavar as nossas vestes (19. 10);
2) Devemos estar preparados. (19.11);
3) Devemos manter um certo limite. (19.12,13)
B - Pela Graça:
1) O coração deve ser lavado no sangue do cordeiro. (Jo1.29;1 o
Jo1.7)
2) Não tem limites, é só chegar perto de Deus. (Tg4.8; Hb7.19).
5. O decálogo - “os dez mandamentos”
A - Os primeiros quatro, são, a nossa relação com Deus;
B - O quinto é o mandamento de transição;
C - Os outros cinco, são a nossa relação com o próximo.
6. O significado dos dez mandamentos:
1. O primeiro - a unicidade de Deus: “Não terás outro deus
diante de mim”, é que há um só Deus, e só a Ele devemos
Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 46
O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

oferecer culto e adoração, e a adoração a qualquer outra coisa é


violação ao primeiro mandamento.
2. O segundo - a espiritualidade de Deus: “Não farás para ti
imagem”, é proibido não somente a adoração de imagem, ou de
um deus falso, mas o prestar culto ao verdadeiro Deus de forma
errada.
3. O terceiro - a santidade de Deus: “Não tomarás o nome do
Senhor teu Deus em vão”, este mandamento inclui, qualquer
uso do nome do Senhor Deus de maneira leviana, não sincera
ou blasfemando contra Ele.
4. O quarto - a soberania de Deus: “Lembra-te do dia de Sábado,
para o “santificar”, isto significa separar um dia de descanso
para prestarmos culto, serviço e adoração ao nosso Deus.
5. O quinto - respeito aos representante de Deus: “Honra a teu
pai e a tua mãe”, eles são os primeiros representantes de Deus,
e o homem que não honra e respeita os pais, não honra as
autoridade e nem a Deus.
6. O sexto - a vida humana é sagrada, “Não matarás”, este
mandamento proíbe o homicídio mas não a pena capital, visto
que a própria Lei de Deus, estipulava a pena de morte.
7. O sétimo - a família é sagrada: “Não adulterarás”, este
mandamento protege o matrimonio, por ser uma instituição
sagrada, instituída por Deus.
8. O oitavo - respeita a propriedade alheia: “Não furtarás”, há
muitas maneiras de violar este mandamento.
9. O nono - a justiça: “Não dirás falso testemunho”, o
testemunho falso ou sem fundamento, constitui uma das
formas mais segura de arruinar a reputação de uma pessoa e
impedi-la de receber o tratamento justo, pôr parte dos outros,
isto é pecado gravíssimo.
10. O décimo - o controle dos desejos, “Não cobiçarás”, a cobiça
leva o homem a prática de muitos pecados contra Deus e conta
o próximo.
7 - Deus prometeu três coisas condicionadas à obediência
da Lei. (19.5,6) A - Israel seria sua propriedade. v. 5
B - Israel seria um reino sacerdotal. v. 6
C - Israel seria um povo santo. v. 6
8 - Em geral são propósitos da Lei:

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 47


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

a. Proporcionar uma norma moral pela qual os redimidos


possam demonstrar que são filhos de Deus e vivam em
justa relação com o seu criador e com o seu próximo;
b. Demonstrar que Deus é Santo e exige a santidade de todos
os seus filhos, bem como de toda a humanidade;
c. Mostrar à humanidade o seu estado pecaminoso e faze-la
entender que somente mediante a graça de Deus ela pode
ser salva. (Gl 3.24,25);
9 - O tabernáculo e os seus móveis. (24.1 - 31,18)
a - Os modelos, as plantas e as dimensões foram dados por
Deus;
b - Todo o material era do melhor, do mais rico, do mais
fino, e tudo isto era figura do que está no céu.
10 - As Três Festas de Israel (23,14-19)
1 - A Festa dos Pães Asmos, comemorava a saída do povo de
Israel do Egito, dava-se logo após a Páscoa, de 15-21 do mês de
Abibe ou Nisã;
2 - A Festa das Primícias, celebrada na primavera, e todos os
primeiros frutos eram oferecidos a Deus como reconhecimento
da benção da colheita;
3 - A Festa dos Tabernáculos, era celebrada no outono e durava
uma semana, nesta semana os Israelitas acampavam em
barracas feitas de palha de árvore lembrando o tempo em que
andavam pelo deserto e se regozijavam com a fartura que o
Senhor lhes dava. Era celebrada em Jerusalém.
11 - A Quebra do Concerto e a Restauração. (Caps. 32 - 34)
a. A Falha Humana - Por quarenta dias estivera Moisés no
monte (24.12 - 18) em plena comunhão com Jeová, Arão e
Hur haviam ficado como responsáveis, na direção de todos
os negócios na ausência de Moisés, apesar da autoridade
que lhes foi confiada, não tiveram coragem bastante de
impedir o povo de construir o bezerro de ouro, pelo
contrario, Arão contribuiu para a confecção do bezerro, e
assim quebraram o concerto (Cap.32.1).
b. A Justiça Divina - Deus declarou quebrada a condição de
harmonia entre Ele e o povo, é que o decálogo tinha sido
quebrado por Moisés. Portanto, violado o segundo
mandamento, agora já não existia mais Lei, nem relação
nenhuma entre Deus e o povo de Israel.

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 48


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

c. O Concerto é Renovado - Moisés subiu outra vez ao monte


(34.2-28) Onde recebeu outras tábuas, pois as primeiras
ele havia quebrado quando viu o bezerro de feito de ouro,
agora as duas tábuas são feitas de novo e Deus as entregas
a Moisés e renova o concerto com o povo de Israel.

12 - O Tabernáculo é levantado. (Caps. 35 - 40).

O capítulo 35 fala das ofertas do povo para o serviço do


Tabernáculo, previamente revelado por Deus, e o os quatro
capítulos seguintes revelam o processo da construção com
aprovação e aceitação da parte de Deus.
A. As ofertas eram trazidas voluntariamente pelos homens
e também pelas mulheres (Cap.35.5,22), e no segundo ano, ao
primeiro dia do mês, exatamente ao completar um ano da
saída do Egito (Cap. 40.17), levantaram o Tabernáculo, e a
Glória do Senhor o encheu.
B. Sem a Glória divina, o ouro, a púrpura e o linho fino, de
nada valia, o Tabernáculo foi construído de acordo com o
modelo divino e foi inaugurado por Deus, agora Israel podia
caminhar sob a proteção da nuvem (40. 36--38).
C. A nuvem dirigia o povo de dia e o fogo de noite, e estes
dois sinais manifestavam a direção e a proteção que o Senhor
proporcionava ao seu povo.
13 - Moisés no Monte Sinai:
A - Passou quarenta dias e quarenta noites;
B - Neste período o povo caio em idolatria;
C - No retomo de Moisés o povo é castigado;
D - Moisés intercedeu pelo povo:

1. Na sua intercessão Moisés ressaltou ao Senhor, que os


israelitas apesar de seus pecados, continuavam sendo o povo
de Deus;
2. Demostrou preocupação pela hora de Deus;
3. Mencionou a Deus as promessas feitas aos patriarcas,
crendo em sua fidelidade em cumpri-las;
As três petições de Moisés dão-nos um exemplo de como
pedirmos:

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 49


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

1) Pediu por seu povo. O que eles precisavam na verdade


era da presença do próprio Deus no meio deles. (Cap. 32. 30-
35);
2) Pediu para que Deus lhes concedesse um conhecimento
das intenções e propósitos divinos a fim de conhecer melhor o
Senhor (Cap. 33.12 - 16);
3) Pediu que o Senhor mostrasse a sua gloria. (Cap. 33.17
- 23)
E - Moisés quebra as Tábuas da Lei (33.1-35)
F - A intimidade de Moisés com Deus. (33.11)
Deus deu, entendimento aos seus servos para fazer, a sua
obra, a construção do tabernáculo. (35.3 0-36).
A liberdade do povo de Deus. (36. 3-7)
14 - O Tabernáculo. (39. 32 - 40. 38)
A - Os propósitos do Tabernáculo:
1.Proporcionar um lugar para Deus habitar no meio do
seu povo, a caminho de Canaã (25. 8; 29.42-46 Nm 7.8,9),ser
o centro da vida religiosa, moral e social, e também era o lugar
de sacrifício e centro de celebração das festas, situando-se no
meio do acampamento dos israelitas (Nm 2.17).
2.Representar as grande verdades espirituais que Deus
desejava gravar na mente do seu povo, tais como, a sua
Majestade, a sua Santidade, e de como nos aproximarmos de
um Deus Santo. (Hb 8.1,2,8,10; 10.1)
3.Moisés fez conforme Deus havia mandado fazer. (40.16)
4.A glória do Senhor encheu a tenda, no dia de sua
inauguração.
7. LEVÍTICO
7.1. TITULO DE LEVÍTICO
Levítico é o terceiro livro da Bíblia o seu nome é derivado da
tribo de Levi. É um manual de instruções para o sacerdócio,
pois ensina com o homem pecador pode se aproximar de
Deus, sendo Ele Santo, e a palavra chave deste livro é
“Santidade” (Lv 19.2).
Os israelitas conheciam-no pelo nome de “Wayykra”,
utilizando a frase inicial do primeiro versículo: “e ele chamou”,
pois é assim que começa o livro. Na versão grega este livro
recebeu o nome de Levítico porque ele trata das leis

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O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

relacionadas com os ritos, sacrifícios e serviços do sacerdócio


levítico.
A palavra Levítico vem do grego “Leuitikos” que significa
“aquilo que pertence aos levitas”, o termo referia-se aos leigos
que faziam o trabalho manual do tabernáculo, a Septuaginta
chamou-o de Levítico “leuitikos”, devido a ênfase dada a esse
sacerdócio, o livro era um manual dos levitas para uso
sacerdotal, as leis encontradas no Levítico foram dadas pelo
próprio Deus (Lv 1,1,7,8,9 Êx 25.1), tem um caráter elevado,
ele é um manual dos levitas, uma das doze tribos de Israel,
que eram separados para o serviço no Tabernáculo, Deus os
tomou para este serviço em lugar dos primogênitos de todo o
Israel.
7.2. AUTOR DE LEVÍTICO
Apesar de o livro não fazer nenhuma alusão ao nome do
autor, não temos dúvida de que foi Moisés o seu verdadeiro
autor, deparamos no livro com esta frase: “E falou o Senhor a
Moisés”, por isso, a autoria de Moisés é confirmada no próprio
livro pelo fato do texto declarar varias vezes: “Disse o Senhor a
Moisés”, nenhum outro livro da Bíblia tem a confirmação tão
acentuada da autoria mosaica como este, e, é também um dos
livros confirmados por Jesus como sendo de Moisés conforme.
(Mt 8:4).
7.3. A IMPORTANCIA DE LEVÍTICO
Para entender o Levítico, devemos atentar para o que já
temos estudado:
Em Gênesis, temos um povo escolhido por Deus; em
Êxodo, um povo libertado por Deus; e o Levítico, nos diz como
podemos nos aproximar de Deus e o que Ele requer daqueles
que estão na sua presença. Em outras palavras, temos em
Gênesis a eleição divina; em Êxodo, a libertação divina; e em
Levítico, o culto divino. Este livro fala como Israel deveria viver
como povo santo, separado para o Senhor.
7.4. DATA DE LEVÍTICO
Moisés escreveu este livro logo depois do Êxodo, durante
os anos de peregrinação no deserto relatando a fuga em
Cades-Barnéia, Moisés evidentemente proclamou essa
legislação, logo depois de levantado o tabernáculo em 1 de
Abril de 1.444 a.C., e antes do povo se pôr em marcha em 20

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de maio. (Êx. 40.17 Nm lo-11). O livro abrange o período de


menos de 1 ano da jornada de Israel no Sinai.
7.5. PROPÓSITO DE LEVÍTICO
O Levítico foi escrito para mostrar a Israel como viver em
santidade e comunhão com Deus e preparar a nação para a
tarefa sublime de levar a redenção de Deus a todas as nações.
Acima de tudo, ensina a Israel, aprender a respeito da
santidade de Deus, de três modos:
1 - No sistema sacrificial, que orientava no sentido de que,
sem derramamento de sangue, não poderia haver remissão
dos pecados, para que mesmo a mente mais fechada
conhecesse a seriedade do pecado.
2 - Nos preceitos da Lei, que insistiam no padrão,
divinamente revelado, para orientar o caráter e a conduta.
3 - Nos castigos, atribuídos às transgressões da lei, que
proclamavam severamente a inflexibilidade da santidade
Divina.
Nesta revelação do Deus Santo de Israel, acha-se envolvida
a insistência imperiosa na separação da nação israelita dos
outros povos. As leis de Levítico têm como objetivo assegurar
esta separação e preparar o povo para o cumprimento de sua
vocação superior
7.6. OBJETIVO DE LEVÍTICO
O Levítico tem o objetivo singular de convocar o povo de
Deus para a santidade pessoal. Os muitos rituais são usados
como auxiliares visuais para retratar o Senhor como o Deus
Santo e para enfatizar que a comunhão com o Senhor deve se
realiza tendo por base a expiação dos pecados pela vida
obediente.

7.7. TEMA DE LEVÍTICO


O Levítico diz-nos como um povo redimido aproxima-se de
Deus, pela adoração, e, diz também, como mantém a
comunhão, estabelecendo o acesso a Deus por meio do sangue
(sacrifício) pela santidade do adorador.
7.8. A DIVISÃO DE LEVÍTICO
Dividimos o livro em duas partes, a primeira refere-se ao
privilégio e a segunda à prática.

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O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

1 - O caminho para Deus mediante os sacrifícios. (caps. l-


lo)
2 - O andar com Deus é obtido pela santificação. (caps, l1-27)
ASSUNTO DE LEVÍTICO
“Santidade ao Senhor “(Caps, l1.44,45; 19.2)
7.9. O VALOR PERMANENTE DE LEVÍTICO
O Levítico é uma revelação do caráter divino para nós, da
mesma forma como foi para o Israel no passado, Deus não
mudou. O livro é uma exposição simbólica dos princípios
básicos que sublinham todos os tratos entre Deus e os
homens, tão verdadeiros agora como antigamente, embora o
sacerdócio e os sacrifícios levitícios tenham deixado de existir,
as realidades espirituais que eles descrevem simbolicamente,
permanecem para sempre.
O Levítico fornece um conjunto de leis civis para teocracia,
os seus princípios deveriam guiar a legislação moderna:
1.A religião e o estado;
2.O capital e o trabalho;
3.A posse de terras e os direitos de propriedade;
4.O casamento e o divórcio; e,
Todos esses e outros assuntos, hoje importantes, são
tratados no Levítico, que é um tesouro de ensinamentos
simbólicos e tipológicos.
A. As verdades espirituais encontram-se em forma de
símbolos;
B. Os grandes fatos da nova aliança são ali ilustrados por
meio de tipos relevantes na antiga aliança;
C. Ele é um supremo desvendar antecipado de Cristo.
D. Trata de um “tesouro de ilustrações divinamente
escolhidas sobre o caminho da salvação do pecador mediante
a obra sacerdotal do filho de Deus, a posição e dignidade
presentes e futuras como um homem remido”.
7.10. O PONTO DE VISTA DE LEVÍTICO
A maneira mais simples de compreender a mensagem do
Levítico, talvez seja a apreciação do seu ponto de vista,
indicado nas primeiras palavras do primeiro cap. “chamou o
senhor a Moisés, e, da tenda da congregação, lhe disse”. O
povo, não é, portanto, tratado como sendo constituído de
pecadores distanciados de Deus, como os das outras nações,
Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 53
O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

mas como já participante de um novo relacionamento, o da


comunhão, com base numa aliança selada com sangue. De
acordo com isto, os sacrifícios do Levítico não pretendem
estabelecer um meio pelo qual o povo possa se tomar remido
(pois sua redenção já foi operada mediante o cordeiro pascal
do Êxodo e deverá agora ser celebrada para sempre na festa
da páscoa).
Os sacrifícios do Levítico são prescritos de forma didática,
tendo por objetivo instruir os israelitas a manter o
relacionamento com o Senhor. Já em sua interpretação
tipologica, os sacrifícios do Levítico são um desenrolar
esplêndido do sacrifício de Cristo em sua múltipla eficácia
para aqueles que já entraram no novo relacionamento de
justificação pela fé. Este, portanto, é o ponto de vista do
Levítico e ele se torna de especial relevância para os que
encontram redenção em Cristo Jesus.
Como alguém já disse esses sacrifícios do Levítico, talvez
seja “a mais completa descrição”, que já nos foi revelada, da
obra expiatória do Salvador. Assim, ao examinarmos os
sacrifícios mencionados no livro Levítico, ganhamos uma visão
mais ampliada e uma idéia mais clara do que aconteceu no
calvário.

8. A ESTRURURA DO LEVÍTICO
1- O livro está dividido em duas partes principais indicadas
da seguinte maneira: a primeira vai do capítulo 1 o ao 17o, e,
a segunda, compreende os capítulos 18o ao 26o.
2- Os primeiros 17 capítulos tratam de regulamentos
teológicos, enquanto nos 10 restantes encontramos
regulamentos atinentes a moral.
3- A primeira parte está ligada a adoração de Deus, e a
segunda, dedica-se a prática.
4- Na primeira parte tudo se relaciona com o tabernáculo, na
segunda, tudo pertence ao caráter e ao comportamento.
5- A parte primeira mostra o caminho para Deus através da
prática do sacrifício, a parte segunda, mostra o andar com
Deus, pela santificação.
6- A primeira parte trata da corrupção cerimonial e física, a
segunda parte, trata da corrupção moral e espiritual.

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O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

7- Na primeira parte, é fornecida a purificação, na segunda


parte, deve ser infligido o castigo.
8- A primeira parte tem a ver com a obtenção da pureza do
povo, a segunda parte, está ligada à vida pura do povo.
8.1. A mensagem central
1- Nas duas partes principais do livro vemos em primeiro
lugar (1-17) a base da comunhão no sacrifício propiciatório.
2- A seguir (18-27), as obrigações de comunhão na
santificação prática, em outras palavras, a parte um nos
mostra o fundamento da comunhão dirigida a Deus, a parte
dois nos mostra a condição de comunhão dirigida ao homem.
3- A primeira parte do Levítico diz: “o sangue nos purifica”, a
segunda afirma: “sim, o sangue nos purifica, mas precisamos
andar na luz”.
Examinar essas duas partes:
1)Veja a primeira parte (1-17)
a)Os sete primeiros capítulos ocupam-se, exclusivamente,
das ofertas a serem apresentadas.
b)Os três capítulos seguintes tratam dos sacerdotes que
deveriam apresentar essas ofertas.
c) Os outros seis capítulos são sobre a purificação física e
cerimonial do povo, tanto individual como nacionalmente.
d)O capítulo final nesta parte enfatiza o lugar em que as
ofertas devem ser colocadas, a saber, o altar que ficava dentro
do tabernáculo.
e) Temos assim ofertas, sacerdócio, povo, altar.
2)Veja a segunda parte (18-27)
a)Ao verificar a segunda parte, percebemos o mesmo tipo
de progressão ordenada.
b)Nos capítulos 18 a 20 temos regulamentos para o povo.
c) Nos capítulos 21 e 22 as ordens referem-se aos
sacerdotes.
d)Nos capítulos 23 e 24 encontramos regulamentos para as
festas, com uma palavra de estreita ligação no 24 sobre a luz
e os pães da proposição no santuário (as festas eram um
memorial periódico de Israel diante de Deus: a luz e os pães
eram um memorial perpétuo).

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O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

e) Nos capítulos 25, 26 e 27, vemos regulamentos relativos


a ocupação de Canaã para Israel. Esta é a ordem na parte
dois: povo, sacerdotes, festas, Canaã.

9. ESBOÇO DE LEVÍTICO
9.1. A Base da Comunhão “o sacrifício”. (cap, l-17)
1 - As Ofertas (a absolvição). (cap, 1-7)
A - Ofertas de aroma suave. (cap. 1-3)
B - Ofertas de aroma agradável. (cap. 4-6,7)
C - As leis das festas. (caps. 6:8; 7:38)
2 - O Sacerdócio (a mediação). (caps. 8- lo).
A - Consagração. (cap. 8)
B - Ministrarão. (cap. 9)
C - Provocação. (cap, 1)
3 - O Povo (a purificação) (cap. l1-16)
A - Alimentos puros. (cap. l1)
B - Maneiras puras. (cap. 12-15)
C - Nação pura. (cap. 16)
4 - O Altar (a reconciliação). (cap, 17)
A - O lugar é mostrado, vv. 1-9
B - O uso do sangue, vv. lo-11
C - Outros usos proibidos, vv. 12-16
9.2. O Andar em Comunhão (a separação) (cap,18-27)
1 - Regulamentos referentes ao povo. (cap.18-20)
A - Proibições sexuais, 18
B - Advertências gerais, 19
C - Sanções penais, 20
2 - Regulamentos referentes aos sacerdotes, 21-22
A - Práticas proibidas, 21:1-15
B - Pessoas proibidas, 21:16; 22: 16
C - Ofertas proibidas, 22:17-33
3 - Regulamentos referentes às festas etc. 23-24
A - Estações anuais fixas, 23
B - O óleo e os pães da proposição, 24:1-9
C - O castigo da blasfêmia, 24:10-23
4 - Regulamentos referentes a Canaã 25-27
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A - Ano sabático e do Jubileu 25


B – Alternativas da aliança 26
C - Consagração e dízimos 27

10. UMA ANÁLISE DO LIVRO


10.1. O Caminho Mediante os Sacrifícios. (Caps. l - 10)
1 - Os sete primeiros capítulos do Levítico se ocupam da
ofertas:
A - O cap. l: As ofertas queimadas
B - O cap.2: As ofertas de manjares
C - O cap.3: As ofertas pacíficas
D - O cap.4: As ofertas pelo pecado
E - O cap.5: As ofertas pelas transgressões
2 - Num estudo detalhado dessas ofertas encontramos uma
fascinação irresistível, pois havia cinco tipos de ofertas sendo:
A - Os Holocaustos;
B - Os Manjares;
C - As Ofertas Pacíficas;
D - As Ofertas pelos Pecados; e,
E - As Ofertas pelas Transgressões.
3 - As ofertas eram classificadas em dois tipos:
1. As ofertas de cheiro suave (1. 13-17 - 2.2-9) são assim
chamadas porque havia sangue e tipificavam Cristo na sua
própria perfeição e na sua dedicação à vontade do Pai.
2. As ofertas sem cheiro suave, era uma oferta sem sangue,
e tipifica Cristo lavando a culpa do pecado, porem ambas
(oferta de cheiro suave e sem cheiro suave) têm o caráter de
substituição.
3. O restante da seção é ocupada com “leis”, das ofertas
(6.8-7.38)
4. Havia, portanto, cinco tipos de ofertas prescritas, elas
são divididas em grupos de três e duas.
a- As três primeiras (a oferta queimada, a oferta de manjares e
oferta pacífica), são ofertas de aroma agradável
(1.9,13,17;2.2,9;3.5,16)
b- As duas restantes são ofertas sem aroma agradável.
As três primeiras são voluntárias; as outras duas
compulsórias.

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As três primeiras contêm o primeiro pronunciamento do


Senhor, que abre o livro Levítico (1.2)
As outras duas são introduzidas pelo segundo
pronunciamento, que começa em 4.2.
c- Essas ofertas estão repletas de significados espirituais, mas
seu valor máximo se encontra na sua tipologia, a do supremo
sacrifício no calvário.
d- As ofertas de aroma agradável tipificam Cristo em sua
perfeição;
e- As ofertas sem aroma agradável tipificam Cristo,
suportando sobre si o demérito (sofrimento), do pecado.
f- As de aroma agradável falam do significado que a oferta de
Cristo tem para Deus, enquanto as sem aroma agradável
expressam o que a oferta de Cristo é para nós.
5 - Note os aspectos distintos dessas ofertas.
A. A oferta queimada tipifica Cristo “oferecendo-se a Deus sem
mácula”, ela prefigura Cristo na cruz, não só suportando o
pecado como também executando a vontade de Deus.
B. A oferta de manjares manifesta tipicamente a perfeita
natureza humana de Cristo, e a ênfase aqui está na vida
ofertada, ela estabelece a perfeição de caráter que deu a oferta
seu valor indescritível.
C. A oferta pacífica fala da comunhão restaurada, resultante
da perfeita satisfação apresentada em Cristo, à ira de Deus é
aplacada, o homem é reconciliado, agora existe paz com Deus.
D - Quanto as ofertas sem aroma agradável, a oferta pelo
pecado tipifica Cristo como o portador do pecado “feito pecado
por nós” (II Co.5.21), enquanto a oferta pela transgressão fala
dos pecados (plural) e tipifica Cristo como agente da expiação,
fazendo restituição devido a ofensa causada pelos nosso
delitos.
10.2. A Lei do Sacerdócio. (Caps. 8-10)
1.A ocupação dos sacerdotes era servir (Êx.28.1), oferecer
sacrifícios e ensinar aos filhos de Israel todos os estatutos
(Lv.10.11), e os levitas eram para servir os sacerdotes
(Nm.3.5-9; 9.19).
2.O sacerdócio levítico foi devidamente ordenado como
mediador entre Deus e a nação israelita pelo sacrifício de
animais e estes sacrifícios apontavam para o sacrifício de
Cristo no calvário.
Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 58
O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

3.Os sacerdotes não se consagravam a si mesmos, tudo foi


feito por outro, neste caso, por Moisés agindo no lugar de
Deus.
4.A parte sobre os sacerdotes é de insuperável interesse, e o
ponto alto dela é que, para que a comunhão entre os remidos
e seu Deus Santo seja mantida, não deve haver apenas um
sacrifício (como nos caps.1-7), mas também um sacerdote
(como nos caps.8-10), é que além da absolvição da culpa é
preciso haver mediação.
5.Graças a Deus, o Senhor é tanto sacrifício quanto sacerdote
para seu povo, de modo que temos acesso a Deus por “novo e
vivo caminho”(Hb.10.20), um caminho “novo”, porque é o
caminho da cruz, que fala do sacrifício final pelo pecado; e é
um caminho “vivo”, por ser o caminho da ressurreição, que
fala do sacerdote eterno nas alturas.
6.Os três capítulos desta parte são os seguintes:
a- No capítulo 8, temos a consagração, a separação dos
sacerdotes para o serviço de Deus.
b- No capítulo 9; temos a ministração, os sacerdotes
começam a servir.
c-No capítulo 10; temos a transgressão, Nadabe e Abiú
oferecem “fogo estranho”, ao Senhor.
7- No capítulo 8, temos a consagração dos sacerdotes:
a- Consagração representa separação
b- Os sacerdotes são agora separados para Deus, e
consagrados por Ele, nesta cerimonia de consagração.
c-Na primeira parte do capítulo temos a ordem da
consagração (vs.1-l3), a seguir temos a base da consagração o
sangue (vv.14-36).
d- Observe a ordem da consagração:
1)Do sumo sacerdote
a) Sendo lavado v.6
b) Sendo vestido vv.7,8
c) Sendo coroado v.9
d) Sendo consagrado v,12
2) Os outros sacerdotes
a) Sendo lavados v.6
b) Sendo vestidos v.13
c) Sendo consagrados v.30
Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 59
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d) Recebendo responsabilidades v.35


e-Observe agora a base da consagração: “o sacrifício”
1- Uma oferta pelo pecado.
2- Uma oferta queimada.
3- Um “carneiro da consagração” deve ser oferecido.
4- Arão e seus filhos devem colocar as mãos sobre a cabeça do
sacrifício, identificando-se assim com ele.
5- A seguir, o sangue do sacrifício será espargido sobre eles,
fazendo com que se identifique com eles, assim, mediante
uma dupla identificação, os sacerdotes se associavam ao
sacrifício expiatório e, com base nisso eram aceitos e
consagrados.
6- A ponta da orelha direita, o polegar da mão direita e o
polegar do pé direito devem ser selados com sangue
(vv.23,24).
1. Os Significados:
a- A orelha - Uma orelha selada com sangue era necessária
para ouvir as comunicações divinas.
b- A mão - Uma mão selada com sangue era exigida para
executar os serviços do santuário.
c- O pé - Um pé selado com sangue era necessário para andar
pelos pátios da casa do Senhor.
7- O próprio altar precisava ser aspergido com sangue
(vv.15,19,24), é que o sangue é o grande fundamento de tudo.
8- Deve ser notada a diferença entre a unção de Arão (sumo
sacerdote), e a de seus filhos (sacerdotes).
a)Arão é ungido antes da vítima oferecida em sacrifício ser
imolada (v.12).
b)Os filhos são ungidos depois do sacrifício (da morte dos
animais), juntamente com a aspersão de sangue sobre eles
(v.30)
c) Obediência com exatidão é uma característica da
escritura, e faz esta exigência por vários motivos:
* No ensino dos tipos deste capítulo Arão, o sumo
sacerdote, é uma pré-figura do Senhor Jesus, enquanto seus
filhos representam por antecipação os crentes-sacerdotes da
presente dispensação.
* O Senhor Jesus, que não tinha pecado em si, não
precisava da aspersão de sangue antes de receber a unção do
Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 60
O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

Espírito Santo; e no fato de Arão ser ungido sozinho, antes do


derramamento de sangue, vemos um exemplo discriminatório
do tipo do filho de Deus encarnado, que permaneceu
absolutamente sozinho até que se deu no calvário.
* Sem o derramamento de sangue, Arão e seus filhos não
podiam juntar-se na unção, mas depois do derramamento,
Moisés unge “Arão... bem como... os filhos de Arão” (v.30)
* Uma vez derramado o sangue, Arão e seus filhos
tipificando Cristo, e a sua casa sacerdotal, se unem no
ministério sacerdotal único; e, assim unidos, todos ficam
diante de Deus em virtude do mesmo sacrifício.
9- No capítulo 9, vemos o primeiro ministério efetivo do
sacerdócio; isto é feito para tornar-se, deste então, um tipo
do verdadeiro ministério sacerdotal.
A. Depois de oferecer sacrifício pelo povo, Arão entra no
santo lugar como representante do povo e depois volta com a
mão de bênção levantada como transmissor da bênção divina
ao povo (v.23)
B. Todo o ministério foi “como o Senhor
ordenara”(v,10), portanto, sendo aprovação, confirmada pelo
aparecimento da glória (vv.23,24)
10- No capítulo 10, o mesmo fogo que consumiu a oferta
queimada sobre o altar, agora salta adiante e devora dois
sacerdotes:
Nadabe e Abiú oferecem “fogo estranho” diante do Senhor, “o
que lhes não ordenara”, é o pecado da presunção ao qual segue
um terrível juízo.
Em contraste com o capítulo 9, com sua aprovação e
confirmação do sacerdócio, vemos agora presunção e rejeição!
A oferta do ‘fogo estranho”, feita por Nadabe e Abiú era
“adoração da vontade ou adoração da “carne”, não tinha
fundamento na vontade de Deus.
Tratava-se de uma instrução vã, uma violação do privilégio
sacerdotal, sendo absolutamente repudiada.
Os sacerdotes de Israel devem aprender imediatamente a andar
segundo a regra inflexível de obediência completa à vontade e
palavra de Deus.
Há muitos Nadabes e Abiuis hodiernamente.

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10.3. A Limpeza do Povo. (Caps.11-16)


1 - Os capítulos, que se estendem do 11o ao 16o, dizem-nos
que o povo de Deus deve ser um povo limpo, interna e
externamente.
A. Deve haver limpeza física e também deve haver
limpeza cerimonial de tudo que possa contaminá-lo, moral e
espiritualmente, aos olhos de Deus.
B. Deve ser higiênico e sacrificialmente purificado.
2 - O propósito do ensino nesta seção é:
A. Fazer diferença entre o imundo e o limpo (11.47)
B. E separar os filhos de Israel das impurezas (15.31).
3 - Os assuntos tratados são:
A. Acerca da purificação. (consumo de carne cap.11). Os
regulamentos referentes à dieta, impostos aos israelitas,
devem ser considerados primeiramente em seu aspecto
sanitário. É que Israel, não é de mais lembrar, era uma nação
sob o governo de Deus, por isso a legislação divina se ocupou
com a vida social e não apenas com a vida religiosa desse
povo.
B. Várias contaminações (a higiene na nação caps.12-16).
Estes capítulos acentuam a necessidade de constante
purificação, para que o povo de Deus seja um povo santo, e
em condições de comparecer perante Ele. Nestes capítulos -
12 a 16 - observamos uma variedade de coisas, mas em todas
há o mesmo alvo: “a santificação”. Exemplos: o alimento, o
corpo, o lar, os costumes, o culto, as vestes etc., tudo era
santificado (Lv 20.26);
1) O parto cap.12
2) A lepra nas vestes e na casas, caps.13.14
3) A higiene sexual cap.15
4) A purificação nacional pelo sacrifício expiatório cap.16
4 - Podemos classificar o conteúdo desses capítulos, assim:
 Alimentos limpos cap. 11
 Corpos limpos caps. 12-13.46
 Roupas limpas caps. 13.47-59
 Casas limpas caps. 14.3 3-57
 Contatos limpos cap.15
 Nação limpa cap.16

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10.4. O Altar (Cap. 17)


1. Nenhum leitor atento pode deixar de impressionar-
se com a linguagem enfática e solene deste capítulo 17,
relativo ao lugar do sacrifício.
2. Cinco vezes o lugar divinamente ordenado é
estabelecido com severa clareza nos vers.3-9.
3. O significado disto para nós é claro:
a- Há um lugar para Deus encontrar-se com pecadores
arrependidos, a cruz; o altar na porta da tenda da
congregação era um tipo.
b- Ali, o direito de Deus sobre a vida foi devidamente
reconhecido, rejeitar este ponto de encontro é trazer juízo
sobre si, é pisotear as justas reivindicações de Deus e arrogar
o direito a vida que todos perderam.
c- É bom notar, porém, que nem mesmo o sangue possui
valor expiatório, a não ser sobre o altar, Deus diz: “Eu vo-lo
tenho dado (O sangue) sobre o altar, para fazer expiação pelas
vossas almas”, é preciso que seja sangue, e deve ser sobre o
altar do holocausto.
d- O sangue derramado é a base de tudo, e só mediante o
sangue derramado do cordeiro no calvário é que obtivemos a
nossa reconciliação e salvação.
10.5. A Higiene do Povo. (Caps.18-20)
1. Estes capítulos 18-20 consistem de regulamentos
morais para o povo;
2. Esses três capítulos 18,19 e 20 são marcados por
uma introdução formal (18.1-5) e um fecho formal (20.22-26),
e são claramente uma seção distinta:
A. No capítulo 18, temos proibições sexuais.
B. No capítulo 19, temos advertências gerais.
C. No capítulo 20, temos as sanções penais contra os
ofensores.
3. As proibições no capítulo 18, não são dadas como
um código sexual completo, mas dirigidas contra as violações
mais grosseiras da castidade, que prevaleciam sobremaneira
entre as nações idólatras ao redor de Israel.
a- As proibições deste capítulo mostram o modo como
Deus valoriza a pureza nos relacionamentos sexuais.
b- Nada é mais vital para qualquer povo do que a proteção
adequada dos relacionamentos conjugais é familiares.
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c-As longas listas de preceitos morais e sanções penais nos


capítulos 19 e 20 também não devem ser consideradas
completas, pois cobrem apenas os pontos que afetam
diretamente o bem estar de Israel.
d- A retidão é exigida em todos os relacionamentos da
vida.
e-A desobediência deve ser castigada com firmeza e
severidade.
f- Não deve ser permitida nenhuma piedade sentimentalista
em relação ao malfeitor, pois isso prejudica a proteção
moral da comunidade inteira.
10.6. Os Sacerdotes. (Caps.21-22)
1 - Os capítulos 21 e 22 referem-se especialmente aos
sacerdotes
A. O povo todo devia ser santificado ao Senhor, e os
sacerdotes também.
B. Os sacerdotes deveriam, portanto, se caracterizar pela
mais absoluta santidade; e para assegurar isto temos esses
regulamentos transmitidos aqui.
2 - Estes capítulos dividem-se em três partes:
A. Em primeiro lugar, temos as práticas proibidas (21.1-
15), relativas aos relacionamentos sociais dos sacerdotes.
B. Em segundo lugar, temos as pessoas proibidas (21.16-
22,16), referentes às coisas que desqualificavam a pessoa
para servir ou comer das coisas do tabernáculo.
C. Em terceiro lugar, temos os sacrifícios proibidos (22.17-
33), referentes aos animais imperfeitos que não deviam ser
oferecidos no altar do Senhor, acima de tudo, os homens
devem ser separados de tudo que contamina para que o
santuário de Deus não seja profanado.
10.7. As Festas. (Cap. 23)
1. Havia cinco festas sagradas:
 A Festa da Páscoa vv.5-14
 A Festa do Pentecostes vv.15 -22
 A Festa das Trombetas vv. 23-25
 O Dia da Expiação vv.26-32
 A Festa dos Tabernáculos vv.33 –44
De todas elas, apenas três eram realmente festas:

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 A Festa da Páscoa, chamada de Festa dos Pães Asmos,


em Êx. 23,15.
 A Festa do Pentecostes, chamada de Festa das Semanas
e Festas das Primícias, em Êx. 34-22
 A Festa dos Tabernáculos, chamada de Festa da Sega,
em Êx.23,16.
Havia sete festas periódicas de observância nacional,
obrigatórias para Israel:
 Festa da Páscoa
 A Festa do Pentecostes
 O Toque das Trombetas
 O Dia da Expiação
 A Festa dos Tabernáculos
 O Ano Sabático
 O Ano do Jubileu.
As Leis das Festas Anuais (cap.23), nas sete festas anuais,
cada uma tem um sentido figurado ou profético em relação a
Jesus e à sua igreja.

1. A Festa da Páscoa (vv. 4,5), esta festa é comemorativa e


recordava a redenção dos israelitas quando saíram do Egito e
tipifica Cristo a nossa Páscoa, sacrificado por nós (1o Co 5.7).
2. A Festa dos Pães Asmos (vv.6,8 Dt 16.8), o pão sem
fermento ensina um andar santo, simboliza a comunhão com
Deus, ela era celebrada logo depois da Páscoa (23.6).
3. A Festa das Primícias (vv.1o- 14), era uma festa onde os
primeiros frutos colhidos era apresentados a Deus, com forma
de gratidão pela colheita, e é o símbolo da ressurreição de
Cristo (1o Co 15.20,23).
4. A Festa do Pentecostes (vv.15-20), chamada também de
Festa das Semanas, porque era observada sete semanas (50
dias) depois da Páscoa (Dt 16.9), e simboliza a descida do
Espírito Santo no dia de Pentecostes para inaugurar e formar
a Igreja de Jesus Cristo.
5. A Festa das Trombetas (vs.23-25), tem um valor profético de
sentido duplo: fala da restauração de Israel e do
arrebatamento (1o Co15.51,52).
6. A Festa da Expiação (vs.26-32), a mais solene de todas as
festas: era o grande dia de humilhação nacional entre os filhos

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de Israel, era observada no dia 1o do sétimo mês (Lv.23.27),


era no dia da Expiação que o sumo sacerdote podia entrar no
Santo dos Santos (Êx.30,10), nesse dia à porta do
Tabernáculo, eram apresentados os dois bodes e lançada
sorte, um deles “o bode expiatório”, ele era morto, e com o seu
sangue se aspergia o propiciatório, já o outro, “o bode
emissário”, era mandado ao deserto, levado simbolicamente o
pecado do povo (Lv.16.8-10).
7. A Festa dos Tabernáculos (vv.33,34), durante sete dias o
povo habitava em tendas, em memória de sua peregrinação no
deserto (23.42,43), para a Igreja é um memorial semelhante à
Ceia do Senhor, já para Israel, é um memorial de redenção do
Egito (v.43), oficialmente, Israel realizava três festas por ano e
eram consideradas as Festas Principais.
1) A Festa da Páscoa. Lv.23.4.5 Dt.16.2;
2) A Festa do Pentecostes. Lv.23.15-22 Dt.16. l0; e,
3) A Festa dos Tabernáculos. Lv.23.33,34 Dt.16.13.
O Ano do Jubileu. (cap.25.8-55), era um período importante
para Israel, pois em cada sete vezes sete anos (50 anos ou no
qüinquagésimo ano), realizava-se o Ano do Jubileu, a festa
era celebrada o ano inteiro, não se fazia nenhuma
semeadura, nenhuma colheita (v.ll), a produção era
espontânea, devia-se deixar para os pobres e peregrinos, a
festa começava no Dia da Expiação (cap. 25.9) com três
aspectos importantes:
1. A Restauração Econômica (vv.25-28). Quem tivesse sido
obrigado a vender sua possessão ou a sua propriedade
receberia tudo de volta no Ano do Jubileu, eram medidas
destinadas a evitar que as propriedades passassem a ser de
uns poucos e o mais pobre fosse explorado.
2. A Liberdade Pessoal (vv. 32 - 42). Quem tivesse
empobrecido a ponto de ter-se vendido para servir a uma
outra pessoa e não tivesse meios de pagar o seu resgate,
seria libertado ao iniciar-se o Ano do Jubileu.
3. O Completo Descanso (vv.11,21). O descanso abrangeria
terra, gado e pessoa, Deus daria colheita em abundância no
oitavo ano, assim o Jubileu não seria apenas descanso, mas
traria anos de bênçãos, o alvo do Ano do Jubileu era evitar a
escravidão e as riquezas ilícitas dos desonestos.

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O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

10.8. A Terra. (Caps. 25 - 27)


1. Estes três últimos capítulos (25,26 e 27), do Levítico
tratam quase que exclusivamente da terra e das condições de
sua ocupação por Israel.
2. O capítulo 25, determina a observação de dois
sábados sagrados “periódicos de descanso solene para terra”,
o sétimo ano (vv.1-7) e o qüinquagésimo ano (vv. 8-(55)).
a- Estes sábados seriam um reconhecimento da
propriedade da terra por parte de Deus e a permanência de
Israel, com a fidelidade na aliança (v.23).
b- A cada sete anos os judeus deveriam suspender seus
esforços de lucro, e deveriam até mesmo desistir, de seu
direito de produzir e deixar o campo produzir
espontaneamente, de modo que todos, ricos e pobres, gado e
animais domésticos, fossem sustentados por ela (vv.5,6).
c-No jubileu, que seguia ao sétimo ano de repouso, esta
restrição abrangia dois anos completos, se combinarmos isto
com o regulamento severo de que não podia cobrar juros
sobre dinheiro ou mercadoria emprestadas a outro judeu
(vv.35-38), com outras regras de que no jubileu todos deviam
ser libertados, vemos claramente uma repressão a cobiça.
d- Esses descansos sabáticos tinham o propósito de fazer
aumentar a fé em Deus, para cultivar dependência e
confiança Nele (vs.20-22).
3. É possível, que o objetivo dos regulamentos deste capítulo
(25), fosse o de assegurar ao máximo “a distribuição
eqüitativamente da terra “, evitando a posse excessiva, nas
mãos de poucos, enquanto o resto ficava na pobreza.
4. A chave para o sétimo ano sabático é a palavra “descanso”
(v.4).
Deveria ser um descanso de três maneiras:
A - Para a terra
B - Do trabalho braçal
C - Da dívida. (Dt.15.1-11)
5. O ponto principal do ano do jubileu é a palavra “liberdade”
(v.l0), ele proporcionava liberdade:
A - Ao escravo;
B - À propriedade; e,

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O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

C - Ao solo em si.
6. Tanto o ano sabático como o ano do jubileu deveriam
começar no dia da expiação (v.9), no qual como vimos, Israel
deveria manifestar arrependimento especial pelo pecado da
nação.
a- Esses anos sabáticos começavam no momento em que o
sumo sacerdote aparecia diante do povo depois de ter feito
expiação pela nação no santo dos santos.
b- Os dois anos citados apontam para o futuro, para a redenção
e consumação finais que ainda estão por vir.
c- O sábado de descanso no sétimo ano, depois de seis anos de
trabalho, fala daquele grande sétimo período de mil anos que
ainda virá, introduzido pelo segundo advento de Cristo.
d- O jubileu que deveria ser o ano depois do sétimo ano
sabático, caindo, portanto, sempre no oitavo ano do calendário
sabático, fala daquela gloriosa condição que sucede o reinado
milenar de Cristo.
e- Notamos que o ponto alto da palavra jubileu é a palavra
“liberdade”, da mesma forma como o escravo era alforriado no
jubileu e devolvida a herança que perdera, assim será na
consumação futura do jubileu.
7 - As alternativas da Aliança. (cap.26)
O capítulo 26 coloca diante de Israel as condições
características da posse e prosperidade, as alternativas
inexoráveis que dependiam de sua obediência ou
desobediência, quantas bênçãos são prometidas aos
obedientes! Quantas advertências anunciadas para evitar a
desobediência! Verdadeiramente quanto mais alto o privilégio,
tanto mais profunda a responsabilidade!
a. As advertências na segunda parte do capítulo são um
resumo surpreendente da história posterior de Israel,
alcançando até o tempo futuro.
b. Deve ser notado que o castigo final é a expulsão da terra e
dispersão entre as nações, depois de recaírem os outros
juízos, este último ocorreu de modo patente e a terra em si
ficou abandonada, vazia durante gerações, como havia sido
predito.
c. Todavia, junto com esta advertência se achava a promessa
divina garantindo a preservação e restauração de Israel,

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O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

sendo esta preservação um dos milagres da história que


ainda não perdeu seu brilho.
d.O capítulo 27, trata das consagrações voluntárias e
dízimos na terra e essa é uma conclusão singular em Levítico,
já que, depois de todos os capítulos referentes a regulamentos
obrigatórios, o último se dedica a expressões não obrigatórias
de consideração e amor a Deus.
Uma Recapitulação
1. A figura central em Levítico é o sumo sacerdote;
2. O capítulo central é o 16, o do dia da expiação anual;
3. O tema central é “a comunhão mediante a santificação”;
4. A lição central é: “Santos sereis, porque Eu, o Senhor
vosso Deus, SOU Santo” (19,2) A palavra hebraica traduzida
por “Santo” ocorre mais de 80vezes no livro.
11. NÚMEROS
11.1 TITULO DE NÚMEROS
Números é o quarto livro e é chamado em hebraico de
“Bemidhbar', que significa no deserto. Ele é chamado de
Números porque registra os dois censos de Israel um no Sinai
(Cap,1.2-46) e o outro em Moabe (Cap.26.2-51), a ordem do
acampamento das tribos no deserto, a ordem de marcha de
Israel em sua caminhada e também a enumeração dos
acampamentos de Israel em sua caminhada para Canaã. As
versão grega tomou o nome no sentido literal, por haver sido o
povo numerado e posto em ordem. Parte do livro tem caráter
histórico, e parte caráter legislativo, ele é o livro da
peregrinação, da guerra e do serviço, e, infelizmente, das faltas.
O livro Números tem uma mensagem tríplice:
1. Primeiro, temos o Serviço: “O povo é salvo para
servir”, notemos o quanto tem de significativo a ordem das
mensagens dos livros. Em Gênesis o homem é arruinado,
caído; em Êxodo o homem é redimido; em Levítico o homem é
preparado para adorar; em Números o homem é preparado
para servir, e é esta a ordem Divina.
2. Segundo, temos a Ordem: “A ordem é indispensável
no serviço e no viver”, notemos aqui a organização do
acampamento, da marcha e dos Serviços no Tabernáculo.

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3. Terceiro, temos as Faltas: “Por não haver ordem no


serviço, as faltas são cometidas”, e por isso a ordem é
indispensável no serviço e no viver do povo que era separado
para servir ao Senhor.

11.2. O CARÁTER DE NÚMEROS


Números é um mistura de três espécies:
Primeiro: temos os acontecimentos históricos da
peregrinação da nação de Israel no deserto.
Segundo: temos as leis para Israel, de caráter permanente.
Terceiro: temos as regras transitórias válidas para a nação
até que chegassem em Canaã.
11.3. O ENSINO DE NÚMEROS
Números ensina-nos como o Senhor lida com seu povo:
1. O Senhor havia feito aliança com o seu povo e sempre
se encontrava em seu meio, guiando, cuidando deles e
protegendo-os.
2. Deus utilizou as experiências do deserto para
disciplinar seu povo e desenvolver-lhe o caráter.
3. Deus demonstrou que nada podia frustar seus
propósitos nem anular sua aliança com os patriarcas.
4. Para o crente, o livro de Números tem grande
significado, à semelhança dos israelitas, o crente saiu
do Egito (mundo), a terra de servidão e opressão,
renasceu pelo sacrifício do Cordeiro e se encaminha
para o cumprimento das promessas de Deus, mas tem
de passar como peregrino pelo deserto deste mundo
antes de entrar na terra prometida.
11.4. A DIVISÃO DE NÚMEROS
Divide-se o livro em três partes sendo:
1 – A primeira parte é a antiga geração; do Sinai até Cades.
(Caps.1-14)
2 – A segunda parte é a era de transição; no deserto
(Caps.15-20)
3 – A terceira parte é a geração nova; de Cades até Moabe
(Caps.21-36)
11.5. ESBOÇO DE NÚMEROS
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I – Preparativo para a viagem até Canaã (Caps.1.1–10.10)


1 – O censo e a organização de Israel (Caps. 1-4)
2 – A santidade do acompanhamento e leis diversas (Caps.5-
8)
3 – A páscoa e as trombetas (Caps.9.1–10.10)
II – A viagem do Sinai a Cades-Barnéia (Caps.10.11–12.16)
1 – A partida de Israel; Hobabe (Cap. 10.11–36)
2 – O descontentamento do povo e o desânimo de Moisés.
(Cap.11)
3 – As críticas de Miriã e Arão (Cap.12)
III – O fracasso em Cades-Barnéia devido à incredulidade
(Cap.13-15)
1 – Os espias exploram a terra (Cap.13)
2 – A reação de Israel e o juízo de Deus (Cap.13-15)
3 – Vários preceitos (Cap.15)
IV - Controvérsia acerca da autoridade. (Caps, l6-19)
1 - A rebelião de Coré. (Cap.16)
2 - A prova das varas. (Caps,17,18)
3 - A purificação do acampamento. (Cap,19)
V - Experiências na viagem para Moabe. (Cap.20-25)
1 - O pecado de Moisés e Arão. (Cap.20)
2 - A serpente de bronze; vitórias militares. (Cap.21)
3 - O profeta Balaão. (Caps.22-25)
VI - Preparativos para entrar em Canaã. (Cap.26-36)
1 - O segundo censo. (Cap.26)
2 - Leis sobre heranças. (Cap.27.1-11)
3 - Nomeação do sucessor de Moisés. (Cap.27.12-23)
4 - Ofertas nas festas. (Cap.28.1-29.40)
5 - A lei dos votos. (Cap.30)
6 - Guerra santa contra Midiã. (Cap.31)
7 - A distribuição da transjordânia. (Cap.32)
8 - Etapa da viagem no deserto. (Cap.33.1-49)
9 - Mandados referentes à ocupação de Canaã. (Caps.33.50
- 36.13)
11.6- AUTORIA DE NÚMEROS
A autoria de Moisés é confirmada no próprio livro por sua
estreita conexão com Levítico e Deuteronômio, pelas inúmeras

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O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

afirmações de que “O Senhor falou a Moisés”, e pelo fato de o


Senhor ter ordenado ao legislador que o escrevesse (Nm.33.2).
11.7- ASSUNTO DE NÚMEROS
“O Fracasso de Israel” - Números é um dos livros tristes
da Bíblia, ele mostra o fracasso dos hebreus em cumprir os
ideais que haviam sido propostos. Chegaram aos limites da
terra prometida mais tinham a personalidade de um escravo
covarde, incapaz de enfrentar a perspectiva da luta, dai inicia
a peregrinação de trinta e oito anos. É uma história de falta de
fé, queixas, murmurações e rebelião, como conseqüência,
quase toda a geração que havia saído do Egito pereceu no
deserto sem entrar na terra prometida, somente três homens,
Moisés, Josué e Calebe, sobreviveram até ao fim do relato do
livro e somente dois dos três, Josué e Calebe, entraram em
Canaã.
11.8- PERÍODO DO TEMPO ABRANGIDO POR NÚMERO
O livro começa com a ordem do Senhor para fazer o
recenseamento do povo (Cap.1.1-3), e termina com uma
assembléia às margens do Jordão (Dt.1.1-3), pouco antes da
morte de Moisés, portanto a duração total dos acontecimentos
de números é de 38 anos e 9 meses, em quatro períodos:
1 - Recenseamento e preparo para a marcha (Caps.l-10) 20
dias;
2 - Tomada de Cades-Barnéia; os dez espiões (Caps. 11-14)
70 dias;
3 - Peregrinação no deserto em Cades (Caps.15-20) 38 anos,
e um mês;
4 - Jornada por Edom até as campinas de Moabe ((Caps.21-
36) 5 meses.
11.9- A NATUREZA DE NÚMEROS
1 - Números retoma a narrativa onde Êxodo terminou.
A. O último capítulo de Êxodo (40.17) nos conta que:
“No primeiro mês do segundo ano, no primeiro dia do mês, se
levantou o tabernáculo”.
B. Número 1.1 diz: “No segundo ano após a saída dos
filhos de Israel do Egito, no primeiro dia do segundo mês, falou

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O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

o Senhor a Moisés, no deserto de Sinai, na tenda da


congregação... “
C. Existe então um intervalo de apenas um mês entre a
edificação do tabernáculo, no final de Êxodo, e a ordem para
recensear o povo, no inicio de números, com as instruções de
Levítico entre ambos.
D. O livro de números não pretende evidentemente
contar uma narrativa completa ou estritamente contínua.
1. É dito muito pouco sobre os 38 anos da chamada
“peregrinação”, enquanto outros acontecimentos que,
comparativamente, devem ter ocupado um espaço de tempo
muito menor são cuidadosamente descritos.
2. De acordo com a consistente prática das escrituras,
Números não dá ênfase à simples extensão de tempo, mas a
importância dos eventos.
3. Ele cobre o período da história de Israel desde o
segundo mês do segundo ano do Êxodo (1,1), até o décimo
mês do quadragésimo ano (Dt.1.3).
2 - O registro prende a nossa atenção ao máximo:
A. Em primeiro lugar é feito o recenseamento, com o
objetivo principal de determinar a força militar de Israel;
B. A seguir, o acampamento é estrategicamente
dividido para facilitar a organização dos serviços levíticos
ligados ao tabernáculo. São determinados e feitos os
preparativos para que possa avançar até a fronteira de
Canaã;
C. A marcha inicia-se em estágios divinamente
estabelecidos, o próprio Senhor guia a enorme multidão,
mediante uma coluna de nuvem e fogo, a distância é
percorrida, eles chegam a Cades-Barnéia, Canaã está à vista,
acontece então o problema, Israel deixa de crer e rebela-se
contra o Senhor, o resultado foi juízo cair sobre eles;
D. Os 40 anos de peregrinação começam e os milhares
que partiram do Egito, com o brilho da esperança nos olhos,
morrem aos poucos, deixando uma trilha patética de corpos
debaixo da terra dura do deserto;
E. Deus se aproxima da nova geração reunida em
Cades-Barnéia, é feito um o novo censo, a marcha recomeça,
para Moabe, nas próximidades de Canaã;

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F. Os preparativos finais iniciam-se para que Israel


finalmente possa subir e possuir a terra.
11.10- A IMPORTÂNCIA DE NÚMEROS
1. O livro de números e repetidamente mencionado no
Novo Testamento, em (1oCo 10.1-12 Rm.15.4 e Hb.3.7; 4.6).
A - Note as palavras: “estas causas lhes sobrevieram como
exemplos”.
B - O termo grego traduzido como “exemplos”, é “tupoi”,
que quer dizer, tipos.
2. Os fatos registrados em Números são imortalizados
por terem sido divinamente colocados em forma de tipos para
nosso aprendizado.
3. De fato, julgamos que não seja exagero dizer, que o
fracasso de Israel em entrar em Canaã, por causa de sua
infidelidade, pode perfeitamente prefigurar, como por certo
ilustra, a igreja organizada de hoje em possuir as coisas
celestiais em Cristo.
4. É a presença desses significados tipológicos e lições
representativas que conferem ao livro os seus ricos valores
espirituais para nossos dias.
5. Aquele que conhece o livro de Números terá sido
advertido, para escapar de muitas contrariedades durante
sua viagem de peregrino a Canaã celestial.
6. Todos que pregam a palavra devem familiarizar-se
com este livro, pois ele fornece muitas ilustrações da verdade
do evangelho.
7. Explica também de modo notável as maiores
ilustrações da doutrina do Novo Testamento, que são
encontradas na história do Antigo Testamento.

11.11- A ESTRUTURA DE NÚMEROS


1. A estrutura é única e uma vez observada, será difícil
esquecê-la:
A. Precisamos lembrar que Números é um livro de
movimentos, ao contrário do livro de Levítico, no qual ficamos
estacionados geograficamente.
B. São esses movimentos que marcam as principais
divisões do livro.

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O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

2. O mais vital, porém, é a compreensão de que em


Números tratamos com duas gerações diferentes de pessoas.
A. Primeira, a que saiu do Egito mas pereceu no
deserto; a segunda, a nova geração que nasceu e cresceu no
deserto e depois entrou em Canaã. Isto mostra, prima facie, a
idéia central do livro.
B. No primeiro grupo de capítulos (1-14), tratamos com
a antiga geração. No último grupo (21-36), lidamos com a
nova geração.
C. Entre os dois grupos e indiscutivelmente
destacando-os, temos o deserto, a peregrinação (15-20), o
período de transição em que a velha geração morreu e a nova
cresceu.
D. Este tríplice agrupamento em Números é tão claro
que nenhum leitor cuidadoso pode deixar de observar.
3. A pergunta que pode ocorrer é esta: “Como sabemos
que o capítulo 20, marca o final da peregrinação e o início do
trato com a nova geração?”.
A. A resposta para isto é: O vigésimo capítulo, anuncia
a morte de Arão. Em que ponto da perigrinação Arão morreu?
Lemos em 33.38: “Então Arão... subiu ao Monte Hor, segundo
o mandado do Senhor, e morreu ali no quinto mês do ano
quadragésimo da saida dos filhos de Israel do Egito, no
primeiro dia do mês”.
B. Se a morte de Arão foi no ano quadragésimo depois
do Êxodo, então tal fato ocorreu trinta e oito anos após a crise
de Cades-Barnéia, (cap.14); e, marcou o início da
peregrinação no deserto; e, teve lugar no segundo ano depois
do Êxodo, isto fica claro em Números 10.11, onde lemos que
os filhos de Israel iniciaram a breve caminhada do Sinai até
Cades-Barnéia no segundo mês do segundo ano após o
Êxodo; e, nos é dito: “Jornada de onze dias há desde Horebe
pelo caminho da montanha de Seir até Cades-Barnéia(Dt 1.2)”.
C. Fazendo uma concessão para as diferentes paradas
e incidentes no caminho, afirmo com segurança que Cades-
Baméia foi alcançada por volta do segundo ano, desse modo,
a morte de Arão marcou o intervalo de 40 anos do Êxodo e 38
anos a partir do início da peregrinação, sabemos que foram
38 anos pois Moisés declara isso em (Dt 2.14). Portanto, a
morte de Arão marcou o fim da peregrinação, e que o capítulo
20 do livro indica o trato com a segunda geração.

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4. Depois de estabelecido este ponto, os aspectos


estruturais de Números se destacam claramente, e temos:
A - A antiga geração. (Caps.1-14)
B - A era da transição. (Caps.15-20)
C - A nova geração. (Caps.21-36)
5. Também o livro de números se divide em três
movimentos, a saber:
A - Do Sinai a Cades-Barnéia. (Caps.1-14)
B - A peregrinação no deserto. (Caps.15-20)
C - De Cades-Barnéia à planície de Moabe. (Caps.21-36)
6. Na primeira divisão, que fala da antiga geração,
ocorreu o primeiro censo; a seguir, a marcha até Canaã, aí,
então, a crise em Cades-Barnéia.
7. Nos capítulos finais, com referência à nova geração,
encontramos em primeiro lugar a nova crise na planície de
Moabe; em seguida a nova numeração.

8. Podemos dizer que em Números temos:


A - Duas gerações: (Caps.1-14 e 21-36)
B - Dois censos: (Caps. l-4 e 26-27)
C - Duas jornadas: (Caps. lo-14 e 21-27)
D - Duas instruções: (Caps.5-9 e 28-36)

PRIMEIRA PARTE
A Velha Geração, Do Sinai à Cades-Barnéia
(Caps.1-14)
A primeira parte de Números (Caps.1-14), fala da
caminhada do Sinai à Cades-Barnéia, a geração que veio do
Egito e saiu do Sinai a caminho de Canaã, mas morreu na
“perigrinação”, e se subdivide assim:
1 - O censo (Caps.1-4).
2 - As instruções (caps. 5-10. 10); e,
3 - A jornada (Caps. 10.11-14.45).
I - Preparativos para a viagem a Canaã. (Caps.1-10.10)
1 - O Recenseamento e Organização de Israel. (Caps.1-4)
A - O recenseamento das tribos. (Cap.1)

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1) No capítulo l, temos o censo dos homens adultos,


era preciso organizar as tribos e estabelecer a lei e a ordem,
tanto no acampamento como durante a caminhada, e o
primeiro passo para isso era levantar um censo, pois, era
necessário arrolar os homens para a guerra, sendo o serviço
militar obrigatório em Israel, sem exceções, a partir dos vinte
anos.
2) No capítulo l, vemos a ordem dada a Moisés para o
Censo (1.2,3) e tais palavras deixam claro que o principal
propósito deste censo era militar, o censo nos dá o número de
homens capacitados para a guerra da nação recém formada e
entre as doze tribos apresentou a cifra de 603.550 homens de
guerra, sem incluir os levitas, os de menos de 20 anos e os
velhos.
3) É com base no censo dos homens adultos que se
calculou o total de componentes da nação israelita,
chegando-se a cifra aproximada, de três milhões de pessoas.
Os filhos adultos de Israel foram contados no censo
“segundo as suas famílias, segundo a casa de seus pais” (1.2)
e deviam evidentemente “declarar a descendência deles” (1.8).
Só os verdadeiros israelitas tinham permissão de lutar por
Israel.
4) Que lição para nós hoje, quando todo tipo de pessoa
tem o direito de servir na Igreja organizada, sem a
descendência espiritual do novo nascimento divinamente
exigida, é que, a primeira pergunta com respeito ao serviço
cristão deveria ser sempre a da descendência espiritual.
B - Disposição das tribos nos acampamentos. (Cap.2)
1. A organização de Israel era militar, e cada tribo
tinha sua posição no acampamento e possuía seu
comandante, a nação inteira estava organizada como um
exército sob o comando de Deus que era Chefe Supremo e
tinha sua tenda no meio deles e dirigia a nação por meio da
nuvem. (Cap.9.15-23).
3. O Senhor mandou organizar Israel em quatro
acampamentos com três tribos em cada um deles. A
disposição das tribos ao acamparem-se era a seguinte:
11.12- ACAMPAMENTO DE ISRAEL

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4. No capítulo 2, temos a distribuição das tribos e a


mobilização do arraial, cada uma das doze tribos deveria
colocar o seu estandarte, sendo distribuídas em quatro
grupos de três:
a) Um grupo ao norte: Aser, Dã e Naftali;
b) Um grupo ao sul: Gade, Rubem e Simeão;
3) Um grupo ao leste: Issacar, Judá e Zebulom;
4) Um grupo ao leste: Benjamim, Efraim e Manassés.
C - Os levitas (Caps. 3 e 4).
No capítulo 3, o censo dos homens Levitas.
Temos o censo a tribo de Levi, que fora isenta do
censo geral pelo fato de Deus tê-la escolhido para o serviço
do tabernáculo (1.49.50).
Este censo levita, ao contrário do outro, deveria incluir
todos os levitas do sexo masculino, da idade de um mês para
cima (3.15).
a) Justamente com isso vem a explicação de que dai por
diante Deus iria considerar todos os levitas como de sua
exclusiva propriedade, em lugar do primogênito de todas as
outras tribos (3,12,13).
b) O Senhor tomou a tribo de Levi em lugar dos
primogênitos de Israel e esta tribo estava incumbida dos
serviços e cuidados do tabernáculo e do ministério nos
aspectos externos, enquanto os sacerdotes oficiavam no culto
cerimonial.
c) De acordo com Gênesis 46.11, Levi teve três filhos:
Gérson, Coate e Merari, os descendentes dos três filhos de
Levi, constituíam três divisões que acampavam, cada uma,
em um lado do tabernáculo, e cada divisão tinha um cargo
especial em relação com o cuidado do tabernáculo.
Os levitas compunham-se de três famílias:
Os Gersonitas, a oeste.
Os Coatitas, a sul.
Os Meraritas, a norte, ao lado do oriente, onde ficava a
entrada, (v.38), diz que era Moisés e Arão;
D - Distribuição dos deveres dos Levitas (Cap.4)
No capítulo 4, temos um censo dos levitas do sexo
masculino de 30 a 50 anos; pois só eles podiam ser nomeados
para o serviço do tabernáculo.

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O total é 8.580, marque muito bem a diferença entre o


ministério dos levitas e o dos sacerdotes.
Os sacerdotes se ocupavam dos ministérios cerimonial,
sacrificial e espiritual do tabernáculo.
Os levitas ocupavam-se da parte material do tabernáculo
propriamente dito; levantamento, transporte, preservação e
outros e outros serviços necessários à sua manutenção, tais
como conduzir os bois, cuidar dos animais para o sacrifício e
preparação do incenso.
O Cargo dos levitas:
a - Os gersonitas tinham a seu cargo o cuidado das
cobertas do tabernáculo (3.25,26), transportavam couros,
peles e tecidos em dois carros puxados por quatro bois(7.6,7);
b - Os coatitas tinham a sue cargo os móveis e utensílios do
tabemáculo (3.31) os quais eram transportados em carros de
bois (7.8); e,
c - Os meraritas cuidavam das tábuas da armação (3.36,37),
que eram levadas nos ombros, utilizando-se de varais.
Quando estavam para levantar acampamento, os sacerdotes
envolviam as partes do tabernáculo cobrindo-as com tecidos e
couros; tudo isto nos demonstra a profunda reverência com
que manejavam as coisas relacionadas com o culto em Israel.
Lembremo-nos que Moisés, Arão e Miriã eram filhos de Anrão,
que era filho de Coati, que era filho de Levi, portanto, os
levitas eram a tribo sacerdotal.
As doze tribos, como se há notado estavam acampadas em
grupos de três, ficando um grupo em cada lado do
tabernáculo.
Nestes grupos, as tribos principais eram, a tribo de Judá,
a tribo Efraim, a tribo Rúben e a tribo de Dã.
Os emblemas nos estandartes eram assim:
A tribo de Judá, um Leão;
A tribo de Efraim, um boi;
A tribo de Rúben, um homem; e,
A tribo de Dã, uma Águia.
Estes quatro primeiros capítulos, são ricos em lições
espirituais.

l) Vemos neles três grupos:


Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 79
O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

1. O primeiro: o soldado, o sacerdote e o levita;


2. O segundo: o guerreiro, o adorador e o obreiro;
3. O terceiro: a guerra, a comunhão e o serviço.
Tanto na guerra, como no trabalho, os israelitas deviam
centralizar-se na comunhão com Deus.
As Instruções. (Caps. 5.1–10.10)
1. Os quatro primeiros capítulos nos deram a formação
externa do arraial, os cinco seguintes tratam da sua condição
interna.
2. A chave está em 5.3 sendo este o principio fundamental
da disciplina. Estando o próprio Senhor no arraial, este deve
ser santo, o mesmo princípio aplica-se à Igreja hoje.
3. Santificação do acampamento e diversas leis. (Caps.5-8)
A - As leis do capítulo 5, por ordem, são:
1) Os leprosos sejam lançados fora do arraial;
2) Que o ganho desonesto seja confessado e restituído;
3) Que a suspeita de imoralidade seja testada diante de Deus;
4) É preciso haver pureza, honestidade e verdade.
B - A expulsão dos impuros (Cap.5.1-4). Esta medida foi
necessária tanto para manter a santidade do acampamento
como a higiene do povo. Quanto a contaminar-se por contato
com um morto, Deus queria ensinar a Israel que quando uma
pessoa falece e seu espirito vai para o Senhor, o corpo já não
tem valor é algo que deve ser sepultado, a morte deve ser
lembrada como a pena do pecado.
C - A Lei sobre ciúmes. (Cap.5.11-31). Esta lei serve tanto de
severa advertência à mulher propensa a cometer adultério
como de proteção à mulher inocente em caso de suspeitas
infundadas por parte de seu marido ciumento.
D - O voto do nazireu (Cap.6.1-21). A palavra “nazireu”
significa “separado ou consagrado”, portanto, é alguém que
fazia o voto e havia de viver separado para Deus, era um voto
voluntário, e havia três requisitos indicados:
1 - Abster-se de todo o fruto de videira;
2 - Não cortar o cabelo como sinal público de que havia
votado;
3 - Não tocar corpo morto, nem mesmo o cadáver de
pessoa da própria família, porque o nazireu era santo para o
Senhor.

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 80


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

E - Regulamentos sobre o voto do nazireu e a benção


sacerdotal (Cap.6):
1) O Voto
a - O voto do nazireu não pertencia as exigências
obrigatórias da lei.Era um voto voluntário;
b - O capítulo 5, se referia à separação da contaminação em
geral, já o capítulo 6, está ligado à separação individual para
Deus.
2)A bênção sacerdotal (Cap.6.22-27), constitui o mais
excelente da poesia hebraica e semelhante à doxologia
apostólica de 2oCo.13.13, esta tem uma tríplice invocação e as
cláusulas são progressivamente mais elevadas:
a) Primeiro convida-se o Senhor para abençoar o seu povo
(com boas colheitas, gado, boas temporadas e filhos);
b) A seguir, suplica-se-lhe que os guarde (de todo mal, dos
inimigos, de magras colheitas, da enfermidade e da
esterilidade).
c)Finalmente, pede-se-lhe que “levante o seu rosto” sobre o
seu povo (em reconhecimento e aprovação) e lhes dê paz
(segurança, saúde, tranqüilidade, com Deus e com os
homens), as expressões nas cláusulas correspondem às
funções da Trindade: “do Pai, de abençoar-nos e guardar-nos;
do Filho, de mostrar-nos a graça; e, do Espírito Santo de dar-
nos paz “.
F - O capítulo 7 registra a oferta voluntária dos
príncipes.
A oferta dos príncipes de Israel (cap.7), com sincera
devoção ao Senhor, os doze príncipes das tribos fizeram uma
oferta espontânea e muito generosa ao Senhor, dando desse
modo exemplo aos endinheirados de contribuir para o
sustento e promoção da religião.
1. As ofertas dos príncipes agradaram ao Senhor e ele
ordenou a Moisés que as entregasse aos levitas para o serviço
do tabernáculo.
2. Três coisas chamam a nossa atenção a esse respeito.
a) A espontaneidade das ofertas, elas não eram exigidas;
b) A uniformidade dos dons, cada príncipe levava a oferta
igual à dos outros, sem diferença, todas ofertas eram iguais.
c)A particularidade do registro, cada dom é registrado
separadamente, embora todos sejam iguais.

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 81


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

1) Pode-se perguntar: por que esta oferta era levada pelos


príncipes?
2) Resposta: O tabernáculo e seus pertences foram
terminados segundo o modelo mostrado a Moisés no monte,
não faltava nenhuma parte. Quando o tabernáculo foi
apresentado pelo primeira vez, havia sem dúvida uma colher
dourada para uso de Arão para queimar o incenso no altar de
ouro, uma só colher desse tipo era o estritamente necessário,
mas ocasionalmente poderiam surgir mais de um pedido para
queimar incenso na mesma hora, assim sendo, não seria
apropriado que no palácio do rei algum adorador tivesse de
esperar que a colher dourada estivesse à disposição, esta
então, é a origem da oferta das doze colheres de ouro pelos
príncipes.
3) Os levitas foram nomeados para carregar o
tabernáculo e seus pertences, eles podiam faze-lo, mas com
dificuldade, e especialmente durante a jornada no deserto,
onde havia uma tenda em movimento, portanto, um presente
de carroças e carros puxados por bois seria bem recebido.
4) Este capítulo ensina sem dúvida uma lição muito
necessária às igrejas de hoje, suas listas de membros incluem
homens de posses, todavia seu santuário apresenta um
aspecto de extrema pobreza e seus cultos são pobres.
G - O capítulo 8 descreve a consagração dos levitas.
Em primeiro lugar, instrução é dada a Arão: “quando
colocares as lâmpadas, seja de tal maneira que venham as
sete a alumiar defronte do candelabro (v.2)”.
1) A seguir, a guisa de explicação, é acrescentado: “o
candelabro era feito de ouro batido, desde o seu pedestal até
as suas flores; segundo o modelo que o Senhor mostrara a
Moisés, assim ele fez o candelabro (v.4)”.
O candelabro é o tipo de Cristo no santuário.
As sete lâmpadas deveriam iluminar o candelabro de ouro
batido, de modo que o ouro e o belo trabalho de artífice
pudessem ser vistos.
O óleo nas sete lâmpadas representam o Espírito Santo.
Espiritualmente consagrado, temos aqui o espírito de Deus
derramando luz sobre Cristo, ele é dado para isto, para
glorificar a Cristo.

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 82


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

 Depois disto, neste capítulo, vemos a consagração


dos levitas.
a) A consagração dos levitas (caps.8.5-26). Embora a
tribo de Levi tenha sido designada para o serviço divino, o
fato de ser levita não era a única condição para entrar no
oficio sagrado, os levitas deveriam ser apartados para a obra
do tabernáculo mediante uma cerimonia especial.
b) Os levitas entravam na profissão aos vinte e cinco
anos de idade, provavelmente como aprendizes, em prova, sob
a vigilância de levitas mais velhos, e aos trinta anos eram
admitidos no pleno exercício de seus deveres (4.3; 8.24) e ao
atingir os cinqüenta anos, o levita era eximido dos trabalhos
pesados, mas podia continuar servindo nos serviços mais
fáceis do tabernáculo.
 Note as principais lições:
Antes de servir eles deviam ser purificados (v.7), nós
também.
Sua purificação era dupla; parte operada sobre eles, e parte
operada por eles (v.8), do mesmo modo, existe o lado divino e
o lado humano.
A. A purificação operada neles era a aspersão da “água da
purificação”, (lit. água do pecado, era para remover o pecado);
nós precisamos igualmente dessa purificação que só o sangue
de Cristo e a renovação pelo Espírito Santo nos podem dar.
B. A purificação feita era assim: “.. sobre todo o seu corpo
farão passar a navalha, lavarão as suas vestes” (v.7), do
mesmo modo, de nossa parte, deve haver uma separação de
todos aqueles hábitos e impurezas da vida que se apegam a
nós tão intima e facilmente, como se fossem nossas roupas,
que parecem nos pertencer, tanto quanto nossos próprios
cabelos.
C. A aceitação dos levitas tinha-se como a aceitação da
oferta pelo pecado e da oferta queimada (vs.8,12); assim
também, a nossa aceitação por parte de Deus se faz
unicamente mediante o sacrifício expiatório de Cristo.
D. Os levitas devia ser apresentados diante do Senhor,
e entregar-se inteiramente a Ele (vs,13-16); nós, igualmente,
temos de apresentar nossos “corpos por sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus... “ (Rm.12.1).

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 83


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

E. O capítulo 9, mostra-nos primeiramente a


observância da páscoa e depois nos fala sobre a coluna de
nuvem (durante o dia) e fogo (à noite) que pairava sobre o
tabernáculo, quando o povo devia parar e que se movia
quando ele devia continuar a jornada.
1)A festa da páscoa representa comunhão.
2)A coluna de nuvem e fogo fala de orientação.
3)Assim sendo, depois da mobilização do povo para a guerra
(vs.1.2), da designação dos levitas para o serviço (vs.3.4), e
das instruções dadas com respeito à santidade no arraial
(vs.5-8), temos a lição final e mais importante sobre a
comunhão e orientação (vs.15-23).
4)A celebração da páscoa relatada no capítulo 9.1-14, foi a
primeira feita desde o êxodo, e, possivelmente, a única
celebrada no deserto, pois Israel não observava a circuncisão,
que era requisito para celebrar a páscoa (Êx.12.48).
5)Em Números 9, de maneira especial, encontramos a páscoa
da peregrinação que é tanto retrospectiva como futura.
Tratava-se de um memorial do livramento do passado, assim
como a promessa de uma herança futura.
6)Note que Deus fez provisão para que todo seu povo
participasse da festa da páscoa, é que no arraial “Houveram
alguns que se acharam imundos por terem tocado o cadáver
de um homem, de maneira que não puderam celebrar a
páscoa naquele dia (v.6)”.
7)Surgiu um problema, alguns homens haviam tocados um
cadáver e estavam, dessa maneira, impuros para o
cerimonial, não permitia-se que celebrassem a páscoa, mas
seriam cortados de Israel se não a observassem, estes
perguntaram o que deveriam fazer, Moisés consultou o
Senhor e recebeu a resposta: ser-lhes-ia permitido celebrá-la
um mês depois (vs.7-12) e isto ensina-nos que quando há
duas leis divinas conflitantes, o crente deve cumpri-las
dentro de suas possibilidade e então escolher a solução que
esteja mais de acordo com o espírito do evangelho, pois as
exigências de Deus não são arbitrárias nem arrazoáveis, além
do mais, as leis são e foram feitas, para o bem do crente.
8)Esta provisão abrangia também os que “se achassem em
jornada” (viajando), Deus não queria que ninguém fosse
excluído dessa festa da redenção; não desejava, igualmente,
que ninguém do seu povo comprado com sangue de Cristo
Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 84
O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

ficasse fora desta comunhão com Ele, alicerçada na redenção


e através do “Espírito de adoção, baseados no qual clamamos:
Aba, Pai (Rm.8.15)”.
Finalmente, no capítulo 10.1-10, é ordenado a Moisés: “...
duas trombetas de prata de obra batida as farás; Servir-te-ão
para convocar a congregação, e para a partida dos arraiais
(v.2)”.
Essas trombetas, como a coluna de nuvem e fogo, tinham o
propósito de guiar, a coluna guiava os olhos, as trombetas os
ouvidos.
As trombetas de prata tenham cinco finalidades:
a) Primeiro, elas deveriam ser usadas para chamado a nação
a reunir-se (v.31), ou para convocar a congregação a reunir-
se diante do tabernáculo,
b) Segundo, um sinal para a partida do povo. (vs.5.6)
c) Terceiro, uma clarim em tempos de guerra. (v.9)
d) Quarto, um memorial diante de Deus. (vs.9. 10)
d)Quinto, só os sacerdotes é que deveriam tocar a trombeta,
pois a trombeta de prata era a “trombeta de Deus”.
 A Viagem do Sinai a Cades-Barnéia. (Caps. 10-11-
14.45)
1 - Nos dez primeiros capítulos do Números, vimos o
arraial de Israel no Sinai, mostrando todos os preparativos e
provisões para o avanço, conquista e posse, da terra
prometida a Abraão, a Isaque e a Jacó.
2 - Tudo está preparado para o avanço; “e no ano
segundo, do segundo mês, aos vinte do mês”, a nuvem se
ergueu do tabernáculo (v. 11).
A - As trombetas soaram e todo o acampamento se pôs em
movimento.
B - Em primeiro lugar marcham as tribos de:
1) Judá; 2) Issacar; e, 3) Zebulom.
C - Seguidos por dois grupos de levitas:
1) Os Gersonitas, com as cobertas e as cortinas do
tabernáculo;
2) Os Meraritas, com as tábuas de ouro, os acessórios de
prata e outras partes da estrutura do tabernáculo.
D - Depois vinham as tribos de:
Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 85
O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

1) Rúben; 2) Simeão; e, 3) Gade.


E - Seguidos dos coatitas, levando a arca o altar de ouro, o
candelabro de ouro e outros objetos preciosos do interior do
tabernáculo.
F - As próximas tribos eram:
1) Efraim; 2) Manassés; e, 3) Benjamim.
G - E as últimas tribos eram:
1) Dã; 2) Aser; e, 3) Naflali (l0-14-27).

11.13 - ISRAEL EM MARCHA


A partida de Israel com Hobabe (cap.10.11-36), que
quadro impressionante! Israel, uma nação de mais de dois
milhões de pessoas, começou a marcha em perfeita ordem
militar, cada tribo em seu posto, as bandeiras no alto e todos
conduzidos pela nuvem. Moisés convida seu cunhado para ser
o guia de Israel. É que Hobabe conhecia bem o deserto e sabia
onde estavam os mananciais, os melhores lugares para
acampar, mas, por que Israel necessitava de um guia se a
nuvem já vinha realizando esse trabalho?
2 - O descontentamento do povo e o desânimo de Moisés
(cap.11).
A - As murmurações, por causa da mistura que saiu do
Egito (Êx.12.38). Dentro em breve Israel desviou seu olhar de
Deus e começou a queixar-se no deserto, as queixas ou as
murmurações descritas em Números são oitos:
1) A primeira em 11.1-2;
2) A segunda em 11. 3-9;
3) A terceira em 12.1-6;
4) A quarta em 14.1-4;
5) A quinta em 14.41-42;
6) A sexta em 16.1-5;
7) A sétima em 20.3-6; e,
8) A oitava em 21.4-9.
B - A falta de carne e a pesada carga de Moisés. Aqui vemos
como o servo de Deus vencido pelo excessivo trabalho e pela
frustração de não poder satisfazer às necessidades do povo.
C - Deus solucionou o problema de Moisés distribuindo do
seu Espírito aos setenta anciãos a fim de que eles pudessem

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 86


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

levar algo da carga que Moisés vinha levando sozinho, e


novamente Deus trouxe, por meio de um vento, codornizes
que caíram exaustas no arraial de Israel.
3 - As criticas de Miriã e de Arão (cap.12). É muito
desagradável a um líder encontrar deslealdade entre seus
seguidores, porém, mais desagradável ainda, é quando os
desleais são os seus próprios familiares. Moisés, que era
muito humilde, não se defendeu. Estava tão ocupado servindo
a Deus que não prestou atenção aos ataques desferidos contra
ele próprio.
4 - Os capítulos 10-14 tratam da jornada do Sinai a Cades e
constituem uma leitura triste.
A – No capítulo 10.29-32, é estranho ouvir Moisés dizendo a
Hobabe o mediante: “... não nos deixes... tu sabes que
devemos acampar-nos no deserto, e nos servirás de guia”,
vemos aqui a tentação de afastar os olhos da coluna de nuvem
e fogo que serve de guia, assim é a fraqueza do coração
humano, declaramos nossa confiança em Deus, mas olhamos
para o homem.
B – Vemos no capítulo 11.1-3, que o povo começou a
queixar-se depois de apenas três dias de viagem. A arca
encontrou para eles um lugar de descanso, o seu conforto foi
providenciado, Canaã está logo à frente, portanto, deveriam
está cantando hinos de júbilo, todavia, murmuram... o fogo do
juízo está preste a consumi-los, mas a oração de Moisés
rogando a misericórdia de Deus, os poupa; o lugar foi então
chamado Tabera, que significa “incêndio”. A murmuração
nunca facilita as coisas, mas somente acrescenta problemas,
os que se queixam sem motivo logo passam a ter,
gradualmente, uma causa franca à rebelião e ao fracasso
penoso, como vemos nesse capítulo. O murmúrio, é erva
daninha, e deve por todos ser evitado.
C – O capítulo 11.4-35, mostra que o populacho (a ralé, os
vulgo, a plebe, o povo simples) lembra com saudades as
iguarias do Egito e o resto do povo se une a ela:
“Quem nos dará carne a comer?” O fogo em Tabera não os
disciplinou! Depois de terem reclamado da maneira como
Deus os guiou, queixam-se agora da comida que Ele lhes deu,
todavia, este pão milagroso do céu (um tipo belíssimo de
Cristo), chamados “pão dos anjos” no Sl.78.25, era o alimento
perfeito para sua jornada a Canaã (que deveria ser breve). O
Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 87
O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

próprio Moisés começa a desanimar: “eu sozinho não posso


levar a todo este povo (vs.10-15)”, setenta anciãos são
escolhidos para dividir as obrigações com ele, o Espírito de
Deus desce sobre esses homens e eles profetizam,
provavelmente, exortando o povo a ter fé e a obedecer. Note
que a profecia, que é um dom do Espírito, tem um papel
especial em épocas de apostasia e fracasso. A carne tão
desejada é provida milagrosamente na forma de codornizes,
todavia, no momento em que o povo começa a devorar
gulosamente a carne, o juízo de Deus vem na forma de uma
praga que os dizima, foram julgados por terem comido
avidamente para satisfazer sua cobiça carnal, sem
arrependimento e sem reconhecer o doador, o lugar da praga
recebeu o nome de Quibrote-Taavá, que significa “sepultura
da concupiscência”.
D – Vemos no capítulo 12, que as queixas alcançam,
nesse ponto, os principais líderes de Israel. O irmão e a irmã
de Moisés discutem o seu direito de liderança, Arão já era o
sumo sacerdote, Miriã, era a profetiza de Israel. O orgulho
invejoso deseja agora uma posição ainda mais alta, a menção
da mulher gentia de Moisés não passou de simples pretexto,
observe a grandeza de Moisés, não houve auto vindicação e
nem sequer um traço de ressentimento (v.13), sua mansidão o
engrandece, sua humildade é a sua majestade, Deus o
justifica (vs. 4-lo), “... como, pois, não temeste falar contra meu
servo, contra Moisés?” O juízo recai sobre os desobedientes.
Miriã, a instigadora, fica leprosa. Note que é um pecado grave
falar contra um verdadeiro servo de Deus, observe o espírito
de perdão que tem de Moisés, ele ora por Miriã, e, ela é
curada. A nossa real segurança está em permitir que Deus
nos justifique, além disso, Deus guarda o homem a quem
chama para servi-lo.
E - O fracasso em Cades-Barnéia (Caps.13-14), depois de
viajar trezentos e vinte quilômetros de passagens escarpadas,
montanhas e elevadas mesetas do deserto de Parã, os
israelitas chegaram a Cades na fronteira de Canaã, foi a hora
crítica na história de Israel no deserto, e fracassaram por sua
incredulidade e tiveram de permanecer trinta e oito anos mais
no deserto, esse é um dos relatos mais dramáticos da Bíblia e
repleto de lições espirituais.

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 88


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

l) Os espias exploram a terra (cap.13).


a) A missão dos espias vs.1-25. O envio dos espias teve
sua origem no pedido do povo a Moisés. Eles não estavam
seguros de que Canaã fosse um país de abundância como
Deus havia dito. O Senhor concedeu aos israelitas sua petição
com o fim de manifestar o que estava no coração do povo.
b) O relatório dos espias vs.26-33. Dez espias admitiram que a
terra emanava leite e mel e passaram a falar sobre os grande
obstáculos, sobre as cidades fortificadas e sobre os gigantes.
Calebe procurou acalmar o povo com palavras de ânimo e fé,
não negou o que os dez espias disseram, mas colocou sua
esperança no que Israel podia fazer com ajuda de Deus. Para
Calebe e Josué não se tratava de Israel contra os gigantes,
mas de Deus contra os gigantes, porém os dez espias o
contradiziam, e exageravam seu relatório.
2) A reação de Israel e o juízo de Deus (cap.14).
a) A rebelião de Israel vs.1-10. Os israelitas preferiram
aceitar o critério dos dez espias a depositar sua fé no Deus
invisível, pensaram no perigo de guerrear, nas não no de
voltar ao Egito sem Moisés, sem a nuvem, sem o maná e sem
a proteção do Senhor! Como os receberiam os egípcios?
Poderiam agüentar novamente o jugo da servirão? Se há
dificuldades no caminho do crente, quanto mais haverá no
daquele que volta atrás. Os fiéis (Moisés, Arão, Josué e
Calebe), procuraram dissuadir os rebeldes de seu erro, mas a
multidão deu lugar as suas paixões e falaram em apedrejar-
lhes; foi neste momento que Deus interveio mostrando sua
glória no tabernáculo.
b) A intercessão de Moisés, vs.ll-19. Este trecho ilustra como
a intercessão de um homem de Deus pode salva uma nação
de ser destruída. Os argumentos de Moisés baseavam-se na
reputação de Deus e em sua insondável misericórdia, o grande
mediador pediu a Deus que manifestasse seu caráter e
perdoando o povo de Israel.
c) O perdão e o castigo vs.20-38. Da mesma maneira Deus
havia perdoado a Israel, também a disciplinou, queria
ensinar-lhes: “que mau e quão amargo é deixares o Senhor
teu Deus (Jr.2.19)”. Era a incredulidade de Israel que a
impedia de conquistar Canaã e a excluía da terra prometida.

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 89


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

d) A vã tentativa dos israelitas vs.39-45. Arrependeram-se


de sua rebeldia e trataram de conquistar Canaã por suas
próprias forças, porém já era tarde, haviam perdido a
oportunidade de apossar-se da terra, e somente lhes restava a
lúgubre perspectiva de peregrinar mais trinta anos no deserto.
3) Nos capítulos 13 e 14, na crise de Cades-Barnéia, já
prevista ou anunciada nos capítulos precedentes, nos
prepararam para ver como o erro fatídico acontece, é que o
povo vinha desobedecendo gradualmente.
a) Examinando os caminhos de Israel em Números,
verifica-se atitudes do povo israelita, que vão do
descontentamento à cobiça, do desprezo ao Senhor ao
murmúrio contra os servos de Deus, criando a rebelião,
estabelecendo a presunção e o desânimo, até que finalmente,
chegam aos extremos da prostituição e da idolatria.
b) Detalhes do erro de Israel em Cades são bem
conhecidos, os doze espias examinaram a terra durante
quarenta dias e em seu relatório todos concordaram que
Canaã é de fato uma terra excelente (13.27); mas, dez deles
trazem a triste informação de que a sua conquista é
impossível. Os outros dois, Calebe e Josué, fazem calar o
povo, declarando: “eia! subamos e possuamos a terra”, “o
Senhor é conosco; não os temais”. Os dez espias colocaram
uma barreira entre eles (o povo) e Deus; dois espias, porém,
colocaram Deus entre eles e a barreira. Os dez espias, viram a
conquista da terra prometida, com os olhos da carne, ao
contrário dos outros dois espias, que a viram com os olhos da
fé.
c) Sabemos o resultado, Israel não quis crer, depois se
rebelou, até pedindo que Calebe e Josué fossem apedrejados
(14.l0) e sugerindo que outro chefe fosse nomeado para levá-
los de volta ao Egito (14.4). A penosa ironia é que Israel estava
a um passo do prêmio, a nação desobedeceu, o juízo do
Senhor caiu sobre ela; Moisés intercede pelo povo de maneira
tocante (14.ll-20), mas o julgamento da peregrinação de 40
anos é imposto (14.29,30). Que tragédia, embora a
incredulidade não possa frustrar os propósitos de Deus, ela
pode atrasar o seu cumprimento.

SEGUNDA PARTE

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 90


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

A Parte Central - A Peregrinação no Deserto(Caps.15-


20).
Os capítulos de 15 a 20, abrangem os 38 anos da
chamada peregrinação. Este período de espera marca a
transição da velha geração para a nova, ele se inicia
imediatamente após a crise de Cades-Baméia e termina no
ano da morte de Arão (20), como já mostrado.
I - Preceitos Diversos (cap.15).
1 - Os preceitos referentes aos sacrifícios que haveriam de
ser oferecidos quando Israel entrasse em Canaã (vs.1-21),
animariam os hebreus jovens a crer que a nação de Israel
tomaria posse da terra prometida.
2 - Tanto no início, como no fim do livro de Números,
vemos Israel cuidadosamente organizada para a conquista e
posse imediata da sonhada Canaã, mas este período de 38
anos de atraso desnecessário e trágico intervém e faz com que
Números se torne um livro de progresso “benção e promessa”
adiados.
3 - Em um período de dois anos o povo de Israel se
encontrava em Cades-Barnéia, às portas de Canaã, e trinta e
oito anos mais tarde, ali se achava novamente, no mesmo
lugar. Porque? Bem, havia aquela rebelião (populacho) de
pseudo israelitas, que recebeu permissão para viajar com a
congregação, mas que na verdade não eram fiéis nem ao povo
israelita, nem aos seus planos. Esses pseudo israelitas,
cobiçavam e levavam os demais a cobiçarem, a fartura e as
iguarias baratas do Egito, tais como, peixes, pepinos, melões,
alhos e cebolas. Esta lição da peregrinação deve ser observada
por todo leitor do livro de Números.
A - Vamos agora reexaminar, brevemente, mas com
atenção, os capítulos que tratam do assunto.
l) A chamada peregrinação deve ser destinguida das jornadas
que a precederam e das que se seguiram a ela.
2) No motim de Cades-Barnéia ouve um colapso da
organização.
3) O povo deixou de ser peregrino e tornou-se nômade.
B - Uma interrupção histórica:
1) “38 anos”, é simplesmente um tempo em que não se fez
história.
2) O povo escolhido, saído do Egito, praticamente desaparece.
Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 91
O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

3) Os 38 anos no deserto interrompem os objetivos da Nação


israelita, causando, assim, uma lacuna na história.
4) Observemos os seguintes fatos sobre a chamada
peregrinação.
a) Primeiro - Deus não abandonou totalmente o povo
rebelde, Ele continuou a se comunicar com eles através de
Moisés (Cap.15.1,17,35); e deu o maná e supriu a sede da
Nação com água, roupas e calçados (Dt.8.2-6; 29. 5,6);
b) Segundo - O rito da circuncisão foi suspenso (Js.5.4-8), e
não se tem notícia de que a páscoa tenha sido celebrada
durante todo esse período. Não é difícil entender isso: a
geração rebelde sabia que não teria permissão para entrar em
Canaã, sendo improvável que desejassem celebrar a
lembrança dessa libertação improdutiva.
c) Terceiro - aprendemos em Ez.20.10-26 e em Am.5.25,26,
que a lei foi desobedecida naqueles dias, os sábados foram
profanados, as práticas idólatras persistiram e o povo chegou
até a oferecer seus filhos a Moloque.
5) Examinando o capítulo 15, vale ressaltar os pontos
principais:
a) O capítulo 15 começa assim: “Disse o Senhor... Quando
entrardes na terra...”, é surpreendente que as primeiras
palavras de Deus registradas após Israel afastar-se da terra
prometida, seja uma referência à sua entrada final nela, é que
a demora do homem não significa a derrota de Deus, a
fidelidade divina é maior que a falha humana.
b) O capítulo 15 termina com o “cordão azul”, que os israelitas
deveriam usar, eles deveriam fazer franjas nos cantos de suas
roupas e prendê-las com um cordão azul. Deus determinou
então um símbolo de distinção quando muitas outras
distinções haviam sido suspensas, é que o azul é a cor
celestial, servia para lembrá-los de seu chamado que era
também celestial e fazer com que se recordassem “de todos os
mandamentos do Senhor”, e os cumprissem (v.39), o cordão,
serviria, igualmente, para lembrá-los de sua separação para
Deus “santos sereis a vosso Deus (v.4)”, que deveria ficar nas
bordas das roupas, para que o sinal permanecesse com eles
em toda parte, durante todo tempo, de modo que, ao olharem
em si mesmos e em direção à terra, seus pensamentos
pudessem ser dirigidos para o céu. Esse cordão azul, esta

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 92


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

marca distinta do Espírito de Deus, deveria está em todo


cristão em nossos dias.
II - Controvérsia acerca da autoridade (Caps.16-19).
1 - A rebelião de Corá (Cap.16).
A - Os capítulos 16 a 18, formam um todo. No capítulo 16,
lemos a “rebelião de Corá”, que na verdade representou um
ataque contra o sacerdócio arônico. No capítulo 17, vemos a
vara de Arão florescer e a nova confirmação divina sobre o
sacerdócio arônico; depois disso, no capítulo 18, vem a
reafirmação divina sobre o sacerdócio arônico, feita ao próprio
Arão. Encontramos assim, nesses três capítulos, a defesa, o
testemunho e a confirmação do sacerdócio arônico.
B - Note no capítulo 16, que o rebelde Corá era filho de
Coate, e os Coatitas tinham os serviços mais seletos entre os
levitas, eles carregavam as coisas mais sagradas do
tabernáculo, isto mostra que a apostasia muitas vezes surge
dentre os próprios líderes das igrejas; os seus incensários
foram guardados como uma advertência (v.38).
1) O motivo da rebelião, foi o descontentamento de Corá face
a autoridade religiosa de Arão. Já o desafio de Datã e Abirão ao
governo de Moisés, constituiu-se em uma ameaça muito
preocupante, pois abrangia dois aspectos: “o religioso e o
político”. Corá era levita, e, ao que tudo indica, cobiçava o
sacerdócio (16.10). Datã e Abirão, porém, por serem
descendentes de Rúben, primogênito de Jacó, pensavam que a
autoridade civil pertencia a eles, e as duas facção formaram
uma aliança político /religiosa e conseguiram o apoio de
duzentos e cinqüenta príncipes de Israel.
2) Moisés não fez esforço algum para justificar sua posição
nem a de Arão, a prova proposta permitia que fosse Deus quem
indicasse quais eram os detentores do sacerdócio e da
autoridade.
3) O juízo divino sobre os rebeldes é duro e demonstra quão
grave é levantar-se contra as autoridades que Deus põe sobre a
congregação. Deus interveio para ensinar-lhes a respeitar seus
servos e o triste resultado foi que quatorze mil e setecentas
pessoas morreram vítimas de uma praga.
 Lições práticas - O pecado de Corá encontra-se às vezes
na Igreja. É que há crentes que não querem submeter-se às
autoridade constituídas por Deus e raciocinam assim:

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 93


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

“consideram que todos os crentes são santos e formam um


sacerdócio real (1aPd.2.9)”, não é necessário dar atenção aos
pastores ou a outros líderes e alguns chegam ao extremo de
ignorar a igreja, considerando-a desnecessária e antiquada.
4) O relato da rebelião de Corá jorra luz sobre a maneira pela
qual os servos de Deus devem atuar em semelhante situação:
a) O líder recordará que foi eleito por Deus e que o ataque é
contra a autoridade que Deus estabeleceu na Igreja (Ef.4.7-
11).
b) Uma atitude de deslealdade ou rebeldia notada na
congregação não deve ser determinante para a decisão do
líder.
c) Deve recorrer a Deus e não procurar defender-se, nem usa
de astúcia, nem de violência.
d) O verdadeiro servo de Deus sentirá compaixão pelos que se
opõem a ele (16.42-46).
C - A prova das varas (Cap.17).
1) Note que o capítulo 17, fala da vara de Arão que deu flores e
frutos. É um belíssimo tipo de milagre, como também o é a
ressurreição de Cristo. Os fundadores das religiões não cristãs
eram varas mortas, bem como os sistemas por elas criados;
Cristo é a vara que cresceu e frutificou na vida e glória da
ressurreição; sua ressurreição é o testemunho divino de que
Ele é o único e verdadeiro Salvador e sacerdote dos homens.
2) Deus já tinha dito que somente a família de Arão e seus
descendentes serviriam como sacerdotes (Cap,16.40), pois Ele
deu a Israel prova adicional da superioridade da tribo de Levi e
da família de Arão em assuntos religiosos.
3) Cada um dos chefes da tribo deveria levar uma vara
completamente seca, à presença do Senhor e a vara que
florescesse, indicaria a tribo que seria a tribo sacerdotal.
4) Deus deu vida a vara de Arão, pois a vara de Arão floresceu,
e a vara era tida por símbolo de autoridade e preeminência,
“um tipo de cetro”.
5) Da mesma maneira, todos os fundadores de religiões
morreram, e Cristo também entre eles; mas, somente Ele
(Cristo) ressuscitou dentre os mortos e foi exaltado para ser
Sumo Sacerdote (Hb.4,14; 5.4- 10).
D - Os deveres e privilégios da tribo de Leví (Cap.18)

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 94


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

1) Os deveres (vs.1-7):
a) O dever dos levitas era guardar a tenda da congregação
(vs.3-4), de forma que nenhuma pessoa se aproximasse sem
autorização e provocasse a ira de Deus contra a nação.
b) Os levitas, por sua vez, são impedidos de realizar trabalhos
sacerdotais, como entrar na tenda da congregação ou oficiar no
altar, era tarefa dos sacerdotes impedir que os levitas
cometessem tais delitos, o que também provocaria juízo divino
(vs.5,7), e os transgressores pegos pelos sacerdotes deveriam
ser executados (v.7).
2) Os privilégios (vs.8-20):
a) Como reconhecimento pelo seu serviço no altar, os
sacerdotes deveriam receber parte dos sacrifícios, das colheitas
e dos animais primogênitos.
b) Dois grupos de fontes de renda sacerdotal são
relacionados aqui:
Primeiro - os sacrifícios aos quais eles tinham todo o
direito, “salvo uma amostra que era queimado sobre o altar”, a
oferta de manjares, a oferta pelo pecado e a oferta pela culpa
(Lv.2.1-16;4.1-12;6.14-18;7,1-10), estas eram santíssimas
(v.9), só podiam ser comidas pelos sacerdotes.
Segundo - o outro grupo de ofertas é simplesmente descrito
como santas (vs.17-18) e podiam ser comidas por quaisquer
membros da família do sacerdote, conquanto estivessem
litúrgicamente puros (vs.11.19).
3) Os dízimos (vs.2-4).
a) Os regulamentos acima a respeito dos direitos dos
sacerdotes são pouco mais do que uma reordenação de regras
anteriores encontradas em outras passagens do Pentateuco.
b) A atribuição do dízimo à tribo de Levi é algo novo, é que o
dízimo é um pagamento pelo serviço na tenda da congregação
(vs.21.31), isto é, o seu trabalho de desmontar, carregar e
levantar o tabernáculo.
c) Era um reconhecimento pelos perigos inerentes à sua
ocupação; lidando com coisas santas como aquelas, eles
podiam estar sujeitos ao juízo divino, é que eles protegiam o
povo destes riscos (vs.22.23).
d) Finalmente, o dízimo compensava os levitas por sua falta de
herança na terra, enquanto as outras tribos tinham grande
extensões de terra que lhes eram atribuídas para que nelas se
Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 95
O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

estabelecessem, aos levitas foram dadas apenas quarenta e oito


cidades espalhadas pelas tribos (v.24; Cap.35.1-8 Js.21.1-45).
4) O dízimo dos dízimos (vs.25-32):
a) No entanto, os levitas devem tratar os dízimos que
recebem da mesma forma que um fazendeiro trata a sua renda,
eles devem dar um décimo, dos seus dízimos para os
sacerdotes, de fato, a melhor parte do dízimo precisa ser
passada adiante (v.29).
b) Feito isto, eles podem comer o resto do dízimo quando e
onde quiserem, sem que lhes seja atribuída nenhuma culpa
(vs.31.32).
4 - A purificação do acampamento (Cap.19).
A - Considerando que uma multidão de pessoas morreu
por causa da rebelião de Corá e os meios comuns para remover
a contaminação, resultante de tocar em cadáveres, não eram
provisão suficiente, o Senhor proveu um sacrifício especial e
singular para purificar o acampamento.
B - Preparou-se a água da purificação misturando nela as
cinzas da novilha ruiva; a cerimonia foi semelhante à da
purificação do leproso.
l) A ordenança da novilha vermelha no capítulo 19,
provavelmente seguiu-se como resultado da revolta de Corá.
2) Além da morte natural, o povo também fora dizimado
aos milhares pela praga, portanto havia necessidade de meio
de purificação para aqueles que haviam se contaminado pelo
contato com os cadáveres.
3) As cinzas da novilha vermelha foram usadas com este
propósito, como foi descrito, e talvez como medida de
emergência, pois nenhuma ordenança desse tipo é prescrita no
Levítico.
4) Hb.9.13,14, sugere que temos aqui um tipo de morte
salvadora do Senhor Jesus Cristo por nós:
a) A novilha vermelha deveria ser sem defeito, como era Cristo.
b) Ela não deveria ter levado jugo (o jugo era colocado no
animal a fim de dominar sua natureza e obrigá-lo a
submissão), assim como o Senhor Jesus não tinha necessidade
de nenhum jugo, pois veio cumprir a vontade do Pai.
c) A novilha deveria ser vermelha, é este o único lugar onde a
cor de um animal a ser sacrificado é estipulado, seria uma

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 96


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

referência especial a obediência do Senhor Jesus até a morte


na cruz.
d) A novilha deveria ser imolada fora do arraial, como
aconteceu com o Senhor Jesus (Hb.13.12) e o sangue deveria
ser aspergido sete vezes na direção do santuário,
representando expiação perfeita; e as cinzas da novilha, com a
água purificadora, deveriam ser aspergidas sobres as pessoas
contaminadas, a fim de purificá-las.
e) Ao contrário das outras ofertas, esta jamais deveria ser
repetida.
f) Em outros casos, quando alguém pecava, era necessário
novamente derramar sangue, mas, aqui a virtude do que já
fora oferecido e aceito permanecia.
g) Da mesma forma, o sacrifício de Cristo proveu a purificação
completa e contínua de toda contaminação em nossos corações
enquanto passamos por “este mundo perverso” que, num
sentido espiritual, está marcado pela morte em toda parte.
5 - O Fim da Peregrinação (Cap. 20).
A - O capítulo 20 coincide com o término da peregrinação.
l) O Primeiro verso deste capítulo contém informações
acerca da peregrinação, sendo essencial compreendê-lo bem.
2) Neste capítulo encontramos agrupados a morte de Miriã, o
pecado de Moisés e a morte de Arão.
3) Devido a falha de Moisés em Meribá, ele foi impedido de
conduzir a nação até Canaã (v.12); isto nos ensina, que a lei
representada por Moisés jamais poderá conduzir-nos no
descanso tipificado por Canaã.
4) O relato da morte de Arão, marca o fim da peregrinação,
sendo assim, Arão, que era representante do sacerdócio, não
podia levar Israel ao descanso prometido; nem Miriã que
representava os profetas; nem Moisés representante da lei, isto
ficou reservado para Josué, que foi um tipo de Nosso Salvador
e comandante, O Senhor Jesus Cristo.
B - O Pecado de Moisés e Arão (Cap.20.1-13).
1) Acredita-se que o acontecimento no qual Moisés e Arão
pecaram deu-se no último ano da peregrinação de Israel, é que
não havia água para beber e surgiu aquele espírito de
murmuração que havia sido o pecado da geração anterior e ao
ver nos filhos o mesmo espírito que vira nos pais, Moisés ficou
amargurado.
Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 97
O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

2) Qual foi o pecado que Moisés cometeu? O Salmo 106.32,33,


diz que os israelitas o indignaram e “irritaram o seu espírito, de
modo que falou imprudentemente com seus lábios”. Deus lhe
havia dado instrução de falar à penha da qual sairia a água,
porém Moisés perdeu a paciência e irou-se, e em vez de falar à
rocha, falou com ira ao povo e a seguir feriu a rocha duas
vezes, ele não somente desobedeceu a Deus mas se arrogou o
poder de operar milagres, dizendo: “Tiraremos água...”, ele não
santificou a Deus (27.14), e o Senhor denominou esta atitude
como incredulidade e rebelião (20.12; 27.14), isto mostra que
Moisés já não tinha a mesma paciência com o povo e
compaixão por eles como havia tido, ele fracassou em seu
ponto mais forte: a sua mansidão.
C - Edom não permite a passagem de Israel (Cap.20.14-21)
por seu território, provavelmente, porque considerava perigoso
para sua segurança e dos seus nacionais, a entrada de uma
multidão tão grande.

TERCEIRA PARTE
A Nova Geração - De Cades-Barnéia às planícies de Moabe
(Caps.21-36)
Experiências na Viagem Para Moabe (Caps.20-25).
1 - A triste espera terminou, uma nova manhã se levanta, a
antiga geração já não existe, uma nova geração surgiu, Arão se
foi e Eleazar é nomeado sumo sacerdote. Moisés deverá partir
em breve e Josué irá substitui-lo como líder, chegou a hora de
uma nova partida, Israel deve seguir para as planícies de Moabe
e preparar-se novamente para entrar na terra prometida, e
nesta divisão final de Números temos:
A - A nova jornada (caps.21-25).
B - O novo censo (Caps.26-27).
C - As nova instruções (Caps.28-36).
2 - A Nova Jornada (Caps.21-25)
A - Vitórias militares de Israel (Cap.21.1-3.35). Ao ser
atacado pelo rei de Arede, que estava situado ao sul do mar
Morto, Israel buscou a ajuda do Senhor e prometeu destruir
completamente as cidades do inimigo, Deus concedeu a vitória a
Israel e os israelitas cumpriram a promessa.

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 98


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

B - A viagem para a planície de Moabe levaria de 4 a 5


meses, concluímos isto pelo fato de o povo ter deixado o Monte
Hor um mês depois da morte de Arão (Cap.20.29), ocorrida no
quinto mês do quadragésimo ano e por ter sido no undécimo
mês desse mesmo ano, ao chegarem às planícies de Moabe, que
Moisés começou sua grande incumbência com Israel, cujos
detalhes constituem o livro de Deuteronômio (3.5).
C - A viagem prolongou-se muito porque o povo de Edom
não permitiu que Israel cortasse caminho pelo seu território
(Caps.20,14-22;21.4), as principais paradas iniciadas e
incidentes são dadas no capítulo 21, que se inicia com dois
fatos importantes:
1) Primeiro, a nova resposta do Senhor a Israel (v.3),
durante a peregrinação, enquanto Israel estava desviado da
vontade de Deus, não houve uma resposta desse tipo
(Dt.1.44).
2) Segundo, eis a nova vitória de Israel (v.3). Hormá foi o
lugar da derrota humilhante no inicio da peregrinação (Nm.
14.45), agora, no seu final, quando Israel volta à luz do
propósito e favor divinos, há vitória no mesmo ponto em que
antes houvera amarga derrota.
D - Nos versículos 4-9, temos o episódio ligado à serpente
de bronze.
l) O desânimo de Israel (v.4). O povo foi impedido de
atravessar Edom e teve de rodeá-lo, isto não só prolongou a
viagem, como também fez com que os israelitas ficassem com
raiva e a marcha parecesse mais cumprida.
2) Israel cai em pecado da murmuração (v.5), e sofre
novamente (v.6), isto logo após sua recente vitória! Devemos
ficar vigilantes nos períodos de vitórias, para não sofrermos
reações depressivas.
3) Note também que a serpente de bronze, embora
semelhante na aparência às que haviam infestado e destruído
o arraial, serviu tanto para lembrar o povo de seu erro como
para prover cura.
E - Passamos a seguir, através de estágios, para o cântico
(vs.16-18).
1) Demos graças a Deus pelo cântico! O que os lamentos e os
suspiros não puderam fazer no versículo 5, o canto consegue
no 17.

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 99


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

B - Até parecia que Israel se esquecera de como cantar, é que


não existe registro de qualquer canto entre este poço do
cântico e a que Israel cantara junto ao mar Vermelho.
5 - No restante deste capítulo, tudo é vitória, se Israel
tivesse cantado o hino de fé em Cades-Barnéia, 38 anos antes,
em lugar de dar vazão aos seus sentimentos de incredulidade,
a conquista poderia ter ocorrido.
a - A Serpente de Bronze (Cap.21.4-9). Desanimados pelas
dificuldades da viagem, os israelitas voltaram a murmurar,
Deus castigou-os enviando serpentes ardentes e venenosas
que morderam o povo provocando a morte de quem era
mordido, de imediato os israelitas se aperceberam de seu
pecado e pediram a Moisés que intercedesse por eles, o
antídoto indicado por Deus foi a Serpente de Bronze.
b - Um Profeta Chamado Balaão (Caps.22-25).
1) Nos capítulos 22 e 24, um dos personagens mais
estranhos da Bíblia aparece em cena: Balaão. Na verdade,
esses três capítulos não fazem parte da narrativa, como se
conclui pelo fato de o capítulo 21 ligar-se diretamente ao 25.
O ponto alto a notar aqui é que mesmo os estratagemas mais
astuciosos do maligno contra Israel são superados agora que a
nação marcha mais uma vez segundo a vontade do Senhor.
2) Quem é Balaão?
a) Balaão era de Petor, na Mesopotâmia, perto do rio
Eufrates (22.5), seus poderes sobrenaturais eram altamente
estimados pelos moabitas e pelos midianitas (22. 6), ele é um
dos mais misteriosos personagem da Bíblia.
b) Era profeta de Deus ou meramente um adivinho em
cuja boca Deus colocou as suas palavras? Tinha certa
comunhão com Deus (22.8-12), sabia algo da justiça divina
(Mq.6.5), e algo sobre a vida além-túmulo (23.10), ouvia os
ditos de Deus, via “a visão do Todo-Poderoso (24.4)”, e não
falaria o que Deus não lhe dissesse (22.18), por outro lado,
parece que às vezes buscava agouros ou sinais a respeito do
futuro (24.1).
3) Balaão vacila (Cap.22).
a) Balaque temia os israelitas e de acordo com os
midianitas enviou a Balaão a mensagem de que viesse a fim
de amaldiçoar a Israel, no princípio Balaão se nega a ir com a
delegação de Balaque porque Deus lhe havia proibido
Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 100
O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

amaldiçoar a Israel, pois era o povo bendito, mas ao ver a


segunda delegação composta de personagem importantes, de
novo perguntou a Deus, pois desejava amaldiçoar a Israel
para receber o pagamento de Balaque, desta vez Deus lhe deu
permissão para acompanhar os mensageiros do rei, mas sob a
condição de que faria o que o Senhor lhe ordenasse.
b) Surgem algumas perguntas quanto ao incidente em que
o anjo do Senhor estorvava a viagem do profeta. Mudou Deus
de idéia ao permitir que Balaão acompanhasse a segunda
delegação moabita quando o havia advertido de que não fosse
com a primeira? Depois, arrependeu-se Deus de haver-lhe
dado permissão e por isso enviou o anjo para detê-lo? A
resposta encontra-se em 23,19. Não era vontade diretiva de
Deus que Balaão fosse com eles, mas tão-só a sua vontade
permissiva.
c) Deus permitiu que Balaão acompanhasse os moabitas
para demonstra a Balaque o caráter singular de Israel e o
poder divino para frustrar toda adivinhação contra o povo de
Deus.
d) Balaão foi repreendido porque interpretou a permissão
de ir com os príncipes como se fosse permissão de amaldiçoar
a Israel, ele foi motivado pelo dinheiro de Balaque.
4) As profecias de Balaão. (Caps. 23,24)
a) Balaão profetizou quatro vezes a as profecias são as
seguintes:
 Israel não era apenas uma nação entre outras
muitas nações, mas “um povo que habita à parte”, gozaria da
grande bênção de ter uma descendência numerosa (23.7-l0);
 Deus é imutável e não muda de idéia como o fazem
os homens, portanto abençoaria a Israel dando-lhe força
irresistível para derrotar seus inimigos (23.18-24);
 Israel se estenderia amplamente e obteria domínio
irresistível sobre as nações inimigas (24.3-9); e,
 Levantar-se-ia em um futuro longínquo um rei
brilhante em Israel que conquistaria Moabe e Edom,
Amaleque seria arruinado eternamente e inclusive a Síria
pereceria (24,15-24).
5) O ensino de Balaão (Cap.25).
a) Ao fracassar em seu intento de prejudicar a Israel
mediante a maldição, Balaão recorreu a outra estratégia.

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 101


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

b) Aconselhou Balaque a induzir os israelitas a participar das


festas religiosas dos midianitas e a cometer fornicação com
eles (Ap.2.14).
6) Lições práticas:
a) Balaão representa o crente que cumpre a letra da lei
mas viola seu espírito;
b) Balaão é uma amostra do profeta mercenário que deseja
mercantilizar o seu dom - “Amou o prêmio da injustiça (2oPd.
2.15)”;
c) Balaão, em seu trato com os midianitas, exemplifica a má
influência dos mestres insinceros que procuram fazer avançar
a causa da Igreja aconselhando-a a fazer aliança com o
mundo e os mundanos (31.16;Ap.2.14);
d) O relato de Balaão ilustra quão vazio é em uma pessoa o
conhecimento de Deus se não estiver acompanhado do sincero
desejo de obedecer-lhe; e,
e) Ensina-nos que nada pode prevalecer contra os propósitos
de Deus nem contra seu povo (Sl.76.10).
D - O capítulo 25 é terrível, começa com: “Habitando Israel
em Sitim, começou o povo a prostituir-se com as filhas dos
moabitas. Estas convidaram povo aos sacrifícios dos deuses; e o
povo comeu, inclinou-se aos deuses delas. Juntando-se Israel a
Baal-Peor, a ira do Senhor se acendeu contra Israel”
1) No capítulo 31.16, ficamos sabendo, que embora Balaão
não tivesse podido amaldiçoar os filhos de Israel, ele
aconselhou as mulheres de Moabe e Midiã a assediá-los, e os
israelitas caíram facilmente na armadilha preparada por elas.
2) O restante deste capítulo é uma leitura triste, vinte
quatro mil morrem na praga que os acometeu como castigo.
3) Como foi trágica essa idolatria e obscenidade por parte de
um povo abençoado com ensinos tão sublimes e com tão
elevada vocação! Esses capítulos do livro de Números nos
ensina que não basta termos uma lei ou ideal exterior, por
mais puro e elevado que possa ser.
II - Preparativos Para Entrar em Canaã (Caps.26-32).
1 - O Novo Censo (Caps.26,27).
A - Os capítulos 26, 27, nos apresentam o novo recenseamento
militar de Israel e certos assuntos ligados a isto.

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 102


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

l) O novo censo foi feito em grupos de cem, como o anterior.


2) Um pequeno decréscimo no total e os estranhos aumentos e
diminuições em algumas tribos sugerem a autenticidade
desses Números.
3) O total harmoniza-se pateticamente com toda história de
Números.
a) No inicio dos 40 anos, a soma é de aproximadamente
600.000; e, de novo, no final dos 40 anos, ela chega a 600.000
mil homens de guerra.
b) Eles não progridem durante todo o período, o progresso é
retardado até mesmo numericamente.
4) A estranha queda em algumas tribos pode ser justificada
pelas pragas que recaíram como castigo, entendemos que
Simeão figurou como destaque no pecado e praga de Baal-Peor
(Cap.25.14).
5) O principio para a divisão das terras é dado nos versos 53-
56.
6) Nos versos 57-62, temos o novo total dos levitas.
7) Depois desse novo censo Moisés é avisado de sua morte
iminente (27.12-14), e a maneira como ele recebe a noticia é
tocante (vs.16-17)
a - Sabendo que logo Israel entraria em Canaã, Moisés fez
alguns preparativos:
1) O segundo censo (Cap.26), a geração que havia sido
contada no primeiro censo já havia morrido, com exceção de
Moisés, Josué e Calebe. O segundo censo indicou que o
número total dos israelitas não havia diminuído muito, pois só
havia dois mil homens a menos que o do primeiro censo a 39
ou 40 anos atras.
2) As Leis sobre herança (Cap.27.1-11), em caso de não
haver herdeiro varões em uma família as filhas do defunto
teriam direito de herdar a herança deixada.
3) A nomeação do sucessor de Moisés (Cap.27.12-23),
havia chegado para Moisés o momento de morrer, era uma
época crítica, pois Moisés havia ocupado o cargo durante um
longo período (quase 40 anos), e também tinha uma tarefa
muito importante pela frente, isto é, a conquista de Canaã.
Moisés não procurou instalar um de seus filhos, Gérson ou
Eliézer, ele não confiava em seu próprio raciocínio para
estudar a situação e escolher um homem, mas pediu a direção
de Deus, pediu que Deus pusesse “um homem que saia diante
Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 103
O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

deles, e que entre diante deles”, uma expressão hebraica que


se aplicava a um homem capaz de começar e terminar com
êxito as tarefas que empreendesse.
4) Leis sobre as ofertas: (Caps.28.29).
a) Eles tratam das ofertas ao Senhor, especificando seus
elementos e rotina, ampliando desse modo as ordens dadas
em Lv.23.
b) Em primeiro lugar estão as ofertas diárias. (Cap.28.3-8)
c) Depois as ofertas do sábado. (Cap.28. 9- 10)
d) A seguir as ofertas dos princípios dos meses (Cap.28.11-15)
e)Finalmente, as ofertas que acompanhavam as festas do
Senhor(Cap.28.16-29.40) fazem menção tipológica de Cristo,
sendo portanto significativo que Deus fale delas como “do meu
manjar (Cap. 28.2)”.
5) Leis sobre os votos (cap.30).
a) De homens (vs.1.2)
b) De mulheres solteiras (vs.3.5)
c) De mulheres noivas (vs.6.8)
d) De viúvas (v.9)
e)De esposas (vs.10-15). O propósito das novas instruções é
proteger os votos, para que não fossem considerados
levianamente, sendo quebrados com facilidade.
f) Os votos deveriam ser feitos apenas a Deus (vs.2.3)
g) Não devem ser quebrados (vs.2.9.15)
h) A moças solteiras, era controladas pelos pais (vs.3-5)
i) A noivas, precisava cuidado para não fazer votos
precipitados.
j) A mulher casada é necessário que o marido concorde. (vs.6-
16)
l) Os votos da mulher viúva ou repudiada. (v. 9)
6) Guerra contra Midiã (Cap.31). Na guerra contra Midiã,
Deus mandou Israel considerar a Midiã como inimigo e
destruí-lo por completo pela sedução de Baal-Peor (Cap.
31.16).
a) O capítulo 31, contém a ordem para a guerra contra Midiã.
b) Entendemos que a chave está na palavra “vinga”, a ordem
de Deus é: “vinga os filhos de Israel dos midianitas”. (v.2)
c) Esta guerra contra Midiã foi autorizada por Deus e cumpriu
um propósito divino, a guerra contra Midiã não foi apenas
uma vingança humana; foi retribuição divina.

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 104


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

d) A guerra tinha á finalidade de vingar os filhos de Israel,


porque os midianitas haviam injuriado Israel de forma
deliberada e sem provocação.
e) A guerra tinha o propósito de vingar o Senhor, porque, ao
induzir Israel a combater idolatria licenciosa, eles haviam,
deliberadamente, aconselhados por Balaão, atacado o Deus
Santo de Israel.
Deixamos então bem claro que Midiã mereceu o castigo que
lhe foi aplicado, e três coisas notáveis se destacam neste
ataque contra Midiã:
* a facilidade da vitória. (vs.1-12)
* a quantidade dos despojos. (vs.25-47)
* nenhuma vida perdeu-se entre os israelitas. (v.49)
7) Sétimo: A divisão da Transjordânia (Cap.32). A terra de
Canaã, prometida por Deus aos patriarcas, tinha por limite
oriental o rio Jordão, mas a derrota dos amorreus havia feito
os israelitas donos de uma boa porção da Transjordânia, terra
rica em pastagens. As tribos de Rúben, Gade e Manassés
pediram-na para si, alegando seu grande número de gado,
Moisés permitiu que as tribos de Rúben, Gade e Manassés
tomassem posse da Transjordânia, na condição de que
participassem da conquista de Canaã.
a) A base do apelo era a evidente conveniência da região de
pasto abundante para o seu “gado em muitíssima quantidade
(v. l)”.
b) O pedido deles parecia razoável, embora não deixasse de
ser uma transigência, o lugar de Israel era dentro de Canaã e
não do lado de fora.
c) Ao escolherem pelo que viam “e viram” (v.l), como fizera Ló
muito antes (Gn.13. 10,11), em lugar de faze-lo pela fé e
segundo a vontade de Deus, e por se encontrarem com sua
porção fora do lugar da bênção prometida, embora bem
próxima a ela, eles se tornam tipos dos cristãos mundanos de
hoje.
E - Vemos o resultado de sua escolha em 1°Cr.5.18-26 e
2°Rs.15.29, eles rapidamente aceitaram os deuses dos povos
vizinhos e foram os primeiros a serem capturados.
2 - Os capítulos 28 e 29, estão ligados um ao outro.

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 105


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

A - Eles tratam das ofertas ao Senhor, especificando seus


elementos e rotinas ampliando desse modo as ordens dadas
em Lv.23.
1) Em primeiro lugar estão as ofertas diárias (Cap.28.3-8)
2) Depois as ofertas do sábado (Cap.28.9, 10)
3) A seguir as ofertas dos princípios dos meses (Cap.28.11-
15)
4) Por último, ofertas que acompanhavam as festas
(Cap28,16-29.40)
5)Todas as ofertas fazem menção tipológica de Cristo, sendo
portanto significativo que Deus fale delas aqui como “do meu
manjar (Cap.28.2)”.
III - Capítulo Finais (Caps.33-36)
1 - Prevendo a imediata entrada dos israelitas na terra
prometida, Moisés deu-lhes várias ordens:
1ª: Exortou-os a expulsar os cananeus, pois se não o
fizessem, lhes seriam por “espinhos” nos olhos e “aguilhões”
nas ilhargas;
2ª: Nomeou líderes que estariam incumbidos da partilha da
terra de Canaã, a divisão seria por sorteio em proporção ao
tamanho das tribos.
3ª: Os levitas não receberiam nada, visto que teriam de
servir a todo o Israel, mas receberiam quarenta e oito cidades
distribuídas por Canaã.
4ª : As três cidades designadas para serem cidades de
refúgio.
2 - No capítulo 33, encontramos o resumo das jornadas de
Israel, saindo do Egito em direção ao Jordão.
3 - No capítulo 34, encontramos as fronteiras de Canaã.
4 - No capítulo 35, encontramos as cidades de refúgio.
A - As cidades de refúgio devem ser estudadas:
1) Seu número vs. 6-8
2) Seu propósito vs.9-12
3) Sua distribuição vs. 13-14
4) Seus regulamentos vs, 15-34
5) Suas lições tipológicas

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 106


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

5 - O capítulo 36, trata adequadamente da garantia de


herança na terra prometida, podendo muito bem falar-nos da
segurança eterna, da herança do crente em Cristo Jesus.

12. DEUTERONÔMIO
Deuteronômio é o quinto livro de Moisés, é o último do
Pentateuco, e significa “segunda Lei ou repetição da Lei”, o
livro não contém uma nova Lei, mas as leis dadas a Moisés no
Monte Sinai 39 anos antes, portanto era necessário ter uma
repetição, mas por que repetição? É que uma nova geração
tinha crescido, e precisava estar inteirada de tudo que diz
respeito a Lei. O livro em hebraico chama-se “Elleh
haldeharim”, que traduzido é “estas são as palavras”. (Dt.1.1),
com exceção de Josué e Calebe, todos que haviam saído do
Egito, e tinham recebido a Lei no Sinai não mais existiam, daí
a necessidade de dar à nova geração uma repetição da Lei, o
livro é mais que uma repetição da Lei, o livro recorda o
passado olhando para o futuro.

12.1. TEMA DE DEUTERONÔMIO


O tema de Deuteronômio pode ser ligado em relação ao
passado, ao presente e ao futuro de Israel, e, indiretamente, a
nós da seguinte maneira:
1 - Primeiro, temos o retrospecto do amor no passado.
(Caps. 1-4);
2 - A seguir, temos o requerimento do amor no presente.
(Caps. 5-26);
3 - Depois, temos a revelação do amor para o futuro. (Caps.
27-3 o);
4 - Finalmente, temos a despedida de Moisés. (Caps. 31-
34).
12.2. AUTOR DE DEUTERONÔMIO
Moisés escreveu o livro (Cap. 31.9,26), excerto os últimos
dois capítulo (33 e 34), pois foram escrito após a sua morte, e
sem dúvida por seu sucessor, e Moisés além de escrever o
Pentateuco, ele entregou aos levitas para ser colocado ao lado
da Arca da Aliança, ele os escreveu o Deuteronômio em forma
de discursos, portanto, o Deuteronômio é diferente dos outros

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 107


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

livros do Pentateuco, por seu estilo oratório e seu fervor


exortativo.
12.3. PROPÓSITO DE DEUTERONÔMIO
Deuteronômio tem alguns propósito, dentes estes,
destacaremos quatro:
1 - Preparar o povo para a conquista de Canaã;
2 - Apresentar os preceitos da Lei em termos práticos e
espiritual para serem aplicados à nova vida em Canaã;
3 - Dar a Israel instrução a advertência quando aos
detalhes da conquista, dar os requisitos dos futuros reis, dar
instruções de como distinguir entre profetas verdadeiros e
falsos profetas, dar as bênçãos que a obediência traz e os
malefícios resultantes da desobediência.
12.4. ASSUNTO DE DEUTERONÔMIO
“Exortação à Lealdade ao Senhor e Advertência Contra a
Apostasia”
12.5. ESBOÇO DO DEUTERONÔMIO
1 - Recorda: “Revisão da História das Peregrinações “ (Caps.
l.1-4.43)
A - Revisão dos fracassos de Israel. (Cap. I)
B - Vitória e partilha do território ao Oriente do Jordão.
(Caps. 2,3)
C - Exortação a obediência. (Cap. 4.1-43)
2 - Obediência: “A exposição da Lei” (Caps.4.44-26.19)
A - Os Dez Mandamentos e sua aplicação. (Caps. 4.44-
11.32)
B - Leis concernentes ao culto e a vida santa. (Caps.12.1-
16.17)
C - Leis de justiça e de humanidade. (Caps,16.18-26,19)
3 - Cuidado: “Profecias sobre o futuro de Israel” (Caps.27-
34)
A - Bênçãos e maldição. (Caps. 27-30)
B - Os dias finais da vida de Moisés. (Cap.31-34)
UM RESUMO DE DEUTERONÔMIO
RECORDAR

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 108


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

“Revisão da História das Peregrinações “


(Caps. l.1-4.43)
1- Recapitulação dos Fracassos de Israel. (Cap. l)
1 - O Tempo e o Lugar (vs. 1-5). Os quarentas anos da
peregrinação de Israel estavam para completar-se, a geração
incrédula já havia morrido, Israel encontrava-se na planície de
Moabe, perto do Rio Jordão, Moisés dirige-se à nova geração
que está prestes a tomar posse da terra prometida a seus
pais, o seu discurso tem o propósito de preparar o povo para a
conquista de Canaã, de renovar a aliança feita no Monte
Sinai.
2 - A Eleição dos Juizes em Cades-Barnéia (vs.6-45). Em
seu primeiro discurso Moisés recapitula a história de Israel
começando pelo relato da partida da nação do Monte Sinai
(Horebe), ele narra como foram eleitos os juizes, e este relato
tinha o propósito de lembrar aos Israelitas que Deus havia
multiplicado grandemente a descendência de Abraão, lembra-
lhes que a primeira geração havia perdido a oportunidade de
entrar em Canaã por causa de sua incredulidade e rebelião
contra o Senhor.
3 - Vitória e Repartição do Território ao Leste do Jordão
(Caps.2.3). Moisés lembra a Israel que o Senhor os havia
abençoados em tudo (2.7) e os havia guiado naquele “grande e
tremendo deserto”, e lhes tinha dado vitórias sobre seus
inimigos em Seom e sobre Ogue, por outro lado, não permitiu
que lutassem com os edomitas, moabitas e amonitas, por
serem eles seus parentes, os edomitas eram descendentes de
Esaú, os moabitas e amonitas de Ló, e o Senhor como soberano
sobre as nações havia especificado o seu território.
4 - Exortação a Obediência (Cap.4.1.43). Considerando o
que havia sucedido à geração anterior, Moisés apela
fervorosamente para Israel a fim de que não cometa o mesmo
erro, pede que guardem a Lei e a ponha em ação, pois se
obedecessem à Lei viveriam e tomariam posse de Canaã e outro
motivo para obedecer, era que Israel tinha um alto privilégio de
ser o povo de Deus.
 OBEDIÊNCIA
“A Exposição da Lei”
(Caps.4.44-26.19)
Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 109
O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

1- Os Dez Mandamentos e Sua Aplicação (Caps.4.44-11.32)

2 - O Decálogo (Caps.4.44-6.3).
A - Os dez mandamentos eram a base da aliança que o
Senhor fez com Israel, também de “testemunho” (4.45), pois
constituem a revelação do caráter, da vontade e do propósito
divino que o homem deve seguir para viver em harmonia com
o seu criador e com o próximo.
B - O decálogo começa com as palavras “Eu o Senhor teu
Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão”, Ele
está exigindo obediência pois:
 Ele é Deus, O Soberano;
 Ele estabeleceu um relacionamento pessoal com Israel -
“teu Deus”,
 Ele é o Senhor que redimiu Israel da servidão, portanto
agora espera que eles, obedeçam a sua palavra.
3 - O grande Mandamento (Cap.6.4,5). Os israelitas
chamam este versículo de “Samá”, por ser esta a primeira
palavra que se traduz “ouve”, ele é o credo dos israelita, pois
duas vezes ao dia eles tinham que repetir o “Samá” (ouvi).
4 - A Religião no Lar (Cap.6.6--9). “Esta palavras, que hoje
te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinará a teus filhos”,
os pais não devem depender da instrução pública para o
ensino religioso, mas eles mesmos devem instruir a seus filhos,
em casa, que é onde formamos o caráter.
5 - Advertência Contra a Idolatria e Exortações (Caps. 6. 10-
11.32).
A - Moisés previu o perigo de que os israelitas, uma vez
estabelecidos na terra de Canaã esquecessem de Deus e
servissem a deuses estranhos.
B - Moisés advertiu a nação de Israel quanto à covardia, à
auto suficiência e proibiu-lhes buscar acordo com as nações de
Canaã, que seriam derrotadas, e exigiu do seu povo quatro
coisas:
1) “que temam a Deus”;
2) “que andes em todos os seus caminhos”;
3) “que O amem”; e,
4) “que O sirvam” (l0-12).

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 110


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

C - A Lei Santa de Deus e sua justiça inflexível enchem-nos


de temor, ao passo que a sua misericórdia e graça nos
inspiram a servi-lo.
D - Leis Referentes ao Culto e à Vida Santa (Caps. 12.1-
16.17)
1 - Precaução Contra a Idolatria (Caps. 12 e 13). Ao entrar
em Canaã, os israelitas estariam rodeados de idolatria; por
esse motivo Moisés os preparou para resistir a esta tentação e
lhes ordenou três coisas:
 deveriam destruir completamente todos os locais de
culto pagão para que a terra fosse santificada;
 deveriam prestar culto ao Senhor em um único lugar; e,
 deveriam disciplinar os que caíssem na idolatria.
2 - Deveres Finais e Religioso (Caps.14.1-16.17)
A - Como povo consagrado ao Senhor os israelitas deviam
manifestar a santidade em todos os aspectos de suas vidas.
B - Esta santidade devia expressar-se de varias formas:
1) Não deviam praticar os costumes pagãos (14.1);
2) Deviam comer somente o que era limpo (14.3-21);
3) Deviam oferecer a Deus os dízimos e as ofertas (14.22-
29);
4) Deviam cancelar as dívidas no ano da remissão (15.1-6,
12-18); e,
5) Deviam fazer anualmente as três peregrinações ao
centro religioso para celebrar as três festas sagradas (16.1-7)
3 - Leis de Justiça e de Humildade (Caps. 16.18-17.13)
A - Israel era governado por uma Teocracia (teo - Deus, e
cracia - governo), isto é governo de Deus, as funções civis e
religiosas se uniam para que todos ficassem sob a direção de
Deus.
B - Administração da Justiça (Caps. 16.18-17.13). Os juizes
seriam escolhidos pelo povo israelitas, este s juizes como
representante de Deus, protetores dos direitos do povo,
deviam julgar com imparcialidade.
C - Instruções acerca do Rei (Cap.17.14-20). No devido tempo,
Deus daria um rei a Israel, por isso Moisés antecipava as
condições sob as quais haveria de estabelecer o seu reinado:
1) O rei deveria ser eleito por Deus;
2) O rei deveria ser um israelita, e não estrangeiros;

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 111


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

3) O rei não deveria depender do poder militar, nem de


alianças com outras nações, deveria sim, depender do poder
divino, depender de Deus;
4) O rei não deveria tomar para si muitas mulheres, ele
deveria ser um homem espiritual, e não sensual;
5) O rei não devia amontoar riquezas para si, isto é, não
devia usar seus bens com finalidades egoístas, mas para
servir ao povo de Deus; e,
6) O rei devia escrever para si, uma copia da Lei de Deus.
4 - As Porções dos Levitas (Cap.18.1.8)
A - Considerando que o Senhor protegeu a vida dos
primogênitos na noite da páscoa, estes Lhes pertenciam
(Êx.13-12.11.16).
B - Deus tomou os levitas em lugar dos primogênitos
(Nm.3.ll.12), para servir no tabernáculo, ensinar a Lei e ajudar
os sacerdotes, portanto, não receberam território como as
demais tribos “O Senhor é a sua herança”.
C - Eles estariam dispersos por todas as partes de Israel, a fim
de que seus serviços estivessem ao alcance de todos o povo,
por isso deveriam ser sustentados pelas ofertas e dízimos dos
israelitas.
5 - Os Profetas e os Falsos Profetas (Cap.18. 9.22)
A - Encontramos aqui a promessa de Deus de que levantaria
uma ordem de profetas, com isto Ele proíbe os israelitas de
recorrer a adivinhos e feiticeiros, além disto Moisés ordenou
aos israelitas que erradicassem por completo a prática de
adivinhação, de espiritismo e de magia.
B - O homem que se lança ao oficio profético sem ser chamado
por Deus, é um falso profeta (18.20)
C - Os autênticos profetas não profetizariam de seu próprio
coração, mas falariam as palavras que Deus lhes dissessem
(18.22)
D - As palavras proféticas cumprir-se-ão infalivelmente
(18.22), e finalmente, o verdadeiro profeta honraria a palavra
escrita de Deus (Is.8.19.20).
6 - As Cidades de Refúgio (Cap.19.1.14).
A - Quando alguém ferisse ou matasse uma pessoa por
acidente, poderia ser morto pelo parente mais próximo da
vítima, este parente era chamado de “vingador do sangue”.
Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 112
O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

B - Para a pessoa culpada da morte de alguém, sendo esta


morte acidental, Moisés indicou três cidades ao Oriente do
Jordão, que serviria de asilo, aos fugitivos, e depois Josué
separou outra três ao Ocidente do Jordão.
C - Quando o fugitivo chegava a cidade de refúgio, os anciãos
das cidades julgavam o caso para ver se tinha ou não culpa do
crime, se havido matado com má intenção ou casualmente,
para ficar seguro dentro da cidade.
D - Dentro dos limites da cidade o fugitivo tinha garantia de
vida, porém ao sair dos limites da cidade o vingador de sangue
poderia matá-lo, sem sofrer pena alguma, por partes dos
israelitas, e familiares da vítima.
E - O fugitivo tinha de ficar na cidade até a morte do sumo
sacerdote, só com a morte deste, é que o fugitivo tinha a
liberdade de voltar ao seu lar.
7 - Leis Diversas (Caps.19.15-26.19). Uma vez que as leis
encontradas nestes capítulos são muitas e a maioria delas
corresponde a uma época já passada, consideraremos
algumas delas.
A - A Lei se mostra atenciosa quanto ao serviço militar (20. 5-
8), aquele que acabava de construir uma casa nova, ou de
semear uma vinha, ou de contrair matrimonio, estava isento
do serviço militar, e também não se aceitavam os medrosos,
pois não seriam bons guerreiros e seu medo seria contagioso.
B - Os israelitas deviam destruir completamente os cananeus
e suas cidades (20.16 -18). O propósito era que a religião do
Senhor não fosse contaminada com os costumes pagãos.
C - Os israelitas deviam manter diferenças de vestimentas
entre os sexos (22.5). Dada a similaridade dos atavios
masculino e feminino, era necessário poder distinguir entre
ambos.
D - A escravidão, o concubinato, a poligamia e o divórcio eram
tolerados, mas restritos (21.10-17; 23.15,16; 24.1-4 Êx.21.2-
11), Moisés não instituiu o divórcio mas tolerava, era costume
arraigado já em Israel (Mt.19.8).

CUIDADO
“Profecia Sobre o Futuro de Israel” (Caps.27.34).
1- Bênçãos e Maldições (Caps. 27-30). Moisés explica
pormenorizadamente as bênçãos e as maldições que
Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 113
O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

acompanham o pacto do Sinai e convida a nova geração a


renová-lo; todavia, a ratificação final do pacto com o Senhor
seria feita em Canaã depois de atravessar o rio Jordão.
I - A promulgação da Lei em Ebal. (Cap.27).
A - Ao entrar na terra prometida, Israel tinha de passar
pelo vale entre os montes Ebal e Gerizim, este vale forma um
anfiteatro natural, ideal para proclamar a lei ante uma
multidão, aqui deviam apresentar sacrifícios de holocausto e
ofertas de paz, o holocausto significava consagração, e a oferta
de paz, significa comunhão com Deus, desta maneira, ao
entrar na terra, os israelitas se consagrariam ao Senhor e
gozariam da comunhão com ele.
B - Seis das tribos iam tomar posição sobre o monte Ebal
e as outras seis sobre Gerizim, quando os levitas lessem as
maldições, os israelitas situados no monte Ebal responderiam
com “Amém”, quando lessem as benção, as tribos que
estavam sobre Gerizim responderiam da mesma forma
(Js.8.33.34), dessa forma, antes de conquistar Canaã, os
israelitas teriam gravadas em seus corações as condições que
determinariam a benção ou a maldição.
C - Sanções da Lei, Benção e Maldições (Cap.28).
1 - Moisés enumera extensamente e com vários detalhes as
benção e as maldições, de modo que a entrada dos israelitas
na terra prometida e a escolha de seu destino estava diante
deles, a obediência traria bênção e a desobediência,
acarretaria maldição.
A - A obediência traria as seguintes bênçãos a Israel
(Cap.28.1.14):
1) Prosperidade extraordinária e geral (vs.2.6);
2) Livramento dos inimigos (v.7);
3) Abundância de produção (vs.8.11.12);
4) Bênçãos espirituais (vs.9.10);
5) Proeminência entre as nação (vs. 1.10.13).
B - A desobediência traria as seguintes maldições
(Cap.28.15.68):
1) Maldições espirituais (vs.16-20);
2) Peste (vs.21.22);
3) Estiagem (vs.23.24);
4) Derrota nas guerras (vs.25.33);
Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 114
O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

5) Praga (vs.27.28.35);
6) Calamidade (v.29);
7) Cativeiro (vs.36.46);
8) Invasões dos inimigos;
9) Devastação da terra (vs.47.52);
10) Canibalismo em tempo do cerco (vs.5357);
11) Pragas. (vs.58.62);
12) Dispersão entre as nações. (vs. 63-68).
2 - Último discurso de Moisés, convite para renovar o
pacto (Caps. 29,30).
A - Moisés apela pessoalmente para essa geração a fim de que
reassumam o pacto e jurem ser leais, ele prediz a apostasia de
Israel e seu castigo; experimentarão a benção e a maldição; e,
finalmente, a graça de Deus abriria a porta para o
arrependimento e para o perdão.
B - Moisés apresenta a Israel duas alternativas: servir ao
Senhor ou servir aos seus inimigos, e se deixar o Senhor,
Israel será presa dos invasores.
3 - Últimos dias de Moisés (Caps. 31.34).
A - Últimas disposições (Cap.31.1.29). Ao completar cento e
vinte anos, o grande dirigente sabia que lhe restava pouco
tempo antes de morrer, por isso animou os israelitas a
esforçarem-se para tomar posse de Canaã, colocou Josué
como seu sucessor, entregou o livro da lei aos levitas para ser
guardado junto da Arca da Aliança no Lugar Santíssimo.
B - O cântico de Moisés (Caps.31.30.33.47). Após cruzar o
mar vermelho Moisés havia entoado um hino ao Senhor
(Ex.15.1 Ap.15.3) e agora quando está prestes a concluir sua
carreira, compõe outro cântico de júbilo ao Senhor, este
cântico recebe o nome de “chave de toda a profecia”, é que ele
conta o nascimento e a infância de Israel, sua integridade e
apostasia, seu castigo e restauração, por outro lado, o tema é
o nome de Deus, sua terna solicitude por seu povo, sua
justiça e misericórdia, encontram-se algumas figuras de muito
interesse neste cântico. Deus é designado como “Rocha” de
Israel (32.4.18.30.31), metáfora expressiva do poder e
estabilidade divina, mostrando que Deus era o refugio e o
defensor de seu povo, em tempos de ataque, as pessoas em
perigo costumavam, às vezes, subir nas penhas de onde
podiam defender-se mais facilmente; por isso se considerava a

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 115


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

rocha lugar propício de refugio e assim era Deus “A Rocha”, de


Israel..
C - Moisés ilustra o cuidado carinhoso e extraordinário de
Deus para com seu povo no deserto empregando figuras
poéticas Israel é: “a porção do Senhor” e “sua herança”(32.9),
isto indica que Deus preservou para si a Israel como herança
Especial.
D - Moisés abençoa as tribos (Cap.33).
1) Pouco antes de subir ao monte Nebo para contemplar a
terra prometida e morrer, Moisés abençoou as tribos de Israel.
2) A última bênção de Moisés e a última bênção de Jacó é um
contraste entre si, é que Jacó sintetizou a história da conduta
de seus filhos que às vezes foi triste e humilhante, já Moisés,
pelo contrário, passa por alto os pecados deles e apresenta a
graça que Deus revelou a seu favor.
3) Como se explica a diferença entre as bênçãos, uma vez que
ambas se referem às tribos de Israel? Jacó contempla seus
filhos do ponto de vista pessoal; Moisés os vê segundo a
relação que existiam com Senhor em virtude do concerto, as
bênçãos são as seguintes:
a) Para Rúben, que havia perdido a primogenitura Moisés
pediu a multiplicação de seus filhos.
b) Judá teria grande poder; seria como o que toma a dianteira
nas ações militares contra os inimigos de Israel.
c) Levi recebeu o sacerdócio e o ministério de consultar ao
Senhor em paga por seu zelo pela causa do Senhor na ocasião
em que Moisés decretou a morte dos impenitentes adoradores
do bezerro de ouro.
d) Moisés contemplou a tranqüilidade futura de Benjamim ao
habitar nos montes.
e) Acerca das tribos de José, Efraim e Manassés, foi
profetizada a fertilidade de sua terra e também sua grande
força, semelhante a de um búfalo.
f) Zebulom e Issacar prosperariam no comercio na costas do
mar.
g) Dã seria valente e forte como um leão jovem, que chega à
plenitude de sua força.
h) Naftali receberia uma terra fértil na região do mar da
Galiléia.
i) Aser possuiria grande abundância de oliveiras e segurança.
E - A morte de Moisés (Cap. 34).
Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 116
O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

1) Como parte da recompensa por sua fidelidade, Deus


permitiu a Moisés contemplar a terra prometida do topo do
monte Nebo, mas por sua desobediência no incidente das
águas de Marimbá não se lhe permite entrar em Canaã. Isto
demonstra que embora Moisés seja o libertador, não é o
libertador por excelência, pois não pôde alcançar para seu
povo a vitória final.
2) Deus levou o espírito de Moisés consigo e sepultou o
corpo em um lugar desconhecido dos israelitas, se o lugar de
seu sepultamento fosse conhecido, o povo o teria convertido
em um santuário idólatra. Em virtude da morte de Moisés,
muitos crêem que foi Josué quem escreveu este último
capítulo como tributo final a Moisés.
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LIVROS
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Ensina-me os teus Caminhos – Artur, Kay. - São Paulo,
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Estudo no Livro do Gênesis – Mesquita, Antonio Neves - 5a
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Estudo nos Livros de Números e Deuteronômio – 2a Ed.,
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Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 118


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

Princípio - Rumo ao Começo da Criação – Milarch, Wilson -


Rio de Janeiro, CPAD., 1987, 93 p.
O Plano Divino Através dos Séculos – Olson, N.Lawrence -
10a Ed., Rio de Janeiro, CPAD., 1989, 187 p.
Através da Bíblia Livro por Livro – Pearlmam, Myer - 6a Ed.,
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Introdução ao Estudo do Velho Testamento – Rilley, Jonh
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Introdução ao Antigo Testamento – Sallin, Emet - 3a Ed.,
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São Paulo, Instituto Bíblico Brasileiro, 1949, 254 p.
Visão Panorâmica da Bíblia – Tidwell, J. B. - São Paulo,
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Números Introdução e Comentário – Wenhan, Gordon - São
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Povo, Terra e Deus – Wright, Cristopher J.H. - São Paulo,
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COMENTÁRIOS
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Paulo, Editora Vida Nova, 1963, 740 p.
Comentário Bíblico - Moody Charles F. Pfeiffer, 4a Ed., São
Paulo, Impressa Batista Regular, 1993, 268 p., vol. 1
Comentário Bíblico Devocional -F. B. Meyer, Minas Gerais,
Editora Betânia, 1993, 460 p.
Comentário Broadman - Allen, Cliflon Juerp, 1986, 554 p.
vol. 1
Manual Bíblico - H. H. Halley

Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD 119


O Pentateuco, A Lei de Deus Para o Homem.

Um comentário Abreviado da Bíblia - São Paulo, 1970, 768


p.
DICIONÁRIOS
Novo Dicionário da Bíblia - J. D. Douglas, Organizador, 9a
Ed., São Paulo Editora Vida Nova 1962, 1680 p., vols. l e 2
Dicionário Internacional de Teologia do Antigo
Testamento - R. Laird Harris,
Organizador, São Paulo, Editora Vida Nova, 1998, 1790 p.
Dicionário Bíblico Universal - A. B. Buckland, 3o Ed., São
Paulo, Editora Vida,1981, 453 p.
Pequena Enciclopédia Bíblica - Orlando S. Boyer, 8o Ed.,
IBAD., São Paulo, 1985, 806 p.
VERSÕES BÍBLICAS
Almeida Revista e Corrigida
Almeida Revista e Atualizada
Almeida Versão Revisada
Versão Contemporânea
A Bíblia de Jerusalém
A Bíblia na Linguagem de Hoje

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