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Resumo de Direito das Sucessões

1. Introdução
Este trabalho de recuperação tem por finalidade apresentar, resumidamente,
os pontos essenciais do Direito das Sucessões. O resumo foi feito a partir de
anotações de aula, sinopse de livros e fichamento de artigos sobre o
assunto. E a relação de pontos essenciais foi obtida no Sistema Júpiter que
apresenta a ementa e o conteúdo de todas as disciplinas ministradas na
Faculdade de Direito da USP.

Portanto, é um trabalho acadêmico de recuperação cuja finalidade é revisar


a matéria Direito das Sucessões.

2. Conceito e fundamento do direito das


sucessões
Direito das Sucessões é o conjunto de normas que disciplinam a
transferência do patrimônio (ativo e passivo - créditos e débitos) de alguém,
depois de sua morte, em virtude de lei ou testamento. Está regulado nos
arts. 1.784 a 2.027 CC. A Constituição Federal assegura o direito de herança
(artigo 5º, XXX).

O fundamento do direito sucessório é a propriedade, conjugada ou não com


o direito de família.
3. Da sucessão em geral
A sucessão pode ser classificada em:

Sucessão Legítima (ou ab intestato) —> decorre da lei; morrendo a


pessoa sem testamento transmite-se a herança aos herdeiros legítimos
indicados pela lei. Também será legítima se o testamento caducar ou for
declarado nulo.

Sucessão Testamentária —> ocorre por disposição de última vontade


(testamento). Havendo herdeiros necessários (cônjuge sobrevivente,
descendentes ou ascendentes), o testador só poderá dispor de metade da
herança (art. 1.789 CC). A outra metade constitui a "legítima", assegurada
aos herdeiros necessários. Não os havendo terá plena liberdade de testar.
Mas se for casado sob o regime da comunhão universal de bens (art. 1.667
CC) o patrimônio do casal será dividido em duas meações e a pessoa só
poderá dispor da sua meação.

Nosso ordenamento proíbe qualquer outra forma de sucessão,


especialmente a contratual. São proibidos os pactos sucessórios, não
podendo ser objeto de contrato a herança de pessoa viva (art. 426 do C.C. -
pacta corvina). No entanto admite a cessão de direitos.

A título universal —> o herdeiro é chamado para suceder na totalidade da


herança, fração ou parte dela, assumindo a responsabilidade relativamente
ao passivo. Ocorre tanto na legítima como na testamentária.

A título singular —> o testador deixa ao beneficiário um bem certo e


determinado (legado). O herdeiro não responde pelas dívidas da herança.

4. Abertura da sucessão, aceitação e


renúncia da herança
A Abertura da Sucessão (também chamada de delação ou devolução
sucessória) se dá no momento da constatação da morte comprovada do de
cujus (expressão latina abreviada da frase de cujus successione agitur -
aquele de cuja sucessão se trata, ou seja, a pessoa que faleceu; de cujus
também é chamado de autor da herança).

O Princípio Básico do Direito das Sucessões é conhecido como Droit de


Saisine (direito de posse imediata), ou seja, transmite-se automaticamente e
imediatamente, o domínio e a posse da herança aos herdeiros legítimos e
testamentários do de cujus, sem solução de continuidade (ou seja, sem
interrupção) e ainda que estes (os herdeiros) ignorem o fato (art. 1.784 CC).
Não necessita da prática de qualquer ato. No entanto deve-se proceder a um
inventário para se verificar o que foi deixado e o que foi transmitido.

Só se abre sucessão se o herdeiro sobrevive ao de cujus. O herdeiro que


sobrevive ao de cujus, ainda que por um instante, herda os bens por ele
deixado e os transmite aos seus sucessores, se falecer em seguida. Há
necessidade de apuração da capacidade sucessória.

Além disso, é válido frisar que o herdeiro sucede a título universal e o


legatário a título singular.

Aceitação da herança ou adição - (arts. 1.804 e seguintes do CC) - é o ato


jurídico unilateral pelo qual o herdeiro (legítimo ou testamentário) manifesta
livremente o desejo de receber a herança que lhe é transmitida. A aceitação
consolida os direitos do herdeiro. É também indivisível e incondicional
porque não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte e sob condição
ou a termo, isto para se preservar a segurança nas relações jurídicas; a
aceitação deve ser pura e simples. Não pode haver retratação da aceitação
da herança. No entanto pode ser anulada e revogada, se após a sua
ocorrência se verifica que o aceitante não é herdeiro.

A aceitação pode ser classificada em:

• expressa - declaração escrita (pública ou particular).


• tácita - atos compatíveis com a aceitação da qualidade de herdeiro.

• presumida - quando o herdeiro permanece silente, depois que é notificado


para que declare se aceita ou não a herança.

Renúncia da herança - Consiste no ato jurídico unilateral pelo qual o


herdeiro declara expressamente que não aceita a herança a que tem direito,
despojando-se de sua titularidade. É ato solene, devendo ser feito por
escritura pública (perante o tabelião) ou termo nos autos (perante o juiz).

Se o herdeiro "renunciar" em favor de outrem, isto não se configura em uma


renúncia propriamente dita. Na verdade é uma aceitação e imediata
transmissão, havendo a incidência de tributação causa mortis e também inter
vivos. Também é chamada de renúncia translativa. A renúncia válida é a
abdicativa, isto é, cessão gratuita, pura e simples.

Requisitos para a renúncia:

• Capacidade jurídica do renunciante. Os incapazes não podem renunciar,


senão por seu representante legal, autorizado pelo Juiz.

• Forma prescrita em lei; sempre por escrito (escritura pública ou ato judicial);
não há renúncia tácita nem presumida.

• Impossibilidade de repúdio parcial da herança. Esta é indivisível até à


partilha.

• Respeito a direitos de eventuais credores. Se a renúncia prejudica


credores, estes podem aceitar a herança.

• Se o renunciante for casado, depende de outorga (uxória ou marital), pois o


direito à sucessão é considerado bem imóvel.

Efeitos da renúncia:

• O renunciante é tratado como se nunca tivesse sido chamado à sucessão;


seus efeitos retroagem à data da abertura da sucessão. O que repudia a
herança pode aceitar legado.
• O quinhão hereditário do repudiante, na sucessão legítima, transmite-se de
imediato aos outros herdeiros da mesma classe (direito de acrescer). Os
descendentes do renunciante não herdam por representação. No entanto se
ele for o único da classe seus filhos herdam por direito próprio e por cabeça.

• O renunciante não perde o usufruto e nem a administração dos bens que,


pelo seu repúdio, foram transmitidos aos seus filhos menores.

• A renúncia da herança é irretratável e irrevogável.

5. Herança jacente e vacante (Arts 1819


a 1823)
Para falar em herança jacente e vacante é necessário falar em sucessão do
Município, do Distrito Federal e da União. Na verdade a administração
pública não é herdeira, não lhe é dado o direito de saisine, isto é, não se
torna proprietária dos bens da herança no momento da morte do de cujus,
como acontece com os demais herdeiros.

Quando o falecido não deixar testamento nem herdeiros conhecidos ou


quando estes repudiarem a herança, os bens irão para o Município ou
Distrito Federal (se localizados nas respectivas circunscrições) ou União (se
situados em Território Federal). Mas não de imediato. Há um procedimento
legal:

Herança Jacente

Falecendo uma pessoa na situação acima, seus bens são arrecadados.


Nomeia-se uma pessoa (curador) para conservá-los e administrá-los. A
característica principal da herança jacente é a transitoriedade da situação
dos bens. Não goza de personalidade jurídica; é uma universalidade de
direito. São expedidos editais convocando eventuais sucessores. Após a
realização de todas as diligências, não aparecendo herdeiro e decorrido um
ano após o primeiro edital, haverá a declaração de vacância.
Herança Vacante

Superada esta primeira fase, os bens passam, então, para a propriedade do


Estado (em sentido amplo). Mas ainda não de forma plena, mas apenas
resolúvel (propriedade resolúvel —> é a que pode se "resolver", ou seja, se
extinguir). Somente após 05 (cinco) anos da abertura da sucessão a
propriedade passa para o domínio público (Município, Distrito Federal ou
União). Comparecendo herdeiro, converte-se a arrecadação em inventário
regular.

O Poder Público, pelo atual Código, não consta mais do rol de herdeiros
apontados na ordem de vocação hereditária. É, portanto, um sucessor
irregular, desde que haja sentença que declare a vacância dos bens.

6. Exclusão por indignidade


Indignidade (arts. 1.814/1.818 CC) é uma espécie de incapacidade
sucessória que priva uma pessoa de receber a herança. É uma pena civil,
criada pelo legislador, atingindo os herdeiros necessários, os legítimos e os
testamentários. A pena de indignidade só alcança o indigno, sendo
representado por seus sucessores, como se morto fosse. São excluídos por
indignidade os herdeiros ou legatários que:

a) houverem sido autores, co-autores ou partícipes em crime de homicídio


doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu
cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente.

b) houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança, ou


incorreram em crime contra a sua honra (calúnia, difamação e injúria), ou de
seu cônjuge ou companheira (o).

c) por violência ou fraude, a inibiram ou obstaram o autor da herança de


livremente dispor dos seus bens por ato de última vontade.
Os descendentes do indigno herdam como se ele fosse falecido
(representação). O indigno não terá direito ao usufruto nem administração
dos bens que seus filhos menores herdaram. A exclusão do herdeiro, ou
legatário, em qualquer desses casos de indignidade, será declarada por
sentença em ação ordinária, movida por quem tenha interesse na sucessão
(art. 1.815 CC). O prazo é de 04 (quatro) anos, sob pena de decadência. Os
efeitos da sentença declaratória de indignidade retroagem (ex tunc) à data
da abertura da sucessão, considerando o indigno como pré-morto ao de
cujus.

Reabilitação - O art. 1.818 CC permite ao ofendido reabilitar o indigno,


desde que o faça de forma expressa em testamento ou outro ato autêntico
(ex.: escritura pública). É o perdão do indigno.

7. Sucessão legítima
Arts 1829 – 1844 do Código Civil. Sucessão Legítima é aquela em que o de
cujus faleceu sem testamento (ou ab intestato), ou o testamento deixado
caducou, ou é ineficaz. Há uma relação preferencial das pessoas que são
chamadas a suceder o finado. Se deixou testamento, mas havia herdeiro
necessário, é possível que ocorra uma redução das disposições
testamentárias para respeitar a quota dos mesmos, prevista em lei.

Portanto, na sucessão legítima os herdeiros são apresentados pelo


legislador e essa seqüência é denominada ordem de vocação hereditária.

8. Vocação dos herdeiros legítimos


Arts 1829 – 1844 do Código Civil. O chamamento dos sucessores é feito de
acordo com uma seqüência denominada ordem de vocação hereditária, que
é uma relação preferencial, estabelecida pela lei, das pessoas que são
chamadas para suceder o de cujus na sucessão legítima.
Classes: 1ª descendentes + cônjuge; 2ª ascendentes + cônjuge; 3ª cônjuge;
4ª colaterais até 4º grau. (Art 1829)

Descendentes: mais próximos excluem mais remotos. Os de mesmo grau


sucedem nos mesmos direitos, sucessão por cabeça e não por estirpe.

Ascendentes: mais próximos excluem remotos. Não há distinção entre linha


materna e paterna (Art 1836, § 2º), o que interessa é o grau. Não há direito
de representação para ascendentes (Art 1852).

Colaterais: mais próximos excluem mais remotos, exceção: direito de


representação para filho de irmão pré-morto. Irmãos germanos ou bilaterais
e irmãos unilaterais: os últimos têm metade do quinhão dos primeiros (Art
1841 e ss). Tio e sobrinho são colaterais de 3º grau, na falta de outros
herdeiros, a herança deveria ser dividida entre eles, porém o direito
sucessório estabelece que sobrinho exclui tio da sucessão, pois, devido ao
direito de representação, o sobrinho entra no lugar do irmão pré-morto, que é
um colateral de 2º grau, enquanto o tio, por ser ascendente, não possui
direito de representação, se mantendo no 3º grau, como mais próximos
afastam mais remotos, logo, sobrinho exclui tio (Arts 1840, 1843 caput e
1851 ss).

Observações importantes:

1. Uma classe só será chamada quando faltarem herdeiros da classe


precedente. Exemplo: os ascendentes só serão chamados na sucessão se
não houver descendentes.

2. Dentro de uma classe, o grau mais próximo, em princípio, exclui o mais


remoto. Exemplo: o de cujus deixou um filho e este possui dois filhos (que
são netos do de cujus); a herança irá somente para o filho, excluindo, neste
caso, os netos.

3. Os descendentes, os ascendentes e o cônjuge sobrevivente são


considerados herdeiros necessários; neste caso o testador só poderá dispor
por testamento de metade da herança. Isto é, metade de seus bens irá
obrigatoriamente para os herdeiros necessários (salvo alguma hipótese de
deserdação). A outra metade ele poderá dispor em testamento.

4. Todos os filhos herdam em igualdade de condições (Constituição Federal,


art. 227, § 6°: "Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por
adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer
designações discriminatórias relativas à filiação"). Assim, um filho não pode
ser chamado de adulterino ou bastardo. Tanto faz seja ele proveniente de
um casamento ou de uma relação extraconjugal: é filho do mesmo jeito e
terá direito à herança.

5. Se houver um testamento essa ordem pode não prevalecer exatamente


desta forma, ou seja, pode haver algumas modificações.

9. Direito de representação (Arts. 1851


a 1856)
Dá-se o direito de representação quando a lei chama certos parentes do
falecido a suceder em todos os direitos, em que ele sucederia, se vivesse
(art. 1.851 CC). Só tem aplicação na sucessão legítima.

Exemplo: A faleceu deixando 05 filhos. Dois deles (B e D) faleceram


anteriormente (ou seja, antes de A). Um desses (B) tinha um filho (G) e o
outro (D) tinha dois filhos (H e I).

Cada um dos filhos de A irá receber 20% do patrimônio do pai. G


representará seu pai na herança de seu avô e receberá a totalidade que seu
pai receberia (20%). No entanto H e I representam D e irão herdar apenas
10% cada um da totalidade da herança. Os filhos herdam por cabeça ou por
direito próprio. Já os netos herdam por estirpe ou por direito de
representação.
Mas neste mesmo exemplo se todos os filhos já fossem pré-mortos,
concorrendo apenas os netos, todos do mesmo grau, a sucessão não seria
mais deferida por representação (ou estirpe), mas por cabeça. Assim, como
só há três netos, cada um herdará um terço da totalidade da herança. Essas
cotas chamam-se avoengas, por serem transmitidas diretamente do avô
para os netos.

O direito de representação se aplica ao herdeiro pré-falecido e também ao


excluído por indignidade ou deserdação.

Somente se verifica o direito de representação na linha reta descendente


(operando-se ad infinitum), nunca na ascendente (art. 1.852 CC). Na linha
colateral, só ocorrerá em favor dos filhos de irmãos do falecido (sobrinhos),
quando com irmão deste concorrerem. Mas não há representação na
renúncia nem na herança testamentária, não se aplicando, também aos
legados.

10. Sucessão testamentária e


Testamento
Sucessão Testamentária é aquela em que a transmissão hereditária se
opera por ato de última vontade, revestido da solenidade requerida por lei.
Em outras palavras, é a sucessão que se faz por meio de um testamento.
Permite a instituição de herdeiro (sucessor a título universal) ou legatário
(sucessor a título singular). Como já vimos, tem certas limitações, pois deve
respeitar a legítima (que é a parte que cabe aos herdeiros necessários).

A sucessão testamentária rege-se pela:

• Lei vigente no momento da feitura do testamento, que regula a capacidade


testamentária ativa e a forma do ato de última vontade.

• Lei que vigorar ao tempo da abertura da sucessão, que rege a capacidade


testamentária passiva e a eficácia jurídica do conteúdo das disposições
testamentárias.

Testamento — é um ato personalíssimo, unilateral, solene e revogável pelo


qual alguém dispõe no todo ou em parte de seu patrimônio para depois de
sua morte.

O testamento serve também para a nomeação de tutores, reconhecimento


de filhos, deserdação de herdeiros, revogação de testamentos anteriores e
outras declarações de última vontade.

O testamento é ato unilateral e individual, não podendo ser feito em conjunto


com outra pessoa (é nulo o testamento conjuntivo). Proíbe-se, os pactos
sucessórios, ou seja, estipulações bilaterais, de feição contratual, em favor
dos estipulantes ou de terceiros, afastando-se a possibilidade de contratos
que tenham por objeto herança de pessoa viva (art. 426 C.C. - pacta
corvina). É ato personalíssimo, podendo ser revogado.

O testamento, por ser um negócio jurídico, requer para a sua validade


agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não defesa em lei. É um
negócio jurídico que requer uma série de solenidades. Caso não sejam
observadas, o ato será considerado nulo (conforme a regra geral do art. 166,
V do CC). Também é necessária a análise da capacidade testamentária
ativa e passiva.

Capacidade Testamentária Ativa

A capacidade testamentária ativa é a capacidade para fazer o testamento. O


Código Civil estabelece apenas como incapazes de testar (art. 1.860 CC): os
menores de dezesseis anos, os desprovidos de discernimento (ex.: os que
não estiverem em perfeito juízo, surdos-mudos, que não puderem manifestar
a sua vontade, etc.) e a pessoa jurídica.

Assim, podem testar o cego, o analfabeto, o pródigo, o falido, etc. Os


maiores de 16 anos, mas menores de 18 anos, apesar de relativamente
incapazes, podem testar, mesmo sem a assistência de seu representante
legal.

A incapacidade posterior à elaboração do testamento não o invalida. A


capacidade para testar deve existir no momento em que o testamento é feito,
pois a incapacidade superveniente não invalida o testamento eficaz. O
testamento do incapaz não pode ser convalidado com a superveniência da
capacidade.

Capacidade Testamentária Passiva

A capacidade testamentária passiva é a capacidade para adquirir por


testamento. Rege-se pela regra genérica de que são capazes todas as
pessoas, físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, maiores ou
menores, existentes ao tempo da morte do testador.

Não podem ser contemplados por testamento as coisas inanimadas, os


animais e as entidades místicas. Se o beneficiário do testamento já morreu
(pré-morto), a cláusula é considerada caduca.

São absolutamente incapazes para adquirir por testamento:

• Os indivíduos não concebidos (o nascituro possui capacidade, pois já foi


concebido) até a morte do testador, salvo se a disposição deste se referir à
prole eventual de pessoas por ele designadas e existentes ao abrir-se a
sucessão.

• As pessoas jurídicas de direito público externo relativamente a imóveis


situados no Brasil.

São relativamente incapazes para adquirir por testamento, proibindo que se


nomeiem herdeiros ou legatários:

• A pessoa que, a rogo, escreveu o testamento, seu cônjuge, seus


ascendentes, descendentes, e irmãos.

• As testemunhas do testamento.

• O concubinário (amante) do testador casado, salvo se este, sem culpa sua,


estiver separado de fato do cônjuge há mais de 05 anos.

• O tabelião, civil ou militar, o comandante, ou escrivão, perante o qual se


fizer, assim como o que fizer, ou aprovar o testamento.

Restrições do testamento

Não se pode dispor de mais da metade dos bens havendo herdeiros


necessários (descendentes, ascendentes e cônjuge sobrevivente), salvo se
os mesmo forem deserdados. As disposições que excederem à metade
disponível será reduzida ao limite dela. Reduzem-se também as doações
feitas em vida, que atingiram a legítima dos herdeiros necessários (são
chamadas doações inoficiosas).

Um testamento pode ser revogado por outro (de qualquer espécie), total ou
parcialmente. Não há uma hierarquia entre os testamentos.

11. Formas de testamento


1) ORDINÁRIO: a) Público; b) Particular; c) Cerrado

2) ESPECIAL: a) Militar; b) Marítimo; c) Aeronáutico

TESTAMENTO ORDINÁRIO
Testamento Público (arts. 1.864 a 1.867 CC)

Testamento público é o lavrado por tabelião em livro de notas, de acordo


com a declaração de vontade do testador, exarada verbalmente (o mudo não
pode) em língua nacional, perante o oficial. É o testamento mais seguro.
Porém tem o inconveniente de permitir a qualquer pessoa conhecer o seu
teor. Podem testar de forma pública: os analfabetos, os surdos (desde que
não sejam mudos). O cego só pode testar por testamento público. Só não
podem assim testar os mudos e os surdos-mudos.

Os requisitos essenciais dessa forma estão nos incisos do art. 1864 do CC.

Com a abertura da sucessão, o traslado é apresentado em juízo. Depois de


lido e não tendo vícios o Juiz ordena o registro e cumprimento.

Testamento cerrado (arts. 1.868 a 1.875 CC)

Testamento cerrado é o escrito em caráter sigiloso, feito e assinado pelo


testador ou por alguém a seu rogo, completado por instrumento de
aprovação lavrado por oficial público em presença de 02 (duas) testemunhas
idôneas. Também é chamado de secreto ou místico.

O analfabeto e o cego não podem testar desta forma. O surdo-mudo só


poderá fazer esse testamento se souber ler e escrever. Ao entregá-lo ao
oficial deve escrever na face externa "que é seu testamento cuja aprovação
lhe pede".

Contém quatro elementos:

a) Cédula testamentária - escrita pelo testador (ou alguém a seu rogo, desde
que não seja beneficiário), em caráter sigiloso. As disposições
testamentárias estão nesta fase.

b) Auto de entrega - o testador (não se admite portadores) entrega a cédula


ao tabelião na presença das testemunhas, que não precisam saber do teor
do testamento.
c) Auto de aprovação - lavrado pelo oficial público para assegurar a
autenticidade do ato; todos (oficial, testador, testemunhas) assinam o
instrumento.

d) Cerramento - o tabelião lacra o envelope com cera derretida, costura a


cédula com cinco pontos de retrós e lança pingos de lacre sobre cada um.
Após isso o tabelião entrega ao testador, lançando em seu livro nota do
lugar, ano, mês e dia em que o testamento foi aprovado e entregue.

Requisitos:

• Escrito (em língua nacional ou estrangeira - art. 1.871 CC) e assinado pelo
testador; pode ser escrito mecanicamente, desde que todas as páginas
sejam numeradas e autenticadas com sua assinatura (art. 1.868, parágrafo
único CC).

• Entregue ao oficial na presença de 02 (duas) testemunhas.

• Oficial pergunta se este é o testamento e exara o auto de aprovação,


tendo-o por bom, firme e valioso.

• Leitura do auto de aprovação.

• É cerrado (fechado e lacrado) e costurado.

Morto o testador, deve o testamento cerrado ser apresentado ao Juiz para as


formalidades da abertura, e para que o Juiz mande registrar, arquivar e
cumprir (arts. 1.125 e 1.126 do C.P.C.).

Observações:

1. Estão proibidas de usar este testamento as pessoas que não saibam ler
(analfabetos e cegos).

2. As testemunhas, ao contrário do testamento público, não sabem quais são


as disposições testamentárias.

3. Desvantagens: possui muitas formalidades, pode ser ocultado; qualquer


vício o invalida (ex: lacre rompido).
Testamento particular (arts. 1.876 a 1.880 CC)

O testamento particular (também chamado de aberto, ológrafo ou privado), é


o escrito pelo testador e lido em voz alta perante três testemunhas idôneas,
que também assinam. É a forma menos segura de se testar, porque
depende de confirmação em juízo pelas testemunhas. É permitido aos que
sabem ler e escrever. Não pode ser utilizado pelo cego, analfabeto e os
incapacitados de escrever.

Requisitos:

• Escrito de próprio punho pelo testador ou mediante processo mecânico (art.


1.876 CC) - neste caso não pode conter rasuras ou espaços em branco.

• 03 (três) testemunhas.

• Leitura do testamento pelo testador.

• Publicação, em juízo, após a morte do testador.

• Homologação do testamento pelo Juiz.

• Sobrevivência de pelo menos uma das testemunhas. Se as testemunhas


forem afirmativas (contestes) sobre o fato ou pelo menos da leitura perante
elas e reconheçam suas assinaturas o testamento será confirmado. Em
casos excepcionais o testamento sem testemunhas poderá ser confirmado
pelo Juiz, desde que se convença da sua veracidade.

Morto o testador, será publicado em juízo, com citação dos herdeiros


legítimos. Pelo menos uma das testemunhas deve reconhecer sua
autenticidade. Após isso e ouvido o Ministério Público o Juiz confirmará o
testamento.

TESTAMENTOS ESPECIAIS

São os de caráter provisório, feitos em situações de emergência.

Testamento Marítimo e Aeronáutico


O testamento marítimo ou aeronáutico consiste na declaração de vontade
feita a bordo de navios ou aeronaves de guerra ou mercantes, em viagem de
alto mar. Deve ser lavrado pelo comandante ou escrivão de bordo perante
duas testemunhas idôneas.

Observação: se o testador não morrer na viagem ou nos 90 dias


subseqüentes após o desembarque, o testamento perde a validade
(caduca).

Testamento Militar

Testamento militar é a declaração de última vontade feita por militares e


demais pessoas a serviço do exército em campanha, dentro ou fora do país.
Deve ser escrito por autoridade militar, na presença de duas testemunhas.
Admite a forma nuncupativa, isto é, feita por pessoa ferida; neste caso, pode
ser feito de viva voz na presença de duas testemunhas.

Em qualquer hipótese, se o testador não morrer na guerra ou nos 90 dias


subseqüentes em lugar onde possa testar na forma ordinária, o testamento
caducará.

Registro, Arquivamento e Cumprimento

Após a morte do testador, o testamento deve ser apresentado ao Juiz que o


mandará registrar, arquivar e cumprir, se não houver vício externo que o
torne suspeito de nulidade ou falsidade. Depois de efetuado o registro, o
mérito das disposições testamentárias será examinado no inventário ou em
ação ordinária própria.

12. Disposições testamentárias


O Código Civil Brasileiro dispõe de um Capítulo somente sobre as
Disposições Testamentárias, ou seja, aquelas coisas que podem ou não ser
ditas em testamentos.
A rigor, predomina o Princípio da Autonomia da Vontade do Testador, ou
seja, a maneira que ele dispor será absoluta quanto aos bens. Contudo, nem
mesmo a disposição de última vontade do de cujus poderá ferir a legislação,
nem mesmo a vontade do testador pode se opor à licitude da lei ou os
princípios morais.

Como sabemos, no testamento podem conter disposições patrimoniais ou


disposições exclusivamente pessoais. As disposições patrimoniais podem
ser encontradas mais facilmente nos testamentos comuns,e, até certos
autores vêem o testamento apenas como meio de disposição do patrimônio.
Contudo, existem também diversas disposições de ordem não patrimonial
que podem ser aditadas a um testamento, por exemplo, reconhecimento de
filho, nomeação de tutor, recomendações sobre o funeral, o destino do corpo
do de cujus, e outras relativas a direito pessoal.

Convém salientar que serão consideradas como não escritas quaisquer


cláusulas chamadas de derrogativas, aquelas onde o testador contraria o
Princípio da Irrevogabilidade do Testamento, ou dispensa qualquer das suas
solenidades.

Existem, contudo, uma variada gama de cláusulas possíveis de serem


apostas em um testamento.

Pode-se num testamento, instituir herdeiros, através de um antigo instituto


conhecido desde o Direito Romano como heredis institutio, válido ainda em
nosso ordenamento jurídico. Existem duas regras gerais, a primeira, onde
diz que somente o testador tem o poder de instituir os herdeiros, e a
segunda, é que não existem nenhuma restrição acerca da quantidade de
herdeiros. A Instituição de algum herdeiro gera efeitos imediatos, cabendo
aos herdeiros testamentários o direito à sua parte.

È lícito ao testador impor alguma condição sobre os bens dispostos em


testamento, de modo que podem haver condições que enquanto não forem
atendidas, o bem não se transmitirá. Por exemplo, um herdeiro testamentário
receberá o bem quando colar grau em curso superior.

Conforme a vontade do testador, podem ser apostos sobre os bens


determinados encargos, que podem variar indefinidamente. Podendo ser o
encargo em favor de terceira pessoa, ou da sociedade em geral.

O testador, da mesma forma, pode colocar no testamento, algumas razões


que levaram ele a realizar a divisão dos bens como foi feita, dá-se o nome
dessa disposição de Disposição Causal.

Finalmente, pode impor ônus e gravames sobre os bens que serão


herdados. Os mais conhecidos desses ônus são as cláusulas restritivas à
propriedade, que consistem na cláusula de incomunicabilidade,
inalienabilidade e impenhorabilidade. Sobre essas últimas, se faz necessário
que o disponente, no próprio instrumento, mencione um motivo bastante
justificado para a aposição dessas cláusulas no testamento.

13. Legados
Legado é a disposição testamentária a título singular, pela qual o testador
deixa a pessoa estranha ou não à sucessão legítima, um ou mais objetos
individualizados ou uma certa quantia em dinheiro. O legado é típico de
sucessão testamentária, recaindo sobre uma coisa certa e determinada (ex.:
deixo a meu amigo minha biblioteca; deixo a meu sobrinho o meu piano,
etc.).

O conceito jurídico atual de legado é um ato de liberalidade feita em


testamento a uma pessoa determinada, chamada de legatário.

O legatário não é obrigado a aceitar o legado, podendo renunciar tácita ou


expressamente. Os legados podem caducar (ex.: anulação do testamento;
alienação, modificação ou perecimento da coisa; falecimento do legatário
antes do testador; revogação; indignidade, etc.).
Enquanto a herança consiste na totalidade ou de uma fração ideal dos bens
do de cujus, como uma universalidade de bens, sendo considerada um único
bem imóvel, conforme o art. 80, II do CC, o legado é a sucessão que incide
sobre uma coisa certa e determinada. A herança é indefinida e o legado é
definido.

Quando o legado é deixado para um herdeiro legítimo, que passa a


acumular os papéis de herdeiro e legatário, é chamado de legado precípuo
ou prelegado.

O legado, quanto ao objeto, pode ser de coisas corpóreas ou incorpóreas,


crédito ou de quitação de dívidas, alimentos; usufruto, imóvel, dinheiro;
renda ou pensão periódica.

O legado de coisas pode se dar sobre uma coisa específica ou genérica, de


modo que, nesse último caso, a escolha somente será feita depois, pelo
legatário, ou outra pessoa designada pelo testador. Como a coisa legada é
definida apenas pelo gênero, o legado se cumprirá mesmo que tal coisa não
exista entre os bens do testador, segundo reza o art. 1.915 do CC. Além
disso, o código veda totalmente o legado de coisa alheia, conforme o
disposto no art. 1.912.

Também pode um crédito de propriedade do de cujus ser objeto de legado,


para se transferir ao legatário, de modo que o novo crédito agora seja devido
ao mesmo, de modo igual ao que ocorre em uma cessão de crédito. Pode
ser transmitida uma quitação de dívida ao legatário, e se transfere pela
própria entrega do instrumento de quitação do herdeiro para o legatário.

Os alimentos podem ser transmitidos por legado. Através dessa modalidade


de legado, cria-se uma relação jurídica que obriga o pagamento da pensão
alimentícia, como aquela devida aos filhos. Os alimentos devem
compreender o necessário à manutenção da vida do legatário (alimentado),
levando sempre em conta as circunstâncias e o meio-termo, de modo que o
valor estipulado dos alimentos não seja praticamente uma "esmola", mas
também não seja muito alto, de modo que seja um aproveitamento ilícito do
alimentado.

Em geral, os alimentos são fixados levados em conta as possibilidades do


alimentante e as necessidades do alimentado. Essa modalidade de legado
tem fulcro legislativo no art. 1.920 do CC: "O legado de alimentos abrange o
sustento, a cura, o vestuário e a casa, enquanto o legatário viver, além da
educação, se ele for menor."

O testador, se possuir plena propriedade de um bem, pode legar o seu


usufruto para uma terceira pessoa, de modo que essa fique no uso e fruição
do bem, em todo o prazo estipulado. Se não houver um prazo estipulado
pelo testador, há uma presunção iure et de iure de que este prazo seja
vitalício com relação ao legatário, conforme o disposto no art. 1.921.

Quanto ao legado de bem imóvel deve-se observar a disposição do


art.1.922: "Se aquele que legar um imóvel lhe ajuntar depois novas
aquisições, estas, ainda que contíguas, não se compreendem no legado,
salvo expressa declaração em contrário do testador”. E, no parágrafo único:
“Não se aplica o disposto neste artigo às benfeitorias necessárias, úteis ou
voluptuárias feitas no prédio legado”.

Pode-se também legar dinheiro. O pagamento deve ser feito logo após a
partilha, de forma que os juros correrão a partir do momento em que o
herdeiro pagador se constituir em mora, ou seja, no momento em que for
feito a partilha e o legatário não receber o dinheiro.

O Legado de Renda ou Pensão Periódica é o gênero do qual o legado de


Alimentos é espécie. Nesta modalidade, é legada uma renda, de caráter
vitalício ou não, renda esta fixada pelo próprio testador.

Há o legado alternativo quando o testador coloca duas ou mais opções de


legado ao herdeiro incumbido de cumprir o legado. Está amparado no art.
1.932 do Código: "No legado alternativo, presume-se deixada ao herdeiro a
opção."
O art. 1.924 do Código Civil assinala que o direito de pedir o legado não se
exercerá, enquanto se litigue sobre a validade do testamento, e, no legados
condicionais, ou a prazo, enquanto esteja pendente a condição ou o prazo
não se vença.

14. Direitos de acrescer entre os


herdeiros
Quando vários herdeiros ou legatários, pela mesma disposição
testamentária, forem conjuntamente chamados à herança em quinhões
determinados, e qualquer deles não puder (ex.: pré-morte, indignidade,
renúncia, etc.) ou não quiser aceitá-la, a sua parte acrescerá à dos outros
co-herdeiros ou co-legatários (salvo direito do substituto). Exemplo: A deixa
seus bens a B, C e D. Se um deles falecer antes de A, sua parte retornará
ao monte, acrescendo ao quinhão dos outros dois. Mesmo que D tenha
filhos estes não receberão os bens por representação.

Obs. Não haverá direito de acrescer se a cédula testamentária for declarada


nula ou anulada, caso em que subsistirá a sucessão legítima (art. 1.788 CC).

Requisitos

• Nomeação de co-herdeiro ou co-legatário, na mesma disposição


testamentária.

• Deixa dos mesmos bens ou da mesma porção de bens.

• Ausência de cotas hereditárias.

15. Herdeiros necessários e redução das


disposições testamentárias
Herdeiros Necessários não estão, obrigatoriamente, ligados a um tipo de
Sucessão. São assim considerados por ser uma qualidade dada somente a
alguns parentes próximos do de cujus, determinados pelo art. 1.845: "São
herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge."

Não é aquele somente tipificado em Lei, como o Herdeiro Legítimo. Como


possui a qualidade de necessário, a lei confere ao mesmo o direito à
Legítima. O de cujus de maneira alguma pode, por arbítrio próprio, se furtar
a transferir ao herdeiro necessário a Legítima a que este possui direito.
Contudo, nada impede que o herdeiro necessário renunciar a herança, na
conformidade da Lei.

Legítima e Metade Disponível do patrimônio do de cujus – Distinção

O patrimônio de uma pessoa, enquanto viva, pode ser dividido em duas


metades: a Legítima e a metade disponível. Entretanto, tal distinção somente
produzirá efeitos práticos se houverem herdeiros necessários em jogo
(Descendentes, Ascendentes e/ou Cônjuge sucessíveis).

A metade chamada de Legítima é aquela que a lei transmite


obrigatoriamente, e de maneira igual, aos herdeiros necessários, a não ser
que eles mesmos (e seus cônjuges, se houver), de maneira expressa,
renunciem à herança, por força do art. 1.846 do Código Civil: "Pertence aos
herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da herança,
constituindo a legítima."

No caso dessa ressalva, nem o próprio autor da herança poderá deixar de


transferir a Legítima para algum herdeiro necessário.

A outra metade do patrimônio, chamada de Metade Disponível, é aquela que


o autor da herança pode deixar para quem quiser, mediante um ato de
disposição de última vontade (Testamento ou Codicilo), a priori, não há
restrições visíveis quanto à forma de disposição da metade disponível,
contudo, mesmo a disposição de última vontade deve obedecer a certas
determinações emanadas da lei.
16. Substituições e fideicomisso
Substituição hereditária é a disposição testamentária na qual o testador
chama uma pessoa para receber, no todo ou em parte, a herança ou o
legado, na falta ou após o herdeiro ou o legatário nomeado em primeiro
lugar. O testador, prevendo a hipótese de um herdeiro ou legatário não
aceitar ou não poder aceitar a herança, nomeia-lhe substitutos.

Pode ocorrer nas hipóteses de premoriência (morrer primeiro), exclusão por


indignidade, renúncia, não implemento de condição imposta pelo testador,
etc.

Espécies de substituição:

1) Vulgar ou Ordinária

a) simples (ou singular)

b) coletiva (ou plural)

c) recíproca

2) Fideicomissária

3) Compendiosa

1 - Substituição Vulgar ou Ordinária - Ocorre a substituição vulgar quando


o testador designa uma ou mais pessoas para ocupar o lugar do herdeiro ou
legatário que não quiser ou não puder aceitar o benefício. Estabelece a
vocação direta (é uma substituição direta), pois o substituto herda
diretamente do de cujus, e não do substituído.

A substituição vulgar pode ser:

• Simples - quando é designado um só substituto ao herdeiro ou legatário.


Exemplo: deixo meus bens para "A". Se ele não quiser os bens irão para "B".

• Coletiva - quando há mais de um substituto. Exemplo: deixo meus bens


para "A". Se ele não quiser os bens irão para "B" e "C".
• Recíproca - quando o testador, ao instituir uma pluralidade de herdeiros ou
legatários, os declara substitutos uns dos outros (admite-se também a
nomeação de uma pessoa estranha). Exemplo: deixo meus bens para "A",
"B" ou "C". Se um deles não quiser (ou não puder aceitar) a quota dele irá
para os demais herdeiros (ou para uma outra pessoa, "D").

2 - Substituição Fideicomissária - O Fideicomisso é forma de substituição


indireta. Consiste a substituição fideicomissária na instituição de herdeiro ou
legatário com a obrigação de, por sua morte, a certo tempo ou sob condição
preestabelecida, transmitir a herança ou o legado a uma outra pessoa.
Estabelece-se uma vocação dupla: direta (para o herdeiro ou legatário
instituído, que desfrutará do benefício por um certo tempo estipulado pelo de
cujus) e indireta (ou oblíqua para o substituto). Exemplo: deixo minha
fazenda para A (que é meu caseiro há muitos anos), mas com a sua morte
estes bens passarão a ser dos filhos de B (que é irmão). Notem que neste
caso "B" não é herdeiro necessário do de cujos. Seus filhos são meus
sobrinhos.

Assim, no fideicomisso participam três pessoas:

a) fideicomitente - é o testador.

b) fiduciário (ou gravado) - é a pessoa que é chamada a suceder em primeiro


lugar e que deverá passar os bens para o fideicomissário; é titular da
propriedade resolúvel e pode praticar todos os atos inerentes ao domínio.

c) fideicomissário - é o último destinatário da herança ou legado. Segundo o


atual Código, o fideicomissário deve ser pessoa não concebida ao tempo da
abertura da sucessão. Caso o fideicomissário já tenha nascido, não haverá
fideicomisso, mas usufruto. O fideicomissário será o proprietário dos bens
fideicomitidos e o fiduciário passará à condição de usufrutuário, pelo tempo
de duração que fora previsto originalmente. Se o fideicomissário não nascer
a propriedade plena se consolida nas mãos do fiduciário.
O fideicomisso só pode ser instituído sobre a metade disponível, não
podendo comprometer a legítima. Possui três modalidades:

• vitalício - a substituição ocorre com a morte do fiduciário.

• a termo - a substituição ocorre no momento fixado pelo testador.

• condicional - quando depende de cumprimento de condição resolutiva.

Fideicomisso X Usufruto

Usufruto - é um direito real sobre coisa alheia, sendo que o domínio se


divide em duas partes, cada uma com seu titular (nu proprietário - direito de
dispor e reaver - e usufrutuário - direito de usar e fruir), que exercem seus
direitos simultaneamente.

Fideicomisso - é espécie de substituição testamentária em que as partes


(fiduciário e fideicomissário) exercem a propriedade plena, mas de forma
sucessiva, permitindo que se beneficie prole eventual.

3 - Substituição Compendiosa - A substituição compendiosa constitui um


misto de substituição vulgar e substituição fideicomissária. O testador dá
substituto ao fiduciário ou ao fideicomissário, prevendo que um ou outro não
queira ou não possa aceitar a herança ou o legado.

17. Deserdação
Deserdação é o ato unilateral pelo qual o de cujus exclui da sucessão,
mediante testamento com expressa declaração de causa, herdeiro
necessário, privando-o de sua legítima, por ter praticado alguma conduta
prevista na lei como causa.

Requisitos de Eficácia: A deserdação exige a concorrência dos seguintes


requisitos:

• Existência de herdeiros necessários.


• Testamento válido (só pode haver deserdação por testamento, sendo
proibido por escritura pública, instrumento particular, termo judicial ou
codicilo - veremos este termo mais adiante).

• Expressa declaração da causa prevista em lei.

• Propositura de ação ordinária.

Causas de Deserdação: Além das causas que autorizam a indignidade (art.


1.814 CC), acrescenta-se:

A) Deserdação dos descendentes por seus ascendentes (art. 1.962 CC):


ofensa física, injúria grave; relações ilícitas com a madrasta ou padrasto;
desamparo do ascendente, em alienação mental ou grave enfermidade.

B) Deserdação dos ascendentes pelos descendentes (art. 1.963 CC): ofensa


física; injúria grave; relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho
ou a do neto com o marido ou companheiro da filha ou o da neta; desamparo
do filho ou do neto com deficiência mental ou grave enfermidade.

Efeitos da Deserdação: Os efeitos da deserdação são pessoais, isto é,


atingem o herdeiro excluído, como se ele morto fosse. Mas os seus
descendentes herdam por representação, ante o caráter personalíssimo da
pena civil.

Não basta que o testador deserde o herdeiro. Cumpre aos outros herdeiros
promover, no prazo de 04 anos (contados da abertura do testamento) ação
de deserdação para confirmar a vontade do morto. O deserdado terá direito
de defesa. Não se provando o motivo da deserdação, o testamento produzirá
efeitos em tudo o que não prejudicar a legítima do herdeiro necessário.

Mera reconciliação do testador com o deserdado não gera ineficácia da


deserdação. Deve ser realizada a revogação por testamento (trata-se do
perdão).

Distinção entre Indignidade e Deserdação:


1) A exclusão por indignidade se refere à sucessão legítima e afasta da
sucessão tanto os herdeiros legítimos, quanto os testamentários,
necessários ou não, inclusive o legatário; a deserdação se refere à sucessão
testamentária, servindo apenas para privar da herança os herdeiros
necessários (descendentes, ascendentes e cônjuge), inclusive quanto à
parte legítima.

2) A exclusão por indignidade funda-se exclusivamente nos casos do art.


1.814 CC e a deserdação repousa na vontade exclusiva do autor da
herança, desde que fundada em motivo legal.

18. Revogação e do rompimento dos


testamentos
Sendo o testamento um ato jurídico, para que possa produzir efeitos
jurídicos, deverá satisfazer as condições genéricas (capacidade do testador,
objeto lícito e possível, forma solene e consentimento válido), sob pena de
nulidade e anulabilidade. Além disso, ainda existem causas que impedem o
testamento de produzir seus efeitos jurídicos:

• Revogação

• Rompimento

• Caducidade

• Nulidade Absoluta ou Relativa

Revogação

Revogação é o ato pelo qual o testador, conscientemente, torna ineficaz o


testamento anterior, manifestando vontade contrária à que nele se encontra
expressa. Um testamento só pode ser revogado por outro, mesmo que de
modalidade diversa (um testamento público pode revogar um cerrado; um
testamento particular pode revogar um cerrado, etc.). O importante é que o
novo testamento seja válido. No entanto é irrevogável o testamento na parte
em que o testador reconhece filho havido fora do casamento.

O testamento revogado não se restaura pelo fato deste ter sido revogado
posteriormente (não há repristinação no testamento).

Um codicilo não pode revogar um testamento, mas este pode revogar o


codicilo.

A revogação, quanto a sua extensão, pode ser classificada em:

a) total - o testamento superveniente retira a eficácia de todas as disposições


testamentárias anteriores.

b) parcial - retira algumas das disposições, subsistindo as demais.

Já quanto à forma utilizada, pode ser classificada em:

a) expressa (ou direta) - declaração inequívoca, explícita do testador —»


novo testamento revoga o anterior (pode ser total ou parcial).

b) tácita (ou indireta) —> quando o testador não declara que revoga o
anterior, mas há incompatibilidade entre as disposições deste e as do novo
testamento ou em caso de dilaceração ou abertura do testamento cerrado,
pelo testador, ou por outrem, com o seu consentimento, ou quando o testado
alienar voluntariamente a coisa legada.

Rompimento

É a inutilização do testamento por perda de validade em razão da ocorrência


de certos fatos previstos em lei. Exemplo: superveniência de descendente
sucessível ao testador, que o não tinha ou não o conhecia quando testou ou
quando o testamento foi feito na ignorância de existirem outros herdeiros
necessários. O testador não teria disposto de seus bens em testamento se
soubesse da existência de algum herdeiro necessário. Também é chamado
de revogação presumida (o testamento é chamado de rupto).

Caducidade
Ocorre a caducidade quando as disposições testamentárias não
prevalecerão, embora válidas, pela ocorrência de obstáculo superveniente.
Exemplo: herdeiro morreu antes do testador; herdeiro renuncia ou foi
excluído; perecimento da coisa legada, etc. Caducará o testamento marítimo
e o militar, três meses após o momento em que o testador podia testar de
forma ordinária e não o fez.

Nulidade e Anulabilidade

O testamento pode ser anulado se contiver defeito leve ou grave. Pode


atingir o testamento em sua totalidade (neste caso abre-se a sucessão
legítima) ou em parte (prevalece a parte válida do testamento, abrindo-se
sucessão legítima, se for o caso, quanto ao que for anulado).

a) Nulidade: incapacidade do testador; impossibilidade ou ilicitude do objeto;


inobservância das formas legais e nulidade das disposições. Requerimento
de qualquer interessado, do Ministério Público ou de ofício pelo Juiz.

b) Anulabilidade: erro substancial na designação da pessoa do herdeiro,


legatário ou da coisa legada; dolo; coação ou fraude. Requerimento apenas
do interessado, respeitando o prazo decadencial de quatro anos.

19. Testamenteiro
Art. 1976 do Código Civil. O testamenteiro é a pessoa encarregada de
executar o testamento. Quando o testador nomeia um, este será o
testamenteiro instituído. Caso o testador não tenha nomeado, o juiz nomeará
um testador dativo, de acordo com uma ordem estabelecida por lei. Podem
também haver mais de um testamenteiro, quando trabalham em conjunto
(dois ou mais testamenteiros agindo ao mesmo tempo, podendo cada um ter
uma função específica ou não) ou separados (testamentária sucessiva,
apenas um atua, mas, havendo necessidade, é substituído pelos outros
testamenteiros já nomeados).
Os atos do testador são pessoais e indelegáveis, podendo constituir
formalmente um mandato para outro. Pode também o indicado recusar, já
que não é obrigatório.

Extensão dos poderes: UNIVERSAL: posse e administração da herança.


Deve requerer a abertura do inventário (o testador não pode ter herdeiros
necessários). PARTICULAR: sem posse e administração da herança.

Obrigações: (a) propugnar pela validade do testamento. (b) Cumprir as


disposições do testamento no prazo estabelecido pelo testador ou em até
180 dias após a aceitação da testamentária caso não haja prazo. (c)
Fiscalizar o cumprimento das disposições testamentárias, podendo até se
substituir a um herdeiro que não esteja cumprindo tais disposições. (d)
Prestar contas. (e) O testamenteiro universal deve defender a posse de atos
de turbação, esbulho e ameaça.

Remuneração: VINTENA, 20% ou 1/5 da herança deferida por sucessão


testamentária, já que ele presta um serviço. Caso o testamenteiro também
seja herdeiro ou legatário nomeado pelo testador, pode escolher entre
receber a vintena ou a herança/legado. O que é herdeiro legítimo recebe
normalmente a vintena.

Perda do Direito da Vintena: (a) Negligência, (b) Não cumprimento das


disposições por dolo ou culpa, (c) Prestação de contas julgada
negativamente.

Observação 1: O valor da vintena é de 5%, sendo que o testador ou o juiz


pode fixar um valor menor do que os 5%, dependendo do grau de dificuldade
e complexidade do cumprimento das disposições.

Observação 2: A vintena é paga ao final do cumprimento das atribuições do


testamento, mas o testador pode pedir adiantamento.

20. Inventário e partilha


I. Inventário: procedimento de formalização da transmissão dos bens do de
cujus aos sucessores. A figura do inventário está em outras situações, como
o ususfruto e o fundo de comércio, mas no Direito Sucessório diz respeito
aos bens que compõem o acervo hereditário, por meio de identificação de
bens e apuração de valores para dar o quinhão ao sucessor.

Sentido técnico: procedimento especial de jurisdição contenciosa. É sempre


judicial, com participação do Estado-juiz; jurisdição contenciosa, pois, o litígio
está na iminência devido à existência de pretensões resistidas.

Espécies de inventário:

a)Tradicional ou propriamente dito – procedimento completo, atos bem


identificados, prazos, aplicação subsidiária do arrolamento (Art 982 CPC);

b) Arrolamento – mais simplificado, com atos concentrados, prazos


reduzidos, mais célere e econômico; b’) Sumário: interessados maiores e
capazes de comum acordo com a forma da partilha (não importa o valor); b”)
Comum: herança de pequeno valor (índice adotado pelo Estado), mesmo
com menores e incapazes, porém se há conflito, mesmo sendo o valor
pequeno, deve-se usar o inventário tradicional.

II. Partilha: atribuição do bem individualizado que compunha o acervo


hereditário ao sucessor. Ela, em geral, complementa o inventário, lembrar
novamente que a propriedade já se transmitiu no momento da morte do de
cujus (Art 1784).

Inventários sem partilha: a) Herdeiro Universal – há adjudicação e não


partilha, com certidão de pagamento do quinhão hereditário; b) Dívidas
absorvem toda a herança; c) Inventário Negativo – sem bens a declarar,
serve para comprovar a inexistência de bens, promovendo um acerto na
situação patrimonial do de cujus, comprova que o de cujus faleceu sem
bens, logo, credores não serão satisfeitos, de cujus pode ter deixado
obrigações a cumprir (ex: outorgar escrituras de compra e venda de imóveis
que ele vendeu) e forma de evitar imposição de finalidades civis (ex: viúvo
para casar novamente sem ser com separação obrigatória de bens deve
apresentar inventário do cônjuge falecido).

Espécies de partilha: a) Judicial: (Art 2016) após falecimento do de cujus, há


herdeiros menores e incapazes ou se não há acordo sobre a partilha; b)
Amigável (Art 1029 CPC): b’) Ato “inter vivos” (Art 2018) – ato de deliberação
do de cujus antes do falecimento, de natureza contratual ou via testamento,
ele pode doar os bens a futuros sucessores e estabelecer usufruto vitalício
em seu favor (o falecimento do de cujus dá a propriedade plena aos
sucessores dos bens já partilhados); b”) Ato “causa mortis” – sucessores, de
comum acordo, estabelecem entre si qual quinhão cabe a cada um (Art
2015).

Anulação ou rescisão da partilha (Art 2027): estão vinculadas às espécies de


partilha (ver CPC 1022 e ss). A decisão do juiz sobre o conflito tem natureza
de sentença, por isso, transitando em julgado, só será rescindida por ação
rescisória proposta diretamente no Tribunal (prazo prescricional de 2 anos –
Arts 1030 e 485 CPC). Na partilha amigável, os vícios de consentimento, de
natureza negocial, podem levar à anulação, por meio de ação anulatória no
juízo de 1ª instância (prazo prescricional de 1 ano) !!! Cabe ação rescisória
para anular partilha amigável quando houver pessoa absolutamente incapaz,
pois o prazo dessa ação é mais dilatado, beneficiando-a.

Emenda da partilha: juiz pode alterar o conteúdo de sua decisão de 1ª


instância para sanar erro ou inexatidão materiais ou inexatidão na descrição
ou identificação dos bens.

Sobrepartilha (Art 2022): nova partilha nos próprios autos do inventário da


partilha inicial, ocorre quando nem todos os atos são partilhados,
possibilidades: a) bens sonegados: bem retirado do sonegador e partilhado;
b) bens desconhecidos no momento do inventário; c) bens litigiosos – ainda
se discute a propriedade do bem (falta?).
Destituição do inventariante: impossibilidade de continuar no cargo por
causas externas ao processo de inventário. (inventariante – Arts 990 e ss
CPC falta no caderno)

Bens não sujeitos ao inventário (exceções): a) bem de família convencional


estabelecido por escritura pública (Art 20, Dec 3200/40), cessada a situação
que assim o caracteriza, será inventariado; b) bens da Lei 6854/80 podem
ser levantados administrativamente.

Prazos do inventário: a) início (Art 983 CPC): 30 dias após a morte – não é
muito seguido, porque a única sanção é fiscal (há multa após 60 e ela dobra
após 180); b) fim – 180 a partir do requerimento da abertura. Legitimidade
para requerer abertura (Arts 987 e ss CPC). Bens situados no Brasil –
inventário tramita aqui e a recíproca é verdadeira, independentemente de
nacionalidade ou domicílio do de cujus e sucessores.

Competência de foro: domicílio do de cujus, local de situação dos bens e


local de falecimento. Vis attractiva: ações de natureza sucessória tramitam
no mesmo foro do inventário, a competência do juízo do foro do inventário é
relativa, não atraindo ações sem ligação com a sucessão ou de competência
absoluta (ações imobiliárias).

Valor da causa: somatório dos bens vinculados ao acervo hereditário (influi


no valor das custas), bens imóveis: critérios fiscais mais objetivos, bens
móveis: critérios aleatórios e arbitrários (se houver irregularidade pode-se
impugnar por perícia). Em SP, a meação do cônjuge compõe o valor da
causa, tabela de custas Lei 11608/03.

21. Colações
Noção: ato de retorno à herança de bens que foram retirados por ato de
liberalidade do de cujus. Bens que ultrapassaram os limites da legítima. (Arts
1014 e ss CPC).
O Art 2002 - retorno das doações feitas aos descendentes, não menciona o
cônjuge, há críticas: muitos falam que os bens doados aos cônjuges também
deveriam retornar por ser herdeiro necessário, mas o CC não prevê isso, há
projeto de lei para mudar.

Excluído ou deserdado (Arts 2008 e 1015 CPC), descendente deve trazer


bens a ele doados à colação.

Observar que a colação, que ocorre nos autos do processo de inventário em


prazo de 10 dias após citação do último herdeiro (Arts 1000 e 1014 CPC),
não traz o bem de volta ao espólio (§ ún Art 2002), por isso, sobre eles não
incide imposto causa mortis (Art 155, I, CF), ela também não aumenta a
parte disponível da herança, mas sim soma bens à parte indisponível.

Sonegação: quem sonega sofre penal civil – perde o bem sonegado, se este
for o inventariante ou o testamenteiro perde a função e o bem, o último ainda
perde a vintena.

Art 2004: valor do bem à época da doação e não da abertura, Enunciado 119
Conselho de Justiça – valor à época do falecimento – entendimento não
muito aceito.

Presunção de que o bem doado a descendente seja a título de adiantamento


da legítima, se não for, o de cujus deve dizê-lo expressamente (Art 2005).

Bens que não devem ser trazidos à colação Arts §2º 2004, 2010, 2011 e
2012 (só metade) e indenizações a título de seguro de vida ou acidente
pessoal (Art 794).

Ex: A doa bem para B (filho de A) e C (casado com B), A morre: o bem deve
ser todo trazido à colação ou só metade? Doutrina maior entende que só a
metade (afinal C não é descendente, Art 2002), S. Rodrigues entende que o
todo deve ser trazido, pois, a intenção de A era contemplar B e só
contemplou C em virtude do casamento.

22. Sonegados
É a ocultação dolosa de bens que devem ser inventariados ou levados à
colação. Pode ser praticada pelo inventariante (quando omite
intencionalmente bens e valores ao prestar as primeira e as últimas
declarações) ou pelos herdeiros (que não indicam bens em seu poder).

A pena de sonegados tem caráter civil e consiste, para o herdeiro, na perda


do direito sobre o bem sonegado, que é devolvido ao monte e partilhado aos
outros herdeiros, como se o sonegador nunca tivesse existido. Se o bem não
existir mais, será responsável por seu valor, mais perdas e danos. Quando o
sonegador for o inventariante a pena imita-se à remoção da inventariança.

A ação de sonegados prescreve em 10 anos e deve ser ajuizada no foro do


inventário e pode ser proposta pelos herdeiros legítimos, testamentários
e credores.

23. Pagamento das dívidas


Antes da partilha, poderão os credores do espólio requerer ao juízo do
inventário o pagamento de dívidas. Só serão partilhados os bens e valores
que restarem depois de pagas as dívidas. A cobrança das dívidas faz-se, em
regra, pela habilitação do credor ao inventário.

Não sendo impugnada a dívida vencida e exigível, o Juiz declarará


habilitado o credor e mandará que se faça a separação do dinheiro ou bens,
para o seu pagamento.

Depois de efetivada a partilha os credores devem cobrar seus créditos não


mais do espólio, mas dos próprios herdeiros, proporcionalmente. Além
disso, o herdeiro não pode responder por encargos superiores às forças
da herança.

Obs. – Determina o art. 1.998 CC que as despesas funerárias sairão


do monte da herança, haja ou não herdeiros legítimos. As despesas
de sufrágios por alma do falecido só obrigarão a herança quando
ordenadas em testamento ou codicilo.

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