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CURSO DE LICENCIATURA EM ENFERMAGEM

CAROLINA ALEXANDRA FARIA DOS REIS MANUEL, Nº34639


HELGA DARLENE DOS SANTOS SILVA, Nº60552
INÊS ALEXANDRA SERAFIM CALADO, Nº54144
MIGUEL JOSÉ ESTÊVÃO EUSÉBIO, Nº61859
RICARDO JORGE DE CAMPOS OVA, Nº61852

ESTUDO DE CASO:
CUIDADOS PALIATIVOS

FARO, JANEIRO 2019


CURSO DE LICENCIATURA EM ENFERMAGEM

CAROLINA ALEXANDRA FARIA DOS REIS MANUEL, Nº34639


HELGA DARLENE DOS SANTOS SILVA, Nº60552
INÊS ALEXANDRA SERAFIM CALADO, Nº54144
MIGUEL JOSÉ ESTÊVÃO EUSÉBIO, Nº61859
RICARDO JORGE DE CAMPOS OVA, Nº61852

ESTUDO DE CASO:
CUIDADOS PALIATIVOS

ENFERMAGEM MÉDICO-CIRÚRGICA

ORIENTADORA: PATRICIA ISABEL AMÔRES RIO CABRITA

Escola Superior de Saúde da Universidade do Algarve

FARO, JANEIRO 2019


1. ENQUADRAMENTO TEÓRICO

A humanidade, com o desenvolvimento científico, tecnológico e social, conseguiu


atingir o objetivo de aumentar a longevidade da vida humana, contudo, este aumento de
longevidade originou um surgimento de um outro fenómeno, o aparecimento de doenças
crónicas não transmissíveis (Neto, 2016). Toda esta “procura” de cura para as diversas
doenças que assolavam a humanidade originou um desenvolvimento de uma cultura de
“negação da morte”, de triunfalismo heróico sobre a mesma, de “ilusão de pleno controlo
sobre a mesma” dando azo a que intervenções que promovessem um final de vida condigno
ficassem relegadas para segundo plano, ou seja, o facto de se viver mais tempo, não implicou
que se vivesse melhor (Neto, 2016, pág. 1)

É a partir desta ideia que “nascem” os Cuidados Paliativos (CP), com vista a
proporcionar uma morte condigna a toda e qualquer pessoa que necessite de cuidados de
saúde. Isto é através da afirmação da vida e aceitação da morte como um processo biológico,
os CP têm como objetivo geral “o bem-estar e a qualidade de vida do doente” sendo que para
tal, estes cuidados centram a sua abordagem numa visão global e holista daquilo que é o
doente, de modo a assim compreenderem as necessidades, não só do doente, mas como
também da sua família, de maneira a garantir um fim de vida condigno com o mínimo de
sofrimento possível (Neto, 2016, pág. 3).

É de referir que um doente paliativo não é um doente terminal (com prognostico de


meses) e também não é necessariamente um doente moribundo (prognóstico de dias ou
horas), mas sim qualquer doente com doença crónica que não apresenta resposta à
terapêutica de intuito curativo e com prognóstico limitado (Neto, 2016).

Existem quatro pilares reconhecidos como a base dos cuidados paliativos, ou melhor,
as áreas de ação fundamentais, são esses: o controlo sintomático, a comunicação, o apoio à
família e o trabalho em equipa (Neto, 2016). Sendo que, todos eles têm igual importância nos
CP, uma vez que, o simples controlo sintomático, que nestes doentes não tem fim, não basta
para diminuir o seu sofrimento, é necessário garantir que o doente é respeitado, que recebe
o reconhecimento e afeto, é tratado com dignidade e que mantém, assim, esperanças
realistas, de modo a que este consiga encontrar sentido e qualidade “na vida que ainda tem
para viver” (Neto, 2016, pág. 5). Tendo em consideração que, a família e outros cuidadores
afetivamente ligados à pessoa doente, detêm um papel fundamental naquilo que é o apoio
ao doente, também estes são recetores de cuidados visto que também sofrem do impacto da
doença (Neto, 2016).

Deste modo, podemos identificar sete princípios inerentes ao cuidar paliativo, sendo
eles:
“a) Afirmação da vida e do valor intrínseco de cada pessoa,
considerando a morte como processo natural que não deve ser prolongado
através de obstinação terapêutica; b) Aumento da qualidade de vida do doente
e sua família; c) Prestação individualizada, humanizada, tecnicamente
rigorosa, de cuidados paliativos aos doentes que necessitem deste tipo de
cuidados; d) Multidisciplinaridade e interdisciplinaridade na prestação de
cuidados paliativos; e) Conhecimento diferenciado da dor e dos demais
sintomas; f) Consideração pelas necessidades individuais dos pacientes; g)
Respeito pelos valores, crenças e práticas pessoais, culturais e religiosas; h)
Continuidade de cuidados ao longo da doença” (lei 52/2012).

A doença terminal tem normalmente associados um conjunto de problemas- físicos,


mentais, sociais e espirituais- que tendem a originar sofrimento na pessoa doente. Por essa
razão é que observamos frequentemente estes doentes dizerem que “não têm medo de
morrer, têm é medo de sofrer”, deste modo só através da total compreensão do doente de
modo a identificar a principal causa de sofrimento é que se pode agir em concordância com
o intuito de dar resposta às suas inquietações e medos (Neto,2016). Isto é ainda mais notável
para um doente nesta situação, sendo que:

“a saúde poderá ser entendida não como a ausência de doença mas


sim como a possibilidade de encerrar a existência de forma apropriada, dando
sentido a vida que resta viver. Encontrar um sentido para a vida, mesmo
quando se vive uma doença terminal, passa por ter a convicção, por sentir que
se está a cumprir um papel e um fim que são únicos, numa vida que traz
consigo a responsabilidade de ser vivida plenamente, de acordo com o
potencial humano de cada um. Dessa forma poder-se-á atingir uma sensação
de plenitude, de paz interior e até mesmo de transcendência”. (Webb, 2000 cit
in Neto, 2016, pp. 8-9)

Qualquer pratica de cuidados de saúde assenta-se no princípio e no dever da


beneficência, com objetivo de garantir o melhor para o doente e não lhe causar dano, com
recurso a diversas intervenções terapêuticas (Neto, 2016). Contudo estas intervenções, têm
de ser ponderadas, nomeadamente nos doentes com doença terminal, muito devido à
inevitabilidade da morte, uma vez que, determinadas terapêuticas podem comportar mais
efeitos negativos que positivos do ponto de vista de garantir o alívio do sofrimento do doente
(Neto, 2016). Claro está, que o doente tem o seu direito de autonomia assegurado, tendo em
consideração que este poderá recusar diversos tratamentos ou decidir continuar com outros
aparentemente “inúteis”, esta possibilidade está inerente à ideia de consentimento informado
que deve estar presente em qualquer decisão do plano de cuidados, sendo que desta forma,
o doente é, assim, “empoderado” naquilo que é a decisão clínica, visto que este em conjunto
com a equipa decidirá o plano de cuidados a ser adotado (Neto, 2016).

Deste modo todas e quaisquer medidas terapêuticas que se possam revelar


“desadequadas ou inapropriadas, face ao objetivo que preside a pratica de CP e que é o de
proporcionar conforto, cabem no âmbito que se designa como futilidade” (Neto, 2016, pág.
11). Contudo esta declaração de futilidade de uma ou várias intervenções não deve ser
unilateral, deve surgir então do diálogo entre todos os membros intervenientes no processo
de cuidar, o doente, a família e a equipa multidisciplinar (Neto, 2016). Assim, a tomada de
decisão no contexto dos CP é algo complexo, mas para a qual Bruera propõe 4 etapas:

“1) Estudar e definir tão corretamente quanto possível a natureza do


quadro clinico e dos sintomas/problemas que o compõem (…) ; 2) Enquadrar
os problemas e os sintomas no contexto do doente e atribuir-lhe uma prioridade
(…) ; 3) Ponderar os “custos” de determinada intervenção, determinando risco
e beneficio à luz da individualidade de cada doente; 4) Discutir as diferentes
opções com o doente e a família, de forma a facilitar e promover uma decisão
informada.” (Bruera, 2002 cit in Neto, 2016, pág. 17)

Em suma para um bom processo de tomada de decisão em CP há que assumir a sua


complexidade e assim, possuir e desenvolver competências técnicas nas várias áreas de
intervenção, integrar os princípios éticos no modelo de decisão e trabalhar verdadeiramente
em equipa (Neto, 2016)

2. PLANO DE CUIDADOS

2.1.CONTROLO DE SINTOMAS
Diagnóstico: Dor, atual
Intervenções: Justificação:
 Avaliar a dor da Em cuidados paliativos refere-se a dor e intervém-se junto do cliente com
cliente; dor tendo-se em conta o conceito de dor total que surge da “combinação de
 Avaliar o bem-estar elementos fiś icos, psicológicos, sociais e espirituais que atuam na pessoa na sua
psicológico da totalidade” (Marinho, 2013, p.22). A dor é o 5° sinal vital e a sua avaliação por parte
cliente; dos profissionais de saúde deve ser feita continua e regularmente (DGS, 2003).
 Ensinar a gestão da Tendo como fundamento estas premissas e o facto da cliente apresentar dor
dor à cliente. lombar, limitadora da realização das atividades de vida diárias, e referir mal-estar
e tristeza, que também se podem manifestar na presença de dor quer física como
emocional, é importante que se avalie a dor tendo em conta todas as dimensões
referidas para que se possa intervir conforme a sua causa e avaliar a sua
progressão.
Deve-se capacitar a cliente na gestão da dor para que se promova a sua
autonomia e assim consiga melhor realizar as suas atividades de vida diárias.
Nesta capacitação pode-se ensinar a gerir a medicação farmacológica, explicando-
se os seus efeitos secundários, fármacos em SOS/doses de resgate e tempo de
ação, por exemplo, assim como, capacitar para algumas medidas não
farmacológicas como relaxamento muscular, massagens, aplicação de calor/frio,
exercícios ativos, música e outros tipos de métodos de distração.
Resultados: Controlo da dor da cliente

2.2. APOIO À FAMÍLIA

Diagnóstico: Atitude da família, em conflito


Intervenções: Justificação:
 Avaliar o coping da No artigo 7.° da Lei n.°15/2014 de 21 de março está escrito: “1 — O utente dos
família; serviços de saúde tem o direito a ser informado pelo prestador dos cuidados de
 Explicar os direitos saúde sobre a sua situação, as alternativas possiv́ eis de tratamento e a evolução
da cliente; provável do seu estado. 2 — A informação deve ser transmitida de forma acessível,
 Proporcionar objetiva, completa e inteligível”, pelo que a cliente se contra no direito de ser
orientação informada do seu estado de saúde na totalidade. Como o seu marido não deseja
antecipatória à que lhe seja contada toda a informação existe um conflito entre a sua vontade e a
família. vontade e direito da cliente, assim como o dever dos profissionais de saúde de
informarem esta do seu estado de saúde (conspiração do silêncio), de forma a que
esta situação seja resolvida da maneira mais positiva possível deve-se procurar
compreender as intenções do esposo, as suas preocupações, medos e anseios,
de modo a que se possa apoia-lo e esclarecer algumas questões, assim como,
explicitar o direito que a sua esposa tem perante a lei de saber o seu estado de
saúde. Uma estratégia seria antes do esclarecimento junto da cliente ser feita uma
reunião com o esposo e/ou família para que este esteja depois presente na
conversa entre o enfermeiro e a cliente, de forma a que compreenda a importância
dessa conversa com a esposa sobre o estado de saúde, participe no plano de
cuidados e a apoie neste processo de doença.
Resultados: Coping da família efetivo

2.3. COMUNICAÇÃO

Diagnóstico: Conhecimentos, défice de


Intervenções: Justificação:
 Ensinar cliente sobre No caso clínico é possível verificar que a cliente não tem total
a doença; conhecimento sobre a sua doença pelo que se deve, já que esta se encontra
 Oferecer preocupada com a sua situação e demonstra querer saber a totalidade da
informações informação relativa à sua saúde, fornecer esta informação, ensinando-a sobre a
verdadeiras, de sua doença e o que esta implica.
modo delicado e De modo a que se minimize o impacto negativo a nível emocional que
progressivo, de esta informação pode ter na cliente deve-se planear devidamente o modo de
acordo com as transmissão da mesma (protocolo de SPIKES) pelo que se deve avaliar a reação
necessidades da da pessoa (linguagem verbal e não verbal) percebendo-se como se encontra
cliente; psicologicamente, de forma a que seja dada a informação, gradualmente, de
 Facilitar a acordo com o que a cliente deseja saber na altura e é capaz de processar. Deve-
capacidade de se promover um ambiente de partilha em que a cliente se sinta o máximo
comunicar confortável para expressar sentimentos e preocupações, intervindo-se de forma a
sentimentos e promover o seu bem-estar.
preocupações.

Resultados: Cliente refere ter respondidas as suas dúvidas acerca da sua saúde

2.4. TRABALHO EM EQUIPA

Diagnóstico: Processo de coping da cliente, comprometido


Intervenções: Justificação:
 Envolver cliente no Uma boa organização e participação dos vários profissionais de saúde
processo de tomada incluídos num plano de cuidados é importante para que seja promovido o bem-
de decisão; estar da cliente. Os enfermeiros, como profissionais que mais tempo passam junto
 Tornar mais direta e dos doentes, devem promover uma relação terapêutica eficaz com a cliente para
interativa a relação que as suas intervenções sejam o mais individualizadas possível e se possa
entre profissional de responder às necessidades físicas, psicológicas, emocionais, espirituais e sociais
saúde e cliente; da pessoa. Deste modo, como a família é um sistema em que os constituintes
 Fazer com que a estão fortemente relacionados e que deve ter como base o suporte e o amor, sendo
cliente se sinta importante a participação desta nos planos de cuidados para que a pessoa doente
cuidado e se sinta mais apoiada e receba o conforto que precisa, deve-se incluí-la como parte
acompanhado até o integrante da equipa, assim como o cliente, visto que este por norma tem o poder
fim. de escolha sobre as medidas que lhe são implementas, tendo o direito de participar
no planeamento dos cuidados e na execução dos mesmos.
Resultados: Cliente sente-se apoiada por equipa de saúde e família

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Academia Nacional de Cuidados Paliativos (2009). Manual de Cuidados Paliativos (1ª ed.).
Rio de Janeiro: Diagraphic.
Baile, W. F., Buckman R., Lenzi, R., Glober G., Beale, E. A., Kudelka, A. P. (2000). Six-step
protocol for delivering bad news: application to the patient with cancer. The Oncologist,
5, 302-311.
Direcção-Geral da Saúde (2003). A Dor como 5º sinal vital. Registo sistemático da intensidade
da Dor. Lisboa: DGS. Disponível em https://www.dgs.pt/directrizes-da-dgs/normas-e-
circulares-normativas/circular-normativa-n-9dgcg-de-14062003.as
Lapa, M. F. F. (2016). Normas orientadoras para a elaboração de trabalhos escritos. (Texto
não publicado), Escola Superior de Saúde da Universidade do Algarve, Faro.
Lei n.º 15/2014 de 21 de março. Diário da República n.º 57, Série I de 2014-03-2. Ministério
da Saúde. Disponível em http://www.acss.min-saude.pt//wp-
content/uploads/2016/07/Direitos-e-deveres-dos-Utentes.pdf
Lei n.º 52/2012 de 5 de setembro. Diário da República n.º 172/2012, Série I de 2012-09-05.
Ministério da Saúde. Disponível em https://dre.pt/web/guest/pesquisa/-
/search/174841/details/maximized?dreId=134211
Marinho, L. A. G. (2013). A gestão da dor em cuidados paliativos: saberes e práticas dos
enfermeiros. (Dissertação de Mestrado, não publicada) Instituto Politécnico de Viana
do Castelo, Viana do Castelo. Disponível em
http://repositorio.ipvc.pt/bitstream/20.500.11960/1185/1/Liliana_Marinho.pdf
Neto, I. G. (2016) Cuidados Paliativos: princípios e conceitos fundamentais. In A. Barbosa, P.
R. Pina, F. Tavares, I. G. Neto (Eds.). Manual de cuidados paliativos (3ª Ed) (pp.1 –
19) Lisboa: Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
Ordem dos Enfermeiros (2010). Cuidados paliativos para uma morte digna: catálogo da
classificação internacional para a prática de enfermagem. Disponível em
https://www.ordemenfermeiros.pt/arquivo/publicacoes/Documents/CIPE_Cuidados%
20Paliativos.pdf
Ordem dos Enfermeiros (2015). CIPE versão 2015: classificação internacional para a prática
de enfermagem. Loures: Lusodidacta- Sociedade Portuguesa de Material Didáctico,
Lda.

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