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“Pressupomos o trabalho sob forma exclusivamente humana. [...] O que distingue o pior arquiteto da
melhor abelha é que ele figura na mente sua construção antes de transformá-la em realidade. No fim
do processo de trabalho aparece um resultado que já existia antes idealmente na imaginação do
trabalhador. Ele não transforma apenas o material sobre o qual opera; ele imprime ao material o
projeto que tinha conscientemente em mira, o qual constitui a lei determinante de seu modo de operar
e ao qual tem de subordinar sua vontade. E essa subordinação não é um ato fortuito” (MARX, 2016,
p. 212).
O homem é o único ser capaz de modificar a natureza conscientemente, por isso o homem trabalha e
os outros animais realizam atividades.
Assim, trabalho é uma ação pré-ideada com um fim (pratice).
Os elementos componentes do processo de trabalho são:
Força de Trabalho
Objeto de Meios de
Trabalho Trabalho
(matéria- (ferramentas)
prima e terra)
A terra (e água) que existe independente da ação do homem é o objeto universal do trabalho humano.
Todas as coisas que o trabalho humano apenas separa de sua conexão imediata com seu meio natural
constituem objetos de trabalho fornecidos pela natureza.
Se o objeto de trabalho é “filtrado” através de trabalho anterior, ou seja, contém trabalho anterior, este
é chamado de matéria-prima.
Toda a matéria-prima é objeto de trabalho, mas nem todo o objeto de trabalho é matéria-prima.
Participam do valor do produto: outros valores de uso, produtos de processos de trabalho anteriores.
O processo de trabalho é a atividade dirigida com o fim de criar valor de uso, de apropriar os elementos
naturais às necessidades humanas; é condição necessária do intercâmbio material entre o homem e a
natureza e condição natural da vida humana.
“Nosso capitalista põe-se então a consumir a mercadoria, a força de trabalho que ele adquiriu,
fazendo o detentor dela, o trabalhador, consumir os meios de produção com o seu trabalho.
Evidentemente, não muda a natureza geral do processo de trabalho executá-lo o trabalhador para o
capitalista, e não para si mesmo. De início, as intervenções do capitalista também não mudam o
método de fazer calçados ou de fiar. No começo, tem de adquirir a força de trabalho como a encontra
no mercado, de satisfazer-se com o trabalho da espécie que existia antes de aparecerem os capitalistas.
Só mais tarde pode ocorrer a transformação dos métodos de produção em virtude da subordinação do
trabalho ao capital” (MARX, 2016, p. 218).
O operário trabalha sob o controle do capitalista, a quem pertence seu trabalho, pois pagará o valor
diário da força de trabalho. Do mesmo modo, pertencem ao capitalista os outros elementos necessários
à fabricação do produto: os meios de produção. Assim como o produto resultante.
“O processo de trabalho é um processo que ocorre entre coisas que o capitalista comprou, entre coisas
que lhe pertencem. O produto desse processo pertence-lhe do mesmo modo que o produto do processo
de fermentação em sua adega” (MARX, 2016, p. 219).
2 O PROCESSO DE PRODUZIR MAIS-VALIA
Só se produz um valor de uso na medida que este é a base material de um valor de troca. O capitalista
visa produzir não somente um valor de uso, mas um valor com mais-valia. Mas, o valor de qualquer
mercadoria é determinado pela quantidade de trabalho materializado nela.
Suponha que a fiação seja um trabalho simples, um trabalho social médio, e que para fabricar o fio é
preciso:
Total R$ 12,00 – esta quantia representa 24 horas de trabalho, já que 6 horas equivalem a R$ 3,00.
O tempo de trabalho para produzir o algodão e demais meios de produção do fio é parte integrante do
tempo de trabalho exigido para a produção do fio, para qual o algodão é matéria-prima estando,
portanto, contido no fio, e para o qual sem as agulhas não haveria transformação do algodão.
Se dentro das condições normais de produção, isto é, socialmente médias, 1 kg de algodão deve ser
transformado em 1 kg de fio. Então, deve-se considerar como um dia de trabalho de 12 horas uma
jornada que transforma 12 kg de algodão em 12 kg de fio.
Valor diário da força de trabalho – R$ 3,00 – neste valor se materializa 6 horas de trabalho.
Consome:
6 kg algodão – R$ 10,00
Agulhas – R$ 2,00
O valor do produto é igual ao do capital adiantado, este não está acrescido, não produziu mais-valia,
logo, o dinheiro não se transformou em capital.
Marx descreve a insatisfação do capitalista que investiu seu dinheiro na produção e não retirou dela
valor algum, a não ser o fio em valor equivalente aos meios de produção e da força de trabalho.
Argumenta o capitalista que o fio não tem utilidade a ele, a não ser gerar valor de troca, este se enfurece
ao pensar que sem que ele adiantasse o capital e juntasse a força de trabalho aos meios de produção, o
trabalhador por si só não produziria. Contudo quem realmente transformou algodão em fio foi o
trabalho do operário e não do capitalista.
Nesse meio tempo, “nosso capitalista recobra sua fisionomia costumeira com um sorriso jovial. Com
toda aquela ladainha, estava apenas se divertindo à nossa custa. Não daria um centavo por ela. Deixa
esses e outros subterfúgios e embustes por conta dos professores de economia, especialmente pagos
para isso. Ele é um homem prático que nem sempre pondera o que diz fora do negócio, mas sabe o
que faz dentro dele” (MARX, 2016, p. 225).
O valor de troca da força de trabalho equivale a 6 horas de trabalho, contudo o valor de uso da força
de trabalho é superior ao seu valor de troca.
“Por ser necessário meio dia de trabalho para a manutenção do trabalhador durante 24 horas não se
infira que este está impedido de trabalhar uma jornada inteira. O valor da força de trabalho e o valor
que ela cria no processo de trabalho são, portanto, duas magnitudes distintas. O capitalista tinha em
vista essa diferença de valor quando comprou a força de trabalho” (MARX, 2016, p. 226-227).
O capitalista pagou o valor diário da força de trabalho, pertence-lhe, portanto, o uso dela durante uma
jornada inteira de trabalho. Por isso o trabalhador encontra na oficina meios de trabalho para um
processo de trabalho de 12 horas.
EM 12 HORAS CONSOME:
12 kg algodão – R$ 20,00
Agulhas – R$ 4,00
Contudo, como o valor de troca da força de trabalho é de R$ 3,00, o valor das mercadorias lançadas no
processo de produção corresponde a R$ 27,00. Criou-se uma mais-valia de R$ 3,00. Consumou-se
finalmente o truque: o dinheiro transformou-se em capital.
“Satisfizeram-se todas as condições do problema e não se violaram as leis que regem as trocas das
mercadorias. Trocou-se equivalente por equivalente” (MARX, 2016, p. 228).
“Comparando o processo de produzir valor com o processo de produzir mais-valia, veremos que o
segundo só difere-se do primeiro por se prolongar além do ponto. O processo de produzir valor
simplesmente dura até o ponto em que o valor da força de trabalho pago pelo capital é substituído por
um equivalente. Ultrapassando esse ponto, o processo de produzir valor torna-se processo de produzir
mais-valia (valor excedente)” (MARX, 2016, p. 228).