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TEMA: ONDE ESTÁ O TEU IRMÃO?

TEXTO: “E disse o SENHOR a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou
eu guardador do meu irmão”?

- A PERGUNTA PODER SER TRADUZIDA DA SEGUINTE MANEIRA:

1. “O QUE VOCÊ FEZ COM O TEU IRMÃO?”

2. “O QUE VOCÊ FEZ PARA O TEU IRMÃO?”

3. “ME DÊ NOTÍCIAS DO TEU IRMÃO.”

Essa é a pergunta que Deus fez para Caim sobre seu irmão Abel. E
Caim respondeu: “acaso eu sou o guarda do meu irmão?” (Cf.Gn 4, 9-
10) Essa foi a resposta que Ele deu para Deus, pois havia matado seu
irmão por motivo de inveja, de ciúme.
Hoje, Deus faz essa pergunta ao meu coração: “Onde está o teu irmão?”,
e olho para o meu lado, para aqueles que convivem comigo e sou
impulsionado a ser mais presente nos meus relacionamentos, para que a
minha resposta para Deus seja uma afirmação: “Eu sou o guarda do meu
irmão!”
Essa deve ser a minha, a sua, a nossa resposta para Deus, pois muitas
vezes somos tão espirituais que esquecemos que somos humanos, e
acabamos não sendo irmãos uns dos outros, e nem nos dispomos a
ajudar aqueles que estão ao nosso redor ou aqueles que vemos
necessitar de nosso consolo, amizade e presença.

Temos que ter esse cuidado de não assumirmos uma condição angelical
que nos coloque numa condição de pessoas voltadas para o nosso
próprio umbigo, vivendo um egoísmo sem olhar e preocupar-se com
aqueles que necessitam de nós.
Assemelharmo-nos a Jesus é sermos realmente mais humanos: “Jesus,
rosto Divino do homem. Jesus, rosto humano de Deus” (João Paulo
II). Temos que ser o rosto de Cristo para aqueles que precisam e contam
com a nossa presença.
“Onde está o teu irmão?” Talvez esteja sofrendo sozinho esperando uma
carta nossa, um e-mail, um telefonema ou até mesmo a nossa visita.
Talvez esteja nas drogas por que não fomos capazes de olhar para o
lado e enxergá-lo, esteja na prostituição, na depressão, na solidão, por
que não o acolhemos e nem tivemos a coragem de mostrar Jesus,
Caminho, Verdade e Vida para eles.
“Onde está o teu irmão?” Deus deu uma direção na minha vida para esse
ano de 2005, logo no primeiro dia do ano, dizendo que era para eu
procurar todos aqueles dos quais eu tinha desistido com o passar do
tempo, por não ver respostas, por não ver passos. E estou buscando
prestar contas para Deus da vida desses meus irmãos: “Eu sou o guarda
do meu irmão!”
Muitas pessoas estão somente esperando que apenas acreditemos nelas
de novo para dar uma resposta concreta para Deus e para a própria vida;
às vezes é um filho, o marido ou a esposa, um funcionário, um amigo,
um presidiário, um drogado etc.

Tenho feito essa linda experiência de acompanhar os presos no seu


processo de cumprimento de pena, e tenho visto a tremenda obra de
Deus na vida deles, e concretamente experimentado aquilo que nosso
querido Papa Bento XVI disse: “A vingança de Deus para com o homem
tem o nome de MISERICÓRDIA”. A vingança de Deus na vida do Thiago,
do Márcio, do Marcelo, do Rômulo, do Otacílio e de tantos outros que
acompanho tem esse bonito nome: MISERICÓRDIA!
“Onde está o teu irmão?” Num presídio. E posso dizer que sou o guarda
deles, sempre buscando dar atenção, ser presença, vencendo as
barreiras e pré-conceitos. Posso testemunhar hoje para você sobre o
Thiago, que acompanho já há mais de quatro anos: um jovem de 21
anos, que foi usado por pessoas e acabou sendo preso por causa de
uma infração. Foi preso com 18 anos, condenado há 23 anos. Hoje, com
21, é um jovem transformado, vivendo a santidade num lugar que não
incentiva a isso. Fez a opção pela castidade, terminando um namoro que
não o levava a essa experiência. Orando, rezando o rosário, estudando a
palavra de Deus, vivendo o PHN, é um jovem que foi tocado pela graça
de Deus. Tudo isso por que sua mãe não desistiu dele. Eu, desde
quando o conheci assumi a resposta que quero dar a Deus todos os
dias: “ Eu sou o guarda do meu irmão!” Tendo sido acompanhado por
cartas e visitas ao presídio, ele viu que não está sozinho.
Quem sabe exista na tua história alguém que precise de mais uma
chance; que espera teu perdão, que necessite da tua presença, atenção
e carinho, que como o Thiago, precise somente da tua confiança.
Quem sabe você deixou muita gente para trás e hoje é dia de você lutar
por esses de novo, de ir atrás daqueles que você desistiu. “ Onde está o
teu irmão?”
Somos gente e precisamos agir como gente, e não anjos, “ alienados” –
a alienação nos afasta de Deus e das pessoas, nos tira a humanidade.
Se um dia nossa experiência com Deus nos afastar dos irmãos, nos
colocar superiores a eles, com arrogância e ignorância menosprezá-los,
podemos nos questionar se fizemos mesmo uma experiência com Deus,
pois quanto mais experimentamos o Criador, mais humanos nos
tornamos, pois foi assim que Ele nos fez.
“ Onde está o teu irmão?” Espero que consigamos dar conta a Deus de
nossos irmãos, que tenhamos mesmo a coragem de fazer uma afirmação
para Deus e não um questionamento: “ Eu sou o guarda do meu
irmão!” ,

XXX
Há centenas de anos, o Senhor Deus perguntou a Caim: “Onde está o teu irmão?”.
Mais tarde, as palavras podiam ser repetidas aos filhos de Jacó. O Senhor podia ter
perguntado a Simeão, Rubem e Judá: “Onde está o vosso irmão José?” Ao longo da
Bíblia, o Senhor podia ter perguntado a muita gente pelos seus irmãos. Por exemplo,
Ele podia ter feito essa pergunta aos sete filhos de Jessé “onde está o vosso irmão
Davi?”. Certamente, a resposta seria sempre a mesma: “Não sei. Será que eu sou o
guarda do meu irmão?”.
O Senhor, hoje, ainda continua a fazer essa pergunta a cada um de nós: “Onde está
o teu irmão?” Só que nós também respondemos: “Não sei. Será que eu sou o guarda
do meu irmão?”. O texto base retrata um encontro de Caim com Deus, logo após o
assassinato de Abel. “E disse o SENHOR a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele
disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão?” Ao ler esse texto, destaca-se a
expressão “meu irmão”. É como uma cobrança de algo que parece não fazermos
mais: Será que temos falhado com algum irmão? Será temos nos preocupado ou até
mesmo nos esquecido de alguns deles? Com alguns somos mais chegados e nos
importamos mais, já outros nos parecem ser indiferentes.
Mas nessa vertente, o “meu irmão” diz respeito àqueles que frequentam o mesmo
lugar de culto que eu frequento, ou até mesmo da congregação; ou seja, estão mais
perto. Onde está o novo convertido de Domingo passado? Aqueles a quem um dia
falamos de Cristo e ele veio até o nosso local de reunião e resolveram entregar suas
vidas a Cristo. Às vezes, insistimos tanto em que a pessoa se converta e de imediato
nos damos satisfeitos pelo seu “sim” como resposta e logo os largamos sem
acompanhar, sem integrá-los ao corpo à igreja. Simplesmente nos esquecemos dele,
ou transferimos a responsabilidade para o Pastor.
Onde está o teu irmão? Quando Deus perguntou a Caim: Onde está o teu irmão, o
espírito de Caim diz: não tenho responsabilidade de saber onde ele está. Diferente do
que o espírito de José diz: “Procuro meus irmãos” (Gn 37.16). Faça como gostaria
que fizessem com você. É a regra áurea (Mt 7.12). Irmãos que estavam conosco e
que já não estão mais, que abandonaram a fé, ou que esfriaram na fé, ou que foram
tragados pelo pecado e que já não congregam mais conosco.
Será que Cristo não os ama mais? É ele mesmo que nos ensina a amar até o
inimigo, pois amar quem ama a gente é fácil. Ele diz que isso até os gentios fazem.
(Lc 5.43-48).
Em diversas ocasiões em que Jesus operou milagres vemos que Ele foi movido por
íntima compaixão. A compaixão pelos perdidos, a compaixão pelas multidões; Ele via
mais que os nossos olhos carnais.
O olhar de Jesus é diferente e nos convida a olhar com olhos espirituais. Ou será que
o sacrifício dele na cruz também não foi também por essas pessoas? Quantos de nós
já nos movemos ao menos para orar por essas vidas? Quantos de nós já nos
movemos ao menos para ir até essas pessoas e dizer: Arrependa-se, volte... Jesus te
ama; eu também!
XXX

Que resposta você daria a essa pergunta? O que tenho escutado muitas vezes, são respostas ríspidas:
“Eu não tenho nada a ver com isso!; não estou nem aí!; E eu com isso?”.
“Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê”. 1Jo
4.20b
Precisamos refletir sobre isto, afinal, temos tudo a ver uns com os outros. Temos o dever de cuidar
uns dos outros. Essa história de que não temos nada a ver com nosso irmão, é pensamento de quem
segue o péssimo exemplo de Caim.
Apesar de vivermos num mundo individualista e egoísta, onde o que interessa é somente o bem-estar
de cada um, somos exortados biblicamente a viver de forma a sermos guardiões uns dos outros.
Paulo nos fala sobre o exemplo de Filemon:
“Porquanto, ouço testemunhos a respeito da fé que tens no Senhor Jesus e do teu amor por todos os
santos.” Fm 1.5.
Filemon é um bom exemplo para nós de alguém que amava a Deus e amava seu próximo.
Filemon e Caim são dois exemplos diferentes deixados para nós. Para os seguidores de Caim, é cada
um por si. Para os seguidores de Filemon, o que importa é nossa vida com Deus e a vida do nosso
próximo também. A quem temos nos assemelhado, a Caim ou a Filemon?
Como queremos ser amados se não amamos o próximo?
Sejamos promotores do amor ao próximo, guardando e protegendo uns aos outros!

XXX

Um dos mais trágicos sinais dos tempos é o insensível desrespeito


pela vida humana. Homens e mulheres se preocupam apenas consigo
mesmos. Pisam sobre os outros, procurando “levar vantagem” não
importa a que custo. Crimes violentos – assaltos, assassinatos,
estupros – proliferam. Muitas cidades estão se tornando modernas
selvas, onde a anarquia e a força bruta imperam.
A vida no mundo é como uma pirâmide. Quanto mais alto uma pessoa
sobe, menos pessoas estão acima dela. Portanto alguns lutam e se
esforçam, subindo sobre os outros, a fim de estarem acima dos
demais.
Cristo Jesus, no entanto, inverte a pirâmide. Seu sistema de valores é
completamente oposto ao sistema do mundo. No reino de Jesus
vivemos não para subir sobre os outros, mas para sustentá-los nos
ombros. “Não será assim entre vocês. Ao contrário, quem quiser
tornar-se importante entre vocês deverá ser servo, e quem quiser ser
o primeiro deverá ser escravo; como o Filho do homem, que não veio
para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por
muitos” (Mateus 20:26-28). E assim no ápice desta pirâmide invertida
encontramos um homem, Jesus Cristo. Ao invés de impor Seu
Senhorio sobre nós, Ele está carregando toda a raça humana sobre
seus ombros, levando nossos seus pecados na cruz da redenção.
Sou eu responsável pelo meu irmão? A desculpa insolente de Caim é
respondida por Jesus: Sim, Caim, você é responsável por seu irmão.
Assim como eu fiz a humanidade de “um só homem” (Atos 17:26
NTLH) e assim como eu morri por todos como o novo Adão (Romanos
5:12-21), de igual maneira todos agora são um em Mim.
Porque Jesus morreu por cada pessoa, cada Abel é nosso irmão e
somos responsáveis por seu bem estar.
XXX

Eu orei ao Senhor e pedi que o seu Espírito Santo pudesse me usar


mais uma vez para falar aquilo que ELE quer transmitir à sua Igreja.
Esta semana lendo o “Presente Diário”, um devocional gêmeo do
“Pão Diário”, li um texto que me chamou a atenção e reacendeu algo
que há muito tempo me incomoda. O texto bíblico está em Gn 4:9 e
retrata um encontro de Caim com Deus, logo após o assassinato de
Abel.
“E disse o SENHOR a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse:
Não sei; sou eu guardador do meu irmão?”
Ao ler esse texto, tem algumas vertentes que procurarei explicar,
apesar de minhas limitações, pois dizem respeito ao que leio, ao que
vejo e presencio, e ao que o espírito me inquieta.
Quando leio esse texto me chama a atenção o “meu irmão”. E como
uma cobrança de algo que já não faço, procuro me lembrar se estou
falhando com algum irmão, ou se tenho estado com meus irmãos, ou
até mesmo se tenho me preocupado ou me esquecido de meus
irmãos. Me vem à mente que com alguns sou mais chegados e me
importo e de outros nem me lembro tanto. Mas nessa vertente o “meu
irmão” diz respeito àqueles que frequentam o mesmo lugar de
reuniões que frequento, ou do meu grupo caseiro de discipulado, ou
até mesmo da congregação; ou seja, estão mais perto.
Pois bem, a respeito desses, e para ilustrar, me lembro de uma
ocasião em que um irmão, um senhor já idoso, chegou ao local
da reunião e pediu perdão à congregação dizendo que pecou por
ocasião das festas do natal, pois muitos da família dele não são
convertidos e nessas ocasiões bebem e se excedem, e ele não
resistiu e caiu em pecado. Ele pediu perdão e pediu para
alguém orar por ele. Lembrei que não era a primeira vez que isso
ocorria, mas de outras vezes em situações semelhantes o fato se
repetia. Mas o que me chamou a atenção na ocasião foi que um irmão
que se dispôs a orar disse: meu irmão eu também quero pedir perdão
a você porque da outra vez que aconteceu a mesma coisa eu orei por
você e depois não o acompanhei, depois não te liguei por telefone;
não procurei saber como você estava; então quero pedir perdão
também e quero ajuda de Deus para me lembrar e me preocupar mais
com você, sabendo de sua fragilidade, para estar mais perto, cuidar
mais de você.
Com essa ilustração quero enfocar o “meu irmão” como aquele que
convive comigo, nas reuniões e no discipulado; e o “meu irmão” que
entra por aquela porta participa das reuniões, e depois vai embora, e
muitas vezes eu nem sei de que jeito ele vai para casa. Se tem
transporte, se vai de carro ou à pé; enquanto eu vou de carro e não
ofereço sequer uma carona. Mas no domingo estaremos juntos
novamente. Vá na paz “meu irmão”! E me despeço dele
descompromissadamente. Domingo agente se vê!
Quando Deus perguntou a Caim: Onde está o teu irmão, o espírito
de Caim diz: não tenho responsabilidade de saber onde ele
está. Diferente do que o espírito de José diz: “Procuro meus
irmãos” (Gn 37.16).
Então podemos enfocar o aspecto da responsabilidade de uns com os
outros enquanto irmãos, filhos do mesmo Pai, membros da mesma
família: a Família de Deus.
Já ouvimos a expressão popular: Quem ama Cuida! Pois bem…
XXX

Deus perguntou a Caim: "Onde está seu irmão?" A passagem deixa


claro que Deus fez a pergunta não porque ele não sabia a resposta e
precisava de um homem para lhe dizer. Ou seja, quando Caim negou
que sabia, Deus revelou que ele já sabia o que havia acontecido, que
Caim havia matado Abel. Ele disse: "O que você fez?" Mas,
novamente, ele não estava pedindo informações. Era uma pergunta
retórica, pois ele imediatamente acrescentou: "O sangue de seu
irmão clama por mim."

A partir disso, derivamos dois princípios que devem controlar o


nosso pensamento na teologia e na interpretação bíblica:

Em primeiro lugar, é um dogma cristão inegociável que Deus sabe


todas as coisas. Poderíamos acrescentar que Deus sabe todas as
coisas, porque ele causa todas as coisas, incluindo pensamentos e
atos humanos, mas é possível colocar isso de lado por enquanto e se
concentrar em seu conhecimento. Deus sabe a verdade sobre todas
as coisas, e não pode ser enganado. A resposta de Caim foi contrária
à verdade, mas isso não afetou o conhecimento de Deus. Ele sabia a
verdade e viu através do engano de Caim.
Em segundo lugar, fica estabelecido que quando Deus faz uma
pergunta, nunca significa que ele não sabe a resposta, e, portanto,
quando ele faz uma pergunta, deve ser com um propósito diferente
do que de obter informações. Na verdade, a nossa passagem
enfatiza o conhecimento de Deus, já que ele claramente sabia a
verdade, mesmo diante do engano de Caim. Embora Deus já
soubesse o que havia acontecido, em vez de imediatamente
enfrentar Caim, ele produziu uma ocasião ou um contexto no qual
ele poderia discutir esse assunto com o homem.

Assim, quando Deus faz uma pergunta, ou quando ele fala de uma
maneira como se ele não fosse onipotente e onisciente, não é
devido a qualquer deficiência em si mesmo, mas tem a finalidade de
interagir com as suas criaturas de uma forma que seja inteligível e
compreensível para elas.

Há aqueles que pensam que tais interações são possíveis somente se


Deus estivesse limitado em poder e conhecimento, e eles apoderam-
se de passagens onde Deus age e fala de uma forma que permite
que suas criaturas respondam. No entanto, dadas as considerações
anteriores, esta doutrina é impossível, antes deve ser condenada
como heresia e blasfêmia.

Interações que são inteligíveis e significativas para as criaturas não


dependem de qualquer impotência ou ignorância de Deus, mas
dependem do que alguns chamariam de sua condescendência. Um
homem não pode funcionar como se fosse deus; sua mente não
pode suportar ou comunicar todo o conhecimento em um instante.
Se Deus e o homem estão interagindo um com o outro, Deus teria
que se comunicar de uma forma que o homem pode seguir,
compreender e responder, e isso é o que Deus tem feito ao longo da
história, e de forma pública e permanente, na Bíblia.

Ao contrário do que alguns hereges têm ensinado, isto não significa


que Deus se comunica com o homem apenas em termos de
analogias, ou que o homem tem apenas uma analogia de
informações sobre o ser de Deus e da mente de Deus. Não há base
bíblica para esta doutrina estranha. O condescendimento de Deus
não altera a natureza ou o estado das informações comunicadas – é
apenas uma maneira diferente de se comunicar.

João escreveu que iremos conhecer assim como somos conhecidos.


Mas a menos que sejamos deificados no céu, e nós não iremos ser,
Deus ainda terá que condescender quando ele se comunicar
conosco, de forma que se temos somente uma analogia da verdade
agora, vamos ter apenas uma analogia da verdade para sempre. Isto
contradiz João, bem como todo o testemunho das Escrituras. Em vez
disso, se iremos permanecer humanos, e se iremos conhecer assim
como somos conhecidos, significa que podemos possuir um
conhecimento inequívoco sobre Deus mesmo agora. A diferença é
apenas no grau ou quantidade de conhecimento. Paulo afirma isso
quando escreve: "Agora, conheço em parte; Então, conhecerei
plenamente, como também sou completamente conhecido" Temos
uma abundância de conhecimento sobre Deus agora, e teremos
ainda mais conhecimento no futuro, de tal forma que pode ser dito
que vamos conhecer então, assim como somos conhecidos agora.

Tudo isto equivale a uma refutação da doutrina tradicional da


incompreensibilidade de Deus, a qual representa Deus como um
mistério, mesmo que sejamos feitos à sua imagem, e mesmo que ele
tenha se revelado e se explicado. Ironicamente, essa doutrina tem
sido usada como um teste de ortodoxia, quando a formulação
tradicional é em si uma rejeição de Deus e das Escrituras, e um
exemplo de heresia e blasfêmia. Os cristãos não devem ter vergonha
de se opor a isso, e de derrubar aqueles que afirmam isso. Não
tenha medo dos poderes eclesiásticos. Nenhum teólogo, seminário,
ou denominação, e nenhum conselho ou confissão ou 'tribunal
religioso', ou qualquer outra autoridade humana, têm o direito de
usurpar o poder de Cristo e de forçá-lo a acreditar em falsa
doutrina. Se liberte do jugo e revide.

Quando Deus ordenou que Abraão sacrificasse Isaque, mesmo que


ele tenha dito: "agora eu sei que temes a Deus”, foi com o objetivo
de manter a interação para o benefício do homem, e não porque o
Deus onisciente descobriu algo novo. Quando o Senhor interrompeu
o sacrifício, um carneiro já estava preparado, preso pelos chifres na
moita. Ele conhecia o coração do homem o tempo todo, mas o
comando produziu uma ocasião para Abraão demonstrar sua
obediência, para Deus renovar e adicionar as suas promessas, e para
que a revelação fosse registrada e interpretada, uma vez que a fé de
Abraão era uma metáfora para a crença na ressurreição.

Quando Deus mostrou a Ezequiel um vale de ossos secos e


perguntou: "Podem estes ossos viver?" Ele não estava solicitando
uma informação que ele precisava. O profeta sabiamente
respondeu: "Senhor, Tu o sabes." E, claro, o Senhor sabia, pois ele
mesmo iria fazer com que os ossos revivessem e que carne viesse
sobre eles. Da mesma forma, quando Jesus perguntou a Filipe:
"Onde compraremos pão para esse povo comer?" a Bíblia explicou,
"Ele perguntou isso só para testá-lo, pois ele já tinha em mente o
que ia fazer."

Agora o Senhor Jesus testa todos os homens pela mensagem Cristã,


pela qual ele nos envia a perguntar em seu nome, "Quem dizes que
eu sou?" Ele pergunta isso não porque ele não saiba o que as
pessoas pensam – ele é o bom pastor, e chama as suas ovelhas pelo
nome. Em vez disso, o pastor divino condescende e interage com os
homens. De acordo com sua reação ao evangelho, eles são revelados
como sendo os filhos do céu ou os filhos do inferno. Aqueles que
acreditarem com seus corações e confessarem com suas bocas que
Jesus Cristo é Senhor serão salvos, e aqueles que não o fizerem
serão condenados.

Há aqueles que, como Caim, tentam enganá-lo, chamando-o:


"Senhor, Senhor", embora seu coração esteja longe dele. Mas
mesmo que ele pergunte aos homens se eles desejam se arrepender
e crer no evangelho, ele já conhece seus corações, e vai dizer aos
impostores: "Por que vocês me chamam Senhor, mas se recusam a
fazer o que eu digo? Certamente eu nunca conheci que vocês!" E ele
irá lançá-los na escuridão, onde haverá pranto e ranger de dentes.
XXX

Onde Está o Teu Irmão? - Artigo Gospel


Então o Senhor disse a Caim: "Onde está seu irmão Abel?" "Não sei", ele respondeu. "Sou
eu o guarda do meu irmão? " O Senhor disse: "O que você fez? Ouça! O sangue de teu irmão
clama a mim desde a terra." (Gênesis 4:9-10)

Deus perguntou a Caim: "Onde está teu irmão?" A passagem deixa claro que Deus fez a
pergunta não por desconhecer a resposta e precisar de um homem para lhe dizer. Isto
porque, quando Caim negou que sabia, Deus revelou que ele já sabia o que aconteceu: Caim
matou Abel. Ele disse: "O que você fez?" Mas, novamente, ele não estava pedindo
informações. Era uma pergunta retórica, pois ele imediatamente acrescentou: "O sangue de
teu irmão clama a mim".

A partir disso, depreendem-se dois princípios que devem controlar o nosso pensamento na
teologia e na interpretação bíblica:

Primeiro, é um dogma cristão inegociável que Deus saiba de todas as coisas. Poderíamos
acrescentar que Deus sabe todas as coisas uma vez que causa todas as coisas, incluindo os
pensamentos e atos humanos, mas é possível colocar isso de lado por enquanto e se
concentrar em seu conhecimento. Deus sabe a verdade sobre todas as coisas, e ele não pode
ser enganado. A resposta de Caim era contrária à verdade, mas isso não afetou o
conhecimento de Deus. Ele sabia a verdade e perscrutou, através do engano de Caim.

Em segundo lugar, estabelece-se que, quando Deus faz uma pergunta, isso nunca significa
que ele não sabe a resposta; portanto, quando ele faz uma pergunta, essa deve acontecer
para outros fins que não o de obter informações. Na verdade, a nossa passagem enfatiza o
conhecimento de Deus, uma vez que ele sabia claramente a verdade, mesmo em face do
engano de Caim. Embora Deus já sabia o que aconteceu, em vez de imediatamente
confrontar Caim, ele produziu uma ocasião ou um contexto no qual ele poderia discutir com
o homem.

Assim, quando Deus faz uma pergunta, ou quando ele fala de uma forma como se fosse
menos do que onipotente e onisciente, não é devido a qualquer deficiência em si mesmo,
mas é com o propósito de interações que efetuam com suas criaturas de uma forma que é
inteligível e significativo para eles.

Há aqueles que pensam que tais interações são possíveis apenas se Deus estivesse limitado
em poder e conhecimento, e apoderam-se de passagens segundo as quais Deus age e fala de
uma forma que permite que suas criaturas respondam. No entanto, dadas as considerações
anteriores, esta doutrina é impossível: isso deve ser condenado como heresia e blasfêmia.

As interações que são inteligíveis e significativas para as criaturas não dependem de


qualquer impotência ou ignorância em Deus, senão que isso depende do que alguns
chamariam de sua condescendência. Um homem não pode funcionar como se fosse
divindade, sua mente não pode adotar ou transmitir todo o conhecimento em um instante.
Se Deus e o homem estão a interagir uns com os outros, Deus teria de comunicar de uma
forma que o homem pudesse acompanhar, entender e responder, e isso é o que Deus tem
feito ao longo da história, e de uma forma pública e permanente, por meio da Bíblia.

Ao contrário do que alguns hereges têm ensinado, isso não significa que Deus se comunica
com o homem apenas em termos de analogias, ou que o homem tem apenas uma analogia
de informações sobre o ser de Deus e da mente de Deus. Não há base bíblica para tal
doutrina estranha. A condescendência de Deus não altera a natureza ou o estado das
comunicações: é apenas uma maneira diferente de se comunicar.
João escreveu que conheceremos como somos conhecidos, mas a menos que nos tornemos
endeusados no céu, e não o seremos, Deus ainda tem que condescender quando ele se
comunica conosco, de modo que se nós só temos uma analogia da verdade, por ora, teremos
apenas uma permanente analogia da verdade. Isto contradiz João, bem como todo o
testemunho da Escritura. Em vez disso, se tivéssemos de permanecer humanos, e se formos
conhecidos tal como somos, isso significa que podemos possuir conhecimentos unívocos
sobre Deus, mesmo agora. A diferença está apenas no grau ou quantidade de conhecimento.
Paulo afirma isso quando ele escreveu: "Agora conheço em parte, mas então conhecerei
plenamente, como também sou plenamente conhecido." Nós temos uma grande quantidade
de conhecimento sobre Deus agora, e teremos ainda mais conhecimento no futuro, tanto
assim que pode-se dizer que saberemos depois como somos conhecidos agora.

Tudo isto equivale a uma refutação da doutrina tradicional da incompreensibilidade de


Deus, que representa a Deus como um mistério, apesar do fato de sermos feitos à sua
imagem, e apesar de ele ter se revelado e explicado. Ironicamente, essa doutrina tem sido
usada como um teste de ortodoxia quando a formulação tradicional é em si uma rejeição de
Deus e das Escrituras, e como um exemplo de heresia e blasfêmia. Os cristãos não devem
ter vergonha de se opor a ela e de derrubar aqueles que a afirmam. Não tenha medo dos
poderes eclesiásticos. Nenhum teólogo, seminário, ou denominação, e nenhum conselho ou
confissão ou tribunal eclesiástico, ou qualquer outra autoridade humana, tem o direito de
usurpar o poder de Cristo e forçá-lo a acreditar numa falsa doutrina. Liberte-se do jugo e
antagonize!

Quando Deus ordenou que Abraão sacrificasse Isaque, mesmo que ele tenha dito: "agora eu
sei" sobre a obediência do patriarca, era para manter a interação em benefício do homem, e
não porque o Deus onisciente descobriu algo novo. Quando o Senhor parou o sacrifício, um
carneiro já estava preparado, preso pelos chifres entre os arbustos. Ele sabia que o coração
do homem o tempo todo, mas o comando produzido a ocasião para Abraão demonstrar sua
obediência a Deus, para renovar e acrescentar às suas promessas, e para a revelação ser
registrada e interpretada, já que a fé de Abraão foi uma metáfora sobre a crença na
ressurreição.

Quando Deus mostrou a Ezequiel um vale de ossos secos e perguntou: "Podem viver estes
ossos?" ele não estava pedindo entrada que ele precisava. O profeta sabiamente respondeu:
"Senhor, tu sabes." E é claro que o Senhor sabia, pois ele mesmo faria com que os ossos se
levantar e carne para vir sobre eles. Da mesma forma, quando Jesus disse a Filipe: "Onde
vamos comprar pão para esta gente comer? " a Bíblia explica: " Ele pediu isso só para testá-
los, pois ele já tinha em mente o que ia fazer".

Ora, o Senhor Jesus testa todos os homens pela mensagem cristã, pois ele nos envia a
perguntar em seu nome: "Quem dizeis que eu sou? " Ele pede isso não por não saber o que
as pessoas pensam - ele é o bom Pastor, e chama as suas ovelhas pelo nome. Pelo contrário,
o pastor divino condescende e interage com os homens. Por sua reação ao evangelho, eles
são revelados a ser tanto os filhos do céu ou os filhos do inferno. Aqueles que acreditam que
com o coração e confessam com a sua boca que Jesus Cristo é Senhor serão salvos; quem
não crer será condenado.

Há aqueles que, como Caim, tentam enganá-lo, chamando-o de "Senhor, Senhor", embora o
seu coração esteja longe dele. Mas mesmo que ele pedisse aos homens para que se
arrependessem e cressem no evangelho, ele já conheceria o seu coração e diria aos
impostores: "Por que vocês me chamam Senhor, mas se recusam a fazer o que eu digo?
Certamente eu nunca os conheci!" E ele vai lançá-los para as trevas, onde haverá choro e
ranger de dentes.

XXX
Na introdução do relato bíblico sobre o dilúvio, o autor afirma que “a terra estava cheia de
violência”. Esta afirmação parece ser parte do clímax da narração justamente das origens
da humanidade. Parece ser a justificativa para Deus decidir enviar o dilúvio como
manifestação de juízo.

Segundo vários especialistas em Bíblia, os relatos do Gênesis não são simples histórias de
fatos isolados que aconteceram na primeira família humana. Na verdade, o Gênesis nos
oferece uma interpretação teológica sobre as origens e o sentido da criação e da história.
No relato da criação está contido a origem da vida e da morte, da violência e do amor, da
fidelidade e da traição. Desse modo, para além da narrativa está o significado e relevância
para a fé na tradição hebraico-cristã.

Para o especialista em Antigo Testamento, José Severino Croatto, o Gênesis é antes de


tudo uma narrativa com sentido antropológico, que nos remonta às origens, para buscar o
sentido, orientar-nos, explorar possibilidades, conectar-nos com o absoluto. Cada relato
está configurado para dizer algo sobre o presente, não sobre o passado. Em cada relato
existem símbolos que guardam grandes verdades.

Diante da grande violência que vivemos atualmente nas cidades brasileiras é importante
voltar os olhos para o relato das origens de maneira que busquemos caminhos para
superar tanta violência assim como outros irmãos e irmãs fizeram no passado.

A região do grande Jangurussu, periferia da cidade de Fortaleza, Ceará, registrou quase 30


assassinatos em um único final de semana, dias 26 e 27 de janeiro. Em 2017, no Brasil,
foram quase 60 mil assassinatos, a maioria de jovens e negros. Em Fortaleza foi uma
pessoa a cada hora entre sexta e sábado. Apesar dos números serem chocantes
precisamos pensar que cada vida que se perde deixa parentes, irmãos e irmãs, uma mãe e
um pai, avós, companheiro ou companheira, além de amigos. Por traz de cada vida que se
vai existe um nome, um sonho interrompido. Não podemos mais continuar inertes
enquanto as vidas de nossos jovens se vão. Não podemos admitir o discurso dos
governantes que afirma serem casos isolados e brigas de facções. Como igreja precisamos
orar em favor da paz, mas também cobrar das autoridades medidas que coloquem fim à
violência. Queremos convocar a igreja brasileira a se posicionar do lado da vida assim
como Jesus sempre se posicionou. Jesus disse: “Felizes os que promovem a paz”.
Trabalhar pela paz em nossas cidades e em especial em Fortaleza nesse momento é um
imperativo como seguidores e seguidoras de Jesus Cristo.

XXX

Uma das coisas que mais doem é ver um irmão querido voltar para o mundo, ou
parar de congregar fielmente no culto de celebração e na célula. Nós não somos
uma igreja de programas nem uma organização apenas para entretenimento.
Mesmo com a “casa cheia”, nós sentimos falta daqueles que deixam de aparecer!

As razões por que alguns esfriam são muitas: desânimo, desejos carnais,
dificuldades de relacionamento, excesso de trabalho, falta de cuidado espiritual
ou pastoral, falha no discipulado, etc..

A responsabilidade de cuidar das ovelhas é principalmente do pastor. Até aqui


tudo bem. Mas, quem é o pastor? O pastor é o líder principal da igreja, os
pastores de rede e os supervisores. O pastor é o líder de célula e o discipulador.
Todos somos um corpo, e como tal temos responsabilidades uns para com os
outros!

Este foi o erro de Caim. Deus quis saber: “Onde está seu irmão Abel?” Qual foi
a sua reação? Sua resposta foi: “Não sei”. Misericórdia! Ele devia saber, ele
tinha que saber. Ele era o irmão mais velho, eles eram filhos do mesmo pai e da
mesma mãe, e moravam na mesma terra.

A mesma pergunta serve para nós. E esta pergunta inclui várias outras:

 Será que meu irmão está no mundo?


 Meu irmão está nas drogas?
 Meu irmão está triste e deprimido?
 Meu irmão está brigado com a esposa?
 Meu irmão está preso ao pecado e não consegue se soltar?
 Meu irmão está triste comigo ou com algum outro irmão?
 Meu irmão está desempregado?
 Meu irmão está sendo seduzido por outra igreja ou seita?

Caim ainda ousou perguntar: “Por acaso sou eu o responsável por meu
irmão?” A resposta de Deus para ele e para nós é: “Sim! Você é responsável
pelo seu irmão!”

Nós já temos percebido que alguns dos nossos irmãos têm se ausentado pouco a
pouco do evangelho; mas o que temos feito? Não podemos ficar de braços
cruzados enquanto muitos ficam sem cuidado e sem assistência! Honestamente:
Você tem sentido a falta de alguma pessoa de sua rede, seu distrito, sua área, seu
setor, sua célula, seu discípulo? Pense bem! Agora, o que você está fazendo para
trazê-lo de volta para a alegria e comunhão do Corpo?

Quando Deus fez essa pergunta para Caim, ele respondeu com indiferença e
descaso. Sabe por quê? Porque já tinha matado o seu irmão. Cuidado para não
matarmos nossos irmãos que se afastam. Podemos não matar fisicamente, mas é
possível matar o irmão em nosso coração, desprezando-o, desistindo dele,
deixando para lá, assumindo que ele não tem mais jeito, que ele não quer nada, e
lavando as mãos. Não podemos fazer isto! Deus quer saber onde está o nosso
irmão, e nós precisamos dar uma resposta ao nosso Pai.

Nós não somos cristãos individualistas. A salvação é pessoal, mas também é uma
relação contínua com Jesus e com os demais membros do Seu Corpo que é a
igreja, a célula! Se o meu irmão não está bem, toda a família sofre. Eu sou
responsável por ele!

Queridos, de todas as atividades e tarefas que temos este final de ano, uma delas
é grande, é principal e deve ter alta prioridade: Ir atrás de nossos irmãos
distanciados e apresentá-los diante de Deus! É tempo de visitar, de ligar
pelo telefone, de mandar uma mensagem por e-mail ou rede social,
de convidar para uma comunhão, para a confraternização de Natal, para
uma saída juntos.

É hora de dizer para Deus: “Meu irmão está comigo. Meu irmão está bem.
Meu irmão está viajando, mas volta. Meu irmão está muito ocupado, mas
está bem! Meu irmão está precisando de ajuda, mas eu estou chegando
perto”!

Deus quer que atuemos como verdadeiros irmãos, amorosos, cuidadosos,


sem qualquer desculpa, prontos a ir atrás dos nossos irmãos e vivenciar
junto com eles a genuína essência do Evangelho.
XXX

(GENESIS 4.9) Cada pessoa é um ser, cada um tem sua personalidade individuais, estilo de
vida diferente, valores e princípios diferentes. Quando os indivíduos se propõem a conviver
naturalmente tensões são geradas, pois se trata do encontro de mundos diferentes. E
essas diferenças podem determinar o relacionamento.
Sabemos que o homem tem problemas sérios de relacionamentos, porém, Deus nunca
deixou de amar o homem e de querer se relacionar com ele.
Deus é o Supremo Pastor que nunca desiste de nós. É tremendo o que Deus está fazendo
em várias partes do mundo mas, um fato, relevante e triste é que muitos irmãos queridos
que um dia estiveram na comunhão, estão sendo deixados para traz, vidas que um dia
foram transformadas pelo poder de Deus e se deixaram cair novamente no mundo pelo
esquecimento, ou pelo descaso. O que realmente temos feito a esse respeito? Certa vez,
Deus fez uma pergunta a Caim:
Onde está o teu irmão? Perguntou, pois, o Senhor a Caim:
Onde está Abel, teu irmão? Respondeu ele: Não sei; sou eu o guarda do meu irmão?
Esta é a mesma pergunta que Deus nos faz.
Onde está teu irmão?
O que temos feito para resgatar os irmãos que estão por aí deixados de lado, jogados na
sarjeta do pecado, da indiferença e da discriminação? A mesma pergunta ecoa no mundo
espiritual, e Deus deseja ouvir uma resposta nossa. No caso de Caim, ele respondeu que
não era tutor de seu irmão.
Abel foi pastor de ovelhas, e Caim lavrador. Aconteceu que no fim de uns tempos trouxe
Caim do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Abel por sua vez, trouxe das primícias do seu
rebanho e da gordura deste.
Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta, ao passo que de Caim e de sua oferta não se
agradou. Irou-se, pois, sobremaneira, Então lhe disse o Senhor: porque andas irado e por
que descaiu o teu semblante? Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se,
todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta. O seu desejo será contra ti, mas a ti
cumpre dominá-lo.
Disse Caim a Abel, seu irmão: vamos ao campo. Estando eles no campo, sucedeu que se
levantou Caim contra Abel, seu irmão, e o matou. Disse o Senhor a Caim: onde está Abel,
teu irmão? Ele respondeu: não sei; acaso, sou eu tutor de meu irmão? E disse Deus: que
fizeste? A voz do sangue de teu irmão clama da terra a mim?
Caim e Abel experimentaram a comunhão com Deus antes de haver qualquer outra religião
organizada.
Quantas vezes, nós, hoje, em pleno século XXI, matamos nossos irmãos, não fisicamente,
mas com palavras, gestos e reações, semelhantes às de Caim,Talvez a nossa resposta seria
a mesma dada por Caim, ou seja, que não sabemos onde está o nosso irmão, mas Deus
quer restaurar a nossa visão para podermos resgatar aqueles que estão afastados, e só
assim poderemos dar uma resposta à pergunta de Deus: Onde está teu irmão? É hora de
resgatar esses irmãos, trazer uma resposta a este anseio do coração do Pai.
Porque assim diz o Senhor Deus: Eis que eu, eu mesmo, procurarei as minhas ovelhas, e
as buscarei. Como o pastor busca o seu rebanho, no dia em que está no meio das suas
ovelhas dispersas, assim buscarei as minhas ovelhas. Livrá-la-ei de todos os lugares por
onde forem espalhadas, no dia de nuvens e de escuridão. Sim, tirá-las-ei para fora dos
povos e as congregarei dos países e as introduzirei na sua terra. Eu mesmo apascentarei
as minhas ovelhas, e Eu as farei repousar, diz o Senhor Deus. A perdida buscarei, a
desgarrada tornarei a trazer; a quebrada ligarei, e a enferma fortalecerei; a gorda e a forte
vigiarei. Apascentá-las-ei com justiça
Não queremos, em hipótese alguma, contribuir com o coração insensível de Caim, ou seja,
coração de pedra, calculista, competidor, soberbo e orgulhoso. A Igreja necessita pedir
perdão a Deus pelo comodismo que distorce a nossa visão, pelas tradições que muitas
vezes destroem e matam o próximo por não termos o coração de Abel.
,
ORAÇÃO
Senhor Jesus arranca de minha vida o coração de Caim.
Não quero ter os mesmos sentimentos que ele teve.
Não quero olhar o meu próximo com o coração cheio de egoísmo, de soberba, orgulho e
insensibilidade.
Dê, ó Deus, a sensibilidade, a compreensão e o amor para com o meu irmão afastado.
Que eu possa ter essa consciência de que sou tutor do meu irmão, e que posso ir ao seu
encontro e trazê-lo de volta ao convívio da família de Deus.
Amém .

XXX

À pergunta: “Onde está o teu irmão?”, o Papa Francisco


convida a não responder com frases de circunstância. O
nosso irmão é o faminto, o doente e o encarcerado.

Debora Donnini – Cidade do Vaticano


Assim como a Caim, o Senhor dirige também a nós pessoalmente a
pergunta: “Onde está o teu irmão?”. Na homilia da missa na Casa
Santa Marta, o Papa exortou a responder pessoalmente, mas não
com respostas de circunstância para fugir do problema. Francisco
recordou que se trata do irmão doente, encarcerado, faminto, como
diz o Evangelho de Mateus no capítulo 25.
O caso de Caim e Abel, proposto pela Primeira Leitura da Liturgia do
dia, esteve no centro da reflexão do Papa. Uma leitura que faz parte
daquele gênero literário que se repete várias vezes na Bíblia:
“podemos chamar de ‘perguntas incômodas’ e respostas de
‘circunstâncias’”. De fato, é “uma pergunta constrangedora” que Deus
dirige a Caim: “Onde está o teu irmão?”. E a resposta neste caso é
“um pouco de circunstância”, mas também dada para se defender:
“Mas o que eu tenho a ver com a vida do meu irmão? Por acaso sou
eu o seu custódio? Eu lavo as mãos. E assim Caim tenta escapar do
olhar de Deus”, notou o Papa.
Perguntas incômodas
Francisco depois se concentrou nas “perguntas incômodas” que Jesus
fez. Muitas vezes as dirigiu a Pedro, por exemplo quando lhe
perguntou três vezes: “Me amas?”. Tanto que, no final, Pedro não
sabia mais o que responder. Do mesmo modo, perguntou aos
discípulos: “O que as pessoas dizem de mim?”. E eles responderam:
“um profeta, o Batista ...”. “Mas vós, o que dizeis?”, perguntou
Cristo. “Uma pergunta constrangedora.”
Deus a Caim fez outra pergunta: onde está o teu irmão? “Esta é uma
pergunta incômoda, disse o Papa, é melhor não fazê-la. E nós
conhecemos muitas respostas: mas é a sua vida, eu a respeito, lavo
as mãos... eu não me intrometo na vida dos outros”, cada um é livre
de escolher a própria estrada... O Papa, com esses exemplos,
evidencia que na vida de todos os dias, a essas perguntas incômodas
do Senhor, “respondemos um pouco com princípios genéricos que
não dizem nada, mas dizem tudo, tudo aquilo que está no coração”.
Respostas de circunstância
Portanto, a cada um de nós o Senhor hoje faz está pergunta: “Onde
está o teu irmão?”. Talvez, alguém um pouco mais distraído pode
responder que está em casa com a esposa, mas o Papa esclareceu
que se trata do irmão doente, faminto, encarcerado, do perseguido
pela justiça:
“Onde está o teu irmão?” – “Não sei” – “Mas o teu irmão tem fome!”
– “Sim, sim, certamente está almoçando na Caritas da paróquia, sim
certamente lhe darão de comer”, e com esta resposta, de
circunstância, salvo a minha pele. “Não, o outro, o doente...” –
“Certamente está no hospital!” – “Mas não tem lugar no hospital! E
os remédios?” – “Mas é uma coisa que diz respeito a ele, eu não
posso me intrometer na vida dos outros... terá parentes que lhe
darão remédios”, e lavo as mãos. “Onde está o teu irmão, o
encarcerado?” – “Ah, está pagando aquilo que merece. Ele cometeu,
que pague. Nós estamos cansados de tantos delinquentes na rua:
pague”. Mas talvez você nunca vai ouvir esta resposta da boca do
Senhor. Onde está o teu irmão? Onde está o teu irmão explorado,
que trabalha no mercado informal nove meses por ano para retomar,
depois de três meses, outro ano? E assim não existe segurança, não
existem férias … “Eh, hoje não existe emprego e se faz aquilo que
aparece …”: outra resposta de circunstância .
Com estes exemplos concretos, o Papa pede para que cada um tome
esta Palavra do Senhor como se fosse dirigida a cada um de nós
pessoalmente:
“O Senhor me pergunta: “onde está o seu irmão?”, e põe o nome dos
irmãos que o Senhor nomeia no capítulo 25 de Mateus: o doente, o
faminto, o sedento, aquele que não tem roupas, aquele irmão
pequenino que não pode ir à escola, o usuário de droga, o
encarcerado ... onde está? Onde está o seu irmão em seu coração?
Existe espaço para essas pessoas em nosso coração? Ou falamos sim
das pessoas e descarregamos a consciência dando uma esmola.”
Mas que essas pessoas não incomodem muito por favor, porque,
continua o Papa, “com essas coisas sociais da Igreja”, acaba
parecendo “um partido comunista e isso nos faz mal”. Tudo bem, mas
o Senhor disse: onde está seu irmão? Não é o partido, é o Senhor”.
“Estamos acostumados a dar respostas de ocasião, respostas para
fugir do problema, para não ver o problema e não tocar no
problema”.
Francisco pede novamente para “fazer uma lista” de todos aqueles
que o Senhor nomeia no capítulo 25 de Mateus. Caso contrário,
começa a ser criada “uma vida escura”: o pecado está agachado à
sua porta, diz o Senhor a Caim, e “quando carregamos esta vida
escura sem tomar pela mão o que o Senhor Jesus nos ensinou, à
porta está o pecado, agachado, esperando para entrar e nos
destruir”, recorda, exortando também a fazer-se outra pergunta
contida no livro do Gênesis, aquela que Deus fez a Adão depois do
pecado: “Adão, onde você está”?
“E Adão se escondeu de vergonha, de medo. Talvez tenhamos
sentido essa vergonha. Onde está o seu irmão? Onde você está? Em
que mundo você vive que não percebe essas coisas, esses
sofrimentos, essas dores? Onde está o seu irmão?... Onde você está?
Não se esconda da realidade. Responda abertamente, com lealdade e
com alegria a estas duas perguntas do Senhor.”

XXX

Tenho visto muitos irmãos e irmãs de todo tipo de denominação com atitudes que as vezes me
causam estranheza. Não sou daqueles crentes que se escandalizam com qualquer coisa. Sendo um
jovem, tenho uma visão muito ampla sobre a liberdade que Deus nos concede. Porém, acredito que
certas coisas deveriam ser levadas com mais consideração por todos. Por amor aos outros e em
respeito a fé das pessoas a nossa volta.
“Apenas Deus pode me julgar”
De fato, a ninguém cabe a tarefa de julgar qualquer pessoa, por qualquer que seja o motivo. Mas será
mesmo que tudo é julgamento?

A todo momento vejo cristãos que evitam exortar a outros por medo de serem vistos como
julgadores. Isso dificulta muito a vida dos líderes e a expansão do Reino. Já que muitos erros acabam
não sendo tratados e ficam escondidos. Além de vistos como coisas “normais” por muitos.
É o caso de cristãos que não acham que a decência e a moral cristã tem tanto valor na sociedade que
vivemos hoje. Então vemos homens e mulheres que se dizem ser patrimônio do Senhor frequentando
festas repletas de músicas de baixo calão. Falando montoeiras de palavrões. Se embriagando.
Postando fotos carregadas de sensualidade entre outras coisas dispensáveis.

Como disse, não cabe a mim julgar. Mas minha intenção com esse texto é esclarecer sobre o quanto
nossas ações podem causar efeitos negativos na fé de outras pessoas.
Mantenha sua consciência limpa
A Bíblia cita em diversas passagens sobre a importância de estarmos com a consciência limpa. O
único modo, no caso, é através de Jesus Cristo. Afinal, mesmo alguém que não conhece as leis de
Deus, pelo Espírito Santo, consegue purificar sua consciência.

Hb 10:22 “Entremos com coração sincero e plena confiança, pois nossa consciência culpada foi
purificada, e nosso corpo, lavado com água pura”.
Rm 2:15 “…a lei está gravada em seu coração, pois sua consciência e seus pensamentos os acusam
ou lhes dizem que estão agindo corretamente”.
O maior problema no entanto é quando, por falta de exortação, a mente da pessoa que está agindo de
forma não condizente com uma moral cristã, acaba sendo cauterizada de uma forma que ela não é
mais capaz de distinguir o bem e o mal com facilidade. Até que esta nega qualquer repreensão
posterior.

De qualquer forma, devemos lembrar que nossas atitudes podem levar alguém de consciência mais
fraca a tropeçar, e isso é extremamente grave!
1Co 8:9 “Contudo, tenham cuidado para que o exercício da liberdade de vocês não se torne uma
pedra de tropeço para os fracos. (…). (11) Assim, esse irmão fraco, por quem Cristo morreu, é
destruído por causa do conhecimento que você tem. (12) Quando você peca contra seus irmãos
dessa maneira, ferindo a consciência fraca deles, peca contra Cristo“.
A exortação é importante
Gl 6:1 “Irmãos, se alguém for surpreendido em algum pecado, vocês, que são espirituais deverão
restaurá-lo com mansidão. Cuide-se, porém, cada um para que também não seja tentado. (2) Levem
os fardos pesados uns dos outros e, assim, cumpram a lei de Cristo”.
Jd 22 “Tenham compaixão daqueles que duvidam; (23) a outros, salvem-nos, arrebatando-os do
fogo; a outros ainda, mostrem misericórdia com temor, odiando até a roupa contaminada pela
carne.
É óbvio, de nada adianta um irmão corrigir um outro quando não se tem autoridade para tal. E a
autoridade que quero dizer é referente a ser alguém que não tem problemas na mesma questão que
está tentando corrigir no outro. Nessa hora, temos de lembrar do cisco no olho do próximo e na trave
de madeira que está sobre o nosso (Mt 7:3).
Mas o principal é ajudar uns aos outros para que haja sempre uma correção na forma como um irmão
conduz sua vida com Cristo. Afinal, não somos perfeitos e precisamos todos de exortação!

Faça tudo com amor


Primeiramente, ore a Deus pedindo discernimento e sabedoria para lidar com mansidão com um
irmão que está cometendo faltas graves.
Depois, tente entender o que há de errado e as coisas que induzem essa pessoa a erros. É muito mais
eficaz tratar um problema em sua raiz!

No final das contas, lembre-se que o amor é o que há de mais importante (1Co 13:13). Então em
nenhuma ocasião deve-se expor o erro da pessoa a qual está se tentando auxiliar. Trate todos os
irmãos da mesma maneira que gostaria de ser tratado, com zelo, cuidado e carinho.
Assim, teremos a cada vez mais, uma igreja fortalecida e que vive de acordo com aquilo que é da
vontade de Deus.

XXX
Deus Nos Pergunta Pelos Nossos Irmãos

Então o Senhor perguntou a Caim: Onde está seu irmão Abel? Respondeu ele: Não
sei; sou eu o responsável por meu irmão? (Gênesis 4:9)

Onde está teu irmão Abel? Deus faz a Caim uma pergunta retórica, ou seja, um
questionamento que não tem como objetivo obter uma resposta, pois o Senhor já
sabia do ocorrido. Deus já sabia que Caim havia assassinado seu irmão. A pergunta
divina tinha como objetivo levar Caim a refletir sobre seus atos. Deus chama Caim
à consciência.
Caim responde ao Senhor de duas maneiras. A primeira é uma afirmação
mentirosa: Não sei, disse ele. E a segunda resposta, em forma de pergunta, foi
uma declaração impertinente: Sou eu responsável pelo meu irmão? Questionou.
A pergunta de Caim infelizmente ainda hoje ecoa em nosso meio. Talvez não
sejamos tão insolentes quanto ele foi ao ser indagado por Deus. No entanto,
através de nossas atitudes, muitas vezes nos recusamos a assumir uma
responsabilidade para com nossos irmãos.
Não é mero costume chamarmos uns aos outros de irmão ou irmã. Isso não é
apenas uma tradição. É ensinamento bíblico. Pois se, em Cristo, temos a Deus
como Pai, é certo que, no Salvador, somos irmãos (João 1.12). Sendo assim, nós
somos, de fato, responsáveis uns pelos outros. A parábola do bom samaritano nos
ensina isso. Tiago corrobora com o ensinamento de Cristo, ao afirmar que: Se um
irmão ou irmã estiver necessitando de roupas e do alimento de cada dia e um de
vocês lhe disser: "Vá em paz, aqueça-se e alimente-se até satisfazer-se", sem
porém lhe dar nada, de que adianta isso? (Tiago 2.15-16)
Cuidar do irmão não é obrigação exclusiva do pastor ou dos diáconos da igreja. É
uma tarefa para todos aqueles quem têm a Deus como Pai. Orar pelo irmão,
aconselhar os que carecem de uma orientação, socorrer os necessitados, suprir as
carências materiais dos menos favorecidos etc., é nossa obrigação. A igreja jamais
deve se esquecer de que a responsabilidade mútua é um ensinamento bíblico,
portanto deve ser praticado. Muitas vezes estamos distantes aos sofrimentos do
nosso irmão ou irmã que senta ao nosso lado todos os domingos no culto.
E se praticássemos esta verdade de uma forma tão intensa ao ponto de a
estendermos ao mundo? E se o ser humano passasse a viver como responsável
pelo seu próximo? E se um cuidasse do outro? E se um colocasse o bem e a alegria
do outro acima de seus próprios objetivos e prazeres? É certo de que não haveria
mais guerras, fome, corrupção, preconceito racial ou outros males que têm
dizimado milhões de vidas. Porém, reconheço que é praticamente impossível isso
acontecer, porque o mundo não entende esse princípio bíblico. Quem não tem a
Deus como pai, jamais enxergará o próximo como irmão. É o que temos visto.
Assim como Caim, aquele que não entende ser responsável pelo seu irmão, está
sujeito a participar, através de suas atitudes ou negligência, do sofrimento do
mesmo.
O mundo não entende isso. Todavia, o cristão não tem desculpas. Ele é, de fato,
responsável pelo seu irmão. Deus nos pergunta pelos nossos irmãos. E o que
temos respondido ao nosso amado Pai?

XXX

Disse, porém, Caim a seu irmão Abel: "Vamos para o campo". Quando estavam lá, Caim
atacou seu irmão Abel e o matou. Então o Senhor perguntou a Caim: "Onde está seu irmão
Abel? " Respondeu ele: "Não sei; sou eu o responsável por meu irmão?" (Gênesis 4:8,9)
Ora, a terra estava corrompida aos olhos de Deus e cheia de violência. Ao ver como a terra
se corrompera, pois toda a humanidade havia corrompido a sua conduta, Deus disse a
Noé: "Darei fim a todos os seres humanos, porque a terra encheu-se de violência por
causa deles. Eu os destruirei juntamente com a terra." (Gênesis 6:11-13).

Na introdução do relato bíblico sobre o dilúvio, o autor afirma que “a terra estava cheia de
violência”. Esta afirmação parece ser parte do clímax da narração justamente das origens
da humanidade. Parece ser a justificativa para Deus decidir enviar o dilúvio como
manifestação de juízo.
Segundo vários especialistas em Bíblia, os relatos do Gênesis não são simples histórias de
fatos isolados que aconteceram na primeira família humana. Na verdade, o Gênesis nos
oferece uma interpretação teológica sobre as origens e o sentido da criação e da história.
No relato da criação está contido a origem da vida e da morte, da violência e do amor, da
fidelidade e da traição. Desse modo, para além da narrativa está o significado e relevância
para a fé na tradição hebraico-cristã.
Para o especialista em Antigo Testamento, José Severino Croatto, o Gênesis é antes de
tudo uma narrativa com sentido antropológico, que nos remonta às origens, para buscar o
sentido, orientar-nos, explorar possibilidades, conectar-nos com o absoluto. Cada relato
está configurado para dizer algo sobre o presente, não sobre o passado. Em cada relato
existem símbolos que guardam grandes verdades para nossas vidas e para a humanidade.
Diante da grande violência que vivemos atualmente nas cidades brasileiras é importante
voltar os olhos para o relato das origens de maneira que busquemos caminhos para
superar tanta violência assim como outros irmãos e irmãs fizeram no passado.
A região do grande Jangurussu, periferia de Fortaleza – CE registrou quase 30
assassinatos em um único final de semana, dias 26 e 27 de janeiro. Em 2017, no Brasil,
foram 60 mil assassinatos, a maioria de jovens e negros. Em Fortaleza foi uma pessoa a
cada hora entre sexta e sábado. Apesar dos números serem chocantes precisamos pensar
que cada vida que se perde deixa parentes, irmãos e irmãs, uma mãe e um pai, avós,
companheiro ou companheira, além de amigos. Por traz de cada vida que se vai existe um
nome, um sonho interrompido. Não podemos mais continuar inertes enquanto as vidas de
nossos jovens se vão. Não podemos admitir o discurso dos governantes que afirmam
serem casos isolados e brigas de facções. Como igreja precisamos orar em favor da paz,
mas também cobrar das autoridades medidas que coloquem fim à violência. Queremos
convocar a igreja Metodista em todo o Brasil a se posicionar do lado da vida assim como
Jesus sempre se posicionou. Jesus disse: “Felizes os que promovem a paz”. Trabalhar pela
paz em nossas cidades e em especial em Fortaleza nesse momento é um imperativo como
seguidores e seguidoras de Jesus Cristo.

XXX

O Guardador de Meu Irmão



Thomas S. Monson
Second Counselor in the First Presidency

Os esforços humanitários dos membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos


dos Últimos Dias alcançaram todos os cantos do globo.

Meus queridos irmãos, tenho certeza de que vós, como eu, haveis visto os
noticiários na televisão e ouvido-os no rádio, lido artigos publicados nas
revistas semanais e mensais e observado as manchetes chamativas dos jornais
diários. Todos eles descrevem a luta na Bósnia, os conflitos tribais na África e
as grandes enchentes na Geórgia e na Flórida. O desfile de devastações, casas
destruídas, fazendas danificadas, negócios arruinados e, acima de tudo,
sofrimentos e mortes assustadoras de seres humanos continua quase sem
interrupção.


Após externar-se pesar, balançar-se a cabeça em incredulidade e, sim, depois


até de se dar de ombros em sinal de desânimo, surge a pergunta: “Quando irão
eles fazer alguma coisa para minorar esse terrível sofrimento?”


Há muitos anos uma pergunta semelhante foi feita e preservada nos escritos
sagrados, ou seja, na Bíblia: “E falou Caim com seu irmão Abel: e sucedeu
que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu irmão Abel, e o
matou.


E disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou
eu guardador do meu irmão?”1

Esta noite senti que deveria apresentar-vos uma resposta a essa pergunta, que
representa uma réplica conjunta dos membros da Igreja em todos os lugares e
da Igreja em si. Mas, primeiro, alguns antecedentes:


Em março de 1967, logo que iniciei meu trabalho no Conselho dos Doze,
participei de uma conferência da Estaca Monument Park Oeste, na Cidade do
Lago Salgado. Meu companheiro nessa conferência era um membro do
Comitê Geral de Bem-Estar da Igreja, Paul C. Child. O Presidente Child era
um estudioso das escrituras. Fora meu presidente de estaca durante os anos em
que eu pertencera ao Sacerdócio Aarônico. Agora estávamos juntos como
visitantes nessa conferência.


Quando chegou a hora de sua participação, o Presidente Child, com um


exemplar de Doutrina e Convênios na mão, deixou o púlpito e colocou-se no
meio dos irmãos do sacerdócio, a quem estava dirigindo a sua mensagem. Ele
abriu o livro na seção 18 e começou a ler:


“Lembrai-vos de que o valor das almas é grande na vista de Deus. …


E se acontecer que trabalhardes todos os vossos dias, proclamando


arrependimento a este povo, e trouxerdes a Mim mesmo que seja uma só
alma, quão grande será vossa alegria com ela no reino de Meu Pai!”2

O Presidente Child levantou então os olhos das escrituras e perguntou aos
irmãos: “Qual o valor de uma alma humana?” Ele evitou dirigir a pergunta a
um bispo, a um presidente de estaca ou a um sumo conselheiro. Em vez disso,
escolheu o presidente de um quórum de élderes—um irmão que estava um
pouco sonolento e que não captara o significado da pergunta.


O homem, surpreso, respondeu: “Irmão Child, poderia, por favor, repetir a


pergunta?”


A pergunta foi repetida: “Qual o valor de uma alma humana?”


Eu conhecia o estilo do Presidente Child. Orei fervorosamente por aquele


presidente de quórum. Ele ficou calado pelo que pareceu uma eternidade e
então declarou: “Irmão Child, o valor de uma alma humana é sua capacidade
de tornar-se como Deus.”


Todos os presentes ficaram analisando aquela resposta. O irmão Child voltou


para o púlpito, inclinou-se na minha direção e disse: “Uma resposta profunda,
uma resposta profunda!” Ele continuou a transmitir sua mensagem, mas eu
continuei a refletir sobre a resposta inspirada.


Outro pioneiro do bem-estar na Igreja, Walter Stover, que morreu alguns


meses atrás com a mesma idade do Presidente Ezra Taft Benson, foi um dos
que entenderam o valor de uma alma humana. Na cerimônia que antecedeu o
seu sepultamento, prestou-se este tributo ao Irmão Stover: “Ele tinha a
capacidade de ver Cristo em cada face que encontrava, e suas ações refletiam
esse sentimento. Legendária é sua compaixão e seu talento para guiar em
direção ao céu todas as pessoas que encontrava. Sua luz orientadora era a voz
do Mestre dizendo: ‘Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes
meus pequeninos, … a mim o fizestes.’”3

A publicação Times and Seasons, em sua edição de março de 1842, anunciou
o seguinte: “A respeito de quanto um homem … deve dar … não temos
instruções especiais; … ele deve alimentar os famintos, vestir os nús, ajudar as
viúvas, secar as lágrimas dos órfãos, consolar os aflitos, seja nesta igreja ou
em qualquer outra (igreja), ou em nenhuma igreja, onde quer que os
encontre.”4

Desde os dois jejuns especiais em 1985, determinados pela Primeira
Presidência, os esforços humanitários dos membros da Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos Últimos Dias alcançaram todos os cantos do globo. Milhões
dos necessitados da Terra foram abençoados quando os membros da Igreja
consagraram seus recursos para fornecer alimentos e roupas, para estabelecer
programas de imunização e alimentação de crianças, para alfabetizar, para
cavar poços de água fresca, abrir agências bancárias em cidadezinhas, criar
novos empregos, sustentar hospitais e orfanatos, ensinar princípios básicos de
auto-suficiência e agir de muitas outras formas para ajudar os filhos do Pai
Celestial a melhorar de vida tanto espiritual quanto materialmente.


O escopo da ajuda humanitária prestada é muito significativo:


 Doações em dinheiro para fins humanitários: US$23.750.000


 Valor total da ajuda: US$72.480.000
 Países atendidos: 109
 Alimentos distribuídos: 3.615 toneladas
 Equipamento médico distribuído: 243 toneladas
Os dados acima são um acréscimo ao programa de bem-estar convencional da
Igreja, financiado basicamente pelas contribuições regulares das ofertas de
jejum.


Os exemplos de ajuda humanitária e os testemunhos ouvidos in loco são


inspiradores e comoventes.


Após o período colonial, uma série de conflitos tribais dizimou a população de


Ruanda, na África. Na primavera deste ano, as hostilidades recomeçaram,
resultando na morte de mais de meio milhão de pessoas. Refugiados
acotovelam-se em esquálidos e insalubres campos dentro das fronteiras do
Zaire, Uganda, Tanzânia e Burundi.

Unindo-se aos esforços de outros órgãos da comunidade internacional, esta
igreja comprometeu-se a doar um milhão e duzentos mil dólares em
mercadorias e dinheiro para auxílio de refugiados. A maioria dessa ajuda já
foi enviada por meio de quatro agências assistenciais—Serviços Assistenciais
da Igreja Católica, Comitê Internacional da Cruz Vermelha, C.A.R.E. e Alto
Comissariado das Nações Unidas para Refugiados. Planejamos uma ajuda
contínua para sanar a dor desses filhos do Pai Celestial.


Na Iugoslávia, após o fim do antigo governo, o país desintegrou-se, dividindo-


se em facções étnicas. Os conflitos civis sacrificaram milhares de vidas e
infligiram sofrimentos, inquietação e dor a milhões de pessoas.


Trabalhando com sete órgãos assistenciais diferentes, a Igreja forneceu, a


partir de 1991, alimentos, roupas, cobertores, artigos de limpeza e suprimentos
médicos no valor de 850 mil dólares, além das contribuições pessoais de
nossos membros em outras nações da Europa.


Em maio de 1993, Danijela Curcid, de Zagreb, na Croácia, escreveu a


seguinte carta, endereçada à sede da Igreja, expressando sua gratidão por
alimentos enviados pelos santos.


“Caras Pessoas Caridosas:


Gostaria de agradecer-lhes tudo de bom que fizeram pelo povo de meu país.
Esta horrível guerra civil é um crime que nada ou ninguém poupa. Vemos um
número incontável de refugiados e milhares de crianças mortas por toda parte.
Respeito todos vocês, queridos amigos, por terem mostrado que se importam.
É mais fácil e não se sofre tanto quando se tem consciência de que existe
gente boa, disposta a ajudar.”


Em nosso país, atendidas pelos procedimentos convencionais do programa de


bem-estar, encontramos as vítimas da inundação devastadora no sul da
Geórgia, em 1994. Trinta e cinco mil famílias foram evacuadas, cinco mil
pessoas abrigaram-se temporariamente em duas de nossas capelas e nove
enormes caminhões de alimentos e suprimentos foram fornecidos pela Igreja a
pessoas que, em sua maioria, não eram membros de nossa igreja.


Nossa unidade móvel, com provisões de emergência, chegava aos locais


indicados, com tudo que fora solicitado, apenas cinco horas depois de ativada
pelo presidente da área.


No primeiro fim de semana da enchente, 500 membros voluntários ajudaram a


limpar 1.569 casas danificadas. No fim de semana seguinte, mais de 5.500
voluntários—todos de unidades da Igreja de uma vasta área que ultrapassava a
região atingida—foram ajudar.


Voluntários do sacerdócio da Estaca Jacksonville Florida Oeste trabalharam


todo o fim de semana limpando uma casa que fora quase totalmente coberta
pelas águas. O proprietário, um aposentado chamado Davis, que não era
membro da igreja, ficou maravilhado com a ajuda. Quando o trabalho
terminou, os irmãos perguntaram ao Sr. Davis se poderiam abençoar sua casa.
Reuniram-se todos e o bispo pronunciou uma bênção sobre a casa e a família.
O Sr. Davis derramou muitas lágrimas e sentiu-se o Espírito com muita
intensidade. Cada um dos voluntários abraçou-o, dizendo-lhe de sua alegria
por ter sido útil. Ele respondeu que haviam feito muito mais do que poderiam
imaginar e que não sabia como agradecer.


A reação dos membros da Igreja e especialmente a atuação do sacerdócio em


situações como essas, tocam o coração e causam assombro. E tem sido sempre
assim. 


Falando sobre um período anterior, após a mortandade da Segunda Guerra


Mundial, o Élder Ezra Taft Benson dirigiu o movimento de ajuda da Igreja,
que forneceu alimentos, remédios e roupas—num total de dois milhões de
dólares, transportados em 133 vagões de carga—aos membros da Igreja na
Europa, que estavam passando frio e fome. Esse auxílio, desesperadamente
necessário, salvou vidas, animou os desalentados, renovou esperanças e
estimulou orações de profunda gratidão. “A caridade nunca falha.”5

Quando estavam ajuntando roupas quentes para enviar aos santos
necessitados, o Élder Harold B. Lee e o Élder Marion G. Romney levaram o
Presidente George Albert Smith à Welfare Square (Praça do Bem-Estar) na
Cidade do Lago Salgado. Ficaram impressionados com a resposta generosa
dos membros da Igreja à campanha para coleta e preparação de roupas a
serem enviadas para o outro continente. Notaram que enquanto observava as
pessoas que trabalhavam para acondicionar o grande volume de roupas
doadas, o Presidente Smith tinha lágrimas nos olhos. Depois de alguns
momentos, tirou o casaco novo que vestia e disse: “Mandem este também.”


Os outros replicaram: “Não, Presidente, não faça isso; está frio e precisa de
seu casaco.”


Mas o Presidente Smith não pegou de volta o casaco.



A admostação do Apóstolo Paulo certamente foi seguida naquele dia: “… Sê o
exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no espirito, na fé, na
pureza.”6

Duas semanas atrás, Élder Dallin H. Oaks, Élder Robert K. Dellenbach e eu
participamos de uma conferência regional na Holanda. Quando nos reunimos
com os santos, falei sobre o milagre das batatas que ocorrera no país em
novembro de 1947.


Na primeira semana de novembro de 1947, dez enormes caminhões


atravessaram a Holanda. Iam em direção ao leste e carregavam uma carga
preciosa—setenta e cinco toneladas de batatas, doação dos membros da Igreja
holandeses aos santos da Alemanha.


Meses antes, na primavera de 1947, solicitou-se aos membros da Missão


holandesa que iniciassem um projeto de bem-estar próprio, uma vez que
haviam recebido tantos suprimentos dos membros dos Estados Unidos. A
proposta foi recebida com entusiasmo. O sacerdócio pôs-se a trabalhar e, em
pouco tempo, cada quórum havia conseguido um pedaço de terra para o
projeto. Plantação recomendada: batatas. Nos vários ramos da Igreja ouviram-
se hinos, discursos e orações. No final, as batatas foram plantadas. Logo
chegaram notícias de boas perspectivas para a colheita, e estimativas
cautelosas foram feitas sobre o tamanho da safra.


Enquanto as batatas cresciam, Walter Stover, presidente da Missão Alemanha


Leste, visitou a Missão holandesa. Durante a visita, com lágrimas nos olhos,
ele relatou a fome dos membros da Igreja na Alemanha. Estavam em piores
condições que os santos da Holanda. Os santos da Alemanha não haviam
recebido provisões com a mesma rapidez que os holandeses.


Quando Cornelius Zappey, presidente da Missão holandesa, soube das


condições dos santos alemães, encheu-se de compaixão, sabendo como
haviam sofrido. Primeiro teve a idéia, que foi imediatamente seguida da ação:
“Vamos dar nossas batatas aos membros da Igreja da Alemanha.” Tenho
certeza de que ele se preocupou, uma vez que os exércitos alemães e os
exércitos holandeses haviam lutado em lados opostos. Os holandeses haviam
passado fome. Será que concordariam? Uma viúva holandesa, que recebera
um saco de batatas, soube que a maior parte delas seria dada aos membros da
Alemanha. Adiantou-se e disse: “Minhas batatas devem ser dadas a eles.” E
aquela viúva faminta devolveu as batatas que recebera.


Quais são as palavras do Senhor em relação ao assunto? “Em verdade vos


digo que esta pobre viúva deitou mais do que todos os que deitaram na arca do
tesouro. …

Esta, da sua pobreza, deitou tudo o que tinha.”7

Foi o Presidente J. Reuben Clark, Jr., quem, em 1936, declarou: “O objetivo a
longo prazo do Plano de Bem-Estar é a edificação do caráter dos membros da
Igreja, doadores e recebedores, resgatando tudo o que existe de melhor dentro
deles e fazendo florescer e frutificar as riquezas latentes do espírito, o que,
resumindo, é a missão, o propósito e a razão de ser desta Igreja.”8

“Sou eu guardador do meu irmão?” Esta pergunta perene foi respondida! Do
salmo de Davi chega-nos a preciosa promessa: 


“Bem-aventurado é aquele que atende ao pobre; o Senhor o livrará do dia do


mal.


O Senhor o livrará e o preservará em vida; será abençoado na terra, e tu não o


entregarás à vontade de seus inimigos.


O Senhor o sustentará.”9

Irmãos, que o Senhor fortaleça cada um de nós, portadores do sacerdócio; que
cada um aprenda seu dever como guardador de seu irmão e esteja sempre a
serviço do Senhor, oro humildemente em nome de Jesus Cristo. Amém.
XXX

Ao matar Abel, Caim revelou a frieza do seu caráter. Ao responder a Deus de forma
debochada, Caim revelou a sociopatia do seu caráter: “Mais tarde, o Senhor perguntou a
Caim – Onde está Abel, o seu irmão? - ‘Não sei’, respondeu Caim. ‘Por acaso eu sou o
guardador do meu irmão?” (Gênesis 4:9).

O crime de Caim foi premeditado: homicídio doloso. A Abel não foi dada sequer a chance
de lutar e se defender. Vendo seu sacrifício ritual rejeitado pelo Senhor, não passou pela
cabeça de Caim o procurar as causas do seu fiasco. Envenenado pela rejeição, deixou-se
dominar pelo ódio e pela vingança.

Diferentemente de Caim, nós outros temos a chance da reflexão. “Quem não ama a seu
irmão, a quem vê, como pode amar a Deus, a quem não vê?” A dimensão comunitária da
vida cristã nos ensina que sim, que nós somos guardadores dos irmãos. Por sermos corpo
de Cristo e “membros uns dos outros”, a dor de um órgão isolado implica na dor
interdependente do organismo inteiro. Porque somos guardadores, não temos o direito de
sermos insensíveis. Porque somos guardadores, temos a obrigação de saber que a “fé,
sem obras, é morta”. O sangue de Abel clama contra nosso individualismo egoísta e nosso
cristianismo de fachada. É o “sangue de Cristo que nos constrange” a sermos guardadores
dos irmãos.

XXC

O contato com os outros permite trocas de sentimentos, ajuda mútua,


aprendizados e, às vezes, até desconforto. Impossível ficar próximo somente de
quem é uma agradável presença. A companhia é necessária, mas nem sempre é
possível selecionar. Em algumas situações, conviver com os diferentes exige
abnegação, paciência e perdão. Por outro lado, em muitos momentos o tempo
não deveria passar, os ponteiros do relógio deveriam simplesmente parar.

O que se passa com a outra pessoa acaba influenciando ou deixando marcas.


Quem reserva um tempo e desenvolve a capacidade de escuta, acaba
descobrindo as diferentes facetas do amor e da dor. Quanto sofrimento
disseminado em frágeis corações. Impossível ficar indiferente. Basta ter um
pouco de sensibilidade para sentir ou imaginar a dor que o outro está sentindo e
desejar fazer algo para amenizar o sofrimento.

A solidariedade é uma atitude maravilhosa. Em determinadas situações é


praticamente impossível fazer algo, mas o simples fato de estar presente, dar
um abraço e permanecer por perto já é um grande alívio. Tem dores incuráveis,
mas que se tornam suportáveis pela presença silenciosa, pelo olhar
compadecido, pela disponibilidade que criativamente age. Ficar indiferente é,
por si só, um sintoma, um alerta de que algo não está bem. Quem não se
importa com as feridas dos outros se encontra em grave situação, deixou a alma
adoecer. Não há necessidade de assumir a dor alheia, mas nem ficar distante,
como um mero estranho. A vida adquire sentido quando o cuidado mútuo tem a
tonalidade daquele amor que cura todas as enfermidades.

XXX

Há centenas de anos, o Senhor Deus perguntou a Caim: “Onde está Abel, teu
irmão?”.
Mais tarde, as mesmas palavras podiam ser repetidas aos filhos de Jacó. O
Senhor podia ter perguntado a Simeão, Rubem e Judá: “Onde está o vosso
irmão José?”
Ao longo da Bíblia, o Senhor podia ter perguntado a muita gente pelos seus
irmãos. Por exemplo, Ele podia ter feito essa pergunta aos sete filhos de Jessé:
“Onde está o vosso irmão Davi?" Certamente, a resposta seria sempre a mesma:
“Não sei. Sou eu o guarda do meu irmão?”
Hoje, o Senhor ainda continua fazendo essa mesma pergunta a cada um de
nós: “Onde está o teu irmão?” Só que nós também respondemos: “Não sei. Sou
eu o guarda do meu irmão?”.
O texto que lemos retrata o encontro de Deus com Caim, logo após o
assassinato de Abel. Nele destaca-se a expressão “meu irmão”, que nos ouvidos
de alguns soa como uma cobrança de algo que deixamos de fazer.
Será que você têm falhado no cuidado com algum irmão? Têm se preocupado
ou tem se esquecido dele? Com alguns somos mais chegados e nos importamos,
já com outros somos indiferentes. Mas, nessa vertente, o “meu irmão” diz
respeito àqueles que frequentam a mesma célula que eu frequento ou a mesma
Igreja; ou seja, são os que estão mais perto.
Onde está o novo convertido de Domingo passado? Onde estão aqueles a
quem um dia falamos de Cristo e eles até vieram à Igreja ou à célula e
entregaram suas vidas a Jesus?
Às vezes, insistimos tanto para que a pessoa se converta e nos damos por
satisfeitos pelo seu “sim” como resposta. Depois, o largamos a própria sorte sem
acompanhá-lo, sem integrá-lo à igreja. Simplesmente nos esquecemos dele ou
transferimos a responsabilidade de cuidar para o Pastor ou para o Líder da
Célula. Cruzamos os braços e ficamos livres do problema.
Ganhar é só o primeiro passo, depois vem o cuidar, a consolidação, que
efetivamente o firmará na fé.
Quando Deus perguntou a Caim: "Onde está o teu irmão", o espírito de Caim
respondeu: "Não tenho responsabilidade de saber onde ele está. Cada um que se
vire." Diferentemente de Caim, o espírito de José diz: “Procuro meus irmãos."
(Gn 37:16) Você possui o espírito de Caim ou o espírito de José?
Devemos fazer com os outros como gostaríamos que fizessem conosco. Se
você gosta de ser cuidado, cuide dos outros. Essa é a regra áurea. (Mt 7:12)
Irmãos que estavam conosco e que já não estão mais, que abandonaram a fé,
que esfriaram, que foram tragados pelo pecado e voltaram para a vida
pregressa, para o mundo. Será que Cristo não os ama mais? Claro que sim. É o
próprio Jesus que nos ensina a amar até o inimigo, pois amar quem nos ama é
fácil, isso até os pagãos fazem. (Mt 5:43-48 NVI) Precisamos resgatar os nossos
irmãos que se foram, que se perderam. Deus espera essa atitude de nós.
Em diversas ocasiões em que Jesus operou milagres Ele foi movido por
íntima compaixão pelos perdidos e pelas multidões. O seu sacrifício na cruz foi
por eles também.
Quantos de nós já nos movemos ao menos para orar por essas vidas?
Quantos de nós já nos movemos para ir até essas pessoas e dizer: "Arrependa-
se, volte... Jesus te ama; eu também!"

I – "Onde está o teu irmão?"

Quando Deus nos faz esta pergunta, ele nos faz lembrar que devemos:

A) Amar uns aos outros - A lei antiga dos Judeus já prescrevia isso: “(...)
Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.” (Lv 19:18) Aqui o padrão é o
indivíduo, o limite é “a si mesmo”, o que já é para muitos algo quase impossível,
gostar de alguém como ele gosta de si mesmo. E já se discutia sobre quem é esse
próximo. Se o inimigo ou somente os amigos, ou se o próximo é somente quem é
irmão. Mas só a lei não foi suficiente, Cristo, então, eleva o nível passando Ele a
ser o padrão, a referência de amor ao próximo conforme descrito em João
13:34-35 "Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como
eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos
conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros." Essa
então é a Lei de Cristo e João lembra isso em 1 Jo 3:11 - "Porque esta é a
mensagem que ouvistes desde o princípio, que nos amemos uns aos outros."

"Onde está o teu irmão?" Quando Deus nos faz esta pergunta, ele nos faz
lembrar que devemos:

B) Perdoar uns aos outros - É difícil imaginar que irmãos frequentam o


mesmo local, se apresentam para cultuar ao Senhor juntos e muitas vezes não se
falam, guardam mágoas uns dos outros. O apóstolo Paulo nos ensina em Efésios
4:32 – “Antes sede bondosos uns para com os outros, compassivos, perdoando-
vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.” Aqui
novamente o padrão de perdão é Cristo. Será que Jesus anda se lembrando do
que fomos? Será que Ele já não nos perdoou? Lembremo-nos do que Cristo nos
ensinou: “(…) perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos
ofendeu.” (Mt 6:12) Estamos agindo assim?

"Onde está o teu irmão?" Quando Deus nos faz esta pergunta, ele nos faz
lembrar que devemos:

C) Suportar uns aos outros - Cabe alguma explicação aqui sobre o


“suportando-vos”. Esse suportar, como sendo dar suporte, ajudar os outros a
resistirem ao “peso” da tentação do pecado. E aí podemos ver claramente a
diferença de carga e de fardo. “Levai as cargas uns dos outros, e assim
cumprireis a lei de Cristo. Porque cada um levará o seu próprio fardo.” (Gl
6:2,5) Eu levo a minha cruz, o meu fardo, por esse eu serei responsável diante
de Deus, por tudo que fiz ou disse, ou até pensei. Mas isso não me impede de ser
solidário com a carga do meu irmão e ajudá-lo diante das dificuldades, das
tentações, do pecado, das dores e sofrimentos pelos quais ele possa estar
passando, consolando-o, exortando-o, animando-o na fé.
"Suportando-vos e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra
outro; assim como o Senhor vos perdoou, assim fazei vós também." (Cl 3:13)

"Onde está o teu irmão?" Quando Deus nos faz esta pergunta, ele nos faz
lembrar que devemos:

D) Exortar uns aos outros - Exortar é animar, alertar, incentivar. Não


vamos confundir com repreender, reprimir ou punir. O apóstolo Paulo nos
ensina em Hebreus 3:13 – “(…) antes exortai-vos uns aos outros todos os dias,
durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo
engano do pecado;” Quando diz esse tempo que se chama hoje é para não deixar
para amanhã o que se pode fazer hoje, nem se lamuriar no ontem porque deixou
passar. Hoje é Hoje! Esse “antes” significa que estou acompanhando e antes que
aconteça estou junto. Não se refere a depois que o pecado se instalou e agora
vou castigar o irmão. É prevenir antes que aconteça, é ajudar o irmão a não cair
em falta. É alertar que tal caminho não parece ser bom, mas caminhos de morte.
Isso antes de acontecer, e só se sabe que o pecado está rondando o irmão quem
está perto e se importa com ele.

Portanto esta pergunta serve para nós que queremos que a consolidação
funcione em nossa Igreja. Onde estão teus irmãos? Onde está o novo convertido
da semana passada? Onde está o teu discípulo, pois Jesus nos chamou para
fazermos discípulos.
O Senhor fez e ainda hoje continua a fazer a cada um de nós a pergunta:
Onde está o teu irmão? Só que nós também respondemos: "Não sei! Será que eu
sou o guarda do meu irmão? Tu é que devias saber Senhor. Tu é que és Deus,
cada um tem que saber de si e Tu tens que saber de todos. Eu não sei do meu
irmão. Ele não tem aparecido, como é que posso saber dele? Vai lá procura-lo
Senhor, ele não tem aparecido, mas toca o seu coração para que venha. Envia os
teus anjos para despertá-lo."

II – Duas respostas irresponsáveis de um falso consolidador.

A) Não sei!
Esta tem sido a resposta de muitos na Igreja. Caim sabia muito bem onde Abel
estava. Ele estava sepultado na terra.

ABEL É A FIGURA PERFEITA DE IRMÃOS QUE SÃO ASSASSINADOS E


SEPULTADOS A CADA SEMANA, APÓS SUAS DECISÕES EM NOSSAS
CÉLULAS E NA IGREJA PORQUE NÃO TEM QUEM OS CONSOLIDE.

Feche os olhos e ouça esta pergunta de Deus: Onde estão seus irmãos (os novos
convertidos) da última reunião de célula? Do Domingo passado? Da Rede
passada? Qual a sua resposta para o Senhor? Se alguns fossem sinceros,
responderiam: "Senhor, eu matei a todos com a minha preguiça e falta de
compromisso e os sepultei no túmulo da minha negligência e desprezo."

EXISTEM MUITAS ALMAS PERDIDAS POR FALTA DE VERDADEIROS


CONSOLIDADORES.

Somos chamados para dar frutos.


"Vós não me escolhestes a mim mas eu vos escolhi a vós, e vos designei, para
que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto
pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda." (Jo 15:16)

SE NÃO DERMOS FRUTOS SEREMOS CORTADOS DA VIDEIRA CHAMADA


JESUS.

Um dos fatores que fazem a diferença em uma célula que cresce e uma que não
cresce é a consolidação levada a sério, os resultados são nítidos.

A segunda resposta irresponsável de um falso consolidador é:

B) Sou eu o guardador de meu irmão?

Esta resposta de Caim revela toda sua indiferença. Caim, como irmão, deveria
ser guardador de Abel. Somos guardadores uns dos outros. Qual seria seu
último pedido para seus filhos antes de sair do país, ou morrer? Cuide bem da
casa! Cuide bem dos teus irmãos!

Num dos últimos encontros de Jesus com seus discípulos ele lhes deu uma
grande ordem “FAZEI DISCÍPULOS.” O Senhor nunca quis que a Igreja
esquecesse disso!

Quando Cristo fala: “FAZEI DISCÍPULOS” ele está dizendo que devemos ser os
GUARDADORES, CONSOLIDADORES e DISCIPULADORES de nossos irmãos.

Repita comigo: FAZER DISCÍPULOS É RESPONSABILIDADE DE TODOS


NÓS.

Quando não consolidamos trazemos para a nossa célula a "síndrome da célula


anã", ou seja, a célula que ganha muito e retém pouco, e consequentemente,
permanece do mesmo jeito com o passar do tempo.

E as respostas para a falta de crescimento são as mesmas:


Ele não permaneceu porque não era um dos nossos.

Não tenho pessoal qualificado na célula.

É melhor qualidade do que quantidade.

Conclusão:

Quantos anos de fé você tem? Quantos discípulos você fez?


Ao compararmos João 3:16 com 1 João 3:16 somos desafiados por Deus a
manifestar a fé que professamos de forma prática. Isso porque o primeiro
versículo revela como Deus amou o mundo: dando a sua vida por nós. O
segundo nos ordena a amarmos os nossos irmãos a ponto de darmos a nossa
vida por eles.
“Ah, mas ele não é entrosado. É um discípulo novo.” MAS ELE É IRMÃO!
“Ah, ele já é antigo e não muda, às vezes até é meio chato.” MAS É IRMÃO!
“Pegou no meu pé. Deu bola fora. Falou o que não era para falar. Está na pior.”
MAS É IRMÃO!
“Ah, se ele falar e você discordar... Ele olha para você meio torto. Já deu até
briga. ” MAS É IRMÃO!

“Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos
outros.” (Jo 13:35)

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