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Programa de Educação
Continuada a Distância
Curso de
Matemática Farmacêutica para
o Setor Magistral
Aluno:
MÓDULO I
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na Bibliografia Consultada.
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MÓDULO I
SUMÁRIO
1. Introdução
2. Revisão básica da matemática
2. 1 Sistemas de medidas
2.2 Regra de três
2.3 Expressões de quantidade e concentração
2.4 Densidade e conversão volume/massa
3. Cálculos
3.1 Diluição e concentração
3.2 Diluição de sólidos
3.3 Fator de correção
MÓDULO II
3.4 Fator de equivalência
3.5 Reduzindo e ampliando formulações
3.6 Preparação de tabletes: cálculo para calibração dos moldes
3.7 Preparação de supositórios: cálculo para calibração dos moldes
MÓDULO III
3.8 Técnicas para cálculos de enchimento de cápsulas
3.9 Soluções isotônicas e cálculos de isotonia
3.10 Determinação do E.H.L. no preparo das emulsões
MÓDULO IV
3.11 Cálculos de miliequivalentes no preparo das soluções eletrolíticas
4. Considerações finais
5. Avaliação
6. Referências bibliográficas
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1. Introdução
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estabelecer parâmetros de atuação para o segmento, na tentativa de uniformizar os
procedimentos e, portanto, equiparar as farmácias de manipulação em qualquer parte do
Território Nacional e, qualquer que seja seu tamanho (ANVISA, 2000).
Neste contexto, a matemática farmacêutica é etapa fundamental, anterior às
operações unitárias as quais os fármacos são submetidos para obtenção do
medicamento. Uma das principais causas de erro no aviamento de preparações
manipuladas é a dosificação incorreta do princípio ativo o que pode ocorrer devido, por
exemplo, a não aplicação do fator de correção em um fármaco diluído ou a não aplicação
do fator de equivalência entre bases e sais ou entre formas anidras e hidratadas. O
episódio da clonidina em Brasília, no ano de 2003, repercute negativamente para o setor
magistral até os dias atuais. As cápsulas continham uma dose de clonidina, fármaco de
baixo índice terapêutico e alta potência, cem vezes maior, causando intoxicação e morte.
O fato culminou com a publicação da Resolução RE no 1.638 de 08 de outubro de 2003 e
a Resolução RDC nº 354, de 18 de dezembro de 2003, exigindo dos estabelecimentos
magistrais maior rigor durante a manipulação de inúmeros fármacos.
As farmácias de manipulação representam um espaço de atuação no qual o
profissional farmacêutico emprega, a todo o momento, a farmacotécnica, que pode ser
definida como a ciência que trata da preparação, estabilização, conservação e
apresentação dos medicamentos (LE HIR, 1997; ALLEN, POPOVICH, ANSEL, 2005). A
matemática constitui-se como ferramenta imprescindível da farmacotécnica, tanto pra a
preparação, quanto para o acondicionamento e a dispensação (SECUNDUM ARTEM,
2005). Tal fato justifica a necessidade do presente curso, cujo objetivo principal é
familiarizar os profissionais com os cálculos aplicáveis no dia-a-dia da manipulação.
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Por outro lado, o sistema métrico decimal é o sistema oficial da United States
Pharmacopeia e do National Formulary (USP 24, 2000), sendo adotado na prática
farmacêutica. Ambos têm em comum unidades de massa (kilograma - kg) e de
comprimento (metro –m). A medida de volume do sistema métrico é o litro (l ou L)
enquanto o SI reconhece o metro cúbico (m3). Porém, dentre as unidades de outros
sistemas utilizadas concomitantemente com o SI, encontra-se a medida de volume em
litros, que é aceita no Brasil também.
Adotaremos no curso como medida de massa e volume:
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Para evitarmos erros decorrentes da má colocação da vírgula, que pode aumentar
ou diminuir a quantidade a ser medida ou pesada em até 10 vezes, utilizaremos os
equivalentes de volume e massa com freqüência. Por exemplo: 500 gramas empregado
em vez de 0,5 kg; 1.500 gramas em vez de 1,5 kg; e 250 mL no lugar de 0,25 L. Ainda,
para adição ou subtração de quantidades, devemos nos assegurar de que todas estejam
expressas em uma mesma unidade.
Por exemplo:
40 mL da solução → contêm ? → X mg
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Resolvendo a regra de três:
20 X
= Ö 20 . 40 = 5 . X Ö X = 160 mg
5 40
a) Porcentagem (%) Ö pode ser definida com partes por cem (100). Utilizada nos
compêndios oficiais para expressar a faixa de aceitação de uma forma de dosagem. Por
exemplo:
Cápsulas de teofilina devem conter não menos que 90% e não mais que 110% do
valor rotulado de teofilina anidra.
Qual a faixa de teor para cápsulas de teofilina de 300 mg?
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b) % peso por volume, volume por volume ou peso por peso
9 Para sólidos em líquidos Ö % p / v: g em 100 mL
9 Para líquidos em líquidos Ö % v / v: mL em 100 mL
9 Para sólidos em sólidos Ö % p / p: g em 100 g.
Por exemplo:
30 mL da solução contêm ? Xg
12,5 X
= Ö 12,5 . 30 = 100 . X Ö X = 3,75 g ou
100 30 3.750 mg
Rx
Pomada de gentamicina
Vaselina branca
FSA 30,0 g
Mistura 1:2
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a interpretação correta seria misturar 1 parte da pomada de gentamicina (15 g) com 1
parte de vaselina branca (15 g). Neste caso, 50% da preparação seriam de pomada de
gentamicina e 50% de base. Um modo errado de interpretar seria misturar 1 parte de
pomada de gentamicina (10 g) com 2 partes de vaselina branca (20 g). A % de pomada
de gentamicina cairia para 33,33%. Como conseqüência, a dose do fármaco estaria
menor.
mEq = mg x valência
massa molar
Por exemplo:
mEq = 50 x 6 Ö 1,28
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por grama ou miligrama. A conversão deve ser feita conforme o laudo de análise da
matéria-prima. Por exemplo: a vitamina E oleosa possui 1.000 UI/g; o acetato de vitamina
A possui 500.000/g; a polimixina B possui 6.000 U/mg.
Por exemplo:
25 mL de glicerina pesam, aproximadamente, 31,25 g.
Se a densidade da água é igual a 1 g / mL, então, 25 mL de água pesam 25 g.
Logo:
Des = 31,25 g = 1,25
25 g
Rx
Óxido de zinco 50,0 g
Talco 50,0 g
Calamina 20,0 g
Glicerina 40,0 mL
Água de cal q.s.p. 200,0 mL
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Quanto pesar de glicerina se sua densidade é de 1,25 g / mL?
1,25 = m Ö 50 g
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3. Cálculos
C = quantidade necessária
V = concentração conhecida
C . V = C’ . V’, onde:
C’ = quantidade final
V’ = concentração desejada
Exemplos:
50 mL . 10% = 25% . V’
V’ = 20 mL
Então: adicionar 20 mL da solução de NaOH a 25% e completar o
volume com água, em balão volumétrico, para 50 mL.
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65% p/v Ö 65 g em 100 mL
100 mL . 65 g = C’. 85 mL
C’ = 76,47 g
Volume final = 4 + 2 = 6 mL
4 mL . 0,3% = C’ . 6’
C’ = 0,2%
1 mL 3 mg Em 2 mL Ö 80 mg
4 mL X Ö 12 mg Em 6 mL (4 mL + 2 mL) Ö
80 mg + 12 mg Ö 92 mg
Na solução final:
92 mg 6 mL
X 1 mL Ö 15,33 mg / mL
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2. Densidade dos componentes Ö partículas mais pesadas tendem a depositar-se no
fundo dos recipientes.
3. Proporção dos componentes Ö quando um dos componentes, ou mais de um,
encontra-se em maior proporção na preparação, existe a tendência da separação dos
pós.
Para garantir a homogeneidade, isto é, garantir a distribuição uniforme do fármaco,
pode-se proceder à mistura pela técnica da diluição geométrica de sólidos. Este
procedimento consiste na trituração, em gral, do fármaco com um excipiente inerte, que
pode ser a lactose, o talco, o amido, a celulose microcristalina, dentre outros. A diluição
de sólidos, quando realizada corretamente, minimiza casos de dificuldade na pesagem,
nomeadamente quando há:
• fármacos de alta potência, frequentemente utilizados em doses baixas;
• fármacos em concentrações de μg;
• ausência de balança com quantidade mínima pesável (QMP) apropriada.
Desta forma, a quantidade correspondente à dose prescrita do fármaco torna-se de
fácil pesagem e os riscos de erro neste procedimento são diminuídos. As diluições podem
ser expressas tanto em concentração percentual (por exemplo: 10%) ou na forma de
razão (por exemplo, 1:10). As principais diluições empregadas no setor magistral são:
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Exemplo: buspirona diluição 1:10 com lactose
1 g buspirona + 1 g lactose = 2 g mistura
2 g mistura + 2 g lactose = 4 g mistura
4 g mistura + 4 g lactose = 8 g mistura
8 g mistura + 2 g lactose = 10 g mistura
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Por exemplo:
Quantos miligramas
de uma diluição Diluição 1:10 Ö 1 g de fármaco + 9 g de excipiente
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Digoxina 1:100 lactose , talco ou amido
Diidroergocristina 1:10 lactose , talco ou amido
Ergotamina tartarato 1:100 talco ou amido
Estanozolol 1:10 lactose , talco ou amido
Estriol 1:10 lactose , talco ou amido
Etinilestradiol 1:100 lactose , talco ou amido
Finasterida 1:10 lactose , talco ou amido
Fludrocortisona 1:100 lactose ou talco
Flufenazina 1:10 talco ou amido
Hidrocortisona 1:10 lactose , talco ou amido
Ioimbina 1:10 lactose , talco ou amido
L-deprenil 1:10 talco ou amido
Loperamida 1:10 talco ou amido
Loratadina 1:10 lactose , talco ou amido
Lorazepam 1:10 lactose , talco ou amido
Mazindol 1:100 talco ou amido
Meloxicam 1:100 lactose , talco ou amido
Metilbrometo de homatropina 1:10 lactose , talco ou amido
Metilprednisolona 1:10 lactose , talco ou amido
Metotrexato 1:10 lactose , talco ou amido
Norestiterona 1:10 lactose , talco ou amido
Oxandrolona 1:10 lactose , talco ou amido
Prednisolona 1:10 lactose , talco ou amido
Reserpina 1:100 lactose , talco ou amido
Salbutamol 1:100 lactose , talco ou amido
Simeticone 1:2 (50%) hidróxido de alumínio +
carbonato magnésio
T3 1:1000 lactose , talco ou amido
T4 1:1000 lactose , talco ou amido
Tizanidina 1:10 lactose , talco ou amido
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Triac 1:100 lactose , talco ou amido
Trifluoperazina 1:10 talco ou amido
Vit. B12 1:100 lactose , talco ou amido
Vitamina K 1:100 lactose , talco ou amido
Fc = “desejado (100%)”
“disponível”
Anfepramona HCl.................100,0 g
Ácido tartárico.............................3,0 g
Aerosil®..................................10,0 g
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113,0 g de mistura contêm 100,0 g de anfepramona
Xg 1,0 g
= 113
100
X Ö 1,13
Xg 100%
8,5
Então:
lansoprazol
Rx
Betacaroteno ...........................10 mg
Excipiente q.s.p........................1 cápsula
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1,0 mg de mistura 11% de betacaroteno
Xg 100%
11
Então:
cápsula.
Rx
Magnésio (aspartato)............................10 mg
Excipiente q.s.p...................................1 cápsula
Xg 100%
9,8
Então:
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4. Para o ajuste de teor de fitoterápicos.
Kawa-Kawa
Disponível: extrato com 30% de Kawalactonas
Referência: extrato com 70%
Qual o Fc?
Fc = 70 Ö 2,33
30
Fc = 100 Ö 1,075
(100 - 7)
Rx
Clindamicina...........................................1%
Álcool etílico **.......................................15%
Propilenoglicol........................................5%
Água purificada q.s.p......................... 100,0 mL
** Teor do Álccol USP = 95%
Qual o volume de álcool a ser medido?
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1,0 mL de álcool 95% de teor
Xg 100%
95
Então:
Na prática temos:
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Preciso ter na preparação 5 g de Ca elementar:
Xg 100 mL
X = 5 g de Ca elementar
Fc = 100% Ö 2,5
40%
5 g x 2,5 = 12,5 g
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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