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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO

PAULO – CAMPUS SÃO PAULO

Gabriel Henrique Silva Magalhães - SP1673432


Gabriel Henrique Silva Ribeiro -​ ​SP1664298
Mateus Lima Silva - SP1673254

Atividade 1: Experimento analógico para decaimento nuclear

SÃO PAULO
2019
Atividade 1: Experimento analógico para decaimento nuclear

Trabalho técnico-científico apresentado no curso de Física Nuclear e de


Partículas (FNPZ7) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
São Paulo, como requisito parcial para aprovação do curso.

Professor: Astrogildo de Carvalho Junqueira

SÃO PAULO
2019
1
RESUMO

Nesta primeira atividade experimental da disciplina Física Nuclear e de


Partículas, baseada na teoria em sala de aula, realizamos uma experiência
análoga ao decaimento nuclear com a utilização de um conjunto finito de
dados.
Palavras-Chave: Decaimento-nuclear; Física-Nuclear; ensino-de-Física.

2
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO TEÓRICA……………..……………………….........………. 4
2 OBJETIVO.…………………..……….…………….……………...…………...15
3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL…..………………..…………………...16
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO………….………......………...……...…..... 17
5 CONCLUSÃO.…………...….…………….………………………..…………. 30
6 REFERÊNCIAS.…………….…………….………………………..…....……. 31

3
1 INTRODUÇÃO

A Física Nuclear, em suma, pode ser descrita como a área de estudo do


núcleo atômico e suas partes constituintes, sendo elas os prótons e os
nêutrons, também chamados de nucleons. Estes por sua vez são constituídos
​ ​down, que segundo Moreira (2004), podem ser
de quarks, dos tipos ​up e
considerados como os constituintes fundamentais da natureza. Por terem carga
elétrica fracionária (+⅔ para ​up e -⅓ para ​down​), nunca foram medidos
livremente, pois aparentam estarem confinados em partículas chamadas
hádrons. Os hádrons são divididos em duas classes, os bárions e os mésons.
Os bárions obedecem ao princípio de exclusão de Pauli1 (BELACON, 2018), e
os mésons não. Dessa forma os prótons e os nêutrons são bárions.
Para ir além da existência fundamental de partículas elementares e de
partículas compostas por sub-partículas confinadas, é preciso levar em conta
as interações e os campos de forças, que nos leva a uma outra categoria de
partículas, as partículas mediadoras das interações fundamentais. Mas como o
enfoque do trabalho são as interações entre os nucleons e as radiações
oriunda das mesmas, iremos realizar uma apresentação breve sobre os quatro
tipos de interações fundamentais, para em seguida analisarmos os conceitos
de radiação, núcleos estáveis e instáveis, decaimento nuclear e tempo de
meia-vida.
Os quatros tipos de interações fundamentais são: gravitacional,
eletromagnética, fraca e forte.
A interação gravitacional age entre todas as partículas massivas, e
governa o movimento dos corpos celestes. No cotidiano, a interação
gravitacional aparece como o peso dos corpos.
A interação eletromagnética pode ser exemplificada através da interação
de elétrons com o núcleo atômico, e pode ser definida como a propriedade de
carga elétrica. Esta interação é responsável pelas propriedades gerais dos

1
​[...] duas partículas não podem ocupar o mesmo estado quântico, i.e. possuir ao mesmo tempo a mesma função
de onda BELACON, 2018

4
átomos e das moléculas. No cotidiano, a interação eletromagnética aparece
como o atrito, a força normal, a viscosidade e as forças elásticas.
A interação fraca, ou interação nuclear fraca, pode ser chamada como a
propriedade de carga fraca (PALANDI et al. 2010). Esta interação é
responsável pela transformação espontânea de prótons em nêutrons,
conhecida também como decaimento β​+​, e de nêutrons em prótons, conhecida
como decaimento β​−​, como também pelo decaimento relativamente lento dos
nêutrons e múons, e também por todas reações envolvendo neutrinos. Estas
séries de decaimentos β serão explicados ao longo da introdução.
E por último, não menos importante, a interação forte, ou interação
nuclear forte. Esta interação pode ser tratada como a propriedade
característica de atração entre os quarks, e é responsável por quase todas as
propriedades dos núcleos atômicos, mas não produz efeitos diretamente
observáveis na experiência cotidiana. Esta interação mantém juntos prótons e
nêutrons no núcleo atômico, que necessariamente afeta somente os hádrons.
As interações nucleares, sejam elas fracas ou fortes, originam processos
de radiação. Existem elementos radioativos muito antes da vida na Terra, mas
a descoberta da radioatividade é recente, com a primeira publicação sobre o
assunto envolvendo raios-x sendo realizada em dezembro de 1895 por Wilhelm
Conrad Röntgen (MARTINS, 1997). Nos anos seguinte, os cientistas Henri
Becquerel e Marie Curie estudaram a radioatividade de elementos como o
Urânio. Ela e seu marido, Pierre Curie, perceberam que o Urânio ao emitir
radiação, se transformava em outros elementos (MAZZILLI et al. 2010).
Becquerel e Marie não sabiam dos efeitos prejudiciais a saúde humana da
radioatividade, pois seus estudos eram pioneiros nesse assunto. Apesar dos
efeitos deletérios, os estudos sobre os processos que causavam a
radioatividade continuaram, e uma das causas e consequências dos estudos
do núcleo atômico se deu através da produção das bombas atômicas no final
da segunda guerra mundial, como também o uso benéfico da radiação na
medicina. Mas de fato o que seria radiação?
Segundo Tauhata et al. (2014), as radiações são produzidas por
processos de ajustes que ocorrem no núcleo ou nas camadas eletrônicas, ou

5
pela interação de outras radiações ou partículas com o núcleo ou com o átomo.
Alguns exemplos de radiações são: radiação beta e radiação gama (ajuste no
núcleo); raios X característico (ajuste na estrutura eletrônica), raios X de
freamento (interação de partículas carregadas com o núcleo) e raios delta
(interação de partículas ou radiação com elétrons das camadas eletrônicas
com alta transferência de energia).
Quando nos referimos ao núcleo atômico, o número de prótons presente
no núcleo determina o elemento químico a que pertence o átomo. Cada átomo
tem o número de elétrons orbitais igual ao número de prótons. Como resultado,
o átomo é neutro (MAZZILLI et al. 2010). As demais partículas localizadas no
núcleo são os nêutrons por não possuírem carga elétrica. Os átomos de um
mesmo elemento químico têm sempre o mesmo número de prótons no núcleo,
porém podem ter números diferentes de nêutrons. Os que apresentam número
diferente de nêutrons, porém mesmo número de prótons, pertencem ao mesmo
elemento químico e são chamados de isótopos.
Alguns nuclídeos são estáveis, isto é, se encontram num estado de
equilíbrio. Entretanto, eles são uma minoria. A maioria é instável e tende a
atingir seu equilíbrio transformando-se em outros nuclídeos. Este processo
segundo Tauhata et al. (2014) é chamado de radiação nuclear, e ocorre
quando às partículas ou ondas eletromagnéticas são emitidas pelo núcleo
durante o processo de reestruturação interna, para atingir a estabilidade, e,
devido à intensidade das forças forte e fraca, as radiações nucleares são
altamente energéticas quando comparadas com as radiações emitidas pelas
camadas eletrônicas. Aliás, quando nos referimos a reestruturação interna, as
radiações não são produtos de desintegração nuclear, como se os núcleos
instáveis estivessem se quebrando ou desmanchando. Ao contrário, elas são
indicadores do resultado das transformações do núcleo instável, na busca de
estados de maior estabilidade, ou seja, são produtos da otimização de sua
estrutura e dinâmica (TAUHATA et al. 2014).
Como exemplo, Mazzilli et al. (2010) cita as partículas do núcleo do átomo
de U-238, que é o isótopo mais comum de urânio encontrado na natureza, e
são capazes de manter-se unidos, mas de repente, aleatoriamente, um

6
conjunto de seus prótons e nêutrons pode-se desprender do núcleo. O U-238
se converte então no Th-234 (com 90 prótons e 144 nêutrons). Entretanto, o
Th-234 também é instável e decai por um processo diferente: um de seus
nêutrons transforma-se em um próton e um elétron. Desta forma, o Th-234 se
converte no Pa-234, com 91 prótons e 143 nêutrons, emitindo o elétron que se
formou. Assim, através de transformações sucessivas e dispersão de partículas
do átomo, obtém-se o chumbo estável. (Figura 1)

​ érie de decaimento radioativo do Urânio-238, via emissões alfa e beta, até o


Figura 1: S
Chumbo-206. Na sequência, vários isótopos instáveis de outros elementos são formados, mas o único
​ onte: ​SCIENCE BLOG, 2011.
elemento estável é o Chumbo-206. F

Em cada transformação que ocorre, há liberação de energia na forma de


radiação. Há três tipos de radiações nucleares, sendo elas as radiações alfa,
beta e gama.
A radiação alfa (α) ocorre quando o número de prótons e nêutrons é
elevado, e o núcleo pode se tornar instável devido à repulsão elétrica entre os
prótons, que pode superar a força nuclear atrativa, de curto alcance, da ordem

7
do diâmetro nuclear (~1Å.) Nesses casos pode ocorrer a emissão pelo núcleo
de partículas constituídas de 2 prótons e 2 nêutrons (núcleo de 4​​ He), que
permite o descarte de 2 cargas elétricas positivas (2 prótons) e 2 nêutrons, num
total de 4 nucleons (ver Figura 1.1), e grande quantidade de energia. Em geral
os núcleos alfa-emissores têm número atômico elevado e, para alguns deles, a
emissão pode ocorrer espontaneamente, como no caso do U-238.

​ epresentação da emissão de uma partícula α por um núcleo. ​Fonte: Tauhata et al.,


Figura 1.1: R
2014.

A explicação da emissão de partículas alfa pelo núcleo, segundo Tauhata


et al. (2014), se baseia no valor do coeficiente de transmissão de uma partícula
alfa, através de uma barreira de potencial coulombiano com energia maior que
a da partícula, num fenômeno conhecido como Efeito Túnel2. Este coeficiente é
determinado, utilizando-se o método WKB (G. Wentzel, H.A. Kramers e L.
Brillouin) com um formalismo tipicamente quântico3. A partícula alfa pode ser
emitida tanto do estado fundamental como excitado do núcleo-pai, gerando o
núcleo-filho em diversos estados excitados, que decaem por emissão gama
para o seu estado fundamental. Isto gera também radiações alfa de várias
energias.

2
é​ um fenômeno da mecânica quântica no qual partículas podem transpor um estado de energia classicamente
proibido. Isto é, uma partícula pode escapar de regiões cercadas por barreiras potenciais mesmo se sua energia
cinética for menor que a energia potencial da barreira.​ (W
​ IKIPÉDIA, 2016​ )
3
​ver: A. Messiah, Quantum Mechanics, Vol.2 - North Holland, 1974; E. de Almeida e L. Tauhata, Física
Nuclear, Ed. Guanabara Dois, 1981 - Rio.

8
​ Ra, por exemplo,
A emissão de uma partícula alfa de um átomo de 226​
pode ser representada por:
226​
​ ​
Ra88 ​ Rn​86​ + 4​ ​He​2​ + Q (energia)
222​

Praticamente toda a energia liberada pela reação é transformada em


energia cinética da partícula alfa. Esta energia cinética será responsável pela
distância percorrida pela partícula alfa. O valor de ​Q pode ser calculado
partindo-se do princípio que a energia provém de parte da massa original do
átomo de rádio e que massa e energia devem ser conservadas de acordo com
a equação de Einstein, ​E=mc2​ , onde ​E ​é a energia em erg4, ​m é a massa em
gramas e ​c​ é a velocidade da luz (2,998x10​10​ cm/s).
A radiação beta (β) é o termo usado para descrever elétrons de origem
nuclear, carregados positiva (β​+ ) ou negativamente (β​- ). Sua emissão constitui
um processo comum em núcleos de massa pequena ou intermediária, que
possuem excesso de prótons ou de nêutrons em relação à estrutura estável
correspondente (TAUHATA et al. 2014).

​ epresentação da emissão de uma partícula β por um núcleo. ​Fonte: Tauhata et. al.,
Figura 1.2: R
2014.

Na emissão β​-​, quando um núcleo tem excesso de nêutrons em seu


interior e, portanto, falta de prótons, o mecanismo de compensação ocorre

4
​Um erg é a quantidade de trabalho realizado por uma força de um dine exercida por uma distância de um
centímetro . Nas unidades básicas do CGS , é igual a um grama centímetro quadrado ao segundo por quartel
(gcm2​ ​ / s​2​ ). Portanto, é igual a 10​−7​ Joules ou 100 nanoJoules ( nJ ) em unidades SI .

9
através da transformação de um nêutron em um próton mais um elétron, que é
emitido no processo de decaimento. Nesse caso, o núcleo inicial transforma-se
de uma configuração z​​ A​X em ​Z+1​A​X uma vez que a única alteração é o aumento
de uma carga positiva no núcleo. Mas nessa transformação havia a
necessidade de conservação de energia, e o físico Pauli formulou uma
hipótese sobre a possibilidade da existência de uma partícula, que dividiria com
o elétron emitido, a distribuição da energia liberada pelo núcleo no processo de
decaimento. A teoria foi posteriormente confirmada, sendo verificada a
presença do neutrino, ν , na emissão β​+ e do anti-neutrino, ν , na emissão β​- .
O neutrino é uma partícula sem carga, de massa muito pequena em relação ao
elétron, sendo, por esse motivo, de difícil detecção (TAUHATA et al. 2014).
Esta transformação do nêutron em um próton pelo processo da emissão
β​-​ pode ser representada por:
​ ​1​0 n

​ p + o​ -​ e
1​
+​ ​
+ ν

A energia cinética resultante da diferença de energia entre o estado


inicial do núcleo ​z​A​X e o estado do núcleo resultante ​Z+1​A​Y é distribuída entre o
elétron e o antineutrino. Após o processo pode haver ainda excesso de
energia, que é emitido na forma de radiação gama.
Já na emissão de radiação tipo β​+ provém da transformação de um
próton em um nêutron, que pode ser representada por:

​1​+p ​ n + o​ +​ ​e + ν
1​
0​

O núcleo inicial, ​z​A​X, após a transformação do próton, resulta em ​Z-1​A​Y. O


pósitron (​+​e​) tem as mesmas propriedades de interação que o elétron negativo,
somente que, após transferir sua energia cinética adicional ao meio material de
interação, ele captura um elétron negativo, forma o positrônio5, que
posteriormente se aniquila, gerando duas radiações gama de energia 0,511
MeV cada, emitidas em sentidos contrários (TAUHATA et al. 2014). Nas

5
​O positrônio é um sistema consistindo de um elétron e pósitron, unidos em um átomo exótico. O sistema é
instável, pois as duas antipartículas se auto aniquilam e produzem dois fótons gama depois de uma vida média
de 125 picossegundos. (​WIKIPÉDIA, 2019).

10
transições beta, que abrangem a emissão e captura eletrônica (EC)6, ocorrem
mudanças de um estado do núcleo-pai para um ou mais estados do
núcleo-filho. Tais estados são caracterizados por seus parâmetros como:
energia, momento angular total e paridade. Assim, as transições carregam
diferenças de energia, momento angular e paridade.
A radiação gama ( γ ) ocorre, segundo Tauhata et al. (2014), quando um
núcleo decai por emissão de radiação alfa ou beta. Geralmente o núcleo
residual tem seus nucleons fora da configuração de equilíbrio, ou seja, estão
alocados em estados excitados. Assim para atingir o estado fundamental,
emitem a energia excedente sob a forma de radiação eletromagnética,
denominada radiação gama ( γ ) (figura 1.3). Ou seja, a radiação gama é
constituída de ondas eletromagnéticas com comprimento de onda muito baixo.
Como as ondas eletromagnéticas ou fótons são desprovidos de massa e são
constituídos de campos magnéticos e elétricos que se propagam através do
espaço com a velocidade da luz, suas energias variam consideravelmente.

​ epresentação da emissão de radiação γ por um núcleo. ​Fonte: T


Figura 1.3: R ​ auhata et al., 2014.​

Dessa forma, considerando os três tipos de radiações nucleares,


podemos definir a radioatividade nuclear como sendo o processo pelo qual um
radionuclídeo pai, ou núcleo-pai, sofre uma desintegração espontânea e
aleatória, liberando uma certa quantidade de radiação com a formação de um
radionuclídeo filho, ou núcleo-filho.

6
​Em alguns núcleos, a transformação do próton em nêutron ao invés de se realizar por emissão de um pósitron,
ela se processa pela neutralização de sua carga pela captura de um elétron orbital das camadas mais próximas
(TAUHATA et. al, 2014)

11
No nosso experimento, para realizarmos uma analogia com o
decaimento nuclear, utilizamos dois conjuntos de dados para representar os
núcleos-pais e núcleos-filhos. O motivo da escolha dos dados é porque o
decaimento nuclear é um processo espontâneo e aleatório, e em um
lançamento de dados, há um processo aleatório na escolha de uma face dos
dados, ou seja, há uma probabilidade de ⅙ de acertar qual face cairá o dado
(caso o dado for de face de seis lados). Esta analogia é razoável considerando
um conjunto grande de dados, que no nosso caso foi um conjunto de 60 dados
representando núcleos-pais e mais 60 dados representando núcleos-filhos, em
torno de cinco grupos realizando o mesmo processo, totalizando ao final 300
dados, ou seja, 300 nucleons instáveis, ou núcleos-pai. Mas como o processo
de decaimento envolve uma quantidade de átomos na ordem da constante de
Avogadro7, o processo estatístico de decaimento na analogia com dados não
atende de forma quantitativa a quantidade de dados a serem analisados, mas
ainda sim é possível utilizá-lo como analogia qualitativamente.
Como o processo de decaimento é aleatório e espontâneo, os
núcleos-pai decaem para núcleos-filho com o passar do tempo, então o número
de desintegrações nucleares por unidade de tempo é proporcional à
quantidade de material radioativo em uma amostra deste material, seja ela em
massa ou número de átomos. Matematicamente esta definição pode ser
descrita como:

dN
dt =− λt equação 1

Em que N é o número de átomos radioativos de uma amostra, que pode


ser obtido em função da massa do isótopo contido na amostra, do número de
Avogadro N​A​, da massa atômica A e do percentual de átomos radioativos na
massa do isótopo; t é o tempo e λ é a constante de decaimento. Dessa forma
λ é uma medida direta da instabilidade do radionuclídeo. A constante de

decaimento é sempre a mesma para um determinado tipo de decaimento de

7
​A constante de Avogadro é definida como sendo o número de átomos por mol de uma determinada substância,
​ IKIPÉDIA, 2019)​
e seu valor é igual a 6,022 140 76 x 10²³ mol⁻¹ (W

12
um radionuclídeo específico, porém este parâmetro varia amplamente para
radionuclídeos diferentes (MAZZILLI et al., 2010).
Podemos integrar a equação acima e obter uma expressão da
quantidade de átomos radioativos em uma amostra N em função do tempo,
dessa forma temos:

N (t) = N 0 · e−λt equação 2

Em que N​0 é a quantidade de átomos radioativos no tempo t = 0; ​e ​é a


base dos logaritmos naturais ou neperianos. Essa equação é conhecida como
a lei fundamental do decaimento radioativo, estabelecida experimentalmente e
apresentada por Ernest Rutherford e Frederick Soddy no artigo ​The cause and
nature of radioactivity (​Philosophical Magazine, v. 4, p. 370-376, 1902)
(OKUNO e YOSHIMURA,2010.)
E para obter o número inicial N​0 de átomos de massa atômica A numa
amostra de massa m (em g) temos que realizar o seguinte cálculo:
m·N A
N0 = A equação 3

Em que N​A é a constante de Avogadro e A é a massa atômica em


gramas do radionuclídeo.
Para uma situação em que a quantidade de átomos radioativos em
função do tempo N​(t) seja
​ igual a metade da amostra inicial N​(t) = N​0​/2, temos o
que o intervalo de tempo para que isso ocorra é chamado de tempo de
meia-vida. Segundo Mazzilli et al. (2010), o intervalo de tempo necessário para
que uma determinada quantidade de átomos de um dado radionuclídeo se
reduza à metade por desintegração é chamado de tempo de meia-vida física.
Esse processo ocorre sem interrupção. Dessa forma temos que N = ½ N​0 e t =
T​1/2​, e substituido esses valores na equação 2 temos:

N (t) = 12 N 0 = N 0 · e−λT 1/2 ln 12 N 0 − ln N 0 =− λT 1/2 ln 2 = λT 1/2

ln 2
T 1/2 = λ equação 4

13
A equação 4 define a relação entre a constante de decaimento e a
meia-vida de um radionuclídeo.
A atividade de uma amostra de radionuclídeos A​(t) é determinada como a
taxa de mudanças dos átomos instáveis N em um determinado instante t,
dessa forma obtemos a equação 5.
dN (t)
A(t) = dt =− λN (t) equação 5

Integrando a equação 5, obtemos uma equação semelhante com a


equação 2, mas que agora representará a atividade da amostra A​(t)​, e para t = 0
a amostra terá atividade A​0 = λ
​ - N​0​, assim:

A(t) = A0 · e−λt equação 6

A atividade de uma amostra depende do valor inicial da atividade no


instante zero e é uma função exponencial decrescente do tempo.
Como o decaimento radioativo depende de uma equação exponencial em
função do tempo, é possível linearizar a equação 2 e obter uma equação de
primeiro grau, em que y = y​0 + m(x - x​0​) pode ser escrita como y = lnN​(t)​; y​0 =
lnN​0​; m = - λ e (x - x​0​) = (t - t​0​), assim obtemos a equação 7:

ln N (t) =− λt + ln N 0 ​equação 7

Em que a constante de decaimento seja o coeficiente angular da reta.


A figura 1.4 mostra as curvas de decaimento relativo exponencial em
escalas linear e semilogarítmica para radionuclídeos com meia-vida de 0,5 dia,
1,0 dia e 2,0 dias. (ver figura 1.4).
Na analogia com a utilização de dados no presente trabalho, o intervalo
de tempo de cada decaimento é análogo a cada lançamento realizado com o
conjunto de dados que representam os núcleos-pai. A medida que a cada
lançamento a face do dado escolhida para representar o decaimento nuclear
estiver virada para cima, retiram-se estes “dados-pai” e inserem-se outros
dados para representarem os núcleos-filhos, ou “dados-filhos”, dessa forma,
será possível estabelecer o tempo de meia vida do conjunto de dados a partir
dos lançamentos realizados pelos cinco diferentes grupos da sala. O

14
procedimental experimental utilizado pelo grupo será explicitado com mais
detalhes no tópico de procedimento experimental

Figura 1.4: (​ A) Curva de decaimento relativo em escala linear para amostras radioativas com
meia-vida física de 0,5 dia, 1,0 dia e 2,0 dias. (B) Curva de decaimento relativo em escala semilogarítmica
para amostras radioativas com meia-vida física de 0,5 dia, 1,0 dia e 2,0 dias . ​Fonte: ​OKUNO e
YOSHIMURA,2010.

No Sistema Internacional, a atividade de uma fonte de decaimento


nuclear é medida em unidades de transformações por segundo, denominada
becquerel (Bq) = s​-1​. A unidade antiga, ainda em uso em equipamentos antigos
ou produzidos em alguns países, como os EUA, é o curie (Ci). Por sua
definição inicial, equivale ao número de transformações por segundo em um
​ Ra, que é de 3,7x10​10 transformações por segundo. Portanto, 1 Ci
grama de 226​
é equivalente a 3,7x10​10​ Bq (TAUHATA et. al, 2014).
Agora iremos realizar a descrição do objetivo do presente trabalho,
assim como o respectivo procedimento experimental, resultados e discussão e
conclusão.

2 OBJETIVO
O objetivo desta primeira prática experimental é utilizar um conjunto
finito de dados para realização de lançamentos, de modo que a análise deste
conjunto seja realizada através de analogia com a Física Nuclear,
especificamente com os conceitos de núcleo radioativo, decaimento nuclear e
tempo de meia-vida.

15
3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Os materiais utilizados para a atividade foram: Dados de jogos de
diferentes cores, fichas com um dos lado marcado, copos plásticos, bandejas
plásticas, papel milimetrado e papel monolog.

● Primeira parte
Separando a turma em 5 grupos, inicialmente cada grupo recebeu um
conjunto de 60 dados de uma cor e outro conjunto de 60 dados de cor
diferente.
Sendo um dos conjuntos de dados representante do núcleo-pai e o outro
representante do núcleo-filho, cada grupo escolheu um número/face qualquer X
do dado que representava o decaimento nuclear de um núcleo radioativo.
Em seguida, portanto, com um copo plástico cheio de dados da cor do
núcleo-pai (doravante chamado de cor 1), cada grupo fez o lançamento dos
dados da cor 1 numa bandeja plástica, retirando da bandeja os dados do
número X escolhido previamente e substituindo-os por os dados da cor do
núcleo-filho (doravante chamado de cor 2).
Feito isto, cada grupo recolocou dentro do copo plástico os dados da cor
1 restantes e os lançou na bandeja conforme o procedimento anterior, ou seja,
substituindo os dados/faces X da cor 1 pela cor 2, repetiu-se o procedimento
até não haver mais dados de cor 1.

● Segunda parte
Esta parte foi idêntica a parte anterior, com exceção que ao invés de um
número ou face X, cada grupo escolheu dois números/duas faces X e Y para
representar o decaimento nuclear de um outro núcleo radiativo.

● Terceira parte
Nesta última parte, repetiu-se novamente o procedimento da primeira
parte, mas agora usando fichas com um dos dois lados marcado.

16
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na primeira parte da atividade, obtivemos os seguintes dados para o
nosso grupo:

Figura 2: ​Tabela com a quantidade de dados núcleo-pai e dados núcleo-filho para cada
lançamento do nosso grupo. Note que no lançamento igual a zero, a quantidade de núcleos-pai é igual a
quantidade inicial da amostra, sem nenhum decaimento. ​Fonte: P
​ RÓPRIA, 2019.

Como eram cinco grupos simultâneos realizando os lançamentos com


cinco conjuntos de dados, com cada conjunto contendo 60 dados para
representarem os núcleos-pai e mais 60 dados para representarem os
núcleos-filhos, ao todo, somaram-se na amostra inicial 300 dados para
representarem os núcleos pai e mais 300 dados para representarem os
núcleos filhos. A figura 2.1 contém os dados dos cinco grupos. A análise em
conjunto com os dados dos cinco grupos é uma maneira análoga de análise
gráfica e estatística do decaimento nuclear, pois devido às quantidades de
nucleons na ordem de grandeza da constante de Avogadro e da equação

17
exponencial de decaimento nuclear (equação 2), quanto maior for a passagem
do tempo (no nosso caso são os lançamentos dos dados), menor será o
número de decaimentos por unidade de tempo em uma amostra e, como
consequência, maior será a incerteza relativa a uma medição temporal. Então o
caráter estatístico do decaimento nuclear de uma amostra pequena, como a de
60 núcleos-pai (60 dados), demonstrará maior incerteza relativa em relação a
medida temporal (quantidade de lançamentos) e consequentemente a
constante de decaimento nuclear. Ou seja, quanto menor for a amostra de um
material radioativo (no nosso caso são dados), maior será a incerteza na
medição temporal.

​ abela com a quantidade de dados núcleo-pai e dados núcleo-filho para cada


Figura 2.1: T
lançamento da sala como um todo. Note que a medida que a quantidade lançamentos aumenta, a
​ onte: ​PRÓPRIA,
quantidade de núcleos-pai diminui e chega a se repetir para quantidade pequenas. F
2019.

A partir da tabela da figura 2.1, foi possível construir um gráfico


exponencial no excel da quantidade de dados núcleos-pai por lançamento, que
no caso seria análogo ao tempo no decaimento nuclear. (ver figura 2.2)

18
​ ráfico 1 com a quantidade de dados núcleo-pai (N) por lançamento (tempo). Note
Figura 2.2: G
que a equação do gráfico N(t) = 300e​-0,189t representa o decaimento de dados núcleo-pai por lançamento.
Fonte: ​PRÓPRIA, 2019.


Note que equação ​N(t) = 300e-0,189t ​
de decaimentos de dados núcleo-pai
por lançamento, obtida através da linha de tendência exponencial dos dados da
figura 2, é a mesma da equação 2, em que a quantidade de dados no
lançamento zero é ​No​ = 300 ​dados núcleo-pai, a constante de decaimento é λ =
0,189 decaimentos/lançamento e t a quantidade de lançamentos. Observando
a figura 2.2, podemos estipular visualmente o tempo de meia-vida desta
quantidade amostral de dados núcleo-pai, em que para ​N​o​/2 = 150, o tempo de
meia-vida é aproximadamente 3,8 lançamentos. Utilizando a equação 4, com a
constante de decaimento fornecida pela equação do gráfico, obtemos o tempo
de meia-vida de lançamento é de aproximadamente 3,68 lançamentos.
Para linearizar o gráfico 1 da figura 2.2, utilizamos a equação 7 para
construir um gráfico linear no excel. Abaixo segue as figuras (2.3 e 2.4) com a
tabela dos dados em logaritmo natural da figura 2.1 e o gráfico linearizado.

19
​ abela com a quantidade de lançamentos dos dados que representam os
Figura 2.3: T
núcleos-pai e os núcleos-filho para a sala em logaritmo natural (ln). ​Fonte: ​PRÓPRIA, 2019.

​ ráfico 1.1 com a quantidade de dados núcleo-pai (N) por lançamento (tempo). Note
Figura 2.4: G
que a equação do gráfico ln N(t) = - 0,189t + 5,704 representa o decaimento de dados núcleo-pai por
​ onte: P
lançamento de forma linearizada. F ​ RÓPRIA, 2019.

20
A equação da figura 2.4 contida no gráfico 1.1 é a mesma da equação 7,
em que 5,704 é o logaritmo natural da amostra inicial de 300 dados núcleo-pai.
A constante de decaimento é a mesma para a figura 2.2, e nesse caso foi
obtida através da linha de tendência do gráfico 1.1 da figura 2.4.
Na segunda parte, o procedimento experimental foi semelhante, com a
utilização dos mesmos 60 dados núcleo-pai e 60 dados núcleo-filho por grupo,
só que desta vez eram escolhidos duas faces para representarem o
decaimento nuclear dos dados núcleo-pai, aumentando a probabilidade de se
obter mais dados núcleo-filho por lançamento. Abaixo segue as figuras 3 e 3.1
que trazem os dados obtidos de cada lançamento para o nosso grupo e de
toda a sala, respectivamente.

Figura 3: ​Tabela com a quantidade de dados núcleo-pai e dados núcleo-filho para cada
lançamento do nosso grupo. Note que no lançamento o tempo de meia vida dos lançamentos diminui
​ onte: ​PRÓPRIA, 2019.
quando comparado com a figura 2 F

Quando comparamos com a tabela da figura 2, houve uma redução no


número de lançamentos para que a amostra de dados núcleo-pai pudessem
“decair” para os dados núcleo-filho. Na parte anterior, a probabilidade de que o
dado núcleo-pai caísse com a face escolhida X era de ⅙ para a amostra inicial,
já a probabilidade nesta segunda parte de que o dado núcleo-pai caísse com a
face escolhida X + Y aumentou ⅓ para a mesma amostra inicial de dados
núcleo-pai, ou seja, a incerteza estatística ligada a analogia do decaimento
nuclear com a utilização de dados aumenta à medida que a probabilidade de
cair a face escolhida dos dados núcleo pai também aumenta.

21
​ abela com a quantidade de dados núcleo-pai e dados núcleo-filho para cada
Figura 3.1: T
lançamento da sala como um todo. ​Fonte: P
​ RÓPRIA, 2019.

A figura 3.1 nos permitiu construir um gráfico exponencial no excel (ver


figura 3.2) da quantidade de dados núcleo-pai por lançamento, que no caso é
análogo ao tempo no decaimento nuclear.

​ ráfico 2 com a quantidade de dados núcleo-pai (N) por lançamento (tempo). Note
Figura 3.2: G
que a equação do gráfico N(t) = 300e​-0,419t representa o decaimento de dados núcleo-pai por lançamento.
Fonte: ​PRÓPRIA, 2019.

22
Note que a equação da figura 3.2 contida no gráfico 2 é a mesma da
equação 2, em que a amostra inicial de dados núcleo-pai é 300 e a constante
de decaimento é 0,40. quando comparamos com o gráfico 1 da figura 2.2, a
constante de decaimento nesta segunda parte aumentou em módulo relação a
primeira parte, e sua curva decai muito mais rapidamente, ou seja, podemos
esboçar uma relação da constante de decaimento com o tempo, em que
quanto maior for o valor em módulo da constante de decaimento, mais
rapidamente ocorrerá o decaimento dos dados núcleo-pai para o núcleo filho.
Visualmente, podemos estipular o tempo de meia-vida deste gráfico 2 da
figura 3.2,em que a quantidade amostral de dados núcleo-pai sendo 300, para
No​ ​/2 = 150, o tempo de meia-vida é aproximadamente 1,8 lançamentos.
Utilizando a equação 4, com a constante de decaimento fornecida pela
equação do gráfico, obtemos o tempo de meia-vida de lançamento é de
aproximadamente 1,69 lançamentos.
Para linearizar o gráfico 1 da figura 3.2, utilizamos a equação 7 para
construir um gráfico linear no excel. Abaixo segue as figuras 3.3 e 3.4 com a
tabela dos dados em logaritmo natural da figura 3.1 e o gráfico linearizado
respectivamente.

​ abela com a quantidade de dados núcleo-pai e dados núcleo-filho para cada


Figura 3.3: T
lançamento em logaritmo natural (ln). ​Fonte: P
​ RÓPRIA, 2019.

23
​ ráfico 2.1 com a quantidade de dados núcleo-pai (N) por lançamento (tempo). Note
Figura 3.4: G
que a equação do gráfico ln N(t) = - 0,41t + 5,704 representa o decaimento de dados núcleo-pai por
​ onte: P
lançamento de forma linearizada. F ​ RÓPRIA, 2019.

A equação da figura 3.4 contida no gráfico 2.1 é a mesma da equação 7,


em que 5,704 é o logaritmo natural da amostra inicial de 300 dados núcleo-pai.
A constante de decaimento é a mesma para a figura 3.2, e nesse caso foi
obtida através da linha de tendência do gráfico 2.1 da figura 3.4.
Na terceira e última parte, o procedimento experimental de análise foi
semelhante, mas agora ao invés de utilizarmos dados, utilizamos fichas com
um dos lados marcados, de modo que para uso da analogia do decaimento
nuclear, o núcleo-pai eram as fichas que, ao realizar um lançamento, caíssem
com a parte marcada, estas mesmas fichas eram retiradas, de modo que não
houve substituição das fichas marcadas, ou núcleos-filhos, pois a quantidade
de fichas era reduzidas para toda a sala, com cada grupo contendo 60 fichas.
Ao comparar as duas partes anteriores com esta terceira parte, a
probabilidade de cair uma ficha núcleo-pai aumentou para ½ , ou seja, as

24
fichas núcleo-pai “decaíam” muito mais rapidamente. A figura 4 e 4.1
demonstram este “decaimento” para os dados do nosso grupo e os dados de
toda a sala, respectivamente.

Figura 4: ​Tabela com a quantidade de fichas núcleo-pai a cada lançamento. Note que o tempo
​ onte: P
de meia vida dos lançamentos diminui quando comparado com as figura 2 e 3.F ​ RÓPRIA, 2019.

​ abela com a quantidade de fichas núcleo-pai para cada lançamento da sala como
Figura 4.1: T
um todo. ​Fonte: P
​ RÓPRIA, 2019.

Para que toda a amostra inicial de fichas núcleo-pai fossem retiradas, foi
necessário apenas seis lançamentos, enquanto que na segunda parte e
primeira parte foram necessário treze e trinta lançamentos respectivamente.
A figura 4.2 nos apresenta o gráfico 3 com a quantidades de fichas
núcleo-pai por lançamento.
A equação da figura 4.2 contida no gráfico 3 é a mesma que a equação
2, a amostra inicial de fichas núcleo-pai é 300 e a constante de decaimento é
0,769 decaimentos por lançamento. E como comentado na segunda parte,
quanto maior for a constante de decaimento, o tempo de decaimento será
menor e mais rapidamente as fichas núcleo-pai “decaíram”.

25
​ ráfico 2 com a quantidade de fichas núcleo-pai (N) por lançamento (tempo). Note
Figura 4.2: G
que a equação do gráfico N(t) = 300e​-0,769t representa o decaimento de dados núcleo-pai por lançamento.
Fonte: ​PRÓPRIA, 2019.

O tempo de meia vida estipulado visualmente pelo grupo, para ​N​o​/2 =


150, é de aproximadamente 0,9 lançamentos. Ao utilizar a equação 4, com a
constante de decaimento fornecida pela equação do gráfico, obtemos que o
tempo de meia-vida de lançamento nesta terceira parte é de aproximadamente
0,9 lançamentos.
Para linearizar o gráfico 3 da figura 4.2, utilizamos a equação 7 para
construir um gráfico linear no excel. Abaixo segue as figuras 4.3 e 4.4 com a
tabela dos dados em logaritmo natural da figura 4.1 e o gráfico linearizado
respectivamente.
A equação da figura 4.4 contida no gráfico 3.1 é a mesma da equação 7,
em que 5,704 é o logaritmo natural da amostra inicial de 300 fichas núcleo-pai.
A constante de decaimento é a mesma para a figura 4.2, e nesse caso foi
obtida através da linha de tendência do gráfico 3.1 da figura 4.4.

26
​ abela com a quantidade de fichas núcleo-pai para cada lançamento em logaritmo
Figura 4.3: T
​ onte: ​PRÓPRIA, 2019.
natural (ln). F

​ ráfico 3.1 com a quantidade de fichas núcleo-pai (N) por lançamento (tempo). Note
Figura 4.4: G
que a equação do gráfico ln N(t) = - 0,769t + 5,704 representa o decaimento de fichas núcleo-pai por
​ onte: P
lançamento de forma linearizada. F ​ RÓPRIA, 2019.

A fim de comparar os dados das três partes para melhor visualizarmos a


lei fundamental do decaimento radioativo da equação 2, construímos dois
novos gráficos, o primeiro representado pela figura 5 com os dados das tabelas
das figuras 2.1, 3.1 e 4.1, de forma que o caráter exponencial das equações
fosse comparado, e o segundo representado pela figura 5.1, de forma a
evidenciar e comparar o caráter linear dos decaimentos das três partes.

27
Figura 5: ​Gráfico 4 com a quantidade de dados/fichas núcleo-pai (N) por lançamento (tempo)
das três partes. Note que quanto maior a constante de decaimento, mais rapidamente os dados/fichas
núcleo-pai decaíram. ​Fonte: P
​ RÓPRIA, 2019.

Neste gráfico 4 da figura 5, a curva da lei fundamental do decaimento


nuclear, dada pela equação 2, torna evidente que quanto maior for a
probabilidade de se obter o decaimento de dados/fichas núcleo pai, menor será
o tempo de decaimento.
Como a constante de decaimento está relacionada com o tempo de meia
vida da equação 4, podemos de fato concluir que, a medida que o tempo de
meia vida de uma amostra inicial aumenta, a constante de decaimento nuclear
diminui, então essas grandezas são inversamentes proporcionais. Vale lembrar
que a constante de decaimento nuclear é característica de cada radionuclídeo,
e para o presente trabalho, é característica para cada conjunto de dados/fichas.

28
​ ráfico 4.1 com a quantidade de fichas/dados núcleo-pai (N) por lançamento
Figura 5.1: G
(tempo). Note que a equação do gráfico ln N(t) = - 0,769t + 5,704 representa o decaimento de fichas
​ onte: ​PRÓPRIA, 2019.
núcleo-pai por lançamento de forma linearizada. F

No gráfico 4.1 da figura 5.1, é possível identificar a partir da equação 7,


que as retas das partes 1, 2 e 3 aumentam seus coeficientes angulares a
medida que as probabilidades se obter o decaimento de dados/fichas núcleo
pai aumentam. Para a primeira parte, a probabilidade de se obter os
decaimentos dos dados núcleo-pai é de ⅙, e seu coeficiente angular, que é a
própria constante de decaimento, é em módulo 0,189. Para a segunda parte, a
probabilidade de se obter os decaimentos dos dados núcleo-pai é de ⅓, e seu
coeficiente angular em módulo é de 0,410, e para a terceira parte, a
probabilidade de se obter os decaimentos das fichas núcleo-pai é de ½, e seu
coeficiente é de 0,769. Dessa forma podemos estabelecer uma relação entre a
probabilidade de ocorrer o decaimento e o tempo de meia-vida de uma
determinada amostra inicial.

29
Ainda é possível obter a taxa de decaimento radioativo para as três
partes a partir da equação 5, então para a primeira parte, sua taxa de
decaimento inicial é de 56,7 decaimentos dados núcleo-pai por lançamento, na
segunda parte é de 123 decaimentos dados núcleo-pai por lançamento e na
terceira parte é 230 decaimentos fichas núcleo-pai por lançamento, o que
evidencia o processo estatístico levando em consideração a amostra inicial e a
constante de decaimento.

5 CONCLUSÃO
Com esta atividade experimental analógica ao decaimento nuclear com
a utilização de dados e fichas, pudemos compreender melhor alguns conceitos
básicos da física nuclear, tais como decaimento (estatisticamente exponencial),
tempo de meia-vida, que é constante para cada radionuclídeo, e também como
se dá o processo ou fenômeno da transformação de um átomo em outro por
meio da emissão de radiação a partir de um núcleo instável.
A partir das análises gráficas, o grupo pode concluir que há uma relação
entre a probabilidade de se obter o decaimento de dados e fichas com o tempo
de meia-vida e a característica da amostra inicial, como já supracitado nos
resultados e discussões. Para as três partes da atividade, as amostras iniciais
apresentavam uma probabilidade já pré-estabelecida, como um conjunto de
dados de seis lados ou de fichas. Ao tratar-se da analogia com o decaimento
nuclear, os radionuclídeos não tem uma probabilidade de decaimento
pré-estabelecida, pois seus decaimentos são aleatórios, e mesmo
considerando um radionuclídeo em especial, seu tempo de vida individual de
decaimento é independente de probabilidade, mas para uma amostra inicial
N0​ ,,com
​ uma quantidade significativa de radionuclídeos, como na ordem da
constante de Avogadro, a probabilidade que decaia metade de sua amostra
inicial (​N​0/2
​ )​ é de ½, e o intervalo de tempo desta probabilidade é o próprio
tempo de meia-vida. Temos também que o cálculo da taxa de decaimento das
três partes é uma maneira de demonstrar estatisticamente o quanto que o
decaimento nuclear é um processo aleatório, mas com certa probabilidade de
ocorrência, e é diretamente proporcional a constante de decaimento nuclear.

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6 REFERÊNCIAS
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l.], ano 2004, v. 5, n. 2, p. 1-10, 2004. Disponível em:
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