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AAristóteles
ORIGEM
particularidade.
– A forma (eidos) é o princípio que determina
a matéria e lhe proporciona uma essência, uma
universalidade.
Estagira (atual Stavros) (384-322 a.C.)
Assim, todos os indivíduos de uma mesma
PRINCIPAIS OBRAS
espécie teriam a mesma forma, mas difeririam do
Metafísica; Física; Ética a
ponto de vista da matéria, já que se trata de
Nicômaco; Política; Órganon; Retórica
indivíduos diferentes. As formas são imutáveis e
FRASE-SÍNTESE
perfeitas, como as ideias platônicas, mas não
“Aquele que chega a conhecer as coisas mais
residem em outro mundo. Não existem formas ou
árduas e que apresenta grande dificuldade para o
ideias puras, como queria Platão – o intelecto
conhecimento humano, este é um filósofo. Além
humano, por meio da abstração, separa a matéria
disso, aquele que conhece com maior exatidão as
da forma.
causas e é mais capaz de ensiná-las é, em todas as
Aristóteles também ignora o conhecimento
espécies de ciências, um filósofo.”
inato para reconhecer formas, como admitia
Platão. Para alcançar o grau mais elevado do bem-humano.
Aristóteles, todo Esse bem é a felicidade; e a felicidade consiste na
conhecimento atividade da alma de acordo com a virtude”.
principia com os Todavia, as virtudes éticas não são mera atividade
sentidos ou as racional, como as virtudes intelectuais, mas
sensações implicam, por natureza, um elemento sentimental,
(aisthesis), de afetivo, passional, que deve ser governado pela
maneira que não razão, e não pode, todavia, ser completamente
há “nada no resolvido na razão.
intelecto que não Uma de suas mais famosas teses prevê que o
estivesse antes homem feliz e justo está sempre à procura do
nos sentidos”: a meio-termo justo, tendo em vista a prudência e a
sensação, moderação. O homem não será feliz se viver
portanto, não é o apenas cultivando os prazeres carnais ou o
engano ou a intelecto, mas, sim, se desenvolver e encontrar
mentira, como dizia Platão. É a partir da memória todas as suas capacidades e possibilidades. O
que retemos dados do mundo sensorial e, assim, homem feliz evita os extremos e busca o
criamos experiências a partir das quais autocontrole. Aristóteles pensa o “meio-termo
estabelecemos relações entre os dados sensoriais e justo” não apenas como princípio a ser seguido na
aquilo que está na memória. A partir das vida pessoal, mas na própria constituição das
experiências passamos a elaborar os conceitos e, cidades gregas: “Em todas as cidades há três
com a repetição de dados sensoriais, o homem cria partes: os muito ricos, os muito pobres e os
conclusões e expectativas. terceiros no meio destes. Se, portanto,
A partir disso, a etapa seguinte é a techné, isto concordarmos que o mediano e o meio são o
é, a arte ou técnica. A techné significa saber “o melhor, é óbvio que a melhor prosperidade de
porquê das coisas”, as regras que nos permitem todas é a média”. Tem-se, portanto, um elogio da
produzir determinados resultados, o que nos dá a mediocridade como o ideal de cidade para
possibilidade de ensinar. Para Aristóteles, de Aristóteles.
modo geral, quem conhece as regras, isto é, possui Em sua obra Política, encontra-se sua famosa
a techné, é superior a quem apenas possui a definição segundo a qual “o homem é um animal
técnica. político”, isto é, um ser que, por ter o discurso
A última etapa do conhecimento, a mais racional (logos), se realiza na comunidade e não
elevada para Aristóteles, é a episteme, quer dizer, pode ser compreendido fora de suas relações com
a ciência ou o conhecimento: trata-se do seus semelhantes. Em Ética a Nicômaco,
conhecimento do real em seu sentido mais Aristóteles escreve que “uma andorinha não faz
abstrato e genérico, quer dizer, as leis da natureza verão”. Como as andorinhas, na época do calor,
ou do cosmo. É um saber gratuito, uma finalidade andam juntas, o filósofo diz isso para lembrar que
em si mesma, que satisfaz uma curiosidade natural o indivíduo não deve ser entendido (e julgado)
no homem, o desejo de conhecer, sem objetivos isoladamente.
práticos imediatos.
Aristóteles hoje
“É preciso dizer que, com a superioridade Para que serve o conhecimento? Vivemos hoje uma
excessiva que proporcionam a força, a riqueza, os época bastante tecnicista, a qual crê que todo
muito ricos não sabem e nem mesmo querem conhecimento deve servir a algo. Aristóteles,
obedecer aos magistrados. Ao contrário, aqueles que entretanto, não apenas lembra a importância do
vivem em extrema penúria desses benefícios tornam- conhecimento gratuito, mas também enfatiza sua
se demasiados humildes e rasteiros. Disso resulta que superioridade: quem serve a alguém é servo, de
uns, incapazes de mandar, só sabem mostrar uma maneira que o conhecimento que possui um fim
obediência servil e que outros, incapazes de se mesmo seria, para ele, soberano, superior.
submeter a qualquer poder legítimo, só sabem Evidentemente, ninguém irá negar a importância do
exercer uma autoridade despótica.” conhecimento técnico, sem o qual este próprio texto
não poderia existir. Entretanto, Aristóteles nos lembra
Ética e política da importância de outros saberes.
Em Aristóteles, a ética presume-se como o
estudo da virtude (areté), de maneira que “nosso
objetivo é nos tornarmos homens bons, ou