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Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem -

Uma análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da


Imagem

Assim, presente em seu sua Carta Magma, o Brasil passou a ter a proteção da imagem como
Um direito
olharautônomo
Digital: aplicativos
e exclusivo, no entanto, ade interação
atribuição e alteração
de conceituar dapara
o que é a imagem Imagem
o
direito, ficou à cargo da doutrina [...]O direito à imagem não encontra definição no direito
positivo brasileiro, cabendo tal tarefa a doutrina (citação de citação) ZANINI, 2018, p. 149).
- Uma análise sobre as novas tecnologias e as violações da
PRIMEIRO O QUE É CITADO, SEGUNDO O QUE CITA – REFERÊNCIA DO QUE
CITA
Dignidade Humana no uso da Imagem
Desta forma, o estado brasileiro através da Constituição Federal de 1988 e sob a influência da
Declaração Universal dos Direitos Humanos, inseriu a proteção e a garantia da Dignidade,
bem como, o direito e o respeito à plena proteção da Personalidade, para assim possibilitar o
completo desenvolvimento da do indivíduo.

Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, o direito à imagem foi erigido ao status
URIEL HENRIQUE
de direito autônomo. Quer dizer, o legislador constituinte DA SILVA da
originário conscientizou-se
importância do direito à imagem e dotou-o deAcadêmico
proteção legal,do
independentemente
curso de Direito da ofens

a ou não de outro direito da personalidade.


(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Franciulli /etto – A
Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição Federal

Sumário:
Desta forma,1.o Direito
Introdução. 1.1 O
Constitucional início obteve
brasileiro, da proteção
a partir da da Imagemdano
promulgação Direito
Carta
brasileiro.
Magma, um1marco
. 2 Ahistórico,
evolução histórica
que se dopela
evidenciaria Direito à Imagem;
proteção As Declarações
dos direitos humanos, e não
demais
Direitos e oproteção
apenas, pela início dos
dadireitos
proteção da Personalidade
de propriedade, no mundo.
tendo assim, a efetiva e explícita1. 3 O
norma de
Direito de amparo
Imagem aos Direitos da Personalidade.
como Direito da Personalidade e Direito Patrimonial 2. A
natureza jurídica dodadireito
Antes da promulgação referida à imagem.
Carta 2.1 2.1
Constitucional, A proteção
a proteção dava-se dedaforma
imagem no
Direito Constitucional
implícita brasileiro
no âmbito dos direitos 2.2 A proteção
personalíssimos. Saliente-se da
que,imagem no direito
anteriormente, já haviapenal.
2.3 A tutela de
manifestações danossos
imagem nofavoráveis
tribunais direito àcivil para pecuniária
indenização internet.em3. Conclusão
casos de violação 4.
do direito à imagem entre os quais pode ser citada a decisão precursora de 1928, da lavra do
Refêrencias
magistrado Octávio Kelly, relacionada à Miss Brasil de 1922, que teve sua imagem captada,
sem seu consentimento, para um filme de atualidades. (file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-
5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Franciulli /etto – A Proteção ao Direito à Imagem e a
Constituição Federal

Notavelmente, antes da Constituição de 1988, as leis infra- legais seguiam a luz do direito de
propriedade garantido nas anteriores constituições, assim, a proteção aos direitos do autor
servia como a base legal para amparo do julgador nos casos que se apresentavam.

Em época primava, a Lei Eleitoral n. 496, de 1º de agosto de 1898, continha norma de


proteção à imagem, relacionada ao direito do autor.

01
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem - Uma
análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da Imagem

1. Introdução

A imagem como Bem Jurídico tutelado


constitucionalmente, apresenta dois diferentes aspectos de abrangência, sendo
cada um igualmente protegido, e digno de indenização em caso sua de violação.
A imagem como extensão da personalidade do indivíduo
se ramifica em dois bens patrimoniais, sendo uma a “Imagem Retrato” a qual é a
retratação visual da fisionomia do indivíduo, e a “Imagem Atributo” a qual se
evidencia a partir das características de determinada pessoa na sociedade em que
vive.
Assim, conceitua o Mestre Luiz Alberto David Araújo:

“A questão do direito de imagem deve ser tomada


sob dois prismas, que revelarão posturas distintas diante
da sua disciplina. Não há dúvida de que a imagem deve
ser preservada, assim por qualquer meio, como visto
acima. Esta é a primeira ideia de proteção que nos colhe,
logo de imediato. As duas faces do mesmo direito devem
ser entendidas como vindas da proteção de um mesmo
bem: a imagem A palavra imagem não se restringe apenas
ao retrato, como já anotado acima. A imagem tem novo
conceito, decorrente do desenvolvimento das relações
sociais” .1

Desta maneira, podemos afirmar que existem duas


imagens no texto constitucional: a primeira, a imagem-retrato, decorrente da
expressão física do indivíduo; e a segunda, a imagem-atributo, como o conjunto de
característicos apresentados socialmente por determinado indivíduo” . 2

“Toda expressão formal e sensível da


personalidade de um homem é imagem para o Direito. A
ideia de imagem não se restringe, portanto, à
representação do aspecto visual da pessoa pela arte da
pintura, da escultura, do desenho, da fotografia, da

1
ARAÚJO, Luiz Alberto David. A proteção constitucional da própria imagem. Belo
Horizonte: Del Rey, 1996, p. 26.
2
ibid., p.26-27, 1996.
20
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Uma análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da
Imagem
figuração caricata ou decorativa, da reprodução em
Assim, presente em seu sua Carta Magma,
manequins e omáscaras.
Brasil passou aCompreende,
ter a proteção da imagem
além, como
a imagem
direito autônomo e exclusivo, no entanto, a atribuição de conceituar o que é a imagem para o
sonora da fonografia e da radiodifusão, e os
direito, ficou à cargo da doutrina [...]O direito à imagem não encontra definição no direito
gestos,
expressões
positivo brasileiro, cabendo dinâmicas
tal tarefa a doutrina dadepersonalidade.
(citação A cinematografia
citação) ZANINI, 2018, p. 149).
PRIMEIRO O QUE ÉeCITADO, a televisão
SEGUNDO sãoO QUEformas
CITAde representação
– REFERÊNCIA DO QUEintegral da
figura humana.CITA De uma e de outra pode dizer-se, com De
Cupis, que avizinham extraordinariamente o espectador da
inteiraatravés
Desta forma, o estado brasileiro realidade, constituindo
da Constituição Federal deos mais
1988 e sob graves
a influênciamodos
da de
Declaração Universal dosrepresentação
Direitos Humanos, no que
inseriu tange eàa tutela
a proteção garantiado direito. Não falta
da Dignidade,
bem como, o direito e o respeito
quemà plena proteção
inclua noda Personalidade,
rol das para assim possibilitar
modalidades o
figurativas
completo desenvolvimento da do indivíduo.
interessantes para o direito, os ‘retratos falados’ e os
retratos literários,
Com a promulgação da Constituição conquanto
Federal de 1988, o direito à não
imagemsejam elas
foi erigido expressões
ao status
de direito autônomo. Quer sensíveis e simconstituinte
dizer, o legislador intelectuais da conscientizou-se
originário personalidade. da Por outro
importância do direito à imagem e dotou-o denão
lado, imagem proteção
é sólegal,
o independentemente
aspecto físico total da ofensdo sujeito,
nem particularmente o semblante, como o teriam
sustentado Schneickert e Koeni. Também as partes
a ou não de outro direito destacadas
da personalidade.do corpo, desde que por elas se possa
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-5565-1-PB%20(1).pdf)
reconhecer o indivíduo, sãoDomingos imagem Franciulli /etto – Ajurídica:
na índole
Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição Federal
certas pessoas ficam famosas por seus olhos, por seus
gestos, mesmo pelos seus membros” . 3

Desta forma, o Direito Constitucional brasileiro, obteve a partir da promulgação da Carta


Magma, um marco histórico, que se evidenciaria pela proteção dos direitos humanos, e não
Portanto, não há o que se falar em um único bem jurídico
mais apenas, pela proteção dos direitos de propriedade, tendo assim, a efetiva e explícita
em norma deàamparo
relação imagem,aos Direitos
sendodaesta,
Personalidade.
um conceito amplo e distinto da honra, não se
Antes da promulgação
confundindo da referida Carta
estes aspectos Constitucional,
inerentes a proteção dava-sedo
da personalidade de forma
indivíduo, outro
implícita no âmbito dos direitos personalíssimos. Saliente-se que, anteriormente, já havia
entendimento equivocado
manifestações que por
de nossos tribunais tempos
favoráveis fundamentou
à indenização as em
pecuniária decisões judiciais.
casos de violação
do direito à imagem entre os quais pode ser citada a decisão precursora de 1928, da lavra do
magistrado Octávio Kelly, relacionada à Miss Brasil de 1922, que teve sua imagem captada,
sem seu consentimento, para um filme“Essa posição
de atualidades. serviu de base para que os
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-
5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Franciulli /etto – A Proteção ao Direito à Imagem e a
Constituição Federal
tribunais alemães, franceses e norte-americanos
justificassem a proteção da imagem. A título de exemplo,
um periódico
Notavelmente, antes da Constituição publicou
de 1988, uma
as leis infra- fotografia
legais representando,
seguiam a luz do direito de sem
propriedade garantido nas anteriores
indicar constituições,
nomes, assim, a X,
um casal proteção aos direitos
diante da Torre do autor
de Pisa. O
servia como a base legal para amparo do julgador nos casos que se apresentavam.
marido estava com seu calção e a mulher com um maiô.
Em época primava, a LeiOs comentários
Eleitoral que
n. 496, de 1º de acompanhavam
agosto a foto
de 1898, continha norma de e
outras do
mesmo
proteção à imagem, relacionada gênero
ao direito acentuaram a incorreção dos
do autor. trajes do
casal para a situação. A Corte de Paris reconheceu o
direito à indenização, por violação através da imagem” . 4

O direito à imagem é uma vertente do direito da


personalidade, sendo este, tratado pelo artigo 5º, inciso X, da Constituição Federal

3
MORAES, Walter. Direito à própria imagem I. Revista dos Tribunais. São Paulo: Revista
dos Tribunais, ano 61, n. 443, setembro de 1972, p. 64.
4
ibid., p.29, 1972.
21
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análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da Imagem

de 1988 e que assegura inviolabilidade à honra e imagem, e que ainda prevê o


direito à indenização em caso de sua violação.

“São invioláveis a intimidade, a vida privada, a


honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente da sua
violação ” .5

Assim, não nos resta dúvida de que, a imagem se


apresenta como bem jurídico tutelado por direito autônomo e fundamentadamente
expresso no direito constitucional.

Vencida esta etapa, inicialmente, pode-se concluir que, a


imagem se distingue amplamente da honra e, por conseguinte, é possível alguém
ter a sua dignidade violada; seja pelo uso indevido da sua imagem-retrato, seja
pela atribuição difamatória de sua imagem-atributo, ainda que, sem
necessariamente ter sido violada sua honra.

A imagem-atributo, por sua vez, na concepção do direito


moderno e contemporâneo, como extensão da personalidade, é o que envolve
característicos sociais e subjetivos do indivíduo, não se confundindo esta com a
honra.
Exemplo: Um advogado conhecido por atuar em causas de
direitos dos animais, poderia ter a sua imagem-atributo agredida, quando alguém
atribui a tal profissional a conduta de que, este mantém em cativeiro pássaros ou
animais selvagens; ou seja, a imagem-atributo deste advogado foi lesionada sem
que a sua honra tenha sido necessariamente violada.
Ou ainda, um líder religioso conhecido na sociedade em
que vive por expressar sua fé em público, vê sua imagem vinculada a um grupo de
pesquisadores e cientistas cujo objetivo é provar a inexistência de Deus.
Observando aqui tais exemplos, é possível identificar e
visualizar hipóteses em que, a imagem de um indivíduo pode sendo violada, sem

5
ibid., p.29, 1972.
22
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Uma análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da
Imagem
necessariamente ter agredido a sua honra, assim, estando um bem jurídico
Assim, presente em seu sua Carta Magma, o Brasil passou a ter a proteção da imagem como
distante doautônomo
direito outro. e exclusivo, no entanto, a atribuição de conceituar o que é a imagem para o
direito, ficou à cargo da doutrina [...]O direito à imagem não encontra definição no direito
positivo brasileiro, cabendo tal tarefa a doutrina (citação de citação) ZANINI, 2018, p. 149).
PRIMEIRO O QUE É CITADO, SEGUNDO O QUE CITA – REFERÊNCIA DO QUE
CITA
1.1 O início da proteção da imagem no Direito Brasileiro
Desta forma, o estado brasileiro através da Constituição Federal de 1988 e sob a influência da

O
Declaração Universal dos Direitos Humanos, inseriu a proteção e a garantia da Dignidade,
direito brasileiro obteve o auge da atual
bem como, o direito e o respeito à plena proteção da Personalidade, para assim possibilitar o
completo desenvolvimento da do indivíduo.proteção dos Direitos da Personalidade,
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988,da
através o direito à imagemhistórica
evolução foi erigido aoestatus
jurídica;
de direito autônomo. Quer dizer, o legislador constituinte originário conscientizou-se da
importância do direito à imagem e dotou-oresultando por independentemente
de proteção legal, fim, na nossa da Carta
ofens Magna,

propriamente, dizendo que esta se deu, com a promulgação da Constituição de


1988,a ou
o que
não defoi pordireito
outro sua davez, a consequência do período histórico da pós-segunda
personalidade.
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Franciulli /etto – A
guerra mundial
Proteção e pós-regime
ao Direito à Imagem e militar.
a Constituição Federal
Tendo assim, como a conhecemos hoje, mas que, se
resume, como; o fruto de uma longa e penosa luta do povo e de juristas em prol de
Desta forma, o Direito Constitucional brasileiro, obteve a partir da promulgação da Carta
Magma,da
garantias, um liberdade
marco histórico,
e daque própria
se evidenciaria pela proteção
efetivação da dos direitos humanos,
Dignidade humana e nãono direito
mais apenas, pela proteção dos direitos de propriedade, tendo assim, a efetiva e explícita
norma de amparo aos Direitos da Personalidade.
brasileiro:
Antes da promulgação da referida Carta Constitucional, a proteção dava-se de forma
“Embora Saliente-se
implícita no âmbito dos direitos personalíssimos. um temaque, relativamente
anteriormente, jánovo
havia dentro do
manifestações de nossos tribunais favoráveis à indenização pecuniária em casos de violação
do direito à imagem entre os quais pode ser citada a decisão precursora de 1928, da lavradireitos
Direito, uma vez que só se pode falar em do da
personalidade propriamente ditos após o final
magistrado Octávio Kelly, relacionada à Miss Brasil de 1922, que teve sua imagem captada,da Segunda
Guerra
sem seu consentimento, para Mundial[...]
um filme as (file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-
de atualidades. pessoas que viviam naquela época
5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Franciulli
não tinham a /etto – A Proteção aoem
preocupação Direito à Imagemos
proteger e a direitos de
Constituição Federal
outrem, o que realmente se objetivava tutelar eram direitos
tais quaisdeos
Notavelmente, antes da Constituição deaspropriedade,
1988, leis infra- legais de ser aindenizado,
seguiam luz do direito dede poder
propriedade garantido nascontratar etc. Comassim,
anteriores constituições, o a proteção
Cristianismo é doque
aos direitos autor surgem,
servia como a base legal para amparo do julgador nos casos que se apresentavam.
verdadeiramente, fatos que podem ser considerados como
Em época primava, a Lei5Eleitoral
precursores
n. 496, depara o surgimento
1º de agosto desses
de 1898, continha direitos,
norma de pois este
advento nos trouxe
proteção à imagem, relacionada ao direito do autor. concepções como a de fraternidade,
compaixão humana, preocupação com o bem estar do
cidadão [...]” . 6

Ainda de acordo com a autora:

“Deste modo, a busca e a efetivação do direito

6
BRITO, Mirella Barros Conceição. O direito à imagem da pessoa jurídica. Revista Direito
UNIFACS, Salvador, nº 131, p. 04, 2011.
23
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem - Uma
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moderno caminhava á curtos passos rumo a evolução dos


direitos da Personalidade, o que só foi possível por ocasião
e acontecimento da Segunda grande Guerra Mundial [...]
Contudo, foi em 1789, com a Revolução Francesa e seus
três ideais (liberdade, igualdade e fraternidade), que a
Declaração dos Direitos do Homem trouxe em seu bojo a
tutela da personalidade humana, assim como, a defesa
dos direitos individuais. Como já mencionado, a real
origem da tutela dos chamados direitos da personalidade
só aconteceu no ano de 1948 a partir da Declaração
Universal dos Direitos do Homem, evento que ocorreu
após a Segunda Grande Guerra. Este foi um período
marcado com grandes atrocidades, fatos que tiveram
grande repercussão para toda humanidade, quando ficou
patente não existir tutela à proteção da pessoa humana” . 7

Assim, é evidente o fato de que, o direito e suas leis


buscam efetivar a proteção do indivíduo de forma posterior a lesão ao direito, o que
é evidenciado pelos tristes fatos históricos vivenciados pelos nossos
antepassados.

“Terminada a guerra e com esses horrores todos


vindo à tona, sentiu-se, então, a necessidade de
assegurar uma tutela mínima ao homem, com o intuito,
até, de preservar a própria raça humana. Criou-se a ONU
– Organização das Nações Unidas e com ela surge a
Declaração dos Direitos do Homem” . 8

A autora cita ainda:

“A Declaração dos Direitos Humanos, surge em


um contexto, onde a proteção e o dever de garantia dos
direitos do homem, se tornam não somente necessários
para a garantia da propriedade, mas principalmente na
busca da Liberdade da Igualdade e da Fraternidade entre
os povos; não só garantindo estes direitos, mas trazendo à
luz do direito, o que até então se ignorava; a Dignidade
Humana” . 9

A PRESENTE DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS

7
ibid., p,05, 2011.
8
ibid., p,06, 2011.
9
ibid., p,10, 2011.
24
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Imagem
DIREITOS HUMANOS
Assim, presente em seu sua CartaI Magma, o Brasil passou a ter a proteção da imagem como
Artigo
direito autônomo e exclusivo, no entanto, a atribuição de conceituar o que é a imagem para o
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em
direito, ficou à cargo da doutrina [...]O direito à imagem não encontra definição no direito
dignidade
positivo brasileiro, cabendo tal tarefa e direitos.(citação
a doutrina São dotados
de citação) de razão
ZANINI, e consciência
2018, p. 149). e
PRIMEIRO O QUE Édevem CITADO,agir em relação
SEGUNDO O QUE CITAuns – aos outros com
REFERÊNCIA DO QUE espírito de
fraternidade. CITA
Artigo XXII
Todo através
Desta forma, o estado brasileiro ser humano, comoFederal
da Constituição membro da esociedade,
de 1988 sob a influênciatem
da direito
Declaração Universal dosàDireitos
segurança
Humanos,social,
inseriu aàproteção
realização peloda esforço
e a garantia Dignidade, nacional,
bem como, o direito e o respeito
pela àcooperação
plena proteção dainternacional
Personalidade, para e assim
de possibilitar
acordo o com a
completo desenvolvimento da do indivíduo.
organização e recursos de cada Estado, dos direitos
econômicos,
Com a promulgação da Constituição Federalsociais
de 1988, oedireito
culturais
à imagemindispensáveis
foi erigido ao status à sua
de direito autônomo. Quer dignidade e constituinte
dizer, o legislador ao livre desenvolvimento
originário conscientizou-se da da sua
importância do direito à imagem e dotou-o de proteção legal, independentemente da ofens
personalidade.
Artigo XXIII [...]
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma
a ou não de outro direito remuneração
da personalidade. justa e satisfatória, que lhe assegure, assim
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-5565-1-PB%20(1).pdf)
como à sua família, uma existência Domingos Franciulli /etto – A com a
compatível
Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição Federal
dignidade humana e a que se acrescentarão, se
necessário, outros meios de proteção social . 10

Desta forma, o Direito Constitucional


Assim, a brasileiro, obteve aUniversal
Declaração partir da promulgação da CartaHumanos,
dos Direitos
Magma, um marco histórico, que se evidenciaria pela proteção dos direitos humanos, e não
serviria
maiscomo
apenas,um
pelaexemplo asdireitos
proteção dos demais Nações àtendo
de propriedade, ser seguido, comumente,
assim, a efetiva e explícita o mundo
norma de amparo aos Direitos da Personalidade.
não seria mais o mesmo após a segunda guerra mundial, bem como também, não
Antes da promulgação da referida Carta Constitucional, a proteção dava-se de forma
o mesmo o direito
implícita e dos
no âmbito suas leis.personalíssimos. Saliente-se que, anteriormente, já havia
direitos
manifestações de nossos tribunais favoráveis à indenização pecuniária em casos de violação
do direito à imagem entre os quais pode ser citada a decisão precursora de 1928, da lavra do
“Pela
magistrado Octávio Kelly, relacionada primeira
à Miss vez que
Brasil de 1922, emteveum documento
sua imagem captada, tenta-se
sem seu consentimento, para um filmeuma
positivar de atualidades.
proteção(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-
aos direitos da personalidade. Até
5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Franciulli /etto – A Proteção ao Direito à Imagem e a
Constituição Federal
então não se falava nem nas constituições e nem nos
códigos civis a respeito de proteção aos direitos da
personalidade.
Notavelmente, antes da Constituição de 1988,Somente
as leis infra-alegais
partir da Declaração
seguiam a luz do direitode
de 1948 é
propriedade garantido nas anteriores
que constituições,
os códigos assim, a proteção
e constituições, aos direitos
criados apósdoesse
autor advento,
servia como a base legal para amparo do julgador nos casos que se apresentavam.
passaram a se preocupar com o tema” 11
.

Em época primava, a Lei Eleitoral n. 496, de 1º de agosto de 1898, continha norma de


Destarte,
proteção à imagem, relacionada o Brasil,
ao direito do autor.seguiu os rumos da história humana e
mesmo que de aparente forma tardia em relação aos demais países do globo,
buscou inserir nos seu ordenamento jurídico, a proteção e a tutela sobre os direitos
da personalidade; buscando efetivar a garantia dos direitos humanos.

10
Declaração Universal dos Direitos Humanos. Disponível em:
https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2018/10/DUDH.pdf
11
BRITO, Mirella Barros Conceição. O direito à imagem da pessoa jurídica. Revista Direito
UNIFACS, Salvador, nº 131, p. 05, 2011.
25
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem - Uma
análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da Imagem

“No ordenamento brasileiro, por exemplo, o


nosso Código Civil de 1916 não trazia dispositivos que
tratassem expressamente dos direitos da personalidade,
não havia essa preocupação, o seu perfil era o de um
código essencialmente patrimonial. Já o nosso Código
Atual, Código Civil de 2002, dispõe, a partir do artigo 11,
de um capítulo denominado Dos Direitos da Personalidade
(Capítulo II do Livro I, Titulo I, Parte Geral). Assim como a
nossa Constituição de 1988 que traz uma preocupação
substancial com o cidadão, eleva esses direitos à categoria
de direitos fundamentais, protegendo-os, inclusive, como
cláusulas pétreas” . 12

Assim, presente em seu sua Carta Magma, o Brasil passou


a ter a proteção da imagem como direito autônomo e exclusivo, no entanto, a
atribuição de conceituar o que é a imagem para o direito, ficou à cargo da doutrina
[...] O direito à imagem não encontra definição no direito positivo brasileiro,
cabendo tal tarefa a doutrina 13
.

Desta forma, o estado brasileiro através da Constituição


Federal de 1988 e sob a influência da Declaração Universal dos Direitos Humanos,
inseriu a proteção e a garantia da Dignidade, bem como, o direito e o respeito à
plena proteção da Personalidade, para assim possibilitar o completo
desenvolvimento da do indivíduo.

“Com a promulgação da Constituição Federal de


1988, o direito à imagem foi erigido ao status de direito
autônomo. Quer dizer, o legislador constituinte originário
conscientizou-se da importância do direito à imagem e
dotou-o de proteção legal, independentemente da ofensa
ou não de outro direito da personalidade” . 14

Desta forma, o Direito Constitucional brasileiro, obteve a

12
DOMINGOS, Franciulli Netto. A Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição Federal.
Informativo Jurídico da Biblioteca Ministro Oscar Saraiva, v. 16, n. 1, p. 1-74, jan. /jul. 2004.
13
ZANINI, Leonardo E. de Assis. Direito à Imagem. Juruá Editora, 2018, p. 31-32,
ID:26570 apud DOMINGOS, Franciulli Netto. A Proteção ao Direito à Imagem e a
Constituição Federal. 2004.
14
DOMINGOS, Franciulli Netto. A Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição Federal.
Informativo Jurídico da Biblioteca Ministro Oscar Saraiva, v. 16, n. 1, p. 1-74, jan. /jul.
2004.
26
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem -
Uma análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da
Imagem
partir da promulgação da Carta Magma, um marco histórico, que se evidenciaria
Assim, presente em seu sua Carta Magma, o Brasil passou a ter a proteção da imagem como
pela proteção dos direitos
direito autônomo humanos,
e exclusivo, no entanto, aeatribuição
não mais de apenas,
conceituar pela
o que éproteção dosodireitos
a imagem para
direito, ficou à cargo da doutrina [...]O direito à imagem não encontra definição no direito
de propriedade, tendo
positivo brasileiro, assim,
cabendo a efetiva
tal tarefa e explícita
a doutrina norma
(citação de deZANINI,
citação) amparo aos
2018, Direitos da
p. 149).
PRIMEIRO O QUE É CITADO, SEGUNDO O QUE CITA – REFERÊNCIA DO QUE
Personalidade. CITA

“Antes da promulgação da referida Carta


Constitucional,
Desta forma, o estado brasileiro a proteção
através da Constituição dava-se
Federal de 1988 ede
sobforma implícita
a influência da no
Declaração Universal dosâmbito
Direitos Humanos, inseriu a proteção
dos direitos e a garantia da Dignidade,
personalíssimos. Saliente-se que,
bem como, o direito e o respeito à plena proteção da Personalidade, para assim possibilitar o
completo desenvolvimento anteriormente,
da do indivíduo. já havia manifestações de nossos tribunais
favoráveis à indenização pecuniária em casos de violação
do direitoFederal
Com a promulgação da Constituição à imagem
de 1988, oentre
direito àos quais
imagem pode aoser
foi erigido citada a
status
de direito autônomo. Quer dizer, o legislador
decisão constituinte
precursora de originário
1928, conscientizou-se
da lavra doda magistrado
importância do direito à imagem e dotou-o de proteção legal, independentemente da ofens
Octávio Kelly, relacionada à Miss Brasil de 1922, que teve
sua imagem captada, sem seu consentimento, para um
filme de atualidades” . 15

a ou não de outro direito da personalidade.


(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Franciulli /etto – A
Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição
Notavelmente, Federal
antes da Constituição de 1988, as leis infra-
legais seguiam a luz do direito de propriedade garantido nas anteriores
constituições,
Desta forma,assim,
o Direito a proteção brasileiro,
Constitucional aos direitos
obtevedo autor
a partir servia como
da promulgação a base legal
da Carta
Magma, um marco histórico, que se evidenciaria pela proteção dos direitos humanos, e não
para mais
amparo dopela
apenas, julgador
proteçãonos casosdeque
dos direitos se apresentavam.
propriedade, tendo assim, a efetiva e explícita
norma de amparo aos Direitos da Personalidade.

“Em Constitucional,
Antes da promulgação da referida Carta época primava, a Leidava-se
a proteção Eleitoral n. 496, de 1º de
de forma
implícita no âmbito dos direitos
agosto personalíssimos. Saliente-se que,
de 1898, continha anteriormente,
norma de proteçãojá haviaà imagem,
manifestações de nossos tribunais favoráveis à indenização pecuniária em casos de violação
relacionada ao direito do autor. O artigo 22 da referida Lei
do direito à imagem entre os quais pode ser citada a decisão precursora de 1928, da lavra do
magistrado Octávio Kelly,estabelecia limitações
relacionada à Miss Brasil de ao
1922,direito
que tevedo autor, captada,
sua imagem ao conferir ao
retratado
sem seu consentimento, para um filme direitos mais(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-
de atualidades. fortes do que os reservados ao
5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Franciulli
retratista. /etto – AoProteção
Seguiu-se Código ao Direito à Imagem
Civil de 1916,e ainspirado na
Constituição Federal
lei autoral do direito alemão de 1907, a confirmar a lei
anterior ede 1988,
Notavelmente, antes da Constituição dispor noinfra-
as leis artigo
legais666,
seguiaminciso
a luz doX, quede não se
direito
propriedade garantido nasconsidera ofensa aos
anteriores constituições, direitos
assim, do aos
a proteção autor “a doreprodução
direitos autor de
servia como a base legal para amparo
retratos oudobustos
julgador nos
de casos que se apresentavam.
encomenda particular, quando feita
pelo proprietário dos objetos encomendados. A pessoa
Em época primava, a Lei Eleitoral n. 496, de 1º de agosto de 1898, continha norma de
representada
proteção à imagem, relacionada e autor.
ao direito do seus sucessores imediatos podem
opor-se
a reprodução ou pública exposição do retrato ou busto”. A
Lei n. 5.988/73, posteriormente, revogou o dispositivo do
Código Civil, mas manteve semelhante disposição em seu
artigo 49, inciso I, “f” .16

Ressalta-se aqui que, muito embora as leis da época,


buscavam proteger tanto os direitos do autor como os direitos do indivíduo, até

15
ibid., 2004.
16
ibid., 2004.
27
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem - Uma
análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da Imagem

então não existia uma proteção específica e exclusiva da imagem, de modo que a
aplicação de leis se dava pela analogia ao caso concreto, como por exemplo; o
Código de propriedade Industrial, que tutelava a imagem da pessoa nos casos de
sua representação em uma moeda, estátua ou pintura.

“A proteção de imagens concernentes às marcas


industriais remonta a 1971. O texto da Lei n. 5.772, de 21
de dezembro de 1971, que instituiu o Código de
Propriedade Industrial, rezava no artigo 65, n. 12, que
não é registrável como marca “nome civil, ou pseudônimo
notório, e efígie de terceiro, salvo com expresso
consentimento do titular ou de seus sucessores diretos; o
uso da efígie de terceiro como marca, com expresso
consentimento do titular ou de seus sucessores” . 17

Ressalta-se aqui que, muito embora as leis da época, se


almejava proteger, tanto os direitos do autor como os direitos do indivíduo, até
então, não existia uma proteção específica e exclusiva da imagem, de modo que a
aplicação de leis se dava pela analogia ao caso concreto, como por exemplo; o
Código de propriedade Industrial, que tutelava a imagem da pessoa nos casos de
sua representação em uma moeda, estátua ou pintura.

Assim, conclui-se que, as Constituições anteriores e já


revogadas, tratavam do direito de imagem de forma implícita por outros direitos
que já eram reconhecidos expressamente, como o direito da inviolabilidade do
lar, o direito da intimidade, e o direito à honra.
Destarte, a promulgação da atual Constituição é quem
possibilitou a tutela expressa do Direito à Imagem:

“A Constituição Federal de 1988, ao considerar


expressamente o direito à imagem como um direito
independente e autônomo e estabelecer a indenização por
danos morais e materiais, colocou o direito brasileiro, nesta
matéria, como um dos mais modernos do mundo, sendo
um divisor de águas e fonte de inspiração para a legislação

17
ibid., 2004.
28
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem -
Uma análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da
Imagem
infraconstitucional brasileira” . 18

Assim, presente em seu sua Carta Magma, o Brasil passou a ter a proteção da imagem como
direito autônomo e exclusivo, no entanto, a atribuição de conceituar o que é a imagem para o
Ainda, no que se refere ao direito de imagem no Brasil,
direito, ficou à cargo da doutrina [...]O direito à imagem não encontra definição no direito
existe um longo caminho atal
positivo brasileiro, cabendo sertarefa a doutrina (citação
percorrido, de citação)
no entanto, ZANINI, 2018,
conclui-se que,p. a149).
influência
PRIMEIRO O QUE É CITADO, SEGUNDO O QUE CITA – REFERÊNCIA DO QUE
da atual proteção Constitucional já irradia CITA no seu ordenamento legal a busca pela

efetivação deste direito.


Desta forma, o estado brasileiro através da Constituição Federal de 1988 e sob a influência da
Declaração Universal dos Direitos Humanos, inseriu a proteção e a garantia da Dignidade,
“Oproteção
bem como, o direito e o respeito à plena da Personalidade,
atual Código paraesteira
Civil, na assim possibilitar o
da Constituição
completo desenvolvimento da do indivíduo.
Federal, disciplina, em seu artigo 20, a proteção específica
do direitoFederal
Com a promulgação da Constituição em análise
de 1988, o ao ressalvar
direito que
à imagem foi a divulgação
erigido ao status da
de direito autônomo. Querimagem só poderá
dizer, o legislador ser feita
constituinte comconscientizou-se
originário o consentimentoda de seu
importância do direito à imagem
titular, e dotou-o
prevendo,de proteção
por legal, independentemente
outro da ofens
lado, a possibilidade de
indenização quando violado. Dá o mesmo estatuto
legitimidade ao cônjuge sobrevivente, ascendentes e
a ou não de outro direito descendentes
da personalidade. do morto ou do ausente, na hipótese de
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-5565-1-PB%20(1).pdf)
transgressão do mesmo direito Domingos Franciulli
(art. 20, /etto – único).
parágrafo A O
Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição Federal
direito à imagem também está relacionado ao direito do
autor, como anteriormente transcrito, e hoje regulamentado
pela Lei n. 9.601/98, cuja proteção não se atém ao autor,
Desta forma, o Direito Constitucional brasileiro,
mas se espraia aoobteve a partir da
retratado, aopromulgação
artista, aodaintérprete
Carta e ao
Magma, um marco histórico, que se evidenciaria pela proteção dos direitos humanos, e não
executante (art. 7º da Lei n. 9.601/98)” 19
.
mais apenas, pela proteção dos direitos de propriedade, tendo assim, a efetiva e explícita
norma de amparo aos Direitos da Personalidade.
Desta forma, a garantia Constitucional da Dignidade
Antes da promulgação da referida Carta Constitucional, a proteção dava-se de forma
Humana na no
implícita proteção
âmbito dosda imagem
direitos do indivíduo,
personalíssimos. já não
Saliente-se que, éanteriormente,
vista comojáum haviaideal
manifestações de nossos tribunais favoráveis à indenização pecuniária em casos de violação
longínquo e abstrato,
do direito mas
à imagem entre se faz
os quais presente
pode ser citada de forma
a decisão ampla de
precursora nos códigos
1928, da lavraedoleis,
magistrado Octávio Kelly, relacionada à Miss Brasil de 1922, que teve sua imagem captada,
servindo assim;
sem seu como apara
consentimento, base legaldeque
um filme evidencia,
atualidades. efetiva o respeito ao ser
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-
5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Franciulli /etto – A Proteção ao Direito à Imagem e a
humano em todos os aspectos de sua existência e legado.
Constituição Federal
Assim, promover o respeito e a liberdade de modo
Notavelmente, antes da Constituição de 1988, as leis infra- legais seguiam a luz do direito de
propriedadecomo
progressivo, garantido nas anteriores
é direito constituições,
de todos, fazendoassim,com
a proteção
que,aosseja
direitos do autor
compelido toda e
servia como a base legal para amparo do julgador nos casos que se apresentavam.
qualquer forma de tirania ou opressão; exatamente o que a história busca
Em época primava, a Lei Eleitoral n. 496, de 1º de agosto de 1898, continha norma de
evidenciar
proteção àpara o relacionada
imagem, direito, aoe direito
este doassim
autor. se faça cumprir na sua missão.

Resplandecendo o respeito a imagem, seja na sociedade, seja na história,


iniciando nas doutrinas ou terminando nos tribunais.

1.2 A evolução histórica do Direito à Imagem; as Declarações de

18
ibid., 2004.
19
ibid., 2004.
29
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem - Uma
análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da Imagem

Direitos e o início da proteção da Imagem no mundo.

A tutela dos direitos referidos à Personalidade e à


Dignidade do ser humano nunca foi tão necessária como em momentos
históricos, de transição como é o que se vive hoje e também fora em épocas
passadas. Os períodos históricos que deram início a mudanças globais sempre
foram marcados por grandes revoluções, movimentos sociais de massa ou de
pós-guerras.
Toda a nossa conhecida evolução tecnológica atual,
disponível em nossos celulares, tablets e computadores, são hoje, os resultados
de uma longa e constante evolução da tecnologia e da ciência. Por fim, a própria
imagem do homem sofreu diretamente com o avanço da tecnologia através da
fotografia:

“Os primeiros passos rumo às modernas técnicas


fotográficas foram dados com a câmara obscura, cuja
primeira exposição pública ocorreu em 1544. A ideia era
bastante simples, fazia-se em uma caixa fechada um
pequeno buraco, donde a luz podia entrar e projetar uma
imagem no lado oposto. O objeto foi utilizado inicialmente
apenas por artistas, pois permitia a reprodução de
perspectiva e proporção, sem alterações, em desenhos.
Em 1568, o veneziano Daniele Bárbaro teve a ideia de
equipar o orifício da câmara obscura com uma lente
convergente, o que permitiu a produção de imagens mais
nítidas, mas que ainda eram projetadas de forma invertida.
O passo seguinte foi dado, conforme relatos do ano de
1588, com a adaptação de um espelho colocado em um
ângulo de 45 graus, o qual refletia a imagem na câmara
obscura. Com isso, graças ao efeito da reflexão, a imagem
não era mais projetada de forma invertida. O passo
seguinte foi dado, conforme relatos do ano de 1588, com a
adaptação de um espelho colocado em um ângulo de 45
graus, o qual refletia a imagem na câmara obscura. Com
isso, graças ao efeito da reflexão, a imagem não era mais
projetada de forma invertida” . 20

20
ZANINI, Leonardo E. de Assis. Direito à Imagem. Juruá Editora, 2018, p. 31-32,
ID:26570.
30
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem -
Uma análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da
Imagem
Assim, o processo evolutivo; científico e cultural, se deu
Assim, presente em seu sua Carta Magma, o Brasil passou a ter a proteção da imagem como
em todas as formas
direito autônomo e aspectos
e exclusivo, no entanto, do cotidiano
a atribuição do sero que
de conceituar humano
é a imagempós-moderno,
para o
direito, ficou à cargo da doutrina [...]O direito à imagem não encontra definição no direito
influenciando e culminando
positivo brasileiro, na nossa
cabendo tal tarefa sociedade
a doutrina atual, ZANINI,
(citação de citação) ou como 2018,ép. 149).
conhecida
PRIMEIRO O QUE É CITADO, SEGUNDO O QUE CITA – REFERÊNCIA DO QUE
cientificamente nos meios acadêmicosCITA como a “sociedade da informação”, como é
conceituada; [...] é um termo que surgiu no século XX, momento em que a
Desta forma,
tecnologia teveograndes
estado brasileiro
avanços,atravésassim,
da Constituição
o períodoFederal de 1988 e sob a influência
pós-modernidade, fez da
com que
Declaração Universal dos Direitos Humanos, inseriu a proteção e a garantia da Dignidade,
bem como, o direito
a tecnologia e o respeito àessencial
se tornasse plena proteção
nada Personalidade,
determinação para do
assimsistema
possibilitar social
o e
completo desenvolvimento da do indivíduo.
econômico” . 21

Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, o direito à imagem foi erigido ao status
de direito autônomo. Quer dizer, o legislador constituinte originário conscientizou-se da
importância do direito à imagem e dotou-o de proteção legal, independentemente da ofens
Para que possamos agora, passar para a análise
contemporânea do direito de imagem, é preciso que se tenha uma compreensão
a ou não de outro direito da personalidade.
histórica desta garantia e sua histórica evolução, queDomingos
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-5565-1-PB%20(1).pdf) se deu Franciulli
mais especificamente
/etto – A
com Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição Federal
a invenção da fotografia, e propriamente com a evolução jurídica no mundo.
Assim, diante desta constante e necessária análise
Destado
histórica forma, o Direito
direito Constitucional
de imagem, brasileiro, obteve a partir da promulgação da Carta
explana:
Magma, um marco histórico, que se evidenciaria pela proteção dos direitos humanos, e não
mais apenas, pela proteção dos direitos de propriedade, tendo assim, a efetiva e explícita
norma de amparo aos Direitos da Personalidade.
“De fato, até o momento em que a técnica
Antes da promulgação dafotográfica
referida Carta Constitucional,
foi inventada, a proteção dava-se de forma
praticamente não existiam
implícita no âmbito dos direitos personalíssimos. Saliente-se que, anteriormente, já havia
problemas jurídicos importantes em virtude da captação,
manifestações de nossos tribunais favoráveis à indenização pecuniária em casos de violação
do direito à imagem entreda fixação
os quais podeeserda publicação
citada da imagem
a decisão precursora dedauma
de 1928, lavrapessoa.
do É
magistrado Octávio Kelly,que antesà Miss
relacionada do Brasil
surgimento
de 1922, queetevedo desenvolvimento
sua imagem captada, da
sem seu consentimento, para um filme não
fotografia de atualidades. (file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-
era tecnicamente possível, salvo situações
5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Franciulli /etto – A Proteção ao Direito à Imagem e a
Constituição Federal
muito excepcionais, a produção de retratos sem
consentimento, visto que uma pessoa precisava ficar
exposta durante
Notavelmente, antes da Constituição de 1988, asmuitas
leis infra-horas para que
legais seguiam um
a luz do pintor
direito de ou um
propriedade garantido nas anteriorespudesse
escultor constituições, assim, a proteção
reproduzir sua aos direitos do
imagem emautor
uma obra.
servia como a base legal para amparo do julgador nos casos que se apresentavam.
Assim, eram muito raros os casos de captação e fixação
Em época primava, a Leida imagem
Eleitoral n. 496,em uma
de 1º obradesem
de agosto 1898, o consentimento
da pessoa
continha norma de
retratada”
proteção à imagem, relacionada ao direito
22
. do autor.

Desta forma, podemos observar que, com o advento da


fotografia, a imagem retrato passou a ser amplamente divulgada, e este fator,
contribuiu para o surgimento de novas demandas judiciais, o que em resumo,

21
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/sociedade-da-informacao/
22
ZANINI, Leonardo E. de Assis, op. cit., p. 30, ID:26570. 2018.
31
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem - Uma
análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da Imagem

decorrente da exposição e do uso indevido da imagem sem a consentimento, ou


com exposição de forma vexatória do sujeito retratado.
Destarte, tornando este, um momento histórico, não só
para a ciência e para a publicidade, o surgimento da fotografia, mas também para
o judiciário, que se viu em um contexto de evolução do comportamento social,
através da divisão do direito de propriedade; antes tutelava a referência do autor e
sua obra, fosse ela; artística como pinturas, esculturas, ou caricaturas atribuídas a
determinada pessoa. E agora, a imagem passava a ser a cópia e o reflexo exato
do indivíduo ali retratado.

Desta forma, como bem nos assegura o autor:

“Desse modo, sem nos descuidarmos do fato de


que mesmo antes da invenção da fotografia o problema
atinente à prevalência do direito à imagem sobre os
direitos do autor não era totalmente desconhecido, o certo
é que não havia necessidade de proteção mais ampla da
matéria, pois, ressalvada a excepcionalidade de retratos
pintados sem consentimento, todos os questionamentos
encontravam porto seguro no campo do direito contratual.
Entretanto, a fotografia mudou completamente a relação
temporal e espacial que se estabelecia entre a pessoa e
sua própria imagem. Passou-se a permitir que uma
expressão fugaz e transitória capturada pela visão se
convertesse em um produto conservado, suscetível de
utilização de forma permanente e a qualquer momento, o
que alargou arbitrariamente o universo de pessoas a quem
uma imagem poderia se tornar acessível. Portanto, é
facilmente compreensível a relação existente entre a
fotografia e o surgimento da necessidade de proteção da
imagem[...]” 23

Nitidamente o que se percebe é que, conforme a


sociedade evoluí, com ela evolui o direito, e este por sua vez, as vezes não perfaz
sua função na mesma velocidade em que evolui a sociedade. De acordo com este
autor:

23
ibid., p. 31, 2018.
32
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem -
Uma análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da
Imagem

Assim, presente em seu sua Carta Magma, o Brasil passou a ter a proteção da imagem como
direito autônomo e exclusivo, no entanto, a atribuição de conceituar o que é a imagem para o
“Faz se necessária agora uma análise mais
direito, ficou à cargo da doutrina [...]O direito à imagem não encontra definição no direito
detalhada
positivo brasileiro, cabendo tal tarefa ada evolução
doutrina (citaçãojurídica
de citação)da matéria,
ZANINI, pelo
2018, p. 149). que se
PRIMEIRO O QUE Épassará CITADO, ao estudoOda
SEGUNDO QUEtemática da França, DO
CITA – REFERÊNCIA naQUEAlemanha e
nos Estados Unidos. CITA E por fim, examinar-se á brevemente
a evolução histórica da matéria sob a perspectiva do
Direitoatravés
Desta forma, o estado brasileiro Brasileiro” . 24
da Constituição Federal de 1988 e sob a influência da
Declaração Universal dos Direitos Humanos, inseriu a proteção e a garantia da Dignidade,
bem como, o direito e o respeito à plena proteção da Personalidade, para assim possibilitar o
completo desenvolvimento Deste modo, passamos agora a estruturação e estudo
da do indivíduo. da
evolução jurídica da
Com a promulgação proteção Federal
da Constituição da imagem, tendoà imagem
de 1988, o direito comofoiesboço histórico o
erigido ao status
de direito autônomo. Quer dizer, o legislador constituinte originário conscientizou-se da
surgimento da doe direito
importância o aprimoramento deste
à imagem e dotou-o bem legal,
de proteção jurídico a partir do da
independentemente século
ofens XVIII na
sociedade europeia:
Como necessário, a análise da evolução jurídica da
a ou não de outro direito da personalidade.
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-5565-1-PB%20(1).pdf)
proteção de imagem, nas cartas Magmas e entendimentos Domingos Franciulli /etto – A
Jurisprudenciais
Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição Federal
passados, que consolidaram a atual legislação, passou por vários momentos, em
que a evolução social; primeiro se evidenciava a omissão legal e o desrespeito ao
Desta forma, o Direito Constitucional brasileiro, obteve a partir da promulgação da Carta
ser humano, e marco
Magma, um posteriormente
histórico, que se buscava pela
se evidenciaria resolver o conflito
proteção e humanos,
dos direitos amparare o
nãoindivíduo.
mais apenas, pela proteção dos direitos de propriedade, tendo assim, a efetiva e explícita
norma de amparo aos Direitos da Personalidade.

Antes da promulgação daPassamos


referida CartaaConstitucional,
análise histórica
a proteção do direito
dava-se à imagem na
de forma
implícita no âmbito dos direitos personalíssimos. Saliente-se que, anteriormente, já havia
França:
manifestações de nossos tribunais favoráveis à indenização pecuniária em casos de violação
do direito à imagem entre os quais pode ser citada a decisão precursora de 1928, da lavra do
magistrado Octávio Kelly, relacionada à Miss Brasil de 1922, que teve sua imagem captada,
sem seu consentimento, para um filme“Como
de atualidades. (file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-
foi visto, a sociedade europeia, até o
5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Franciulli /etto – A Proteção ao Direito à Imagem e a
Constituição Federal
século XVIII, apresentava suas estruturas sociais e modos
de vida organizados de tal forma que era difícil a existência
de individualismo.
Notavelmente, antes da Constituição de 1988, as leisAinfra-
coletividade
legais seguiamtinha
a luz doprecedência
direito de em
propriedade garantido nas anterioresao
relação constituições,
indivíduo, assim,
o aque
proteção aos direitos
afastava a do autor de vida
noção
servia como a base legal para amparo do julgador nos casos que se apresentavam.
privada do cotidiano da sociedade” .25

Em época primava, a Lei Eleitoral n. 496, de 1º de agosto de 1898, continha norma de


proteção à imagem, relacionada ao direito do autor.
Isto levou ao início do processo de formação e proteção da imagem, no entanto,
não ainda como a conhecemos hoje. O que por sua vez, se levou um longo
período, o que só foi de fato possível após a Revolução Francesa, norteada pelos
Princípios da Igualdade, Liberdade e Fraternidade; e demandou a própria

24
ibid., p. 34, 2018.
25
ibid., p. 34, 2018.

33
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem - Uma
análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da Imagem

transformação cultural e mentalidade da sociedade europeia.


Demonstrando assim que, a estrutura social, o
comportamento tanto do coletivo quanto do indivíduo em sua vida privada; são
fatores fundamentais para a construção do direito, bem como, responsáveis pela
valoração dos bens jurídicos tutelados.

“Como exemplo de valor contemporâneo Reale


destaca a democracia liberal. A vida coletiva numa
sociedade complexa e plural como a nossa precisa ser
vivida num clima de aceitação das diferenças, balizada por
certezas éticas e estado de direito. Outro exemplo de valor
contemporâneo é o ecológico. Ele representa uma nova
atitude diante da natureza, um compromisso com as
condições que preservam a vida. Os valores quando
merecem reconhecimento moral e legal se universalizam
ou tornam-se invariantes axiológicos, isto é, adquirem
perenidade” . 26

Comumente, nessa linha de raciocínio, poder-se há dizer


que; as leis decorrem não só dos hábitos e costumes, mas também do momento
histórico vivido em determinada época e em determinado local.
Assim, o surgimento da devida proteção da imagem na
França se deu primeiramente com a jurisprudência, e que somente se regulou
esses direitos com a promulgação da Lei nº 70-643, de 17.7.1970, com a criação
de regras a partir dos casos concretos, a qual introduziu o direito à intimidade e à
vida privada no art. 9º do Código Civil francês.

Diferentemente da Alemanha que positivou tal proteção


desde cedo. O estudo do direito à imagem na Alemanha teve início nano fim do
Século XIX e assim como na França, foi influenciado pelo surgimento da fotografia:
“Muita controvérsia existia na doutrina alemã do
século XIX acerca do direito à imagem, o que foi refletido
logicamente na legislação aprovada nesse período. A
primeira tentativa de se coibir a publicação não autorizada
da imagem sucedeu no ano de 1857, quando um projeto

26
REALE, Miguel. 1910. Lições preliminares de direito /Miguel Reale. 2002.
34
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem -
Uma análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da
Imagem
de lei de proteção autoral contemplou disposição que
Assim, presente em seu sua Carta Magma,
objetivava o Brasil
coibir passou a ter anão
a reprodução proteção da imagempor
autorizada como
parte do
direito autônomo e exclusivo, no entanto, a atribuição de conceituar o que é a imagem para o
proprietário de um retrato. Entretanto, o primeiro
direito, ficou à cargo da doutrina [...]O direito à imagem não encontra definição no direito
diploma
legal
positivo brasileiro, cabendo tal que
tarefarealmente outorgou
a doutrina (citação alguma
de citação) forma
ZANINI, 2018,de proteção à
p. 149).
PRIMEIRO O QUE Éimagem CITADO, surgiu
SEGUNDO naOBaviera,
QUE CITA com a aprovação,
– REFERÊNCIA DO QUE em 28 de
julho de 1865,CITA da Lei para proteção dos direitos de autor
em produções literárias e de arte (Gesetz zum Schutz der
Urheberrechte
Desta forma, o estado brasileiro an literarischen
através da Constituição Federal de 1988Erzeugnissen
e sob a influência und
da der
Declaração Universal dosKunst). Essa leiinseriu
Direitos Humanos, serviu de base
a proteção para da
e a garantia a Dignidade,
legislação alemã
bem como, o direito e o respeito
que se à plena proteção
seguiu da Personalidade,
e previa, em seu para§ assim
35, possibilitar o
que o direito de
completo desenvolvimento da do indivíduo.
reprodução de retratos cabia àquele que solicitava o
serviço, partindo
Com a promulgação da Constituição então
Federal de 1988, do àpressuposto
o direito de aoque
imagem foi erigido statushaveria
de direito autônomo. Queridentidade entre
dizer, o legislador a pessoa
constituinte queconscientizou-se
originário solicitava oda trabalho e
importância do direito à imagem
aquelae quedotou-o de proteção
seria legal, independentemente
retratada” 27
. da ofens

Antes da existência da fotografia, a tutela da imagem não


a ou não de outro direito da personalidade.
tinha (file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-5565-1-PB%20(1).pdf)
relevância jurídica, pois sua reprodução Domingos /etto – A
Franciulli difícil,
era bastante o que
Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição Federal
naturalmente se exigia a expressa autorização e a própria auto exibição do
indivíduo que seria retratado.
Desta forma, o Direito Constitucional brasileiro, obteve a partir da promulgação da Carta
“Na mesma
Magma, um marco histórico, que se evidenciaria linha dadoslei
pela proteção da Baviera,
direitos humanos, eseguiram-se
não
duas
mais apenas, pela proteção leis imperiais
dos direitos alemãs:
de propriedade, a primeira,
tendo assim, a efetiva de 9 de janeiro de
e explícita
norma de amparo aos Direitos
1876,da relativa
Personalidade.
ao direito de autor em trabalhos de artes
Antes da promulgação daplásticas (Gesetz
referida Carta betreffend
Constitucional, dasdava-se
a proteção Urheberrecht
de forma an Werken
der bildenden
implícita no âmbito dos direitos Künste);
personalíssimos. e a segunda,
Saliente-se do diajáseguinte,
que, anteriormente, havia de 10
de janeiro
manifestações de nossos tribunais de à1876,
favoráveis referente
indenização à em
pecuniária proteção de fotografias
casos de violação
do direito à imagem entrecontra
os quais pode ser citada
cópias nãoa decisão precursora
autorizadas de 1928, dabetreffend
(Gesetz lavra do den
magistrado Octávio Kelly, relacionada à Miss Brasil de 1922, que teve sua imagem captada,
Schutz der Photographien gegen
sem seu consentimento, para um filme de atualidades. (file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482- unbefugte
Nachbildungen).
5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Franciulli /ettoTais leis ligavam
– A Proteção ao Direitoa à proteção
Imagem e a da imagem
Constituição Federal ao direito de autor e exigiam a identidade entre o
solicitante do trabalho e a pessoa retratada. Não demorou
Notavelmente, antes da Constituição de 1988, as leis infra- legais seguiam a luz do direito de
propriedade garantido nasmuito paraconstituições,
anteriores que fossem assim,notadas
a proteçãoasaos insuficiências
direitos do autor das leis
de 1876. É que a tutela da imagem dependia
servia como a base legal para amparo do julgador nos casos que se apresentavam. da proteção
do direito de autor, ou seja, somente se fossem
Em época primava, a Leipreenchidos
Eleitoral n. 496, os
de 1ºrequisitos
de agosto depara
1898, a
continha normaautoral
proteção
é que se de
proteção à imagem, relacionada ao direito do autor.
poderia falar na tutela da imagem. Assim sendo, não
existia nessas leis propriamente uma proteção da
personalidade da pessoa retratada em caso de lesão à sua
imagem, mas sim uma limitação dos direitos do autor do
retrato” .28

27
Revista Jurídica da Seção Judiciária de Pernambuco. Disponível em:
file:///C:/Users/Uriel/Downloads/193-756-1-PB%20(1).pdf
28
Revista Jurídica da Seção Judiciária de Pernambuco. Disponível em:
file:///C:/Users/Uriel/Downloads/193-756-1-PB%20(1).pdf
35
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem - Uma
análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da Imagem

Nestes casos em a violação e a omissão legal do estado,


evidenciava uma necessidade de proteção da imagem do indivíduo, o que se
tornava cada vez mais evidente a necessidade de uma resposta ao tema.

“Tanto é que a pessoa retratada não tinha


nenhum direito subjetivo se não fosse ao mesmo tempo a
solicitante do trabalho, já que referidas leis foram criadas,
em última instância, para a tutela do direito de autor. Em
face das deficiências da legislação, a doutrina alemã, no
final do século XIX, já se conscientizava da necessidade
de um direito que protegesse exclusivamente a pessoa
fotografada, independente do direito de autor. Porém, em
virtude da ausência de tal disposição legal, os tribunais
acabaram enfrentando grandes problemas ao se
depararem com demandas em que não existia a identidade
entre a pessoa contratante do trabalho e aquela retratada,
isto é, nas hipóteses de divulgação de fotografias tiradas
sem o consentimento da pessoa captada10. Fez-se então
necessário o apelo às disposições penais existentes, o que
será evidenciado na sequência, com o exame de alguns
julgados” .29

Pode-se dizer que, a proteção inicialmente dada à imagem,


não desenvolvia e nem tratava desta, como um direito autônomo resultante da
Dignidade humana, mas tão somente como um bem patrimonial, como explana o
autor.

“Por conseguinte, é fácil constatar que as


numerosas decisões proferidas até o início do século XX,
mesmo diante da ausência de disposição legal e sem
mencionarem expressamente o direito à imagem,
reafirmaram a regra conforme a qual a reprodução ou a
exibição de um retrato estão subordinadas ao
consentimento da pessoa representada. Os tribunais, a
despeito de consagrarem tal proteção, não tomaram
partido no que toca à sua natureza jurídica, não obstante o
evidente predomínio de critérios patrimoniais. E isso se
explica pelo fato de que a cláusula geral de

29
ibid., 2011.
36
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem -
Uma análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da
Imagem
responsabilidade delitual, prevista no artigo 1.382 do
Assim, presente em seu sua Carta Magma,
Código Civil, erao Brasil
tidapassou
comoa ter a proteçãopara
suficiente da imagem como
a resolução dos
direito autônomo e exclusivo, no entanto, a atribuição de conceituar o que é a imagem para o
casos, e, por outro lado, pelo de que não havia
direito, ficou à cargo da doutrina [...]O direito à imagem não encontra definição no direito
uma
doutrina
positivo brasileiro, cabendo razoavelmente
tal tarefa a doutrina (citaçãodesenvolvida acerca
de citação) ZANINI, 2018, p.dos
149). direitos
PRIMEIRO O QUE Éda personalidade”
CITADO, SEGUNDO30O. QUE CITA – REFERÊNCIA DO QUE
CITA

Destarte, a análise histórica dos direitos da Personalidade


Desta forma, o estado brasileiro através da Constituição Federal de 1988 e sob a influência da
nos demais
Declaraçãopaíses;
Universalressalta o Humanos,
dos Direitos surgimentoinseriudo bem jurídico
a proteção e ada proteção
e a garantia Dignidade, legal da
bem como, o direito e o respeito à plena proteção da Personalidade, para assim possibilitar o
imagem, advento
completo da pós-segunda
desenvolvimento guerra, sob a influência das Nações Unidas
da do indivíduo. na
busca pela
Com reparaçãodade
a promulgação outra barbárie
Constituição vivenciada
Federal de pela
1988, o direito humanidade.
à imagem foi erigido ao status
de direito autônomo. Quer dizer, o legislador constituinte originário conscientizou-se da
importância do direito à imagem e dotou-o de proteção legal, independentemente da ofens
“Áustria. O artigo 78 da Lei da Propriedade
Intelectual, de 9 de abril de 1936, modificada em 14 de
a ou não de outro direito julho de 1949 e em 8 de julho de 1953, igualmente proíbe a
da personalidade.
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-5565-1-PB%20(1).pdf)
exposição pública e a difusão Domingos
de retratos em –locais
Franciulli /etto A de
Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição Federal
acesso público, se de tal maneira houver prejuízo da
pessoa representada ou de algum parente próximo, sem
prévia autorização, específica para a publicação. Tais
Desta forma, o Direito Constitucional
parentes brasileiro,
próximos obteve a partir
são dasda promulgação da Carta
linhas ascendentes ou
Magma, um marco histórico, que se evidenciaria pela proteção dos direitos humanos, e não
descendentes e o cônjuge supérstite. Na Bélgica.
mais apenas, pela proteção dos direitos de propriedade, tendo assim, a efetiva e explícita
A Lei
Belga
norma de amparo aos Direitos dade Propriedade Intelectual, de 22 de março de 1886,
Personalidade.
em seu artigo 20, dispõe que nem o autor nem o
Antes da promulgação daproprietário
referida Carta Constitucional,
de um retrato a proteção
tem dava-se de forma
o direito de reproduzi-lo,
implícita no âmbito dos direitos personalíssimos. Saliente-se que, anteriormente, já havia
incluída a exposição pública, sem o consentimento
manifestações de nossos tribunais favoráveis à indenização pecuniária em casos de violação
da
do direito à imagem entrepessoa efigiada
os quais pode ou ade
ser citada seusprecursora
decisão sucessores durante
de 1928, da lavra20
do anos a
magistrado Octávio Kelly, partir da morte”
relacionada 31
.
à Miss Brasil de 1922, que teve sua imagem captada,
sem seu consentimento, para um filme de atualidades. (file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-
5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Franciulli /etto – A Proteção ao Direito à Imagem e a
Constituição Federal A proteção da imagem como atributo da personalidade, só
passou a ser autônoma,
Notavelmente, após a de
antes da Constituição ocorrência de casos
1988, as leis infra- que levaram
legais seguiam ao judiciário
a luz do direito de a
propriedade garantido nas anteriores constituições, assim, a proteção aos direitos do autor
necessidade
servia comode intervenção,
a base ou seja,
legal para amparo apósnos
do julgador ocorrido
casos queaselesão ao bem jurídico, mas
apresentavam.
que mesmo
Em épocaassim
primava,só obtinha
a Lei a n.
Eleitoral proteção
496, de 1º de formadeanáloga
de agosto e não
1898, continha específica.
norma de
proteção à imagem, relacionada ao direito do autor.

“Espanha. Dois diplomas legais avultam de


importância quanto à proteção do direito à imagem na
Espanha. Na dicção do artigo 18 de sua respectiva
Constituição, de 26 de dezembro de 1978, “é garantido o
direito à honra, à intimidade da pessoa e família e à própria

30
ZANINI, Leonardo E. de Assis. Direito à Imagem. Juruá Editora, 2018, p. 34, ID:26570.
31
ibid., p. 34, 2018.
37
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem - Uma
análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da Imagem

imagem”. A Lei Orgânica n. 1 de 1982, do mesmo país, por


seu turno, em seu artigo 7º, considera intromissão
ilegítima, no âmbito da proteção dessa lei, a captação,
reprodução ou publicação por fotografia, filme ou qualquer
outro procedimento da imagem de uma pessoa em lugares
ou momentos de sua vida privada ou fora deles, salvo as
expressões legais. De outra parte, igualmente, não é
permitida a utilização do nome, da voz ou da imagem de
uma pessoa para fins publicitários, comerciais ou de
natureza análoga” . 32

Assim, a aplicação das leis aos casos existentes, se


davam de forma comparativa entre fato e norma, não obtendo até este período
uma proteção no aspecto da Personalidade ou da Dignidade Humana, mas
apenas, na esfera patrimonial do indivíduo e de seus legitimados como herdeiros e
legatários.

“Grã-Bretanha. A Lei Inglesa sobre Propriedade


Intelectual, de 7 de novembro de 1956, e a nova lei do
Reino Unido, de 23 de julho de 1958, estabelecem que, se
uma pessoa contrata um retrato (fotografia, pintura,
gravura etc.) e paga ou se obriga a pagar em dinheiro ou o
seu equivalente monetário e a obra realizada é fruto desse
contrato, o comitente terá todos os direitos autorais sobre
ela com base na referida lei. Itália. O Código Civil Italiano,
em seu artigo 10, permite que, a requerimento do
interessado, seja obstada a exposição pública da fotografia
de uma pessoa, de seus pais, cônjuge ou filhos menores
de idade, fora as exceções legais, quando haja prejuízo ao
decoro ou à reputação da pessoa fotografada ou de seus
parentes. A Lei sobre o Direito do Autor, de 22 de abril de
1941, estabelece, em seu artigo 96, a mesma restrição no
que se refere à exposição, reprodução ou comércio.
Depois de morta a pessoa retratada, faz-se necessário o
consentimento do cônjuge ou dos filhos ou, em sua falta,
dos pais. Na ausência de todos eles, compete tal direito
aos ascendentes e descendentes, até o quarto grau.
Dissentindo as pessoas, intervirá a autoridade judicial,
ouvido o Ministério Público. Em qualquer hipótese, sempre

32
DOMINGOS, Franciulli Netto. A Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição Federal.
Informativo Jurídico da Biblioteca Ministro Oscar Saraiva, v. 16, n. 1, p. 1-74, jan. /jul.
2004.
38
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem -
Uma análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da
Imagem
será respeitada a vontade do defunto, quando manifestada
Assim, presente em seu sua
porCarta Magma,
escrito” 33
. o Brasil passou a ter a proteção da imagem como
direito autônomo e exclusivo, no entanto, a atribuição de conceituar o que é a imagem para o
direito, ficou à cargo da doutrina [...]O direito à imagem não encontra definição no direito
Nota-se
positivo brasileiro, cabendo tal tarefa ainda
a doutrinaque,
(citação o vislumbre
de citação) ZANINI, jurisdicional
2018, p. 149). nos
PRIMEIRO O QUE É CITADO, SEGUNDO O QUE CITA – REFERÊNCIA DO QUE
respectivos casos, se aplicava inicialmente CITA leis de proteção da propriedade e da
autoria, como consequência se buscava a tutela do detentor do direito da imagem
Desta forma, o estado brasileiro através da Constituição Federal de 1988 e sob a influência da
retratada.
Declaração Universal dos Direitos Humanos, inseriu a proteção e a garantia da Dignidade,
bem como, o direito e o respeito à plena proteção da Personalidade, para assim possibilitar o
completo desenvolvimento da do indivíduo.
“Portugal. No direito português, a imagem está
Com a promulgação da Constituição
amparadaFederal de 1988,
no artigo 26o de
direito
suaà imagem foi erigido
Constituição e ao
a status
Lei n. 2/99,
de direito autônomo. Quer dizer, o legislador constituinte originário conscientizou-se da
importância do direito à imagem e dotou-o de proteção legal, independentemente da ofensimprensa,
de 3 de janeiro, demarca, para o exercício da
como limite a imagem e a palavra dos cidadãos, a par de
haver capitulação expressa no Código Penal Português,
em seu artigo 192, que estipula pena de um ano e multa de
a ou não de outro direito da personalidade.
até 240 dias para quem captar,
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-5565-1-PB%20(1).pdf) fotografar,
Domingos Franciullifilmar,
/etto – Aregistrar
ou divulgar
Proteção ao Direito à Imagem imagens
e a Constituição Federal das pessoas ou de objetos ou
espaços íntimos. Há também amparo no direito tanto no
Código Civil Português, que vigora a partir de junho de
1967, como
Desta forma, o Direito Constitucional em outros
brasileiro, diplomas,
obteve a partir como, da
da promulgação por exemplo, o
Carta
Magma, um marco histórico, Decreto-lei n. 330/90,
que se evidenciaria de 23
pela proteção dos de outubro,
direitos humanos,quee não trata do
mais apenas, pela proteção código da de
dos direitos publicidade. Suíça.
propriedade, tendo O asistema
assim, legal suíço, em
efetiva e explícita
norma de amparo aos Direitos
linhas da mestras,
Personalidade.
não difere dos demais quanto ao direito do
Antes da promulgação daautor referidaeCarta
ao Constitucional,
consentimento do dava-se
a proteção retratado.
de formaO artigo 28,
parágrafo
implícita no âmbito dos direitos 1º, do Código
personalíssimos. Saliente-seCivil, prevê que jáquem
que, anteriormente, havia sofre um
ataque favoráveis
manifestações de nossos tribunais ou umaà indenização
lesão ilícita em seus
pecuniária em casosinteresses
de violaçãopessoais
do direito à imagem entrepodeos quais pode serao
solicitar citada
juiza a
decisão precursora de 1928,
sua cessação” 34
.
da lavra do
magistrado Octávio Kelly, relacionada à Miss Brasil de 1922, que teve sua imagem captada,
sem seu consentimento, para um filme de atualidades. (file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-
Sendo,Franciulli
5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos na Europa/etto –ou na Ásia,aoaDireito
A Proteção repetição do eentendimento
à Imagem a
Constituição Federal
jurisdicional se repetia, e a proteção e a posterior reparação do dano, alcançava
Notavelmente, antes da Constituição de 1988, as leis infra- legais seguiam a luz do direito de
apenas a esfera
propriedade patrimonial
garantido do indivíduo:
nas anteriores constituições, assim, a proteção aos direitos do autor
servia como a base legal para amparo do julgador nos casos que se apresentavam.

Em época primava, a Lei Eleitoral n. “Japão.


496, de 1º de
O agosto de japonês,
direito 1898, continha
pornorma
meiodede
lei de 4 de
proteção à imagem, relacionada ao direito do autor.
março de 1899 e ulteriores modificações, dispõe que o
direito do autor sobre um retrato fotográfico realizado às
custas de um terceiro a este pertencerá” 35

Não foi de outro modo diferente na história do direito nas

33
ibid., 2004.
34
ibid., 2004.
35
ibid., 2004.
39
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem - Uma
análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da Imagem

américas, que por vezes agiam de forma análoga, objetivando como propriedade e
bem material a tutela da imagem do indivíduo.

“Estados Unidos da América. A legislação federal


veda o uso do retrato de pessoa viva como marca
industrial e nos papéis de banco. A Cahill’s Law de 1930,
do Estado de Nova Iorque, no Capítulo 7, estabelece em
seu parágrafo 50 que é passível de delito quem se utiliza
para sua publicidade ou o seu comércio o nome, o retrato
ou a imagem de uma pessoa viva sem prévio
consentimento dela ou de seus pais ou tutores se menores
de idade. O parágrafo 51 autoriza os fotógrafos
profissionais a exporem os retratos que possuam como
mostras de seu trabalho, mesmo fora de seus estúdios, a
menos que haja proibição por escrito do modelo” . 36

Consequentemente, conclui-se que a morosidade; a


dificuldade, e mesmo que por mais avançados que fossem à sua época, os
dispositivos legais constitucionais alienígenas em suas interpretações, apenas
evidenciavam a lentidão da evolução do direito.

“México. A moderna Lei Mexicana de


Propriedade Intelectual, de 29 de dezembro de 1956, reza
em seu artigo 13 a proibição da publicação do retrato sem
o conhecimento do retratado e, depois de sua morte, sem
o dos ascendentes, filhos e outros descendentes, até o
segundo grau. O consentimento pode ser revogado até a
publicação, desde que pagos os prejuízos que daí poderão
ocorrer. Abre exceção para a publicação para fins
educativos, científicos, culturais ou de interesse geral ou
ainda se referente a acontecimento atual e que se deu em
público, sempre que não tenha caráter infamante. Os
fotógrafos profissionais podem expor as fotos de seus
modelos como mostras de seu trabalho quando não se
oponha a isso nem um dos interessados
supramencionados” 37

36
DOMINGOS, Franciulli Netto. A Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição Federal.
Informativo Jurídico da Biblioteca Ministro Oscar Saraiva, v. 16, n. 1, p. 1-74, jan. /jul.
2004.
37
ibid., 2004.
40
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem -
Uma análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da
Imagem
Assim, a aplicação e a criação de leis de proteção da
Assim, presente em seu sua Carta Magma, o Brasil passou a ter a proteção da imagem como
imagem, sempre
direito autônomoresultaram em
e exclusivo, no diversas
entanto, violações
a atribuição desteodireito,
de conceituar não importando
que é a imagem para o o
direito, ficou à cargo da doutrina [...]O direito à imagem não encontra definição no direito
país ou a época
positivo vivida.
brasileiro, cabendo tal tarefa a doutrina (citação de citação) ZANINI, 2018, p. 149).
PRIMEIRO O QUE É CITADO, SEGUNDO O QUE CITA – REFERÊNCIA DO QUE
CITA
“Argentina. A matéria encontra-se disciplinada na
Lei n. 11.723, de 28 de setembro
Desta forma, o estado brasileiro através da Constituição Federal de 1988dee1933, particularmente
sob a influência da
Declaração Universal dosem seuHumanos,
Direitos artigo 31, quea proteção
inseriu consagra o mesmo
e a garantia princípio central
da Dignidade,
bem como, o direito e o respeito
alemão. à plena proteção
Deixa da Personalidade,
claro para assim possibilitar
que o consentimento tem oque ser
completo desenvolvimento da do indivíduo.
expresso e na falta do titular por morte, essa faculdade
passa ao Federal
Com a promulgação da Constituição cônjuge e aos
de 1988, descendentes
o direito diretosao daquele;
à imagem foi erigido status na
de direito autônomo. Quer falta deste,
dizer, ao pai
o legislador e à mãe
constituinte do titular
originário primevo.da Estabelece
conscientizou-se
importância do direito à imagem
que, na e dotou-o de proteção
ausência legal,parentes,
de tais independentemente da ofens é livre.
a publicação
Estatui ainda a revogação do consentimento, sem prejuízo
do ressarcimento dos danos e prejuízos. Excetua as
a ou não de outro direito hipóteses da publicação com fins científicos, didáticos,
da personalidade.
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-5565-1-PB%20(1).pdf)
culturais ou com acontecimentos Domingos deFranciulli /etto – Apúblico,
interesse
Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição Federal
desde que ocorridos em público” . 38

Do mesmobrasileiro,
Desta forma, o Direito Constitucional autor: obteve a partir da promulgação da Carta
Magma, um marco histórico, que se evidenciaria pela proteção dos direitos humanos, e não
mais apenas, pela proteção dos direitos de propriedade, tendo assim, a efetiva e explícita
“Uruguai. A Lei Uruguaia sobre Propriedade
norma de amparo aos Direitos da Personalidade.

Antes da promulgação daIntelectual,


referida Cartade 17 de dezembro
Constitucional, a proteçãode 1937,
dava-se de em
formaseu artigo 20,
a exemplo
implícita no âmbito dos direitos de outras,
personalíssimos. estabelece
Saliente-se que já
que, anteriormente, cabe
havia à pessoa
retratada
manifestações de nossos tribunais em obra
favoráveis artística
à indenização os respectivos
pecuniária direitos, desde
em casos de violação
do direito à imagem entreque
os quais
a obrapode ser citadasido
tenha a decisão precursoracom
contratada de 1928, da lavrafinanceiro.
encargo do
magistrado Octávio Kelly, relacionada à Miss Brasil de 1922, que teve sua imagem captada,
No um
sem seu consentimento, para mais,
filme quanto ao consentimento
de atualidades. e a possibilidade de
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-
reparação,
5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos não/etto
Franciulli difere das demais,
– A Proteção ao Direito ànem
Imagemmesmo
ea no que
Constituição Federal tange às exceções”39.
Notavelmente, antes da Constituição de 1988, as leis infra- legais seguiam a luz do direito de
propriedade garantido nas anteriores constituições,
Conclui-se assim assim,que, a proteção
a suaaosproteção
direitos do autor
jurídica na
servia como a base legal para amparo do julgador nos casos que se apresentavam.
Legislação Global, sofreu e ainda passa por mudanças, e que conforme a
Em época primava, a Lei Eleitoral n. 496, de 1º de agosto de 1898, continha norma de
sociedade
proteçãoevoluí, evolui
à imagem, com ela
relacionada suasdoleis.
ao direito autor.

Nota se então que, a violação decorrente da aplicação


análoga da proteção de obras e de propriedade era até então ineficaz na amplitude
da Personalidade Humana, tal qual como se conhece hoje.

38
ibid., 2004.
39
ibid., 2004.
41
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem - Uma
análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da Imagem

1.3 O Direito de Imagem como Direito da Personalidade e


Direito Patrimonial

O direito à imagem é considerado como o direito exclusivo


da pessoa de decidir sobre a sedição, difusão e uso da sua imagem. Todavia, não
há o que se confundir; intransmissibilidade com legitimidade de direito.
Enquanto a Imagem tem sua intransmissibilidade, própria
do direito como direito de propriedade, a legitimidade deste, é o reflexo patrimonial
transmissível.

A partir do entendimento da autonomia e da distinção


entre; direitos patrimoniais e direito de imagem como direito da personalidade, é
evidente e incontestável a sua necessária inserção nos dispositivos legais, de
forma autônoma. Segundo Hermano Durval:

“Tem-se como conceito material do direito de


imagem, “a projeção da personalidade física do indivíduo
no mundo exterior. Portanto, seria considerado um Direito
Natural, equiparável ao da própria vida, inconsiderados
quanto ao direito à imagem” . 40

A importância desta proteção ao Direito da Imagem, fica


claro e evidente, quando se analisa que, a efetividade e a consumação da
Dignidade da Humana, só se dará quando esta proteção alcançar a vida do
indivíduo em todos os seus aspectos.

O direito à imagem como já citado acima, é considerado


um direito da personalidade, o que representa a posição da doutrina tradicional,
assim, o direito à imagem se caracterizaria por ser inato, autônomo, oponível erga
omnes e indisponível.

Assim, como fundamenta Zulmar Fachin:

40
DURVAL, Hermano. Direito à imagem. São Paulo. Editora Saraiva. 1988. p.105.
42
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem -
Uma análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da
Imagem

Assim, presente em seu sua Carta Magma, “Nãoo Brasil passou a ter aaproteção
se admitindo da imagem
existência docomo
direito de
direito autônomo e exclusivo, no entanto, a atribuição de conceituar o que é a imagem para o
imagem (teoria negativista); reconhecendo a
direito, ficou à cargo da doutrina [...]O direito à imagem não encontra definição no direito
existência,
mastalcomo
positivo brasileiro, cabendo tarefa areflexo
doutrina de outro
(citação instituto
de citação) jurídico
ZANINI, 2018,ep.reconhecido
149).
PRIMEIRO O QUE Écomo CITADO,direito autônomo,
SEGUNDO O QUE CITAdesvinculado
– REFERÊNCIAde qualquer
DO QUE instituto
jurídico”41. CITA

Desta forma, o estado brasileiro


Sendoatravés da Constituição
assim, a análiseFederal
das de 1988 e sob a influência
características do da direito à
Declaração Universal dos Direitos Humanos, inseriu a proteção e a garantia da Dignidade,
bem como, o direito e o respeito à plena proteção da Personalidade, para assim
imagem, sendo estas; a inalienabilidade, a imprescritibilidade, a impenhorabilidade possibilitar o
completo desenvolvimento da do indivíduo.
e a intransmissibilidade, se dá pelo fato de que, assim como não se pode separar o
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, o direito à imagem foi erigido ao status
direito à honra
de direito de seu
autônomo. Quertitular, tambémconstituinte
dizer, o legislador não se originário
pode separar a imagem
conscientizou-se da do seu
importância do direito à imagem e dotou-o de proteção legal, independentemente da ofens
indivíduo.

a ou não de outro direito Assim, a imagem e o legado do indivíduo estarão ligados e


da personalidade.
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Franciulli /etto – A
conexos,
Proteção mesmo após
ao Direito a morte;
à Imagem onde a existência
e a Constituição Federal do direito inerente à imagem do
indivíduo, não se restringe nem se finda com a morte do seu corpo, mas
permanece como
Desta forma, herança
o Direito aos seus
Constitucional legatários.
brasileiro, obteve a partir da promulgação da Carta
Magma, um marco histórico, que se evidenciaria pela proteção dos direitos humanos, e não
mais apenas, pela proteção dos direitos de propriedade, tendo assim, a efetiva e explícita
norma de amparo aos Direitos
Deste damodo,
Personalidade.
se pode dizer que, determinado indivíduo terá
a suaAntes da promulgação
imagem da referida Carta
se perpetuando Constitucional,
pelo tempo, assima proteção dava-se
como, sede perpetuará
forma o seu
implícita no âmbito dos direitos personalíssimos. Saliente-se que, anteriormente, já havia
legado. De tal modo
manifestações que
de nossos toda favoráveis
tribunais a sua trajetória existencial
à indenização pecuniáriaterrena pautada
em casos de violação em; sua
do direito à imagem entre os quais pode ser citada a decisão precursora de 1928, da lavra do
história e na memória
magistrado constituída
Octávio Kelly, relacionadapelos
à Missfatos vivenciados
Brasil de 1922, que teveesua
construídos ao decorrer
imagem captada,
sem seu consentimento, para um filme de atualidades. (file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-
dos anos, que foram obra
5565-1-PB%20(1).pdf) e criação
Domingos do/etto
Franciulli indivíduo quando
– A Proteção emà Imagem
ao Direito vida, see a eternizam e
Constituição Federal
se vinculam ao seu legado, logo, se vinculam também com a sua imagem; e por
Notavelmente, antes da Constituição de 1988, as leis infra- legais seguiam a luz do direito de
fim, são bens jurídicos
propriedade passíveis
garantido nas de proteção
anteriores constituições, e legitimidade
assim, de direitos,
a proteção aos direitos do autorpassíveis
servia como a base legal para amparo do julgador nos casos que se apresentavam.
de proteção para o exercício de direito alheio, mas exclusivo de determinados
Em época primava, a Lei Eleitoral n. 496, de 1º de agosto de 1898, continha norma de
sujeitos.
proteção à imagem, relacionada ao direito do autor.

Ao tema em questão; a imagem como atributo da


personalidade, não basta o apontar das suas características, seu alcance protetivo
ou de propriedade, como por exemplo; a sua importância, relevância ou o período

41
FACHIN, Zulmar Antônio. A Proteção Jurídica da Imagem. São Paulo: Celso Bastos
Editor: Instituto Brasileiro de Direito Constitucional, 1999, p. 61/62, 63/64, 65.
43
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem - Uma
análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da Imagem

de merecida tutela pelos seus legatários ou herdeiros.


É necessário aqui, o estudo dos fatores que antecedem e
ocasionam a sedição entre; imagem do indivíduo e o direito de uso em relação a
sua exposição desta imagem.
Em poucas palavras, questiona-se; quando, e se é
possível, e, até onde o poder de se alienar, e o de reaver e a exclusividade sobre a
imagem.
Não falo aqui em uma hipótese do ser-humano se-alienar ou se-dispor da sua
própria imagem, de tal modo que o faz o faz com um objeto, mas sim, na
possibilidade de permitir que sua imagem seja comercializada ou de outra forma
atribuída a uma publicidade, arte, ou qualquer forma de propaganda comercial,
seja ela gratuita ou onerosa, e que seja, ou não direta e exclusivamente vinculada
a vida privada do indivíduo, como acontece hoje através das redes sociais na
internet.

Muito embora, nos dias atuais, a imagem de pessoas


públicas e personalidades artísticas são vinculadas a comerciais, propagandas ou
mídias sociais, que podem até mesmo não ter cunho comercial, mas tão somente o
de representar, causas de minorias, de grupos sociais; tal disponibilização da
imagem, não é uma alienação ou separação do indivíduo e sua imagem, mas tão
somente um ceder temporário, um empréstimo temporário para a exposição, seja
oneroso ou gratuito, por tempo determinado ou não, mas nunca uma disposição
total do bem.

Sobre o tema, se posiciona Araújo, Luiz Adalberto e Pablo


Stolze Gagliano

“A natureza do objeto é que torna intransmissível


o bem”. É de essência da vida, da honra, da imagem, da
intimidade. Não se pode conceber a vida de um indivíduo
sem essas características. Têm caráter de essencialidade,
portanto. Poderia um indivíduo desfazer-se de sua
imagem, enquanto ser humano? A resposta só poderia ser
negativa. Ao mesmo tempo a imagem-atributo não se pode
ser separada de determinado indivíduo. Poderá ele, se
44
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem -
Uma análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da
Imagem
pretender, modificar sua imagem. Deixar de ser visto
Assim, presente em seu sua Carta Magma,
socialmente poro Brasil
tal oupassou
quala ter a proteção da imagem
característico. como
Mas desfazer-se
direito autônomo e exclusivo, no entanto, a atribuição de 42 conceituar o que é a imagem para o
dela não será possível” .
direito, ficou à cargo da doutrina [...]O direito à imagem não encontra definição no direito
positivo brasileiro, cabendo tal tarefa a doutrina (citação de citação) ZANINI, 2018, p. 149).
PRIMEIRO O QUE É CITADO, SEGUNDO O QUE CITA – REFERÊNCIA DO QUE
A doutrina acompanha CITA
o posicionamento de De Cupis:

Os direitos da personalidade são, assim, direitos que


Desta forma, o estado brasileiro através da Constituição Federal de 1988 e sob a influência da
devemDeclaração Universal dos Direitos
necessariamente Humanos,
permanecer nainseriu
esferaa proteção e a garantia
do próprio da Dignidade,
titular, e o vínculo que a
bem como, o direito e o respeito à plena proteção da Personalidade, para assim possibilitar o
ele os liga atinge
completo o máximo
desenvolvimento da do de intensidade. Na sua maior parte, respeitando ao
indivíduo.

sujeito
Compelo simples da
a promulgação e Constituição
único fatoFederal
de sua qualidade
de 1988, o direito àde pessoa,
imagem adquirida
foi erigido ao status com o
de direito autônomo. Quer dizer, o legislador constituinte originário conscientizou-se da
nascimento, continuando
importância todos
do direito à imagem a ser-lhe
e dotou-o inerentes
de proteção durante toda da
legal, independentemente a ofens
vida, mesmo
contra a sua vontade, que não tem eficácia jurídica.

a ou não de outro direito da personalidade.


(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Franciulli /etto – A
Assim, compreendendo e analisando o fato da imagem,
Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição Federal
é
inerente ao indivíduo e assim intransmissível, restando ainda, a análise do início e
fim da Personalidade, objetivando assim proteção da imagem deste indivíduo em
Desta forma, o Direito Constitucional brasileiro, obteve a partir da promulgação da Carta
todo Magma,
o aspecto temporal
um marco queque
histórico, a se
proteção é devida.
evidenciaria pela proteção dos direitos humanos, e não
mais apenas, pela proteção dos direitos de propriedade, tendo assim, a efetiva e explícita
Nosso
norma de amparo aos Direitos ordenamento jurídico, hospedou a teoria natalista,
da Personalidade. a
qual Antes
estabelece no Código
da promulgação Civil,
da referida CartaeConstitucional,
expressamente evidencia
a proteção que, o início da
dava-se de forma
implícita no âmbito dos direitos personalíssimos. Saliente-se que, anteriormente, já havia
Personalidade
manifestaçõesse dá com
de nossos o nascimento
tribunais com vida,
favoráveis à indenização conforme
pecuniária o de
em casos Artigo 2° diz: “A
violação
do direito à imagem entre os quais pode ser citada a decisão precursora de 1928, da lavra do
personalidade Civil da
magistrado Octávio Pessoa
Kelly, se dá
relacionada com
à Miss o nascimento
Brasil com
de 1922, que teve vida, mas
sua imagem a lei põe a
captada,
sem seu consentimento, para um filme de atualidades. (file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-
salvo,5565-1-PB%20(1).pdf)
desde a concepção, os direitos do nascituro” . 43
Domingos Franciulli /etto – A Proteção ao Direito à Imagem e a
Constituição Federal
Por fim, o
Notavelmente, antes da Constituição de direito à imagem
1988, as leis infra- legaiséseguiam
a manifestação
a luz do direitodo
de próprio
propriedade garantido nas anteriores constituições, assim, a proteção aos direitos do autor
indivíduo, seja; pela vontade expressa ou tácita, em que a pessoa, através do
servia como a base legal para amparo do julgador nos casos que se apresentavam.
consentimento permite a utilização da imagem, e que aqui não se trata de
Em época primava, a Lei Eleitoral n. 496, de 1º de agosto de 1898, continha norma de
proteção à imagem,
propriamente uma de relacionada
alienaçãoao direito do autor.
ao direito à imagem, mas uma forma de evidenciar
e exercer o pleno exercício deste direito.
Assim, uma vez cedido o uso da imagem para um

42
GAGLIANO Pablo Stolze, Rodolfo Pamplona Filho. Novo Curso de Direito Civil. Vol. I,
19ª ed. São Paulo: Saraiva, 2017. ISBN 978-85-472-1645-0.
43
BRASIL. Código Civil, Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. 1a edição. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2002.
45
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem - Uma
análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da Imagem

determinado fim, com ou sem tempo pré-determinado; o possuidor desta imagem e


o indivíduo retratado nela, vinculam-se aos limites determinados no contrato, não
podendo se excederem para além do convencionado.

2. A natureza jurídica do direito à imagem

A imagem como atributo da personalidade do indivíduo, é a


própria continuidade da identidade da pessoa, sendo assim, a proteção legal para
com tal instituto, é amplamente trabalhada na doutrina, bem como, foram e ainda
continuam sendo, o de várias discussões sobre o que seria a imagem e como
tipificar a merecida tutela jurisdicional.

Desta forma, sob o viés da formação nuclear do bem


jurídico, é necessário que se faça um estudo de qual já foi o entendimento sobre
sua constituição, e assim; qual a atual predominância deste instituto de direito da
personalidade.

Como traz a doutrina de forma histórica, o direito de


imagem, em um primeiro momento teve a sua existência negada pelos
doutrinadores “Outros estudiosos, também negando a sua existência, asseveraram
que o direito à imagem não admitia tutela como direto subjetivo [...]” , no entanto, 44

essa teoria não prosperou por muito tempo, e essa tese logo foi deteriorada em
razão de jurisprudências e casos julgados, desta forma traz o autor Leonardo E.
Zanini; “argumentando a doutrina francesa que a existência de uma ação em juízo
para a tutela de imagem somente poderia se explicar pela consagração de um
direito subjetivo” . 45

“Vencida essa etapa que afastou a teoria

44
ZANINI, Leonardo E. de Assis. Direito à Imagem. Juruá Editora, 2018, ID:26570.
45
ibid., 2018.
46
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem -
Uma análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da
Imagem
negativista, várias teorias que buscavam fundamentar o
Assim, presente em seu sua Cartade
direito Magma,
imagemo Brasil
sepassou a ter a proteção
apresentaram, da imagemefetivá-la
buscando como de
direito autônomo e exclusivo, no entanto, a atribuição de conceituar o que é a46 imagem para o
forma contida em outros bens jurídicos” .
direito, ficou à cargo da doutrina [...]O direito à imagem não encontra definição no direito
positivo brasileiro, cabendo tal tarefa a doutrina (citação de citação) ZANINI, 2018, p. 149).
PRIMEIRO O QUE É CITADO, SEGUNDO O QUE CITA – REFERÊNCIA DO QUE
O direito a imagem CITA foi inicialmente reconhecido como
direito de propriedade, o que não prosperou por muito tempo, assim, o direito de
Desta em
imagem forma,
talo estado brasileiro
teoria, atravésaté
foi aceita da Constituição
metade Federal de 1988XIX,
do século e sob o
a influência da
autor Leonardo
Declaração Universal dos Direitos Humanos, inseriu a proteção e a garantia da Dignidade,
bem como,
Estevam o direito
de Assis e o respeito
Zanini à plena
explica proteção da
o porquê Personalidade,
desta concepção,para assim
que possibilitar o
ainda persiste no
completo desenvolvimento da do indivíduo.
direito francês; ”[...]a prática pode ser explicada pelo fato de que o ordenamento
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, o direito à imagem foi erigido ao status
francês não autônomo.
de direito conheciaQuer
e até hoje
dizer, aindaconstituinte
o legislador não prevê a figura
originário de um direito
conscientizou-se da geral da
importância do direito à imagem e dotou-o de proteção legal, independentemente da ofens
personalidade[...]” . 47

a ou não de outro direito da personalidade.


Desta forma, há uma dificuldade
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-5565-1-PB%20(1).pdf) em se
Domingos apresentar
Franciulli /etto – Ao direito
Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição Federal
de imagem de maneira expressa na lei francesa, como um direito da personalidade
assim como é na Constituição brasileira, como persevera Zanini ao afirmar a
Desta entre
distinção forma, ooDireito Constitucional
instituto brasileiro,da
personalíssimo obteve a partireda
imagem o promulgação da Carta
direito de propriedade. Em
Magma, um marco histórico, que se evidenciaria pela proteção dos direitos humanos, e não
sua obra, ele apresenta
mais apenas, pela proteçãode
dos forma clara:”
direitos de [...] otendo
propriedade, fatoassim,
é que na propriedade
a efetiva e explícita tem-se
norma de amparo aos Direitos da Personalidade.
uma clara distinção entre o objeto do direito real e seu titular” . 48

Antes da promulgação da referida Carta Constitucional, a proteção dava-se de forma


Conclui-se
implícita no âmbito dos direitos que o
personalíssimos. termoque,jurídico
Saliente-se de jápropriedade,
anteriormente, havia é
manifestações de nossos tribunais favoráveis à indenização pecuniária em casos de violação
amplamente
do direito àdistinta da imagem,
imagem entre e muito
os quais pode embora
ser citada a decisãoesses doisdedireitos
precursora são do
1928, da lavra absolutos
magistrado Octávio Kelly, relacionada à Miss Brasil de 1922, que teve sua imagem captada,
do seu titular
sem seu e oponíveis
consentimento, para umde modo
filme erga omines,
de atualidades. assim o direito de imagem
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-
5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Franciulli /etto – A Proteção ao Direito à Imagem e a
representa a personalidade do indivíduo, não se desvinculando deste, não
Constituição Federal
podendo se desvincular, nem mesmo ser alienado ou herdado. Restando assim a
Notavelmente, antes da Constituição de 1988, as leis infra- legais seguiam a luz do direito de
propriedade
superado garantido nas anteriores constituições, assim, a proteção aos direitos do autor
tal entendimento.
servia como a base legal para amparo do julgador nos casos que se apresentavam.

Em época primava, a Lei Eleitoral n. 496, de 1º de agosto de 1898, continha norma de


A teoria
proteção à imagem, relacionada ao direito do autor.do direito à própria imagem
como
manifestação do direito ao próprio corpo. Em breve
resumo, para essa teoria, a imagem é extensão do direito
sobre o próprio corpo, “ assim, conforme traz Domingos F.
Netto em sua obra A Proteção ao Direito à Imagem e a
Constituição Federal, a imagem era tida aqui como a

46
ibid., p. 99, 2018.
47
ibid., 2018.
48
ibid., 2018.
47
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem - Uma
análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da Imagem

continuidade e parte de nosso corpo, no entanto esta teoria


já se encontra vencida, tendo em vista que de forma
expressa o Código Civil nos artigos 13 a 15, estabelece da
proteção e da integridade física, enquanto que, da tutela e
da proteção da imagem encontram em previsão no artigo
20” . Como referem Araújo & Nunes: “O direito à imagem
49

(imagem-retrato) garante também o direito às partes do


corpo, desde que identificáveis. Vozes famosas e narizes
conhecidos do cinema recebem a proteção do direito à
imagem[...] .
50

Domingos F. Netto apresenta a teoria do direito de imagem


vinculado ao direito à honra, “Essa tendência considera merecedora de proteção
não exatamente o direito à própria imagem, mas sim tal direito como faceta ou fruto
do direito à honra [...] ’’51

Por essa teoria, a lesão do direito à imagem não passaria


de uma ofensa do direito à honra do indivíduo, o que na prática levaria os
estudiosos do tema a procurar alguma forma de tutela no direito subjetivo e
objetivo da honra da pessoa.
Assim, a imagem não era um direito com sentido próprio,
mas fazia parte do direito à honra, e este por sua vez tinha uma amplitude maior e
englobava assim o direito de imagem de forma inerente ao direito à honra.
No entanto, se tal teoria se fundamentasse e se
consolidasse, não se teria a concepção da proteção da imagem para divulgações
da imagem sem a prévia autorização do seu indivíduo, ou seja, em um caso onde a
divulgação da imagem sem o cunho vexatório, como por exemplo uma exposição
ou representação dos atributos dessa pessoa como meio para elogiar e elevar sua
imagem, visto que neste caso a honra do indivíduo não seria atingida.
Desta forma, conclui-se que a captação e a divulgação da

49
DOMINGOS, Franciulli Netto. A Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição Federal.
Informativo Jurídico da Biblioteca Ministro Oscar Saraiva, v. 16, n. 1, p. 1-74, jan. /jul. 2004.
50
ARAUJO, L. A. D; NUNES JUNIOR, V. S. Curso de Direito Constitucional. 5. ed. São
Paulo: Saraiva, 2001.
51
DOMINGOS, Franciulli Netto. A Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição Federal.
Informativo Jurídico da Biblioteca Ministro Oscar Saraiva, v. 16, n. 1, p. 1-74, jan. /jul.
2004.
48
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem -
Uma análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da
Imagem
imagem de outrem para que seja considerada ilícita, não se exige a ofensa à
Assim, presente em seu sua Carta Magma, o Brasil passou a ter a proteção da imagem como
honra, mas
direito tão somente
autônomo a entanto,
e exclusivo, no ausência do consenso
a atribuição de conceituarda pessoa
o que retratada,
é a imagem para o por
direito, ficou à cargo da doutrina [...]O direito à imagem não encontra definição no direito
conseguinte e muito cabendo
positivo brasileiro, embora
talesta
tarefateoria represente
a doutrina (citação de um avanço
citação) no2018,
ZANINI, entendimento
p. 149). do
PRIMEIRO O QUE É CITADO, SEGUNDO O QUE CITA – REFERÊNCIA DO QUE
direito, não se convalida atualmente. CITA

Desta forma, o estado brasileiro


Aindaatravés da Constituição
no percurso do Federal de 1988 e sob a influência
desenvolvimento da
dos estudos à
Declaração Universal dos Direitos Humanos, inseriu a proteção e a garantia da Dignidade,
cercabem
deste
como, direito,
o direito e “O direito
o respeito à própria
à plena imagem
proteção da como
Personalidade, expressão
para do odireito
assim possibilitar à
completo desenvolvimento da do indivíduo.
intimidade ou reserva à vida privada[...]” , o autor apresenta tal teoria, porém não
52

Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, o direito à imagem foi erigido ao status
encontra respaldo
de direito em
autônomo. Quernossa
dizer, olegislação, e sua originário
legislador constituinte negaçãoconscientizou-se
se expressa da em vários
importância do direito à imagem e dotou-o de proteção legal, independentemente da ofens
exemplos a citar: utilizar-se da exposição da imagem do seu titular, sem a
expressa autorização deste, por consequência, violou-se o direito de imagem mas
a ou não de outro direito da personalidade.
sem necessariamente ter havido a violação da intimidade
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-5565-1-PB%20(1).pdf) Domingosda pessoa,
Franciulli /etto e
– Aportanto
Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição Federal
não se consolida também esta teoria.

Por outra brasileiro,


Desta forma, o Direito Constitucional tese “O obteve
direito à própria
a partir imagem
da promulgação da como
Carta espécie
Magma, um marco histórico, que se evidenciaria pela proteção dos direitos humanos, e não
do direito à identidade
mais apenas, pela proteçãopessoal oude teoria
dos direitos da tendo
propriedade, identidade. Neste
assim, a efetiva subitem, há um
e explícita
norma de amparo aos Direitos da Personalidade.
paralelismo entre a imagem e o nome das pessoas[...]” 53
. Assim, o autor explana
Antes da promulgação da referida Carta Constitucional, a proteção dava-se de forma
que aimplícita
imagem comodos
no âmbito identidade do indivíduo
direitos personalíssimos. seria que,
Saliente-se partes da identificação
anteriormente, já havia deste, e
manifestações de nossos tribunais favoráveis à indenização pecuniária em casos de violação
que adoimagem só encontraria
direito à imagem tutela
entre os quais na citada
pode ser medida em que
a decisão fossedeidentificada
precursora 1928, da lavraadopessoa.
magistrado Octávio Kelly, relacionada à Miss Brasil de 1922, que teve sua imagem captada,
No um
sem seu consentimento, para entanto, a imagem
filme de atualidades. do indivíduo detém um interesse
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-
5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Franciulli /etto – A Proteção ao Direito à Imagem e a
subjetivo, personalíssimo e íntimo do sujeito, enquanto que, a identidade é do
Constituição Federal
interesse objetivo e do coletivo, ou seja, enquanto que a identidade serve para
Notavelmente, antes da Constituição de 1988, as leis infra- legais seguiam a luz do direito de
propriedade
determinar garantido identificatório
o caráter nas anteriores constituições,
do sujeito assim, a proteção
para com aos
o direitos
meio em do autor
que vive, a
servia como a base legal para amparo do julgador nos casos que se apresentavam.
imagem não só identifica, mas exterioriza a própria personalidade e
Em época primava, a Lei Eleitoral n. 496, de 1º de agosto de 1898, continha norma de
individualização do sujeito
proteção à imagem, distintamente
relacionada de sua identificação, pois enquanto
ao direito do autor. uma
tem valor para o coletivo a outra detém o interesse do indivíduo.
Por fim, Leonardo E. A Zanini, assevera em sua obra que,”
[...] a imagem não pode ser reduzida a um mero componente da identidade, [...]” e
ainda fundamenta: “[...] uma vez que além de identificar naturalmente a pessoa,

52
ibid., 2004.
53
ibid., 2004.
49
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem - Uma
análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da Imagem

também dá forma concreta ao ser abstrato da personalidade” . 54

Deste modo, finda-se a tese, de forma que, o direito à


imagem se distingue do direito de identidade.

Como se teoriza o direito de imagem em sua face de


estudo e suas teorias, o autor apresentou a tese, de que se tratou da imagem
como o direito à liberdade. “[...] A autorização para a divulgação ou exposição da
própria imagem enfeixa-se no poder de autodeterminação que cada um possui
[...]” . Aqui o autor traz ao estudo do direito à imagem, como um direito à liberdade
55

que outrora vincula as decisões e doutrinas, no entanto, apenas ao analisar o fato


de que, em uma situação onde não há a utilização da imagem que não cause
lesão à integridade física da pessoa, já ficaria completamente sem proteção o
instituto da imagem, e como não se é admitido atualmente em nosso ordenamento
jurídico tal entendimento, já se resta vencido este entendimento.

Ainda Domingos Franciulli traz ao estudo a teoria do


patrimônio moral da pessoa, que reproduz, com a fidelidade de sempre, ”[...] esta
teoria embora traga um estudo mais aprofundado e próximo dos direitos da
personalidade, ainda é pouco apresentada pelos doutrinadores, pois vista como
em tese moderna, não encontra atualmente muito conteúdo e nem adeptos” . 56

Assim mensura o autor Domingos Franciulli Netto, em sua


obra:

“O direito à própria imagem é coisa capaz de


integrar, juntamente com outros atributos da
personalidade, o patrimônio moral do indivíduo. A ideia que
o nome desta corrente sugere, é fundamentalmente
procedente. Porém, deve fazer-se alguns reparos: a) o
recurso à metáfora ‘patrimônio’ denota per si a pouca

54
ZANINI, Leonardo E. de Assis. Direito à Imagem. Juruá Editora, 2018, ID:26570.
55
DOMINGOS, Franciulli Netto. A Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição Federal.
Informativo Jurídico da Biblioteca Ministro Oscar Saraiva, v. 16, n. 1, p. 1-74, jan. /jul.
2004.
56
ibid., 2004.
50
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem -
Uma análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da
Imagem
precisão teórica que a envolve; b) pelo que ressalta da
Assim, presente em seu sua Carta Magma,
exposição de oGitrama
Brasil passou a ter a proteção
González, que daparece
imagem como
aceitá-la, é
direito autônomo e exclusivo, no entanto, a atribuição de conceituar o que é a imagem para o
teoria ainda vazia, carente de conteúdo conceitual
direito, ficou à cargo da doutrina [...]O direito à imagem não encontra definição no direito
determinado;
positivo brasileiro, cabendo em tese,
tal tarefa a doutrina ela
(citação de serviria bem a2018,
citação) ZANINI, qualquer
p. 149). direito
PRIMEIRO O QUE Éde personalidade;
CITADO, SEGUNDO O o QUE
próprio
CITAGonzález
– REFERÊNCIAreconhece
DO QUEnela uma
‘moderna tese,CITA ainda não bem amadurecida’; c) acresce
que, segundo ela, para o ‘patrimônio moral’ da pessoa vai
o direito
Desta forma, o estado brasileiro à imagem,
através nãoFederal
da Constituição a mesmade 1988imagem, objeto
e sob a influência da de um
Declaração Universal dosdireito; o erro,inseriu
Direitos Humanos, do nosso
a proteção ponto-de-vista, é metódico e
e a garantia da Dignidade,
bem como, o direito e o respeito à plena proteção
conceitual, pois é da Personalidade,
a imagem para assim
o bem possibilitar
jurídico o
que integra a
completo desenvolvimento da do indivíduo.
personalidade; sobre a conduta tendente a este bem é que
a ordemFederal
Com a promulgação da Constituição normativa
de 1988, o do
direitodireito
à imagemdeita disciplina,
foi erigido ao status sem
de direito autônomo. Quernecessidade deconstituinte
dizer, o legislador buscar paradigma na figura das
originário conscientizou-se da categorias
importância do direito à imagem e dotou-o .de proteção legal, independentemente da ofens
patrimoniais” 57

Por fim, o autor citado, apresenta a terceira teoria a qual


a ou não de outro direito da personalidade.
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-5565-1-PB%20(1).pdf)
passou a ser aceita e é a atual e predominante, Domingos Franciulli
bem como também/etto – Aaceita e
Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição Federal
determina o fundamento legal vigente.
Sob a ótica desta teoria, como o pesquisador apresentou o
Desta forma, o Direito Constitucional brasileiro, obteve a partir da promulgação da Carta
direito da um
Magma, personalidade, ”[...]
marco histórico, que passou apelareconhecer
se evidenciaria a imagem
proteção dos direitos humanos, como
e não direito
mais apenas, pela proteção dos direitos de propriedade, tendo assim, a efetiva e explícita
autônomo,
norma dedesvinculando dedaqualquer
amparo aos Direitos outro instituto jurídico [...]”58 essa concepção
Personalidade.
da imagem traz a autonomia
Antes da promulgação e Carta
da referida legitimidade do indivíduo
Constitucional, para com
a proteção dava-se o seu direito de
de forma
implícita no âmbito dos direitos personalíssimos. Saliente-se que, anteriormente, já havia
imagem, por mais que esta se divida nas diversas facetas do seu aproveitamento.
manifestações de nossos tribunais favoráveis à indenização pecuniária em casos de violação
do direito à imagem entreCom
os quais pode ser citada desta
a prevalência a decisão precursora
tese, de 1928,
o direito da lavra do
subjetivo e objetivo
magistrado Octávio Kelly, relacionada à Miss Brasil de 1922, que teve sua imagem captada,
sem seu consentimento,
em relação para um filme
ao uso e disposição dadeimagem,
atualidades. (file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-
reflete em primeiro momento o caráter
5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Franciulli /etto – A Proteção ao Direito à Imagem e a
absoluto e personalíssimo
Constituição Federal do direito individual de disponibilidade da imagem em
quanto vivo forantes
Notavelmente, o daindivíduo que
Constituição a reflete,
de 1988, e legais
as leis infra- posteriormente; também
seguiam a luz do direito de há a
propriedade garantido nas anteriores constituições, assim, a proteção aos direitos do autor
possibilidade
servia como ada legitimidade
base paradoajulgador
legal para amparo tutela nos
emcasos
casos doapresentavam.
que se uso da imagem do morto,
por parte de seus
Em época familiares.
primava, a Lei Eleitoral n. 496, de 1º de agosto de 1898, continha norma de
proteção à imagem, relacionada ao direito do autor.

“São os seguintes os principais caracteres: direito


subjetivo de caráter privado e absoluto; direito
personalíssimo, mas dotado também de conteúdo
patrimonial, quando, por meio de seu exercício, possa
gerar bens com valor econômico e, portanto, indenização

57
ibid., 2004.
58
ibid., 2004.
51
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem - Uma
análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da Imagem

quando violados; direito inalienável, irrenunciável e, em


geral, inexpropriável; intransmissibilidade mortis causa,
com observação de que a legitimidade para a tutela
indenizatória, em se tratando de morto ou de ausente,
pode ser exercida pelo cônjuge, ascendentes ou
descendentes; por derradeiro, imprescritibilidade” 59.

Por fim, conclui-se que, a terceira passou a reconhecer a


imagem como direito autônomo, desvinculando de qualquer outro instituto jurídico,
uma vez que a aparência física ou caracteres que vinculam a imagem retrato e a
imagem atributo de determinada pessoa, é uma manifestação natural e inerente ao
próprio homem.
Neste raciocínio, todo indivíduo que nasça com vida,
obtém para seu pleno e própria disposição o direito à sua imagem; assim,
prevalece a autonomia do instituto como atributo singular e independente,
permitindo o pleno exercício de direito e titularidade individual distinto de outros,
objetivando para todos os fins sua tutela específica, que respalda e fundamenta a
presente pesquisa.
Segundo leciona Walter Moraes, “[...] o direito à imagem
desfruta de autonomia, não dependendo sua proteção de que seja violado outro
direito” .
60

2.1 A proteção da imagem no Direito Constitucional brasileiro

A Constituição Federal de 1988, surgiu em um cenário


nacional e mundial, em que o momento se exigia a proteção do ser humano em
todos os seus aspectos, principalmente; pelos meios legais, a fim de evitar e
reprimir a restrição aos direitos individuais e coletivos.

59
ibid., p.35, 2004.
60
MORAES, Walter. Direito à própria imagem. 1ª Edição. São Paulo. Editora Saraiva.
1977. p.742.
52
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem -
Uma análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da
Imagem
No entanto, com a evolução das normas protetoras de
Assim, presente em seu sua Carta Magma, o Brasil passou a ter a proteção da imagem como
direitos humanos,
direito autônomo observa-se que a conexão
e exclusivo, no entanto, a atribuiçãoentre dignidade
de conceituar o que éeadireitos
imagem parado homem,
o
direito, ficou à cargo da doutrina [...]O direito à imagem não encontra definição no direito
ou seja, a brasileiro,
positivo visão da dignidade
cabendo tal tarefa aque vem(citação
doutrina acompanhada de direitos,
de citação) ZANINI, somente
2018, p. 149).
PRIMEIRO O QUE É CITADO, SEGUNDO O QUE CITA – REFERÊNCIA DO QUE
aconteceu com o advento dos grandes CITAtextos internacionais e as Constituições
subsequentes à Segunda Guerra Mundial . 61

Desta forma, o estado brasileiro através da Constituição Federal de 1988 e sob a influência da
Declaração Universal dos Direitos Humanos, inseriu a proteção e a garantia da Dignidade,
bem como, o direito e o respeito
A partirà plena proteção
deste da Personalidade,
período para a
histórico, assim possibilitar
nossa o
Constituição
completo desenvolvimento da do indivíduo.
brasileira promulgada em 1988 e vigente até então, promoveu uma maior proteção
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, o direito à imagem foi erigido ao status
jurídica aos autônomo.
de direito direitos Quer
da dizer,
personalidade, e como
o legislador constituinte a maior
originário expressão
conscientizou-se da do direito
importância do direito à imagem e dotou-o de proteção legal, independentemente da ofens
moderno ela retrata a busca pela plena efetivação dos direitos humanos, tratando
assim como princípio e garantia fundamental a valorização homem e de seus
a ou não de outro direito da personalidade.
atributos individuais.
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Franciulli /etto – A
Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição Federal
O reaparecimento jurídico da dignidade no pós-guerra
demonstrou uma reação histórica contra os movimentos totalitários que violaram
Desta forma,
de forma o DireitoaConstitucional
planejada brasileiro, obteve
própria dignidade, a partir da promulgação
na tentativa de realizardaum
Carta
projeto de
Magma, um marco histórico, que se evidenciaria pela proteção dos direitos humanos, e não
definir o “ser
mais humano”
apenas, a partir
pela proteção de seus
dos direitos predicados
de propriedade, . assim, a efetiva e explícita
tendo62

norma de amparo aos Direitos da Personalidade.

Antes da promulgação da referida Carta Constitucional, a proteção dava-se de forma


Considerando
implícita no âmbito dos direitos queSaliente-se
personalíssimos. com aque, promulgação dahavia
anteriormente, já Constituição
manifestações de nossos tribunais favoráveis à indenização pecuniária em casos de violação
Federal, o Fundamento
do direito à imagem entre osda República,
quais sea decisão
pode ser citada tornouprecursora
o objetivo
de 1928,eda o ideal
lavra do a ser
magistrado Octávio Kelly, relacionada à Miss Brasil de 1922, que teve sua imagem captada,
perseguido amplamentepara
sem seu consentimento, porumtodo
filmeodeconjunto
atualidades.que forma um Estado Nação, ou seja,
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-
5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Franciulli /etto – A Proteção ao Direito à Imagem e a
Estado e sociedade civil organizada, tem se que; qualquer direito pautado na
Constituição Federal
dignidade humana, requer e exige não só o esforço do estado representado pelo
Notavelmente, antes da Constituição de 1988, as leis infra- legais seguiam a luz do direito de
propriedade
judiciário garantido nas
na aplicação daanteriores
lei, mas constituições, assim, a proteção
a conscientização doaoscoletivo
direitos dosocial
autor para se
servia como a base legal para amparo do julgador nos casos que se apresentavam.
fazer conhecido os limites da liberdade de cada indivíduo, respeitando um ao outro
Em época primava, a Lei Eleitoral n. 496, de 1º de agosto de 1898, continha norma de
nos proteção
aspectos individuais
à imagem, relacionada objetivos personalíssimos, e assim combater o
ao direito do autor.

preconceito de origem; racial, étnicas, cora, raça, sexual, política, ideológica, de


identidade entre outras.

61
DOMINGOS, Franciulli Netto. A Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição Federal.
Informativo Jurídico da Biblioteca Ministro Oscar Saraiva, v. 16, n. 1, p. 1-74, jan. /jul.
2004.
62
ibid., 2004.
53
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem - Uma
análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da Imagem

‘’[...] no Brasil, podemos dizer que ela se encontra


no epicentro da ordem jurídica, visto que o constituinte de
1988 elevou à categoria de princípio fundamental da
República, pilar estrutural da organização do Estado,
conforme previsto no artigo 1º, inciso III da Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988. Este princípio se
irradia para todas as outras secções da Constituição’’ . 63

De fato, a Constituição de 1988, trata de forma distinta dos


textos constitucionais anteriores, agora, com regras próprias, a ponto de ser
reconhecido como membro de um grupo bastante seleto, que cuida da imagem.

Como decorrência desta Constituição e da formação do


Estado Democrático de Direito, a Suprema Legislação brasileira passou a
representar o ideal dos seus cidadãos, bem como, a existência desta Carta Magna
consolida no ordenamento jurídico mundial, a concretização de ideais da
Dignidade Humana e o próprio respeito ao homem, de modo que, conduzindo o
Brasil à frente dos demais países, quando o tema do direito moderno é a tutela dos
direitos da personalidade e da proteção da imagem no mundo digital.

O direito de imagem é um direito de alta relevância no


direito constitucional, sendo taxativo como um direito fundamental, é também um
direito de eficácia plena; a pessoa nasce com este direito, e o mesmo se perpetua
ao longo do tempo, mesmo após a morte.

Assim, a Carta Magna, buscou efetivar em seus


dispositivos, a Dignidade Humana e os Direitos da Personalidade como princípios
e garantias fundamentais. ‘’Podemos afirmar que a proteção da imagem-retrato
está no art. 51, X, enquanto a imagem-atributo vem protegida no art. 51, V, da
Constituição[...]’’ 64
de forma que estes se fazem presentes não somente na
Constituição, mas também nas leis infraconstitucionais (códigos, normas e

63
ibid., 2004.
64
GAGLIANO Pablo Stolze, Rodolfo Pamplona Filho. Novo Curso de Direito Civil. Vol. I,
19ª ed. São Paulo: Saraiva, 2017. ISBN 978-85-472-1645-0.
54
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem -
Uma análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da
Imagem
decretos), repercutindo ainda na receptividade de Tratados e Pactos que versem
Assim, presente em seu sua Carta Magma, o Brasil passou a ter a proteção da imagem como
sobredireito
Direitos Humanos,
autônomo sendo
e exclusivo, no entanto,estes, no denosso
a atribuição ordenamento
conceituar jurídico
o que é a imagem para o suas
direito, ficou à cargo da doutrina [...]O direito à imagem não encontra definição no direito
aplicações
positivode modo cabendo
brasileiro, semelhante aoa das
tal tarefa cláusulas
doutrina constitucionais.
(citação de citação) ZANINI, 2018, p. 149).
PRIMEIRO O QUE É CITADO, SEGUNDO O QUE CITA – REFERÊNCIA DO QUE
CITA
Da Constituição se extraem expressamente, os termos
Desta forma,
seguintes o estado brasileiro através da Constituição Federal de 1988 e sob a influência da
termos:
Declaração Universal dos Direitos Humanos, inseriu a proteção e a garantia da Dignidade,
bem como, o direito e o respeito à plena proteção da Personalidade, para assim possibilitar o
completo desenvolvimento da do indivíduo.

Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, o direito à imagem foi erigido ao status
CONSTITUIÇÃO
de direito autônomo. Quer dizer, o legislador DA REPÚBLICA
constituinte originário conscientizou-seFEDERATIVA
da
importância do direito à imagem e dotou-o deDE
DO BRASIL proteção
1988.legal,TÍTULO
independentemente
I DOS da ofens
PRINCÍPIOS
FUNDAMENTAIS. Art. 1º A República Federativa do Brasil,
formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios
a ou não de outro direito e dado Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático
personalidade.
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-5565-1-PB%20(1).pdf)
de Direito e tem como fundamentos Domingos(grifo
Franciulli
do /etto – A [...] III -
autor):
Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição Federal
a dignidade da pessoa humana (grifo do autor); E continua
[...] TÍTULO II DOS DIREITOS E GARANTIAS
FUNDAMENTAIS CAPÍTULO I DOS DIREITOS E
Desta forma, o Direito Constitucional
DEVERESbrasileiro, obteve a partir
INDIVIDUAIS da promulgação da
E COLETIVOS Cartado autor).
(grifo
Magma, um marco histórico, que se evidenciaria pela proteção dos direitos humanos, e não
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem
mais apenas, pela proteção dos direitos de propriedade, tendo assim, a efetiva e explícita
distinção de
qualquer natureza,
norma de amparo aos Direitos da Personalidade. garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito
Antes da promulgação daàreferidavida,Carta
à Constitucional,
liberdade, àa proteção dava-se de
igualdade, à forma
segurança e à
implícita no âmbito dos direitos personalíssimos. Saliente-se que, anteriormente, já havia
propriedade, nos termos seguintes (grifo do
manifestações de nossos tribunais favoráveis à indenização pecuniária em casos de violação
autor). [...] V -
do direito à imagem entreéos assegurado o direito
quais pode ser citada de resposta,
a decisão precursora de 1928, proporcional
da lavra do ao
magistrado Octávio Kelly, agravo, além
relacionada daBrasil
à Miss indenização
de 1922, que portevedano material,
sua imagem moral ou à
captada,
sem seu consentimento, para um filme de atualidades.
imagem;(grifo do autor).(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-
[...] X - são invioláveis a
5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Franciulli /etto – A Proteção ao Direito à Imagem e a
Constituição Federal
intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano
material de
Notavelmente, antes da Constituição ou1988,
moral
as leisdecorrente de sua
infra- legais seguiam a luz violação;(grifo
do direito de do
propriedade garantido nas anteriores
autor) 65
. constituições, assim, a proteção aos direitos do autor
servia como a base legal para amparo do julgador nos casos que se apresentavam.

Em época primava, a LeiEm referência


Eleitoral n. 496, deao texto
1º de agostode lei dacontinha
de 1898, Constituição
norma de Federal, são
proteção à imagem, relacionada ao direito do autor.
expressamente mencionados os direitos fundamentais; a Dignidade, a Liberdade, a
Imagem, e ainda prevê a possibilidade de reparação do dano em caso de
arbitrariedade e violação destes direitos, como forma de indenização.

65
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,
DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988, 292p.
55
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem - Uma
análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da Imagem

“[...] o direito à imagem possui duas variações.


De um lado, deve ser entendido como o direito relativo à
reprodução gráfica (retrato, desenho, fotografia, filmagem
etc.) da figura humana. De outro, porém, a imagem
assume a característica do conjunto de atributos cultivados
pelo indivíduo e reconhecidos pelo conjunto social.
Chamemos a primeira de imagem-retrato e a segunda de
imagem-atributo [...]” . 66

Conforme a obra aplicada em análise, o autor


imediatamente citado fundamenta, da seguinte forma, a imagem que pode ser
atribuída a pessoa física e a pessoa jurídica:
”Quando falamos em imagem-atributo é
perfeitamente possível a proteção da pessoa jurídica, quer
através da marca, [...] ou [...] do produto. Por exemplo.
“Uma empresa que desenvolveu um bem, com
determinados característicos, reconhecidos no mundo do
marketing como integrantes de seu patrimônio[...]” . 67

No entanto, como é de objeto deste estudo, apenas a


imagem da pessoa humana será alvo da pesquisa. Sabendo, porém que, ao se
referir à Imagem Humana, esta, se atribui tanto ao aspecto da imagem-retrato e
imagem-atributo, desta forma, sobre a imagem da pessoa humana explica ainda o
autor, “A imagem, assim, tem duas colorações: a de retrato físico da pessoa e a de
"retrato social" do indivíduo, ou seja, a forma na qual o indivíduo esculpiu sua
imagem perante a sociedade” . 68

Conclui-se por, a imagem humana ao adquirir previsão


expressa na Constituição Federal, consolidou o entendimento que; “[...] consistindo
este em uma forma de proteção da integridade moral, bem protegido como
extensão do direito à vida [...]” , ou seja, a importância deste instituto é equivalente
69

66
ARAUJO, L. A. D; NUNES JUNIOR, V. S. Curso de Direito Constitucional. 5. ed. São
Paulo: Saraiva, 2001.
67
ibid., 2001.
68
ibid., 2001.
69
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,
56
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem -
Uma análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da
Imagem
à própria vida do indivíduo, e em elevado valor moral, jurídico e social, a imagem
Assim, presente em seu sua Carta Magma, o Brasil passou a ter a proteção da imagem como
refletedireito
na sociedade, a própria
autônomo e exclusivo, pessoa.
no entanto, a atribuição de conceituar o que é a imagem para o
direito, ficou à cargo da doutrina [...]O direito à imagem não encontra definição no direito
positivo brasileiro, cabendo tal tarefa a doutrina (citação de citação) ZANINI, 2018, p. 149).
PRIMEIRO O QUE É CITADO, SEGUNDO O QUE CITA – REFERÊNCIA DO QUE
Destarte, a imagem CITA humana obtém o seu amplo conceito,
proteção e direito de reparação e indenização.
Desta forma, o estado brasileiro
Assim,através
todadaeConstituição
qualquer Federal de 1988
violação e sob ainstituto
a este influênciadoda direito
Declaração Universal dos Direitos Humanos, inseriu a proteção e a garantia da Dignidade,
bem como, o deve
constitucional, direito levar
e o respeito
em àconsideração
plena proteção dao Personalidade,
núcleo do bem para assim
jurídicopossibilitar o
e a correlação
completo desenvolvimento da do indivíduo.
entre; bem e contexto, ou seja, não se finda o direito da imagem apenas no
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, o direito à imagem foi erigido ao status
aspecto de uso
de direito dela, Quer
autônomo. masdizer,
também no seu
o legislador contexto
constituinte correto.
originário conscientizou-se da
importância do direito à imagem e dotou-o de proteção legal, independentemente da ofens

Quando se fala em imagem-retrato, deve-se ter em conta


a ou não de outro direito da personalidade.
sempre a imagem dentro de seu contexto correto. Domingos
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-5565-1-PB%20(1).pdf) Não se Franciulli
pode, servindo-se
/etto – A da
Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição Federal
imagem de determinada pessoa, alterar seu contexto de forma a usá-la com outro
cenário. A imagem está protegida, mas o cenário é outro, podendo, portanto,
Desta forma,
desfigurar o Direitoenquadrada.
a situação Constitucional brasileiro, obteve a a
Dessa forma, partir da promulgação
proteção da Carta
da imagem estende-se
Magma, um marco histórico, que se evidenciaria pela proteção dos direitos humanos, e não
ao contexto empela
mais apenas, queproteção
ela é dos
incluída
direitos.de propriedade, tendo assim, a efetiva e explícita
70

norma de amparo aos Direitos da Personalidade.

Antes da promulgação da referida Carta Constitucional, a proteção dava-se de forma


Destapersonalíssimos.
implícita no âmbito dos direitos forma, a partir do fato
Saliente-se de que, a imagem
que, anteriormente, já havia humana
manifestações de nossos tribunais favoráveis à indenização pecuniária em casos de violação
detém
do uma
direito àproteção deosdireito
imagem entre de ser
quais pode reparação e deprecursora
citada a decisão indenização,
de 1928,se
da deve
lavra dolevar em
magistrado Octávio Kelly, relacionada à Miss Brasil de 1922, que teve sua imagem captada,
consideração, o fato de
sem seu consentimento, para que emde um
um filme contexto
atualidades. onde o indivíduo retratado na
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-
5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Franciulli /etto – A Proteção ao Direito à Imagem e a
imagem, não terá mais a capacidade de estar em juízo, seja por doença
Constituição Federal
delimitativa ou incapacidade mental plena, ou ainda, no caso de seu falecimento.
Notavelmente, antes da Constituição de 1988, as leis infra- legais seguiam a luz do direito de
Fato propriedade garantido nas
é que, a imagem poranteriores
possuirconstituições, assim, a proteção
a característica aos direitos do
de propagar-se autor
pela impressão
servia como a base legal para amparo do julgador nos casos que se apresentavam.
ou no contexto atual pela digitalização da imagem retrato, ela se perpetua ao longo
Em época primava, a Lei Eleitoral n. 496, de 1º de agosto de 1898, continha norma de
do tempo.
proteção à imagem, relacionada ao direito do autor.

Consequentemente, a imagem-retrato do indivíduo não se


finda com sua morte, muito menos a sua imagem-atributo, que seguiria a mesma
ordem e se perpetuariam, seja pela função notória, pública, social ou política, que

DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988, 292p.


70
ARAUJO, L. A. D; NUNES JUNIOR, V. S. Curso de Direito Constitucional. 5. ed. São
Paulo: Saraiva, 2001.
57
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem - Uma
análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da Imagem

muitos indivíduos possuem, assim, através de seu legado produzem efeitos


jurídicos bem como carecem de proteção para com seu direito post mortem.

Conforme já apresentado, direito à própria imagem é


intransmissível, pois surge com o seu nascimento e se extingue com a morte do
indivíduo.
Porém, com a morte do seu titular, a imagem tem o seu
direito de proteção deslocado aos herdeiros ou parentes do falecido.

Aqui, não há o que se falar em direito à própria imagem,


mas o direito dos herdeiros de proteger e zelar pela imagem do morto e as
atribuições à imagem do falecido, ou seja, quaisquer que sejam os fatos vinculados
à imagem sejam a imagem retrato, ou, imagem atributo, os seus herdeiros
possuirão o direito de proteger a imagem e consequentemente a permissão de uso
da imagem do falecido, assim como ocorrem nos casos de biografias.

2.2 A proteção da imagem no direito penal

A análise do direito à imagem, no campo do direito penal,


passa por uma transformação no seu conceito de proteção e garantia
contemporâneo, mas cabe aqui enfatizar que, “A imagem das pessoas não pode
ser divulgada por nenhuma forma ou mecanismo, impresso ou digital, sem a sua
autorização [...]” .71

O direito penal por si só, não é uma garantia de proteção, contra a divulgação de
imagens indevidas, na sociedade e nos meios de comunicação, ou amplamente
como é chamada pelo Filósofo Zigmunt Bauman; “a sociedade da informação” e
nos dias de hoje.
Isso advém do fato e da característica desta sociedade que

71
FERREIRA, Thamires T. O uso indevido da imagem e suas consequências. Equipe
Direito Contratual - CMO Advogados on-line, São Paulo, v.67, n.1, julho, 2017. Disponível:
http://www.cmo.adv.br/direito-contratual/84644-o-uso-indevido-da-imagem-e-suas-
consequencias. Acesso em jul. 2019.
58
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem -
Uma análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da
Imagem
é altamente conectada, e que possui nas suas redes de relacionamentos virtuais, o
Assim, presente em seu sua Carta Magma, o Brasil passou a ter a proteção da imagem como
ambiente
direitopropício
autônomo para este no
e exclusivo, tipo de crime.
entanto, a atribuição de conceituar o que é a imagem para o
direito, ficou à cargo da doutrina [...]O direito à imagem não encontra definição no direito
positivo brasileiro, cabendo tal tarefa a doutrina (citação de citação) ZANINI, 2018, p. 149).
PRIMEIRO O QUE É CITADO, SEGUNDO O QUE CITA – REFERÊNCIA DO QUE
Desta forma, CITA a violação à imagem de pessoas, tem se
tornado um dos maiores desafios para o direito moderno, que por circunstâncias
Desta forma,
peculiares o estadomodalidade
desta brasileiro atravésde
da Constituição
crime Federal de 1988 e sob
e através da a influência da
velocidade de
Declaração Universal dos Direitos Humanos, inseriu a proteção e a garantia da Dignidade,
bem como, o direitodas
compartilhamento, e o respeito
redes àsociais,
plena proteção
entredaosPersonalidade,
quais, podem para ser
assimcitados;
possibilitar o
Facebook,
completo desenvolvimento da do indivíduo.
Instagram e WhatsApp, citando estes como os mais comuns , acabam por
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, o direito à imagem foi erigido ao status
encorajar e disseminar
de direito este
autônomo. Quer tipo
dizer, de conduta.
o legislador constituinte originário conscientizou-se da
importância do direito à imagem e dotou-o de proteção legal, independentemente da ofens
Não é incomum que através do uso das redes sociais
ocorra o uso indevido da imagem, por vezes, resultando no compartilhamento
a ou não de outro direito da personalidade.
desautorizado desta por parte de seu titular; seja
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-5565-1-PB%20(1).pdf) por Franciulli
Domingos desconhecimento
/etto – A da
Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição Federal
legislação vigente, seja intencionalmente por parte do agente criminoso.

Desta forma, o Direito Constitucional brasileiro, obteve


As características a partirdo
peculiares da promulgação
avanço das da mídias
Carta sociais
Magma, um marco histórico, que se evidenciaria pela proteção dos direitos humanos, e não
e da mais
própria internet
apenas, móvel
pela proteção dosedireitos
a falsa sensação tendo
de propriedade, de anonimato nae rede,
assim, a efetiva explícitaintensifica e
norma de amparo aos Direitos da Personalidade.
encoraja os infratores e criminosos, e como consequência desta evolução
Antes da promulgação da referida Carta Constitucional, a proteção dava-se de forma
tecnológica,
implícita noos crimes
âmbito cibernéticos
dos direitos cresceram
personalíssimos. Saliente-seeque,
seanteriormente,
amplificaram, exigindo do
já havia
manifestações de nossos tribunais favoráveis à indenização pecuniária em casos de violação
legislativo a àcriação
do direito de novas
imagem entre os quaisleis
podeaté poucos
ser citada tempo
a decisão atrás impensáveis,
precursora como é o
de 1928, da lavra do
magistrado Octávio Kelly, relacionada à Miss Brasil de 1922, que teve sua imagem captada,
casosem
porseu
exemplo do Marco
consentimento, Civil
para um filmeda
de Internet.
atualidades. (file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-
5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Franciulli /etto – A Proteção ao Direito à Imagem e a
Constituição Federal
LEI Nº 12.965, DE 23 DE ABRIL DE 2014.
Notavelmente, antes da Constituição de 1988, as leis infra- legais seguiam a luz do direito de
propriedade garantido nasSeção III Da
anteriores Responsabilidade
constituições, por
assim, a proteção aosDanos Decorrentes
direitos do autor de
Conteúdo Gerado por Terceiros (MCI Art.
servia como a base legal para amparo do julgador nos casos que se apresentavam. 19. Com o intuito
de assegurar a liberdade de expressão e impedir a
Em época primava, a Leicensura,
Eleitoral n. 496, de 1º de agosto
o provedor dedeaplicações
1898, continhade
norma de
internet
somente
proteção à imagem, relacionada ao direito do autor.
poderá ser responsabilizado civilmente por danos
decorrentes de conteúdo gerado por terceiros se, após
ordem judicial específica, não tomar as providências para,
no âmbito e nos limites técnicos do seu serviço e dentro do
prazo assinalado, tornar indisponível o conteúdo apontado
como infringente, ressalvadas as disposições legais em
contrário.) § 2 o A aplicação do disposto neste artigo para
infrações a direitos de autor ou a direitos conexos depende
de previsão legal específica, que deverá respeitar a
liberdade de expressão e demais garantias previstas no
59
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem - Uma
análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da Imagem

art. 5o da Constituição Federal . 72

Assim, trata do tema o autor Chiara Spadaccini de Teffé


em sua obra Considerações sobre a proteção do direito à imagem na internet:

“hipótese de cenas de nudez ou atos sexuais, a


responsabilidade do provedor é apenas subsidiária. •
Ocorrerá somente se não atender à notificação para
retirada do conteúdo. • Importância da comprovação da
notificação Difere da solidária, em que haveria uma
responsabilidade mútua entre infrator e provedor, o que
permitiria acionar judicialmente um ou outro, ou ambos
concomitantemente, [...] Direitos autorais estão
relacionados à proteção dos autores de obras literárias,
artísticas ou científicas A responsabilidade do provedor de
conteúdo em caso de violações aos direitos autorais e
conexos depende de previsão em lei específica (Art. 19, §
2º e 32 MCI)” . 73

Assim, o indivíduo que se predispõe a uma conduta


desordenada do convívio social e pacífico, se utiliza da facilidade de acesso as
informações disponíveis na rede mundial de computadores, de forma ilegal e para
fins ilícitos.
“A natureza da internet por vezes realça o que há de pior
nas pessoas e nós precisamos fazer um trabalho melhor em ensiná-las como
utilizar a tecnologia apropriadamente” 74
.

72
Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014. Estabelece princípios, garantias, direitos e deveres
para o uso da Internet no Brasil. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12965.htm. Acesso em: jul.
de 2019.
73
TEFFÉ, Chiara Antônia Spadaccini de. Considerações sobre a proteção do direito à
imagem na internet. Revista de informação legislativa: RIL, v. 54, n. 213, p. 173-198,
jan./mar. 2017. Disponível em:
http://www12.senado.leg.br/ril/edicoes/54/213/ril_v54_n213_p173. Acesso em: jul. 2019.
74
WALDMAN, Ari Ezra. Professor associado da New York Law School, à CNN. Os crimes
transmitidos pelo Facebook e a responsabilidade da rede sobre seu conteúdo. Nexo Jornal-
LTDA 2018. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/04/17/Os-
crimes-transmitidos-pelo-Facebook-e-a-responsabilidade-da-rede-sobre-seu-conteúdo.
Acesso em jul. 2019.
60
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem -
Uma análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da
Imagem
Uma vez a imagem disponibilizada e inserida em uma
Assim, presente em seu sua Carta Magma, o Brasil passou a ter a proteção da imagem como
plataforma digital, eoexclusivo,
direito autônomo usuáriono não detém
entanto, a capacidade
a atribuição de conceituar ode
queacesso para
é a imagem para retira-la,
o
direito, ficou à cargo da doutrina [...]O direito à imagem não encontra definição no direito
cabendo assim,
positivo a intervenção
brasileiro, e retirada
cabendo tal tarefa do(citação
a doutrina conteúdo indevido
de citação) da2018,
ZANINI, rede, sendo esta
p. 149).
PRIMEIRO O QUE É CITADO, SEGUNDO O QUE CITA – REFERÊNCIA DO QUE
atribuição técnica de dever do provedor CITAde conteúdo, que também pode se tornar
réu juntamente com o agente criminoso em uma possível ação judicial, caso
Desta forma,
descumpra umao estado
ordem brasileiro através da
do judiciário ouConstituição
não atenda Federal de 1988 e sobdo
a notificação a influência
usuário. da
Declaração Universal dos Direitos Humanos, inseriu a proteção e a garantia da Dignidade,
“Muito
bem como, o direito e o respeito à plena proteção da Personalidade,
embora o paraMarco
assim possibilitar
Civil o tenha
completo desenvolvimento da do indivíduo.
expressamente afastado a responsabilidade do provedor
de conteúdo,
Com a promulgação da Constituição Federal detal1988,qual Facebook
o direito à imagem foieerigido
Instagram,
ao status eles
de direito autônomo. Quer continuam sendo
dizer, o legislador réus originário
constituinte nas ações para remoção
conscientizou-se da de
importância do direito à imagem
conteúdo, e dotou-o
poisde proteção
é a formalegal, independentemente
mais rápida dadeofens remover a
publicação e todos os compartilhamentos a ela
relacionados (o usuário infrator não tem meios de remover
a ou não de outro direito compartilhamentos
da personalidade. feitos por terceiros), além de poder
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-5565-1-PB%20(1).pdf)
informar dados sobre o usuário Domingos Franciulli
infrator”
75
. /etto – A
Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição Federal

O direito penal, no campo dos direitos da personalidade,


detém uma
Desta autonomia
forma, própria debrasileiro,
o Direito Constitucional intervenção,
obteve a de caráter
partir muito mais
da promulgação posterior à
da Carta
Magma, um marco histórico, que se evidenciaria pela proteção dos direitos humanos, e não
ofensa, do que, propriamente como fator coercitivo, impeditivo ou de proibição em
mais apenas, pela proteção dos direitos de propriedade, tendo assim, a efetiva e explícita
norma
relação aodecriminoso
amparo aoseDireitos da Personalidade.
a prática delitiva.
Antes da promulgação daPor referida
vez,Carta Constitucional,
tendo em vistaa proteção
que o dava-se
usuário de forma
compartilha uma
implícita no âmbito dos direitos personalíssimos. Saliente-se que, anteriormente, já havia
imagem sem saber
manifestações estar
de nossos cometendo
tribunais um
favoráveis crime, o pecuniária
à indenização que levaem a casos
atualidade da matéria
de violação
do direito à imagem entre os quais pode ser citada a decisão precursora de 1928, da lavra do
tipificada, ilegal
magistrado e passível
Octávio de punição,
Kelly, relacionada à Miss tendo
Brasil deem vista
1922, a ofensa
que teve e acaptada,
sua imagem lesão ao bem
sem seu consentimento, para um filme de atualidades. (file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-
jurídico da imagem. Domingos Franciulli /etto – A Proteção ao Direito à Imagem e a
5565-1-PB%20(1).pdf)
Constituição Federal
Assim, o direito penal auxiliado pelas leis complementares
Notavelmente, antes da Constituição de 1988, as leis infra- legais seguiam a luz do direito de
e específicas
propriedadeque tratam
garantido nasdo tema; constituições, assim, a proteção aos direitos do autor
anteriores
servia como a base legal para amparo do julgador nos casos que se apresentavam.

Em época primava, a Lei Eleitoral n. “A


496, de
lei1º de
seagosto de 1898, continha
preocupou em darnormaum
de
tratamento
proteção à imagem, relacionada ao direito do autor.
especial para os casos de imagens, vídeos ou outros
materiais contendo cenas de nudez ou de atos sexuais de
caráter privado, Prática frequente, sobretudo entre os mais
jovens, seja pela exposição de imagens extraídas com o
consentimento dos envolvidos ou pela obtenção

75
JADÃO, Raphael; CHWARTZMANN, Alexandre Elman. Leis recentes facilitaram a
remoção de imagem usada indevidamente na internet. Consultor Jurídico on-line. 2017.
Disponível em: https://www.conjur.com.br/2017-fev-13/leis-recentes-facilitaram-remocao-
uso-indevido-imagem-rede. Acesso em: jul. 2019.
61
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem - Uma
análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da Imagem

clandestina [...]” .76

A função de investigativa, analisando; se houve ou não


crime na captação da imagem da vítima, se houve o posterior uso ou a indevida e
desautorizada divulgação, e consequentemente a punição do infrator pela ofensa e
crime cometido.

“À medida que a tecnologia evolui, novas


ferramentas são desenvolvidas e, consequentemente,
surgem novas formas de causar danos a terceiros, sendo
possível destacar, entre as diversas situações: a
divulgação não autorizada de imagens íntimas e/ou de
cenas de nudez em aplicativos e sites de
compartilhamento de conteúdo; a criação de perfis falsos
em redes sociais virtuais; a indexação por provedores de
pesquisa de conteúdo em desacordo com as
características atuais do indivíduo; a criação de página
com mensagens ofensivas a determinada pessoa ou com
atribuição de características em desacordo com a atual
personalidade do retratado; e a exposição abusiva da
imagem de uma determinada pessoa em notícia
jornalística ou em quadro de humor. Atreladas ao uso
indevido de imagem encontram-se também práticas de
intimidação e de agressão a terceiros na internet, como o
cyberbullying e a chamada pornografia de vingança” . 77

Por vez, o acesso virtual e a capitação de imagem não


ocasionam por si só a lesão à imagem.

De fato, uma vez adquirida e veiculada de maneira


desautorizada, deformada ou descontextualizada, ou ainda para quaisquer fins
ilícitos, faz com que o compartilhamento e uso sem o devido consentimento da
pessoa se finde na lesão ao direito e a dignidade do sujeito.

76
TEFFÉ, Chiara Antônia Spadaccini de. Considerações sobre a proteção do direito à
imagem na internet. Revista de informação legislativa: RIL, v. 54, n. 213, p. 173-198,
jan./mar. 2017. Disponível em:
http://www12.senado.leg.br/ril/edicoes/54/213/ril_v54_n213_p173. Acesso em: jul. 2019.
77
ibid., 2017.
62
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem -
Uma análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da
Imagem

Assim, presente em seu sua Carta Magma, o Brasil passou a ter a proteção da imagem como
No no
direito autônomo e exclusivo, entanto, a proteção
entanto, a atribuição da imagem
de conceituar da internet
o que é a imagem para o não
direito, ficou à cargo da doutrina [...]O direito à imagem não encontra definição no direito
representa
positivo apenas um meio
brasileiro, cabendo paraa doutrina
tal tarefa atos criminosos praticados
(citação de citação) ZANINI,por
2018,estranhos
p. 149). em
PRIMEIRO O QUE É CITADO, SEGUNDO O QUE CITA – REFERÊNCIA DO QUE
relação à vítima, por vezes o surgimento CITAde novas condutas ilícitas que até então
eram inexistentes, obrigou ao estado legislador, a tipificação e a atualização de leis
Desta forma, opara
pré-existentes, estadoque
brasileiro
comatravés da Constituição
a adequação Federal dede
e previsão 1988 e sob legais
tipos a influência da
específicos,
Declaração Universal dos Direitos Humanos, inseriu a proteção e a garantia da Dignidade,
fossebem como, o adequar
possível direito e o respeito à plenaas
as normas proteção
novas dapráticas
Personalidade, para assim possibilitar o
delitivas.
completo desenvolvimento da do indivíduo.

Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, o direito à imagem foi erigido ao status
[...] alteração
de direito autônomo. Quer dizer, o legislador constituintedo Código
originário Penal – da
conscientizou-se foi criado o
importância do direito à imagem
artigo e216-B
dotou-oque
de proteção
prevêlegal,
pena independentemente
específica dedadetenção
ofens para
aqueles que expõem a intimidade sexual das pessoas
participantes do ato, realizando qualquer tipo de registro
a ou não de outro direito não autorizado: "Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por
da personalidade.
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-5565-1-PB%20(1).pdf)
qualquer meio, conteúdo comDomingos cena de Franciulli ou –ato
nudez/etto A sexual
Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição Federal
ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização
dos participantes: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1
(um) ano, e multa. Parágrafo único. Na mesma pena
Desta forma, o Direito Constitucional
incorre quem brasileiro, obteve
realiza a partir da promulgação
montagem da Carta
em fotografia, vídeo, áudio
Magma, um marco histórico, que se evidenciaria pela proteção dos direitos humanos, e não
ou qualquer outro registro com o fim de incluir
mais apenas, pela proteção dos direitos de propriedade, tendo assim, a efetiva e explícita
pessoa em
cena de nudez
norma de amparo aos Direitos da Personalidade. ou ato sexual ou libidinoso de caráter
íntimo" .
78

Antes da promulgação da referida Carta Constitucional, a proteção dava-se de forma


implícita no âmbito dos direitos personalíssimos. Saliente-se que, anteriormente, já havia
manifestações de nossos tribunais favoráveis à indenização pecuniária em casos de violação
do direito à imagem entreAssim,
os quais pode
as ser citada a decisão
relações precursora
afetivas ou dede1928, da lavra dofamiliar,
convívio
magistrado Octávio Kelly, relacionada à Miss Brasil de 1922, que teve sua imagem captada,
sem seu a
passaram consentimento,
ser cenáriospara um
defilme
uma de atualidades.
nova forma (file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-
de violência doméstica, onde o
5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Franciulli /etto – A Proteção ao Direito à Imagem e a
aspecto lesivo Federal
Constituição ultrapassa a violência física e o anonimato das quatro paredes do
ambiente doméstico,
Notavelmente, assim, a deofensa
antes da Constituição tomou
1988, as leis proporções
infra- legais seguiam a luzincalculáveis,
do direito de pois
propriedade garantido nas anteriores constituições, assim, a proteção aos direitos do autor
possibilitada
servia comopela internet
a base legal paraaamparo
violência moralnos
do julgador e psicológica sofrida pela vítima, pode
casos que se apresentavam.
alcançar o acesso
Em época dea Lei
primava, todo o mundo
Eleitoral n. 496,global
de 1º decom
agostoapenas um “click”.
de 1898, continha norma de
proteção à imagem, relacionada ao direito do autor.
Concluindo assim que, o judiciário e o legislativo,
ampliaram a sua área de atuação onde já se fazia presente, mas que até o
surgimento de recorrentes casos se fazia omisso.

78
NEVES, Felipe Costa Rodrigues. O vazamento de imagens privadas e o direito
constitucional à privacidade e à intimidade. Constituição na Escola. Mgalhas on-line. 2019.
Disponível em: https://www.migalhas.com.br/ConstituicaonaEscola/123,MI296383,51045-
O+vazamento+de+imagens+privadas+e+o+direito+constitucional+a. Acesso em: jul. 2019.
63
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem - Uma
análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da Imagem

“Isto posto, podemos perceber que o nosso


ordenamento jurídico vem protegendo cada vez mais o
direito constitucional à intimidade, à vida privada e à honra.
A influência trazida pelo texto da nossa Constituição
Federal sobre o tema – como narrado acima – levou o
Poder Legislativo a editar leis que proporcionassem a
tutela de bens tão preciosos para o indivíduo. Agora,
portanto, cabe ao Poder Judiciário garantir a correta
aplicação das normas constitucionais e infralegais diante
do caso concreto que estiver posto a julgamento” . 79

Destarte, as novas formas sob antigas condutas delitivas,


ocasionaram a então atualização de leis já eram existentes, como se destacam
algumas das seguintes:
“Principais inovações da Lei Maria da Penha Os
mecanismos da Lei: • Tipifica e define a violência
doméstica e familiar contra a mulher. • Estabelece as
formas da violência doméstica contra a mulher como física,
psicológica, sexual, patrimonial e moral. • Determina que a
violência doméstica contra a mulher independe de sua
orientação sexual” . 80

Assim, apresenta Felipe Costa Rodrigues Neves:

“[...] um novo Diploma Legal (a lei 13.772/18),


sancionado há quase dois meses, também trouxe
inovações ao tema ao modificar (i) a lei 11.340/06, mais
conhecida como a Lei Maria da Penha e (ii) o nosso
Código Penal. No primeiro caso, a redação original do
artigo 7º da Lei Maria da Penha já trazia algumas hipóteses
de violência doméstica contra mulher, de maneira não
taxativa, incluindo-se, aqui, a violência psicológica. Essa é
entendida como qualquer conduta que possa causar dano
emocional, diminuição da autoestima ou que prejudique e
perturbe o pleno desenvolvimento feminino. Após a edição
da lei 13.772/18, o texto legal foi alterado para acrescentar
que a "violação da intimidade" também é considerada um

79
ibid., 2019.
80
BRASIL. Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Sobre a Lei Maria da Penha. Disponível
em: http://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/lei-maria-da-penha/sobre-a-lei-maria-da-
penha. Acesso em: jul. 2019.
64
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem -
Uma análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da
Imagem
meio para degradar ou controlar as ações da mulher.
Assim, presente em seu sua Carta Magma,
Assim, a violaçãoo Brasil
à passou a ter a proteção
intimidade passoudaaimagem como
ser considerada
direito autônomo e exclusivo, no entanto, a atribuição de conceituar o que é a imagem para o
uma nova forma de violência doméstica e familiar contra a
direito, ficou à cargo da doutrina [...]O direito à imagem não encontra definição no direito
mulher”
positivo brasileiro, cabendo
81
. a doutrina (citação de citação) ZANINI, 2018, p. 149).
tal tarefa
PRIMEIRO O QUE É CITADO, SEGUNDO O QUE CITA – REFERÊNCIA DO QUE
CITA
Discute-se, no direito digital, se o autor de
compartilhamentos
Desta forma, o estadode imagens
brasileiro atravésdesautorizadas, teria
da Constituição Federal dee sob
de 1988 igual mododacom o
a influência
Declaração Universal dos Direitos Humanos, inseriu a proteção e a garantia da Dignidade,
responsável
bem como, pela captação
o direito e o respeitoinicial
à plena e divulgação
proteção da imagem
da Personalidade, de forma
para assim indevida,
possibilitar o a
completo desenvolvimento da do indivíduo.
mesma responsabilidade jurídica, ainda de modo mais grave, repercute na
Com a promulgação
atualidade o chamado da Constituição Federale,
cyberbullying, de outros
1988, o direito
crimes à imagem foi erigido
conexos como ao status
a extorsão
de direito autônomo. Quer dizer, o legislador constituinte originário conscientizou-se da
importância
trazendo casos do direito à imagem e dotou-o
já conhecidos e de degrande
proteçãorepercussão,
legal, independentemente
como da ofens
por exemplo o
vazamento de fotos íntimas da atriz Carolina Dieckmann, no ano de 2012.
a ou não de outro direito da personalidade.
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Franciulli /etto – A
Tendo Federal
Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição em vista a repercussão e os danos
causados à imagem da celebridade, o legislador foi levado
a editar a lei 12.737/12 (conhecida como "Lei Carolina
Dieckmann")
Desta forma, o Direito Constitucional brasileiro,prevendo
obteve a partir dacrimes
promulgação da especificamente
Carta
informáticos,
Magma, um marco histórico, como,pela
que se evidenciaria por exemplo,
proteção a inclusão
dos direitos humanos,do artigo 154-
e não
A dos
mais apenas, pela proteção do direitos
Código Penal: "Invadir
de propriedade, dispositivo
tendo assim, a efetiva einformático
explícita alheio,
norma de amparo aos Direitos da Personalidade.
conectado ou não à rede de computadores, mediante
Antes da promulgação daviolação indevida
referida Carta de mecanismo
Constitucional, de segurança
a proteção dava-se de forma e com o fim
de obter,
implícita no âmbito dos direitos adulterarSaliente-se
personalíssimos. ou destruir dados ou informações
que, anteriormente, já havia sem
autorização
manifestações de nossos tribunais expressa
favoráveis ou tácita
à indenização do em
pecuniária titular
casos do dispositivo ou
de violação
do direito à imagem entreinstalar
os quais pode ser citada a decisão
vulnerabilidades paraprecursora de 1928, da lavra
obter vantagem do Pena -
ilícita:
magistrado Octávio Kelly, relacionada à Miss Brasil de 1922, que teve sua imagem captada,
detenção,
sem seu consentimento, para um filme de 3 (três) meses
de atualidades. a 1 (um) ano, e multa" .
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-
82

5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Franciulli /etto – A Proteção ao Direito à Imagem e a


Constituição Federal
Fato é que, independentemente do tempo da ação ou
Notavelmente, antes da Constituição de 1988, as leis infra- legais seguiam a luz do direito de
formapropriedade
com quegarantido
se deunasaanteriores
conduta, a exposição
constituições, assim, de conteúdo
a proteção de foro
aos direitos íntimo
do autor viola
servia como a base legal para amparo do julgador nos casos que se apresentavam.
direitos fundamentais básicos como a imagem, privacidade e intimidade da pessoa,
tendoEm como
época primava, a Lei Eleitoral
principais n. 496, de 1º a
finalidades; de agosto de 1898, continha
exposição norma de
extremamente vexatória,
proteção à imagem, relacionada ao direito do autor.
difamatória e caluniosa, causando na vítima grandes constrangimentos sociais e
traumas psicológicos.

81
NEVES, Felipe Costa Rodrigues. O vazamento de imagens privadas e o direito
constitucional à privacidade e à intimidade. Constituição na Escola. Mgalhas on-line. 2019.
Disponível em: https://www.migalhas.com.br/ConstituicaonaEscola/123,MI296383,51045-
O+vazamento+de+imagens+privadas+e+o+direito+constitucional+a. Acesso em: jul. 2019.
82
ibid., 2019.
65
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem - Uma
análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da Imagem

O cyberbullying é um exemplo dentre vários outros crimes


semelhantes em que os danos causados à imagem afetam não só a vítima, mas
toda uma sociedade envolvida no contexto.
Assim, com o auxílio da internet, os crimes virtuais não se
utilizam mais apenas da violência física como instrumento para a ofensa ao bem
jurídico, mas apenas a própria imagem da pessoa e a ameaça ou a própria
exposição de forma vexatória; além de várias outras condutas delitivas e ilícitas
resultantes de ações da vida online que podem resultar em processos judiciais,
como demonstra os tipos legais abaixo:

INSULTOS. Xingar ou insultar alguém numa rede


social pode gerar processo com base no Artigo 140 do
Código Penal, que pune "a injúria que ofende a dignidade
ou decoro" com multa ou detenção de um a seis meses.
CALÚNIA. Inventar histórias falsas sobre alguém no Orkut,
Twitter ou Facebook pode ser enquadrado no Artigo 138
do Código Penal. A punição nesses casos consiste em
multa e detenção de seis meses a dois anos. USO
INDEVIDO DE IMAGEM. Postar fotos de terceiros sem
autorização pode levar a processo. O Artigo 5 Inciso X da
Constituição Federal diz que "são invioláveis a intimidade,
a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurando direito à indenização pelo dano material ou
moral". FALSA IDENTIDADE. Criar um perfil falso numa
rede social, blog ou microblog pode levar a processo
judicial com base no Artigo 307 do Código Penal. Pena:
multa ou detenção de três meses a um ano. DIVULGAÇÃO
DE SEGREDO. Revelar segredos de terceiros na internet,
ou de documentos/correspondência confidencial que
possam causar dano, pode levar a processo com base no
Artigo 153 do Código Penal. A punição é multa ou
detenção de um a seis meses. VIOLAÇÃ0 DE SEGREDO
DO TRABALHO. Divulgar informações confidenciais
referentes ao seu trabalho, através de e-mails, chats e
comunidades viola o Artigo 154 do Código Penal.
DIFAMAÇÃO. Associar uma pessoa a um fato que ofende
sua reputação pode render prisão de três meses a um ano
e multa (Art. 139 do Código Penal). CÓPIA NÃO
AUTORIZADA. Copiar ou plagiar obras de terceiros viola
seus direitos autorais, o que cai no Artigo 184 do Código
66
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem -
Uma análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da
Imagem
Penal. Penalidade: multa e detenção de três meses a um
Assim, presente em seu sua
ano.Carta Magma, o Brasil
PHISHING. passou aspam
Enviar ter a proteção
com dao imagem
intuitocomode levar
direito autônomo e exclusivo, no entanto, a atribuição de conceituar o que é a imagem para o
usuários a revelarem seus dados pessoais, ocasionando
direito, ficou à cargo da doutrina [...]O direito à imagem não encontra definição no direito
dano
positivo brasileiro, cabendo (Artigo
tal tarefa 155 do(citação
a doutrina Código Penal)ZANINI,
de citação) ou furto (Artigo
2018, p. 149). 163 do
PRIMEIRO O QUE ÉCódigo CITADO,Penal),
SEGUNDO pode
O QUEreceber
CITA – multa e/ou detenção
REFERÊNCIA DO QUE de até
CITA
seis meses. NEGLIGÊNCIA. Este é um alerta importante
para os pais que deixam seus filhos passar tempo demais
no PCatravés
Desta forma, o estado brasileiro sem da supervisão: a máquina
Constituição Federal de 1988não
e sob é babá eletrônica.
a influência da
Declaração Universal dosNão osHumanos,
Direitos vigiar, nem
inseriucriar regras
a proteção para odauso
e a garantia consciente da
Dignidade,
bem como, o direito e o respeito à plena
internet, proteção fora
mesmo da Personalidade,
de casa,para assim
fere o possibilitar o
Artigo 1.634 do
completo desenvolvimento da do indivíduo.
Código Civil, assim como os Artigos 3 e 4 do Estatuto da
Criança eFederal
Com a promulgação da Constituição do Adolescente 83
. à imagem foi erigido ao status
de 1988, o direito
de direito autônomo. Quer dizer, o legislador constituinte originário conscientizou-se da
importância do direito à imagem e dotou-o de proteção legal, independentemente da ofens
O cyberbullying e outros crimes semelhantes, não
escolhem suas vítimas pela vulnerabilidade social ou de determinados lugares, os
a ou não de outro direito da personalidade.
critérios na escolha das vítimas são quase inexistentes,
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos como
Franciullipor
/ettoexemplo
–A o
Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição Federal
recente caso envolvendo a cantora Luísa Sonza e ainda, outro episódio notório
sobre o tema foi o vazamento de fotos íntimas da atriz Carolina Dieckmann, no ano
Desta forma, o Direito Constitucional brasileiro, obteve a partir da promulgação da Carta
de 2012.
Magma, um marco histórico, que se evidenciaria pela proteção dos direitos humanos, e não
Assim,
mais apenas, pela proteção visualiza-se
dos direitos que,
de propriedade, tendotoda
assim, ea efetiva
qualquer pessoa
e explícita está
norma de amparo aos Direitos da Personalidade.
vulnerável em ser uma vítima, qualquer pessoa até o momento desconhecida, um
Antes da promulgação da referida Carta Constitucional, a proteção dava-se de forma
artista famoso,
implícita um político
no âmbito conhecido,
dos direitos ou até
personalíssimos. mesmo
Saliente-se que,um alto membro
anteriormente, da Suprema
já havia
manifestações de nossos tribunais favoráveis à indenização pecuniária em casos de violação
Cortedodo judiciário.
direito à imagem entre os quais pode ser citada a decisão precursora de 1928, da lavra do
magistrado Octávio Kelly, relacionada à Miss Brasil de 1922, que teve sua imagem captada,
sem seu consentimento, para um filme de atualidades. (file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-
5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Franciulli /etto – A Proteção ao Direito à Imagem e a
Constituição Federal
Por fim, a internet colocou em xeque-mate os direitos da
personalidade, não porque a internet ou a Inteligência artificial represente uma
Notavelmente, antes da Constituição de 1988, as leis infra- legais seguiam a luz do direito de
propriedade
ameaça por si garantido
só paranas anteriores constituições,
a humanidade, mas tão assim, a proteçãoporque
somente aos direitos do autor imbuído
o homem
servia como a base legal para amparo do julgador nos casos que se apresentavam.
de praticar o mau, detém a facilidade para tal, mas não a impunidade ou omissão
Em época primava, a Lei Eleitoral n. 496, de 1º de agosto de 1898, continha norma de
da lei.
proteção à imagem, relacionada ao direito do autor.

Desta forma, toda e qualquer pessoa, grupo social ou


indivíduo, em seu lar ou em público, no contexto histórico ou em seu legado, todos

83
MACHADO, André. As ações da vida online que podem resultar em processos judiciais.
O Globo Digital. 2010. Disponível em: https://oglobo.globo.com/economia/as-acoes-da-
vida-online-que-podem-resultar-em-processos-judiciais-3039154. Acesso em: jul. 2019.
67
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem - Uma
análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da Imagem

indiscutivelmente e indiferentemente de quaisquer circunstâncias, são


merecedores da proteção Constitucional. Ainda que esta se dê de modo aparente
tardio, mas jamais de modo omisso, à merecida e necessária tutela e reparação do
dano, assim como protegido os direitos da personalidade é na Constituição,
protegida a imagem também deve ser, nos demais diplomas legais e leis
específicas.

2.3 A tutela da imagem no direito civil para internet

A imagem como própria extensão e continuidade da


personalidade da pessoa, se difere dos demais institutos do direito da
personalidade. Consequentemente, a sua proteção nos diversos instrumentos e
códigos legais, tem características de proteção e comprovação de danos, distintos
à proteção de demais direitos individuais, bem como distintamente também da
proteção de bens materiais.

No ramo do direito civil por exemplo, a


personalidade do indivíduo se ramifica sob suas diversas
conjecturas e peculiaridades, de igual forma como é na
Constituição Federal, “[...] o direito de imagem é
irrenunciável, inalienável, intransmissível, porém
disponível, [...] destarte há a formalidade necessária para a
validade de um negócio jurídico, o qual tenha como objeto
de uso a exploração comercial da imagem-retrato, assim,
[...] sem a devida autorização/licença de uso de seu titular,
não poderá um terceiro fazer uso de imagem que não seja
a sua própria [...]” .84

Assim, núcleos de direitos inerentes à personalidade,


possuem distintas formas de proteção, o direito à honra, por exemplo, demanda a

84
JADÃO, Raphael; CHWARTZMANN, Alexandre Elman. Leis recentes facilitaram a
remoção de imagem usada indevidamente na internet. Consultor Jurídico on-line. 2017.
Disponível em: https://www.conjur.com.br/2017-fev-13/leis-recentes-facilitaram-remocao-
uso-indevido-imagem-rede. Acesso em: jul. 2019.
68
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem -
Uma análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da
Imagem
existência de dano para aferição de eventual indenização, o uso indevido de
Assim, presente em seu sua Carta Magma, o Brasil passou a ter a proteção da imagem como
imagem por
direito sua vez,
autônomo independe
e exclusivo, dea atribuição
no entanto, comprovação do prejuízo
de conceituar sendo,
o que é a imagem paraportanto,
o
direito, ficou à cargo da doutrina [...]O direito à imagem não encontra definição no direito
inerente à utilização
positivo sem autorização,
brasileiro, cabendo conforme
tal tarefa a doutrina secitação)
(citação de vê naZANINI,
respectiva
2018, p.Súmula
149). 403
PRIMEIRO O QUE É CITADO, SEGUNDO O QUE CITA – REFERÊNCIA DO QUE
do Superior Tribunal de Justiça: SÚMULA CITA Nº 403 Independe de prova do prejuízo
a indenização pela publicação não autorizada de imagem de pessoa com fins
Desta forma,
econômicos ouocomerciais
estado brasileiro
85. através da Constituição Federal de 1988 e sob a influência da
Declaração Universal dos Direitos Humanos, inseriu a proteção e a garantia da Dignidade,
bem como, o direito e o respeito à plena proteção da Personalidade, para assim possibilitar o
completo desenvolvimento da do indivíduo.
Desta forma, a reiterada e massiva ocorrência de
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, o direito à imagem foi erigido ao status
exposições
de direitoda imagem
autônomo. Querdedizer,
terceiros, deconstituinte
o legislador forma não consentida,
originário e desautorizada
conscientizou-se da na
importância do direito à imagem e dotou-o de proteção legal, independentemente da ofens
rede, fizeram com que o atual sistema de leis facilitasse ao usuário vítima, que este
tivesse o acesso simples e prático à mecanismos de interrupção do
a ou não de outro direito da personalidade.
compartilhamento destes conteúdos.
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Franciulli /etto – A
Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição Federal
Por vez, levando-se em consideração a impossibilidade
técnica do próprio usuário em fazer a retirada do conteúdo de sua imagem da rede,
Desta forma,
o legislador o Direito
tratou Constitucional
de incutir brasileiro,autonomia
determinada obteve a partirdo
da indivíduo
promulgaçãoem
da Carta
relação a sua
Magma, um marco histórico, que se evidenciaria pela proteção dos direitos humanos, e não
imagem
mais e o provedor
apenas, de conteúdo
pela proteção dos direitos virtual, comotendo
de propriedade, é o caso
assim, das redes
a efetiva sociais digitais,
e explícita
norma de amparo aos Direitos da Personalidade.
fazendo assim com que este recebesse um tratamento especial no ordenamento
Antes da promulgação da referida Carta Constitucional, a proteção dava-se de forma
jurídico vigente:
implícita no âmbito dos direitos personalíssimos. Saliente-se que, anteriormente, já havia
manifestações de nossos tribunais favoráveis à indenização pecuniária em casos de violação
do direito à imagem entre os quais pode ser citada a decisão precursora de 1928, da lavra do
magistrado Octávio Kelly, relacionada à Miss Brasil de 1922, que teve sua imagem captada,
sem seu consentimento, para um filme“Muito se fala
de atualidades. sobre as novidades introduzidas
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-
pelo Marco
5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Civil
Franciulli da– A
/etto Internet
Proteção(Lei 12.965/2014)
ao Direito à Imagem e ae pelo Novo
Constituição Federal Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015) no que diz
respeito aos mecanismos mais ágeis disponíveis aos
Notavelmente, antes da Constituição de 1988, as leis infra- legais seguiam a luz do direito de
propriedade garantido nasusuários da internet
anteriores constituições, assim,para reparar
a proteção eventuais
aos direitos do autor danos
causados pelo uso indevido de imagem
servia como a base legal para amparo do julgador nos casos que se apresentavam. e divulgação de
conteúdo inverídico, principalmente no âmbito das redes
Em época primava, a Leisociais.
Eleitoral n. Dentre
496, de 1º de agosto de
estas 1898, continhadestaca-se
novidades, norma de
a tutela
proteção à imagem, relacionada ao direito do autor.
antecipada requerida em caráter antecedente (artigo 403
do CPC de 15), por meio da qual é possível obter a
cessação imediata da propagação de veiculação indevida
da imagem do usuário sem o seu consentimento, o que
permite, num segundo momento, após o conteúdo ter sido

85
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Súmula nº 403. In: ______. Revista de súmulas.
2014. p. 130. RSSTJ, a. 8, (38): 53-130. Disponível em:
https://ww2.stj.jus.br/docs_internet/revista/eletronica/stj-revista-sumulas-
2014_38_capSumula403.pdf . Acesso em: jul. 2019.
69
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem - Uma
análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da Imagem

removido, requerer a indenização pelos danos morais e/ou


materiais causados” . 86

Ocorre que, o legislador ao conferir no Marco Civil da


internet, a capacidade deliberativa ao próprio sujeito lesado, pela exposição de sua
imagem na rede, amplifica o poder de exercício do próprio direito, uma espécie de
direito de autodefesa da sua imagem perante a sociedade da informação e
também diante do judiciário.

Destarte, o sujeito de direitos, passa a exercer na


sociedade contemporânea, a sua capacidade de exercício da autonomia e
autodefesa, além de facilitar seu acesso ao judiciário em decorrência de lesão à
imagem, utilizando-se do respaldo legal, impetrar ante o provedor de conteúdo, a
sua notificação afim de que se retire da rede a sua imagem retratada, seja em sua
vida privada, em sua intimidade e que constitui dados de foro íntimo.

“No âmbito das relações havidas por meios


eletrônicos, pode-se dizer que ninguém poderá publicar,
em um provedor como Facebook ou Instagram, por
exemplo, a imagem desautorizada de outro usuário. Não
obstante, não é incomum que terceiros se utilizem da
imagem desautorizada alheia e, por vezes meramente por
desconhecimento da legislação vigente, cometam
infrações passíveis de indenização, com reflexos também
na esfera criminal” . 87

Como vários são os fatores necessários, para que se


caracterize uma situação fática permissiva de retirada de imagens da plataforma
de informações das redes sociais digitais, nem sempre essa notificação é atendida,
e o usuário e seu pedido para a cessação e interrupção do uso indevido de sua
imagem, pode ensejar uma demanda perante o judiciário:

86
JADÃO, Raphael; CHWARTZMANN, Alexandre Elman. Leis recentes facilitaram a
remoção de imagem usada indevidamente na internet. Consultor Jurídico on-line. 2017.
Disponível em: https://www.conjur.com.br/2017-fev-13/leis-recentes-facilitaram-remocao-
uso-indevido-imagem-rede. Acesso em: jul. 2019.
87
ibid., 2019.
70
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem -
Uma análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da
Imagem

Assim, presente em seu sua Carta Magma, o Brasil passou a ter a proteção da imagem como
“Muito
direito autônomo e exclusivo, no entanto, embora
a atribuição o o que
de conceituar Marco
é a imagemCivil
para o tenha
direito, ficou à cargo daexpressamente afastado
doutrina [...]O direito à imagem nãoa responsabilidade do provedor
encontra definição no direito
positivo brasileiro, cabendo
de talconteúdo,
tarefa a doutrina
tal (citação
qual deFacebook
citação) ZANINI,
e 2018, p. 149).
Instagram, eles
PRIMEIRO O QUE É CITADO, SEGUNDO O QUE CITA – REFERÊNCIA DO QUE
continuam sendo CITA réus nas ações para remoção de
conteúdo, pois é a forma mais rápida de remover a
publicação e todos os compartilhamentos a ela
Desta forma, o estado brasileiro através da(o
relacionados Constituição
usuário Federal
infratordenão
1988 tem
e sob meios
a influência
de da
remover
Declaração Universal dos Direitos Humanos, inseriu a proteção e a garantia da Dignidade,
bem como, o direito e o respeito à plena proteção da Personalidade, para assim possibilitarde
compartilhamentos feitos por terceiros), além o poder
completo desenvolvimento informar dados sobre o usuário infrator” .
da do indivíduo. 88

Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, o direito à imagem foi erigido ao status
de direito autônomo. Quer dizer, o legislador constituinte originário conscientizou-se da
importância do direito à imagem e dotou-o de proteção legal, independentemente da ofens
Por vez, cada caso de uso indevido e desautorizado da
imagem, em espécies de contratos pré-existentes, ocasiona não só a ruptura e a
a ou não de outro direito da personalidade.
quebra deste, mas, como meio de impedir o compartilhamento
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-5565-1-PB%20(1).pdf) e a /etto
Domingos Franciulli ampliação
–A da
lesãoProteção ao Direito à Imagem e a Constituição Federal
à imagem.

“[...] as pessoas
Desta forma, o Direito Constitucional brasileiro, obteve
semprea partir da promulgação
estiveram da Carta às mais
expostas
Magma, um marco histórico, que se evidenciaria pela proteção dos direitos humanos, e não
variadas possibilidades de terem sua privacidade violada, sua imagem
mais apenas, pela proteção dos direitos de propriedade, tendo assim, a efetiva e explícita
utilizada
indevidamente ou de sofrerem abusos
norma de amparo aos Direitos da Personalidade. perpetrados por terceiros, com o avanço
tecnológico – em especial na última década -, a globalização e o acesso irrestrito à
Anteshouve
internet, da promulgação da referida crescimento
um espantoso Carta Constitucional, a proteção dava-se
de ferramentas de forma
ensejadoras das mais
implícita no âmbito dos direitos personalíssimos. Saliente-se que, anteriormente, já havia
diversas violações [...]” . 89
manifestações de nossos tribunais favoráveis à indenização pecuniária em casos de violação
do direito à imagem entre os quais pode ser citada a decisão precursora de 1928, da lavra do
magistrado Octávio Kelly, relacionada à Miss Brasil de 1922, que teve sua imagem captada,
sem seu consentimento, para um filme de atualidades. (file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-
5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Franciulli /etto – A Proteção ao Direito à Imagem e a
Constituição Federal
Assim, o tempo na demora no atendimento do pedido de
retirada de conteúdo, bem como, o próprio conteúdo exposto, podem ser
Notavelmente, antes da Constituição de 1988, as leis infra- legais seguiam a luz do direito de
propriedade como
considerados garantidomeios
nas anteriores constituições, assim,
de quantificação a proteção
para uma aos direitos doindenização
posterior autor e
servia como a base legal para amparo do julgador nos casos que se apresentavam.
reparação do dano moral e material decorrente da exposição, uso indevido, e
Em época primava, a Lei Eleitoral n. 496, de 1º de agosto de 1898, continha norma de
constrangimento sofrido
proteção à imagem, sendo
relacionada aqui do
ao direito a autor.
lesão à outros direitos da personalidade,
além da própria imagem, seja pela a indenização moral e material, seja pela
reparação de dano.
Conclui-se assim que, a Constituição Federal, quando de
forma expressa, cuidou da imagem como um Direito Fundamental e de garantia

88
ibid., 2019.
89
ibid., 2019.
71
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem - Uma
análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da Imagem

plena, deu à luz seus ordenamentos jurídicos infraconstitucionais, como é o Código


Civil e este por sua vez, consequentemente ao Marco Civil da Internet.
Por fim, estes instrumentos de proteção da imagem,
refletem a mais evoluída parametrização legal entre as grandes corporações da
internet e o mais simples dos sujeitos, garantindo a igualdade e o tratamento justo
e equitativo entre todos membros da sociedade, seja pessoa física ou jurídica, a
responsabilidade pelo uso da imagem de outrem tem seguido o parâmetro de
ampla proteção e de cuidado específico, tratando a imagem do sujeito como a
própria expressão e continuidade do seu ser; proteção esta, que sem a qual seria
impossível concretizar o ideal de uma sociedade justa, solidária e igual para todos.

3. Conclusão
A pesquisa concluiu que, a proteção e a garantia
Constitucional do direito de imagem, inspirada nas declarações e
Pactos Internacionais, possuíram ampla radiação nas leis ordinárias
e decisões jurisprudenciais.
E ainda que, o Brasil com da promulgação da moderna
Constituição de 1988 e diante das demais constituições de outros
países, passou a ocupar uma posição de destaque no cenário
internacional, pela ampla proteção aos direitos da Personalidade,
distinguindo para todos os efeitos de legais os variados aspectos da
personalidade e direitos subjetivos e individuais.
Por fim, a pesquisa evidenciou a cobertura e alcance distinção
do direito constitucional da imagem nas leis brasileiras, onde
presente se fazem notoriamente a proteção desta, e que, no entanto,
os aspectos intrínsecos do direito da imagem como direito individual
e autônomo, ainda precisam de uma melhor análise e estudos para
então resultar em uma melhor proteção fática e segurança jurídica, e
melhor valorar uma devida indenização nos casos de uso indevido e
violação da imagem, exatamente o que se buscou com a presente
pesquisa.

4. Referências

72
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem -
Uma análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da
Imagem

Assim, presente em seu sua Carta Magma, o Brasil passou a ter a proteção da imagem como
ARAÚJO, Luiz Alberto
direito autônomo David.
e exclusivo, A aproteção
no entanto, constitucional
atribuição de conceituar o que éda própria
a imagem para o
imagem. Belo
direito, ficouHorizonte: Del[...]O
à cargo da doutrina Rey,direito
1996, p. 26.não encontra definição no direito
à imagem
positivo brasileiro, cabendo tal tarefa a doutrina (citação de citação) ZANINI, 2018, p. 149).
PRIMEIRO O QUE É CITADO, SEGUNDO O QUE CITA – REFERÊNCIA DO QUE
ARAUJO, Luiz Alberto David; NUNES CITA JUNIOR, V. S. Curso de Direito
Constitucional. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2001.
Desta forma, o estado brasileiro através da Constituição Federal de 1988 e sob a influência da
Declaração Universal dos Direitos Humanos, inseriu a proteção e a garantia da Dignidade,
BRASIL. Conselho
bem como, o direito e oNacional de Justiça
respeito à plena (CNJ).
proteção da Sobrepara
Personalidade, a Lei
assimMaria da oPenha.
possibilitar
Disponível em: http://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/lei-maria-da-
completo desenvolvimento da do indivíduo.
penha/sobre-a-lei-maria-da-penha. Acesso
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, em: jul.à imagem
o direito 2019.foi erigido ao status
de direito autônomo. Quer dizer, o legislador constituinte originário conscientizou-se da
importância do direito à imagem e dotou-o de proteção legal, independentemente da ofens
BRASIL. Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014. Estabelece princípios,
garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12965.htm.
a ou não de outro direito da personalidade.
Acesso em: jul. de 2019.
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Franciulli /etto – A
Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição Federal

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Súmula nº 403. In: ______. Revista


de súmulas. 2014.
Desta forma, p. Constitucional
o Direito 130. RSSTJ, a. 8, obteve
brasileiro, (38):a53-130. Disponível
partir da promulgação em:
da Carta
https://ww2.stj.jus.br/docs_internet/revista/eletronica/stj-revista-sumulas
Magma, um marco histórico, que se evidenciaria pela proteção dos direitos humanos, e não
mais apenas, pela proteção dos direitos de propriedade, tendo assim, a efetiva e explícita
2014_38_capSumula403.pdf . Acesso em: jul. 2019.
norma de amparo aos Direitos da Personalidade.

Antes da promulgação da referida Carta Constitucional, a proteção dava-se de forma


BRASIL.
implícitaCódigo
no âmbitoCivil, Leipersonalíssimos.
dos direitos 10.406, de Saliente-se
10 de janeiro de 2002. já1ahavia
que, anteriormente, edição. São
Paulo: Revista de
manifestações dos Tribunais,
nossos 2002. à indenização pecuniária em casos de violação
tribunais favoráveis
do direito à imagem entre os quais pode ser citada a decisão precursora de 1928, da lavra do
magistrado Octávio Kelly, relacionada à Miss Brasil de 1922, que teve sua imagem captada,
BRASIL.
sem seu Constituição (1988).
consentimento, para um filmeConstituição da República Federativa do
de atualidades. (file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-
5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Franciulli /etto – A Proteção ao Direito à Imagem e a
Brasil. Brasília,
Constituição DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988, 292p.
Federal

Notavelmente, antes da Constituição de 1988, as leis infra- legais seguiam a luz do direito de
BRITO, Mirella
propriedade Barros
garantido Conceição.
nas anteriores O direito
constituições, assim,àa imagem
proteção aosda pessoa
direitos jurídica.
do autor
Revista
serviaDireito UNIFACS,
como a base Salvador,
legal para amparo nº nos
do julgador 131, p.que
casos 04,se 2011.
apresentavam.

Em época primava, a Lei Eleitoral n. 496, de 1º de agosto de 1898, continha norma de


DECLARAÇÃO
proteção à imagem,UNIVERSAL DOS
relacionada ao direito DIREITOS HUMANOS. Disponível
do autor.
em: https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2018/10/DUDH.pdf.
Acesso em: jul. 2019.

DOMINGOS, Franciulli Netto. A Proteção ao Direito à Imagem e a


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Saraiva, v. 16, n. 1, p. 1-74, jan. /jul. 2004.

DURVAL, Hermano. Direito à imagem. São Paulo. Editora Saraiva. 1988.


73
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FACHIN, Zulmar Antônio. A Proteção Jurídica da Imagem. São Paulo:


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74
Uriel Henrique da Silva – Um olhar Digital: aplicativos de interação e alteração da Imagem -
Uma análise sobre as novas tecnologias e as violações da Dignidade Humana no uso da
Imagem
TEFFÉ, Chiara Antônia Spadaccini de. Considerações sobre a proteção do
Assim, presente em seu sua Carta Magma, o Brasil passou a ter a proteção da imagem como
direito à imagem
direito autônomo ena internet.
exclusivo, Revista
no entanto, de informação
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o que é a imagem para v.o 54,
n. 213,direito,
p. 173-198, jan./mar.
ficou à cargo da doutrina2017. Disponível
[...]O direito em:
à imagem não encontra definição no direito
positivo brasileiro, cabendo tal tarefa a doutrina (citação de citação) ZANINI, 2018, p. 149).
http://www12.senado.leg.br/ril/edicoes/54/213/ril_v54_n213_p173.
PRIMEIRO O QUE É CITADO, SEGUNDO O QUE CITA – REFERÊNCIA DO QUEAcesso
em: jul. 2019. CITA

WALDMAN,
Desta forma, oAri
estadoEzra. Professor
brasileiro através daassociado da New
Constituição Federal York
de 1988 Law
e sob School,
a influência da à
Declaração Universal dos Direitos Humanos, inseriu a proteção e a garantia da Dignidade,
CNN. bemOs crimes
como, transmitidos
o direito pelo
e o respeito à plena Facebook
proteção e a responsabilidade
da Personalidade, da orede
para assim possibilitar
sobrecompleto
seu conteúdo. Nexo
desenvolvimento Jornal-
da do LTDA 2018. Disponível em:
indivíduo.
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/04/17/Os-crimes-
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, o direito à imagem foi erigido ao status
transmitidos-pelo-Facebook-e-a-responsabilidade-da-rede-sobre-seu-
de direito autônomo. Quer dizer, o legislador constituinte originário conscientizou-se da
importância do direito à imagem e dotou-o de proteção legal, independentemente da ofens
conteúdo. Acesso em jul. 2019

ZANINI,
a ou nãoLeonardo E. da
de outro direito depersonalidade.
Assis. Direito à Imagem. Juruá Editora, 2018, p.
31-32, ID:26570.
(file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Franciulli /etto – A
Proteção ao Direito à Imagem e a Constituição Federal

Desta forma, o Direito Constitucional brasileiro, obteve a partir da promulgação da Carta


Magma, um marco histórico, que se evidenciaria pela proteção dos direitos humanos, e não
mais apenas, pela proteção dos direitos de propriedade, tendo assim, a efetiva e explícita
norma de amparo aos Direitos da Personalidade.

Antes da promulgação da referida Carta Constitucional, a proteção dava-se de forma


implícita no âmbito dos direitos personalíssimos. Saliente-se que, anteriormente, já havia
manifestações de nossos tribunais favoráveis à indenização pecuniária em casos de violação
do direito à imagem entre os quais pode ser citada a decisão precursora de 1928, da lavra do
magistrado Octávio Kelly, relacionada à Miss Brasil de 1922, que teve sua imagem captada,
sem seu consentimento, para um filme de atualidades. (file:///C:/Users/Uriel/Downloads/1482-
5565-1-PB%20(1).pdf) Domingos Franciulli /etto – A Proteção ao Direito à Imagem e a
Constituição Federal

Notavelmente, antes da Constituição de 1988, as leis infra- legais seguiam a luz do direito de
propriedade garantido nas anteriores constituições, assim, a proteção aos direitos do autor
servia como a base legal para amparo do julgador nos casos que se apresentavam.

Em época primava, a Lei Eleitoral n. 496, de 1º de agosto de 1898, continha norma de


proteção à imagem, relacionada ao direito do autor.

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