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CAP. l.

A ESCOLA LIBERAL CLÁSSICA DO DIREITO PENAL E A CRIMINOLOGIA POSITIVISTA

1. A CRIMINOLOGIA POSITIVISTA E A ESCOLA LIBERAL CLÁSSICA DO DIREITO PENAL

A criminologia contemporânea, dos anos 30 em diante, se caracteriza pela tendência a superar


as teorias patológicas da criminalidade, ou seja, as teorias baseadas sobre as características
biológicas e psicológicas que diferenciariam os sujeitos “criminosos” dos indivíduos “normais”,
e sobre a negação do livre arbítrio mediante um rígido determinismo. Estas teorias eram
próprias da criminologia positivista que, inspirada na filosofia e na psicologia do positivismo
naturalista, predominou entre o final do século passado e princípios do século XX.

A novidade de sua maneira de enfrentar o problema da criminalidade e da resposta penal a esta


era constituída pela pretensa possibilidade de individualizar “sinais” antropológicos da
criminalidade e de observar os indivíduos assim “assinalados” em zonas rigidamente
circunscritas dentro do âmbito do universo social (as instituições totais, ou seja, o Cárcere e o
manicômio judiciário). A este fato novo na história da ciência pode-se associar o início de uma
nova disciplina científica. Por isso, tende-se a ver nas escolas positivista o começo da
criminologia como uma nova disciplina, isto é, um universo de discurso autônomo. Este tem
por objeto não propriamente o delito, considerado como conceito jurídico, mas o homem
delinquente, considerado como um indivíduo diferente e, como tal, clinicamente observável.
Em sua origem, pois, a criminologia tem como específica função cognoscitiva e prática,
individualizar as causas desta diversidade, os fatores que determinam o comportamento
criminoso, para combatê-los com uma série de práticas que tendem, sobretudo, a modificar o
delinquente. A concepção positivista da ciência como estudo das causas batizou a criminologia.

Como se poderá verificar pela exposição nos capítulos seguintes, não obstante a reação que,
dos anos 30 em diante, se seguiu à concepção patológica da criminalidade (reação, como se
verá, já antecipada por Durkheim nos tempos de predomínio de tal concepção), a matriz
positivista continua fundamental na história da disciplina, até nossos dias. Não só porque a
orientação patológica e clínica continua representada na criminologia oficial, mas também
porque as escolas sociológicas que se desenvolveram, dos anos 30 em diante, especialmente
nos Estados Unidos, contrapondo-se como “sociologia criminal” à “antropologia criminal”,
continuaram por muito tempo e ainda em parte continuam a considerar a criminologia
sobretudo como estudo das causas da criminalidade. Ainda que estas orientações tenham,
geralmente, deslocado a atenção dos fatores biológicos e psicológicos para os sociais, dando
o predomínio a estes últimos, o modelo positivista da criminologia como estudo das causas
ou dos fatores da criminalidade (paradigma etiológico) para individualizar as medidas
adequadas para removê-los, intervindo sobretudo no sujeito criminoso (correcionalismo),
permanece dominante dentro da sociologia criminal contemporânea. Isto, pelo menos, como
se indicou na introdução, enquanto este modelo não foi posto em dúvida e substituído, parcial
ou totalmente, por um novo paradigma científico, o do labeling approach (paradigma da reação
social). O conhecimento de que não é possível considerar a criminalidade como um dado pré-
constituído às definições legais de certos comportamentos e de certos sujeitos é característica,
como veremos mais detalhadamente adiante, das diversas tendências da nova criminologia
inspirada neste paradigma. A consideração do crime como um comportamento definido pelo
direito, e o repúdio do determinismo e da consideração do delinquente como um indivíduo
diferente, são aspectos essenciais da nova criminologia.

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