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Curso Formação Pedagógica para Graduados não

Licenciados EPT

Prof. Dr. Jader Ribeiro Pinto

PROCESSOS EDUCATIVOS E DE GESTÃO: INSTITUIÇÕES


ESCOLARES, COMUNITÁRIAS, ASSITENCIAIS E DO
MUNDO DO TRABALHO.

TEXTO BASE 04
Disciplina de Processos Educativos e de Gestão: instituições 1
escolares, comunitárias, assistenciais e do mundo do trabalho.
2019
Texto Base 04
SUMÁRIO

2. PROCESSOS EDUCATIVOS E DE GESTÃO

2.3. Eleição democrática para Diretor da escola

2.4. Espaço e participação da comunidade na gestão da escola

2.5. Conselho da escola

REFERÊNCIAS

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escolares, comunitárias, assistenciais e do mundo do trabalho.
Texto Base 04
TEXTO BASE 04
Prof. Dr. Jader Ribeiro Pinto.

2.3- Eleição democrática para Diretor da escola:

Um processo bastante importante na gestão democrática é a eleição para


os dirigentes da escola.

A Constituição Federal do Brasil, promulgada em 1988, traz a gestão


democrática como um dos princípios norteadores da oferta do ensino público no
país. A inclusão desse princípio no texto legal é resultado de reivindicações de
movimentos populares, sindicais e outros segmentos da sociedade civil pela
publicização do Estado, uma vez que o país passava por um regime militar
autoritário e centralizador que se estendeu no período de 1964 até 1985 (SILVA,
2006).

Tratando do mecanismo de provimento do cargo de diretor escolar, Silva


(2006), estabelece interessantes comentários.
“A discussão sobre o processo de escolha de diretor escolar vem
recebendo muita atenção dos pesquisadores na produção de reflexões teórico-
conceituais e políticas sobre a gestão democrática da educação. Para
Mendonça (2001) a importância dispensada a esse elemento da gestão
democrática pode ser compreendida através de dois processos. Um está
vinculado ao próprio processo eleitoral como fator essencial no exercício da
democracia e o outro, ao espaço que esse mecanismo ocupou dentre as
reivindicações dos movimentos sociais. Esse é o processo que melhor
concretizou a luta contra o clientelismo e o autoritarismo na gestão educacional”
(SILVA, 2006, p.293).

O diretor de escola, de acordo com Hora (1998), tem como principal função,
realizar, por intermédio da administração, uma liderança política, cultural e
pedagógica, a fim de garantir o atendimento das necessidades educacionais.

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Por sua vez, Paro (2016) comenta a atuação contraditória do diretor da
maneira que segue.
“O que nós temos hoje é um sistema hierárquico que pretensamente coloca
todo poder nas mãos do diretor. Não é possível falar das estratégias para se
transformar o sistema de autoridade no interior da escola, em direção a uma
efetiva participação de seus diversos setores, sem levar em conta a dupla
contradição que vive o diretor de escola hoje. Esse diretor, por um lado, é
considerado a autoridade máxima no interior da escola, e isso, pretensamente,
lhe daria um grande poder e autonomia; mas, por outro lado, ele acaba se
constituindo, de fato, em virtude de sua condição de responsável último pelo
cumprimento da Lei e da Ordem na escola, em mero preposto do Estado. Esta
é a primeira contradição. A segunda advém do fato de que, por um lado, ele
deve ter uma competência técnica e um conhecimento dos princípios e métodos
necessários a uma moderna e adequada administração dos recursos da escola,
mas, por outro, sua falta de autonomia em relação aos escalões superiores e a
precariedade das condições concretas em que se desenvolvem as atividades
no interior da escola tornam uma quimera a utilização dos belos métodos e
técnicas adquiridos (pelo menos supostamente) em sua formação de
administrador escolar, já que o problema da escola pública no país não é, na
verdade, o da administração de recursos, mas o da falta de recursos” (PARO,
2016, p.15-16).

2.4- Espaço e participação da comunidade na gestão da escola:

De início, ao se falar em comunidade, cabe a citação de Schmidt (2018):


“Viver juntos, depender uns dos outros, cooperar para sobreviver é a base
da vida em comunidade, que marca a trajetória humana desde o início dos
tempos. Por centenas de milhares de anos, muito antes de qualquer traço de
Estado ou mercado, a busca de segurança num mundo hostil empurrou os
humanos a viverem em bandos, tribos, clãs e toda sorte de agrupamentos, nos
quais partilharam afeto, crenças e valores” (SCHMIDT, 2018, p. 10).

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A LDB, em seu art. 12, Caput combinado com o inciso VI, diz que os
estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema
de ensino, terão a incumbência de articular-se com as famílias e a comunidade,
criando processos de integração da sociedade com a escola.

A necessidade de promover a articulação entre a escola e a comunidade a


que serve é fundamental, segundo Hora (1998), que complementa:
“O entendimento de que a escola não é um órgão isolado do contexto
global de que faz parte, deve estar presente no processo de organização de
modo que as ações a serem desenvolvidas estejam voltadas para as
necessidades comunitárias.

Além de cobrar o conhecimento técnico-científico, a compreensão crítica da


política educacional e do funcionamento da sociedade a serviço da comunidade
escolar, há que estar ainda alerta à dimensão educativa das organizações
populares em suas relações com a escola, através do conhecimento da
movimentação política da comunidade em que está inserida. Neste sentido, é
preciso compreender as concepções de comunidade e as relações que a escola
estabelece com seu contexto social imediato” (HORA, 1998, p.59)”.

A articulação da escola com a comunidade pode trazer experiências


interessantes para os processos educativos e de gestão. O exemplo de uma
escola agrícola nos Estados Unidos revela isto:
“Nos Estados Unidos, as escolas agrícolas tiveram um papel importante na
abertura para a comunidade, como é o caso internacionalmente conhecido da
Pen School (Ilha de Santa Helena, Carolina do Sul), que fechava no período de
colheita para que os professores pudessem demonstrar técnicas agrícolas nos
campos, lado a lado com os trabalhadores, transformando, assim toda a ilha em
escola (HORA, 1998, p.65).

Comentando sobre o papel da gestão local da escola, Boneti (2011) diz que
ao agente local cabe o exercício de um importante papel, além da mera
racionalização dos recursos financeiros apontados pelos planejadores das
Políticas Educacionais, e aponta três grandes aspectos da gestão da escola
atualmente: Organização da sociedade civil; A formação do sujeito social; O
fortalecimento do local em contraposição ao global.

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A participação da comunidade na gestão democrática é tratada por Paro
(2016).
“Se falamos “gestão democrática da escola”, parece-me já estar
necessariamente implícita a participação da população em tal processo.
Quando, entretanto, destacamos a “gestão democrática da escola”, para
examinar as relações que tal gestão tem com a comunidade, parece-me que
estamos imputando a ela um caráter de exterioridade ao processo democrático
que se daria no interior da escola, como se, consubstanciada a democracia na
unidade escolar, a comunidade fosse apenas mais um fator a ser administrado
por meio das “relações” que com ela se estabelecem. Se, todavia, concebemos
a comunidade – para cujos interesses a educação escolar deve voltar-se –
como o real substrato de um processo de democratização das relações na
escola, parece-me absurda a proposição de uma gestão democrática que não
suponha a comunidade como sua integrante. Por mais tautológico que isso
possa parecer, o equívoco aqui apontado parece estar muito mais presente do
que se imagina, na teoria e na prática da administração de nossas escolas,
numa suposição de que a questão da democratização das relações deve
restringir-se às pessoas que atuam no âmbito do Estado, sem se dar conta que,
por mais colegiada que seja a administração da unidade escolar, se ela não
inclui a comunidade, corre o risco de constituir apenas mais um arranjo entre os
funcionários do Estado, para atender a interesses que, por isso mesmo,
dificilmente coincidirão com os da população usuária” (PARO, 2016, p.21-22).

2.5- Conselho da escola:

O conselho escolar idealizado pela LDB deve compor a organização da


própria escola, responsabilizando-se pela tomada de decisões em todas os
campos que envolvem o trabalho na escola, não restringindo-se somente a gestão
de recursos financeiros, como vem se percebendo com a criação e
implementação dos órgãos colegiados que os executam (SILVA, 2006).

Tratando da criação do conselho escolar, Hora (1998) faz significativas


referencias.

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“A criação do Conselho Escolar, diante deste contexto, torna-se
fundamental, pois o processo de discussão nas comunidades escolares
implanta a ação conjunta com a co-responsabilidade de todos no processo
educativo. Através deste mecanismo de ação coletiva é que efetivamente serão
canalizados os esforços da comunidades escolar em direção a renovação da
escola, na busca da melhoria do ensino e de uma sociedade humana mais
democrática” (HORA, 1998, p.57).

Em relação ao conselho da escola, Libâneo et al (2012) , comenta o que


segue.
“O conselho da escola tem atribuições consultivas, deliberativas e fiscais
em questões definidas na legislação estadual ou municipal e no regimento
escolar. Essas questões, geralmente, envolvem aspectos pedagógicos,
administrativos e financeiros. Em vários estados, o conselho é eleito no início
do ano letivo. Sua composição tem certa proporcionalidade de participação dos
docentes, dos especialistas em educação, dos funcionários, dos alunos e seus
pais, observando em princípio, a paridade entre integrantes da escola (50%) e
comunidade (50%)” (LIBÂNEO et al, 2012, p.464).

Paro (2016) Vê o Conselho como um instrumento que precisa ser


aperfeiçoado.
“Na medida em que se conseguir a participação de todos os setores da
escola – educadores, alunos, funcionários e pais – nas decisões sobre seus
objetivos e funcionamento, haverá melhores condições para pressionar os
escalões superiores a dotar a escola de autonomia e de recursos. A esse
respeito, vejo no conselho de escola uma potencialidade a ser explorada. É
bem verdade que, mesmo em São Paulo, ele ainda é um instrumento
imperfeito, já que existem problemas institucionais para sua instalação de modo
satisfatório nas escolas. Mas, de qualquer forma, é um instrumento que existe e
precisa ser aperfeiçoado com vistas a que se torne o embrião de uma
verdadeira gestão colegiada que esteja articulada com os interesses populares
da escola. Hoje, quando o diretor reivindica, é fácil dizer-lhe “não”. Tornar-se-á
muito mais difícil dizer “não”, entretanto, quando a reivindicação não for de uma
pessoa, mas de um grupo, que represente outros grupos e esteja
instrumentalizado pela conscientização que sua própria organização propicia”
(PARO, 2016, p.17).

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No artigo de Souza (2009), postado no ambiente virtual, tem-se importantes
considerações adicionais sobre o conselho escolar, eleição para diretor e
participação da comunidade, motivo pelo qual se recomenda sua leitura atenta.

REFERENCIAS:

BONETI, L.W. As políticas educacionais, a gestão da escola e a exclusão social.


In: Gestão da educação: impasses, perspectivas e compromissos. FERREIRA,
N.S.C.; AGUIAR, M.A.daS. (orgs.). 8.ed. São Pulo: Cortez, 2011.p.213-241.

BRASIL. Lei nº 9.394. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de


20 de dezembro de 1996. Presidência da República. Brasília, DF.

HORA, D.L. da.Gestão democrática na escola: artes e ofícios da participação


coletiva. 4.ed. Campinas: Papirus, 1998. 144p.

LIBÂNEO, J.C.; OLIVEIRA, J.F. de; TOSCHI, M.S. Educação escolar:

PARO, V.H. Gestão democrática da educação pública. 4.ed. São Paulo:


Cortez, 2016.141p.

SILVA, C.D. Eleição de diretores escolares: avanços e retrocessos no exercício


da gestão democrática da educação. Gest. Ação, Salvador, v.9, n.3, p. 271-288,
set./dez. 2006

SCHMIDT, J.P. Universidades comunitárias e terceiro setor.[recurso


eletrônico]: fundamentos comunitaristas da cooperação em políticas públicas. 1.
ed. Santa Cruzdo Sul : EDUNISC, 2018. 244p.

SOUZA, A. R. Perfil da gestão da escola pública no Brasil: um estudo sobre os


diretores escolares e sobre aspectos da gestão democrática. Revista
Iberoamericana de Educación, v. 49, p. 1-12, 2009.

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SOUZA, S.M.Z.L. Escola e empresa: iniciativas de parceria no Estado de São
Paulo. In: Gestão da educação: impasses, perspectivas e compromissos.
FERREIRA, N.S.C.; AGUIAR, M.A.daS. (orgs.). 8.ed. São Pulo: Cortez, 2011.
p.255-280.

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