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DISCIPLINA:

CIÊNCIAS DO AMBIENTE
Autoria: HELBER BARCELLOS DA COSTA

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Vitória, 2015
1

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AD – Núcleo de Educação à Distância

GESTÃO ACADÊMICA - Coord. Didático Pedagógico

GESTÃO ACADÊMICA - Coord. Didático Semipresencial

GESTÃO DE MATERIAIS PEDAGÓGICOS E METODOLOGIA

Coord. Geral de EAD

Ciências do Ambiente
2

BIBLIOTECA MULTIVIX
(Dados de publicação na fonte)

C837c

Costa, Helber Barcellos da.

Ciências do ambiente / Helber Barcellos da Costa – Vitória :


Multivix, 2015.

89 f. ; 30 cm

Inclui referências.

1. Engenharia ambiental. 2. Ciências do ambiente I. Faculdade


Multivix. II. Título.

CDD: 628

Ciências do Ambiente
3

Disciplina: Ciências do Ambiente


Autoria: Helber Barcellos da Costa

Primeira edição: 2015

Ciências do Ambiente
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SUMÁRIO

1º BIMESTRE.................................................................................... 6
1-INTRODUÇÃO ............................................................................... 7

2- A CRISE AMBIENTAL .................................................................. 8


2.1 CRISE AMBIENTAL .......................................................................... 8
2.2 FATORES INTERVENIENTES E POLUIÇÃO ........................................ 9
2.2.1 POPULAÇÃO .................................................................................................. 10
2.2.2 RECURSOS NATURAIS .................................................................................... 12
2.2.3 POLUIÇÃO ..................................................................................................... 13

3 –CONSERVAÇÃO DA MASSA, ENERGIA E CICLOS BIOGEO


QUÍMICOS ........................................................................................ 15
3.1 MATÉRIA E ENERGIA ................................................................................... 15
3.2 LEI DA CONSERVAÇÃO DA MASSA ............................................................ 15
3.2.1 PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA .................................................................. 15
3.2.2 SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA .................................................................. 16
3.3 CICLOS BIOGEOQUÍMICOS ......................................................................... 16
3.3.1 COMPONENTES DO CICLO BIOGEOQUÍMICO ....................................................... 17
3.3.2 ETAPAS DOS CICLOS BIOGEOQUÍMICOS ............................................................ 17
3.3.3 PRINCIPAIS CICLOS BIOGEOQUÍMICOS .............................................................. 18
3.3.3.1 CICLO DA ÁGUA ........................................................................................... 18
3.3.3.1.1 INFLUÊNCIA HUMANA SOBRE O CICLO DA ÁGUA ............................................ 19
3.3.3.2 CICLO DO CARBONO .................................................................................... 19
3.3.3.3 CICLO DO OXIGÊNIO..................................................................................... 21
3.3.3.4 CICLO DO FÓSFORO..................................................................................... 22
3.3.3.5 CICLO DO NITROGÊNIO................................................................................. 23
3.3.3.6 CICLO DO ENXOFRE ..................................................................................... 24

4 – ECOSSISTEMAS ........................................................................ 27
4.1 ESTRUTURA DE UM ECOSSISTEMA .......................................................... 27
4.2 PROCESSOS DE UM ECOSSISTEMA ......................................................... 27
4.3 TRANSFORMAÇÃO EM UM ECOSSISTEMA ............................................... 27

Ciências do Ambiente
5

5- MEIO ATMOSFÉRICO E POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA ................ 30


5.1 MEIO ATMOSFÉRICO ................................................................................... 30
5.1.1 COMPOSIÇÃO ESTIMADA DO AR ATMOSFÉRICO ................................................. 31
5.1.2 TROPOSFERA E O EFEITO ESTUFA.................................................................... 33
5.2 POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA .......................................................................... 35

6 – MEIO TERRESTRE E POLUIÇÃO DO MEIO TERRESTRE......... 38


6.1 MEIO TERRESTRE ....................................................................................... 38
6.2 POLUIÇÃO TERRESTRE .............................................................................. 44

7- MEIO HÍDRICO E POLUIÇÃO DA ÁGUA .................................... 47


7.1 MEIO HIDRICO .............................................................................................. 47
7.2 CARACTERÍSTICAS DA ÁGUA ..................................................................... 47
7.3 USOS DA ÁGUA ............................................................................................ 50
7.4 POLUIÇÃO DA ÁGUA .................................................................................... 53
7.4.1 FATORES QUE AFETAM A QUALIDADE DA ÁGUA................................................. 53
7.4.2 FONTES DE POLUIÇÃO DA ÁGUA ...................................................................... 54
7.4.3 TIPOS DE POLUENTES ..................................................................................... 55

2º BIMESTRE.................................................................................... 56
8- DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ....................................... 57
8.1 QUESTÕES QUE AFETARÃO A PRÁTICA DA ENGENHARIA NO FUTU-
RO ........................................................................................................................ 59

9- LEGISLAÇÃO AMBIENTAL – POLÍTICA NACIONAL DO MEIO


AMBIENTE (PNMA) ...................................................................................... 61
9.1 MAS O QUE SERIA GESTÃO AMBIENTAL? ................................................ 62
9.2 SISNAMA ....................................................................................................... 65
9.3 COMPETÊNCIA DO CONAMA ...................................................................... 66
9.4 POLUIDOR..................................................................................................... 67
9.5 LEI DE CRIMES AMBIENTAIS ...................................................................... 67
9.6 PENALIDADES .............................................................................................. 68
9.7 CONDIÇÕES ATENUANTES E AGRAVANTES ............................................ 73

Ciências do Ambiente
6

9.8 TEMAS ESPECÍFICOS DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ............................... 73


9.9 INSTRUMENTOS DE DEFESA DO MEIO AMBIENTE .................................. 75
9.9.1 DIREITO DE PETIÇÃO ...................................................................................... 75
9.9.2 DIREITO DE CERTIDÃO .................................................................................... 76
9.9.3 LICENÇAS AMBIENTAIS ................................................................................... 76
9.9.3.1 LICENÇA PRÉVIA – LP ................................................................................. 76
9.9.3.2 LICENÇA INSTALAÇÃO – LI ........................................................................... 77
9.9.3.3 LICENÇA OPERAÇÃO – LO ........................................................................... 77
9.9.3.4 AGENTES ENVOLVIDOS NO LICENCIAMENTO AMBIENTAL.................................. 77
9.9.3.5 PROCEDIMENTOS GERAIS PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL ....................... 78
9.9.3.6 ATIVIDADES OU EMPREENDIMENTOS SUJEITOS AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL 79
9.10 GERENCIAMENTO AMBIENTAL – ISO 14000 ........................................... 80

10 -BIBLIOGRAFIA .......................................................................... 89

Ciências do Ambiente
7

1º Bimestre

Ciências do Ambiente
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1 INTRODUÇÃO

A Ciência Ambiental é um campo acadêmico multidisciplinar que integra ciências


físicas, biológicas e da informação para o estudo do ambiente e soluções para
problemas ambientais.

Em que pesem os fundamentos para que o meio ambiente seja visto como um
conjunto de ciências que se integram e constituem um novo universo acadêmico, a
temática diversificada e bastante atual tem relação direta com todas as
transformações que o meio ambiente vem sofrendo, seja de forma natural ou
antrópica, as quais precisam ser entendidas para que, por meio do conhecimento, seja
promovido o avanço tecnológico em conjunto com a aplicação da proteção ambiental.

Ainda que o meio ambiente seja complexo e as questões ambientais, por vezes,
pareçam abranger um incontrolável número de tópicos, a ciência ambiental se resume
aos seguintes tópicos: a população humana, a urbanização e a sustentabilidade
inseridas em uma perspectiva global. Essas questões devem ser avaliadas sob a luz
das inter-relações entre a natureza e a população. E as respostas, fundamentalmente,
dependem tanto da natureza quanto da ciência.

Por esta razão, espera-se que essa apostila contribua para o entendimento do
acadêmico sobre o meio ambiente e que traga conteúdos reflexivos para a formação
do profissional de engenharia. Diante disso o profissional estará preparado para
planejar, administrar e conduzir práticas de sustentabilidade que equilibrem tecnologia
e meio ambiente para a construção de uma nova sociedade.

Ciências do Ambiente
9

2 A CRISE AMBIENTAL

2.1 CRISE AMBIENTAL

A temática da questão ambiental está numa crescente há anos. Cada vez mais se
objetiva o desenvolvimento político, social e econômico respaldado pelas atitudes
ambientalmente corretas. Assim, com o atual avanço da globalização, onde
praticamente todo o planeta está interligado - seja por mídias convencionais ou
inovadoras, ou ainda através de redes de conhecimento – também se faz obvio que
as crises ou problemáticas apresentadas passam a ser globais.

Certamente que se o contexto do meio ambiente é um assunto da atualidade e é


instrumento de constantes discussões, ele também está inserido nas problemáticas
mencionadas e é alcançado pela globalização, tanto de forma positiva ou negativa.

Se fizermos um paralelo com a crise econômica nascida em um país através de uma


bolsa de valores, ou ainda, de um endividamento estatal, isso pode gerar problemas
sistêmicos no mundo inteiro. Assim sendo, uma questão ambiental também o pode,
claro que guardadas as devidas proporções de cada fato.

Muitos podem ser os empecilhos que se colocam em defesa do meio ambiente. Para
citar alguns podemos colocar as questões de interesses particulares se sobrepondo
sobre os públicos, o consumismo exacerbado e a busca pelo capital.

Constantemente a temática ambiental está entre discussões, porém, quando esta se


apresenta como um obstáculo para realização de certas atividades ela tranquilamente
pode ser mantida em segundo plano. Podemos citar como exemplos a derrubada em
massa de espécimes endêmicas, grandes estruturas construídas sobre nascentes,
relativizações de metragens de áreas de preservação permanente, dizimações de
populações de fauna de determinado local. Enfim, modelos de eventos já ocorridos
não nos faltam. Pare agora para refletir exemplos de sua realidade que isso tenha
ocorrido.

Ciências do Ambiente
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Sendo assim, a crise ambiental se dá muito mais pelo início (não tão inicio assim para
alguns lugares) da escassez de diversos bens advindos do meio ambiente,
aquecimento global, enfim problemas que já foram diagnosticados, do que pela falta
de norma protetoras do meio ambiente.

Se formos resumir, a crise ambiental existe pelo consumo em demasia e a anterior


despreocupação com o meio. Anterioridade essa que traz ideários nos dias atuais de
uma natureza infindável para alguns.

2.2 FATORES INTERVENIENTES E POLUIÇÃO

Poderia-se afirmar que a crise ambiental que atualmente assola o planeta tem sua
origem no modelo capitalista de sistema produtivo, todavia, esta é uma afirmação um
tanto quanto empírica. Muitos são os fatores que dão origem à crise ambiental,
podendo-se citar o número de habitantes no planeta, a avidez pela apropriação de
patrimônio e busca da riqueza, alguns aspectos culturais que podem ser considerados
“não evoluídos”, e também a finitude dos recursos naturais.

Dessa forma os principais fatores que estão relacionados à crise ambiental são:
população, recursos naturais e a poluição. Do equilíbrio entre esses três fatores
dependerá a qualidade de vida no planeta (Figura 1)

POPULAÇÃO

RECURSOS NATURAIS POLUIÇÃO


Figura 1 – Relação entre os principais componentes da crise ambiental

Ciências do Ambiente
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2.2.1 POPULAÇÃO

Dados revelam que o homem desde o seu surgimento, sempre procriou como forma
de perpetuação da espécie. Todavia, é evidente que no traço histórico, o homem até
o período de 8.000 A.C, não havia se multiplicado de forma tão explosiva como a dos
dias atuais.

Naquela época, quando surgiu à agricultura, a população mundial era composta de


aproximadamente dez milhões de habitantes. Com o desenvolvimento da agricultura,
permitiu-se que o homem passasse a formar comunidades e a perder o caráter de
nômade, fazendo com que houvesse uma aceleração nesse processo reprodutivo.

Note-se que a população mundial foi paulatinamente ganhando novos membros,


sendo que em nenhum momento da história da humanidade foi tão decisivo neste
processo quanto o período pós-revolução industrial. Anteriormente a revolução
industrial datada entre os séculos XVII e XVIII, a população cresceu de trezentos
milhões de habitantes, para oitocentos milhões, sendo esses dados aceitáveis se
analisado o período de mais de mil e setecentos anos.

Foi após o ano de 1950, que o mundo assistiu a uma verdadeira explosão no
crescimento da população mundial. Os números de crescimento passaram a ser
preocupantes se comparados ao crescimento da população ao longo da história da
humanidade. Nesse espaço, o mundo assistiu a uma explosão demográfica que
elevou em um bilhão o numero de pessoas na terra em apenas 35 anos, sendo que
do mesmo modo passou a crescer até meados dos anos setenta (Figura 2).

A partir de 1950, uma verdadeira explosão; o terceiro bilhão é atingido depois de 35


anos, em 1960; o quarto, 15 anos mais tarde, em 1975; o quinto, após 12 anos, em
1987. Não é exagero afirmar que estamos a caminho da terceira revolução
demográfica; esta é muito mais ampla e sobretudo mais violenta que as revoluções
do Paleolítico e Neolítico. Em sua história, a humanidade jamais conheceu uma taxa
de crescimento de 2% ao ano, o que equivale a dobrar o número total a cada 35 anos,
portanto, multiplicá-lo por oito em um século. Esse ritmo foi superado no começo dos
anos 1970.

Ciências do Ambiente
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Figura 2 –Crescimento Exponencial da população

Os dados apontados à verificação das conseqüências do crescimento demográfico


mundial são alarmantes. Revelam as pesquisas que o crescimento da população
mundial deverá permanecer em crescente evolução até o ano de 2050, quando as
projeções são de que a população mundial possa atingir a marca de 11 bilhões de
habitantes.

Essas conseqüências do crescimento populacional já estão sendo sofridas pela


humanidade atualmente e sobretudo pela natureza. A retirada de matéria-prima do
meio ambiente desencadeou uma grave crise ecológica promovida por conta do
crescimento da população mundial.

A crise atual foi concebida em diversos círculos científicos e acadêmicos, no discurso


político e na prática ecologista, como um problema de desajuste entre uma crescente
população humana e os recursos limitados do planeta.

A explosão demográfica é sem dúvida, fator relevante para o desencadeamento da


crise ecológica mundial. Ou seja, trás seus efeitos no meio ambiente através da

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degradação ambiental pelo desmatamento, desertificação, erosão do solo e outros


fatores que serão analisados.

No que diz respeito ao desflorestamento, o mundo assistiu a uma assustadora


destruição das florestas mundiais, sobretudo aquelas situadas em países tropicais.
Dados revelam que países que detém o maior numero de elevação na população,
chegam ao desflorestamento de 0,6% das áreas tropicais a cada ano.

Já no que se refere aos impactos causados pela população mundial quanto a


desertificação, é de ser esclarecido que o crescimento da população tem grande
parcela de ônus neste processo. Isso porque, as atividades agrícolas são fatores que
contribuem à formação de desertos, principalmente pelas praticas de pastoreio, em
que inicialmente é realizado desmatamento para posterior exploração do solo.

2.2.2 RECURSOS NATURAIS

Recurso natural é qualquer insumo de que os organismos, populações e ecossistemas


necessitam para sua manutenção. Existe um envolvimento entre recursos naturais e
tecnologia, uma vez que há necessidade da existência de processos tecnológicos
para utilização de um recurso natural. Recursos naturais e economia interagem de
modo bastante evidente, uma vez que algo é recurso na medida que sua exploração
é economicamente viável. Finalmente, algo se torna recurso natural caso sua
exploração, processamento e utilização não causarem danos ao meio ambiente. Os
recursos naturais podem ser classificados em: renováveis e não renováveis.

Recursos renováveis – São os recursos que após serem utilizados permanecem


disponíveis devido aos ciclos naturais existentes (Ex. Água)

Recursos não renováveis – São os recursos que não podem ser reaproveitados após
serem utilizados (Ex. combustíveis fósseis). Ainda sim, os recursos não renováveis
podem ser classificados em minerais não energéticos e minerais energéticos.
Consideram-se recursos minerais não energéticos são aqueles que podem se
renovar, mas após um período de tempo não serão relevantes para a existência

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humana (Ex. Fósforo e cálcio). Em relação as energéticos, estes sim são efetivamente
não renováveis (Ex. combustíveis fósseis e urânio).

É claro que, existem ocasiões em que o recurso natural renovável passa a ser não
renovável, considerando que ocorrem situações em que a taxa de utilização do
recurso é maior que a máxima capacidade de sustentação do sistema.

2.2.3 POLUIÇÃO

A poluição pode ser definida como qualquer alteração indesejável (causada pelas
atividades e interações humanas) nas características químicas, físicas ou biológicas
da atmosfera, litosfera ou hidrosfera que cause ou possa causar prejuízo à saúde, à
sobrevivência ou às atividades dos seres humanos e outras espécies ou ainda, na
deterioração de materiais. Como consequência da utilização dos recursos naturais
pela população surge a poluição.

Os poluentes são os resíduos que são gerados pelas atividades humanas, causando
um impacto ambiental negativo. As origem dos resíduos podem ser classificadas em
pontuais ou localizadas e difusas ou dispersas.

Como exemplo de fonte poluidora pontual temos o lançamento de esgotos


domésticos, agrotóxicos aplicados na agricultura prejudicando o solo e o ar e aterros
sanitários. E como fontes difusas têm os gases expelidos do escapamento de
veículos.

Em relação aos efeitos a poluição pode ter efeitos locais ou regionais, no geral em
áreas de grande densidade demográfica ou atividade de indústrias. E global,
aumentando o efeito estufa, comprometimento da camada de ozônio que impacta no
clima gerando um desequilíbrio global do planeta.

Questões para estudo

1) Qual o impacto da globalização sobre a crise ambiental?

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2) Quais são os fatores envolvidos na crise ambiental? Explique como eles se


inter-relacionam

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3 CONSERVAÇÃO DA MASSA, ENERGIA E CICLOS


BIOGEOQUÍMICOS

3.1 MATÉRIA E ENERGIA

Qualquer fenômeno natural necessita de energia para que o mesmo ocorra e para que
haja vida, basicamente necessita-se de matéria e energia. De maneira simplificada
podemos conceituar a matéria "algo que ocupa lugar no espaço". Já o conceito de
energia é um pouco mais complexo e pode-se definir como "a capacidade de
realização de trabalho".

Em qualquer sistema natural, matéria e energia são conservadas, ou seja, não se


pode criá-las e tampouco destruí-las. Essa teoria foi evidenciada através de duas leis
da física: A lei da conservação das massas e a Lei da conservação de Energia ou,
também denominada como Primeira Lei da Termodinâmica. Outra Lei da Física cuja
teoria tem significativa importância para os estudos ambientais é a Segunda Lei da
Termodinâmica, pois segundo essa lei, sempre haverá degradação da energia de
maneira que suas formas mais nobres sempre serão degradadas à formas de
nobrezas menores.

3.2 LEI DA CONSERVAÇÃO DA MASSA

De acordo com esta Lei, em qualquer sistema físico ou químico, nunca se pode criar
ou destruir a matéria, mas apenas é possível transformá-la de uma forma em outra.
Isso explica um dos grandes problemas com que nos defrontamos atualmente: a
poluição ambiental. Como não é possível consumir a matéria até sua total aniquilação
ocorre a geração de resíduos, e estes devem ser reincorporados ao meio para serem
posteriormente reutilizados e este processo é o que hoje denominamos como
reciclagem. Há situações em que a geração de resíduos é superior à capacidade de
reciclagem destes. Esse fenômeno chamamos de desequilíbrio.

3.2.1 PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA

Ciências do Ambiente
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A Lei da Termodinâmica sustenta a teoria de que a energia pode se transformar de


uma forma em outra, mas não pode ser criada ou destruída. De maneira geral, as
diversas formas de energia podem ser enquadradas em:

• Energia cinética: energia que a matéria adquire devido sua movimentação.


• Energia Potencial: energia armazenada na matéria devido sua posição ou
composição.

A aplicação mais importante da 1ª Lei está relacionada a maneira como os seres vivos
obtêm sua energia para viver. Por exemplo, a energia luminosa incidente na superfície
da Terra é absorvida pelos vegetais fotossintetizantes, que a transforma em energia
potencial, nas ligações químicas de moléculas orgânicas complexas. Essas moléculas
são quebradas, no processo respiratório, em moléculas menores, liberando a energia
que é utilizada nas funções vitais dos seres vivos.

3.2.2 A SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA

De acordo com esta Lei, todo processo de transformação de energia dá-se a partir de
uma maneira mais nobre para uma menos nobre, ou de menor qualidade. Embora a
quantidade de energia seja preservada, isso de acordo com a 1ª Lei, a qualidade é
sempre degradada. Não existe processo onde 100% da energia é reciclada.

Toda transformação de energia envolve sempre rendimentos inferiores a 100%, sendo


que uma parte da energia disponível transforma-se em uma forma mais dispersa e
menos útil, em geral na forma de calor transferido ao ambiente.
Uma consequência ambiental da 2ª Lei da termodinâmica é a tendência da
globalização da poluição.

3.3 CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

Entende-se neste conceito que todo elemento químico essencial à vida, possui uma
trajetória cíclica a ser realizada no meio ambiente. O termo é derivado do fato de que
há um movimento cíclico de elementos que formam os organismos vivos (“bio”) e o

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ambiente geológico (“geo”), onde intervêm mudanças químicas. Ao longo do ciclo,


cada elemento é absorvido e reciclado por componentes bióticos (seres vivos) e
abióticos (ar, água, solo) da biosfera, e às vezes pode se acumular durante um longo
período de tempo em um mesmo lugar. É por meio dos ciclos biogeoquímicos que os
elementos químicos e compostos químicos são transferidos entre os organismos e
entre diferentes partes do planeta.

Exemplos: ciclo da água, do nitrogênio, do oxigênio, do fósforo, do cálcio, do carbono


e do enxofre.

Compreender o funcionamento desses ciclos é de grande importância, pois existem


vários eventos, transformações e fenômenos naturais que contribuem para que estes
elementos estejam disponíveis na natureza para sua reutilização e, dessa forma,
permitir que a biosfera tenha capacidade de auto regulação para preservar a
existência dos ecossistemas.

3.3.1 COMPONENTES DO CICLO BIOGEOQUÍMICO

Reservatórios: Compartimento principal dos elementos que garantem a uniformidade


do escoamento do elemento para o meio.
Compartimentos de troca: funcionam como recipientes menores dos elementos e
garantem a circulação do elemento entre os organismos e o meio.
Ciclos Gasosos: Reservatórios situados na atmosfera ou na hidrosfera onde esses
elementos se apresentam na forma de gases dissolvidos.
Ciclos Sedimentares: São ciclos que se situam na crosta terrestre (litosfera).

3.3.2 ETAPAS DOS CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

Em linhas gerais pode-se dizer que as etapas dos ciclos se resumem em duas fases:
A fase de Transporte Físico e a fase de Transformações químicas.

O transporte físico é representado por erosão do solo com carreamento do elemento


para rios e oceanos, evaporação e precipitação da água e ocorre no meio abiótico.

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As Transformações Químicas são representadas pelas transformações dos elementos


envolvendo os seres vivos (animais, vegetais, microrganismos) e ocorrem com a
participação do meio biótico.

Os ciclos biogeoquímicos estão intimamente relacionados com os processos


geológicos, de tal forma que é praticamente impossível tentar entender um ciclo
biogeoquímico, sem considerar as transformações que aconteceram com o planeta e
as que ainda acontecem.

3.3.3 PRINCIPAIS CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

3.3.3.1 CICLO DA ÁGUA

A água é uma substância que se apresenta em três estados físicos diferentes e


simultaneamente no planeta: Sólido, Líquido e Gasoso. De toda massa de água
encontrada na superfície terrestre, podemos destacar que cerca de 97% encontram-
se nos mares e oceanos e os 3% restantes, estão distribuídos na forma de gelo nos
polos e nas geleiras, o que totaliza aproximadamente 2,25% e os 0,75% restantes
estão distribuídos nos lagos, rios e lençóis freáticos. A água em forma de vapor possui
quantidade muito reduzida, quando comparada às demais formas em que a água é
encontrada, entretanto, essa pequena quantidade é fundamental para que as
condições climáticas e a manutenção da vida seja influenciada. Tal estado dessa
substância é proveniente do processo de evapotranspiração.

Para melhor entendimento desse processo, abaixo temos as etapas do ciclo


biogeoquímico da água, destacando a importância do processo de evapotranspiração
na manutenção deste ciclo e da vida na terra.

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Figura 3 – Esquema do ciclo biogeoquímico da água

3.3.3.1.1 INFLUÊNCIA HUMANA SOBRE O CICLO DA ÁGUA:

As ações humanas podem esgotar o fornecimento da água subterrânea, causando


uma escassez e o consequente afundamento da terra ao extrair-se o líquido. Ao
remover a vegetação, a água flui sobre o solo mais rapidamente, de modo que tem
menos tempo para ser absorvida na superfície. Isto provoca um esgotamento da água
subterrânea e a erosão acelerada do solo.

3.3.3.2 CICLO DO CARBONO

O carbono é o quinto elemento mais abundante do planeta e presente na composição


de todas as moléculas orgânicas e também em grande parcela das inorgânicas. Na
atmosfera encontra-se disponível em concentrações baixas sob a forma de dióxido de
carbono (CO2). Em quantidades proporcionais à encontrada na atmosfera, também
encontramos o dióxido de carbono dissolvido na parte superficial dos mares, oceanos,
rios e lagos.

Parte do ciclo do carbono é inorgânica e, os compostos não dependem das atividades


biológicas. O CO2 é solúvel em água, sendo trocado entre a atmosfera e a hidrosfera
por processo de difusão. Na ausência de outras fontes, a difusão de CO2 continua em
outro sentido até o estabelecimento de um equilíbrio entre a quantidade de CO2 na
atmosfera acima da água e a quantidade de CO2 na água. CO2 entra nos ciclos

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biológicos por meio da fotossíntese, e, a síntese de compostos orgânicos constituídos


de C, H, O, a partir de CO2 e água, e energia proveniente da luz.

Figura 4- O ciclo do carbono na natureza

O Carbono deixa a biota através da respiração, um processo pelo qual os compostos


orgânicos são quebrados, liberando CO2, ou seja, C inorgânico, CO2 e HCO3 são
convertidos em carbono orgânico pela fotossíntese. Durante o verão, as florestas
realizam mais fotossíntese, reduzindo a concentração de CO2. No inverno, o
metabolismo da biota libera CO2. O CO2 é obtido pelas plantas na terra e nos
processos com o auxílio da luz solar, através da fotossíntese. Os organismos vivos
utilizam esse carbono e o devolvem pelo processo inverso: o da respiração,
decomposição e oxidação dos organismos vivos. Parte desse carbono é enterrado,
dando origem aos combustíveis fósseis. Quando o carvão (ou petróleo) é retirado e
queimado, o carbono que está sendo liberado (na forma de CO2) pode ter sido parte
do DNA de um dinossauro, o qual em breve pode fazer parte de uma célula animal ou
vegetal.

Praticamente todo o carbono armazenado na crosta terrestre está presente nas


rochas sedimentares, particularmente como carbonatos. As conchas dos organismos
marinhos são constituídas de CaCO3 que esses organismos retiram da água do mar.
Com a morte desses, as conchas dissolvem-se ou incorporam-se aos sedimentos
marinhos, formando, por sua vez, mais rochas sedimentares. O processo, de bilhões
de anos, retirou a maioria do CO2 da atmosfera primitiva da Terra, armazenando-o

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nas rochas. Os oceanos, segundo maior reservatório de CO2, em carbono dissolvido


e sedimentado possuem cerca de 60 vezes mais CO2 quando comparado à
quantidade disponível na atmosfera. Os solos têm 2 vezes mais carbono que a
atmosfera enquanto nas plantas terrestres, as quantidades de carbono encontradas
aproximam-se às quantidades encontradas na atmosfera.

Figura 5 - Esquema simplificado do ciclo do carbono.

3.3.3.3 CICLO DO OXIGÊNIO

O ciclo do oxigênio na natureza está principalmente relacionado aos processos de


fotossíntese realizados pelas plantas terrestres, que utilizam o CO2 e a luz solar para

Ciências do Ambiente
23

realizar sua síntese. Porém, é nos oceanos que obtemos a maior produção desse
elemento através dos processos realizados pelas algas verdes e pelo fito-plancton.

3.3.3.4 CICLO DO FÓSFORO

O principal reservatório de fósforo é a litosfera, mais precisamente as rochas


fosfatadas e alguns depósitos formados ao longo de milênios. Por meio de processos
erosivos, ocorre a liberação do fósforo na forma de fosfatos, que serão, em parte,
utilizados pelos produtores e o restante perdido em depósitos a grandes
profundidades no oceano.

Os meios de retorno do fosfato para o ecossistema a partir dos oceanos são


insuficientes para compensar a parcela que se perde. Esse retorno tem por principais
agentes os peixes e as aves marinhas. O homem tem diminuído a quantidade de
fósforo no ciclo graças a exploração excessiva das rochas fosfatadas e com ação
predatória contra as aves marinhas. Há dados de estudos que afirmam que se a taxa
de exploração mineral permanecer constante, as reservas de fosfatos se esgotarão
em aproximadamente 120 anos e as reservas globais podem sustentar a exploração
mineral por somente 80 anos.

Formas de ocorrências de Fosfato na natureza:

Ortofosfatos: PO43-, HPO42-, H2PO4-, H3PO4 -


Polifosfatos: [PO43-]n
Fósforo orgânico.

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24

Figura 6 – Esquema do ciclo biogeoquímico do fosforo

3.3.3.5 CICLO DO NITROGÊNIO

O Nitrogênio é encontrado principalmente na atmosfera terrestre na forma gasosa


(N2), inerte, cuja concentração é aproximadamente 78%. Sua assimilação e utilização
pelas plantas só acontece quando este é fixado, ou seja, absorvido e conjugado a
outros componentes orgânicos. Nos seres vivos, o nitrogênio é encontrado na
composição dos aminoácidos e bases nitrogenadas.

Formas de obtenção do nitrogênio da atmosfera:

São três mecanismos principais para obtenção do nitrogênio atmosférico:

 Fixação Biológica
 Processamento Industrial
 Descargas elétricas ou radiação cósmica.

Ciências do Ambiente
25

Figura 7- Esquema do ciclo biogeoquímico do nitrogênio

A liberação de óxidos de nitrogênio (NOx) está relacionada aos fenômenos de smog


fotoquímico e chuva ácida. Os óxidos de nitrogênio ao reagirem com hidrocarbonetos
e outros compostos orgânicos voláteis (COVs) e oxigênio, na presença de luz solar
abundante, formam poluentes secundários, como o ozônio, ácidos nítricos e
compostos orgânicos parcialmente oxidados. O ozônio causa danos aos seres vivos
por ter o potencial de causar danos ao DNA. O ácido nítrico (HNO3-) é importante no
fenômeno da chuva ácida, que destrói monumentos e acidifica solos e sistemas
aquáticos, desencadeando profundas alterações na composição das suas
comunidades bióticas.

3.3.3.6 CICLO DO ENXOFRE

O enxofre é um elemento encontrado nas rochas sedimentares, vulcânicas, no carvão,


no gás natural, no petróleo etc. e também é utilizado em fertilizantes.

Ciências do Ambiente
26

Figura 8 - Ciclo do enxofre na natureza

O enxofre é um importante constituinte de alguns aminoácidos, como a cisteína. Em


muitos seres vivos, moléculas com átomos desse elemento, atuam como cofator
(indutor) de reações químicas promovidas por enzimas.

Apresenta um ciclo com dois reservatórios: um maior, nos sedimentos da crosta


terrestre e outro, menor, na atmosfera.

Nos sedimentos, o enxofre permanece armazenado na forma de minerais de sulfato.


Com a erosão, fica dissolvido na água do solo e assume a forma iônica de sulfato
(SO4--); sendo assim, facilmente absorvido pelas raízes dos vegetais.

Na atmosfera, o enxofre existe combinado com o oxigênio formando,


aproximadamente 75% dele, o SO2 (dióxido de enxofre). Outra parcela está na forma
de anidrido sulfídrico (SO3). O gás sulfídrico (H2S) - característico pelo seu cheiro de
"ovo podre"- tem vida curta na atmosfera, apenas de algumas horas, sendo logo
transformado em SO2.

Esses óxidos de enxofre (SO2 e SO3) incorporam-se ao solo com as chuvas, sendo
então transformado em íons de sulfato (SO4--). Podem, também, ser capturados

Ciências do Ambiente
27

diretamente pelas folhas das plantas, num processo chamado de adsorção, para
serem usados na fabricação de aminoácidos.

Ciências do Ambiente
28

4 ECOSSISTEMAS

Existe uma forte tendência em associar a vida com organismos individuais, por uma
questão obvia, os indivíduos estão vivos. Entretanto, para manter a vida terrestre
existe uma exigência muito maior do que indivíduos ou mesmo simples populações
ou espécies. A manutenção da vida é feita pelas interações entre inúmeros
organismos funcionando de forma conjunta, em ecossistemas, de forma que interage
por meio de seus ambientes físicos e químicos.

O sustento de vida na Terra é, dessa forma, uma característica de ecossistemas, não


de organismos individuais ou de populações. Para a compreensão de questões
ambientais importantes, tais como a conservação de espécies em extinção
sustentando recursos renováveis e minimizando os efeitos de substâncias tóxicas,
deve-se entender os princípios básicos acerca dos ecossistemas.

4.1 ESTRUTURA DE UM ECOSSISTEMA

Duas partes constituem um ecossistema: viva e não viva. Os elementos não vivos são
os ambientes físico-químicos, englobando a atmosfera local: a água, e a parte mineral
do solo (nos continentes) ou outras substâncias (na água). O elemento vivo, também
chamado de comunidade ecológica, é o conjunto de espécies que interagem dentro
do ecossistema.

4.2 PROCESSOS DE UM ECOSSISTEMA

Dois tipos básicos de processos ocorrem em um ecossistema: um ciclo de elementos


químicos e um fluxo de energia.

4.3 TRANFORMAÇÃO EM UM ECOSSISTEMA

A transformação de um ecossistema ocorre ao longo do tempo e experimenta um


desenvolvimento chamado de sucessão.

Ciências do Ambiente
29

Todos os processos que ocorrem um ecossistema são necessários para a cida da


comunidade ecológica, porém, nenhum membro da comunidade pode, isoladamente,
desempenhar esses processos.

Isso ocorre porque cada elemento químico necessário para o crescimento e para a
reprodução deve se tornar disponível para cada organismo no momento certo, na
quantidade adequada e na proporção correta em relação aos outros elementos. Esses
elementos químicos precisam também ser reciclados, ou seja, convertidos para uma
forma reutilizável. Resíduos são convertidos em alimentos, que são convertidos em
resíduos, que devem novamente ser convertidos em alimentos, com o ciclo se
repetindo indefinidas vezes para o ecossistema permanecer viável e duradouro.

Para que essa circulação se complete, diversas espécies devem interagir. Na


presença da luz, plantas, algas e bactérias produzem glicose (açúcar) a partir do
dióxido de carbono e água (através da fotossíntese). A partir desse açúcar e dos
elementos inorgânicos, inúmeros compostos orgânicos são produzidos, tais como
proteínas e tecidos fibrosos como a celulose. Entretanto, nenhuma planta decompõe
tecido de madeira de volta a sua forma original. Outras formas de vida (bactérias e
fungos) podem decompor a matéria orgânica, mas não produzem seu próprio
alimento. Ao contrário, eles obtém energia e nutrição química a partir dos tecidos
mortos que se alimentam.

Em tese, de forma bem simples, a comunidade ecológica em um ecossistema é


constituída de pelo menos uma espécie que produza seu próprio alimento
(autotróficos), de outras espécies que decomponham os resíduos da primeira espécie
(heterotróficos), além de um meio fluído que pode ser a água, o ar ou ambos.

Energia, elementos químicos e alguns compostos químicos são transferidos de


criatura para criatura ao longo da cadeia alimentar. Em casos mais complexos essas
ligações são denominadas teia alimentar (ou ainda, rede alimentar). Os ecologistas
agrupam os organismos de uma teia em níveis tróficos. Um nível trófico consiste em
todos aqueles organismos em uma teia alimentar que estão no mesmo nível de
alimentação e distância da fonte de energia original. A fonte original de energia da

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30

maioria dos ecossistemas é o Sol (Figura 9). Em outros casos, é a energia de


determinados compostos inorgânicos.

Figura 9- Exemplo de uma cadeia alimentar

Questões para estudo

1)Qual a diferença entre um ecossistema e uma comunidade ecológica?


2)De que forma um aumento no número de lontras-do-mar e uma mudança em sua
distribuição geográfica beneficiaria os pescadores profissionais? De que forma essas
mudanças causariam problemas aos pescadores?
3)Com base nas discussões do capítulo de ecossistemas, um ecossistema altamente
poluído possui muitas ou poucas espécies? São essas espécies-chaves? Explique

Ciências do Ambiente
31

5 – MEIO ATMOSFÉRICO E POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA

5.1 MEIO ATMOSFÉRICO

Em uma visão geral, a atmosfera é dividida em cinco camadas (Troposfera,


Estratosfera, Mesosfera, Termosfera ou Ionosfera e Exosfera), isso ocorre porque
existe uma variação de temperatura do ar atmosférico conforme a altitude.

A troposfera é a camada mais baixa, no nível do solo, onde habitamos. A altitude fica
entre 15 a 18 km em relação à Linha do Equador e entre 6 e 8 km em relação aos
polos.

A tropopausa é uma camada intermediária e se localiza entre a troposfera e a


estratosfera. É isotérmica e a faixa de temperatura fica entre -50 e -55 °C.

A estratosfera é a camada em que se localiza a camada de O3 (ozônio), que protege


a Terra da excessiva quantidade de radiação ultravioleta, e fica entre 15 e 50 km da
superfície da Terra.

A estratopausa é uma camada intermediária e se localiza entre a estratosfera e a


mesosfera.É isotérmica e tem faixa de temperatura em 0 °C.

A mesosfera tem como característica a presença de elementos monoatômicos,


auroras e íons e partículas livres, e se localiza a 50-80 km da superfície da Terra; a
temperatura fica em torno de -90 °C.

A mesopausa é uma camada intermediária e se localiza entre a mesosfera e a


termosfera. É isotérmica e a faixa de temperatura está em -80°C.

A termosfera é a camada em que se localiza a ionosfera, com átomos e moléculas


ionizados, e é importante devido à reflexão das ondas de rádio. Localiza-se a mais de
80 km da superfície da Terra e a faixa de temperatura fica entre 500 e 2000 K devido
à atividade solar.

Ciências do Ambiente
32

A exosfera é a região acima da termosfera, na qual se localiza o espaço.

Figura 10 – Camadas da atmosfera

5.1.1 COMPOSIÇÃO ESTIMADA DO AR ATMOSFÉRICO

O ar é uma mistura de vários elementos. Como a atmosfera sofreu transformações na


sua estrutura desde a formação da Terra, considera-se, para fins práticos, que a sua
composição não varia, sendo a composição aproximada dada por:

N2: ~78% ;
O2: ~ 20%;
Argônio: ~0,9%;
CO2: ~0,03%;
Gases inertes: pequena quantidade;
Vapor d’água: quantidade variável;
Material particulado: quantidade variável.

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33

Abaixo um quadro com as principais características dos componentes atmosféricos


(Quadro 1)

Quadro 1 – Características principais dos componentes atmosféricos (SIQUEIRA LCG, 2012)

O ar é uma matéria gasosa que circunda o globo terrestre, envolvendo a Terra numa
camada de espessura de mais de 500 km. Além disso, divide-se em camadas, de
modo que 99% do ar está na camada até 30 km e 50% do ar está contido até 6 km. A
capacidade da atmosfera fica em torno de 6 x 106 toneladas de ar
.
A temperatura média da superfície da Terra é 14 °C. A pressão atmosférica pode ser
definida como o peso exercido pela ação da gravidade sobre a camada de ar que
envolve o planeta, variando com clima, hora, local e altitude. No nível do mar, é de
aproximadamente 101,3 KPa (14,7lb/pol2).
4.4 Algumas Características e Propriedades do Ar
A densidade do ar (nível do mar) é 1,2 kg/m3 e diminui com a altitude na mesma taxa
da diminuiçãoda pressão.

Ciências do Ambiente
34

Entre as propriedades do ar, estão: a expansibilidade,a compressibilidade e a


elasticidade.

A expansibilidade confere ao ar a propriedade de ocupar todo o volume do recipiente


em que está.

A elasticidade confere ao ar, após descompressão, a propriedade de voltar a ocupar


seu espaço inicial.

A compressibilidade confere ao ar a propriedade de ser comprimido e ocupar menor


lugar no espaço.

O ar tem importante papel na regulação da temperatura e umidade do planeta. Possui


um escudo natural protetor contra radiações solares, principalmente os raios
ultravioleta.

O ozônio estratosférico é produzido naturalmente na estratosfera pela ação da luz


solar sobre o oxigênio, segundo a reação:

O2 + luz solar → [O] + [O] + O2 → [O] + O3 etc.

A radiação ultravioleta (UV) faz o processo inverso, pois o O3 bloqueia a radiação


ultravioleta,impedindo-a de chegar à superfície.

O3 + UV → O2 + [O] etc.

5.1.2 A TROPOSFERA E O EFEITO ESTUFA

A troposfera contém uma grande variedade de gases como o oxigênio, vapor de agua,
dióxido de carbono, metano, entre outros. É nessa camada que ocorrem os processos
climáticos e fenômenos relacionados com a poluição.

Ciências do Ambiente
35

A troposfera sofre o efeito direto do aquecimento da superfície: a convecção –


aquecimento do ar por contato com a superfície mais quente e elevação desse ar sob
a forma de correntes ascendentes que distribuem o calor através dos níveis inferiores
da atmosfera – distribui o calor na vertical da troposfera. O risco relacionado ao efeito
estufa é a sua intensificação.(Figura 11)

Figura 11 – Explicação do Efeito Estufa

LEIA MAIS SOBRE O EFEITO ESTUFA

Ciências do Ambiente
36

O efeito estufa é um processo físico que ocorre quando uma parte da radiação
infravermelha (percebida como calor) emitida pela superfície terrestre é absorvida por
determinados gases presentes na atmosfera, os chamados gases do efeito estufa ou
gases estufa. Como consequência disso, parte do calor é irradiado de volta para a
superfície, não sendo libertado para o espaço. O efeito estufa dentro de uma
determinada faixa é de vital importância pois, sem ele, a vida como a conhecemos
não poderia existir. Serve para manter o planeta aquecido e, assim, garantir a
manutenção da vida.

Atividades humanas como a queima de combustíveis fósseis, o emprego de


certos fertilizantes, o desmatamento e o grande desperdício contemporâneo de
alimentos, que têm entre seus resultados a elevação nos níveis atmosféricos de gases
estufa, vêm intensificando de maneira importante o efeito estufa e desestabilizando
o equilíbrio energético no planeta, produzindo um fenômeno conhecido
como aquecimento global.

5.2 POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA

Ciências do Ambiente
37

A principal origem da poluição do ar é a combustão, de origem industrial, veículos


automotores e por aquecimento. São lançados na atmosfera: óxidos de carbono, de
enxofre, de vapor d’água e outros, que em excesso, podem causar danos à biosfera.

Figura 12 – Exemplos de Poluição atmosférica

Os poluentes atmosféricos podem ser classificados quanto a sua origem; primários


ou secundários.

Os poluentes primários são as substâncias lançadas diretamente na atmosfera:


Dióxido de Carbono (CO2), Monóxido de Carbono (CO), Óxido de Nitrogênio (NO),
Óxido de Enxofre (SO2) , Hidrocarbonetos e materiais particulados.

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38

Os poluentes secundários são formados na atmosfera por reações químicas e/ou


fotoquímicas: Trióxido de Enxofre (SO3 -Reação entre SO2 e O2), Ácido Sulfúrico
(H2SO4 – Reação entre H2O e SO2).

Segue relação dos principais poluentes atmosféricos e origem:

 Monóxido de carbono – Processos de combustão incompleta – máquinas em


geral
 Dióxido de carbono – Queima de combustíveis fósseis ou com carbono e
respiração.
 Óxidos de enxofre – Queima de combustíveis com enxofre e processos
biogênicos.
 Óxidos de Nitrogênio – Processos de combustão gera e biogênicos.
 Hidrocarbonetos – Combustão incompleta e evaporação de combustíveis,
solventes.
 Oxidantes Fotoquímicos- Poluentes que reagem com a luz solar.
 Asbestos – Amianto – Atividade de mineração e processamento do amianto.
 Ácido Fluorídrico – Produção de alumínio, fertilizantes, refinarias e algumas
indústrias.
 Amônia – Fabricação de amônia e fertilizantes, e processos biogênicos.
 Gás sulfídrico- Refinarias, industrias de celulose e papel e processos
biogênicos.
 Clorofluorcarbonos – Produzidos para indústria de espumas, aerossóis e ar-
condicionado.
 Pesticidas e Herbicidas – Indústrias de fabricação e durante aplicação no
campo.
 Substâncias radioativas – Explosão e usina nuclear, depósitos naturais e
queima do carvão.
 Calor – Combustão com emissão de gases com temperatura elevada.
 Ruído – Produzido por diversas fontes, principalmente no meio urbano.

Ciências do Ambiente
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6- MEIO TERRESTRE E POLUIÇÃO DO MEIO TERRESTRE

6.1 MEIO TERRESTRE

O planeta Terra, nos primórdios de sua formação era composto por uma por uma
massa de minerais e metais fundidos incandescentes e com muitos vulcões em
erupção derramando lava na superfície.

Com o resfriamento da superfície, formaram-se as primeiras rochas e a atmosfera,


com os gases que se cumularam ao redor do planeta. Essa atmosfera era composta
por gases ácidos, formados por compostos de carbono, enxofre, cloro etc.

A água estava no estado líquido e formando o seu ciclo de evaporação e precipitação;


assim, surgiram as primeiras chuvas, que eram extremamente ácidas, esfriando a
superfície e solidificando as rochas. Essas chuvas promoveram um ataque da
superfície, tanto por abrasão, devido aos processos erosivos, quanto por ataque
químico do material sólido.

Também as condições climáticas, causando calor extremo durante o dia e frio intenso
à noite, ajudaram a quebrar as rochas em diferentes granulometrias (como pedra,
cascalho, silte, areia, argilas etc.).

Os movimentos tectônicos que ocorriam na superfície também contribuíram para que


as rochas sedimentares do fundo do oceano viessem para a superfície, bem como o
contrário, e também para que florestas afundassem para o subsolo ou fundo dos
mares, sendo recobertas por rochas sedimentares e vulcânicas.

Com isso, foram gerados os fósseis, que são grandes depósitos de vegetação e seres
mortos, no subsolo, sob pressão das camadas superiores formadas pelas
transformações na crosta terrestre.

Ciências do Ambiente
40

Também levaram milhões de anos até que surgissem condições favoráveis ao


aparecimento da vida, primeiramente, nos mares, devido à atmosfera do planeta se
mostrar inadequada. Depois, ocorreu o aparecimento da vida na superfície
(animais e vegetais) no solo, atmosfera e água.

Em relação ao solo, pode ser definido como uma formação natural que se desenvolve
na porção superficial da crosta terrestre, pela interação de processos físicos, químicos
e biológicos sobre as rochas superficiais da crosta terrestre, como resultante do
conjunto de interações que ocorrem entre atmosfera, hidrosfera, biosfera, litosfera
(rochas,minerais, seres vivos, água, microrganismos, atmosfera etc.).(Figura 13)

Figura 13- Formação do Solo

A composição do solo pode variar, dependendo da região, mas em termos de ordem


de grandeza, os componentes encontram-se em torno da seguinte proporção:

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41

Figura 14- Composição do Solo (LÔRDELO, P.M)

Os solos apresentam 3 fases, que são elas: sólida (50%), gasosa (25%) e líquida
(25%). Essas proporções são ideais para o desenvolvimento vegetal. É claro que
dependendo do tipo de solo, e das porções do mesmo solo; o clima, a vegetação
existente e do manejo essas proporções são variáveis.

A fase sólida possui 3 frações: mineral, orgânica e biológica. A fração mineral é


formada pela desagregação física das rochas e sua composição química é igual da
rocha-mãe. A fração orgânica é composta por plantas e animais mortos e também
por produtos da degradação biológica, como CO2, água e sais minerais. A fração
biológica é formada pela trituração, aeração, decomposição e mistura da matéria
orgânica no solo e é habitada por pequenos mamíferos (ratos, roedores etc.),
protozoários, minhocas, insetos, vermes etc.

A fase gasosa, possui as seguintes características: tem os mesmos compostos da


atmosfera, porém a composição não é fixa; há consumo de O2 e liberação de CO2
pelos organismos aeróbios. Também, os solos arejados são responsáveis pelo
bom desenvolvimento das raízes (falta de O2: folhas amarelas).

A fase líquida do solo, é chamada “solução do solo”, pois se compõe de água, com
compostos orgânicos e inorgânicos dissolvidos da fase sólida, em que parte da água

Ciências do Ambiente
42

se infiltra no solo, preenchendo os espaços vazios, e parte escoa pela superfície. Tem,
ainda, como características:

fornecer nutrientes para as plantas, devido à infiltração no solo, pois a água da


chuva, além dos compostos do ar, transporta outros compostos existentes no solo até
chegar às raízes dos vegetais;

favorecer a ocorrência de processos químicos e biológicos, pois os compostos


químicos, que têm quantidade limitada no solo, são absorvidos pelas raízes,mas
voltam à superfície pela quedade folhas, frutos etc. ou fazem parte do ciclo
biogeoquímico específico;

transportar materiais e, dentro dessa característica, um processo importante é a


erosão.

EROSÃO –SAIBA MAIS

É a destruição do solo e seu transporte em geral feito pela chuva,


pelo vento ou, ainda, pela ação do gelo.

A erosão destrói as estruturas (areias, argilas, óxidos e húmus) que


compõem o solo. Estas são transportados para as partes mais
baixas dos relevos e em geral vão assorear cursos d'água.

Produz efeitos ambientais, sociais e econômicos graves, como por


exemplo, redução da produção agrícola e de energia, diminuição
de água para abastecimento e outras.

Principais medidas de controle: reduzir declividades; plantio em


curvas de nível; curvas niveladas; preservação e reflorestamento;
rotação de culturas e redução das queimadas.

Ciências do Ambiente
43

Existem várias maneiras para se classificar a erosão. Além da erosão urbana e rural,
que se diferenciam tanto pelas causas como pelos efeitos, é comum distinguir-se a
erosão geológica lenta da acelerada.

A primeira processa-se sob a ação dos agentes naturais (lenta); a segunda ocorre
como uma consequência da ação antrópica sobre o solo (acelerada). As partículas do
solo são carreadas pela água à proporção da pluviosidade e da declividade de um
determinado terreno.

Assim sendo, a erosão depende de alguns fatores; podem-se citar:

quantidade e intensidade de chuvas,pois, quando as chuvas são torrenciais,


arrastam maiores quantidades de materiais do que chuvas mais fracas;
declividade do terreno, devido à remoção das partículas do solo. A erosão é 2,5
vezes maior quando a inclinação do terreno é duplicada;
estrutura e composição do solo, pois, quanto menor é a aderência entre as
partículas do solo, maior o grau de erosão;
cobertura vegetal, porque, num solo sem cobertura vegetal, aumenta a velocidade
de escoamento superficial da água. Como a estrutura do solo é menos consistente,
aumenta o impacto das chuvas, entre outros.

Em relação às práticas que tornam o solo suscetível à erosão, destacam- se:

construção civil: a urbanização e a ocupação indiscriminada do solo, sem


planejamento, principalmente em relação ao aumento de áreas verdes;

exploração extrativa do solo: a remoção de materiais, que causam a alteração


de topografia, degradação de áreas etc., sem critério de sustentabilidade;

práticas agrícolas: substituição da mata nativa por plantações, com alteração do solo
(empobrecimento e aplicação de adubos e pesticidas) e do equilíbrio ecológico;

pastagens: das práticas citadas, é a que tem melhor equilíbrio ecológico, pois o
esterco permanece no solo, repondo os elementos retirados pela nutrição do gado.

Ciências do Ambiente
44

No entanto, é necessário evitar a erosão e o carreamento desse material para os


corpos d’água pelas chuvas;

desmatamento: vários motivos são a causa, como a obtenção de madeira usada


como combustível, na forma de lenha, cavaco etc.; matérias-primas,como madeira
para fabricação de papel e celulose; criação de áreas de cultivo,seja de subsistência
ou comercial; exploração madeireira, para fabricação artesanal ou industrial de
artefatos de madeira, móveis, portas etc., entre outras;

queimadas: ocorrem devido à queima de matas ou de vegetação rasteira antes do


plantio, para melhorar fertilidade do solo ou para facilitar o corte da vegetação, como,
por exemplo, na despalha a fogo da cana-de-açúcar. Embora as cinzas resultantes
enriqueçam os solos, com o tempo, as chuvas fazem com que os elementos se
infiltrem e se tornem inacessíveis às raízes dos vegetais, empobrecendo- os.
Também, com o calor, há eliminação de microrganismos do
solo, sementes e raízes etc.

Como consequências da erosão, segundo Branco e Rocha (1987), podem ocorrer


alteração do relevo; riscos às obras civis, principalmente em encostas; remoção da
camada superficial, empobrecendo o solo; assoreamento de rios, devido ao arraste
de material; enchentes, devido ao assoreamento que causa o transbordamento dos
corpos d’água; inundação, devido ao transbordamento de rios; alteração de cursos
d’água, devido à alteração no leito; entre outros.

5.2 Fases do Solo

Ciências do Ambiente
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Veja aqui alguns exemplos de erosão:

Figura 14 – Exemplos de Erosão

6.2 POLUIÇÃO TERRESTRE

Ciências do Ambiente
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A poluição do solo é a ocorrência de poluição deste acima de certos níveis, causando


a deterioração ou perda de uma ou mais das funções do solo. Consiste na presença
indevida, no solo, de elementos químicos estranhos, como os resíduos
sólidos ou efluentes líquidos produzidos pelo homem, que prejudiquem as formas de
vida e seu desenvolvimento regular. A poluição do solo pode ser rural ou urbana.

A poluição do solo rural é gerada principalmente por produtos que beneficiam a


economia agrícola, aumentando a sua produtividade. Podem-se citar:

a) Fertilizantes sintéticos – O excesso desses fertilizantes pode causar


eutrofização dos rios e lagos. Os mais usados são nitrogênio, fósforo e
potássio.
b) Defensivos agrícolas – Inseticidas, fungicidas, herbicidas e rodenticidas,
usados no controle de pragas, causam danos ao meio ambiente, como
resitência genética a seus efeitos, eliminação de inimigos naturais, poluição dos
solos, da água, atmosférica e doenças.
c) Salinização – Exploração agrícola feita com a irrigação, sem a drenagem
adequada, reduz a produtividade, pelo acúmulo de sal e alagamento do cultivo.

A poluição do solo urbano formam os resíduos sólidos urbanos que são constituídos
por “lixo” (mistura de resíduos produzidos nas residências, comércio e serviços nas
atividades públicas, na preparação de alimentos, no desempenho de funções
profissionais e na variação de logradouro) até resíduos especiais, e quase sempre
mais problemáticos e perigosos, provenientes dos processos industriais e de
atividades médico-hospitalares.

O planejamento urbano vem sendo realizado de forma inadequada, sendo muitas


vezes inexistente. As áreas urbanas sofrem ocupação indiscriminada e um processo
contínuo de favelização. Por outro lado, ruas asfaltadas, estruturas de concreto e a
redução das áreas verdes provocam a impermeabilizaçãodo solo, causando
enchentes nos rios e inundações pela chuva.

Ciências do Ambiente
47

Já as áreas industriais, muitas vezes, estão localizadas próximo à população,


causando conflitos, como o exemplo de Cubatão, onde há indústrias que estão
localizadas em área urbana próximo à população, gerando um conflito entre a geração
da poluição e a comunidade.

Existem vários tipos de resíduos que têm origem nas atividades antropogênicas, que
acabam sendo dispostos de forma inadequada,como nos lixões.

A disposição inadequada de resíduos ocasiona a proliferação de vetores, como


moscas, insetos e roedores, podendo causar doenças, e a contaminação de águas
superficiais e subterrâneas, do solo superficial e subsolo (ex.: depósitos clandestinos
de resíduos perigosos), além da contaminação da cadeia alimentar com compostos
tóxicos, com assimilação pelas raízes das hortaliças e cereais, ou no leite e na carne,
através da ingestão pelo gado da pastagem localizada em áreas contaminadas.

No caso do lixo, que é o resíduo domiciliar,este é coletado e transportado para uma


área de disposição, a qual é chamada “lixão”. Os lixões não têm projeto,
procedimentos ou estrutura adequados, como a ausência de impermeabilização do
solo, para prevenir a sua contaminação e a infiltração no solo da água da chuva e do
líquido gerado na decomposição do lixo (chorume). Isso ocasiona a contaminação
do solo, do subsolo e de aquíferos subterrâneos (como, por exemplo, pelos metais,
que se acumulam nos vegetais, tornando os alimentos impróprios ao consumo).

Ciências do Ambiente
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7- MEIO HIDRICO E POLUIÇÃO DA ÁGUA

7.1-MEIO HÍDRICO

Através do ciclo hidrológico, a água é removida por evaporação e transpiração. E é


reabastecida pela precipitação. O ciclo hidrológico responde por aproximadamente
metade da energia solar absorvida pela superfície terrestre.

O volume de água mundial utilizado para consumo humano é em torno de 8% ao ano


e as taxas de uso da água variam entre as regiões e depende também do
desenvolvimento econômico dos continentes.

De acordo com dados da UNESCO, o Brasil é o país com a maior disponibilidade de


água doce, com cerca de 17% do total planeta.

No mundo, o volume total de água chega a 1,4 milhão de km3. A distribuição da água
na crosta terrestre é estimada em:

água salgada: 97,2%;


água doce: 2,8%, dividida em:

•• 77% geleiras;
•• 21% águas subterrâneas;
•• 1% águas superficiais.

7.2 CARACTERÍSTICAS DA ÁGUA

A água é considerada um excelente solvente, pois possui propriedades moleculares


que permitem a mistura de um grande número de substâncias, formando soluções. O
oxigênio e gás carbônico dissolvidos na água permitem a fotossíntese nesse meio e
a respiração aeróbica.

Ciências do Ambiente
49

A água aparece na natureza em três estados: sólido, líquido e gasoso, os quais estão
relacionados com as condições do meio, como, por exemplo, a temperatura.

No estado sólido, a água adquire a forma do recipiente que a contém e as moléculas


se encontram muito próximas, como, por exemplo, o gelo (temperatura a 0 °C). No
estado líquido, a água assume a forma do recipiente em que está contida e as
moléculas estão mais separadas do que no estado sólido, como, por exemplo, nas
garrafas de água (temperatura ambiente 25 °C). No estado gasoso, a água está sob
a forma de vapor e as moléculas estão bem mais separadas do que no estado líquido,
como, por exemplo, o vapor d’água (temperatura de 100 °C).

A água também está sujeita a mudanças de estado, conforme variem as condições


físicas do meio, como, por exemplo, a temperatura. Exemplo: a água passar do estado
sólido para o líquido quando há aumento de temperatura.

A água doce apresenta as seguintes propriedades:

_incolor (não tem cor);


_inodora (não tem cheiro);
_insípida (não tem sabor).

Outras propriedades relevantes do ponto de vista ambiental incluem: a densidade, o


calor específico, a viscosidade, a tensão superficial e a penetração de luz.

A densidade da água é 800 vezes maior do que a do ar. Essa propriedade permite
que os seres vivam em suspensão no meio. A densidade da água varia com a
temperatura. Na superfície, ela é menor do que nas profundezas, formando camadas
que não se misturam (estratificação) e possuem diferentes temperaturas, densidades
e seres vivos.

O calor específico é uma propriedade que confere à água a capacidade de ceder ou


receber calor, que é muito grande, de modo que não ocorre grande variação de
temperatura. Por exemplo, os oceanos, que absorvem grande quantidade de calor do
sol e estabilizam a temperatura do planeta.

Ciências do Ambiente
50

A viscosidade é representada pelo atrito entre as camadas do líquido e é


inversamente proporcional à temperatura. Por exemplo, a sobrevivência do plâncton
na superfície da água depende do atrito com o meio (espinhos, prolongamentos,
filamentos) para ter maior área superficial e permanecer na superfície dos oceanos.

A tensão superficial é uma película formada na superfície da água, que serve de


suporte e permite que seres permaneçam na superfície (flutuação). Por exemplo, os
besouros d’água, patos (penas impermeáveis à água).

A penetração da luz depende do comprimento de onda e das radiações incidentes.


A água oferece mais resistência à passagem da luz do que o ar e permite que seres
vivos com diferentes necessidades de luz/calor sobrevivam em diversas camadas
(estratificação). Por exemplo, nos oceanos, espécies diferentes de seres vivendo
próximo à superfície e outras nas profundezas.

A fórmula química da água é H2O e apresenta propriedades químicas importantes em


relação ao meio ambiente

a)Solvente universal: a água tem a capacidade de dissolver compostos orgânicos


e inorgânicos (sólidos, líquidos ou gasosos) que conferem cor, cheiro ou sabor, e é
chamada de solvente universal.Além disso, regula a sobrevivência dos seres devido
à disponibilidade de elementos dissolvidos;

b)Dissolução de gases: a água possui gases dissolvidos, que dependem da


temperatura, pressão parcial e solubilidade do gás. Por exemplo, os seres aeróbios
dependem do O2 dissolvido na água para sobreviver. Ainda, os compostos
biodegradáveis lançados na água são aqueles passíveis de degradação biológica,
porém, nesse processo, devido à disponibilidade de alimento, há aumento da
população de microrganismos e do consumo de O2, provocando a diminuição do teor
de O2 disponível no meio, causando a mortandade de peixes e outros organismos;

Ciências do Ambiente
51

c) Dissolução de sais minerais: a água possui sais minerais, originários do


desgaste físico e químico da água em contato com o solo por onde passa o curso
d’água e da decomposição de vegetais e animais que ocorrem nele.
Esses elementos são importantes para o desenvolvimento dos organismos autótrofos.
As coleções de água, quando recebem contribuição de atividades antropogênicas
indiretas (aplicação de fertilizantes no solo carreados pela chuva) ou diretas
(lançamento de esgotos sem tratamento etc.), apresentam elevado teor de sais.

d) Dissolução de matéria orgânica: a água possui matéria orgânica dissolvida, a


qual pode ter duas origens: autóctone e alóctone. A autóctone tem origem nas
atividades dos produtores (seres autótrofos).
Ex.: algas, que sintetizam seu próprio alimento.

A alóctone tem origem no solo lavado pelas chuvas, folhas, restos de vegetais e
animais, contribuição das atividades humanas etc.

Quando há alta disponibilidade de matéria orgânica, ocorre o fenômeno da


eutrofização pelo aumento da fertilização de um ecossistema aquático através da
elevação da quantidade de elementos nutrientes (como N, P, K), que causam o
aumento do alimento disponível e da população de algas e peixes. No entanto, o
elevado consumo de O2 leva à sua escassez, causando mortandade.

7.3 USOS DA ÁGUA

Os usos da água podem ser divididos em: consuntivo e não consuntivo. O uso
consuntivo ocorre quando há retirada de água do meio. Como exemplos, podem ser
citados o abastecimento de água industrial e a irrigação. O uso não consuntivo
ocorre quando não há retirada de água (perda). Como exemplos, são citados uso para
recreação e lazer, preservação da flora e fauna, geração de energia, transporte e
deposição de despejos.

A água é um dos recursos naturais mais utilizados pelo homem, sendo utilizada para
fins industriais, abastecimentos nas cidades, sistemas de irrigação, entre outros. A

Ciências do Ambiente
52

sua grande utilização e demanda e, ao mesmo tempo, desperdício e poluição podem


gerar grandes problemas ambientais e sociais.

Assim pode-se citar como usos da água:

a) abastecimento industrial: água é utilizada em atividades industriais direta ou


indiretamente, principalmente em:
processos de fabricação do produto sem se integrar ao produto e sem entrar em
contato com a matéria--prima. Como exemplos, podemos citar as águas de
refrigeração, água de caldeira (requer tratamento anteriorao uso);
processos em que se integra ao produto fabricado. Como exemplo, tem-se a
fabricação de produtos alimentícios (sopas, caldos, molhos,sucos, bebidas etc.). Não
pode interferirno paladar, conferir gosto ao produto nem prejudicar a saúde;
processos em que entra em contatocom a matéria-prima ou o produto final. Como
exemplo, temos a água de lavagem (depende do processo e do produto). A água não
pode interferir na qualidade e composição final do produto;
serviços complementares de fabricação.Como exemplos, têm-se a higiene dos
operadores, limpeza de equipamentos, prevenção e proteçãocontra incêndios;

b) abastecimento público: água que passa por estações de tratamento, tornando-a


isenta de elementos patogênicos,tóxicos ou radioativos, que a tornem imprópria ao
uso, que é distribuída por sistemas públicos ou coletivos e que é utilizada para e pela
população com diferentes finalidades, entre elas:
cozimento de alimentos, bebida, higiene pessoal, limpeza de utensílios e habitações,
irrigação de jardins, lavagem de pisos;uso pelos serviços públicos, como combate a
incêndio, limpeza de ruas etc.;

c) irrigação: água que requer determinado padrão de qualidade, para não contaminar
alimentos (microrganismos e materiais tóxicos), para uso no cultivo de hortaliças,
vegetais e frutas;

d) preservação da flora e da fauna: água que não deve conter substâncias tóxicas,

Ciências do Ambiente
53

mas deve ter concentração adequada de oxigênio dissolvido. Observa-se que, em


relação às chamadas obras hidráulicas (como a construção de barragem, canal de
drenagem ou retificação de curso d’água), elas podem provocar alteração da vida
aquática, devido à alteração nas condições do meio líquido.

e) geração de energia: principalmente, em hidrelétricas, pela transformação da


energia hidráulica em elétrica. A água é usada para a geração de vapor na geração
de energia elétrica pelo uso de combustível fóssil, nuclear ou termelétricas
4
f) recreação e lazer: a água pode ser usada com as seguintes finalidades:
contato direto com o meio líquido: a qualidade da água deve ser mais restritiva
devido ao contato, para evitar doenças de pele, por ingestão etc. Exemplo: natação,
esquiaquático, surfe etc.;
sem contato com o meio líquido:são exemplos o uso de barcos a remo, vela ou
motor e a pesca esportiva;
composição do ambiente: com finalidade de fins paisagísticos;
piscinas: saneamento e desinfecção para evitar problemas de saúde pública;

g) transporte: a água pode ser usada como meio de transporte de cargas ou de


pessoas, seja por via marítima ou fluvial

h) disposição de efluentes e resíduos: desde a Antiguidade, a água é utilizada para


disposição de efluentes e resíduos da civilização humana, devido à quantidade
e às suas propriedades e possibilidades de autodepuração.Esse uso, sem cuidados,
pode tornar a água imprópria para outros fins mais nobres. Como exemplo, cita-se o
rio Tietê (SP), no qual a poluição impede a recreação de contato primário na área
urbana.

A água pode estar contaminada por microrganismos (como bactérias, vírus,


protozoários,vermes e fungos), que causam doenças, como cólera, febre tifoide, entre
outras, cuja veiculação hídrica tem sido ainda uma das principais causas de
mortalidade no mundo.

7.4 POLUIÇÃO DA ÁGUA

Ciências do Ambiente
54

7.4.1 – FATORES QUE AFETAM A QUALIDADE DA ÁGUA

Nas últimas décadas, os ecossistemas aquáticos têm sido alterados de maneira


significativa em função de múltiplos impactos ambientais advindos de atividades
antrópicas, tais como mineração; construção de barragens e represas; retilinização e
desvio do curso natural de rios; lançamento de efluentes domésticos e industriais não
tratados; desmatamento e uso inadequado do solo em regiões ripárias e planícies de
inundação; superexploração de recursos pesqueiros; introdução de espécies exóticas,
entre outros. Como conseqüência destas atividades, tem-se observado uma
expressiva queda da qualidade da água e perda de biodiversidade aquática, em
função da desestruturação do ambiente físico, químico e alteração da dinâmica natural
das comunidades biológicas.

Entre os fatores que afetam a qualidade da água estão:

a)Microorganismos patogênicos – Bactérias, vírus, protozoários que tem a água


como seu habitat, causando doenças.

b)Temperatura-Altera a solubilidade dos gases, o que pode dimininuir a


disponibilidade de Óxigênio dissolvido e causar mortandade dos animais.

c)Sedimentos e nutrientes – Partículas em suspensão ou fertilizantes e outros


nutrientes vegetais em solução, ocasionando barreiras físicas a entrada da luz solar.

d)Compostos orgânicos biodegradáveis – Compostos a base de carboidratos,


proteínas e gorduras, quando decompostos por bactérias aeróbicas provocam queda
de oxigênio e, quando por anaeróbicas, produzem gases tóxicos (metano e gás
sulfídrico).

e)Compostos orgânicos refratários - Em geral não biodegradáveis ou muito lentos


nesse processo, como plásticos, detergentes, solventes, tintas, inseticidas,
herbicidas, produtos farmacêuticos, aditivos alimentares e petróleo.

Ciências do Ambiente
55

f) Compostos inorgânicos e minerais - O descarte desses compostos pode


provocar alterações nos níveis de pH, na salinidade e na toxicidade das águas.

g) Metais - Os metais pesados, como chumbo e mercúrio, estão relacionados a


bioacumulação nos tecidos dos seres vivos, pois não são metabolizados. Além disso,
causam disfunções severas no sistema nervoso dos animais.

7.4.2 – FONTES DE POLUIÇÃO DA ÁGUA

Ao analisar a qualidade de uma água, deve ser levado em consideração suas fontes
de poluição que podem ser: pontuais ou difusas.

Fontes pontuais são as cargas facilmente identificadas, de controle mais eficiente,


como canos de esgotos.

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Figura 15- Exemplo de Fonte Pontual

Fontes difusas não possuem pontos específicos de lançamento, como no caso de


fertilizantes agrícolas.

Ciências do Ambiente
56

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Figura 16 – Exemplo de fonte difusa

7.4.3 TIPOS DE POLUENTES

Os poluentes de água podem ser classificados em dois tipos; os de água superficiais


e os de água subterrânea. Exemplos do primeiro tipo de poluentes têm-se as águas
pluviais, resíduos sólidos (lixo), agrotóxicos, fertilizantes,detergentes, precipitação de
poluentes atmosféricos, alterações nas margens dos mananciais. Já exemplo do
segundo podem ser citados as infiltrações de esgotos, percolação de chorume,
infiltração de materiais tóxicos depositados no solo, vazamento de tubulação, injeção
de esgoto no subsolo e infiltração de material de lagoas de estabilização.

Ciências do Ambiente
57

2 º Bimestre

Ciências do Ambiente
58

8- DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Se você buscar no Google as palavras sustentabilidade, desenvolvimento sustentável


e engenharia sustentável, conseguirá mais de 300 definições. Tente!

O conceito de desenvolvimento sustentável surgiu durante a Comissão de Brundtland,


na década de 1980, onde foi elaborado o relatório Our Commom Future, quando a
primeira ministra norueguesa, Gro Harlem Brundtland, apresentou a seguinte
definição para o conceito: “É a forma com as atuais gerações satisfazem as suas
necessidades sem, no entanto, comprometer a capacidade de gerações futuras
satisfazerem as suas próprias necessidades”

Dez anos após a Comissão, viu-se que somente as questões ambientais - que tanto
afligiam a sociedade e o meio organizacional - não resolveria os problemas de uma
economia global sustentável. Seria necessário atingir outros meios para se conseguir
a sustentabilidade. “Aqueles que pensam ser a sustentabilidade somente uma
questão de controle de poluição, não estão vendo o quadro completo”

Percebeu-se então que a questão a ser tratada não era somente uma questão
ambiental ou econômica, mas sim, uma questão social. “Será cada vez mais difícil
para as empresas fazerem negócios, tendo em vista que o empobrecimento dos
clientes, a degradação do meio ambiente, a falência dos sistemas políticos e a
dissolução da sociedade”

O objetivo do desenvolvimento sustentável seria a preservação da riqueza global que,


no seu entendimento, refere-se aos ativos financeiros, recursos naturais e qualidade
de vida da população. Durante a Conferência da ONU, ECO-92, documentou-se o
crescimento da consciência sobre os problemas do sistema econômico vigente. Este
fato promoveu a discussão entre a relação do desenvolvimento sócio-econômico com
as transformações ecológicas. O plano de sustentabilidade da Agenda 21,
apresentado na ECO-92, fixava três áreas de desenvolvimento sustentável: a
dimensão econômica , social e ambiental.

Ciências do Ambiente
59

Mesmo com o conceito formulado, inicialmente, a idéia de desenvolvimento


sustentável era entendida como a harmonia entre a questão financeira e ambiental.
Muitas empresas aderiram a esse conceito, pois acreditavam que esse era um desafio
de “esverdeamento” dos negócios, tornando-os mais eficientes e reduzindo custos.

O objetivo do desenvolvimento sustentável seria a preservação da riqueza global que,


no seu entendimento, refere-se aos ativos financeiros, recursos naturais e qualidade
de vida da população.

“Os engenheiros têm um papel crucial na melhora dos padrões de vida no mundo.
Como resultado, eles podem ter um impacto significativo no progresso no caminho de
um desenvolvimento sustentável.”
(World Federation of Engineering Organization, 2002)

A Engenharia Sustentável é definida como o projeto de sistemas humanos e


industriais que visa a garantir que o uso dos recursos e ciclos naturais pela
humanidade não leve à diminuição da qualidade devido à perda de oportunidades
econômicas futuras ou aos impactos adversos nas condições sociais, na saúde
humana e no meio ambiente.

A sustentabilidade requer a integração dos três elementos do pilar de sustentabilidade


(meio ambiente, economia e sociedade). A maioria das definições incorpora esse
tríplice pilar ao objetivo de se preencher as necessidades das gerações atuais e
futuras. Essa definição, diferentemente de muitas na literatura de sustentabilidade
explicitamente descreve um papel para os engenheiros, ao destacar o projeto de
sistemas feito pelo homem.

Como proposta de entendimento de desenvolvimento sustentável, em um concurso


para o cargo de engenheiros no Brasil essa temática foi abordada em uma forma
discursiva.

Segue a questão. A proposta é que você a execute para entender melhor a temática:

Ciências do Ambiente
60

O ano de 2014 pode ser o mais quente desde o início dos registros de temperatura no
mundo, em 1880. O alerta veio da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera
dos Estados Unidos da América, após a divulgação de que os meses de maio, junho,
agosto e setembro bateram recordes de calor. Desde o início das medições, 2005 e
2010 foram os anos mais quentes da história. O pequeno intervalo entre os anos é um
exemplo do efeito crescente das mudanças climáticas. Os dez anos mais quentes já
registrados ocorreram nos últimos quinze anos e esta é a primeira vez em que o mês
de setembro apresenta temperaturas tão altas sem a forte presença do fenômeno El
Niño, que, no entanto, ainda pode manifestar-se este ano. O Globo, 22/10/2014, p. 30
(com adaptações).

Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter meramente motivador,


redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema. MUDANÇAS CLIMÁTICAS E O
DESAFIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Ao elaborar seu texto, aborde,
necessariamente, os seguintes aspectos (máximo 25 linhas):

< fatores determinantes para a elevação da temperatura;


< impacto das alterações do clima na vida das sociedades;
< sustentabilidade como pressuposto para o desenvolvimento
<O desenvolvimento como necessidade para a sociedade

8.1 QUESTÕES QUE AFETARÃO A PRÁTICA DA ENGENHARIA NO FUTURO

Como observado, nos últimos anos houve um aumento da atenção para com a
sustentabilidade global, com um crescente consenso de que o mundo encara sérios
desafios em termos de crescimento econômico de longo prazo, prosperidade das
sociedades e proteção ambiental. Esses desafios se originam dos atuais enfoques de
políticas, técnicas e ciências e dos comportamentos de indivíduos, comunidades,
corporações e do governo.

No atual debate sobre os maiores desafios de sustentabilidade, os problemas


principais e que resultam nas soluções mais importantes são aqueles que envolvem
sistemas de engenharia relacionados à qualidade da água, ao clima, à qualidade do

Ciências do Ambiente
61

ar, ao saneamento, ao gerenciamento de esgoto, à saúde, à energia, à produção de


alimentos, a produtos químicos, a materiais e ao ambiente construído. Essas questões
colocam desafios locais e mundiais que afetam de forma especial comunidades
localizadas em todas as partes do mundo e estão diretamente relacionadas com a
população e demografia. As soluções demandarão um enfoque integrado que
combine tecnologia, governança e economia. Com um entendimento dessas questões
amplas, o projeto de engenharia na atualidade pode ser realizado de forma mais eficaz
para atingir o objetivo da sustentabilidade global, regional e local.

Ciências do Ambiente
62

9- LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - POLÍTICA NACIONAL DE MEIO


AMBIENTE (PNMA)

A Constituição brasileira diz que o meio ambiente é um “bem de uso comum do povo”.
Isto quer dizer que o meio ambiente tem valor, é riqueza social. Muitas vezes porém
é impossível transformar este valor em quantidade de dinheiro. Quanto vale uma
cachoeira? Ou, quanto vale uma floresta nativa?

As questões ambientais, entretanto, sempre envolvem interesses econômicos e


sociais. A degradação do meio ambiente, ao mesmo tempo que implica em prejuízos
para todos, serve de fonte de enriquecimento para alguns. Um corpo d’água morto,
significa mais dinheiro para quem polui, no momento em que deixou de investir nas
medidas necessárias para controle da poluição. Ao mesmo tempo, a sociedade arca
com os prejuízos de ter que usar água ruim, além de pagar a recuperação do corpo
d’água.

Em se tratando de um bem de interesse difuso, o meio ambiente precisa e deve ser


protegido. Neste sentido, a Constituição Federal impõe “ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê- lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações”.

Ao Poder Público, seja Federal, Estadual ou Municipal, compete legislar em defesa


do meio ambiente, isto é, estabelecer normas jurídicas - leis, decretos, portarias e
resoluções. Consequentemente, a legislação ambiental é composta por normas
federais, estaduais e municipais, a serem executadas pelo próprio Poder Público e
pela comunidade.

Até recentemente as questões ambientais eram tratadas com regulamentação


técnica, pela definição de padrões de qualidade e limites de emissões que deviam ser
respeitados pelos geradores de impactos ambientais. Atualmente, verifica-se uma
tendência de utilização da proteção ambiental como um fator de diferenciação de
produtos, processos e serviços entre empresas e, com a globalização, entre países.
Tal tendência mundial passou a exigir uma avaliação mais sistemática das questões

Ciências do Ambiente
63

ambientais, surgindo assim normas internacionais de gerenciamento ambiental – série


ISO 14.000. As normas dessa série tratam de uma abordagem sistêmica da gestão
ambiental e possibilitam a certificação de empresas e produtos que as cumpram.

9.1 MAS O QUE SERIA A GESTÃO AMBIENTAL?

"O controle apropriado do meio ambiente físico, para propiciar o seu uso com o mínimo abuso,
de modo a manter as comunidades biológicas, para o benefício continuado do homem"
(Encyclopaedia Britannica, 1978)

As primeiras tentativas de montagem de uma estrutura executiva na preservação do


meio ambiente, foram feitas na década de setenta, denominada “dédaca ambiental”.
A criação do PLANASA - Plano Nacional de Saneamento Ambiental foi um exemplo,
cuja concessão dos recursos do BNH – Banco Nacional de Habitação foi condicionada
à apresentação de programas integrados de controle da poluição hídrica, surgindo
assim, pela primeira vez no país, a preocupação pela ação racional e ordenada para
enfrentar a poluição.

Ciências do Ambiente
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A GESTÃO AMBIENTAL está


pautada em um único objetivo: O
Desenvolvimento Sustentável

Ciências do Ambiente
65

Com a publicação da Lei nº 6.938 de 31 de agosto de 1981, e regulamentada pelo


Decreto no 99.274, de 6 de junho de 1990, o país passou a ter de maneira formal uma
Política Nacional do Meio Ambiente. Uma espécie de marco legal para todas as
políticas públicas de meio ambiente a serem desenvolvidas pelos estados federativos.
Antes dessa publicação, cada Estado ou Município tinha autonomia para elencar suas
diretrizes políticas em relação ao meio ambiente de forma independente, embora na
prática poucos realmente demonstrassem interesse na temática.

A partir desse momento começou a ocorrer uma integração e uma harmonização


dessas políticas tendo como norte os objetivos e diretrizes estabelecidos na referida
lei pela União. Um aspecto importante disso foi a criação do Sistema Nacional do Meio
Ambiente, um sistema administrativo de coordenação de políticas públicas de meio
ambiente envolvendo os três níveis da federação que tem como objetivo dar
concretude à Política Nacional do Meio Ambiente.

O Artigo 2º prevê que a Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando
assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses
da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os
seguintes princípios:

I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio


ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido,
tendo em vista o uso coletivo;
II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
Ill - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional
e a proteção dos recursos ambientais;
VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
VIII - recuperação de áreas degradadas;
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;

Ciências do Ambiente
66

De acordo com o artigo 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:

I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da


qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao
equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Territórios e dos Municípios;
III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas
relativas ao uso e manejo de recursos ambientais;
IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o
uso racional de recursos ambientais;
V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e
informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a
necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;
VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização
racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio
ecológico propício à vida;
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar
os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos
ambientais com fins econômicos

9.2 SISNAMA

A Lei do Meio Ambiente, criou o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA,


constituído por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Territórios e dos Municípios, bem como das Fundações instituídas pelo Poder Público,
responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental.

Atualmente, o SISNAMA tem a seguinte estrutura:

órgão superior: o Conselho de Governo - CG, com a função de assessorar o


Presidente da República na formulação da Política Nacional do Meio Ambiente e nas
diretrizes para o meio ambiente e os recursos naturais;

Ciências do Ambiente
67

órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA,


com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes
de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais, e deliberar,
no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio
ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida;

órgão central: o Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia


Legal - MINISMAM, com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar,
como órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o
meio ambiente;

órgão executor: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais


Renováveis - IBAMA, com a finalidade de executar ou fazer executar, como órgão
federal, a política nacional e diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente;

órgãos seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução


de programas,projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de
provocar a degradação ambiental;

órgãos locais: os órgãos ou entidades municipais responsáveis pelo controle e


fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições.

9.3 COMPETÊNCIA DO CONAMA

Como órgão deliberativo do SISNAMA, dentre outras atribuições, compete ao


CONAMA estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o
licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido
pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA. Ainda, como órgão da hierarquia
nacional, ao CONAMA cabe fixar prazos para concessão de licenças, determinando,
quando julgar necessário, o estudo de impacto ambiental e respectivo relatório -
EIA/RIMA.

Ciências do Ambiente
68

Outrossim, através do IBAMA, é competência do CONAMA, estabelecer normas,


critérios e padrões nacionais relativos ao controle e à manutenção da qualidade do
meio ambiente em todo o território nacional, cabendo aos Estados e Municípios a
regionalização dos mesmos, desde que sejam mais restritivos do que os fixados
anteriormente.

Compete ao CONAMA, com base em parecer do IBAMA, propor ao Presidente da


República a criação de Unidades de Conservação ambiental. Cabe ainda, no caso de
constatada a infração de meio ambiente, determinar, mediante representação do
IBAMA, a perda ou restrição de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em
caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de
financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito.

9.4 POLUIDOR

Para efeito da Lei do Meio Ambiente, entende-se por poluidor, pessoa física ou
jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por
atividade causadora de degradação ambiental.

9.5 LEI DE CRIMES AMBIENTAIS

A Lei 9.605 de 12 de fevereiro de 1998  dispõe sobre as sanções penais e


administrativas derivadas de conduta lesiva ao meio ambiente. Instrumento legal que
ganhou bastante destaque dentro do conjunto de normas para o controle da qualidade
ambiental.

De acordo com a lei é constituído crime ambiental:

Ciências do Ambiente
69

9.6 PENALIDADES

Art. 6º - Para imposição e graduação da penalidade, a autoridade competente


observará:

I – a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas conseqüências


para a saúde pública e para o meio ambiente;
II – os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de interesse
ambiental;
III – a situação econômica do infrator, no caso de multa

Art. 7º - As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de


liberdade quando:

I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de liberdade inferior a


quatro anos;
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do
condenado, bem como os motivos e as circunstâncias do crime indicarem que a
substituição seja suficiente para efeitos de reprovação e prevenção do crime.

Ciências do Ambiente
70

Parágrafo único - As penas restritivas de direitos a que se refere este artigo terão a
mesma duração da pena privativa de liberdade substituída.

Art. 8º - As penas restritivas de direito são:


I - prestação de serviços à comunidade;
II - interdição temporária de direitos;
III - suspensão parcial ou total de atividades;
IV - prestação pecuniária;
V - recolhimento domiciliar.

Art. 9º - A prestação de serviços à comunidade consiste na atribuição ao condenado


de tarefas gratuitas junto a parques e jardins públicos e unidades de conservação, e,
no caso de dano da coisa particular, pública ou tombada, na restauração desta, se
possível.

Art. 10 - As penas de interdição temporária de direito são a proibição de o condenado


contratar com o Poder Público, de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros
benefícios, bem como de participar de licitações, pelo prazo de cinco anos, no caso
de crimes dolosos, e de três anos, no de crimes culposos.

Art. 11 - A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem


obedecendo às prescrições legais.

Art. 12 - A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima ou à


entidade pública ou privada com fim social, de importância, fixada pelo juiz, não inferior
a um salário mínimo nem superior a trezentos e sessenta salários mínimos. O valor
pago será deduzido do montante de eventual reparação civil a que for condenado o
infrator.

Art. 13 - O recolhimento domiciliar baseia-se na auto disciplina e senso de


responsabilidade do condenado, que deverá, sem vigilância, trabalhar, freqüentar
curso ou exercer atividade autorizada, permanecendo recolhido nos dias e horários
de folga em residência ou em qualquer local destinado a sua moradia habitual,
conforme estabelecido na sentença condenatória.

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Art. 14 - São circunstâncias que atenuam a pena:

I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;


II - arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do dano, ou
limitação significativa da degradação ambiental causada;
III - comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação ambiental;
IV - colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental.

Art. 15 - São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou


qualificam o crime:

I - reincidência nos crimes de natureza ambiental;


II - ter o agente cometido a infração:
a) para obter vantagem pecuniária;
b) coagindo outrem para execução material da infração;
c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o meio
ambiente;
d) concorrendo para danos à propriedade alheia;
e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do Poder
Público, a regime especial de uso;
f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;
g) em período de defeso à fauna;
h) em domingos ou feriados;
i) à noite;
j) em época de seca ou inundações;
l) no interior do espaço territorial especialmente protegido;
m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais;
n) mediante fraude ou abuso de confiança;
o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental;
p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbas públicas
ou beneficiada por incentivos fiscais;
q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das autoridades
competentes;

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72

r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.

Art. 16 – Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão condicional da pena pode ser
aplicada nos casos de condenação à pena privativa de liberdade não superior a três
anos.

Art. 17 – A verificação da reparação a que se refere o § 2º do art. 78 do Código Penal


será feita mediante laudo de reparação do dano ambiental, e as condições a serem
impostas pelo juiz deverão relacionar-se com a proteção ao meio ambiente.

Art. 18 - A multa será calculada segundo os critérios do Código Penal; se revelar-se


ineficaz, ainda que aplicada no valor máximo, poderá ser aumentada até três vezes,
tendo em vista o valor da vantagem econômica auferida.

Art. 19 - A perícia de constatação do dano ambiental, sempre que possível, fixará o


montante do prejuízo causado para efeitos de prestação de fiança e cálculo de multa.

Parágrafo único - A perícia produzida no inquérito civil ou no juízo cível poderá ser
aproveitada no processo penal, instaurando-se o contraditório.

Art. 20 - A sentença penal condenatória, sempre que possível, fixará o valor mínimo
para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos
pelo ofendido ou pelo meio ambiente.

Parágrafo único - Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá


efetuar-se pelo valor fixado nos termos do caput, sem prejuízo da liquidação para
apuração do dano efetivamente sofrido.

Art. 21 - As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente às pessoas


jurídicas, de acordo com o disposto no art. 3º, são:

I - multa;
II - restritivas de direitos;
III - prestação de serviços à comunidade.

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Art. 22 - As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica são:

I - suspensão parcial ou total de atividades;


II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade;
III - proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios,
subvenções ou doações.

§ 1º - A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem


obedecendo às disposições legais ou regulamentares, relativas à proteção do meio
ambiente.

§ 2º - A interdição será aplicada quando o estabelecimento, obra ou atividade estiver


funcionando sem a devida autorização, ou em desacordo com a concedida, ou com
violação de disposição legal ou regulamentar.

§ 3º - A proibição de contratar com o Poder Público e dele obter subsídios, subvenções


ou doações não poderá exceder o prazo de dez anos.

Art. 23 - A prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica consistirá em:

I - custeio de programas e de projetos ambientais;


II - execução de obras de recuperação de áreas degradadas;
III - manutenção de espaços públicos;
IV - contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas.

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Art. 24 - A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderadamente, com o fim de


permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá decretada sua
liquidação forçada, seu patrimônio será considerado instrumento do crime e como tal
perdido em favor do Fundo Penitenciário Nacional.

9.7 CONDIÇÕES ATENUANTES E AGRAVANTES

São atenuantes para o cálculo do montante das multas, as seguintes circunstâncias:

-o menor grau de compreensão e de escolaridade do infrator;


-o arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação ou limitação
do danocausado;
-a comunicação prévia do infrator, às autoridades competentes , do perigo iminente;
-a colaboração com os agentes encarregados da fiscalização e do controle ambiental.

São agravantes:

-a reincidência específica;
-a maior extensão da degradação ambiental;
-o dolo, mesmo que eventual;
-a ocorrência de efeitos sobre a propriedade alheia;
-a infração ter ocorrido em zona urbana;
-danos permanentes à saúde;
-a infração atingir área sob proteção legal;
-o emprego de métodos cruéis na morte ou captura de animais.

9.8 TEMAS ESPECÍFICOS DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

A legislação pode ser vista por temas, como água, solo, ar, fauna, flora, mineração,
agrotóxicos, atividade nuclear, ruído, etc.

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9.9 INSTRUMENTOS DE DEFESA DO MEIO AMBIENTE

Além das penalidades, aplicadas no caso de infrações, a legislação ambiental


brasileira prevê instrumentos de participação da comunidade na proteção ao meio
ambiente, tais como: direito de petição, direito de certidão, ação civil pública, ação
popular, inquérito civil administrativo, licenças ambientais, EIA/RIMA* (Estudo de
Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental) e audiência pública**.

9.9.1 DIREITO DE PETIÇÃO

O direito de petição é um instrumento importante para garantir o pleno acesso à


informação. Através do mesmo, qualquer pessoa pode obter informações sobre a
situação atual do ambiente, tais com: diagnósticos ambientais, estudos sobre
problemas ambientais produzidos pelos órgãos de planejamento e controle ambiental,
prognósticos ambientais, informações sobre condições das praias, potabilidade da
água, índices de poluição do ar, índices de ruído, gastos orçamentários,multas

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aplicadas aos poluidores, multas não pagas, planos futuros, previsão de gastos,
estudos de impacto ambiental, posição do órgão ambiental frente a determinadas
situações de agressão ambiental.

9.9.2 DIREITO DE CERTIDÃO

O direito de certidão é um instrumento que atesta a atuação dos órgão públicos na


defesa do meio ambiente. A certidão serve para fundamentar a ação do cidadão no
exercício do seu direito, como defensor do patrimônio ambiental, como prova para a
ação civil pública ou para a ação popular.

9.9.3 LICENÇAS AMBIENTAIS

As licenças ambientais - prévia, instalação e operação -, são instrumentos de defesa


do meio ambiente,requeridos pelo órgão estadual competente integrante do
SISNAMA, ou pelo IBAMA, em caráter supletivo. As mesmas devem ser solicitadas
pelo empreendedor, nas fases de localização, instalação/ampliação e operação, de
estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados
efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de
causar degradação ambiental.

As entidades e órgãos de financiamento e incentivos governamentais, condicionarão


a aprovação de projetos habilitados a esses benefícios ao licenciamento, na forma da
Lei, e ao cumprimento das normas, dos critérios e dos padrões expedidos pelo
CONAMA.

9.9.3.1 LICENÇA PRÉVIA - LP

É expedida na fase inicial do planejamento da atividade e implica em compromisso,


por parte do empresário, de manter o projeto final compatível com as condições do
deferimento. Sua concessão está fundamentada em informações prestadas pelo
interessado, específicas às condições básicas a serem atendidas durante a
localização, instalação e funcionamento do equipamento ou atividade poluidora.

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9.9.3.2 LICENÇA INSTAÇÃO - LI

É expedida com base no projeto executivo final e autoriza o início da implantação do


equipamento ou atividade poluidora, subordinando-o a condição de construção,
operação e outras expressamente especificadas.

9.9.3.3 LICENÇA OPERAÇÃO - LO

É expedida com base na vistoria, realizada pelo órgão licenciador, e autoriza a


operação de equipamentos ou atividades poluidoras, subordinando a sua
continuidade ao cumprimento das condições de concessão das LP e LI. Este tipo de
licença deverá ser solicitado tanto para as atividades existentes como para as novas.

Os prazos de validade das licenças serão expressos nas mesmas e passarão a contar
da data de sua emissão. Nos casos em que não estejam explicitamente determinados,
serão adotados os seguintes prazos máximos: 2 (dois) anos para a LP e LI, e 4
(quatro) anos para a LO.

9.9.3.4 AGENTES ENVOLVIDOS NO LICENCIAMENTO AMBIENTAL

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-IBAMA  Órgão condutor do processo de licenciamento ambiental de atividades que


envolvam a participação de mais de um Estado ou que, por lei, sejam de competência
federal

- OEMA  Órgão responsável pela condução do processo de licenciamento ambiental


no Estado

- EMPREENDEDOR  É o proponente da atividade modificadora do meio ambiente,


devendo fornecer ao OEMA ou ao IBAMA as informações requeridas para a
concessão de licenças ambientais a seu empreendimento

9.9.3.5 PROCEDIMENTOS GERAIS PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL

*O Estudo de Impacto Ambiental - EIA é uma exigência da legislação ambiental para


o licenciamento de atividades modificadoras ou potencialmente modificadoras do meio
ambiente. O mesmo é realizado por equipe de especialistas e apresentado na forma
de Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente - RIMA, para apreciação da
comunidade, através do órgão licenciador. O EIA/RIMA é o primeiro instrumento, de

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80

defesa do meio ambiente, criado no Brasil para informar com antecedência ao Poder
Público e à própria sociedade quais os custos e benefícios dos empreendimentos,
e sobre quem eles vão recair.

**A audiência pública é uma reunião aberta, com representantes do Poder Público e
da comunidade, para debater questões sobre o meio ambiente. É parte fundamental
no processo de licenciamento ambiental, para a tomada de decisão. Geralmente, as
audiências públicas têm sido motivadas para apreciação do EIA/RIMA. Nestas, o
órgão ambiental, junto com o empreendedor e mais a equipe responsável pelo EIA,
apresentam ao público o RIMA, detalhando as modificações ambientais, seus custos,
sobre quem recairão, e seus benefícios, e quem deles vai usufruir.

9.9.3.6 ATIVIDADES OU EMPREENDIMENTOS SUJEITOS A LICENCIAMENTO AMBIENTAL

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9.10 GERENCIAMENTO AMBIENTAL – ISO 14000

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82

A International Organization for Standardization - ISO, fundada em 1947, com sede


na Suíça, é uma organização não governamental que congrega os órgãos de
normalização de mais de cem países. O Brasil participa da organização através da
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. A ISO busca normas de
homogeneização de procedimentos, de medidas, de materiais e/ou de uso que
reflitam o consenso internacional em todos os domínios de atividade, com exceção
do campo eletro-eletrônico

A ISO 14.000 visa ser uma referência consensual para a gestão ambiental no mercado
globalizado. Na sua concepção, a ISO 14.000 tem como objetivo central um Sistema
de Gestão Ambiental que auxilie as empresas a cumprirem suas responsabilidades
com respeito ao meio ambiente. Em decorrência criam a certificação através de rótulos
ecológicos, possibilitando identificar aquelas empresas que atendem à legislação
ambiental e cumprem os princípios do desenvolvimento sustentável. A série ISO
14.000 pode ser resumida em seis grupos de normas divididos em dois grandes
blocos, um direcionado para o produto, outro para a organização.

Assim, no ano de 1993, a ISO reuniu diversos profissionais e criou um comitê,


intitulado Comitê Técnico TC 207 que teria como objetivo desenvolver normas (série

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83

14000) nas seguintes áreas envolvidas com o meio ambiente. O comitê foi dividido
em vários subcomitês, conforme descritos abaixo:

 Subcomitê 1: Desenvolveu uma norma relativa aos sistemas de gestão ambiental.


 Subcomitê 2: Desenvolveu normas relativas às auditorias na área de meio
ambiente.
 Subcomitê 3: Desenvolveu normas relativas à rotulagem ambiental.
 Subcomitê 4: Desenvolveu normas relativas a avaliação do desempenho
(performance) ambiental.
 Subcomitê 5: Desenvolveu normas relativas à análise durante a existência (análise
de ciclo de vida).
 Subcomitê 6: Desenvolveu normas relativas a definições e conceitos.
 Subcomitê 7: Desenvolveu normas relativas à integração de aspectos ambientais
no projeto e desenvolvimento de produtos.
 Subcomitê 8: Desenvolveu normas relativas à comunicação ambiental.
 Subcomitê 9: Desenvolveu normas relativas às mudanças climáticas.

O subcomitê 1 desenvolveu a norma ISO 14001 que estabelece as diretrizes básicas


para o desenvolvimento de um sistema que gerenciasse a questão ambiental dentro
da empresa, ou seja, um sistema de gestão ambiental. É a mais conhecida entre todas
as normas da série 14000.

Um sistema de gestão ambiental - SGA (ISO 14.001) - pode ser definido como um
conjunto de procedimentos para administrar uma organização, de forma a obter o
melhor relacionamento com o meio ambiente. A implantação do mesmo é feita em
cinco etapas sucessivas. Todas essas etapas buscam a melhoria contínua, ou seja,
um ciclo dinâmico no qual está se reavaliando permanentemente o sistema de gestão
e procurando a melhor relação possível com o meio ambiente.

Ciências do Ambiente
84

Figura 17 – Representação dos elementos do SGA

No que diz respeito à execução de auditorias (Subcomitê 2) ambientais, este


subcomitê desenvolveu três normas: ISO 14010, ISO 14011 e ISO 14012, em 1996.
Em 2001, foi desenvolvida a ISO 14015 que foi revisada em 2003. No ano de 2002 foi
criada a norma ISO 19011 que substituiu a 14010, 11 e 12.

As normas citadas estabelecem:

 ISO 14010: os princípios gerais para execução das auditorias;


 ISO 14011: os procedimentos para o planejamento e execução de auditorias num
sistema de gestão ambiental;
 ISO 14012: os critérios para qualificação de auditores (quem executa as
auditorias).
 ISO 14015: as avaliações ambientais de localidades e organizações.
 ISO 19011: guias sobre auditorias da qualidade e do meio ambiente.

A Rotulagem ambiental (Subcomitê 3) é a garantia de que um determinado produto é


adequado ao uso que se propõe e apresenta menor impacto ambiental em relação
aos produtos do concorrente disponíveis no mercado. É conhecida também pelo nome

Ciências do Ambiente
85

de Selo Verde, sendo utilizada em


vários países como Japão, Alemanha, Suécia, Países Baixos e Canadá, mas com
formas de abordagens e objetivos que diferem uma das outras.

Para estabeler as diretrizes para a rotulagem ecológica, este subcomitê criou várias
normas. São elas:

 ISO 14020: Estabelece os princípios básicos para os rótulos e declarações


ambientais (criada em 1998 e revisada em 2002).
 ISO 14021: Estabelece as auto-declarações ambientais - Tipo II – Auto-
declarações ambientais (criada em 1999 e revisada em 2004).
 ISO 14024: Estabelece os princípios e procedimentos para o rótulo ambiental Tipo
I – Programas de Selo Verde (criada em 1999 e revisada em 2004).
 ISO TR 14025: Estabelece os princípios e procedimentos para o rótulo ambiental
Tipo III – Inclui avaliações de Ciclo de Vida (criada em 2001).

No ano de 2003, foi iniciada a criação da ISO 14025 relativa ao Selo Verde Tipo III
que poderá ser usada como empecilho para às exportações dos produtos de países
que não estejam adequados e preparados.

Para estabelecer as diretrizes para um processo de avaliação da performance


ambiental de sistemas de gestão ambiental, o subcomitê 4 criou as normas ISO
14031 em 1999(revisada em 2004) e ISO 14032 também em 1999.

As normas estabelecem e fornecem:

 ISO 14031: Diretrizes para a avaliação do desempenho (performance) ambiental.


Ela inclui ainda exemplos de indicadores ambientais.
 ISO 14032: Exemplos de avaliação do desempenho ambiental.

A análise do ciclo de vida,de responsabilidade do subcomitê 5, ou seja, durante a


existência da empresa, é um processo criado com o intuito de avaliar os impactos
ao meio ambiente e a saúde provocados por um
determinado produto, processo, serviço ou outra atividade econômica.

Ciências do Ambiente
86

A análise abrange todo o ciclo de vida de um produto/processo/atividade aborda, por


exemplo:

 a extração da matéria-prima;
 o processamento da matéria-prima;
 a produção;
 a distribuição;
 o uso;
 o reuso (quando necessário);
 a manutenção;
 a reciclagem;
 a eliminação (disposição final).

Para incentivar entidades oficiais e empresas privadas e públicas a abordarem os


temas ambientais de forma integrada durante toda a sua existência, este subcomitê,
criou diversas normas. São elas:

 ISO 14040: Estabelece as diretrizes e estrutura para a análise do ciclo de


vida (criada em 1997).
 ISO 14041: Estabelece a definição do âmbito e análise do inventário do ciclo de
vida (criada em 1998).
 ISO 14042: Estabelece a avaliação do impacto do ciclo de vida (criada em 2000).
 ISO 14043: Estabelece a interpretação do ciclo de vida (criada também em 2000).
 ISO 14048: Estabelece o formato da apresentação de dados (criada em 2002).
 ISO TR 14047: Fornece exemplos para a aplicação da ISO 14042 (criada
em 2003).
 ISO TR 14049: Fornece exemplos para a aplicação da ISO 14041 (criada em
2000).

Com a finalidade de facilitar a aplicação, as normas 14041, 14042 e 14043, foram


reunidas em apenas dois documentos (14040 e 14044).

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O subcomitê 6 cuidou de Toda a terminologia utilizada em todas as normas citadas


anteriormente (relativas à gestão ambiental) é definida na norma ISO 14050,
publicada no ano de 1998, criada por este subcomitê.

Foi feita uma revisão desta norma, conforme descrito abaixo:

 ISO 14050 Rev. 1: Publicada em 2002 e revisada em 2004.


O subcomitê 7 estudou como o desenvolvimento de novos produtos interage com
o ambiente. Foi criada a seguinte norma:
 ISO TR 14062: Estabelece a integração de aspectos ambientais no projeto e
desenvolvimento de produtos (criada em 2002 e revisada em 2004).

Nesta norma foi criado o conceito de ecodesign. Este, oferece inúmeros benefícios as
empresas que o utilizam, tais como:

 Os custos são reduzidos;


 O desempenho ambiental é melhorado;
 A inovação é estimulada;
 São criadas novas oportunidades de mercado;
 A qualidade do produto é melhorada como um todo.
O subcomitê 8 desenvolveu duas normas relativas à comunicação
 ISO/TC 207/WG 4: Estabelece diretrizes e exemplos para a comunicação
ambiental.
 ISO 14063: Estabelece o que foi definido sobre comunicação ambiental (criada
em 2006).

Por fim, o subcomitê 9 desenvolveu normas relativas as mudanças


climáticas na Terra. Estas, em grande parte, são provocadas por impactos
ambientais gerados pelo homem. As normas são:

 ISO/TC 207/WG 5: Estabelece a medição, comunicação e verificação de emissões


de gases do efeito estufa, a nível de entidades e projetos.

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 ISO/TC 14064 Parte 1: Relativa aos gases do efeito estufa, diz respeito a
especificação para a quantificação, monitoramento e comunicação de emissões e
absorção por entidades.
 ISO/TC 14064 Parte 2: Relativa aos gases estufa, diz respeito a especificação
para a quantificação, monitoramento e comunicação de emissões e absorção de
projetos.
 ISO/TC 14064 Parte 3: Relativa aos gases estufa, diz respeito a especificação e
diretrizes para validação, verificação e certificação.
 ISO/TC 207/WG 6: Estabelece a acreditação.
 ISO 14065: Relativa aos gases estufa, diz respeito aos requisitos para validação
e verificação de organismos para uso em acreditação ou outras formas de
reconhecimento.

Todas estas normas foram publicadas em 2006.

BENEFÍCIOS E RESULTADOS DA ISO 14000

Os certificados de gestão ambiental da série ISO 14000 atestam a responsabilidade


ambiental no desenvolvimento das atividades de uma organização.

Para a obtenção e manutenção do certificado ISO 14000, a organização tem que se


submeter a auditorias periódicas, realizadas por uma empresa certificadora,
credenciada e reconhecida pelos organismos nacionais e internacionais.

Nas auditorias são verificados o cumprimento de requisitos como:

 Cumprimento da legislação ambiental;


 Diagnóstico atualizado dos aspectos e impactos ambientais de cada atividade;
 Procedimentos padrões e planos de ação para eliminar ou diminuir os impactos
ambientais sobre os aspectos ambientais;
 Pessoal devidamente treinado e qualificado.

Entretanto, apesar do fato de que as empresas estejam procurando se adequarem, a


degradação ao ambiente continua em ritmo crescente.

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Apenas um número pequeno de empresas busca a sustentabilidade e as melhorias


conseguidas são pequenas diante da demanda crescente por produtos e serviços,
originadas do desenvolvimento econômico.

Segundo o relatório Planeta Vivo, desenvolvido pela organização WWF em 2002,


a humanidade consome cerca de 20% mais recursos naturais do que a Terra é capaz
de repor sozinha.

Ciências do Ambiente
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10- BIBLIOGRAFIA

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Rio de Janeiro: LTC, 2011.

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http://www.institutosiegen.com.br/artigos/conceito_desenv_sustent.pdf . Acesso em
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