Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Rio de Janeiro/2008
FILOSOFIA
Philia = amizade
Procura amorosa da sabedoria
Sophia = sabedoria
Vamos esclarecer o que é filosofia fazendo a leitura abaixo.
Filosofia e educação
ALEX SOUTO ARRUDA1
Alguém uma vez na vida já se perguntou, o que é e para que serve a Filosofia?
Definir filosofia não é uma questão simples, pois, os seus vários conceitos variam
de acordo com o pensamento de diferentes filósofos. Para alguns, a filosofia
deveria se preocupar com a essência, para outros deveria voltar-se para o
fenômeno. Uns acreditam que a busca da verdade é a função da filosofia, outros
entendem que á através da fé que ela se concretiza, confundindo religião com
filosofia. Mas, temos que ver que todas estas definições visam o desenvolvimento
do saber em busca do benefício e da felicidade do homem.
Logo, se a Filosofia, como saber, tenta resolver os fins mais práticos da vida, ela
nos mostra resposta para fins considerados fundamentais como a liberdade, a
fraternidade, a felicidade pessoal e coletiva etc.
A filosofia possui uma clara função social, pois, cabe aos filósofos estarem atentos
às questões fundamentais de seu tempo, buscando encontrar um programa de
ação que possa apresentar explicações e possíveis respostas.
Desta forma, podemos dizer que a filosofia é muito útil à sociedade, já que ela
proporciona uma compreensão das questões sociais, com bases morais.
Muito se demonstrou, ao longo da história, a contribuição que os filósofos
prestaram à sociedade, incluindo o âmbito político, social, econômico e religioso.
Portanto, a filosofia é um dos melhores meios que possibilita engajarmos no
mundo, através do uso da nossa razão, questionando os pontos óbvios e cruciais
1
(Bacharel em Direito – Advogado Militante – Pós-graduado em Direito Processual Civil –
Mestrando em Ciência Sociais da Religião – Graduando em Filosofia)
Disponível em http://www.webartigos.com/articles/5200/1/filosofia-e-educacao/pagina1.html
2
que acontecem no cotidiano para uma melhor educação e transformação do
cidadão.
O filósofo nunca foi só um contemplador do mundo, como algumas pessoas
pensam, mas foi sempre um produtor de idéias. E só as idéias podem mudar o
mundo de forma significativa, uma vez que estamos sempre em evolução. Como
dizia o poeta: “O tempo não para..." (Cazuza).
Mas, os inimigos maiores dos filósofos são os círculos viciosos das idéias. Se ele
não conseguir transcendê-los, superá-los com novos conceitos e idéias, será para
todo o sempre um pensador medíocre que parou no tempo e no espaço e que não
conseguiu ver além da realidade que ele vive ou viveu.
Assim, deve o filósofo abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso
comum, não se deixando guiar pela submissão às idéias dominantes e aos
poderes estabelecidos, buscando compreender a significação do mundo, da
cultura, da História, pois, conhecendo o sentido das criações humanas nas artes,
nas ciências e na política, ele possa dar a cada um de nós e à nossa sociedade os
meios para termos consciência das ações numa prática que deseja a liberdade e a
felicidade para todos, num processo de transformação educacional, já que tudo
isso nada mais é que educação.
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
3
Assim sendo, os mitos eram a mistura de poesia e formas de pensamento que
ajudavam os gregos a compreender o Universo e a condição humana.
Podemos afirmar que há muitos modos de se conhecer o mundo, dependem da
situação do sujeito diante do objeto do conhecimento.
Os gregos criaram vários mitos para poder passar mensagens para as pessoas e
também com o objetivo de preservar a memória histórica de seu povo.
Há três mil anos, não havia explicações científicas para grande parte dos fenômenos
da natureza ou para os acontecimentos históricos. Portanto, para buscar um significado
para os fatos políticos, econômicos e sociais, os gregos criaram uma série de histórias, de
origem imaginativa, que eram transmitidas, principalmente, através da literatura oral.
Grande parte destas lendas e mitos chegou até os dias de hoje e são
importantes fontes de informações para entendermos a história da civilização da Grécia
Antiga. São histórias riquíssimas em dados psicológicos, econômicos, materiais,
artísticos, políticos e culturais.
Mitologia Grega.
- Heróis: seres mortais, filhos de deuses com seres humanos. Exemplos: Herácles ou
Hércules e Aquiles.
- Ninfas: seres femininos que habitavam os campos e bosques, levando alegria e
felicidade.
- Sátiros: figura com corpo de homem, chifres e patas de bode.
- Centauros: corpo formado por uma metade de homem e outra de cavalo.
- Sereias: mulheres com metade do corpo de peixe que atraíam os marinheiros com
seus cantos atraentes.
- Górgonas: mulheres, espécies de monstros, com cabelos de serpentes. Exemplo:
Medusa
- Quimeras: mistura de leão e cabra, soltavam fogo pelas ventas.
- Medusa: mulher com serpentes na cabeça
Deuses gregos
4
características encontradas no Olimpo. Muitas vezes, apaixonavam-se por mortais e
acabavam tendo filhos com estes. Desta união entre deuses e mortais surgiam os heróis.
Assim sendo, podemos afirmar que tanto a mitologia quanto a ciência são formas de
conhecer o mundo, modos de conhecimento, assim como o senso comum, a filosofia e a
arte. Todos eles são formas de conhecimento, em que cada uma, ao seu modo, desvenda
os segredos do mundo, explicando-o ou atribuindo-lhe um sentido. Vamos examinar mais
de perto cada uma dessas formas de conhecimento.
O mito proporciona um conhecimento que explica o mundo a partir da ação de
entidades - ou seja, forças, energias, criaturas, personagens - que estão além do mundo
natural, que o transcendem, que são sobrenaturais.
Veja, por exemplo, o mito através do qual os antigos gregos explicavam a origem do
mundo, segundo Oliviere (op.cit):
5
Assim como o mito, a religião, ou melhor, as religiões também apresentam uma
explicação sobrenatural para o mundo. Para aderir a uma religião, é obrigatório crer ou ter
fé nessa explicação. Além disso, é uma parte fundamental da crença religiosa a fé em que
essa explicação sobrenatural proporciona ao homem uma garantia de salvação, bem
como prescreve maneiras ou técnicas de obter e conservar essa garantia, que são os
ritos, os sacramentos e as orações.
Antes de seguir em frente, convém esclarecer que não vem ao caso discutir aqui a
validade do conhecimento religioso. Em matéria de provas objetivas, se a religião não tem
como provar a existência de Deus, a ciência também não tem como provar a Sua
inexistência. E, a propósito disso, vale a pena apresentar uma outra narrativa filosófica:
“Certa vez, um cosmonauta e um neurologista russos discutiam sobre religião. O
neurologista era cristão, e o cosmonauta não. “Já estive várias vezes no espaço”, gabou-
se o cosmonauta, “e nunca vi nem Deus, nem anjos”. “E eu já operei muitos cérebros
inteligentes”, respondeu o neurologista, “e também nunca vi um pensamento”. (O mundo
de Sofia, Jostein Gaardner, Cia. das Letras, 1995).
A passagem do pensamento mítico para o pensamento crítico racional, ou seja, a
ciência da Lógica que estuda como raciocinar corretamente foi criada pelos gregos. Aliás,
o que pensar? O que a mente humana é capaz de pensar? Essas questões são feitas por
um grupo de pessoas que se dedicam a pensar profundamente a existência humana: os
filósofos. Nasce o pensamento filosófico pelo surgimento da filosofia na Grécia, não como
resultado de um salto, um milagre realizado por um povo privilegiado, mas sim
culminação de um processo que se fez através dos tempos.
A Ciência
A ciência procura descobrir como a natureza "funciona", considerando,
principalmente, as relações de causa e efeito. Nesse sentido, pretende buscar o
conhecimento objetivo, isto é, que se baseia nas características do objeto, com
interferência mínima do sujeito. Veja, por exemplo, a seguinte descrição científica:
O coração é um músculo oco, em forma de cone achatado com a base
virada para cima e a ponta voltada para baixo, do tamanho aproximado
de um punho fechado. O músculo cardíaco é chamado de miocárdio. Sua
superfície interna é recoberta por uma membrana delgada, o endocárdio.
Sua superfície externa tem um invólucro fibro-seroso, o pericárdio.
Grande Enciclopédia Larousse Cultural, 1998
O Senso Comum
O senso comum ou conhecimento espontâneo é a primeira compreensão do
mundo, baseada na opinião, que não inclui nenhuma garantia da própria validade. Para
alguns filósofos, o senso comum designa as crenças tradicionais do gênero humano,
aquilo em que a maioria dos homens acredita ou devem acreditar.
6
O conhecimento na partir do senso comum não é refletido e se encontra misturado à
crença e aos preconceitos.
É um conhecimento ingênuo (não crítico), fragmentário (porque difuso,
assistemático, muitas vezes sujeito a incoerências) e conservador (resiste às mudanças).
Isto significa, que o primeiro estádio de conhecimento precisa ser superado em
direção a uma abordagem crítica e coerente, características estas que não precisam ser
necessariamente atributos de forma mais requintada de conhecer, tais como a ciência ou
a filosofia. Em outras palavras, o senso comum precisa ser transformado em bom senso,
este entendido como a elaboração coerente do saber e como explicitação das intenções
conscientes dos indivíduos livres. Segundo o filósofo Gramsci, o bom senso é “o núcleo
sadio do senso comum” (ARANHA, 1996, p. 35).
Qualquer homem, se não foi ferido em sua liberdade e dignidade, e se teve ocasião
de desenvolver a habilidade crítica, será capaz de autoconsciência, de elaborar
criticamente o próprio pensamento e de analisar adequadamente a situação em que vive.
É nesse estádio que o bom senso se aproxima da filosofia, da filosofia da vida.
A mais completa tradução do senso comum talvez sejam os ditados populares. A
título de exemplo, eis alguns:
"Cada cabeça, uma sentença."
"Quem desdenha quer comprar."
“Quem ri por último ri melhor."
"A pressa é a inimiga da perfeição."
"Se conselho fosse bom, não era dado de graça."
A Filosofia
Para Platão, a filosofia é o uso do saber em proveito do homem. Isso implica a
posse ou aquisição de um conhecimento que seja, ao mesmo tempo, o mais válido e o
mais amplo possível; e também o uso desse conhecimento em benefício do homem. Essa
definição, porém, exige a uma definição de benefício, que por sua vez exige uma
definição de Bem. Para saber o que é o Bem, entretanto, também é necessário descobrir
o que é a Verdade.
Alguns filósofos definem a filosofia como a busca do Bem, da Verdade, do Belo e
de como os homens podem conhecer essas três entidades. Portanto, a filosofia toma para
si a árdua tarefa de debater problemas ou especular sobre problemas que ainda não
estão abertos aos métodos científicos: o bem e o mal, o belo e o feio, a ordem e a
liberdade, a vida e a morte.
Tradicionalmente, a filosofia se divide em cinco áreas:
7
Mitologia Brasileira
Mitologia
Nem grega, nem romana
Pois mito, é o que foi dito
Deuses substituídos
Sem serem trocados
Heróis supridos
Por crenças
De todas as regiões.
8
das coisas diferentes, revelando, portanto, uma nova capacidade de abstração e
de generalização.
• O surgimento da vida urbana, com o predomínio do comércio e do artesanato,
dando desenvolvimento a técnicas de fabricação e de trocas, e diminuindo o
prestígio das famílias da aristocracia proprietárias de terras, por que para quem
os mitos foram criados; além disso, o surgimento de uma classe de comerciantes
ricos, que precisava encontrar pontos de poder e prestígio para suplantar o velho
poderio da aristocracia de terra e de sangue (as linhagens constituídas pelas
famílias), fez com que se procurasse o prestígio pelo patrocínio e estímulo das
artes, às técnicas e aos conhecimentos, favorecendo um ambiente onde a
Filosofia poderia surgir.
• A invenção da escrita alfabética, que, como a do calendário e da moeda,
revela crescimento da capacidade de abstração e da generalização, uma vez
que a escrita alfabética ou fonética, diferentemente de outras escritas – como,
por exemplo: os hieróglifos dos egípcios ou os ideogramas dos chineses supõe
que não se represente uma imagem da coisa que está sendo dita, mas a idéia
dela, o quê dela se pensa e se transcreve.
• A invenção da política, que introduz três aspectos novos e decisivos para o
nascimento da Filosofia.
1- A idéia da lei com expressão da vontade de uma coletividade humana que
decide opor si mesma o que é melhor para si mesma o que é melhor e com ela
definirá suas relações internas;
2- O surgimento de um espaço público, que fez parecer um novo tipo de palavra ou
de discurso, diferente daquele proferido pelo mito.
3- A política estimula um pensamento e um discurso que não procuram ser
formulado por seitas sagradas dos iniciados em mistérios sagrados, mas que procuram,
ao contrário, ser públicos, ensinados, transmitidos, comunicados e discutidos.
Nietzsche (século XIX) afirma que os outros povos da antiguidade nos deram
santos; só os gregos nos deram sábios. Por que esta afirmação?
Porque a democracia de Atenas valorizava as pessoas capazes de falar bem e de
convencer as pessoas. Daí o surgimento dos primeiros mestres, pessoas que refletiam
sobre todos os setores da indagação humana, na procura da verdade, não se fazendo
somente na pura razão, mas também na amorosidade. Eles eram denominados de
filósofos sofistas. Etimologicamente, a palavra sofista vem de sophos, que significa
sábio, ou melhor, professor da sabedoria.
Os primeiros sábios ocupam-se, sobretudo, com a natureza (physis). Sendo assim,
os sofistas procedem à passagem para a reflexão propriamente antropológica, voltada
para as questões da moral e da política. Podemos afirmar que eles foram responsáveis
por elaborar teoricamente e legitimar o ideal democrático da classe em ascensão, a dos
comerciantes enriquecidos.
Os sofistas fascinam a juventude com o brilhantismo da sua retórica e se propõem a
ensinar a arte da persuasão, do convencimento, do discurso, que serão bem aproveitados
na praça pública, sedes de assembléia democráticas. Os mais famosos sofistas foram
Protágoras de Abdera (485 – 410 a C.), Geórgia de Leôncio (485 – 380 a C.), e outros,
como Trasímico e Hipódamso.
Os sofistas são criadores da educação intelectual, que vai se tornar independente
da educação física e musical, até então predominantes nos ginásios. Entretanto, em
conseqüência do desenvolvimento da escrita, do surgimento da moeda, do nascimento da
polis (cidade – estado) e o aparecimento dos filósofos que crítica à atitude intelectual dos
sofistas, pois alguns sofistas manipulavam a linguagem para convencer as pessoas que
9
coisas absurdas eram “verdadeiras” e ao costume de cobrarem muito caro de quem
quisesse aprender suas técnicas de falar bem em público.
Por causa disso, o sofisma passou a ser sinônimo de um raciocínio incorreto, de
uma frase aparentemente lógica, mas que na verdade está enganando as pessoas.
Nesse bojo, nasce o pensamento racional e filosófico, em substituição ao mítico.
Uma nova visão que homem passa a ter do mundo e de si próprio se dá pelo
surgimento da FILOSOFIA.
Nasce uma nova concepção de virtude diferente do valor do guerreiro belo e bom.
Se antes a virtude é ética e aristocrática, agora ela é política, voltada para o ideal
democrático da igual repartição de poder. Surge a problematização e a discussão de uma
realidade antes não questionada pelo mito.
Os mais famosos filósofos que nos inspiram e persuadem a praticar a arte de pensar
por nós mesmos foram, segundo os manuais de história:
• Na filosofia da Antigüidade foram: Sócrates (469 – 399 a C.); Aristócles, nome
verdadeiro de Platão (428 – 347 a C.); Isócrates (436 – 338 a C.) e Aristóteles (384 – 332
a C.).
“O pensamento está, sobretudo, no sentimento (phatos), da admiração da realidade
(ón) ... aviva nele o desejo (eros), da fala (logos), a mais bela morada (éthos) do humano.
Esse pensamento vai persistir em todas épocas subseqüentes. Ainda hoje nos sentimos
aprendizes dos discursos dessa Antigüidade. Seus textos seus mestres insuperáveis”
(BUZZI, 2001, p.14).
• Na filosofia da Idade Média foram: Santo Agostinho de Hipona (354-430), Santo
Tomas de Aquino (1225-1275) e outros.
Nesse período, os filósofos compreendiam à existência humana no mundo como
forma encarnada dos mistérios do Cristianismo, tinham o pensamento na grande
experiência da fé. Na experiência desta fé, os medievais desenvolveram a teologia e
nesse sistema assimilaram a filosofia da Antigüidade.
• Na filosofia da Idade Moderna foram: Francis Bancon (1516-1626), Jonh Locke (1632-
1704) Augusto Comte (1798-1857) e outros (Representantes do Empirismo).
Renato Descartes (1596-1650), Immanuel Kant (1724-1804), Frederich Hegel (1770-1831)
e outros (Representantes do Racionalismo).
Nesse período, o pensamento está no interesse da ciência que pesquisa e domina a
natureza de justificar seu uso com caminho de realização plena da Humanidade.
É costume dividir uma diferença entre os filósofos da Modernidade, classifica-os em
empiristas e racionalistas.
• Na filosofia Contemporânea, o pensamento está na necessidade de re-encontrar a
sabedoria originária ou o sentido da existência humana no mundo, assentada no dorso
indomável da máquina, arrastada pelo turbilhão da Ciência, no delírio do consumismo e
na exaustão da natureza. Nessa experiência de esquecimento do sentido, e de perda da
sabedoria de vida, começa a filosofar. Por causa disso, estamos hoje numa aprendizagem
de pensar bem próximo dos antigos. Como eles, nós devemos começar tudo de novo.
Os filósofos modernos precursores da contemporeidade destacamos Rosseau (1712-
1778), Marx (1818-1883), Freud (1856-1939), Heidegger (1889-1978) e outros
FILOSOFIA
É um pensar permanente, de tudo que existe no universo, no todo da realidade, de
modo mais genérico e sistemático. É o pensamento instituinte questionando o saber
instituído. É à busca da coerência interna, da definição rigorosa de conceitos, do debate,
da discussão organizada em doutrinas e do surgimento do pensamento abstrato.
10
A visão da Filosofia é de conjunto, nunca trata o problema examinando-o de forma
parcial, mas na perspectiva de conjunto, na relação de cada aspecto com outros do
contexto em que está inserido.
A Filosofia tem múltiplos aspectos:
• Especulativo contemplativo e conjuntural – conhecimento de Deus e das
realidades divinas não por métodos discursivos e sim pela vivência.
• Prescrito ou normativo quando recomenda valores.
• Crítico ou analítico quando examina conceitos tais como a mente, o eu e a
causa, em diferentes contextos, a fim de sinalizar as incoerências do nosso
temperamento.
A Filosofia é simultaneamente natural e necessária ao homem, porque o espírito
humano busca eternamente uma visão mundial ou uma estrutura compreensiva, através
da qual as nossas intuições sobre a realidade possam ser explicadas. Logo, ela não é
apenas uma parte do nosso conhecimento, mas é a abrangência de interligação de outras
disciplinas em sua base teórica.
No século XVII, Galileu dá início à promoção da autonomia da ciência e seu
desligamento da filosofia, permanecendo até o século XX, com o surgimento da
fragmentação do saber. Surgem as ciências particulares como a Física, a Química, a
Biologia, a Matemática, a Astronomia, a Psicologia, a Sociologia, delimitando o campo
específico de pesquisa a ser estudado por cada ciência.
Assim cabe investigar:
• O movimento do corpo Física
• A natureza dos seres vivos Biologia
• As transformações substanciais Química
11
IDEOLOGIA
12
todos e para todos, como por exemplo, a Humanidade, a Liberdade, a
Igualdade, a Nação, ou Estado (p.113).
Ideologia
Cazuza
Composição: Cazuza/Roberto Frejat
Meu partido
É um coração partido
E as ilusões
Estão todas perdidas
Os meus sonhos
Foram todos vendidos
Tão barato
Que eu nem acredito
Ah! eu nem acredito...
Meus heróis
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma prá viver
Ideologia!
Eu quero uma prá viver...
O meu prazer
Agora é risco de vida
Meu sex and drugs
Não tem nenhum rock 'n' roll
Eu vou pagar
A conta do analista
Prá nunca mais
Ter que saber
13
Quem eu sou
Ah! saber quem eu sou..
Meus heróis
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma prá viver
Ideologia!
Prá viver...
Meus heróis
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma prá viver
Ideologia!
Eu quero uma prá viver..
Ideologia!
Prá viver
Ideologia!
Eu quero uma prá viver...
FILOSOFIA E A CIÊNCIA
14
Visão negativa da ciência
MÉTODO CIENTÍFICO
(cada coisa em seu lugar)
1- Enunciado de um problema
2- Formulação de hipóteses
Para solucionar o problema o cientista propõe uma resposta possível que constitui uma
hipótese a ser avaliada na sua investigação. Isto significa que a hipótese é uma resposta
não comprovada que deve ser testada cientificamente.
3- Testes experimentais da hipótese
15
O cientista conclui a pesquisa científica, confirmando ou corrigindo a hipótese formulada
ou testada.
• Inúmeras teorias científicas que, por algum tempo, reinaram como absolutamente
sólidas e corretas, foram refutadas, substituídas ou modificadas por outras.
• Isto significa que os conhecimentos científicos não são inquestionavelmente certo,
coerentes e infalíveis para o todo sempre. É como eles tivessem certas “condições
de validade”.
Toda teoria científica é revista ou corrigida por outra, levando às crenças que
todos os conhecimentos científicos são passagens e condenados no futuro.
FILOSOFIA E A CIÊNCIA
16
Essas perguntas não podem ser respondidas cientificamente, pois a causalidade
não é um fato estabelecido, mas um pressuposto da ciência. O cientista não pode
fornecer a resposta, visto que as coisas em si mesmas, em oposição às suas aparências,
estão, por definição, além da verificação empírica.
Exemplo: Se observarmos as informações sobre a natureza humana, verificamos que a
Psicologia nos dá uma imagem do homem, a Psicanálise outra, a Sociologia outra, a
Antropologia outra, a Economia outra, etc.
Ao final, o que possuímos, depois de todas as ciências terem sido inventariadas,
não é uma imagem composta do homem, mas uma série de imagens diferentes. Todas
deixam de satisfazer, porque explicam aspectos distintos do homem, em vez do homem
como um todo. Vemos o ser humano fragmentado, nas várias ciências.
Logo, podemos afirmar que a ciência apenas estuda aquelas coisas que, no homem,
podem ser quantitativamente medidas.
A Filosofia é simultaneamente natural e necessária ao homem, porque o espírito
humano busca eternamente uma visão mundial ou uma estrutura compreensiva através
da qual nossas intuições da realidade possam explicar-se.
A Filosofia não é apenas uma parte do nosso conhecimento, a parte da arte, da
ciência e da religião; na realidade, abrange essas disciplinas em suas fases teóricas,
procurando explicá-las e interligá-las.
Hoje, podemos reconhecer que a metafísica e a ciência são duas atividades
diferentes, cada uma delas valiosa por direito próprio.
A NATUREZA DO CONHECIMENTO
TIPOS DE CONHECIMENTO
17
Esse conhecimento limita-se às religiões ou seitas que o reconhecem como o
verbo de Deus. Não pode ser provado e reprovado empiricamente. Aceitamo-lo na
base da fé, amparado sempre que possível pela razão e pela experiência crítica.
• Conhecimento Autoritário é o conhecimento aceito como verdade porque
provém de especialistas, colhidos em enciclopédias, monografias e publicações
especializadas, de autoria de reconhecidos profissionais competentes.
É usualmente considerado autoritário, por aceitarmos sem discussão as fórmulas para
resolver certos problemas matemáticos. A maior parte do nosso conhecimento fatual
baseia-se na autoridade, constituído pelo registro de realizações, experiências e fatos
que uma cultura julga de suficiente valor para que se perpetuem.
• Conhecimento Intuitivo é talvez, o mais pessoal meio de saber, considerada a
única fonte verdadeira do conhecimento. Para Nietzsche, a intuição é a “mais inteligente
de todas as espécies da inteligência”; para Bruner “e a técnica intelectual para chegar a
plausíveis, mas conjeturais formulações, sem passar pelas fases analíticas por meio das
quais essas formulações seriam consideradas conclusões válidas ou inválidas” (1988,
p.13).
A intuição de maneira alguma é monopólio de místicos, santos e mulheres. Os
cientistas, artistas, filósofos e líderes religiosos que experimentaram momentos de
profunda contemplação, todos testemunham o fato de que algumas de suas
realizações mais construtivas ocorrem após súbitas intuições ou momentos de
inspiração.
Ela deve ser comprovada pelos conceitos da razão e pelas percepções sensoriais,
verificadas pelos métodos científicos normais, antes de poderem ser declaradas
válidas e dignas de crédito. Dessa forma, podemos afirmar pautadas na afirmação de
Bruner (op.cit), que a característica essencial do pensamento produtivo, não se dá só
nas disciplinas acadêmicas formais, mas também na vida cotidiana.
• Conhecimento Racional é o conhecimento que se dá pela razão pelo qual
derivamos juízos universalmente válidos e coerentes entre si. Os que destacam a
razão como o fator importante no conhecimento, são conhecidos como
racionalistas. Reconhecem a contribuição dos sentidos para o conhecimento, na
forma simples de simples fatos e impressões isoladas. Mas, acreditam que no
intelecto, interpreta e organiza esses fragmentos e parcelas de informações,
convertendo-os naquilo que podemos chamar um conhecimento idôneo e
significativo.
Entretanto, a razão pura é hoje menos usada do que nos primeiros dias de
Filosofia, quando o homem acreditava que só a razão tinha import6ancia máxima.
Todavia, continua sendo ainda o árbitro e juiz do conhecimento se quiserem que
este seja racional.
• Conhecimento Empírico é o conhecimento que provém dos sentidos. Vendo,
ouvindo, cheirando, sentindo e provando, formamos a nossa imagem do mundo
que nos cerca. Portanto, o conhecimento compõe-se de idéias formadas de
acordo com os fatos observados. Um empirista adverte-nos para que “procuremos
e vejamos”, ao passo que um racionalista nos diz “pensemos completamente as
coisas”.
Visto que a ciência é empírica, a sua metodologia está estreitamente aliada com
este particular aspecto da epistemologia. As teorias e as hipóteses são comprovadas
através de experiências para descobrir qual delas explica melhor um determinado
fenômeno.
O êxito depende de múltiplos fatores, como a cuidadosa copilação de dados, o
plano adequado de pesquisa e seleção de métodos e a atitude do pesquisador.
18
Mesmo assim nunca se espera que a conclusão de uma experiência prove e reprove
absolutamente uma hipótese.
Pode apenas apresentar os resultados como mais ou menos prováveis. Portanto o
conhecimento empírico não é necessariamente o mais digno de confiança de que
dispomos como muitos supõem. Ocupa seu lugar ao lado de outros tipos de
conhecimento, como mais um caminho aberto para a compreensão da realidade.
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
TIPOS DE ARGUMENTAÇÃO
19
Analogia (ou raciocínio por semelhança) é uma indução parcial ou imperfeita, na qual
passamos de um ou de alguns fatos singulares não a uma conclusão universal, mas a
outra enunciação singular ou particular, inferida em uma virtude da comparação entre
objetos que, embora diferentes, apresentam pontos de semelhança:
Exemplo: Maria sarou de suas dores de cabeça com este remédio.
Logo, João há de sarar de suas dores de cabeça com este mesmo remédio.
O raciocínio por semelhança apenas fornece uma probabilidade, não uma certeza.
Mas desempenha u papel importante na descoberta ou na invenção.
Sabe-se que grande parte de nossas conclusões diárias se baseia na analogia. Se lermos
um bom livro de Machado de Assis, provavelmente compraremos outro do mesmo autor,
na suposição de que deverá ser bom também. Se formos bem atendidos em uma loja,
voltaremos da próxima vez, na expectativa de tratamento semelhante. Da mesma forma,
se formos mal atendidos, evitaremos retornar.
Quando as explicações de um determinado fato nos parecem complexas,
costumamos recorrer a comparações, que na verdade são analogias. “Quem não está
habituado a ler, sofrer como nadador iniciante engole água e perde fôlego”.
Do mesmo modo, o texto literário é enriquecido pela metáfora, que é a forma de
estabelecer semelhança: “Amor é fogo que arde sem se ver” (Camões).
Também a ciência se vale de analogias. As analogias podem ser fracas ou fortes,
dependendo da relevância das semelhanças estabelecidas entre objetos diferentes.
Embora os homens sejam muito diferentes dos ratos, nas experiências biológicas podem
ser feitas comparações de natureza fisiológica que tornam a analogia adequada e
fecunda. Assim, se o biólogo constatar determinados efeitos de uma droga ministrada em
ratos, é possível sustentar que os efeitos provocados nos homens sejam semelhantes.
OS FILÓSOFOS DA ANTIGUIDADE
20
Em Atenas, desenvolveu-se pouco a pouco uma democracia com assembléias
populares e tribunais. Um pressuposto para a democracia era o fato de que as pessoas
recebiam educação suficiente para poder participar dos processos democráticos.
Ao mesmo tempo, porém os sofistas simplesmente rejeitavam tudo o que
consideravam especulação filosófica desnecessária, por considerarem que ninguém
jamais conseguiria encontrar respostas realmente seguras e definitivas para os mistérios
da natureza e do universo. Esse ponto de vista é conhecido na filosofia como ceticismo.
Os sofistas incitaram na sociedade de Atenas discussões ao afirmarem que não
havias normas absolutas para o certo e para o errado e um raciocínio falso com aparência
de lógico.
Daí surge os filósofos críticos aos sofistas, dentre os mais críticos Sócrates, que
tentou mostrar que algumas normas são realmente absolutas e de validade universal.
Ao contrário dos sofistas, Sócrates tentou mostrar que algumas normas são
realmente absolutas e de validade universal. Ele era visto como uma pessoa enigmática e
logo depois de sua morte foi considerado o fundador das mais diversas correntes
filosóficas.
Como ele não escreveu uma única linha, e não obstante, está entre os que mais
influenciaram sobre o pensamento europeu, a sua vida ficou conhecida por Platão, seu
discípulo e também um dos maiores filósofos da história.
Platão não considerava os sofistas, pessoas instruídas, mas, sim, os criticavam por
todas as formas de injustiça e de abuso de poder que eles usavam. O ponto central de
toda sua atuação estava no fato de que ele não queria propriamente ensinar as pessoas.
Para tanto, em suas conversas, Sócrates dava a impressão de ele próprio querer
aprender com seu interlocutor. Ao “ensinar”, ele não assumia a posição de um professor
tradicional. Ao contrário ele dialogava, discutia.
Ele conseguia levar o seu interlocutor a ver prontos fracos de suas próprias
reflexões. Uma vez pressionado contra a parede, o interlocutor acabava reconhecendo o
que estava certo e o que estava errado.
Para Sócrates só o conhecimento que vem de dentro é capaz de revelar o
verdadeiro discernimento, portanto ele forçava as pessoas a usar a razão, para distinguir
entre o certo e o errado.
Para Sócrates, o filósofo é uma pessoa que reconhece que há muita coisa além do
que ele pode entender e vive atormentado por isto. Do ponto de vista, ele é mais
inteligente do que todos que vivem se vangloriando de seus pretensos conhecimento:
“Mais inteligente é aquele que sabe que não sabe”.
Dessa forma, para Sócrates era importante encontrar um alicerce seguro para os
nossos conhecimentos. Ele acreditava que este alicerce estava na razão humana. Para
ele o conhecimento do que é certo leva ao agir correto. Para ele o que é bom acaba
fazendo o bem e se transformar em um homem verdadeiro. Contrariamente aos sofistas
ele acreditava que a capacidade de distinguir entre o certo e o errado estava na razão, e
não na sociedade.
Assim sendo, para Sócrates todo conhecimento tem que desenvolver a capacidade
do pensar, portanto toda educação é ativa, ou seja, parte do conhecimento de si mesmo.
21
condenado à morte seu filho mais nobre não só lhe deixou marcas para toda vida como
também determinou a direção de toda a sua atividade filosófica.
Para Platão, a morte de Sócrates deixou bem clara a contradição que pode existir
entre as permanentes relações dentro de uma sociedade e a verdade e o ideal.
A primeira ação de Platão como filósofo foi a publicação do discurso de defesa de
Sócrates. Nele Platão torna público o que Sócrates disse ao grande júri.
Assim como Sócrates, Platão considerava o ato de ensinar ligado ao diálogo,
portanto, em sua academia além de ensinar matemática e música, ensinavam-se também
filosofia.
Platão se interessava tanto pelo que é imutável e eterno na natureza tanto quanto
pelo eterno e imutável na moral e na sociedade. Para o filósofo ambos os casos era uma
coisa só.
Para Platão tudo que podemos tocar e sentir na natureza “flui”. Não existe, portanto,
um elemento básico que não se desintegre. Absolutamente tudo que o que pertence ao
“mundo dos sentidos” é feito de um material sujeito à correção do tempo.
Ao mesmo tempo, tudo ‘é formado a partir de uma forma eterna e imutável. Isto
significa, para Platão, este aspecto eterno e imutável, não é, portanto, elemento básico
físico.
Eternos e imutáveis são os modelos espirituais ou abstratos, a partir dos quais todos
os fenômenos são formados. Esta notável concepção é chamada por nós de a teoria das
idéias de Platão.
Para Platão o homem é um ser é dual. Temos um corpo que “flui” e que está
indissoluvelmente ligado ao mundo dos sentidos, compartilhando do mesmo destino de
todas as outras coisas presentes neste mundo. Por exemplo, a alma é imortal não é
material, mas é morada da razão. E, justamente, porque a alma é invisível ela pode ter
acesso ao mundo das idéias Platão considerava que a alma existia antes de vir habitar
nosso corpo.
Segundo o filósofo, o corpo humano consistia em três partes. A cada uma dessas
partes corresponde determinada característica. A razão pertence à cabeça; à vontade ao
peito, e, o desejo e o prazer ao baixo ventre.
Cada uma destas características possui um ideal ou uma virtude. A razão deve
aspirar à sabedoria, a vontade deve mostrar coragem e os desejos devem ser
controlados, a fim de que o homem possa exercitar a temperança. Somente quando as
três partes do homem agem como um todo é que temos um indivíduo harmônico ou
íntegro.
Dessa forma, é que na escola os estudantes primeiramente têm de aprender a
controlar seus desejos, depois a desenvolver a coragem e, por fim, a usar a razão para
atingir a sabedoria.
Platão valoriza a educação do intelecto, mas de acordo com as diferenças, já que
considera as pessoas diferentes uma das outras. Portanto, educar não é levar o
conhecimento de fora para dentro, mas despertar no indivíduo o que ele já sabe, pela
resist6encia racional, à dor e ao sofrimento.
A partir disso, Platão imagina o Estado constituído exatamente como o ser humano.
Vamos tentar fazer uma representação esquemática das relações entre as três
partes do homem e do Estado, segundo Platão.
22
CORPO ALMA VIRTUDE ESTADO
Vimos que Platão adota exatamente a divisão em três partes a sociedade: a classe
dirigente (ou a casta dos sacerdotes), a casta dos guerreiros e a casta dos trabalhadores.
Devido a esta divisão, Platão fora criticado duramente por vários filósofos. Mas não
podemos esquecer que ele viveu em uma época diferente da nossa. É bom lembrar que
Platão considerava as mulheres tão capacitadas quanto aos homens para governar. Isto
porque os governantes deveriam dirigir a Cidade-Estado com a razão. Platão acreditava
que as mulheres tinham a mesma razão que os homens; bastando para que isto
recebesse a mesma formação dos homens e fossem liberadas do serviço de casa e das
guardas das crianças.
Platão considerava que a educação infantil era muito importante para ser derivada a
cargo do indivíduo. Ela deveria ser responsabilidade do estado. Platão foi o primeiro
filósofo a defender a criação de jardins-de-infância e semi-internatos públicos.
Podemos dizer que Platão tinha uma visão positiva das mulheres - pelo menos para
a sua época.
23
Para Aristóteles o homem possui uma centelha da razão divina, ou seja, um Deus
que colocou em mancha todos os movimentos da natureza. E, assim, Deus passa
assumir o cume absoluto da escada da natureza.
Os movimentos das estrelas e dos planetas, para Aristóteles, comandavam os
movimentos aqui na Terra, porém o filósofo acreditava na existência de alguma coisa que
faziam os corpos celestes se movimentarem. Esta coisa, Aristóteles chamava de primeiro
impulsor ou Deus.
Aristóteles afirmava que o homem só é feliz quando ele for capaz de desenvolver e
de utilizar todas as suas capacidades e possibilidades.
Aristóteles acreditava em três formas de felicidade: A primeira uma vida de prazeres
e satisfações; a segunda uma vida como cidadão livre, responsável; e, a terceira é a vida
como pesquisador e filósofo.
Se Aristóteles vivesse hoje, talvez ele dissesse que a vida de uma pessoa que só
cultiva o corpo é tão unilateral, portanto, tão lacunosa quanto à vida de outra que só usa a
cabeça.
Ambos os extremos são expressões de um modo errado de viver a vida. Para o
filósofo não devemos ser nem covardes, nem audaciosos, mas corajosos. (coragem de
menos significa covardia e coragem demais significa audácia). Também não devemos
ser nem avarentos e nem extravagantes (generosidade de menos e avareza e
generosidade demais é extravagância)
Para Aristóteles a forma mais elevada do convívio humano só pode ser o Estado. Aí
surge a pergunta de como o Estado deve ser organizado. Ele simplesmente responde que
o Estado deve cuidar para não acabar virando o governo de uns poucos, que dirigem o
Estado em prol de seus próprios interesses.
Quanto à mulher, Aristóteles não era tão animado quanto Platão. Para Aristóteles: “a
mulher era um homem incompleto, era apenas o solo que acolhia e fazia germinar a
semente que vinha do “semeador”, ou seja, do homem. Para o filósofo o homem dá a
“forma”; a mulher, a “substância” (ARANHA, 1998, p. 54).
A visão distorcida que Aristóteles tinha da mulher surtiu efeito particularmente
danoso, pois foi ela - e não a visão de Platão – que predominou durante toda a Idade
Média.
Para Aristóteles a educação tem por finalidade ajudar o indivíduo a alcançar a
plenitude e a realização de seu ser a desenvolver suas faculdades físicas, morais e
intelectuais. A virtude do homem se dá na capacidade de pensar pelo processo da
análise, síntese, indução, dedução e analogia, pois só assim o indivíduo desenvolve o
método lógico.
ÉTICA
Ao falarmos de ética, não podemos deixar de citar Valss (1993, p.7) quando o
mesmo profere: “é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas que não são
fáceis de explicar, quando alguém pergunta”.
Entretanto, se entrarmos no túnel do tempo, encontra-se em diversas obras, dos
mais renomados filósofos, que abaixo serão citados, em suas diferentes abordagens
filosóficas do que é ético, desde a Antiguidade até os dias atuais.
Etimologicamente falando, ética vem do grego “ethos”, tem correlação com o latim
“morale”, cujo significado é o mesmo para a conduta ou relativo ao costumes. Portanto,
conclui-se que etimologicamente ética e moral são palavras sinônimas.
24
Iniciaremos salientando, como referência, ao primeiro Código de Ética, enquanto
regras, a ser cumprida, como a Bíblia, pelos seus Dez Mandamentos. Isto porque, já
existiam pessoas que os transgrediam, logo há quem fale de que o contraste da
moralidade hoje reflete no pecado cometido desde o início dos tempos.
A Ética foi abordada inicialmente por Sócrates (470 a.C. – 339 a.C.), fundador da
ciência, em geral, ao questionar as leis da época, ou seja, as mesmas foram
estabelecidas para serem obedecidas e não justificadas; tanto que fora consagrado como
o “fundador da moral”.
Em seguida, Platão (427 a.C. – 347a.C.), discípulo de Sócrates, considera a
doutrina da eticidade que significara racionalidade, ou seja, ação racional. Logo, virtude
para o filósofo, expressara inteligência não sentimento, rotina, costume, tradição e opinião
comum.
Seguidor dos pensamentos de seu mestre, Platão percebera a Ética voltada para
as grandezas das virtudes da pessoa e não pela elevação dos seus conhecimentos
teóricos.
Aristóteles (384 a.C – 322 a.C.), discípulo de Platão, enfocara a ética de acordo
com os filósofos, anteriormente, citados, pois sustentara o primado do conhecimento, do
intelecto, sobre a vontade e a política. Mas, se diferenciara de Platão, segundo a razão,
em relação à paixão, pois a razão aristotélica governa e domina a paixão, não aniquila e
destrói como acreditara o ascetismo platônico.
Para Aristóteles a característica fundamental da moral é o racionalismo, visto por
ele como virtude, ação da razão na relação entre o Ser e o Bem, porém entre os vários
bens, ele destacara a virtude como ação consciente que exige o conhecimento absoluto
da natureza e do universo, cuja natureza segundo a qual e na qual o Homem2 deve
operar.
Dando um grande pulo no tempo, verificamos que a ética sempre estivera em
pauta, nas discussões de diversos filósofos contemporâneos, entre eles citaremos os que
mais se destacaram sobre o tema.
Rosseau (1712 – 1778) considerara a Ética diferentemente da cultura grega, pois
para o filósofo, a ética se estabelece no interior de cada um, por considerar que o ser
humano pode encontrar Deus em seu próprio coração, consequentemente, a bondade era
natural no ser humano e de como a sociedade acaba destruindo essa bondade, tornando-
o defensor da moral e da justiça divina.
Dessa forma, a partir do cristianismo, as ações humanas foram norteadas na
divindade de um único Deus, não mais no politeísmo como na cultura grega; encerra-se o
papel da filosofia moral enquanto determinante do que é ou não ético. Assim sendo,
iniciara-se a argumentação de que moral é obra divina.
Mais adiante, verificamos em Rousseau (op.cit) a procura de um Estado social
legítimo, ou seja, próximo da vontade geral e distante da corrupção. No final do século
XVII, Rosseau clamara a população, bastante cuidado ao transformar seus direitos
naturais em direitos civis, pois afinal “o homem nasce bom e a sociedade o corrompe”
(MESQUITA, 2007, p.2).
Para Rousseau (op.cit) a felicidade e o bem-estar são direitos naturais de todas as
pessoas e não privilégios especiais de uma classe, como ocorreram na época do
Absolutismo. Nesse sentido, Rosseau participara do movimento chamado Iluminista,
pregando a supremacia da razão humana, por serem favoráveis à liberdade intelectual e à
independência do Homem.
2
É o estudo do Homem em um enfoque stricto sensu da ontologia, em uma perspectiva de um “ser” ou de um
“dever ser” por meio da visão “ôntica” (BERESFORD, 2000).
25
Em contrapartida, o filósofo Kant (1724 – 1808), no final do século, não seguira a
concepção de Rosseau, por não considerar a existência da bondade natural. Isto porque,
Kant (op.cit) acreditara que no coração do Homem só existia sentimentos negativos, logo
para superar todos os males, o ser humano necessita almejar uma Ética racional e
universal, identificada no dever moral.
Friedrich Hegel (1770 – 1831) vai contrapor as idéias de Rosseau (op.cit) ao
argumentar que o coração é determinante da vontade individual, por considerar a moral
racional.
Hegel (op.cit) apreciara o Homem como ser histórico que vive suas ações
coletivamente, portanto, a vontade coletiva é que guia as ações e comportamentos
humanos. Nesse sentido, a família, o trabalho, a escola, as artes, a religião etc. norteiam
os atos morais e determinam o cumprimento do dever.
A partir desta concepção, procuraremos direcionar nosso raciocínio enfocando as
relações éticas no contexto político-social, expondo a relativização do comportamento
ético nos últimos tempos.
Notamos, em relação à Ética, que a mesma permite a reflexão sobre os valores e
as normas que regem as condutas humanas de maneira antropológica e social. Isto
porque, se fizermos o percurso histórico desde a Grécia antiga até os dias atuais,
encontraremos diversidades em relação às virtudes e aos comportamentos, ao ponto de
colocarmos em “cheque” a virtude tão sonhada para todos.
Percebemos que até o século XVIII nos deparamos com as injustiças sociais, no
qual o dever moral dos submissos não atendia e nem atende o interesse dos
dominadores.
Hoje, em pleno século XXI, ainda, deparamos com situações que fogem dos
anseios de uma ética universal, cujas pessoas injustiçadas perdem a vida, morrem de
fome, passam as piores necessidades e situações de constrangimento.
Consequentemente, por falta de conhecimento não desenvolvem a consciência crítica e
perpetuam a ideologia dominante (CHAUÍ, 2000).
Atualmente, em prol da decadência moral, em apoio e como cúmplice deste
processo, está o meio de comunicação que mais influência, a televisão. Isto porque, a
mesma atinge, em maior proporção, a população em todas as camadas sociais. Ela vem
na frente como meio que mais distorce a realidade e infiltra a ideologia dominante,
quando ao contrário poderia utilizar tal poder no sentido de esclarecer, educar e
conscientizar a população, a fim de almejar uma sociedade igualitária, cujo branco e
negro, o rico e o pobre tenham direitos iguais (MESQUITA, 2007).
O assunto, em pauta, está perdendo o rumo, tanto que atualmente a Lei de
Diretrizes Nacionais 9394/96 inclui como obrigatoriedade, no currículo de qualquer curso
em nível médio e universitário, a disciplina Ética, para que os discentes ao enfrentarem o
mercado de trabalho não se esqueçam de utilizar o Código de Ética no seu dia-a-dia tanto
pessoal quanto profissional.
26
moral é conduta da regra; Ética é teoria e moral são aspectos de
conduta.
Etimologicamente falando, Ética vem do grego “ethos” e tem seu
correlato no latim morale. Com o mesmo significado: conduta ou relativo
aos costumes. Podemos concluir que etimologicamente ética e moral são
sinônimos.
De acordo com autor, acima citado, considera-se que o termo valor, assim
expresso literalmente, só veio ser inserido na filosofia moderna, pois nos períodos
anteriores, ou seja, na fase mitológica, antiga e medieval, o referido termo ainda não era
explícito como tal, muito embora, já houvesse como conotações implícitas, até mesmo
divergentes.
Podemos considerar que desde o período da mitologia até o início da
contemporeidade, o termo surge quase, exclusivamente, como conotação da ética, da
moral e da justiça. Mais tarde sim, aparecem outras referências, ou seja, tipos de valor.
Assim sendo, Beresford (op.cit.) afirma que “Sócrates vai opor-se à ética e à moral
de alguns dos pré-sócraticos, conhecidos como “os sofistas”, mestre da retórica e da
oratória, como entre outros [...]” (2000, p.41).
Beresford (op.cit, 41) assevera que:
27
Assim, de acordo com suas carências, o Homem tenta encontrar no mundo, aquilo
que representa valores, ou seja, moralidade humana.
Nesse sentido, podemos afirmar que a intervenção humana faz o mundo da
cultura. Além disso, o Homem é a única criatura que sabe, além de criar, apreciar a
beleza da criação, por ser moral, porém muda de acordo com as culturas e as épocas
(RIOS, 2005).
Nos dias atuais, como as modificações ocorrem em uma velocidade acelerada,
aumenta a competição entre as pessoas. Neste movimento, surge um novo estilo de vida,
de trabalho e de pessoas.
Podemos afirmar, pelo exposto acima, que a essência do Homem é eterna,
entretanto a ética refere-se a uma essência que precede qualquer valoração, por isso, de
certa forma, é permanente, eterna e imutável.
Nessa ótica, os países assim como o Brasil, entendem que neste mundo
globalizado, cuja informação a cada dia é mais veloz e democrática, com os mercados
mais interdependentes e o capital mais internacional, a ética em negócios está se
tornando questão de sobrevivência.
Isto porque, são os valores eternos que nos levam para uma ação responsável.
Mesmo em uma época em que a honestidade, a sinceridade, a lealdade e o respeito
parecem valores deixados de lado, nós ainda os percebemos como valores presentes em
nossa consciência, porque vamos nos sentir culpados em nosso inconsciente, quando os
infringimos.
O Homem é o único “animal ético”, porque tem a capacidade de valorar, contudo
não pode deter a verdade absoluta. Isto porque, exige normas e valores, que dirijam a sua
vida, o seu relacionamento com os semelhantes e que lhe dêem equilíbrio.
Assim, “a consciência ética é a conquista da iluminação, da lucidez intelecto-
moral, do dever solidário” (RIOS, 2005, p.25).
O tema Ética nos permite à reflexão sobre os valores e normas que regem as
condutas humanas de maneira antropológica e social, podendo significar Filosofia Moral.
Em outro sentido, Ética pode-se referir a um conjunto de princípios e normas que um
grupo estabelece para o exercício profissional, como exemplo: os códigos da ética dos
médicos, dos advogados, dos psicólogos, dos administradores etc. Ou ainda, pode-se
referir a uma distinção entre princípios que dão rumo ao pensar sem, antemão, prescrever
formas precisas de conduta (ética) e regras precisas e fechadas (moral).
Ao nos referirmos à Ética é preciso que ela esteja atrelada em três pontos:
28
Não podemos perder de vista que as pessoas são educadas moralmente pela
sociedade, embora a família, os meios de comunicação e o convívio com outras pessoas
têm influência marcante no comportamento do indivíduo. E naturalmente, também a
escola, mesmo com limitações.
Os valores e as regras são transmitidos pela família e arraigadas na instituição
escolar pelos:
• Professores;
• Livros didáticos;
• Organização institucional;
• Formas de avaliação;
• Comportamentos dos próprios alunos.
Autorespeito Papel do juízo alheio (imagem que cada tem de si, perante o outro).
29
Hassen (1980), por exemplo, nos diz que todos nós valoramos e não podemos
deixar de valorar. Não é possível à vida sem proferir constantemente juízos de valor. É da
essência do ser humano conhecer e querer tanto como valorar.
Mendes (1992) nos aponta para a mesma direção ao dizer: “Se fizermos uma
estatística do que pensamos em doze horas, veremos que os nossos juízos são em
grande maioria axiológicos e não de outra qualidade”.
Segundo Beresford (2000), um juízo de valor ou de compreensão de um Ser se
constitui, básica e essencialmente, em um ato de valor. Em outras palavras, em um
processo de atribuir valor aos seres ou entes. É o resultado de uma apreciação
subjetiva, entendendo o termo subjetivo como a participação da intencionalidade da
consciência de quem valora no ato de realizar-se o liame.
Sendo assim, o trabalho a ser realizado em torno do tema Ética deve organizar-
se de forma a possibilitar que os indivíduos sejam capazes de:
Compreender o conceito de justiça, baseado na eqüidade e sensibilizar-se
pela necessidade da construção de uma sociedade justa;
Tomar atitudes de respeito pelas diferenças entre as pessoas, respeito
esse necessário ao convívio em uma sociedade democrática e pluralista;
Compreender a vida escolar como participação no espaço público,
utilizando e aplicando conhecimentos adquiridos na construção de uma sociedade
democrática e solidária;
Adotar no dia-a-dia, atitudes de solidariedade e de cooperação;
Valorizar e empregar o diálogo como forma de esclarecer conflitos e tomar
decisões coletivas;
Construir uma imagem positiva de si, o respeito próprio traduzido pela
confiança em sua capacidade de escolher e realizar seu projeto de vida, pela
legitimação das normas morais que garantam todos a sua realização;
Assumir posições, segundo seu próprio juízo de valor, considerando
diferentes pontos de vista e aspectos de cada situação.
30
Nesse caso, a Ética ao ser apresentada na instituição social necessita estar
articulada: às relações entre os agentes que constituem a empresa, como: diretores,
gerentes, funcionários etc., uma vez que o conhecimento não é neutro, nem impermeável
a valores de todo tipo: de princípios, respeito mútuo, justiça, diálogo e solidariedade em
uma reflexão sobre as diversas atuações humanas.
A sociedade está encharcada de valores, que se traduzem em princípios, regras,
ordens e proibições.
Nesse bojo, para que se instalem ações ou relações, efetivamente democráticas,
é necessário encontrar espaço para a reflexão:
• Em que se fundamentam esses princípios;
• Quais as finalidades dessas regras;
• A quem interessa atender essas ordens;
• Quais os resultados pretendidos pelas proibições.
Dessa forma, é necessário que a Ética contribua para que toda sociedade faça
parte da construção, desenvolvendo os princípios de autonomia e de liberdade para
pensar e julgar, problematizar o viver pessoal e coletivo e contemplar simultaneamente
necessidades e desejos dos que estão a sua volta.
Liberdade significa superar o individualismo e definir regras e normas de
comportamento com a participação de todos.
31
TEORIA DO CONHECIMENTO NA IDADE MÉDIA E CONTEMPORÂNEA
Seu ponto de partida se deu pela dúvida de tudo, das afirmações do senso comum,
dos argumentos da autoridade, do testemunho dos sentidos, das informações da
consciência, das verdades deduzidas pelo raciocínio, da realidade do mundo exterior e da
realidade de seu próprio corpo.
Ele considera o conhecimento com partida da existência do ser que pensa. Ficou
ilustre pela frase “Penso, logo existo.”
Estabelece o dualismo psicofísico (corpo e consciência)
substancia pensante
Ser humano
substancia extensa
32
qualidades primárias (objetivas) - solidez, extensão, configuração,
movimento, repouso e o número
OBJETO
qualidades secundárias (subjetivas) – cor, som, odor, sabor etc., o que
provoca no sujeito determinadas percepções sensíveis, portanto
relativas e subjetivas.
.
Loocke critica as idéias inatas de Descartes, considerando a alma como uma tábua
rasa, enfatizado-a como papel de objeto.
33
Comte faz uma classificação das ciências; matemática, física, química, biologia,
psicologia (comportamentos verificados e experimentados) e sociologia. O critério de
classificação das ciências vai da mais simples e abstrata, que é a matemática, até a mais
complexa e concreta que é a sociologia.
A sociologia de Comte exclui a preocupação com uma teoria de Estado e com a
economia e a política.
A Filosofia é considerada como uma reação conservadora à revolução francesa
(1789), pois institui a ordem como soberana, em hierarquia do inferior ao superior. Comte
troca à teoria filosófica do conhecimento por uma ideologia, pois considera a ciência a
marcha normal e regular da sociedade industrial.
KARL MARX (1818 – 1883) e FREDERICH ENGELS (1820 – 1895)
A teoria marxista compõe-se de uma teoria científica, o materialismo histórico, e de
uma filosofia, o materialismo dialético.
O materialismo dialético contrapõe ao materialismo mecanicista que grosseiramente
simplifica, a ação da matéria sobre o espírito não permitindo ao homem nenhuma
possibilidade de liberdade, ressaltando que a ação humana é determinada pelas
condições materiais das quais não pode fugir e que os fenômenos materiais são
processos, porque o mundo é uma realidade estática, é um relógio, contrapondo a
realidade dinâmica e o complexo de processos.
Marx e Engels não consideram a consciência do homem conseqüência passiva da
ação da matéria, mas determinada pela matéria e historicamente situada.
Para estes filósofos o conhecimento se dá pela ação do homem sobre o mundo.
Logo, o lugar das idéias está nos fatos materiais, no lugar da explicação da história pela
ação, não “dos grandes homens”, mas na luta de classes.
Para Marx o mundo é um complexo de processos. As mudanças da ciência como: o
calor, a eletricidade, o magnetismo, os processos químicos e a vida provam que a matéria
é capaz além de movimentos mecânicos, de transformações qualitativas.
A consciência, no homem, tem duplo papel: ela é determinada, mas também reage,
determinando, não é pura passividade. A consciência que se tem do determinismo liberta
o homem, através da ação deste sobre o mundo. As idéias são forças ativas.
HUSSERL (1859 – 1958) - Merleau-Ponty, Satre, Heidegger
No final do século XIX surge a fenomenologia, cujo postulado básico é a noção da
intencionalidade, pela qual é tentada a superação das tendências racionalistas e
empiristas, do positivismo.
A fenomenologia tenta superar a dicotomia razão-experiência no processo do
conhecimento, afirmando que toda consciência é intencional. Portanto não existe pura
consciência separada do mundo, com afirmam os racionalistas, mas que toda consciência
tende para o mundo, ou s4eja, é consciência de alguma coisa. Sendo assim, não há
objeto em si, já que o objeto “só existe para um sujeito que lhe dá significado”.
A fenomenologia aborda os objetos do conhecimento tais como aparecem, isto é,
como se apresentam à consciência. Logo, a consciência que o homem tem do mundo é
mais ampla que o mero conhecimento intelectual, porque consciência é fonte de
intencionalidade não só cognitiva, mas afetivas e práticas.
O olhar do homem sobre o mundo é o ato pelo qual o homem experiência o mundo,
percebendo, imaginando, julgando, amando, temendo etc. Nesse sentido, a
fenomenologia é uma filosofia da vivência.
A fenomenologia tenta superar a dicotomia corpo-consciência, desfazendo a
hierarquização pela visão plâtonico-cristão, assim como as dicotomias consciência-objeto
e homem-mundo para descobrir nesses pólos relações de reciprocidade.
O corpo é considerado parte integrante da totalidade do ser humano, não é alguma
coisa que temos, mas somos: “eu não tenho um corpo, eu sou meu corpo”
34
(MERLEAU-PONTY, 1986). Ao estabelecer contato com outras pessoas, eu me revelo
pelos meus gestos, atitudes, mímica, olhar, enfim pelas manifestações corporais.
Sendo assim, o corpo passa a ser o primeiro momento da experi6encia humana, é
um “ser que vive e sente”, antes de ser “um ser que conhece”.
O homem é considerado uma unidade que pensa-sente-quer-age, portanto, o corpo
humano é a expressão dos valores sexuais, amorosos, estéticos, éticos, ligados bem de
perto às características da civilização a que pertencemos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARANHA, M. L. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 1996.
BERESFORD, H. Valor: saiba o que é. Rio de Janeiro: Shape, 2000.
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais. Secretaria de Educação Fundamental.
Brasília: MEC/SEF, 1997.
BUZZIA.R. Filosofia para principiantes.Ro de Janeiro: Vozes, 2001.
CHAUÍ, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1997.
COTRIN, G. Fundamentos da filosofia: história e grandes temas.São Paulo: Saraiva,
2002
HESSEN. J. Filosofia dos valores. Coimbra: Armênio Amado, 1980.
KANT, E. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Abril, 1990.
KNELLER, G. Introdução à filosofia da educação. Rio de Janeiro: Zahar, 1990.
NOVAES, A (Org.). Ética. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
REALE, M. Introdução à filosofia. São Paulo: Saraiva, 1998.
OLIVIERI, A. C. Mitologia, religião, ciência, filosofia, senso comum. Disponível em
www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/sala_de_aula/filosofia/filosofia/conhecer_o_
mundo/conhecimento_mundo
RIOS, T. A. Ética e competência. São Paulo: Cortez, 2001.
TELES M. L. Filosofia para jovens: uma iniciação à filosofia.Petrópolis: Vozes, 1996.
35