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PERGUNIE
E
RESPONDEREMOS
ON-LlNE
• • •
NO .RÓXIMO NOMERO ,
. PERGUNTE E RESPONDEREMOS .
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Amor divino, e não humano (cf. Os 11, I. Ss). Deus não
pode dizer Não depois de haver dito Slm, pois, se o fizesse,
não seria Deus (o Absoluto e Imutável), mas homem (con-
tingente e volúvel). Em conseqUênci<l, a atitude do homem
diante de Deus é a de resposta; não é necessário que o h:>-
mem <r:faça artes:. para captar o amor ou a benevolência de
Deus, mas a simples existência de cada criatura é o mais
eloqüente testemunho de que o amor de Deus lhe fol dada,
e dado IrreverslveJmente. Basta reconhecê-lo e corresponder-
-lhe em paz e confianea todos OS dias.
Na realidade cotidiana, custa ao homem crer nesta pro- ·
posição, que vem a ser () âmago da mensagem cristã. Com
efeito, a tendência de todo ser humano é a de reduzir Deus
às categorias de um grande Senhor, que se faz simpático se
os súditos lhe são simpáticos, e vingativo se os mesmos são
omissos ou desrespeitooos. Apesar disto, o cristão é chamado
a vIver diariamente da mensagem de lJo 4,19. Todos os dias
ele hã de lembrar-se de que Deus ê surpreendente ... ; Ele
ultrapassa as categorias do homem não para afastar desde-
nhosamente as suas criaturas, mas para atrai-las mais e
mais .. . Esse mistério do amor de Deus estará patente n8
consumação da história, pois, como diz S. Paulo, co Que o
olho não vIu, o Que O ouv1do náo ouviu e o cOração do homem
não percebeu, eis o que Deus preparou pal'S. aqueles que O
amam:. (lCor 2,~).
Pois bem. Páscoa recorda mais uma vez estas grandes
verdades da fé cristã. Mostra o amor que, depois de ter
criado () homem, se viu preterido mediante o Não dito pelos
primeiros pais nos albores da história. Todavia esse amor
«não se quis deixar vencer pelo mal, mas optou por vencer
o mal com o bem » (Rm 12,21). Por isto o Senhor quis tel.
nlclar a história do gênero humano, cl'land<l da novo o ho-
mem e oferecendo-Ihe reiterado convite para o consôrclo da
vida eterna: Cristo é o segundo Adão que, em nome dos
homens, entra em nova Aliança com o PaI. As conseqül!ncias
do pecado, como a cruz e a morte, ficam sendo a herançn
recebida por nós de nossos primeiros pais, mas dentro dessa
realidade dolorosa Cristo coloca valores definitivos, transfigu-
rando a pobreza do homem, que assim se torna prenhe de
eternidade.
Possam estas verdades gravar-se profundamente no espl-
rito de quantos lerem os comentários que este fascIculo apre-
senta, numa tentntlva de considerar a história de nossos dias
à l~ dos valores eternos!
E·D.
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« PERGUNTE E RESPONDEREMOS"
Ano XIX - Nt 219 - Março de 1978
I' I' t .. l' ... t'.
Hlln . le,.. ' '';, "-
{' 1":1"'1" RAI.
_-=t(){(~L
Um livro digno de nola: 'fI?----
---_._
"jesus" 1·M
por J. E. M. Torra S. J.
Em .in .... : o prasanl. arllgo condense o eonlaúdo do livro do
Pa. Tlfrtl sobra 111 diva ..... escolas de exagase contemportn ... que aa
16m dedicado lO estudo dos Evangelhos. O panorama começa ' pelo t.t.
lodo da Hbl6r1a das Fonna!, qU9 faz repou •• r I redac;lo dOi Evangelhos
lobr. a pregaçlo dos Ap~.IOrOS e dlaclpulo • •em pretender chegar'
própria pragaçAo de Jesus; dlsUngulr-se-l& ualm o J"UI d. " do Jnus
d. hl.I6r1L Rudolf BI/llmann radlcallzou Isla In" propondo a d,mltl-
zaçlo dOi Evang.lho~. Segulu-se a reaçlo a Bultmann por parta de
lIIulor.. que verificam nlo ler poss rvel conceber a fé no JesUI da preo
;.çlo, sem se admitIr o fundamento d.... f6 na própria hlst6rfa e nu
palavr.. mesmu ds J .. u. de Nant6.
Entre oulras escot.. de eX8gHa recente., merecem atlnçlo a
elc,ndlnava e .. da leologla funcionai ou econOmlca. - A escendlnava
propugnou dlll novo a valoJluçlo da texlO evangélico como eco Ilel dls
uadlç6ea orais que entra os .nllgo. costumavam transmitir Oanulne;mente
o teor da. mens.gens d. S.UII m.slres. A .. cola da leoloola funcionar
orl,nl'·18 segundo outra. premissas: o texto blbllco 010 nos quer falar
de Deu. ou de Jesu. Cristo em .1, ma. tio .omente do qua alonlflcam
(ou da .ua funçlo) plra o. homlns; .1 asta arlrmaçlo ê wrldlca. ela
pode lIer exagerada a ponto de levlr lO ceticismo ou agnosticismo em
relaçlo • Deu. e eo mlllt6rlo de Cristo, como 1.10 .. deu re.lmlnt, no
CI. O da - 'Teologia d. morte de Deus". Esta, porém, lé ta.,. .ua voga
a hoje também lIe acha ultrapasllada.
Em cons.qüêncla, veriflca..e hoja, principalmente na••• colas de
exeg..e calOltca, o retomo a. ac.1taçlo (ou. reartnnaçl.o) do texto evan-
gélico como te.temunho IIdedlgno dI hfsl6tl• • do. dll,res de JesUI.
Embora o eslllo doa evangellsles 010 MJI o da latrfta hlsIOrfoO'lIrra, mas
lenha Inleress•• cat.qu.tlcos, • certo que o. Evangelhos permitem tocar
• realidade da pessoa e da mensagem de J.lua Crlslo.
• • •
Oomentárlo: O Pe. João Evangelista Martins Terra S .J.
acaba de brIndar o público com mais uma de suas obras:
cJesus~. oU melhor, cO Jesus histórico e o Cristo Querigmá-
tioo:t, Ed. Loyola. São Paulo 1977.
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" ePERCUmE E RESPONDEREMOS. 219/l978
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3. A reaçõo G Bultmann
Entre os discipulos de Bultmann que começaram a con-
testar as posições radicais atrãs expostas, citam-se E. K!se-
mann, WUlhelm Marxen e H. Conzelmann. Detenhamo-nos
sobre o pensamento do primeiro.
1 . Em 1954 Kãsemann proferiu uma palestra intitu-
lada eDas Problem des hlstorlschen J eSUS:D (O problema do
Jesrn; hist6rlco), na qual mostrava a necessidade de interesse
pelo .JesUS que viveu nQ Palestina. Recusava a afirmacão de
Bullmann segundo a qual nada podenamos saber sobre a
vida e a personalidade de Jesus. visto Que os antigos cristãos
não se teriam interessado pelas mesmasj ao contrário, dizia
Kãsemann, as comunidades primitivas nâo quiseram nem
puderam separar o JesU$ histórico do Cristo da fé; a própria
fé exige que procuremos reconstituir os traços do .Jesus real,
pois em caso contrArio ela faria de Jesus um mito.
Mais ainda : nas palavras que os evangelistas atrIbuem a
CrIsto, pode-se descobrir o modo de pensat' e falar do p~ .
prio Jesus. Para realizar essa descoberta, importa utilizar
não só o método da história das formas, mas também o da
hist6rla da redação: este procura explicar pot' que a prega-
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4. A Nova Hermenêuti(Q
1, A escola da Nova Hermenêutica teve sua origem
em Marburg com os dlsclpulos de Bultmann: E. Fuchs,
G. Ebeling e J. M, Robinson.
As premissas desta escola são as do existenciallsmo de
Martln Heldegger tal como este se projetou na obra .Unter-
1 Em traduçlo brasileIra : "Jesus de Nazar''', Ed, Vozes, Petr6-
polls 19711,
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8 "PERCUNTE E nESPONDEREMOS~ 219/ H178
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6. A exegesn escondincva
Esta corrente teve como p1'Otagonistas oS dois execetas
H. Riesenfeld c B. Gerhardson de Upsala (Suécia). Preconl~
znrn o estudo do judalsmo (em vez do helenismo) como sendo
chave de Interpretat;'ão do Novo Testamento.
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..JESUS, 11
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12 .PERGUNTE E RESPONDEREMOS. 219/1918
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14 -:. PERGUNTE E RESPONDEREMOS. 219/1978
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cJESUS~
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16 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS. 219/1918
9. Conclusão
Nas páginas p recedentes apresentamos as grandes Unhas
do livro «Jesus_ do Pe. João Evangelista Martins Terra. O
autor o termina prometendo outra obra sobre a ressurreição
de Jesus e os resultados da critica moderna, que significam
um retrocesso em relação à picaretagem teológica e exegé-
tica de anos passados.
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o marxismo na Amértca Latina:
• • •
INTRODUÇÃO DO EDITOR
_Um(! das carrentes de idéios contarnporl!neos mais perigosos
paro ti fé não só de gronde número de cristãos, mas tomb6m de
locerdotu, é a dos 'Cristãos poro o SOQalismo', Afasta do Cri.to
Redentor e Salvador os .eus membros e provoco con5lantemenle a
hostllldode dos mesmas contra CI Igreia e a hierarquia. O Sodalismo
que defendern, não é um Socialismo demacr6tico inspIrado pelo justo
propósllo de proceder 6 reformo do sociedade atual, mas é Socia-
lislllo movido por concepção agressivo, paro não dint odiento,
revolucionário, como é a concepçao marxisto flogrontemenle oposta
ao Evangelho.
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MOVJMENTOS DE CRISTÁOS SOCIALISTAS
Rápido d.senvolvimento
Por OCOIIOO deu.,. (ongtlHlo, o Movimento já atingirCl grande
número de pCli,el! no Am~rico , o Chile, o Peru, CI Argentina, o Equa-
dor, a Colômbia. Coifa Rica, Porto Rico, Panam6, Cubo, M6;d co,
U.S.A., Canad6; na Europa, a Espanha, Portugal, Fran~a, Holanda,
'6Igica, SulK:ia, Alemanha Federal. O Movimento atingia tamb'm
alguns palsel da Terceiro Mundo.
Introdu~õo
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2{) «PERCUNTE E RESPONDEREMOS, 219/ 1978
1. OS FATOS
U , Convém lembrar ainda, em lermos breves 11 lumórios, OI
falai mols lolienle, que consliluirom, em nosso pais, os ~Iapas suces-
sivol percorridos pelo dito 'Teologia da Libertação',
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MOVIMENTOS DE CRISTAOS SOCiALISTAS 21
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22 ePERCUNTE E RESPONDEREMOS, 219/ 1978
. Po,i~ões matixadas
23 . Nem lodos as Grupos, como tombém nem lodos as pet-
soos, compartilham, no mesmo medido, os idéios e as linhas de con-
duta mendonadas. Existe extenla gama de posições diversa., que
vêio do. mais simpl6rias os mail radicais, .. . posições dOI que se
deixam instrumentalizar e po.icCSel dOI que exercem o lideranco.
Algunl tal'1Oz '1150 percebam todo O alcance do conteúdo doutrtnário
e dos estratégias. Contudo há muitos que aderem 00 sistema na lua
totalidade, vivem conscientemente do mesmo e aceitam toda. os
.uas conseqülncios desastrosas. Isto nõo .; apenas manifesta<:õo da
cri.e que se alastra em todos os nl'leis; trata· se também de uma aeão
ccnc:ertada em plano internacional, (I qual tem por finalidade trans-
formar radicalmente os orandes princlpios da fé c:ot6Ilca. que o Igreja,
como fiel intérprete da Revelaçêiet, sempre ensinou.
2. LINHAS DE PENSAMENTO
Subversão dotrtrln6ria
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MOVIMENTOS DE CRISTAOS SOCIALISTAS·
Horizontallsmo totat
Atitudes polit;_
28. Entendida n.ste. termos, a evangel1:r.aeão nao pode ser
a.polltlta. O homem ...nquanto .er .ociol. é e.,andalmen!e poUtico,
lodes os .eu. 0101, ladol as seus deslgnia., .60 pollllcal. O pr6prio
Evangelho nlio escapa a ena linho de Interpreta(~o I el. não "
openos polllico J f, sim, revolucion6rio e .ubverslvo.
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Op~ão pelo Socialismo marxista
30. E claro, porém, que as aspirac:õet. de taiE Grupos nõo se
satisfazem com um Socialismo democrótico. Afirmom explicitamente
que, para analisar a situação de injustiças e dor-lhe remédio, ó pre-
ciso aplicar o dgido esquemo marxista de domlnio-depondên.eia-liber-
loção. No M;U d.senfreado compromisso em favor do .xtremismo de
esquerdo, declaram sem hesitar que, com a análise marxista, foi des-
coberta o verdadeiro ciinciCl que permite compreen der e Qplic:or o
Evangelho. Por conseguinte, professam, um dúvida nem escrúpulo,
o lua opc80 d efinitivo pelo Sodolhmo mor.dsto. Quem nóo foz 101
apçóo, nfto & outlntico cristão; é um herele. DtI mesmo forma ; o
socerdale que !'Iao se empenhe em prol do re volução de tipo mor-
.isto 6 Infiel â suo missão e se lorno cúmplice de conlro-tes temunho
Implrdo6ve l.
Profetismo intempcrontc
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M'OVIMI!:NTOS DE CRISTÁOS SOCIALISTAS 25
3. AS ESTRA reGIAS
Criticas acerbas e Invectivas
33, Os que od.rem a eno corrente revolucion6,io l enfatizam
a s suos idéias mediante atitudes caract.rbticas, que ião quase sem-
pre conlr6rios os normas .Iemenlores do respeita devido li p.UOQ
I1umana. lrCllam OI leUI advers6rios, ilto " todos OI que não estão
com eles, em lermOI duros que trClduzem o lua permanente hostH1dad.
interior.
Procedimentos demagógicos
36. Não s6 criticam o Igreja porque Ela se declaro neutra
em matéria polEtico, mas desejam lev6·lo a adolar, como único opeõo,
OI proce&mentol, os lulas e Q ideologia do marxismo. E, visto .que
Ela não CI 'OI, acusam-rt(l de estar aliada ~m os poderosos e ser
lmenlivel ao sofrimento dos pobres.
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38. Panflelas, bolelins, 'olhas volantes, public:aCÓfl periódicas
de quo'idade medíocre e de linguagem pouco cortês servem· lhes
como instrumentos de difuslio, por vezes clondestinos, em todo a ler·
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MOVIMENTOS DE CRISTÁOS SOCIALISTAS
119 -
2S cPERCUNTE E RESPONDEREMOS . 219/ 1978
Repercussão na c.crteques&
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MOVIMENTOS DE CRISTAOS SOCIALISTAS 29
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30 .. PERGUNTE E RESPONDEREMOS , 219/ 1978
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MOVIMENTOS DE CRISTÁOS SOCIALISTAS 31
o 'Subven'vo de Nazaré'
150, Alguns es~itol derivados ele tois Grupos qu de seus mem·
bral apresentam o Cristo como 'o Subversivo de Nozor!:', Teria vindo
como 'zolot(l' para inslaur(l( -seu Reino de violincio pel<! espada
IM! 10,34)" •• um Reino que OI violenteu conquistam fMt 11,121 .
No epis6dio da ex.pulsõo dOI vendilhões do T.mplo pelo Sennor
(Jo 2,13-161 , vlem um sinal de que a Revo!u(õO i6 chegara . Par ter
desafiado os poderosos e haver auumido atitude rebelde, morreu
condenada pelos maiorais da época, A cruz ó Ctuim\ despoiada da
seu valor redentor para torno,-se um .ímbolo de subver-iao e de lula
de clouos. Eue. erras de int.rpreta(õo, 16 antigos e har. apresen·
todos de novo, 1em que Se saiba por que, como novidades, coreeem
de base cientificamente sério.
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:r.2 .. PERGUNrE E RESPONDEREMOS. 219/1978
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MOVIMENTOS DE CRISTAOS SOCIALISTAS 33
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31 -= PERGUNTE E RESPONDEREMOS::. 219/ J978
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MOVIMENTOS DE CRISTÃOS SOCIALISTAS 35
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Um eco do Oriente:
• • •
Comentârio: Está multo em voga entre nôs a prática da
Meditaçã o Transcendental (doravantc MT). ... transcenden-
tal porque transcende ou ultrapassa as coisas sensíveis para
atingir o ãmago do Ser nom Pl'ocesso de interiorização.
Muitos fiéis cristãos interrogam a respeito do conteúdo
da MT e da sua compatibilidade com os principias do Cristia-
nismo, Eis por que, nas pAginas subSeqüentes, procuraremos
expor as linhas mestras da MT e proporemos um juizo sobre
a mesma.
-128-
MEDITAÇAO TRANSCENDENTAL 37
2. A filosofia sub;acente
1 . Embora os arautos da MT afJrmem que esta nada
tem que ver com religião ou flIosofia, na verdade <l MT está
associada â filosofia religiosa dos mesb'es indianos, isto é.
ao panteísmo. Isto quer dizer: segundo a escola de Maha-
rishi Mabesh Yogi, a Dh'indade se Identifica com o Intimo
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MEDiTACAO TRANSCF.NDENTAL 39
Ou ainda:
"'O Ser • a ,aaUdada luprema da tudo Que 101, • ou se:6. E
elemo e IIlmllado, 8 base de loda IIxlslêncJa de lenc)menos da vida cOso
mica. E: • fonte do 10<10 ° tempo, espaço e causaçlo; • o prlnclplo •
o fim da exlltêncle, o campo elerno da Inlallgêncla erl.llva onipotente
Que e tudo parmala. Eu sou ....quele Ser elarno, vOs sois Aquilo aludo
Islo " em sua natureza lIIaenclal, Aquele Ser Elerno" (Ib., p. 23).
2 . Mais: para Maharishl, o mundo visivel não é pro-
priamenb! real, mas tamMm não é irreal; é um fenõmeno
ou aparência I . Consta de um conjunto de realldades que
estão sempre em mudança e caminham para a su a destrui·
ção~, Essas realidades vlsiveis são facetas imperfeitas da
Divindade; devem ser ultrapassadas para que o homem possa
fazer a experiência pura. e direta da Divindade :
I A palavra ph.Jn6umenofl em grego .llonlllca "o Que .parec. ...
2 'UNo nfvel sensorial, o mundo parece bastanle reei. Mas alra.
do Inteleçto decidimos que, como estA em conUnua mutaçlo, nlo pode
~e r real: real • o que é lemp,a o mesmo . Porem, nlo podemos [llm-
pllllmenle Ignorar o mundO, porq ue o experlmenlamos.
Experimentamos que a parede exls'e, a árvore 8xlste. Nlo pode-
mos dizer q..... 'rvore nlo ..teJa 16 . S. dlssé,semos que • tl.NOra ,
lueal, larlamos que dIzer que nlo existe, , nlo pocser'arnol luer tal
allrmaçao. Reconhecemos que a Arvore .xlsle, mas precisamos dizer
também que IIt6 sempre mudando. Como es" sempre mudando, nAo ..
ra.t, mas como exlsla, pera IIna ptAlleol, lemos que de! i Arvote o
alalus de exl$lencle.
Qual ti o stelu. enlre oreal e o Irraal? Chamamo-Io d. existência
dos lenOmenos. O fen6me no da "Nore e)llste embota nio seje ,eal.
Portanto a Árvore 115m uma rsalldade 'enomenal. Em sânscrito chama-se
li Isto mllh,lI. O mundo 6 m,th,1I fenom enal, nlo exi.le realmente. A
concluslo ti que o mundo nlo • nem real, nem Irreel" (Maharl. hl,
"MedlleçAo Transcendental", p. 252).
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40 cPERCUNTE E RESPONDEREMOS» 219/ 1978
Veja-se ainda:
" Um exemplo lIuslrari a nalureza do Ser de modo mais compreen-
.Ivel. O "orno de oxlginlo e o itomo de hidrogênio em um eslado
apre.enlam ai propriedades do gb, em oulro se combi nam e exibem u
propriedade. da 6guI I em oullo .Inda lêm as propriedades do sOl Ido
gelo. O canteL/do essencial do g6., da 6gua a do gelo ti o mesmo, ma.
l Uas propriedades lia dl'llraal. Embora 81 propriedades do gb, da
Agua e do gelo sejam bem dlrerenles, os elementos essenciais H e O
,ao sampla os mesmos.
AlSlm como o oxlg6nlo e o hldroglnlo, embora permanecendo em
.. us eslados Imut6vels, podam apresentar quelldades dlrerentes, aulm
também o Ser, relendo Seu tariler etemo, ahsoJuto e Imutival, pode
expressar·" na. dllerentes formas 8 fen6menos da variada crlaçlo"
(lb. p. 28).
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MEDITAÇÃO TRANSCENDENTAL 41
4. A medltaçÓD cristã
1 . O Cristianismo também con hece c ensina a medi ta-
Cão . . . . medltacão que atinge o Transcendentalj propôc, sim.
a seus fiéis a expedência de Deus.
E COmO?
São Paulo diz que o cristão é templo do Espirlto Santo
(cf. lCor 6,19) e Que Deus habita nos seus fiêis. S. Teresa
de Ávila (t 1582) desenvolveu esta verdade no famo so livro
- O Castelo Interior ou As Sete Moradas;!>, no Qual expõe ao
leitor os diversos graus de oração que levam o fiel a abstrair
cada vez mais das criaturas contingentes para se concentrar
mais e mais em Deus. No íntimo de si ou na sétimo. morada
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MEDITACAO TRANSCENDENTAL
- 136 -
MEDITACAO TRANSCENDENTAL 45
a Ibllogr .fla :
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AP~NDICE
1. Método Carmellt.
A. IntroduçJo
2. Método d. S. Inicio
Sup6a aempr. I eecolha do 'eml dll madllaçlo (trecho do e ... ang.lho.
garalm.ntt) n.... NPlr•• noll., dev.ndo a medltlçlo reallu,·,. logo ap6a
o d ..pt,lar do di. lIegulnl• .
A. Preplll1lçlo
a) ColOe.çla"a pre.,nç. de DeuI e alo d, ado,açlo.
b) purlllca9lo da 'nltnçl o: pratlc..... or.çio p.r. melMI .arvlr
• Dtu,.
-138 -
MÊTOOOS DE MEDITACAO CRISTA. .7
c) Prelúdio.:
- hl,16r1co: ttmlnltclnell do 1110 I .Ir mecllIMo i
- lmllllnlUvo ou compOIlflo do IUlllr (tenllll.,. de Imlll"l, viva-
m.nte como Ii Ilnhl dM'o o flfo) :
- lmpetrlUvo: pedir dllde In'lo I gr'~1 que lert o frulo di
orl;lo.
8. Corpo da medlla~'o
.) AlJrldectr I o.UI,
b) Tomar "'1011,198".
o) PedIr a grl;a de ,1( Ilel a el'".
Exlalam linda oulros mêlodol (le medlta~lo ou de OrlçlO m.nlal pro-
poltol por grende. mastr", que etllt.m • .centued. Indoll mlBllca d.
mlnsagem crlsll. Esla, da um lido. 6 oUmlltt em rallçlo lO mundo pr.-
68nll. pois .. be que este 111 crlltura de Deus , rollaxo do a4blo plano do
Criador: todlvl. o ctlet10 lenda a ullr,pellar a beleza du crlaluras p.ra
podar encontrar-se I.c...·'ec. com o Crl.dor, lonte da loda gr.ndeza li
harmonll.
-139 _
livros em estante
A men..pm eanl,.1 do Novo l.sl.menlo, por Joachlm Jeremias.
r,ad\Jçlo d. Joio Rezende Costa, - Ed. PaulJnas, SIo Paulo 1977,
"0)( 190 mm. 149 pp.
-140-
sempre IUIr a afnlne entre a verdsde revelade por Deua e • vida dos
c rlsl.os hoja. Interessa sallenlar o capUulo relerenle à "Ressurrelçlo e Vida
elema" (pp. 22S.235) : o autor ai di por ultrapassada a lese da •• paraçlo
de corpo e alma por ocasllo da morl.; julga que o homem, sando um só
tOdO, morre por completo e, por Islo, renulcila logo apóS a morle. O
lundamenlo dasll leo,la (hoje a"at propagada) seria o prassuposlo de qua
I Sibila MO acenlua a d ualidade "corpo-alma", mas enlaUza, sim, e duali-
dade "Crlador-cll'lu"": 'IA Sagrada Escritura di uma importlncla multo
msnor do que , mesoll' graga ao dualismo corpo-arma no homem. N.
81blla, uma oulta dualid ade • multo mais Impertante do que 'ales dois
membros, a labor. a dualidade anl,a Criador e crlalure" (p. 232),
Ora lal ambasamanlo ti IInue. pel. os escrllO$ blbllcos red igidos em
amblante halenlsla (Sb, MI, per exemplo) conhocem e dlstlnçlo nUlde entre
corpo a alma leI. Sb 2·5. MI lO, 28); esta, portanto, n60 é estranha i
Sibila. Se Isl dlslinçlo vem a ser apagada pelos estudiosos, só resta admlllr
uma subslAncla no homem, iSlo é. a malé,la - o que redunda em mate-
rialismo.
Suge,lmos outresslm a Iraea. no IItulo, do voc6bulo "Anunclaçlo"
por "Anünclo" pera l,aduzir V.rkllnâlgung, vlslo tralar-se de lermo mel,
adequada para dlzar o que Ralzlnger enlende.
Eslas observaç6e•. porém, nlo prelandem dimllX,llr e mérito da ob,a
de Ratz:lnger, cuja leitu ra será proflcua aos c,lstla. da cultura média.
Ub.,.çio mar.la'. e IIbareçlo e,l.t., por O. Alfonso lopez TrujllJo.
Traduçlo de Eduardo P,ado da Mendonça. - Ed. AgIr, RIo de Janeiro 1977,
' 40 x 210 mm, 271 pp.
O aulor. o Secretário·Ger.1 de CELAM (Conlerêncla Eplscopel latino--
·Amerlcana) a bispo I Ulllli8' do Cardeal'areeblspo de 8ogo16. Escravau a
sua lese da doutorado em Fllosolla pela Untvtlrsldada de Santo Tomo
(Roma). que agora é JXlbllc.da a.'TI lraduçlo bruUelra com o 1IIulo acima.
O livro an.llsa o Que é o mandame e qual o humanismo que de.la
relU lia : pas•• em rlvlsta o concello de lula de classes e dI meulenlsmo
social subjaeanla ia ralvlndlcaçc5as marxistas. Por 11m estabelece o con--
Ironlo entre ponlos de vlsl. marxistas e concepÇões crlstls, mostrando a
Incenslslêncla dos primeiros e a incompallbllldada exl.lente entra marxismo
e Cristianismo. Cla,. amostragam da le.e do livro. a passagem s.gulnt8:
"O Crisllanl.mo eslã acima de toda as Ideologia•. Nlo sa compro-
mele com nenhuma delas. se bem que peua r.colher aob e lorma de
ulopl. o' valor.s Que possam encerrar. A Ideologia lem umpra • pretanslo
de .bsolulo, O Cristianismo 1\10 pode aceitar a aua ess'ncla. O maior perigo
de ca,tos crlsllos é o de cair Insensivelmente nas redes de uma ideologia
que .uplsnlar' progressivaMente seu unlver&o de lé. Maior. o perigo entre
lOS sacerdoles. lAo acostumados a compromisso.. Incondicionais. Acredllarlo
ouvir a 'IOZ: do que chama l,.condiCionalmenle noe llibloa de l.4l11nt ou de
Caslre. O marxismo no Intimo I!I messl4nlco. ! asla a rallo pala qual nlo
-é por acaso se o ma/xlsmo lula conlre e esp8rança crlstl, na qVal vi uma
compellçlo dl,ela. Por Is!lo o c,lsllo sampre l i asnl1r6 Intranqüilo com a
In/Uallça e com a Ideologia marxlsts" (pp . 262.).
A obra r&'lela pretundo a minucioso estudo da mosona marxilll; 6
serana, Ob]ellva e elhela /lo pab.lo pollllca. Oferece ao lellor grande apa·
ralo de erudlçle, que merece" • esllma do _,Iudloso. Por islo louvamo.
a Ed. Agi r por tal publlçaçlo, que hon,a a blbUogralla católica.
E.I.
EM TEMPO DE RENOVAÇAO QUARESMAL
PERDAO, SENHOR I