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Espíritas
Vida de insulamento. Voto de silêncio
O Livro dos Espíritos, 3ª Parte, Capítulo VII, questões 769 a 772
769. Concebe-se que, como princípio geral, a vida social esteja na Natureza. Mas, uma vez que
também todos os gostos estão na Natureza, por que será condenável o do insulamento
absoluto, desde que cause satisfação ao homem?
770. Que se deve pensar dos que vivem em absoluta reclusão, fugindo ao pernicioso contacto
do mundo?
“Duplo egoísmo.”
a) — Mas, não será meritório esse retraimento, se tiver por fim uma expiação, impondo-se
aquele que o busca uma privação penosa?
“Fazer maior soma de bem do que de mal constitui a melhor expiação. Evitando um mal, aquele que
por tal motivo se insula cai noutro, pois esquece a lei de amor e de caridade.”
771. Que pensar dos que fogem do mundo para se votarem ao mister de socorrer os
desgraçados?
“Esses se elevam, rebaixando-se. Têm o duplo mérito de se colocarem acima dos gozos materiais e
de fazerem o bem, obedecendo à lei do trabalho.”
Leitura Complementar
Vida Social
Para o homem que vivesse insulado não haveria vícios nem virtudes; preservando-se do mal
pelo insulamento, o bem de si mesmo se anularia. (Allan Kardec, O Céu e o Inferno, 1ª parte,
Capítulo 3, item 8)
Entre a vida social e a espiritual há esta diferença: enquanto que a primeira é limitada e nem
sempre permite que o homem suba todos os seus degraus, a segunda é indefinida e a todos oferece a
possibilidade de se elevarem ao grau supremo. (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, questão 119)
Sociabilidade
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“O homem é um animal social”, já o dizia, com acerto, famoso pensador da Antigüidade,
querendo com isso significar que ele foi criado para viver, ou melhor, conviver com seus
semelhantes.
certas regras de procedimento ditadas pela Justiça e pela Moral, abstendo-se de tudo que as
possa destruir.
Com efeito, a boa ordem na sociedade depende das virtudes humanas. À medida que nos
formos esclarecendo, tomando consciência de nossos deveres para com nós mesmos (amor ao
trabalho, senso de responsabilidade, temperança, controle emocional etc.) e para com a comunidade
de que somos parte integrante (cortesia, desprendimento, generosidade, honradez, lealdade,
tolerância, espírito público etc.), cumprindo-os à risca, menores e menos freqüentes se irão tornando
os atritos e conflitos que nos afligem; mais estável será a paz e mais deleitável a harmonia que
devem reinar em seu seio.
A par disso, para que a sociedade funcione e possa corresponder à sua finalidade, um outro
princípio existe que precisa, também, ser observado: o da autoridade.
No menor tipo de sociedade que se conhece, o lar, por exemplo, se aquele que a deve
exercer, o chefe de família, não recebe da parte da mulher e dos filhos o acatamento e a obediência
devidos, a anarquia toma conta da casa, com sérios prejuízos para todos os familiares.
Um e outro — chefe de família e governo — não devem, porém, exorbitar de suas funções,
seja impondo uma sobrecarga de obrigações aos que estejam subordinados à sua jurisdição, seja
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frustrando-lhes o gozo de seus direitos individuais, porque isso, então, já não seria autoridade, e sim
tirania, despotismo.
Estes conceitos, ampliados, são válidos igualmente para a sociedade natural, formada pelo
concerto das nações, cujos membros devem respeitar-se e auxiliar-se mutuamente, tudo fazendo
pela concórdia entre os povos e a prosperidade universal, porque, interdependentes que são, sempre
que alguns componentes do cosmo social entrem em guerra ou se vejam a braços com crises
econômicas, todos haveremos, de uma forma ou de outra, de sofrer-lhes as danosas conseqüências.
Uma vez que a vida social é uma necessidade geral, que pensar daqueles que se isolam
completamente, fugindo (segundo dizem) ao pernicioso contacto do mundo?
Pela Doutrina Espírita, tal procedimento revela forte dose de egoísmo e só merece
reprovação, visto que “não pode agradar a Deus uma vida pela qual o homem se condena a não ser
útil a ninguém”.
O Homem no mundo
Um sentimento de piedade deve sempre animar o coração dos que se reúnem sob as vistas
do Senhor e imploram a assistência dos bons Espíritos. Purificai, pois, os vossos corações; não
consintais que neles demore qualquer pensamento mundano ou fútil. Elevai o vosso espírito àqueles
por quem chamais, a fim de que, encontrando em vós as necessárias disposições, possam lançar em
profusão a semente que é preciso germine em vossas almas e dê frutos de caridade e justiça.
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Sois chamados a estar em contacto com espíritos de naturezas diferentes, de caracteres
opostos: não choqueis a nenhum daqueles com quem estiverdes. Sede joviais, sede ditosos, mas seja
a vossa jovialidade a que provém de uma consciência limpa, seja a vossa ventura a do herdeiro do
Céu que conta os dias que faltam para entrar na posse da sua herança.
A perfeição está toda, como disse o Cristo, na prática da caridade absoluta; mas, os deveres
da caridade alcançam todas as posições sociais, desde o menor até o maior.
Nenhuma caridade teria a praticar o homem que vivesse insulado. Unicamente no contacto
com os seus semelhantes, nas lutas mais árduas é que ele encontra ensejo de praticá-la. Aquele,
pois, que se isola priva-se voluntariamente do mais poderoso meio de aperfeiçoar-se; não tendo de
pensar senão em si, sua vida é a de um egoísta. (Cap. V, no 26.)
Não imagineis, portanto, que, para viverdes em comunicação constante conosco, para
viverdes sob as vistas do Senhor, seja preciso vos cilicieis e cubrais de cinzas. Não, não, ainda uma
vez vos dizemos. Ditosos sede, segundo as necessidades da Humanidade; mas, que jamais na vossa
felicidade entre um pensamento ou um ato que o possa ofender, ou fazer se vele o semblante dos
que vos amam e dirigem. Deus é amor, e aqueles que amam santamente ele os abençoa. – Um
Espírito Protetor. (Bordéus, 1863.) - (Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 17,
item 10)