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AGRONOMIA

Geoprocessamento

1 INTRODUÇÃO AO SENSORIAMENTO REMOTO

O Sensoriamento Remoto simplificadamente pode ser entendido como “a


aquisição de informação sobre um objeto sem que entre em contato físico com ele”.
De maneira mais ampla o conceito implica “na obtenção de informação a partir da
detecção e mensuração das mudanças que um determinado objeto impõe aos campos
de força que o circundam, sejam estes campos eletromagnéticos, acústicos ou
potenciais”.

Os sonares, por exemplo, permitem a detecção de objetos submersos na água a


partir da mensuração de alterações que provocam no campo acústicos (ondas
sonoras). O tempo gastos entre a transmissão de um pulso sonoro e a recepção do
som refletido (eco) por um objeto é usado para determinar sua distância. Os sonares
baseiam-se no princípio de que ondas sonoras se propagem em velocidade constante
em meios homogêneos, e que em diferentes meios, a velocidade do som é diferente.
Sabe-se que a velocidade do som na água e de 1.450 m.s-1 pode determinar a
profundidade que o objeto se encontra medindo o eco, ou seja, a onda sonora por ele
refletida. Assim os ecobatímetros permitem o mapeamento da superfície oceânicas
bem como sua profundidade.

Os sismógrafos permitem determinação da velocidade de propagação de ondas


elásticas nas rochas e estruturas geológicas, assim permitem desenvolver teorias sobre
a composição do interior da Terra.

Apesar de os sonares e sismógrafos permitirem a aquisição de informações


sobre objetos e fenômenos a partir da mensuração das mudanças que impõe a esses
campos, no contexto da Tecnologia Espacial, se limita na utilização de sensores que
medem alterações sofridas pelo campo eletromagnético. Assim sendo podemos adotar
o conceito de Sensoriamento Remoto como sendo a “aquisição de informações sobre
um objeto a partir da detecção e mensuração de mudanças que estes impõe ao campo
eletromagnético.

As razões pelas quais, se utiliza sensores de radiação eletromagnética (REM),


primeiramente se deve ao fato que a REM não necessitar de meio de propagação,
como os demais campos, assim, os sensores puderam ser colocados cada vez mais
distante dos objetos a serem medidos como o uso em satélites, dando uma conotação

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de distância física ao termo “remoto”. Segundo, todo o embasamento teórico que
envolve a interação desses diferentes campos de força encontra se distribuídos em
disciplina tão diversas e tecnologias tão distintas, que o desenvolvimento de sensores,
teorias e aplicações das informações derivadas das mudanças dos diferentes campo
passaram a constituir ramos distintos do conhecimento.

Enfim existem uma gama grande de sensores que a bordo de satélites capazes
de observar as propriedades dos planetas, as estrelas e do espaço cósmico bem como
sensores capazes de medir propriedades da atmosfera, tais como umidade,
temperatura do topo das nuvens, composição química (satélites ambientais).

1.1 Sensoriamento Remoto e o Geoprocessamento

Já definimos o S.R. como sendo a utilização conjunta de sensores equipamentos


para processamento de dados, equipamentos de transmissão de dados colocados a
bordo de aeronaves, espaçonaves, ou outras plataformas, com o objetivo de estudar
eventos, fenômenos que ocorrem na superfície do Planeta Terra a partir do registro,
da análise das interações entre a REM e as substâncias que o compõe em suas mais
diversas manifestações.

De maneira análoga o termo Geoprocessamento denota uma disciplina do


conhecimento que utiliza técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento
de informações geográficas. Esta tecnologia tem influenciado de maneira crescentes
áreas de Cartografia, Análise de Recursos Naturais, Transportes, Comunicações,
Energia e Planejamento Urbano. Nos países de proporções continentais, como o Brasil,
apresenta um enorme potencial, principalmente se baseado em tecnologias de custo
relativamente baixo, em que o conhecimento e adquirido localmente.

Por definição o geoprocessamento pode ser entendido como “Conjunto de


tecnologias voltadas a coleta e tratamento de informações espaciais para um objetivo
específico. As atividades envolvendo o geoprocessamento são executadas por sistemas
específicos mais comumente chamados de Sistemas de Informação Geográfica (SIG)” e
ou “Sistema de geoprocessamento é o destinado ao processamento de dados
referenciados geograficamente (ou georeferenciados), desde a sua coleta até a
geração de saídas na forma de mapas convencionais, relatórios, arquivos digitais, etc.;
devendo prever recursos para sua estocagem, gerenciamento, manipulação e análise.”

O instrumentos computacionais do Geoprocessamento, chamados de Sistemas


de Informações Geográficas (SIGs), permitem realização de análises complexas ao
integrar dados de diversas fonte e criar bancos de dados georreferenciados além de
tornar possível a automação de documentos cartográficos.

1.2 O sensoriamento remoto como sistema de aquisição de informações

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O S. R. como sistema de aquisição de informação pode ser dividido em dois
grandes subsistemas: 1) Subsistema de Aquisição de Dados de S.R.; 2) Subsistema de
produção de Informações.
O Subsistema de Aquisição de Dados de S.R. e formado pelos seguintes
componentes: fonte de Radiação, Plataforma (satélite e aeronave), Sensor, Centro de
Dados (Estação de Recepção e Processamento de Dados de Satélite e Aeronave).
O Subsistema de Produção de Informação é composto por: Sistema de
Aquisição de Informações de Solo para calibragem dos Dados de S. R.; Sistema de
Processamento de Imagens, Sistema de Geoprocessamento.
Alguns componentes que abrangem a Física do Estado Sólido permitiu o
desenvolvimento de semicondutores, e o seu continuo aperfeiçoamento possibilitou
em poucos anos a substituição de sistemas fotográficos pelo atuais sensores de alta
resolução, com capacidade de identificar objetos menores de 50 cm a partir de
satélites a 400 km de altura.
Os avanços de Física e da Química permitiram o desenvolvimento de novos
materiais, que foram incorporados pela Engenharia Espacial, pela Eng. de
Telecomunicações, pela Engenharia de Computação para o desenvolvimento de
satélites, sensores, sistema de transmissão e comando automático.
Todo esse conhecimento envolveu equipes multidisciplinares. Inicialmente o
desafio era colocar o satélites em órbita da Terra, a utilização dos dados era apenas
um benefício adicional. Trinta anos depois o desafio era transformar a Informação
Primária, derivada do processamento das imagens, em Informação Qualificada, ou
seja, informação passível de ser incorporada prontamente pelo usuário. Atualmente
muitas áreas de aplicação já utilizado dessas informações de forma efetiva, outras
ainda e um desafio a ser vencido.

Figura 1 - Sistemas Remoto

2 INTERAÇÃO ENERGIA E MATÉRIA

2.1 Radiação Solar


A radiação solar é a fonte de energia para todos processos físico-químicos e
biológicos que ocorrem na superfície terrestre. Para o S. R. a energia solar é a base de

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todos os princípios em que se fundamenta essa tecnologia, desde o fornecimento de
energia para manter um satélite em orbita até uma sequência de raciocínio em relação
ao S.R.

2.2 O Sol
O Sol e considerado uma estrela de 5ª grandeza, constituído por massa gasosa
contendo cerca de 71% de hidrogênio e 26% de hélio. Possui massa em torno de 1,99 x
1035kg, da qual cerca de 90% concentra-se na metade interna de seu raio. A
temperatura superficial media do Sol é de 5.770 K. essa temperatura altíssima
desencadeia reações nucleares entre o hidrogênio e o hélio, por meio de fusão de
núcleos de hidrogênio em núcleos de hélio com perda de massa, que é compensada
por emissão de energia, por ocorrer no núcleo do átomo recebe o nome de radiação.
As radiações, em geral, são classificadas por letras do alfabeto grego (α, β, δ etc.) que
podem ou não ser radioativas. A radiação solar e do tipo β.
Para se ter uma ideia da quantidade de radiação liberada no processo de fusão
nuclear, que o ocorre na zona radioativa do Sol, a cada segundo 657 milhões de
toneladas de hidrogênio são transformados em 653 milhões de toneladas de hélio, a
diferença de 4 milhões de toneladas de hidrogênio, é convertida em radiação β. Esta
radiação ou emissão de partícula pode ser um elétron ou um position (eletro positivo)
localizado no núcleo do átomo.
Albert Einstein, em 1905, afirmou que a radiação solar se propaga através de
pequenos pulsos ou feixes discreto de fótons – quanta – individuais. Essa teoria foi
denominada de corpuscular. Ele baseou-se no resultados de outras pesquisas
realizadas na final do século XIX sobre efeito fotelétrico chegando a conclusão que
uma onda luminosa transporta energia.

2.3 Ondas
São perturbações periódicas ou oscilações de partículas ou espaço, por meio
das quais muitas formas de energia se propagam a partir de suas fontes. Todos os
movimentos ondulatórios em um meio resultam de oscilações de partículas individuais
em torno de sua posição de equilíbrio. As ondas propagam somente energia, que é
transferida por meio de átomos e moléculas da matéria.
De um modo geral uma onda não propaga matéria, cada partícula do meio
oscila apenas em torno da sua posição de equilíbrio, necessitam de um meio material
para se propagarem, exceto as ondas eletromagnéticas que se propagam no vácuo.
A onda possui frequência e um comprimento. A frequência corresponde ao
número de vezes que ela passa por um ponto do espaço em determinado intervalo de
tempo, ou seja, ao número de oscilações que ela emite por unidade de tempo em
relação a um ponto. A frequência geralmente é expressa por ciclos por segundo ou

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Hertz. O comprimento indica a distância entre dois pontos semelhantes de onda, dado
em metros.

Figura 2 - Representação gráfica de uma onda

Fonte: CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia. 1

As ondas podem ser classificadas de acordo com a forma, posição e sentido de


propagação, são elas senoidais, transversais e longitudinais.

2.3.1 Propriedades das ondas

 Duas ou mais ondas de mesma frequência, quando sobrepostas, formam uma


única onda composta, que é resultado da adição simples dos deslocamentos
das ondas componentes;

 Ondas que oscilam em fases diferentes não se sobrepõem, anulando-se


reciprocamente a essa interação dá-se o nome de interferência;

 Ondas podem ser refletidas quando encontram obstáculos;

 A velocidade da onda depende do meio de propagação;

 Se uma onda passa de um meio menos denso para um meio mais denso, a
mudança na velocidade resulta em mudança de direção do movimento
(difração). Por exemplo, quando a luz passa do ar para a água, ela refrata ou
encurva. Quando uma onda encontra uma superfície de separação de dois
meios, ela se refrata e se reflete, isto é, a perturbação propagada pela onda
incidente transmite-se ao segundo meio (onda refratada). No primeiro meio
surge uma nova onda que se propaga em sentido oposto (reflexão). Dessa
forma, parte da onda e refletida. Em geral as direções da ondas refratadas e
refletidas são diferentes.

2.4 Radiação Eletromagnética


A radiação eletromagnética (REM) é meio pelo qual a informação é transferida
do objeto ao sensor. A REM pode ser definida como uma forma dinâmica de energia
que se manifesta a partir de sua interação com a matéria. Atualmente duas teorias são
aceitas para explicar tanto a propagação da REM quanto a interação com a matéria.

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Uma das teorias foi proposta por James Maxwell, um físico escocês. Ele demostrou que
a energia eletromagnética e capaz de provocar perturbações no campo elétrico
magnético e que essas perturbações propagem no vácuo na forma de ondas
eletromagnéticas com a velocidade (c) fixa de 2,988 x 10-8 m.s-1. Figura 2.

Figura 3 Onda eletromagnética

Tais teorias permitiram definir uma onda eletromagnética como uma oscilação
no campo elétrico (E) e magnético (M) segundo um padrão harmônico de ondas. Assim
quando uma onda propaga num determinado material, sua velocidade de propagação
dependerá das propriedades eletromagnéticas do meio e da frequência (v) ou
comprimento de onda da radiação.
A completa faixa de comprimentos de onda e de frequência da REM é chamada
de espectro eletromagnético, Figura 3. Este espectro varia desde as radiações gama
com comprimentos de onda da ordem de 10-6 μm, até as ondas de rádio da ordem de
100 m. Figura 3

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Figura 4 espectro eletromagnético

3 Interação entre Atmosfera e radiação Solar

3.1 Atmosfera

A atmosfera terrestre indispensável para a vida na Terra fato esse que só é


possível pela presença de gases que contém e funcionam como filtro protetor da
radiação solar como a radiação ultravioleta e os raios X. Possui 0,001% da massa total
do planeta, constituída por uma mistura gasosa, vapor de água e aerossóis.
Espessura de aproximadamente 1000 km de altitude apesar de o total de massa
dos gases concentrarem nos primeiros 10 km. Ela exerce uma pressão sobre a
superfície da terra de aproximadamente 101 kilopascal ou 760 mmHg (1 atm).
Meio natural que interfere tanto na radiação incidente (irradiância) quanto na
radiação refletida (radiância) coletada pelos sensores. Interferência que se manifesta
na mudança da trajetória (refração), na velocidade e absorção da radiação solar.
De acordo com Cruz (1997), existem cinco zonas atmosféricas: troposfera,
estratosfera, mesosfera, ionosfera e exosfera. Figura 4.

3.2 As 5 Camadas.

Do ponto de vista biológico a troposfera e mais importante pois dela depende a


maioria dos seres vivos, entretanto para o S.R. o estudo da atmosfera como um todo é
fundamental.
TROPOSFERA: camada que está em contato com a superfície terrestre, sua
espessura varia em função da latitude, no Equador sua atinge de 15 a 18 km nos polos
de 2 a 8 km. Aproximadamente 80% da massa total da atmosfera. Área mais
influenciada pela transferência de energia, região onde ocorre a maioria dos

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fenômenos meteorológicos. Limitada pela camada superior, tropopausa, cuja sua
principal função e servir de “armadilha de frio” para as moléculas de água impedindo
que elas escapem para as camadas superiores.
ESTRATOSFERA: Estende-se a partir da tropopausa até a altura de 30 km.
Quantidade pequena de oxigênio e não existe umidade. Temperatura de -40º na
porção inferior e -2º C na porção superior devido a absorção de radiação ultravioleta
pelo ozônio (O3).
MESOESFERA: Inicia logo a estratopausa e pode atingir até 80 km acima da
superfície terrestre. A temperatura continua a aumentar até a 10º C a mais ou menos
50 Km depois cai chegando a -90ºC. Composição: 78% de N. 21% de O; 1% de CO2,
Vapor de água e Argônio. Para o S.R. essa camada e importante por absorver quase
todas as radiações ultravioleta.
IONOSFERA: região da atmosfera superior estendo até 600km de altitude.
Nessa camada o ar apresenta condutividade elétrica alta, em razão da separação as
moléculas em íons e elétrons (ionização) pela radiação solar ultravioleta. Refletor
eficiente da ondas de rádio, faixas de ondas curtas e ondas longas, permitindo
comunicação a longa distância ao redor do globo. Ela não reflete ondas de Tv que é
feita por satélites.
EXOSFERA: e a zona mais externada atmosfera pode chegar a 1000 km de
altitude. Predominância de gás hidrogênio, gás mais leve que se conhece, por isso
denominada camada hidrogenada. Nesta camada as temperaturas variam de 2000º
durante o dia C a -300º C a noite.

Figura 5 - As 5 camadas da atmosfera

3.3 Radiação Solar X Atmosfera

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Ao penetrar na atmosfera a radiação solar sofre atenuações causada por
reflexões, espalhamento, e absorção pelos constituintes atmosféricos, por partículas
diversas e nuvens. Isso faz com que a radiação solara que chega a superfície esteja
fortemente atenuada.
A radiação solar que volta ao espaço sideral corresponde a 37% sendo 26%
refletida pelas nuvens e 11% pela dispersão de partículas que se encontram na
atmosfera.
Os gases são responsáveis por absorver 16% da radiação. Dessa forma o total
de radiação absorvida pelos gases e vapor de água chega ao topo da atmosfera
somente 47% atinge a superfície terrestre, chamada de radiação global e equivale a
média de 0,94 cal.cm-1.min-1.
A radiação solar e composta de raios solares diretos 19% e raios difusos 26%
comumente chamada de radiação do céu ou celeste.

4 COMPORTAMENTO ESPECTRAL DE ALVOS

O comportamento espectral de alvos pode ser definido pela forma como


diferentes alvos interagem com a radiação eletromagnética. Algumas absorvem,
refletem ou transmitem a radiação em proporções que variam com o comprimento de
onda, de acordo com as suas características físicas, biológicas e químicas.

4.1 Interação Vegetação e Radiação Solar

A fotossíntese é um processo pelo qual as plantas verdes produzem


carboidratos (açucares), a partir da água, do CO2 e da radiação ativa absorvida (RAAb),
radiação solar de comprimento de onda entre 400 e 700 nm (luz visível).
Das três funções principais da folha (respiração, transpiração e fotossíntese) a
fotossíntese e a única que utiliza luz solar. Os outros dois processos utilizam reações
químicas que ocorrem na planta para obter energia necessária a sua sobrevivência.
Independentemente dos fatores ambientais a radiação difusa é sempre maior
que a radiação direta. Desse modo uma grande parte da energia disponível para as
plantas está na forma de radiação difusa que por não ter dependência angular atinge o
interior da copa e as partes inferiores da vegetação.
No entanto nem toda radiação que atinge a planta tem efeito sobre ela, a
radiação capaz de provocar uma reação fotoquímica são denominadas reação
fisiologicamente ativa (RFA).
A radiação global que chega a superfície da Terra ao atingir a planta interage
com esta e resulta em três frações. Uma parte dessa radiação (50%) é absorvida e por

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pigmentos contidos nas folhas e participa da síntese de compostos ricos em energia,
altera estruturas moleculares, acelera reações, como a foto oxidação das xantofilas ou
ainda destrói estruturas de uma molécula. Outra parte é refletida pelas folhas,
fenômeno denominado reflexão. Finalmente uma terceira parte sofre um processo de
transmissão, através das camadas de folhas que compõem a copa e daquelas que
constituem a folha, como cutícula, a parênquima lacunoso e o paliçádico etc.
As quantidades de energia absorvida, transmitida ou refletida das plantas
podem diferir de uma espécie para outra ou até mesmo dentro da própria espécie,
isso ocorre por fatores ambientais que influenciam direta e indiretamente nesta
interação. Entretanto as proporções desses três componentes sempre guardam o
princípio da conservação de energia.

4.1 Porção absorvida da radiação solar

Dos três componentes da interação da radiação solar com a planta


(reflectância, absortância e transmitância), a parte absorvida (absortância) é a de
maior interesse em todas as pesquisas de produção vegetal, inclusive no
sensoriamento remoto agrícola, porque é por meio da quantificação desta variável que
os especialistas em sensoriamento remoto poderá tirar conclusões fitossanitárias de
determinada cultura agrícola. Entretanto, quando se trata de sensoriamento remoto
orbital, esta variável é geralmente estimada pela quantificação da parte refletida, por
restrições dos satélites orbitais ou aeronaves. Em muitos casos o especialista não
consegue estimar a quantidade de radiação absorvida pela planta inferir sobre o
estado da cultura ou da vegetação. Geralmente faz-se inferência apenas na energia
refletida, ou seja uma inferência indireta da radiação absorvida pela vegetação.
No que diz respeito à energia luminosa é praticamente constante no topo da
atmosfera, podendo sofrer alterações ao longo de sua trajetória a medida que ela
penetra na atmosfera. Além dos constituintes da atmosfera e partículas dispersas a
quantidade de radiação que chega até a planta depende de muitos fatores como
época do ano, latitude, longitude, declividade e direção da face do terreno. Entretanto
tem-se notado que as variações no fluxo de energia luminosa por unidade, área e
tempo, em razão de outros fatores não atmosféricos, são relativamente pequenos e
constante para determinado local. Com isso o que se procura, então, por parte dos
pesquisadores é melhorar as plantas no que diz respeita ao uso eficiente da radiação
para produção de grãos e ou fitomassa, mediante os processos de seleção de
variedades.

4.2 Interação da radiação Solar com o Dossel Vegetativo

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A interação da radiação eletromagnética na vegetação tem uma abordagem
bastante focada na folha. No entanto, ao considerar a superfície terrestre, é necessário
levar em conta a interação da energia solar com as comunidades de plantas pode ser
quase homogênea, como áreas agrícolas (trigo), ou bastante heterogêneas, como no
caso de uma área ocupada por uma mata natural, onde se têm árvores de diferentes
tamanhos e espécies.
O dossel vegetativo é o conjunto de todas as copas de vegetação numa
determinada área. Outra definição de dossel vegetativa ou vegetação seria tudo aquilo
que compõe a parte aérea de uma comunidade de plantas e que, portanto, está
envolvido diretamente com as interações da energia solar. Um dossel e caracterizado
pelo seus componentes, sua organização e sua estrutura.
A interação da radiação solar com dosséis vegetativos é causada
principalmente por pigmentos contidos na folha. Tudo o que foi discutido acima é
válido, até certo ponto, para um dossel de vegetação, já que a folha é seu principal
componente. Tanto a arquitetura da folha quanto da planta estão adaptadas para um
melhor aproveitamento da radiação solar no processo de fotossíntese. Como a folha é
o principal elemento de captação de radiação solar, há uma maior predominância da
área foliar quando comparada a outros componentes da planta. Esta predominância é
tão marcante que outros órgãos que também podem realizar fotossíntese são
desprezados em estudos sobre produção de fotoassimilados.
De acordo com o percentual de cobertura do solo pelas plantas, o dossel pode
ser classificado em duas categorias: completo e incompleto.
O dossel é incompleto quando apresenta baixo percentual de cobertura de
solo, como é o caso das culturas agrícola no início do desenvolvimento vegetativo.
Nessa fase a energia refletida é composta de uma parte proveniente das plantas e
outra parte do solo.
Quando a cobertura está próxima a 100%, o dossel é considerado completo.
Porém esse fato pode variar com é o caso dos citrus e café, onde o espaçamento entre
as planta é grande mesmo no estágio máximo de desenvolvimento vegetativo.
A radiação eletromagnética ao incidir sobre o dossel vegetativo, fica sujeita a
dois processos físicos: espalhamento e absorção.

4.2.1 Comprimento de ondas absorvidos

Até 0,7 μm - a reflectância é baixa (< 0,2), dominando a absorção da radiação


incidente pelos pigmentos da planta em 0,48 μm (carotenoides) e em 0,62 μm
(clorofila). Em 0,56 μm há um pequeno aumento do coeficiente de reflectância;
Entre 0,7 μm e 1,3 μm – região dominada pela alta reflectância da vegetação
(0,3 <r < 0,4), devido à interferência da estrutura celular;

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Entre 1,3 μm e 2,5 μm, a reflectância da vegetação é dominada pelo conteúdo
de água nas folhas (correspondem também às bandas de absorção atmosférica).

4.3 Interação da radiação solar com Solos


4.3.1 Características do solo que influenciam na interação com a
radiação solar
O solo pode ser entendido como o corpo natural que cobre a superfície
terrestre cujas as propriedades são devidas aos efeitos integrados do clima e dos
organismos vivos (plantas e animais) sobre o material de origem, condicionado pelo
relevo ao longo do tempo.
Do ponto de vista agrícola, o solo pode ser entendido como uma mistura de
compostos minerais e orgânicos de superfície da Terra que serve de substrato para o
crescimento das plantas.
O sensoriamento remoto tem sido usado para o reconhecimento dos solos. Os
sistemas sensores tem coletado informações sobre os recursos naturais, fornecendo
dados para pesquisas na área de solos. A vantagem é que os dados de sistemas orbitais
são obtidos periodicamente, de modo que, constantemente, é possível fazer uma
adequação de resultados obtidos em datas anteriores. Outra vantagem e a visão ampla
da área de estudo e à maior facilidade de fazer o levantamento e acompanhamento do
uso de solo em áreas de difícil acesso.
Em geral os solos são compostos de quatro constituintes principais: partículas
minerais, partículas orgânicas, água e ar, que numa condição ideal possui quantidades
percentuais aproximada. O ar e água apesar de não fazerem parte do solo, estão
inserido por encontrarem uma condição que permite sua permanência no meio.
Fazendo parte ou não a agua e o ar, são considerados parte dele, formando um
complexo solo que para o sensoriamento remoto é muito influenciado por todos os
elementos deste complexo.
As partículas minerais do solo podem ser classificadas quanto à sua origem, em
dois tipos: minerais primários, remanescentes da rocha e minerais secundários
formados pela decomposição do s minerais primários. Os minerais primários são mais
resistentes aos fatores intempéricos, enquanto os secundários mais suscetíveis as
alterações.
O material orgânico é bastante reduzido quando comparado ao material
mineral, entretanto sua influência nas propriedades do solo tem grande importância
apesar de do baixo teor. A proporção de matéria orgânica varia em diferentes tipos de
solo. Nos solos arenosos chega a 0,5% do peso total.na maior parte dos solos
cultivados, o teor varia entre 2 a 5 %, em casos extremos, solos turfosos, pode alcaçar
90 a 95% do peso total. A matéria orgânica imprime propriedades positivas aos solos:
promove agregação; aumenta a estruturação do solo; reduz a densidade do solo;

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regula a aeração (macroporos); diminui a microporosidade dos solos arenosos e
aumenta dos solos argilosos.
A água no solo consiste uma solução de vários eletrólitos (Na +, K+, Ca2+, Mg2+,
Cl-, NO-3, SO-42) e outros componentes. Alguns autores consideram como água no solo a
quantidade que fica retida nos coloides, portanto sem ter movimento e sem poder ser
utilizada pelas plantas, como a solução, que contém os eletrólitos, do pode
movimentar e ser utilizada pelas plantas.
A água penetra no solo pelos poros agregadas por agentes cimentantes. Ela
tem diversos destinos: permanecer no solo, ser absorvida pela plantas e transpirada de
volta à atmosfera, subir por capilaridade e ser evaporada e percolar em profundidade
no perfil do solo.
De acordo com o conteúdo e a natureza de retenção de umidade, reconhecem-
se três estados de solo: molhado, úmido e seco.
Solo molhados são aqueles são aqueles em que os poros estão cheios de água e
ar ausente. Solos úmidos contem agua nos macro e micro poros, onde os micro poros
fazem papel de capilar retendo a água contra a força da gravidade.

Água
Água limpa absorve mais a luz que água suja. Ao longo do espectro, a água vai
diminuindo a reflectância a medida em que se desloca para comprimentos de ondas
maiores. Na região do visível, mais especificamente nas faixas do azul e verde,
observa-se significativa reflectância da água, diminuindo-se gradualmente na direção
do infravermelho.
A água em estado líquido apresenta baixa reflectância entre 0,38 μm e 0,70
μm, absorvendo toda a radiação acima de 0,7 μm (Figura 3);
A água em forma de nuvens apresenta altíssima reflectância (0,70 μm) entre
0,38 μm e 2,5 μm, com absorção ampla em torno de 1,0 μm, 1,3 μm e 2 μm;

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A água em forma de neve apresenta elevada reflectância (maior do que as
nuvens) entre 0,7 μm e 1,2 μm. De 1,2 μm a 1,4 μm a reflectância decresce com um
gradiente altíssimo (de 0,8 a 0,2) atingindo valores de r inferiores a 0,1 em 1,5 μm.
Entre 1,5 μm e 2,0 μm há um aumento de reflectância da neve (máximo em
aproximadamente 1,5 μm quando atinge um valor de r = 0,2). Em 2,0 μm a reflectância
aproxima-se de zero para aumentar até 0,2 em torno de 2,25 μm.

Asfalto
Reflectância baixa e decrescente entre 0,3 μm e 0,4 μm; reflectância crescente
entre 0,4 μm e 0,6 μm; Reflectância de 0,2 entre 0,6 μm e 1,0 μm; reflectância
crescente até 1,3 μm.

Concreto
Aumento da reflectância com o comprimento de onda. Apresentando feições
amplas entre 0,38 μm, entre 0,64 μm e 0,8 μm e em 1,1 μm.

Áreas urbanas
As áreas urbanas são caracterizadas por uma aparência heterogênea, causada
pelo fato da variação interna dessas áreas ser muito grande, devido à sua própria
natureza. As áreas residenciais, por exemplo, são formadas por materiais variados tais
como: concreto, asfalto; vidro, ferro e vegetação. Há que se considerar ainda a
influência das sombras causadas por edificações altas. Por isso, a resposta espectral de
cidades só pode ser descrita de uma forma generalizada.
A região do vermelho do espectro visível é a que mostra um contraste maior
entre a área construída e a vegetação.

5 Sistemas sensores

Os sensores são sistemas responsáveis pela conversão da energia proveniente


dos objetos em um registro na forma de imagem ou gráfico que permita associa a
distribuição da raidância, emitância ou retroespalhamento com suas propriedades
físicos, químicas, biológicas ou geométricas. Nesse processo de conversão e registro
dessa energia, esta se encontra sujeito a um conjunto de transformações
radiométricas, geométricas e espaciais. Geralmente o sensor degrada o sinal de
interesse, por isso e necessário compreender a natureza dessa degradação para que se
possa aplicar o algoritmo adequado para essa correção.
Os sistemas sensores podem classificados de diferentes maneiras. Quanto a
fonte de energia, os sistemas sensores podem classificados em sensores passivos e
ativos.

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Os sistemas sensores passivos detectam a radiação solar refletida ou emitida
pelos objetos na superfície. Dependem por de uma fonte de energia externa para que
se possa gerar informação sobre os alvos de interesse. Os sensores passivos que
detectam a radiação refletida pelo sol ou emitida pela terra, e possuem espelhos,
prismas lentes em sua configuração, são classificados de sensores ópticos.
Os sistemas sensores ativos são aqueles que produzem sua própria radiação.
Os radares e lasers são exemplos de sistemas ativos, uma vez que produzem a energia
radiante que irá interagir com os objetos na superfície.
Os sistemas sensores podem ser classificados como imaginadores e não
imageadores. A características básica de um sistemas imageador e que ele produz uma
imagem bidimensional da radiância, emitância e retroespalhamento do terreno e,
portanto, é apto a produzir informações espaciais.
Os sensores não imageadores permitem medir a intensidade da energia
proveniente de um objeto de estudo sem necessariamente produzir uma imagem do
terreno. Os exemplos mais comuns de sensores não imageadores são as sondas
atmosféricas, que permitem obter dados de altitude ao longo de um perfil da
superfície.
Os sistemas sensores imageadores fornecem como resultado uma imagem de
superfície observada, ou seja, registram a variação espacial da energia eletromagnética
resultante da interação com objetos da superfície.
Podem ainda ser classificados em função do processo de formação das
imagens:
 Sistemas de quadros (framing systems) – Adquirem a imagem da cena
em sua totalidade num mesmo instante;
 Sistemas de Varredura (scanning systems) – a iamgem da cena e
formada pela aquisição sequencial de imagens elementares do terreno
ou “elementos de resolução”, também chamados de pixels.

Independentemente do tipo de sensor, ele é caracterizado por alguns


elementos básicos, que indicam que o usuário poderá esperar dos dados por ele
coletados. A características intrínsecas de um sensor pode ser classificadas em:
geométricas, espectrais e radiométricas.
As características geométricas vão definir a qualidade geométrica da imagem
adquirida em termos de posição e forma dos objetos imageados em relação à sua
posição e forma no terreno.
As características radiométricas indicam a capacidade do sensor de discriminar
objetos na cena em função das diferenças de energia que refletem ou emitem, e as
características espectrais indicam regiões do espectro eletromagnético que o sensor
opera, e com que rigor e detalhe ele recupera as propriedades espectrais dos objetos
detectados.

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5.1 Resolução Espacial

As minucias que podem ser distinguidas em uma imagem dependem da


resolução espacial do sensor, e representam a menor feição passível de detecção pelo
instrumento em questão.
Nos sensores ópticos a resolução espacial depende do campo de visada do
sensor (Field of View) e do campo de visada instantânea Instantaneous Field of View
(IFOV).
O IFOV é o ângulo de visibilidade instantânea do sensor e determina a área da
superfície que é vista. O tamanho da área vista no terreno é determinada pelo IFOV e
pela distância do sensor à superfície imageada.
È importante distinguir entre o elemento de resolução no terreno e o tamnho
do pixel. A grande maioria das imagens de sensores remotos e formada por matrizes
de elementos da imagem (picture elements) ou pixels. Os pixels da imagem são
geralmente quadrados e representam certa área do terreno.
Se um sensor tem um a resolução espacial de 20 metros e uma porção da
imagem e visualizada em resolução plena, o pixel (elemento de imagem) e a resolução
em termos equivalentes. Neste caso, o tamanho do pixel e a resolução espacial são os
mesmos. Figura 5.

Figura 6 - Resolução espacial e tamanho do pixel

5.2 Resolução Espectral

A resolução espectral é uma medida de largura das faixas espectrais e da


sensibilidade do sistema sensor em distinguir entre dois níveis de intensidade do sinal

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de retorno. Por exemplo, um sistema sensor que opera na faixa de 0,4 a 0,5 µm tem
um resolução espectral maior do que um sensor que opera na faixa 0,4 a 0,6 µm. Este
sensor será capaz de registrar pequenas variações no comportamento espectral em
regiões mais estreitas do espectro eletromagnético.
A consequência do desenvolvimento de sensores com melhor resolução
espectral é poder aumentar o número de bandas disponíveis para a análise das
interações entre a radiação eletromagnética e os materiais que compõem a superfície
terrestre. Figura 6.

Figura 7 - resolução espectral

5.3 Resolução Radiométricas

A resolução radiométrica de um sensor descreve a habilidade de distinguir


variações no nível de energia refletida, emitida ou retroespalhada que deixa a
superfície do alvo. Esta energia apresenta diferenças de intensidade contínuas, as
quais precisam ser detectadas, registradas e reproduzidas pelo sensor.
Quanto maior for a capacidade do sensor de distinguir diferenças de
intensidade de sinal, maior será a sua resolução radiométrica.

6 Referências

ASSAD, E. D.; SANO, E. E. Sistema de informações geográficas: aplicações na agricultura.


Brasília: EMBRAPA, 1998. 274 p., il.
FITZ, P. R. Geoprocessamento sem complicação. São Paulo: Oficina de Textos, 2010. 160 p., il.

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MOREIRA, M. A. Fundamentos do sensoriamento remoto e metodologias de aplicação. 2ª
ed. Viçosa: UFV, 2003. 307p., il
NOVO, E. M. L. de M. Sensoriamento Remoto: princípios e aplicações. 4ª ed. São Paulo: E.
Blücher, 2010. 387 p., il.

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